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Apontamentos de História
11ª Classe
Breves Considerações Sobre a Disciplina
História científica: olha para os factos, verdades, com método, análise crítica de
causas e consequências, tempo e espaço;
História narrativa: o narrador apresenta os acontecimentos sem preocupar-se
com a veracidade da história, ele conta somente o que viu, ou ouviu o que
desejar transmitir;
História pragmática: é a forma de expressar os acontecimentos com uma
preocupação visível da didática;
História em quadradinhos: narra a história por meio de imagens sequenciada,
usando o texto da fala das personagens através de balões.
Passagens anteriores
Ao facto da realidade histórica ser humana, referindo-se a sua evolução desde o
passado e o facto de em Angola se pretender a formação de uma consciência histórica,
na dimensão da sua identidade cultural, política, económica, social e espiritual, numa
perspectiva em que o homem desponta como a sua riqueza. Relativamente à sua função
social, a História é apontada como um dos recursos para se viabilizar a união e a
reconciliação, bem como para contribuir para a edificação de uma sociedade angolana
democrática, unida e próspera, para a construção de uma nova consciência nacional.
Lição nº2
Introdução
A luta aberta contra o tráfico de escravos teve início no século XV, na época
das Luzes. Foram os filósofos, correntes religiosas (Quacres e Metodismo) e escritores
do mesmo século que tomaram a peito e decididamente o movimento antiescravista.
Onde são destacados os seguintes mentores: Voltaire, Montesquieu, Bernardin de Saint
Pierre, Elarkson e Deputado Wilberforce (Sociedade para a Abolição do Tráfico de
Escravos-1788). Estes despertaram a sociedade contra o grande genocídio (o tráfico de
escravos e a escravatura).
Em França foi fundada a Sociedade dos amigos dos negros, em Setembro de 1788,
com a influência de Mirabeau, Condorcet e La Fayette. No dia 4 de Fevereiro de 1794,
foi aprovada a convenção sobre a Liberdade dos Negros pela Assembleia Constituinte
Francesa.
Em 1807 proibia o tráfico negreiro nas suas colónias. De 1811 - 1834, dava
liberdade aos escravos do seu império. Relativamente as outras potências, a Dinamarca
aboliu o tráfico em 1769, Os Estados Unidos da América (EUA) em 1808 e os
Holandeses em 1814, a França decretou a abolição em 1848. Esses eventos geraram
consequências tanto no continente africano quanto para as américas. Sendo assim foram
lançadas leis abolicionistas:
Lição nº 03
A história de Angola foi, até ao século XIX, inteiramente dominada pelo tráfico.
enquanto as tentativas de desenvolvimento agrícola ou mineiro se saldavam em
fracassos.
A explicação para tal facto reside nas características da economia colonial e nos
pressupostos ideológicos que justificavam as formas particulares da exploração dos
trabalhadores africanos. Desde as últimas décadas do século XIX que o
desenvolvimento das plantações de S. Tomé arrastou milhares dos chamados
«serviçais» angolanos, em condições de recrutamento e de trabalho que pouco ou nada
diferiam das dos escravos. No próprio território de Angola, o transporte de mercadorias
dependeu, a muito tarde, de carregadores na colónia de Angola.
Lição nº 04
Desde muito cedo, Portugal teve o Brasil como a sua jóia da coroa e para lá se
produziram todas as políticas no sentido de fazer desse território uma fonte e uma
reserva para a sua economia. E o comércio de escravos que marca profundamente
Portugal - como potência colonizadora -, o Brasil e Angola, este último que, nesse
projecto, é a maior vítima.
Vários autores, entre eles Joel Serrão e Jofre Amaral Nogueira, apontavam os
efeitos desse comércio na economia angolana e só depois dos primeiros passos da
abolição do tráfico aparecem algumas ideias para o desenvolvimento económico da
província, com a exploração de novas † fontes de riqueza e a conquista de uma real
independência relativamente ao Brasil.
Nestas condições, estamos perante duas situações em que Angola passa a ser o
principal alvo das atenções de dois países territorialmente distantes:
Não há dúvidas de que esta evolução, já bem marcada em fins dos anos 40, foi
ainda impulsionada quer pelo encerramento do mercado negreiro no Brasil (1850), quer
pela intervenção britânica directa na vida política interna das sociedades africanas. Na
década de 50, o comércio lícito ganha foro de actividade dominante, estimulado pelo
contínuo aumento de preços do óleo de palma, desde começos do século.
Outro factor impeditivo era o poder dos negreiros, que resistiam à penetração
externa e se opunham à transição para o comércio «lícito», além de que, por outro lado,
procuravam controlar essa transição a seu favor. Esta foi uma das causas por que
esbarravam em Angola as iniciativas que foram surgindo desde os anos vinte.
Lição nº 05
O tráfico não termina de imediato, nem se reduz, desde logo, a uma actividade
esporádica e sem significado; sofre uma alteração qualitativa e vai gradualmente
cedendo à troca de mercadorias o lugar dominante na vida colonial.
Concluindo, não é possível enunciar cada uma das numerosas rotas e cada um
dos variados produtos do comércio a longa distância. Os principais produtos de
importação do litoral incluíam diversos tipos de têxteis, armas de fogo e missangas e os
do interior consistiam sobretudo em escravos, sal, ferro, cobre e gado bovino. Os
principais produtos de exportação para o litoral ou para o seu interland incluíam,
dependendo da altura e do local, escravos, cera, marfim, borracha, bem como os belos
tecidos mobela feitos de fibra de ráfia.
Lição nº 06