O documento descreve o descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral em 22 de abril de 1500 e a fundação da Província de Santa Cruz. Também discute as três visões sobre o início da modernidade na Europa e como a expansão portuguesa a partir do século 15, motivada por interesses econômicos, políticos e religiosos, levou ao encontro com novas culturas e ao início da formação do Brasil colonial.
O documento descreve o descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral em 22 de abril de 1500 e a fundação da Província de Santa Cruz. Também discute as três visões sobre o início da modernidade na Europa e como a expansão portuguesa a partir do século 15, motivada por interesses econômicos, políticos e religiosos, levou ao encontro com novas culturas e ao início da formação do Brasil colonial.
O documento descreve o descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral em 22 de abril de 1500 e a fundação da Província de Santa Cruz. Também discute as três visões sobre o início da modernidade na Europa e como a expansão portuguesa a partir do século 15, motivada por interesses econômicos, políticos e religiosos, levou ao encontro com novas culturas e ao início da formação do Brasil colonial.
Título: História da Província de Santa Cruz. Capítulo I: De como se descobriu esta
Provincia, e a razão porque se deve chamar Santa Cruz e não Brasil. Autor: Pero de Magalhães Gândavo. Resumo: O texto do autor descreve o descobrimento de forma metódica, relatando os passos que precederam a tal acontecimento, de acordo com a sua visão portuguesa. Relata que o Rei da época era Dom Manuel, que ordenou a segunda viagem dos portugueses a Índia, tendo como capitão Pedro Alvares Cabral, partindo em nove de Março de 1500, da cidade de Lisboa. Decorrido mais de um mês, avistaram uma terra que não reconheceram, com povos de traços nunca vistos e ancoraram em um local que nomearam Porto Seguro. Realizaram no dia seguinte uma missa, e os índios se mostraram dispostos a receberem a doutrina cristã. O Rei Dom Manuel ficou contente com o acontecido e começou a enviar embarcações às novas terras, dividindo as terras posteriormente em Capitanias. Pedro Alvares alça uma Cruz no mais alto lugar de uma árvore e a nomeia Província de Santa Cruz, aos três dias de Maio do corrente ano. Relata ainda que o nome posterior chamado foi de Brasil, pelo vermelho da árvore ser semelhante à brasa.
Título: Formação do Brasil Colonial. Capítulo II: A expansão europeia no século
XV e a incorporação do Brasil. Autor: Arno Wehling e Maria Jose C. M. Wehling. Resumo: Os autores começam seu texto com um questionamento, onde começa o Brasil? Eles explicam que existem três visões: A primeira visão é o determinismo geográfico sobre os acontecimentos sociais, passando pelos primitivos habitantes, tendo os povos na formação, sendo um quadro natural até o descobrimento. A segunda visão e o descobrimento com base nas navegações, a expansão marítima, tendo como principal falha o patriotismo durante a descrição dos fatos. A terceira visão deriva a história do Brasil a de Portugal. O equívoco dos autores que usam essa abordagem é não articular a expansão marítima e nem a presença dos povos indígenas e africanos na formação do Brasil. Contudo atualmente o descobrimento do Brasil é visto como um processo da expansão europeia, com bases politicas, religiosas, econômicas e filosóficas. O autor afirma que mais difícil ainda é identificar o início da modernidade, o que ele define como “mundo pleno”. Assim ele supõe três visões, sendo elas: A primeira visão era de que o Renascimento no século XVI seria a sua origem. A justificativa seria que essa era uma nova era da história, com mais liberdade, e menos ignorância. A segunda visão data o início da modernidade no final do século XVIII, com a Revolução Industrial. A base da argumentação dos defensores dessa visão é de que a vida cotidiana da maioria da população sofreu grandes transformações somente após a industrialização. A terceira visão insinua que a modernidade inicia-se no século XIV. Argumenta- se que para a transição a modernidade se necessita de elementos econômicos, sociais, políticos e intelectuais, e estes se encontravam nesse período. Portanto se tinham o progresso do comércio medieval, a centralização da monarquia e o início da crítica filosófica e teológica ao cristianismo medieval nesse período que justificam o início da modernidade. Entretanto o autor define que a transição para a modernidade é um largo processo histórico, que resultou no mundo atual. Destaca também que no Brasil o processo se repetiu, com um toque a mais de complexidade, devido à interação com as culturas indígenas e negras. De acordo com o autor a sociedade europeia nesse período era um agregado de comunidades com suas peculiaridades regionais, linguísticas e étnicas. Ela se dividia em três ordens básicas: O clero, responsável pela orientação da vida cristã direcionada a salvação. Do ponto de vista jurídico este de classifica em secular e regular, e do ponto de vista sociológico pode ser alto e baixo clero. A nobreza, incumbida de defender bons cristãos contra hereges e tiranos. Sofrendo algumas classificações: nobreza rural versus nobreza cortesã; nobreza de sangue versus nobreza de toga; alta nobreza versus nobreza menor. O povo, correspondente a 90% da população, subdivido em: burgueses, artesãos e camponeses (corresponde a 2/3 da população). De acordo com o autor as estruturas do poder também influenciaram a transição para a modernidade. O exército permanente também caracterizou a centralização. No plano das ideias a transição também foi um longo processo, pois a relação das pessoas com a vida sofria forte influência religiosa, mística e supersticiosa. O autor afirma que em Portugal o processo de concentração do poder real ocorreu e foi delimitado um Norte senhorial com poucos núcleos urbanos e um Sul reconquistado com limitado autogoverno. Segundo o mesmo o Reino de Portugal surgiu de uma mescla de instituições de origem romana, germânica, islâmica, e das próprias circunstâncias na guerra da Reconquista. Relata ainda que a transição para a modernidade, em Portugal, coincidiu com o surgimento do humanismo na Península Ibérica. Para o autor essa evolução ruma a modernidade só pode ser entendida associada à expansão marítima, com causas econômicas, políticas, religiosas, acrescidas do espírito de Cruzada; onde lucros, império e fé combinaram-se. A expansão portuguesa fez-se por etapas ao longo do século XV, com momentos e áreas de interesse bem definidos: “o Norte da África, com a conquista de Ceuta (1415) e Arzila (1471); as ilhas do Atlântico, com a ocupação da Madeira, Porto Santo e Açores desde a década de 1420; a exploração do litoral africano, dessa mesma época até a década de 1450, alcançando-se a atual Serra leoa. Somente a partir de 1474 é que foi definido um plano sistemático para se atingir as Índias” (WEHLING & WEHLING, 2005, p. 38). O autor relata ainda a assinatura do Tratado de Tordesilhas em 1494, onde as terras a 370 léguas a oeste de Cabo Verde pertenciam a Portugal e o restante a Espanha. Em 1500 Portugal organizou uma expedição comandada por Pedro Alvares Cabral com objetivo oficial de chegar às Índias, mas em 22 Abril 1500 chegou a “Ilha Vera Cruz”. No mundo europeu não havia relatos da América e da Oceania, antes das grandes navegações. Nesses diferentes continentes havia culturas com universos temporais distintos, onde essas diferentes culturas foram se relacionando a partir das navegações e baseado em interesses e crenças europeias. Dessa forma o universo cristão europeu ficou abalado com as descobertas, entretanto se reinventou e proporcionou aos novos povos uma dominação cultural, econômica e religiosa, desprezando as particularidades das novas populações.