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UNIVERSIDADE JEAN PIAGET DE ANGOLA

MATERIAL DE APOIO (HISTÓRIA)


III

CURSO: PSICOLOGIA
1º ANO
TURNO: MANHÃ, TARDE E NOITE
VIANA 2023/2024
O Período Pré-Colonial em Angola

O Período Pré-Colonial: começa com a Idade do


Ferro, as grandes migrações dos povos Bantus, e o
consequente estabelecimento dos reinos da savana,
até que termina na data da chegada dos Portugueses
ao Antigo Reino do Congo em 1482 - desde cerca do
ano 1.000 depois de Cristo até aos fins do Séc.
XV, que inclui a época que vai desde a chegada dos
povos Bantos à região que hoje compreende o
território de Angola no Séc. XIII e a chegada dos
Portugueses nos fins do Séc. XV.
Foi durante o período Pré-Colonial que se formaram
os primeiros estados Bantos na região pelos povos
Ambundos e Bakongo. Este período na história de
África inclui a Idade do Ferro, a origem dos
povos Bantos e as suas grandes migrações para a
África Central e Meridional, os antigos impérios
sudânicos, os potentados do Golfo da Guiné, e os
antigos estados Bantos que se estabeleceram nas
bacias dos rios Zaire, Kuanza, Queve (ou Kuvo),
Zambeze, Kunene, Kubango, Kuíto e Kuando, e os
reinos Bantos dos Grandes Lagos e da África Oriental
e Meridional.
O Período Colonial

O Período Colonial, é definido pelos tempos de Angola colónia portuguesa -


de 1483 a 1975; O
Período Colonial: começa com a chegada dos Portugueses ao Zaire em 1482
e termina com a Independência de Angola em 1975. O Período Colonial pode
ser dividido em três épocas distintas:

a) Primeiro Período - A Época da Conquista Portuguesa - Desde os primeiros


contactos com os Portugueses que chegaram ao Antigo Reino do Congo em
1482 e a eventual conquista do Antigo Reino do Ndongo e a fundação de
Luanda em 1575 e o estabelecimento dos fortes portugueses de
Massangano em 1583 e Muxima em 1594 ao longo do curso do Rio Kuanza.
Durante este período, e como reflexão do mito do El Dorado resultante do
achamento de enormes quantidades de ouro e prata na América Central e
do Sul (civilizações Azteca, Maya e Inca) pelos Espanhois, a presença
portuguesa era dominada pela procura das famosas minas de prata de
Kambambe e do Sumbe Ambela, e em menor grau, pelo crescente tráfico de
escravos para São Tomé, Europa e Brasil.
b) Segundo Período - A Época do Tráfico de Escravos,
inicialmente orientada para os engenhos de açúcar
de São Tomé, ainda nos fins do Séc. XVI, e depois
para os engenhos de açúcar do litoral brasileiro
(Maranhão, Pernambuco e Bahia) até aos finais do
Sec. XVII, e mais tarde para as minas de ouro e
diamantes de Minas Gerais e São Paulo. Depois da
independência do Brasil em 1822 a exportação de
escravos de Angola foi em parte orientada para os
Estados Unidos e para Cuba, embora a maioria dos
escravos continuasse a ser absorvido pelo Brasil.
c) Terceiro Período - A Época de Exploração de
Produtos Coloniais(produtos tropicais e minérios -
mel, borracha, açúcar, café, algodão, tabaco, milho,
diamantes, ferro, e petróleo) que começou em 1845
com o consulado do Governador Pedro Alexandrino
da Cunha em 1845 e terminou com a independência
de Angola em 1975. Esta época é principalmente
definida pela Corrida à África pelas potências
Europeias depois da Conferência de Berlim e o
estabelecimento de impérios coloniais de estados
europeus em África.
Foi durante este período que a ocupação efectiva do
território pelos Portugueses se completou através
das Campanhas Militares de Ocupação entre 1851 e
1925 (no contexto do imperialismo europeu e da
Corrida à África), e a colonização branca do território
se realizou, com a exploração mais intensa dos
recursos agrícolas e mineiros.
DOMÍNIO COLONIAL PORTUGUÊS EM ANGOLA
NOS SÉCULOS XV E XVI
• A partir do último quartel do séc. XV, os territórios
angolanos, no centro-sul do continente africano,
tiveram grande destaque para a exploração
colonial portuguesa e europeia. O processo se
iniciou com a chegada do explorador português
Diogo Cão, que desembarcou na foz do rio do
Congo, em 1482, dando início a um longo período
de dominação e espoliação das riquezas das terras
“recém-descobertas”.
O ápice dessa relação colonial foi a organização do
comércio de africanos escravizados, destinados,
sobretudo, às colónias portuguesas na América.
Para compreender esse processo, é necessário
analisar as relações existentes entre as comunidades
aldeãs bantos, que viviam nessa região e
desenvolviam há séculos práticas económicas,
sociais e culturais alicerçadas na caça, na colecta, na
pesca e na agricultura. Nossa comunicação abordará
sinteticamente a relação de domínio colonial entre
portugueses e as comunidades bantos que viviam
na costa, do actual território de Angola, nos séculos
XV e XVI.
Domínio colonial português
Pelo ímpeto expansionista, Portugal, a partir do
século XIV desenvolveu muitas acções para ampliar
seus domínios políticos e económicos, sendo o
continente africano um dos espaços catalisadores
para a aquisição de riquezas materiais e humanas. A
lógica mercantilista alterou profundamente a
dinâmica organizacional das inúmeras etnias que
viviam na África e tinham seus hábitos e práticas
profundamente modificados pelo processo
exploratório lusitano.
Unido aos interesses portugueses, e ao dos demais
países, e inserida na dinâmica das grandes navegações,
constata-se a participação directa da Igreja católica
nessa dinâmica de exploração. Isso porque, afligida pelo
processo das Reformas protestantes, necessitava buscar
novos fiéis, substituindo as grandes perdas em países
como Alemanha, Suíça, Inglaterra e França. Nessa
conjuntura, ocorreu relação de colaboração entre as
potências europeias e a Igreja Católica Apostólica
Romana, a partir dos interesses de cada parte. Dentre os
principais anseios destacam-se as viagens, a catequização
dos povos nativos e a organização de sistemas coloniais,
balizados na exploração de africanos escravizados e o
posterior tráfico internacional de trabalhadores.
• A História da Sociedade Primitiva
• A história da raça humana abrange todo o espaço de tempo
desde que o homem apareceu pela primeira vez na Terra, que
se julga grosso modo ser de 1 000 000 de anos. No primeiro
período da história humana não existiam povos independentes
nem estados, e os homens viviam em pequenos grupos, clãs ou
tribos. Este período é conhecido como a época da sociedade
primitiva.
• Os arqueólogos dividiram a história da Humanidade em três
idades, de acordo com a matéria-prima com que faziam os
instrumentos: a Idade da Pedra, a Idade do Bronze e a Idade do
Ferro.
• No entanto, esta divisão revelou-se pouco adequada,
particularmente no que se refere aos primeiros períodos da
sociedade primitiva, alguns dos quais se prolongaram por
muitos milhares de anos.
A comunidade do clã
• A Era do Clã
• O princípio base subjacente a este tipo de
estrutura social era o parentesco por linha
feminina. Este, por sua vez, explica-se pelo facto
de os casamentos de grupo serem prática comum;
por isso, as crianças que ignoravam quem eram os
pais, sabiam sempre quem eram as mães. Assim,
o parentesco era exclusivamente por linha
materna.
• A sociedade baseada neste sistema, dito matriarcal,
durou vários milhares de anos. Este tipo de
sociedade coincidiu grosso modo com os períodos
Mesolítico e Neolítico Inferior e representou um
estádio importante no desenvolvimento da
Humanidade. Foi durante este período que o
homem trocou as suas rudes armas de pedra por
outras muito superiores, tais como o arco e a
flecha, e começou a domesticar animais. O
primeiro animal a ser domesticado parece ter sido
o cão. Foi também neste período que o homem
aprendeu a fazer vasos de barro, o que indica que
tinha começado a cozinhar sistematicamente os
alimentos.
• Durante o Neolítico Superior desenvolveram-se
novas técnicas de trabalhar a pedra: perfurar,
alisar e polir. Finalmente, e isto é também muito
importante, foi durante este período que
apareceram as formas primitivas de cultivo da
terra e da criação de animais para o trabalho
agrícola.
• O Desenvolvimento da Agricultura e da Criação
de Gado
• O cultivo da terra foi a continuação lógica do
primitivo hábito de apanhar frutos, sementes, etc.
À medida que apanhava nozes, frutos, bolotas e
grãos de cereais, o homem começou a notar que o
grão crescia depois de ter caído no solo. Contudo,
muitos séculos teriam ainda de passar antes de
concluir destas observações que podia ele próprio
semear grão e cultivar plantas. Foi assim que
começou a agricultura primitiva.
• Os utensílios primitivamente usados na agricultura
eram extremamente rudimentares, tais como paus
para cavar e mais tarde enxadas. Cultivava-se cevada,
trigo, milho-miúdo, ervilhas e legumes, assim como
cenouras, por exemplo.
• A domesticação de animais para servirem de alimento
desenvolveu-se a partir da prática da caça. Nesta
altura, os homens tinham aprendido a caçar,
atacando a presa depois de a cercar. Grandes grupos
de homens atacavam javalis ou bois selvagens e a
caça tornou-se uma actividade colectiva em grande
escala. Pouco a pouco o homem compreendeu que
era possível utilizar os animais, domesticá-los e criá-
los. Foi assim que começou a criação de gado.
• O subsequente desenvolvimento da agricultura e da
criação de gado está nitidamente ligado com a
transição do parentesco por linha materna para o
parentesco por linha paterna. A agricultura e a
criação de gado tornaram-se campos de actividade
nos quais o homem gradualmente foi substituindo a
mulher. Este facto, por sua vez, ficou ligado à
invenção do arado e à transição da agricultura
baseada no trabalho de enxada para a agricultura
baseada no arado. Como lavrar a terra com arado
era um trabalho mais duro, era feito pelos homens
com a ajuda de animais de tracção. À mulher coube
então uma nova tarefa: dirigir o trabalho doméstico.
• O estabelecimento do parentesco por via
paterna, ou patriarcado, marcou um novo estádio
no desenvolvimento da sociedade humana. Foi
neste período que se deu a transição dos
utensílios de pedra para os de metal. Primeiro, o
homem aprendeu a fundir o cobre, mas como o
cobre é um metal muito mole, logo começou a
misturá-lo com estanho, fazendo assim o bronze.
O bronze é muito mais duro do que o cobre,
funde a uma temperatura mais baixa e é mais
maleável, o que o tornou muito mais adequado
para o fabrico de utensílios e armas.
• O desenvolvimento da agricultura e da criação de
gado e a transição para os utensílios de metal
levaram as tribos a especializar-se no cultivo da
terra ou na criação de gado. Os homens que se
dedicavam ao cultivo da terra espalharam-se por
várias regiões do hemisfério ocidental e do
hemisfério oriental, e concentraram-se na sua
maior parte nos vales de grandes rios como o Nilo,
no Egipto, o Tigre e o Eufrates, na Mesopotâmia, o
Indo, na Índia, o Huang Ho, na China, e também
em regiões da Ásia Menor e da península dos
Balcãs.
• Começou então a troca regular de produtos entre
os agricultores e os pastores. E se nas épocas mais
primitivas as pessoas tinham tentado produzir o
suficiente para sustentar a sua própria família ou
clã, agora começavam a tentar produzir um
excedente, tendo em vista a possibilidade de
troca. Agora existia um incentivo para acumular
produtos em excesso, dentro de determinada
tribo, clã ou família.
• A necessidade de acumular produtos em excesso
para troca deu origem a atitude nova para com os
prisioneiros capturados nas guerras intertribais.
Enquanto anteriormente estes eram normalmente
mortos ou introduzidos nas fileiras da tribo
vencedora, aparece agora um novo costume: o de
fazer prisioneiros e forçá-los a trabalhar para os
vencedores, como escravos. Desta maneira,
durante a era patriarcal nasceu a escravatura
primitiva ou patriarcal. O aparecimento da
escravatura foi um dos primeiros sinais da
desintegração da comunidade primitiva.
• A Origem das Classe e dos Estados
• O desenvolvimento do equipamento técnico do
homem, o aparecimento da propriedade privada e
finalmente a expansão da escravatura levaram
gradualmente à divisão da sociedade em grandes
grupos, que ocupavam diferentes posições sociais.
Havia os que possuíam a terra, instrumentos e
escravos, mas não trabalhavam, e os que
sustentavam pelo seu trabalho — quer os que
tinham instrumentos de trabalho próprios
(camponeses e artífices) quer os que tinham que
trabalhar como escravos para os seus senhores. Estes
grandes grupos, que ocupavam posições sociais tão
diferentes, vieram a ser conhecidos por classes.
• A classe que possuía riquezas e obrigava os outros
(escravos, camponeses e artífices) a trabalhar
para ela começou a organizar-se para os manter
em submissão. Com esta finalidade, surgiu uma
nova instituição, que era desconhecida nas
comunidades sociais baseadas nos princípios de
parentesco, a que chamamos Estado. Vários
órgãos de poder, tais como prisões, exércitos e
tribunais eram todos eles componentes
do aparelho de Estado.
• Com a divisão da sociedade em classes e com a
formação do Estado, começou uma nova era na
história da Humanidade. Assim, vamos deixar esta
descrição geral da história do homem antigo e
passamos à exposição detalhada da história dos
estados e povos individuais.

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