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Caras e
modos dos migrantes e imigrantes. In: História da vida privada no Brasil, volume II: Império:
a corte e a modernidade nacional. São Paulo, Companhia das Letras, 1997.
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Não cair na história de que depois que D. Pedro II assumiu o governo houve paz social
plena. É um período de estabilidade, mas houve vários conflitos novos e a continuação de
outros que vieram antes de 1840.
→ essa sociedade é multifacetada, dada a entrada de africanos até 1850 e também novos
contingentes de trabalhadores vindo da Europa e Ásia, ou seja, é um momento de grande
renovação cultural e miscigenação. Momento de grandes transformações nas estruturas do
país.
→ Eixo econômico se transforma com o café, fazendo com que o eixo econômico se
transplantasse de vez do nordeste para o sudeste do país (essa transição já havia
começado com a extração de minérios na região).
→ Em 1850 se acaba (definitivamente) o tráfico marinho de escravos, com isso, houve
discussões de como seria suprida a mão-de-obra africana.
→ Quais imigrantes viriam? - para os fazendeiros não importava a origem, porém para a
elite dirigente, com o projeto de branqueamento em mente, os melhores imigrantes seriam
os europeus. Quem financiaria sua vinda?
→ Lei de Terras: terras como mercadorias. Aboliu as sesmarias, as terras só poderiam ser
compradas, não era mais necessário o requerimento da terra à Coroa (mudança na
legislação).
→ Imigrantes teriam que comprar as terras, porém a grande maioria das pessoas que
vinham para o Brasil eram pobres, ou seja, as promessas eram falsas. Eram obrigados a
fornecer a força de trabalho pela sobrevivência.
→ Esses imigrantes eram iludidos pelas promessas de terras.
→ falar sobre a forma em que os estrangeiros faziam a luta política em detrimento com o
que os proprietários estavam acostumados na escravidão.
→ Para os fazendeiros, não importava a raça dos imigrantes, apenas a força de trabalho
necessária para dar-lhes lucro, já para o Império, era necessária a vinda de brancos, dado o
projeto de embranquecimento da sociedade brasileira como estratégia de “civilizar” o país.
Essas duas camadas encaravam a imigração de modos diferentes, visto que tinham
objetivos radicalmente distintos. (p. 293).
→ Depois do fim do tráfico negreiro, o governo cria cartórios para registrar brasileiros e
estrangeiros com qualquer religião (p. 294).
→ o tráfico de chineses não acontece por um projeto da Assembleia que visa a vinda de
africanos livres para o Império (p. 297). - A mídia é contra isso, como é expresso pelo jornal
do commercio que diz que apenas colonos europeus poderiam regenerar o país que os
negros teriam degenerado
→ o Estado não pretendia subsidiar a vinda de imigrantes para os fazendeiros, dado que
até então eles mesmos financiavam a vinda de escravos para o Brasil (p. 299).
→ Porém, esses hábitos europeus são propagados entre as elites coloniais, e não entre os
trabalhadores pobres, o autor cita um fragmento de O Cortiço muito interessante para
ilustrar essa questão (p. 303).
→ imigrantes coabitavam com escravos nas senzalas nos campos e nas cidades, crianças
imigrantes trabalhavam em fábricas ao lado de crianças escravizadas (p. 311).
→ A entrada maciça de imigrantes tem início apenas no final do século XIX, e, nessa época,
devido a explosão da imigração há um novo debate sobre o modo de vida imigrante entre a
classe econômica dominante e os funcionários do Império (p. 314).
● segunda parte
→ As viagens da Europa para o Brasil não tinha distinção espacial por origem das pessoas,
o que fazia com que os imigrantes tivessem um profundo sentimento de isolamento, como
se não tivessem mais identidade própria (p. 317-318).
→ Veio para o Brasil pessoas de diferentes estratificações sociais e profissões para o plano
de colonização e produção para o mercado, para isso foi prometida a liberdade tanto em
relação a relações feudais de vassalagem, quanto à crenças religiosas e opções políticas
(p. 319-320).
→ como a maioria dos imigrantes eram pobres eles não podiam se envolver no grande
comércio ou na grande agricultura de exportação (p. 320).
→ Os imigrantes vieram para o Brasil com o preceito de que não trabalhariam para
terceiros, eles queriam total autonomia econômica (p. 321).
→ A produção era totalmente familiarizada, daí vinha a necessidade de ter filhos para
ajudar na lavoura, “a família apresentava-se como uma pequena empresa e, enquanto os
filhos cresciam, o maior número de tarefas repousava sobre os ombros das mães”.
→ No que se refere às mulheres de descendência alemã, era óbvia as diferenças entre sua
terra natal e o Brasil, hábitos de vestimenta mudaram completamente por causa do clima
tropical do Brasil e elas não estavam habituadas a ficarem tão isoladas quanto normalmente
ficavam (p. 324).
→ Não eram as mulheres que escolhiam vir para o Brasil, sendo perceptível assim que a
maioria delas viviam uma vida cheia de melancolia (p. 324).
→ Por causa dessa discrição de seus ritos, o Estado não os via como uma ameaça e de
certa forma tolerou o protestantismo e até o favoreceu (p. 327).
→ as religiões divergentes e esse recrudescimento por parte dos protestantes fizeram com
que aumentasse a desconfiança entre os fiéis. Apesar do Império ter reconhecido o
protestantismo como crença viável em 1870, eles assumiram uma postura defensiva diante
dos conflitos com os católicos. Um dos motivos desses conflitos seria a alta incidência de
feriados católicos, o que, segundo os protestantes, atrapalharia a continuidade do trabalho
agrícola (p. 330).
→ O Império considerava favorável a imigração alemã porque eles nutriam simpatia pelo
Império, sendo a imagem de d. Pedro II venerada entre eles (p. 330-331).