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Arcanos do Tarot e Estados de Consciência: uma abordagem místico-arcanológica da milenar

Arte Divinatória

Prof. Dr. Pablo S.M. Bispo dos Santos, F.R.C.

Sabedoria Arcana

2023
Sumário

Agradecimentos

Epígrafe

Apresentação

Prefácio

Capítulo 1 – A Consciência, o Ser e os Arcanos

Capítulo 2 – Arcanos Maiores e a Jornada Macrocósmica do Homem

Capítulo 3 – Os Arcanos Menores e o Microcosmos do cotidiano humano

Capítulo 4 – O Tarot como forma simbólica: as duas mandalas conectadas pelo homem

Capítulo 5 – Por uma perspectiva Arcanológica do estudo do Tarot

Posfácio
Bloco 1_ Pt.2: (Vídeo 1) - Palestra: Arcanos do Tarot e Estados de
Consciência(1): Arcanos Maiores
https://www.youtube.com/watch?v=7KA7u3FoiK8

Eu sou o professor Doutor Pablo Bispo dos Santos, pertenço a RosaCruz, sou do
Núcleo RJ 1, do RosaCruz. É importante saber a nossa filiação institucional quando se
está falando de misticismo porque a Ordem é como a nossa família espiritual.

Hoje eu vou apresentar um tema que, apesar de não está no dentro do escopo de
estudo   do RosaCruz, ele é um tema que tem muito a ver com algumas discussões
que podemos fazer a partir dele, em especial, no que diz respeito à consciência , aos
arquétipos,  a maneira como a história do homem, individual e coletiva , se cruzam a
partir de determinados elementos da realidade, que são comumente chamados de
oráculos. O tarot é um desses oráculos, o tarot é um desses instrumentos que ao
longo desta palestra vamos falar um pouco mais sobre isso.

Então permitam, por favor, fazer um exercício de descentração do ego e retirar o foco
que estava em mim e compartilhar uma tela de uma apresentação que servirá de
apoio para essa pequena palestra que eu pretendo trazer. Antes de começar, eu quero
advertir que essa é uma transmissão cuja a responsabilidade do conteúdo
apresentado é plenamente minha. Elas não expressam, necessariamente, o
posicionamento da Ordem RosaCruz como todo, apesar de eu já ter ministrado essa
palestra em outros espaços e organismos afiliados à Ordem RosaCruz, no seminário
da Faculdade RosaCruz. Mas essa não é uma palestra oficial da Mork, perfeito? Aqui
eu estou falando como o professor Pablo Santos, como estudioso dos assuntos que
eu vou apresentar, certo. Então, nesse sentido, para que eu não incorra no grave erro
de confundir o oficial com uma iniciativa individual, eu reitero que essa é uma iniciativa
individual minha com o sentido de apresentar um estudo, que até sido objeto de
discussões e reflexões dentro de outros  temas da Mork interessado nele, mas esse é
um estudo que parte da iniciativa individual, não devendo, portanto, ser encarado
como uma atividade oficial da Ordem RosaCruz.

Bom, sem mais delongas, pois, sendo professor, temos, às vezes,o vício pedagógico
de explicar mais do que devíamos as coisas. Eu vou compartilhar a te com vocês que
se refere ao esforço de descentração, ou seja, você privado de ter acesso à beleza de
minha face e veremos o que eu tenho para conversar com vocês. Vamos então a isso.

Já dizia o velho Sócrates que para fazermos alguma coisa de modo bem feito era
necessário termos uma definição. Partimos de uma definição clara, partindo delas,
temos menor possibilidade de cometer erros. Então eu estou trazendo aqui, antes de
começar, uma definição de consciência.  Consciência, então, é um termo que possui
uma multiplicidade de significado e interpretações variáveis segundo a Tradição que a
emprega, seja ela mítica,seja ela uma tradição de carácter mais científico. A definição
de consciência que vamos utilizar diz respeito à parte do Ser que percebe a si mesmo
e ao ambiente, interagindo com o mesmo. Eu não estou me referindo não a um ser
qualquer ou uma coisa qualquer na realidade, mas sim ao Ser como significado não só
homem coletivo, mas um Ser cósmico, uma consciência cósmica por de trás de todas
as coisas. Então, eu entendo que o Ser está dentro e fora de nós e, nesse sentido, eu
estou absolutamente de acordo com a Ordem RosaCruz com a definição de Ser, (o
audio ficou baixo em 5:40) que percebe-se a si mesmo ao ambiente e que interage
com o mesmo, isso é a minha definição. Esse Ser, quando estamos falando do
homem, ele possui uma percepção, ele sabe que ele é o homem, o que nos difere dos
animais, por exemplo, e ele percebe que existe alguma coisa além dele. Ele percebe
que existe um ambiente, ele percebe, inclusive, que existem outros seres iguais a ele,
homens. Isso é a consciência, a definição de consciência que vamos trabalhar.

A consciência tem ao menos três dimensões partindo desse raciocínio. Uma primeira
dimensão é consciência objetiva, ou seja, uma consciência que é ligada ao corpo e
alimentada pelos cinco sentidos. Essa consciência é a que nós temos quando estamos
acordados.Quando vamos comer alguma coisa, um dos sentidos é o paladar e é ele
que nos permite diferenciar, por exemplo, se estamos comendo uma banana ou se
estamos bebendo um copo de vinho.  O olfato nos permite sentir os cheiros. O tato, a
audição e a visão são os cinco sentidos da nossa consciência objetiva. Mas perceba,
esses sentidos alimentam a nossa consciência, eles trazem dados e o Ser. esse Ser
maiúsculo, que está dentro de nós, transforma em alguma coisa que faz sentido para 
nós. Uma pessoa cega, por exemplo, está privada do sentido da visão e isso não quer
dizer que ela não consiga compreender, a partir dos outros sentidos, os dados do
ambiente que lhe cerca.

Muito bem, passamos então para um outro nível de consciência, que é a consciência
subjetiva. Algumas pessoas já trabalharam isso um pouco antes de mim, como: (08:15
e outros) Vários outros psicólogos, filósofos, estudiosos já trabalharam essa definição
e eu estou trazendo isso de modo sintético.  Nós temos uma consciência subjetiva,
porque ela é do sujeito, e psíquica, porque ela está ligada diretamente à dimensão
mental mental e à dimensão mais psicológica. E ela também possui sentidos internos,
a gente destaca dois mais fortes: imaginação e memória. Então, por exemplo, se eu
nesse momento pedir para todos vocês que pensassem em uma cadeira, obviamente,
as imagens mentais seriam diferentes de acordo com o sujeito. Mas a ideia de cadeira,
você recorriam à memória para se lembrar do eu estou falando, isso é um sentido
interno. A cadeira não necessariamente está ali, mas ela de alguma maneira gravou
impressões na mente que a memória recuperou. Essa memória recupera e mais do
que a palavra cadeira nós vamos ser capazes de criar a imagem de uma cadeira.
Quando fazemos isso usamos um outro sentido, que é a imaginação. Inclusive, esse
processo é muito ligado a ideia de criação total, mas não vou entrar em detalhes.

Então, assim, falando curto e grosso, mal e porcamente, muito sinteticamente, (áudio
muito baixo 09:57), tem a memória como base. Se eu pedir, por exemplo, que alguém
imagine a harva, se o sujeito não souber que a hardva é o nome que os africanos dão
ao pangolim, que é esse animalzinho que era traficado para China e que foi uns dos
vetores principais do coronavírus, um animalzinho que parece com o tamanduá, mas
tem escamas, provavelmente, se não soubessem disso não conseguiriam fazer a
imagem mental do pangolim porque não tem a memória do pangolim chamado de
Aardvark e, nem tampouco vão conseguir fazer essa imagem mental.Então,
recapitulando, temos uma consciência objetiva com cinco sentidos e uma consciência
subjetiva. Essa consciência subjetiva e a consciência objetiva, as duas estão em
situações normais  absolutamente acionadas quando o sujeito está desperto.  

Há um terceiro nível de consciência e, essa dimensão, é uma dimensão de alguma


maneira espiritualista, a consciência cósmica. A consciência cósmica nada mais é do
que a percepção que existe algo para além da matéria, algo além do corpo físico. Essa
consciência cósmica está situada dentro e fora do indivíduo. Ela é vinculada a
extensão do Ser, a inteligência universal que está em todas as coisas. Poderia dar um
exemplo da ação dessa consciência cósmica utilizando um exemplo que está dentro
do nosso corpo: sistema nervoso autônomo. O sistema nervoso autônomo é
responsável, por exemplo, pela regulação das batidas do nosso coração e em
situações que estão fora da vontade do sujeito, esse ritmo cardíaco se altera. Por
exemplo, o sujeito, às vezes, não percebe, mas há um problema que o vem
preocupando e ele se torna mais taquicárdico, sua pressão aumenta. Assim como,
quando ele está relaxado, o seu ritmo cardíaco tende a diminuir, sua respiração fica
mais espaçada. Isso é controlado por algo que está fora da esfera da vontade, é algo
que não entendemos. É algo que tem a ver com a consciência cósmica atuando no
corpo do sujeito.

Essa consciência possui ainda fases, elas possuem fases de atividades e fases de
repouso e, fases intermediárias. O homem alterna essas fases ao longo do dia ou ao
longo de processos por ele provocados. Em termos didáticos, nós podemos identificar
três fases da consciência: uma fase de vigília, que quando o sujeito está desperto; a
fase intermediária, também chamada de transe, mas chamada de transe por uma
razão  o sujeito está em transição entre a fase de vigília para a terceira fase, que é  o
inconsciente, que é a fase inconsciente. E o que é a fase inconsciente? E alguém
pode perguntar: “Existe uma consciência inconsciente? Por que você está falando de
uma fase inconsciente da consciência?” E eu respondo. Então, falando rapidamente, a
fase inconsciente está vinculada ao cosmo em sua totalidade, transcendendo o
indivíduo. Ou seja, o indivíduo quando está inconsciente, por exemplo, quando está
sonhando ou entra em um transe na tentativa de relaxamento profundo, ele tem
acesso a algo que vai para além dele. Alguma coisa que está gravada no cosmo,
alguma coisa de Ser, que é não é dele, mas se comunica com ele.  Darei um exemplo
fora dessas tradições, o que os católicos vão chamar de epifania, um estado de
consciência em que o sujeito consegue contemplar coisas divinas ou sentir coisas
divinas, seria um exemplo de transe, dessa fase intermediária que te coloca em
contato com o lado inconsciente. O sonos são, por esse princípio, (áudio muito baixo
15:15) Nós temos estudos maravilhosos de Freud,  xxx, yyy e outros, em que, a fase
inconsciente, permite que o sujeito entre em contato com o que nós vamos chamar de
arquétipos ou formas superiores constantes, e que, ao longo do tempo e do espaço,
elas tendem a ser invariáveis. Vão mudar muito pouco a partir das diferentes culturas.

Eu darei um exemplo, quando falamos a palavra “mãe”, a mãe é um arquétipo. Dada


as muitas diferenças no tempo e no espaço, muitas diferenças possíveis entre as
mães no caso concreto, a ideia de mãe é uma ideia presente em quase todas as
culturas, em quase todos os tempos e espaços. De maneira que podemos falar que,
inconscientemente, ela forma… Ou seja, a palavra “mãe” é algo que transcende o
tempo e espaço, está presente na cultura, na sociedade e, de certo modo, constrói
formas simbólicas, formas dentro da memória, da imaginação, que se agrega à mente
humana, tanto individual como coletiva.    

Muito bem. Falamos de arquétipos, arquétipos são formas superiores. Uma das
maneiras que podemos usar para acessar os arquétipos é o que chamamos de
oráculo: astrologia, tarot, numerologia e outras formas divinatórias servem como lentes
específicas para observar… Forma de meditação também, formas de contato com o
inconsciente a partir de elementos da natureza  como: geomancia,
litomancia,aeromancia, piromancia. Por muito tempo se atribuiu à essas formas o
carácter puramente mágico, mas estou dizendo para você, isso nada mais é do que a
expressão natural de uma capacidade do homem de ter acesso à arquétipos, que
estão fora do tempo e do espaço, e aprender com esses arquétipos que estão, para
usar a expressão, do célebre [17:55 xxx], que estão colocadas no que se chama de
inconsciente coletivo ou “a caixa”, para os hindus. De acordo com essa linha de
raciocínio, haveria uma dimensão da realidade na qual as memórias humanas
estariam arquivadas, gravadas e seriam acessíveis a partir de formas. São as formas
as que me referi, nas quais o sujeito, por meio de um transe, há vários tipos de transe,
seja meditação, oração, sonho, ele tem acesso de forma total. Eu vou falar e detalhar
unicamente de umas das formas, que é o tarot. 

O tarot é um baralho, essa é a primeira coisa que temos que saber.  A origem é
indeterminada e eu digo que é indeterminada porque existem várias correntes
históricas, algumas vão  situar desde o antigo Egito E outras vão relacionar também
na renascença européia. E eu opto por não seguir nenhuma dessas tendência e não
entrar muito nessa discussão, pois acredito que ambas as correntes possuem [19:13
xxx] e eu não sou um historiador dessa área  Mas eu vou seguir aqui um pouco, para
efeito de definição, para a gente entender o que é o tarot para Edith Waite no seu livro
sobre tarot. Que vai situar a sua origem, e isso tem dados históricos, na configuração
que nós temos hoje, que é o seguinte: são 78 cartas (áudio ficou muito baixo em
19:30) e as outras  56 cartas demais do baralho e, a origem do tempo, seria a Europa
do século XV. 

O fato é que para além do aspecto lúdico, o tarot possui um uso divinatório,
especialmente quando  vamos considerar essa estrutura: 22 Arcanos Maiores e 56
Arcanos Menores, com seus quatro Naipes: Copas, Espada, Paus e Ouros, conforme
estamos acostumados a vermos nos baralhos. Então, eu vou detalhar isso no próximo
slide. 

Existe uma perspectiva de estudo, e eu um dos sujeitos que trabalha com essa
perspectiva, chamada marcaológia. É uma perspectiva arquetípica, ou seja, eu quero
entender os arquétipos, os arquétipos são a finalidade e não o uso divinatório. A partir
de uma perspectiva arquetípica é possível  associar o Tarot à consciência Humana
quando tomamos os diversos aspectos e os associamos aos 22 Arcanos. O que eu
quero dizer com isso? Eu quero dizer que é possível estabelecer uma divisão entre os
referidos Arcanos ligados às experiências humanas. Os 22 Arcanos do Tarot contam a
história do homem, eles contam a história de um processo que eu vou chamar de
individuação, que o processo que vai da infância até a fase adulta, o que para alguns
nunca chega, mas que arquetipicamente, é a história do homem se tornando homem,
a história do ser humano se tornando ser  humano e, o Tarot retrata nas suas 22
cartas, as experiências mais marcantes desse processo. Então nós podemos dizer
que, no que diz respeito a uma ciência psíquica, especificamente, o Tarot narra a
jornada do homem no mundo terrestre. Ele usa elemento para que o sujeito, mediante
o uso da imaginação e memória, passo aprender um pouco mais sobre si mesmo e um
pouco mais sobre a jornada do homem na terra por uso desses registros gravados
nessa estrutura atemporal e, dira, a-espacial, fora do espaço, do tempo, mas que se
aplica ao tempo e ao espaço. Essa abordagem do Tarot eu denomino de
archaeologica porque eu uso os Arcanos do Tarot como maneira de estudar um pouco
melhor os estados de consciência a que o homem se submete durante sua jornada na
terra.

Aqui eu vou detalhar um pouco mais sobre como as experiências de individuação do


ser humano são encontradas nos Arcanos Maiores. Eu divido em três níveis: um nível
que é Macro, ligado ao carma; um nível que está no meio do caminho, que eu vou
chamar de  Meso, que é ligado aos papéis sociais e pelas experiências sociais; e o
outro nível, que é ligado a experiências individuais ou emocionais, se preferimos.  

Arcanos Maiores são ligados ao carma: a justiça... A justiça, evidentemente, tem a ver
com o momento que o  sujeito é obrigado, forçado a tomar uma decisão com base dos
seus valores éticos e morais, se ele não fizer terá consequências.  Consequências
quando elas vem tem seu complemento da casa do julgamento, que vou falar mais
adiante. 

A Roda da Fortuna que é que homem experimenta mudanças súbitas na sua vida. É o
milionário que perde tudo; o pobre que ganha na loteria; é a moça que ansiava por um
casamento e se casa de repente; é o sujeito que pretendia continuar casado e de
repente recebe a notícia que sua esposa quer o divórcio; é o homem que está em um
bom emprego e no dia seguinte é demitido; ou o homem que está procurando
emprego e arruma emprego dentro ou maior que suas expectativas. A Roda da
Fortuna é, sem dúvida nenhuma, uma carta que fala das mudanças súbitas e por que
fortuna? Fortuna como sinônimo  de sorte. O sujeito vê como sorte, mas isso tem
muito mais a ver com carma, que é algo que, para os hindus, têm a ver com
experiências que estão fora do controle do ser humano, então é que a gente vai
chamar de sorte propriamente dito. 

Um outro Arcano é a morte, a morte tem a ver com perda, não necessariamente vai
significar a morte física, mas é o fato de que alguma coisa em nós precisa morrer para
que haja uma continuidade da existência. Por exemplo, a criança morre para que o
adulto possa nascer, para que o adolescente possa nascer. Há uma fase de luta pela
perda da infância. “Ah, mas eu perdi um ente querido” Sim, a Morte também pode
significar isso.  Você sofre o luto e nunca sai da Morte como entrou, a Morte
pressupõe deixar alguma coisa. Às vezes é uma escolha difícil que você precisa fazer
e você terá que deixar algo para trás e esse algo não volta. É uma experiência cármica
e que todo mundo vai passar em algum momento por isso.

O Julgamento, conforme eu disse, é parte da Justiça. Você tomou uma decisão e,


entre aspas, plantou alguma coisa, na carta do Julgamento é hora de colher. Você
colhe resultados de ações passadas suas. Às vezes você não se lembra dela, às
vezes as conexões que não são lineares, não é uma ligação de causa e efeito. Às
vezes as conexões fogem à sua memória, isso não quer dizer que elas não existam,
têm ligações ali. Então, o Julgamento está sinalizando isso: você está colhendo o que
você plantou,  às vezes é bom, às vezes é ruim. Se a gente lembrar do Tarot
mitológico da Juliet Sharman-Burke e Liz Greene, temos um aspecto muito
interessante porque já temos Hermes já tendo descido até o reino de Hades e ele faz
com que as pessoas levantem-se dos seus túmulos e possam se dirigir até seus três
juízes do Hades: Minos, Éaco e Radamanto que eram os três juízes do deus da
morte grego. Esses três juízes iam julgar as ações do sujeito e definir, após a
morte, para onde eles iriam. Decidiam se ele iria para os Campos Elísios, que
era equivalente ao nosso paraíso, se iria para o fundo do Hades, para os
lugares de sofrimento, ou se ficariam vagando em um lugar intermediário, que
era às margens do Rio Estige, o rio dos mortos. Esse é o Julgamento, em
algum  momento o sujeito colhe os resultados. De um modo mais concreto, o
Julgamento diz respeito às consequências das nossas ações. Vou dar um
exemplo clássico: o indivíduo nasce em uma situação de extrema pobreza, de
dificuldade de acesso ao estudo, de acesso à bens culturais, porém ele toma
decisões, eu vou sinalizar para a carta da Justiça, de seguir um caminho de
disciplina, retidão, ética, esforço e consegue… Vejam, nem sempre é o caso,
estou dando um exemplo onde isso acontece. Ele consegue vencer essas
dificuldades e chega a ser um homem respeitável, bem sucedido. A carta do
Julgamento significa isso, ele conseguiu. O sujeito não tinha condições em uma
situação que não fosse de grande esforço pessoal, de grande sacrifício, talvez
ele não tivesse condição de completar o ensino médio, o ensino fundamental e
ele se torna doutor em uma área de conhecimento, olha o Julgamento atuando
aqui.      

A Torre é o que? A Torre é uma das cartas mais difíceis, ela sinaliza o seguinte: aquilo
que não é sólido, aquilo que não foi construído solidamente. Para usar uma parábola
cristã, que exemplificaria essa carta da Torre, eu diria o seguinte parafraseando Jesus
na Bíblia, e eu não vou citar porque isso não é uma aula de catecismo, mas direi : “O
homem prudente edificou a sua casa sobre a rocha. O homem prudente edificou a sua
casa sobre o pantano, veio a enxurrada e levou a sua casa” A carta da Torre se refere
ao homem imprudente. Aquele que constrói qualquer coisa, seja a sua reputação
sobre bases frágeis, sobre mentiras, sobre uma falsa imagem de si mesmo. Seja o
sujeito que construiu a sua vida financeira a partir de experiências como tomadas de
empréstimo ou investimentos arriscados sem nenhuma reserva ou simplesmente
confiou que as coisas melhorariam sem ter uma base concreta para isso e, ele sofre
uma perda.  A Torre está dizendo o seguinte, no popular, na expressão brasileira, a
Torre, para quem quiser lembrar desse Arcano é: “A casa caiu, não tem o que fazer. A
casa caiu” E, realmente, aquilo que você não tinha como sólido vai cair, você vai ter
que começar do zero.  

Temos três cartas aqui que podem nos auxiliar muito.. A primeira dela é a carta da
Lua, ela é comparável àquele momento em que o indivíduo precisa andar, mas ele
está paralizado porque ele não tem certeza. Tudo é incerto, é uma luz fraquinha no
meio da floresta, ela ilumina muito pouco, você tem mais sombras do que luzes para
guiar o seu caminho e você sente dúvida. A Lua é uma carta essencialmente feminina,
ela tem muito a ver com paciente. Então ela significa que nesse momento aqui ela
significa que nesse momento aqui você precisa confiar em capacidades que não são
as dos seus sentidos, você precisa confiar ou na sua intuição ou na sua fé. 
Estudiosos da Ordem RosaCruz, de alguns séculos atrás, também vão ser usados
para comparar quando ele usa a noite escura da fé. A Lua é a noite escura da fé, você
não tem certeza de nada, você só pode confiar que aquela escuridão com o tempo
passa. 

A carta do Sol é justamente essa luz. O Sol é ao mesmo tempo a compreensão rápida
daquilo que você não entendia quanto a iluminação do conficionismo O Sol é isso,
você é um iluminado, você passa a dominar as verdades universais e você transcende
o estado de confusão em que estava. Então, no sentido de uma leitura, o Sol
extremamente aponta ou para  uma melhoria ou para uma situação de continuidade
positiva. É momento, se você tem a Roda Fortuna aqui, que você subiu na Roda da
Fortuna e conseguiu chegar o mais próximo possível da Luz. É, talvez, uma das cartas
mais positivas do Tarot  

E o Mundo é representado pelo “oroblous”, ele é nada mais, nada menos do que uma
carta que tem a ver com encerramento de um ciclo. É um final feliz,  se for para um
estudante: conclusão de curso. É a conclusão de um grau iniciático para alguém que é
de uma ordem iniciática.É uma ordenação para um religioso. Mas ela te mostra o
seguinte: a jornada não terminou.  Você encerrou um ciclo e vai ter que começar outro.
Por exemplo, o sujeito tem um filho. As coisas não param por aí, ter filho é uma
alegria, te coloca em uma nova fase da vida, mas aí vem outros desafios a seguir, o
mundo é isso.  É essa característica kármica de encerramento de ciclo e começo de
outro.

Falamos de Arcanos ligados ao carma, vamos falar de Arcamos ligados aos Papéis
Sociais.  O Louco não é somente o maluco, ele é uma das cartas mais poderosas do
Tarot. Ele tem todas as potências dos outros 21 Arcanos e ele pode ser tanto o
número 0 como o 22. Existe até uma expressão popular que associou o louco ao
número 22, não está totalmente errado. O Louco representa aquele sujeito excêntrico,
aquele sujeito que representa o insight da iluminação criativa, que te faz ter uma ação
pouco ortodoxa. Ou uma ação ortodoxa que por ser irrefletida não dá certo e é
simplesmente vista como estranha. Não se leva em conta que muitas vezes aqueles
que são vistos como loucos em determinado momento histórico eventualmente são
descobertos como gênios, mas aí já passou. Quando vão se dar conta, o sujeito já
morreu. Vou dar o exemplo de Louis Pasteur. Louis Pasteur inventou o processo de
pasteurização e, por isso tem esse nome, em um dado momento, pega o microscópio
e descobre que um pedaço de carne em putrefação várias coisas se mexiam, saindo e
entrando rapidamente daquele tecido: eram as bactérias. E, ele descobre que se ele
aquece aquilo e resfria muito rapidamente, para aquela circulação daqueles animais,
daquelas bactérias.Quando é vai divulgar essa teoria ele é chamado de louco. E até
os médicos riam dele e diziam: “Não vamos fechar as portas durante a cirurgia senão 
os bichinhos de Louis Pasteur vão entrar aqui e vai nos atrapalhar”  Bem, é graças a
Louis Pasteur que nós podemos tomar nosso leite de caixinha, que nós podemos ter
objetos cirúrgicos esterilizados e etc.  Mas naquele momento ele era o louco, o
excêntrico,aquele que não se enquadrava. 

Se o Louco tem essa característica, o Mago, por sua vez, é que domina os saberes
práticos. É, no português popular, o sujeito safo. Pode ser um Mago? Pode. Mas pode
ser também um mágico, um embusteiro. O Mago é alguém que teoricamente tem a
maestria dos quatro elementos, mas não necessariamente ele fez um trajeto regular,
ele não é um sacerdote. Ele, não necessariamente, vai ser alguém que recebeu uma
ordenação iniciática. A iniciação dele é a prática na vida. A expressão que pode
caracterizar um Mago é o: “Se vira”  e, diríamos, é um sujeito que se vira muito bem.
Mais uma vez citando o tarot mitológico da Green, nós temos Hermes como uma
Mago por excelência . Hermes era o senhor das encruzilhadas e, qualquer
semelhança com a divindade afro-exu, não é mera coincidência e isso demonstra que
existe um consciente coletivo. Hermes é o senhor das encruzilhadas, mensageiros dos
deuses, possui um caduceu, que é o símbolo da medicina, uma das cobras é piton,
que o veneno da morte e a outra era xxxx, que era curativo. Então ele é dual, o Mago
tem o aspecto dual. Ele é um sujeito de grande habilidade, ele simboliza um papel
social de alguém de grande habilidade, mas não necessariamente um sujeito de
conhecimento formal. 

Quanto a Sacerdotisa, é um Arcano feminino, mas é um Arcano que possui um papel


social muito ligado à mãe, muito ligado à mulheres fortes. Muito ligado à sacerdotisa
mesmo, à mulher que se dedica ao estudo, à religião, ao aprendizado, mas também
tem a ver com o recolhimento interior necessário para todo aquele que deseja
entender a sua sabedoria interior. A Sacerdotisa é a “Sofia”, o conhecimento  que se
manifesta no ser, quando o ser está absolutamente envolvido e, aqui tem o carácter
formal  [xxx ou até místico 37:40] Um momento de introspecção, a Sacerdotisa é o
papel social daquele sujeito, geralmente uma mulher, um Arcano feninino, tem a
virtude da paciência e introspecção. 

O Hierofante é diferente. Se a Sacerdotisa é oculta, se a Sacerdotisa é cura, a


Sacerdotisa é a vestal do templo , a grande Sacerdotisa que está na biblioteca do
templo estudando, é a freira na igreja católica, por exemplo. O Hierofante não, o
Hierofante, o Papa, alguns Hierofante aparecem como Papa, ele é não somente o
sujeito que possui esse conhecimento, e é geralmente é um conhecimento que é uma
tradição. Ele é o Papa, que em uma ordem iniciática ele é o mestre. Se formos pensar
em uma universidade, ele é o reitor.  Ele é o sujeito que tem o conhecimento, ele
possui o conhecimento, e é um conhecimento reconhecido, de maneira que ele
aconselha e, às vezes, dá ordens. Mas vejam não é uma ordem administrativa, é uma
ordem de comportamento. Ele é um sujeito como o capelão, por exemplo. Um sujeito
que tem uma autoridade espiritual psíquica. 

O Imperador é o contrário, ele tem autoridade moral. Ele é o chefe da empresa, é o


presidente de um país, é o governador de estado, é o prefeito, é o diretor
administrativo. É alguém que tem o poder  reconhecido, mas não um poder espiritual,
mas o poder de dar ordens. É um grande militar, um general, é alguém que te dar
ordens. É uma figura profundamente masculina e, a palavra-chave… Se no caso do
Hierofante a palavra-chave  é conselho, é estudo, é reconhecimento. A palavra-chave
do Imperador é: executor, ele executa . Ele pode muito bem deixar de seguir  as
ordens do Hierofantes. Vou dar um exemplo sem identificar tempo, espaço e nem
pessoas. Pode bem ser que um determinado líder de uma religião dê uma ordem para
um determinado presidente para que esses mantenha os seus templos abertos no
momento em que todos os demais estabelecimentos que aglomeram pessoas estão
fechados. Eis o poder do Hierofante e o Imperador, que está representado pelo
presidente, vai contra a ordem. Nós não nos prendemos a nem um e nem outro poder,
a autoridade espiritual e a autoridade material  possuem um par de equivalência, por
assim dizer.

Se a Sacerdotisa é uma mulher, uma moça em recolhimento, a vestal do templo, por


exemplo, a Imperatriz é uma mulher  que completa a sua trajetória como mulher. Ela é
mãe, está muito ligada ao arquétipo da mãe ou de uma mulher que sabe muito da
experiência feminina, do sagrado feminino, de como as coisas se desenvolvem , e ela
passa esse conhecimento. A Imperatriz, inclusive, é representada pela deusa Deméter
no tarot mitológico. Então, a Imperatriz acaba sendo um Arcano muito importante.
Quando ele surge, ele pode indicar a experiência de maternidade ou a experiência de
uma mulher, como se diz hoje, se tornar empoderada, uma mulher que tem um
domínio que vem a partir do ponto de vista feminino. Uma carta profundamente
feminina e de poder feminino, é o par Imperador. Mas alguém pode falar: “Poxa. Mas
no mundo os homens são quem mandam. Vivemos em uma sociedade patriarcal e aí,
eu pergunto. “Vai olhar a realeza britânica”  O lema da realeza britânica é “God save
the Queen”, ou seja, Deus salve a rainha. A figura de protagonismo é a rainha, o rei
meramente executa o que a rainha fala. Por exemplo, dentro de casa, muitas vezes  o
marido é um sujeito que vai para a rua, trabalha, faz coisas importantes, mas em casa
quem dá as cartas é a rainha, é a mãe, a mulher dele.  É a Imperatriz, o arquétipo da
Imperatriz.    

Por último, temos o arquétipo do Eremita. O Eremita, diferente do Papa e do Mago e,


sem dúvida, diferente do Louco, é alguém que possui muito conhecimento. Esse
conhecimento pode ser o conhecimento mundano, mas geralmente é o conhecimento
místico, e ele opta por se isolar, é o sujeito que está no recolhimento interior. Se
fossemos falar hoje, nos tempos de hoje, onde sofremos uma pandemia e somos
obrigados a nos recolher, muito de nós hoje estamos sobre aspectos do Arcano
Eremita. Então, queria dizer para você, que o Eremita é aquele que aprende no seu
recolhimento. Não é um recolhimento imposto por alguma necessidade sacerdotal,
iniciática ou mística, mas é uma vontade do sujeito de aprender a entrar em contato
consigo mesmo e adquirir sabedoria. Geralmente está isolado e as pessoas precisam
ir até ele, e nem sempre é fácil de achar. O Papa não, todo mundo sabe onde ele está,
tudo o que ele fala é divulgado, o Eremita não. Para os místicos, de uma perspectiva
mais mística, o Eremita é o Mestre interior, é aquela consciência interior, aquela voz
interior que te diz o que fazer e, às vezes, você nem estava pensando nisso. É o
Eremita, o Mestre dentro do sujeito. E alguém que ocupa esse papel social do Eremita,
é alguém que necessariamente é uma pessoa que está diante de uma posição social
que haja de forma recolhida e de acordo com as instruções do seu Mestre interior. Às
vezes um sujeito desse é um grande Mestre do conhecimento de alguma forma, mas é
alguém que optou por deixar isso quieto e muitas vezes ninguém percebe. Quantos
homens humildes nós passamos na rua, quantas mulheres passamos. Eles não estão
paramentados, não estão fazendo pregações. São pessoas altamente evoluídas e
sábias, possuem uma sabedoria que, às vezes, é muito maior do que a nossa, que
estudamos décadas para entender alguma coisa. Eu, particularmente, estudo Tarot há
30 anos, mas pode ser muito bem, como já tive a oportunidade de presenciar, pessoas
que não fizeram um décimo do estudo que eu tenho e aí, durante uma tiragem, o
sujeito me mostrava alguma coisa que eu não tinha visto, aprendi muito com pessoas
assim. 

Por último, vou falar dos Arcanos Maiores ligados a estados subjetivos, os estados do
sujeito. Aí, nessa primeira, vou dividir em duas essa palestra, pois tenho limite de
gravação, mas, assim, nessa história do homem, eu vou falar agora das experiências
mais marcantes no nível individual. Então são Arcanos Maiores ligados a estados
subjetivos do homem.

Temos o Arcano 14 Temperança, representado no tarot mitológico pela deusa Ísis, ela
tem uma relação simbólica com o signo Aquário porque estamos vendo uma figura
que derrama um líquido de um lado para o outro lentamente. A mensagem da
Temperança é que existe uma mudança que está no sujeito que todos somos
obrigados a passar, é o processo de amadurecimento. Você não se torna de criança
para adolescente ou de adolescente para adulto ou de adulto para idoso de uma vez
só. São processos cujo estado de consciência só se percebe ao final. Eu vou dar um
exemplo: eu só percebi que eu não era mais criança quando as pessoas começaram a
me chamar de senhor na rua sem me conhecer”. Alguma coisa aconteceu comigo, eu
já não era o menino Pablo, eu era o Pablo, o senhor Pablo. Às vezes, honestamente,
eu ainda tomo susto porque eu não dou valor para títulos, mas quando tenho a
oportunidade de ir para fora do país e fazer um evento acadêmico, as pessoas me
chamam de doutor primeiro e eu penso “Caramba! Por que estão me chamando de
doutor?” E aí, eu lembro “Ah, eles estão me chamando de doutor porque eu estudei
um tempão para terminar o doutorado” Percebam que o processo já passou, aquela
alquimia, que é ao mesmo tempo espiritual, física e psíquica, já se deu.  A carta da
Temperança também tem uma mensagem e a mensagem é: “As coisas vem no seu
tempo e não no nosso tempo” É ótimo para quem tem ansiedade meditar no Arcano
14 porque ele está te dizendo que, para usar uma expressão muito comum aos
cristãos, o que manda não é o tempo cronológico,  o tempo de cromos, mas o tempo
kairós ou o tempo de Deus ou tempo cósmico, por assim dizer.
Passando para a carta da Força. A Força é a carta que você é literalmente forçado a
frear seus instintos, senão terá consequências piores. E mais, a partir do momento em
que você refrear seus instintos você tem condições de frear seus instintos para atingir
algum objetivo. Por exemplo, você chega um dia no trabalho e no momento em que
você está prestes a sair, faltando 10, 15 minutos, seu chefe chega e diz: “Olha só,
você precisa acabar esse relatório aqui” e você percebe que terá que ficar mais umas
três horas trabalhando ali e você estava doido para ir embora para casa em uma
sexta-feira. Você tem duas opções: ou você dizer um palavrão para o seu chefe e até
agredi-lo, e aí tem aquele instinto em você de revidar, aquilo que aparentemente é um
abuso, ou você vai segurar e dar uma resposta educada para fugir da situação ou
mesmo vai segurar e fazer a tarefa. Eis a Força aparecendo aí.  Às vezes vem
alguém, você está no trânsito, e o sujeito te fecha. Naquele momento você tem
vontade de bater com o carro, de descer e brigar com o sujeito, mas você sabe que
tem consequências. Ou, às vezes, a Força significa uma privação que o sujeito se
impõe para atingir um objetivo maior. Falando diretamente para as moças, quantas
mulheres ao olharem a forma dos seus corpos não pensam “Pô, eu vou comer menos.
Preciso emagrecer, vou segurar a minha vontade de comer doce para chegar no verão
e ficar bonita” Não estou entrando no mérito do quanto isso é ou não relevante, cada
sujeito vai avaliar a relevância das suas ações, eu não posso analisar, mas é um
exemplo da Força. 

A carta dos Enamorados é uma carta que engana bastante.Quem vê essa carta
geralmente pensa: “Ah, meu deus. Que coisa romântica.Vou casar, vou arrumar um
namorado, uma namorada”, e não necessariamente.  A carta dos Enamorados está
indicando uma escolha e uma escolha com grandes consequências. Essa escolha que
é feita, o indivíduo antes de fazê-la, não tem noção da consequência que virá. Eu vou
dar mais um exemplo do tarot que eu mais gosto, que é o tarot mitológico.  Nela
vemos a história de Paris, um jovem que é chamado para escolher qual das três
deusas era mais bonita: Atena, Era ou Afrodite, e cada uma ofereceria a ele um dom.
Era, mulher de Zeus, diz a ele: “Se me escolher serás rei, terás o maior reino em toda
terra” Atena faz outra proposta, diz assim: “Se me escolher, eu te transformarei nos
maiores de todos os guerreiros e mais inteligentes de todos os estrategistas de todos
os tempos” . E vem Afrodite, que estava lidando com o rapaz à flor da pele os sentidos
e sentimentos, ela simplesmente faz cair as suas veste, mostra a sua beleza de deusa
e diz: “Se me escolheres, terás uma mulheres quase tão bela como eu” O príncipe
Páris escolheu Afrodite e, ao escolher Afrodite, começa a guerra de Tróia. Porque
Afrodite concede a ele a graça da Helena de Tróia, mulher de Menelau, se apaixonar
por Paris e Paris fugir de Tróia para roubar Atenas. Quem quiser saber mais, por favor,
leia Homero, mas percebam que quando Páris faz a escolha ele não tinha noção de
que essa escolha, motivada só pela sua vontade, iria trazer uma guerra. E é o que
acontece. Muitas vezes estamos diante de decisões que precisamos escolher qual é o
melhor da nossa vontade porque os desdobramentos são muito maiores do que
parecem

O Carro tem a ver com os momentos súbitos que nos atropelam ou em que nós
atropelamos os outros. São as notícias as mudanças rápidas de emprego, são as
mudanças súbitas de posição social, são as conquistas que o sujeito alcança. São
também, sem sombra de dúvida, alguma coisa que o sujeito esperava por um tempo e
o sujeito vence. Mas é uma vitória que tem um preço, não é uma vitória fácil não. O
Carro vem, se a gente olhar no tarot mitológico, ele é representado pelo deus da
guerra Ares, e ele está em uma carruagem com um cavalo preto e um cavalo branco,
sendo conduzido e cada um querendo correr para um lado e ele quer ir para frente. 
Então ele precisa de força para administrar esse fluxo da vida, o Carro tem a ver com
isso. Você está sendo levado por um fluxo mais rápido que você entende e você
precisa assumir as rédeas da própria vida. É um indivíduo que precisa encarar as
decisões, as responsabilidades pela a direção que toma na sua vida. Nunca é fácil. 

Se o Carro é uma carta muito ativa, o Enforcado é uma carta passiva. Aliás, o
Enforcado é uma tradição muito ruim que a maioria dos tarot brasileiros fazem. O certo
seria um homem pendurado porque  a carta tanto no tarot de Marseille como em
outros, ela é um sujeito de cabeça para baixo, os pés estão para cima e você está de
cabeça para baixo, é o mundo virando de ponta cabeça, é a realidade tirando a
possibilidade de ação. Geralmente são longos períodos de espera, que você é forçado
a sacrificar a sua vontade, é forçado a sacrificar aquilo que você gostaria de fazer
porque você simplesmente não consegue, o mundo decide por você. Vou dar um
exemplo pessoal sem entrar em detalhes, mas eu de 2017 até o comecinho de 2019
eu estive incapacitado por motivos de saúde. Tive um problema muito grave de saúde
que ainda repercute, mas eu fui obrigado a ficar mais ou menos um ano parado em
casa. É o Enforcado. Você quer andar, quer trabalhar, quer fazer as suas coisas e
você não pode, não consegue. No nível coletivo eu diria, sem sombra de dúvidas, que
tem muito a ver com o que estamos passando. Porque o Enforcado é isso, nós
estamos enforcados. Tem um evento lá fora que diz que se você sair, está arriscado a
morrer, então você tem que se reinventar. Você tem que aceitar esse evento cármico
que tira você do convívio social e é um estágio realmente de aflição em que o tempo
passa muito devagar. Se usarmos o tarot mitológico como metáfora vamos lembrar
que a carta do Enforcado é o Prometeu. Prometeu foi punido por dar o fogo aos
homens e aí como ele ficou? Ele ficou pendurado no rochedo de cabeça para baixo e
todo dia vinha uma águia e bicava o fígado dele e, como ele era imortal, ele ficava
sentindo aquela dor ao longo do tempo, da noite. Quando chegava no dia seguinte e
ele estava curado, vinha a águia e bicava ele de novo. Do que eu estou chamando
isso? É um estado de aflição e você tem a sensação de que isso nunca vai passar.
Mas as coisas passam  e essa é a mensagem do Enforcado. A Temperança te indica
isso, as coisas passam, não na velocidade que gostaríamos. E aí, você está em um
estado de consciência que a sua consciência temporal está quase suspensa dada a
necessidade e inatividade. O Enforcado pode significar, por exemplo, um sujeito que
entrou em coma. Ele não está morto, mas a vida dele também não está respondendo
porque ele não sai daquele estado de inércia, de inatividade, etc.  

Bom, o Diabo é assustador, né. Não há é que não tenha medo do Diabo. Eu brinco
que o Diabo não é tão feio quanto parece e eu não sou satanista e tão pouco suterino.
A mensagem da carta do Diabo tem a ver com os impulsos mais primitivos que o
sujeito possui e que eles vêm à tona sem o seu controle. Podem ser impulsos sexuais,
geralmente sexuais, podem ser impulsos de agressividade, impulsos de abuso de
poder, eles vêm à tona e o sujeito não consegue controlar. Nesse sentido, esses
impulsos quando acontecem, trazem ao sujeito uma série de implicações. Implicações
essas que são vergonhosas. Porque elas, inclusive, se  a gente olhar a sequência,
depois do Diabo vem a Torre. Depois do Diabo a casa cai. Então é uma carta que tem
a ver com os aqueles escândalos que você gostaria de ocultar sobre a farsa da
hipocrisia, mas você não consegue. Alguma coisa dentro de você faz aparecer ou
alguém descobre alguma coisa e você é obrigado a se confrontar não com o demônio
externo, mas sim com a sua sombra. Com aquilo que você é que você não queria que
nem você e as outras pessoas visse, mas isso aparece.  
E por último e não menos importante, a carta da Estrela.Se a carta do Diabo é a carta
da obscuridade, do não saber o que fazer, a carta da Estrela é a esperança. A carta da
Estrela vem logo depois da Torre e a mensagem é: “A casa caiu, mas eu estou vivo. A
casa caiu ontem, mas no dia de hoje eu tenho esperança”. A carta da Estrela é a
própria a própria estrela de esperança. É a Estrela que guiou os reis magos até o
Messias, que era a esperança de ser a Luz do mundo para os cristãos; tem a estrela
polar, que para os navegadores do norte; é o Cruzeiro do Sul para os navegadores do
sul; é o céu estrelado, que quando você está no local que você não conhece você
pode usar as estrelas para se orientar e saber em que direção está indo. É a que tem
a mensagem da Esperança.  

Então, encerrando essa primeira parte, conforme podemos verificar, a partir dos
significados dos Arcanos é possível identificar algumas experiências humanas que
estão lá no nível arquetípico, seja em nível coletivo, seja em nível individual. 

No próximo vídeo eu irei falar , irei tratar da questão relativa a esses estados de
consciência. Vou falar com uma ênfase maior nos Arcanos Menores, os Arcanos
Menores tem a ver com xxxx, mas também tem a ver com os quatro elementos
alquímicos: água, ar, terra e fogo e que, sem dúvida nenhuma, tem uma ligação com
psicológica, psíquica e física muito grande com os sujeitos, seja em nível individual ou
coletivo.

Espero que todos tenham gostado e para àqueles que são RosaCruz assim como eu,
desejo os meus melhores votos, paz profunda e até o próximo vídeo

Bloco 1_Pt.2  (Vídeo 2)  - Arcanos do Tarot e Estados de Consciência (2)


https://www.youtube.com/watch?v=E8bh35IhS9w

Muito bom dia. Estou aqui no meu atelier, na minha oficina ou no meu santo
sacristório, gentilmente cedido por pessoas que querem bem. Então, em primeiro
lugar, agradecer por me ajudarem com essa estrutura, que aparentemente é uma
estrutura pequena, uma estrutura modesta mas que ajuda a dar segmento ao que eu
venho tentando fazer. Que é nesses tempos difíceis representar um pouco de trabalho
sobre o tarot: "Arcanos do Tarot e Estados de Consciência). Essa é a segunda parte, o
segundo vídeo que vem complementar o primeiro que eu trabalhava basicamente uma
perspectiva exploratória correlacionando os Arcanos do tarot aos estados de
consciência com o foco maior para os Arcanos Maiores. E, conforme vimos nos último
vídeo, eles tem muito a ver com a história da vida do sujeito. Essa história do sujeito,
que se encarna em arquétipos com formas superiores que são transculturais,
transtemporais e que tanto no nível cósmico como no nível social e no nível individual,
vão ter uma influência prevalente sobre o sujeito. Então, os 22 Arcanos, que vão do
Arcano 1, o Mago até o 22, o Louco, que também pode ser chamado de Arcano zero. 
Mais detalhes vocês podem ver no meu vídeo anterior referente à essa primeira parte. 

Se no primeiro vídeo eu dei ênfase aos aspectos macro cósmicos, cármicos, coletivos
de um inconsciente coletivo mais ou menos influentes sobre as pessoas, sobre os
indivíduos, nesse segundo vídeo eu quero dar uma ênfase um pouco diferente. Eu
quero dar ênfase aos Arcanos Menores que são iguais as cartas de baralho, porém
eles tem muito mais a ver com a cotidianidade. Estou chamando de cotidianidade os
aspectos das nossas vidas que tem a ver com o dia a dia. Então eu quero retomar um
raciocínio que coloquei no vídeo anterior , ou seja, as 56 cartas da Corte, as 56 cartas
dos Arcanos Menores nos contam histórias, histórias que tem a ver com os Naipes e
com os elementos.  

Ao contrário da primeira palestra que eu coloquei, nesse segundo eu não vou colocar
slide, optei por falar mais diretamente e posteriormente sistematizar isso quando
venhamos a ter um curso  ou algo assim, projeto de quem está há muito tempo sem
sair e em uma situação de pandemia em que novas coisas podem ser feitas. 

Eu digo que se eu fosse usar um Arcano hoje que define o estado de espírito meu e
de muitas outras pessoas, eu usaria o Arcano 18, a Lua, que tem a ver com indecisão,
indefinição. Você tem uma intuição  ou intuições, lampejos de como as coisas serão,
mas não existe nada concreto, não posso afirmar nada sobre o próximo momento. 
Vamos esperar as coisas acontecerem, até que volte o sol a brilhar. Ontem vivi uma
palestra muito interessante lá na loja RosaCruz Niterói, uma palestra transmitida da
Zora Leusinéia,  psicóloga, e a palestra era Feat Luz E a palestra falava justamente
sobre esse brilho do sol após a noite escura. Estamos na noite escura. Hoje estamos
em maio, no dia 9 de maio, e não há nenhuma perspectiva no Brasil ainda de quando
esse mal irá se afastar. 

Saindo desse aspecto de contexto… Só fazendo um comentário, ganhei um presente


muito bonito de um amigo, que eu não vou revelar, é de uma ordem  templária e tem
quatro símbolos de ordens templárias. Peço que vocês pesquisem, eu particularmente
gosto muito do templarismo. Aqui  é a Cruz de Malta, a Cruz de Malta (mostrando a
camisa) Gratidão ao amigo que enviou o presente , espanta o frio e ao mesmo tempo
nos aquece o coração lembrar dos valores que antigamente eram  adotados por
algumas das ordens do templo.

Por que eu chamei a atenção para isso? Porque em várias tradições é comum
pensarmos que existem quatro elementos a saber:  água, ar, terra e fogo. O homem
seria um quinto elemento, a síntese desses quatro elementos e,  cada um desses
elementos, também no plano psíquico e também no plano arquetípico, projetam e
trazem para nós uma série de influências que estão ao mesmo tempo dentro e fora de
nós. 

Primeiro, elemento fogo. O elemento fogo é um elemento de transformação, um


elemento que aquece, mas que também pode queimar e destruir. O elemento fogo
está representado pelo Naipes de Paus. Então vamos guardar essas associações,
fogo e Paus, e desde o ponto de vista das ações do cotidiano ou desde o ponto de
vista ao que o elemento fogo representa para o dia a dia do sujeito, nós vamos ver que
o elemento fogo é representativo dos processos criativos e das ações. O elemento
fogo não é o elemento do planejamento, é o elemento da ação, é o momento de agir.
Quando você diz que alguém tem o elemento de fogo, que alguém é fogoso, tanto no
sentido sexual como no sentido criativo, você está dizendo que essa pessoa  é
colérica, é alguém que age antes de pensar. 
Muito bem, quero começar a contar a história do Naipes de fogo, o Naipes de Paus. O
Ás é o ínicio, é um projeto criativo, é o projeto que você tem uma ideia, mas ela ainda
não se concretizou, ela vai se concretizar lá na no Naipes de Ouros, onde falaremos 
da realização, competições e perdas.  Paus fala do processo criativo e da ação,
particularmente da ação. O Ás de Paus, no tarot mitológico, é representado por Zeus
no momento que ele está no Monte Olímpo e uma das mãos segura o globo e com a
outra segura um cajado. Não é atoa que muitos magista, muitos sujeitos ligados à
tradições esotéricas  usam cajados. Cajados são elementos do Naipes de fogo. Não
vou entrar nessa discussão, poderia ter mais um vídeo só para falar sobre os
elementos mágicos ou místicos, para quem preferir. Então, apesar de eu ter uma
determinada posição sobre o assunto, sou RosaCruz, mas neste momento eu não falo
em nome da Ordem, eu falo em meu nome mesmo.

Se o Ás é o ínicio, o Dois, quando estamos tomando como o exemplo o Naipes de


fogo, é quando você já fez alguma coisa, porém há uma parada, uma estagnação. É o
cozimento em fogo baixo de alguma coisa que precisa acontecer, fazendo uma
analogia com a cozinha. Se meu projeto é fazer um ovo cozinhando, o Dois de Paus é
o momento em que o ovo está na panela. 

O Três é a primeira concretização, a primeira vitória, uma pequena vitória dentro do


projeto, você passou da fase um. O Quatro em todos Naipes, e vejam, isso estou
dizendo para o Naipes de  Paus, ele tem analogia com o que acontece em todos os
Naipes. Porém eu vou detalhar no Naipe de Paus tanto o Ás até o Dez, como as
figuras  e aí, posteriormente, contando a história de cada Naipe, você vão poder
contextualizar por si mesmos  sem a necessidade de um curso, que posteriormente
virá.  Pretendo fazer um mini curso online, alguma coisa assim, uma série de lives,
turmas e etc e aí, a gente vai entender melhor isso. 

Então, se o Três é uma pequena vitória, o 4 é o momento de estabilização. Houve


uma pequena vitória, por exemplo, você conseguiu desenhar um projeto, etc, no 4
você está não na espera ativa, mas em uma espera passiva. Você está reunindo
recursos para ir ao nível a frente e já há um prenúncio de disputa, disputa em torno de
ideias, em torno de ideias e tudo mais. 

O Cinco é a própria disputa acontecendo, o Cinco  de Paus é você se preparando para


a disputa. Uma frase que resumiria o Cinco de Paus muito bem é: “Seris passo para
belo”, que um ditado romando ou seja, se você quer paz prepare-se para guerra. O
Seis de Paus é o momento de ir à luta, é o momento em que você vai à luta
literalmente. E é uma luta que você ainda não tem certeza se vai vencer ou não, mas
você precisa enfrentá-la. É o momento, por exemplo, se a gente fosse fazer uma
analogia com o mundo corporativo, com o mundo do trabalho, é um concurso público
em que você está se preparando para uma prova, uma apresentação, é a entrevista
de emprego, é o momento em que você está se preparando para o combate. E, se o
Seis  é a preparação para o combate, o Sete é o próprio combate. Todas as cartas e
de todos os Arcanos Menores, todos os Naipes vão ter analogias, o Sete é o
combate.  E, se o Sete é o combate, é o combate aberto. Se o Quatro valeria a
expressão “Seris passos para belo”, no Sete eu vou citar outra expressão latina: “Vini,
vici, victi” Se você for tudo  tranquilo, você chegou.“Vi, vim e venci”. Chegou e
eliminou. Mas o Sete está muito associado também ao stress da disputa, é o momento
da disputa de Dez projetos etc e, muitas vezes, projetos conflitantes. 
O Oito é a insatisfação, a quietude, a inquietude, inclusive que representa muitas
vezes uma mudança de lugar, uma viagem, uma necessidade do indivíduo sair física e
psiquicamente de uma determinada situação e avançar rumo ao novo.

O Nove já tem a ver com uma segunda realização. Depois dessa disputa, depois
dessa mudança, depois dessa trajetória de mudança de plano, o Nove é auspicioso.
Aliás, o Nove é um das cartas mais prudentes de todas as cartas que não são da
corte, as quais a gente vai falar mais adiante. O Nove ele é auspicioso. O nove fala
especificamente da culminância dessa luta que foi travada , É a culminância, o
momento crucial, é o momento que se você tiver a atenção e, a palavra chave é essa.
Se você tiver atenção, por mililitros você  vence alguma coisa ou perde alguma coisa.
Então, eu gostaria muito de destacar esse aspecto do Nove.

O Dez de Paus tem uma característica, ele é o final da trajetória. Ele é o final dessas
coisas do cotidiano que eu estou trazendo relativos a projetos, a ações etc. E o Dez é
uma carta que anuncia: “Eu consegui! E agora? Não tenho mais o que fazer” É o
sujeito que teve toda uma vida produtiva, se aposenta e depois não entende como ele
pode lidar com essa energia que era dirigida para o trabalho. O Dez é o escritor que
escreveu seu livro e pensa: “E agora, como que eu faço?” O Dez, se não bem
aproveitado nesse estado mental em que você se questiona sobre o caminho que
você tomou para realizar o seu projeto, o Dez, sem dúvida nenhuma, é um motivo para
entrar em depressão, e depressão profunda. Não é incomum em tiragens você vê o
Dez de Paus associados a casos de depressão profunda e tristeza. Mas o Dez encerra
o que foi começado lá no Ás, ou seja, se o Ás é uma abertura, o Dez é o fechamento
da ação. O Dez é ação que foi concluída pela vida, talvez não pela mente do sujeito,
mas ela foi concluída, os projetos acabaram. 

Falemos então das cartas da Corte. O Pajem de Paus é o mensageiro. Se as cartas


de Ás a Dez e os Arcanos Menores têm a ver com uma história de projeto, de luta e
etc para realização, as cartas da Corte têm a ver com pessoas. Então, os Pajens
geralmente são crianças ou jovens e, simboliza também, quando não estão falando de
pessoas, o que é raro, algumas características, por exemplo, a frivolidade. O Pajem de
Paus é uma ideia frívola, um projeto fugaz, que vem à sua cabeça tão rapidamente
quanto vai embora. E quando ela vai embora? Quando você considera a viabilidade
porque aí você não está trabalhando com a ação, você está trabalhando com
planejamento, que é da alçada do Naipe de Espadas. É uma chama, vamos pensar na
metáfora do fogo. O Pajem é uma chama, uma centelha, mas essa centelha pode ser
que ela não seja  disparada. Então é importante pensarmos que ela representa
também o mensageiro, a necessidade do transporte de algo de um lugar para outro e,
se fosse um Pajem de Espadas, eu diria: “Sim. É um jovem fofoqueiro" Mas o Pajem
de Paus, não. O Pajem de Paus é uma ideia que talvez não tenha sustentação ainda,
ela precisa amadurecer.

O Cavaleiro de Paus representa não só um jovem eu diria, passando pela maioridade,


está em idade economicamente ativa e buscando realizar projetos. Pode ser um jovem
empenhado com uma viagem para o exterior ou pode ser um jovem empenhado em
começar os seus estudos, talvez terminou a escolarização básica e está entrando no
ensino superior. É algo mais ou menos nesse nível. E, principalmente, o Pajem de
Paus é o símbolo da arrogância. É aquele momento  em que o ego não só predomina
como domina o sujeito e o sujeito se sente uma espécie de semi-deus. Quando surge
essa figura ele está dizendo isso: "Óh, olha só. Esse Cavaleiro de Paus é alguém que
acha que é um semideus" Vou usar um exemplo que gosto muito do Tarot mitológico
Juliet Sharman-Burke e Liz Greene , que é o seguinte. O Cavaleiro de Paus é o
Belerofonte, um cavaleiro que, em um dado momento, ele resolve que ele vai matar
Quimera e mata Quimera. Ele tem a ajuda de Atenas, então vai com Pêssego e mata
Quimera. Joga chumbo derretido no bicho que tinha três cabeças e então ele vem de
cima e joga, mata Quimera. Quando isso acontece ele se sente um semideus e mais 
que isso, ele se sente um deus. Ele acha que por esse feito heróico, ele tem direito de
ir até o Olimpo. Então, ele vem com Pêssego, vai tentando subir até o Olimpo. Quando
ele está no meio da ascensão Zeus se transforma em uma abelha, pica o traseiro do
Pêssego, ele cai lá de cima, morre e vai para o reino de Hades. O que aprendemos
com o Cavaleiro de Paus com esse exemplo? Os feitos são importantes, temos
vontade de realizar feitos heróicos, porém o orgulho precede a queda. Esse é o ditado
que está por de trás do Cavaleiro de Paus. É um jovem muito orgulhoso, arrogante,
não tem medida. Muito prodigioso, tem muita potencialidade, mas tem esse problema.

Se o Cavaleiro de Paus é assim, a Rainha de Paus é um signo interessante. Por quê?


Uma das possibilidades é o omento, lá do tarô mitológico, veja, uma das
possibilidades. Porque existem muitas possibilidades de usar exemplos dos vários
baralhos para falar dos Arcanos. A Rainha de Paus é a Penélope, mulher de Ulisses É
o que podemos dizer, sem dúvida nenhuma, o que tem a ver com o arquétipo
feminino, mas de uma mulher que tem projeto de vida. Penélope tinha um projeto de
vida como rainha, como mãe e como dona de casa. Uniciles, quem lê a Odisseia vai
ver, fica 40 anos fora e, nesse meio tempo, as pessoas tentam despojá-la, e o palácio
de Uniciles é cercado de homens tentando despojá-la. Como ela faz isso, para se
manter fiel a Unicycles, manter seus status de rainha e de dona de casa? Ela dizia o
seguinte: “Eu só vou começar a considerar as propostas dos pretendentes quando eu
puder terminar a mortalha que será do meu marido” E aí, durante o dia ela fazia e a
noite ela desfazia, ela fez isso por 40 anos. O que nós estamos vendo aqui? Um tipo
de inteligência criativa. Não é uma inteligência maquiavélica, não é uma inteligência de
uma mulher fria. É uma mulher que também é movida por sentimentos, não tanto
como a Rainha de Copa, que no outro vídeo nós vamos ver. Mas a Rainha de Paus
representa o arquétipo da mulher que tem um projeto de vida, vai levá-lo a cabo e tem
a força de vontade para realizar e a constância para tanto. Existem várias mulheres
assim, poderia citar muitas na história concreta da nossa humanidade, mas citarei uma
em especial  que me parece bastante relevante para tratar disso. Eu citaria o exemplo
muito bom daquela grande personalidade, a Indira Grande, que realizou um trabalho
humanitário maravilhoso e se devotou ao seu ideal, se devotou ao seu projeto não
obstante a nomes e posições sejam materiais, sejam políticas, etc. Aliás, é uma
Rainha de Copa normalmente ou via de regra, pode se  referir à mulher que vai até a
carreira política ou que vai até um espaço que normalmente seria masculino dentro de
uma sociedade. Talvez uma política, talvez uma advogada, talvez alguém que está
transitando em uma esfera teoricamente masculino, mas, com fidelidade aos seus
princípios, ela lida com isso e lida muito bem. Tomando como exemplo ao que eu me
referi, a Penélope era a Rainha, então ela estava ligada a administração, estava ligada
à uma tarefa masculina, que é de comandar

Quando falamos do Rei de Paus estamos falando do sujeito que não é propriamente
um sonhador, o sonhador é o Rei de Copas. O Rei de Paus é um sujeito criativo, não
uma criatividade no sentido das artes, pode até ser também, mas nem tanto. É alguém
criativo para soluções práticas, alguém que inova a partir de poucos recursos.  A figura
masculina se sente confortável porque fogo é um elemento masculino, no Rei de
Copas ele é a reencarnação, é o senhor do fogo, digamos assim.  Estamos falando de
alguém que, sem dúvida nenhuma, é alguém fogoso tanto no ponto de vista afetivo
sexual, mas também no ponto de vista das ideias e estamos falando de alguém que
coloca-se na frente como líder, como realizador. Às vezes não ganha nada, mas ele
está sempre com a ideia mais inovadora, está sempre com o carisma, que é o próprio
fogo, que faz ele brilhar e com o carisma ele lidera as pessoas. Então, o Rei de Paus é
o arquétipo de um líder. Às vezes lidera para o buraco, mas ele é o arquétipo do líder.
Quando ele  surge em uma leitura ele está falando disso, alguém com poder de
influência grande, mas não é uma pessoa que realiza uma ação racional. Vou usar
uma analogia, um personagem concreto, uma pessoa concreta, que no meu entender
exemplifica isso.  Se nós pensássemos no Rei de Espadas, que como já disse vai ser
objeto de um outro vídeo , nós vamos estar falando de alguém cuja mente analítica
racional, a frieza e o controle emocional são características principais. As
características de um líder de um Rei de Paus é um pouco parecida com a de um
técnico de futebol bastante conhecido, o Joel Santana.  O Joel Santana, em um dado
momento, para quem gosta de futebol, para acompanhar futebol, para quem não
acompanha, mas gosta, gostaria que vocês lessem um pouco a bibliografia do Joel
Santana, ele improvisava e inovava mesmo com recursos técnicos limitados. Ele fez
curso de aprimoramento dentro do futebol, ele  tinha uma  experiência concreta dentro
do futebol, e, num dado tempo, as suas estratégias funcionam muito bem, levou vários
times do Brasil a serem campeões. E foi até, e é aí que eu quero chegar ao ponto de
destaque, ele foi até para treinar a Seleção Sul Africana. Um brasileiro foi contratado
para treinar uma Seleção Sul-Africana sem domínio da língua inglesa. Se fosse um
Rei de Espadas teria recusado, diria: “Eu não vou, não sei falar inglês” ou “Eu vou,
mas só falo com interprete". A experiência não deu certo, mas o carisma dele era tão
grande, que eu um técnico que só havia tido projeção nacional e diria, uma projeção
maior ainda no estado do Rio, uma projeção local. Ele chega a ser notado  pelo seu
carisma e pelo como as equipes eram motivadas por uma seleção de um outro
continente. Agora, ele não tinha o conhecimento técnico para realizar. Para o que eu
quero chamar a atenção? Quero chamar a atenção que o Rei de Paus, muitas embora
seja viril, seja seguro, seja alguém com carisma, não necessariamente esse carisma é
o suficiente para levá-lo a concretizar os seus planos. Então, muitas vezes o Rei de
Paus faz o que está colocado na Bíblia. Às vezes, mas nem sempre, mas às vezes,
trata-se de cego guiando cego, ambos caem no barranco, mas caem felizes porque
juram que estão fazendo a melhor coisa do mundo. 

Essa é a história dos Naipes de Paus. Não pretendo me alongar com vídeos
gigantescos, portanto comecei a tratar dos Naipes e dos Arcanos Menores. Esse vídeo
foi o segundo da série e no próximo eu vou abordar o Naipe de Copas, que tem a ver
com sentimento, que tem a ver com o elemento Água e conta, na sua narrativa,
histórias do cotidiano que tem a ver com amores, ilusões, desilusões, perda, apegos e
tudo mais. Espero que tenham gostado, quem gostou, por favor, dê um like, para
ajudar a fortalecer não só o canal, mas os vídeos. Quem puder, divulgue, ficarei muito
feliz por fazê-lo. Eu sou Pablo Machado Bispo dos Santos, estudo Tarot há mais ou
menos 30 anos e fico muito feliz de partilhar esses conhecimentos. Quem quiser
maiores contatos meu e-mail é “psmbs2004@yahoo.com.br”, vou colocar na descrição
do vídeo. Muito obrigado, pessoal. Até a próxima. 

Bloco 1 (Vídeo 3) - Arcanos do Tarot e Estados de Consciência (3)

Arcanos do Tarot e Estados de Consciência (3)

Olá! Uma boa tarde a todos! Como vão? Quero, inicialmente, agradecer pela atenção, pela
audiência. Várias pessoas têm me pedido para fazer esse tipo de vídeo. Especialmente nesse
cenário de pandemia , de isolamento social, penso que pode ser importante compartilhar os
nossos conhecimentos que temos e, a forma que sei fazer é essa. Sou professor não só como
ocupação, mas como ofício e, tenho o interesse no estudo de artes esotéricas, em especial,
tarot, astrologia, cabala, cristaloterapia, o modo como, misticamente, podemos usar as
pedras. Esse canal vai apresentar, vez ou outra, conteúdo de caráter científico, porque eu
também me dedico à ciência, especialmente no que se diz respeito a ciências humanas e
sociais. Eu sou professor universitário, sou de uma universidade grande. Procurem por meu
nome no google, não vou ficar me identificando mais do que isso porque poderia parecer
presunção e não é meu objetivo. Quem quiser mais informações sobre a pessoa, olha lá no
google e acha tudo sobre Pablo Silva Machado Batista Bispo dos Santos. Então, esse é um
canal de bate papo, de apresentação de ideias, de reflexões.

Hoje estou com uma camisa diferente, ontem, quando gravei um vídeo referente ao Arcanos
Menores do tarot e que teremos mais três, contando com o de agora, porque eu pretendo
fazer um para cada Naipe, eu estava com uma camisa muito significativa. Era um presente
lembrando as Ordens Templárias e, agora, estou com uma camisa comemorativa “60 anos da
Ordem Rosacruz Niterói” Mas eu repito, reitero para que não haja equívocos, eu não falo
nesse momento em nome da Ordem Rosacruz, não tem nada a ver. Eu sou Rosacruz, admiro
a filosofia Rosacruz, sigo à muitas das recomendações da Ordem, mas, neste momento, esse
é um vídeo independente . Qualquer associação do que eu estou falando com a Ordem Rosa
Cruz, é uma associação não autorizada. Quer dizer, a pessoa pode até fazer a associação,
mas não parte de mim a iniciativa. Então, isso posto, eu quero deixar tudo bem claro.

Se formos considerar a sequência de vídeos sobre Arcanos do tarot, esse é o terceiro.


Convido a todos a me acompanharem vendo o canal, o canal vai ter periodicamente
atualizações, então ali então também vão haver meios de contato. Pretendo, mais adiante,
usar o canal como forma inclusive para que as pessoas venham conversar comigo. Às vezes,
busca de aconselhamento, busca de entendimento, e ali deixar contatos na descrição do
vídeo, que podem ajudar nesse processo.Muito bem. Estou aqui na estrutura emprestada,
que posso chamar de atelier e vamos em frente, vamos ao trabalho.

Bom, a primeira coisa que eu gostaria de fazer nesse momento é retomar um pouco do que
falei antes sobre Arcanos menores do tarot. E nisso que eu retomo, quero dizer o seguinte.
Os Arcanos Menores do tarot eles trazem, entre aspas, histórias do cotidiano. Vimos no
vídeo anterior história do cotidiano a partir do Naipe de Paus, que tem a ver com projetos,
com ações, com a dimensão criativa, com a libido, com tudo aquilo que tem a ver com a
liderança, carisma e proposta e ideias. O Naipe de Paus e o Naipe dos visionários, o Naipe de
quem constrói ideias, que cria ideias.

Agora vou falar de um vídeo totalmente diferente, nesse terceiro vídeo, na sequência, eu
vou falar do Naipe de Copas. E por que essa decisão? Porque penso que quando falamos de
elementos diferentes, o contraste nos ajuda a entender as coisas.
O Naipe de Copas é o Naipe de coração, essa é a primeira associação a se fazer. É um Naipe
feminino, é um Naipe que tem muito a ver com sentimentos. E não é que os homens não
tenham sentimentos, mas é que tradicionalmente e psicologicamente, o Naipe de Copas é
atribuído à mulher pela maneira como culturalmente e tradicionalmente as mulheres lidam
com os sentimentos. Fazendo, muita das vezes, a base da sua individuação, a base do seu
processo de transformação do individual que vai atuar no coletivo. Então, é muito mais
comum, na nosso cultura ocidental, as mulheres tendo uma expressão dos sentimentos e,
melhor ainda, compreendendo os seus sentimentos. É um Naipe feminino, um Naipe ligado
ao elemento água, que é um elemento mutável. Se você coloca água em uma garrafinha, ela
assume a forma da garrafinha. Se você está na natureza e se depara com a imensidão do
mar, você vai ver que ela tem um outro comportamento. Se você me perguntar se ambos
são água, eu vou dizer: Sim. São água em determinadas circunstâncias” E por que eu falo
isso? Porque nós temos que ter em mente que o Naipe de Copas aponta tanto para a água
potável, consumível, mas como ele aponta para a água profunda, sombria, pantanosa, a
água dos sentimentos que não controlamos e, em última instância, às águas do inconsciente.
Então, nem só de romance vive o Naipe de Copas, ainda que a história dele possa, sem
dúvida alguma, trazer elementos românticos, amorosos, efetivos e tudo mais.

De todo modo, o Naipe de Copas exemplificaria uma expressão bíblica, que é no


determinado momento da passagem da Bíblia onde Jesus diz: “Aonde estiver seu tesouro, ali
estará seu coração” E o Naipe de Copas tem a ver com tudo aquilo que importa
sentimentalmente para o sujeito”. Vamos falar um pouquinho, vamos fazer um sistema, o
mesmo método que eu adotei para termos esse mínimo nini módulo do Naipe de Copas, que
é falarmos primeiro das cartas que vão de Ás a 10 e, depois, as cartas da Corte.

O Naipe de Copas é um Naipe que tem a ver com sentimentos, o Ás de Copas é o início de
um sentimento, é a explosão do sentimento, é a paixão. É o momento da identificação e
identificação mais profunda do sujeito. É também o amor próprio. Tanto o Ás como o Pajem
de Copas, são momentos em que o indivíduo demonstra, muitas vezes, aspectos narcísicos.
Ou seja, o amor começa pelo amor próprio. Eu amo alguém porque eu amo a mim mesmo.
Eu amo alguma coisa porque eu amo a mim mesmo. E o Ás de Copas, indica o momento em
que o sujeito começa a sentir o desejo sexual, ele sente atração, ele sente vontade de estar
com outra pessoa. E, às vezes, isso nem está muito direcionado. É aquela história que ouvia
uma vez de alguém falando assim: “Olha, eu estou muito apaixonado, mas não sei por quem
ainda” O Ás de Copas é essa explosão de sentimentos, mas percebamos logo para deixar
bem claro, o Naipe de Copas pode até falar de amor, mas, se formos pensar nesse nível de
profundidade, temos que lembrar que o amor tem pelo menos três dimensões. E, eu, vou
falar as três dimensões dos gregos: Eros, que é o amor erótico, o amor entre duas pessoas
que tem desejo carnal uma pela outra; Filo, que é o amor que podemos traduzir muito mal e
porcamente como amizade, aquele desejo de estar perto, de fazer coisas juntos, de curtir a
companhia; e Ágape, que o amor pela humanidade, pelo universo, pelas coisas do sagrado.
Então, vamos com calma porque sempre que aparece uma carta de Copas, assim com a água
pode adotar a forma de vários recipientes,o Naipe de Copas pode ter várias significações no
campo dos sentimentos.
Bem, vamos para o 2 de Copas. Se Às é o momento que sente, o 2 é o momento em que você
está se dirigindo ao objeto do seu desejo, da sua vontade de ter perto o seu amor. No tarot
mitológico de Juliet Sharman-Burke e Liz Greene é no momento em que Eros se pica com sua
própria flecha, Eros é o cupido, o que equivalente ao cupido romano, e ele se apaixona por
Psique, que estava próxima. Então, ele mesmo se fere e ele mesmo se apaixona. Então, eu
diria que é o enamoramento, o 2 mostra que você está enamorado de alguma coisa. Você
pode estar encantado, por exemplo, por um livro, pode estar encantado por uma pessoa,
pode estar apaixonado por um sistema de ideias. Vai depender do contexto das demais
cartas mas, sem dúvida nenhuma, passado aquele momento inicial do Às, da explosão sem
direcionamento, aqui você tem uma direção. Você sabe de quem gosta, do que gosta e
porque gosta .

Passando para o 3 de Copas, vamos ver a concretização primeira dessa união. Os jovens hoje
tem uma expressão fabulosa para isso. Você é um ficante, você é um peguete, você alguém
que tem um lance. Ou seja, se estabelece uma primeira aproximação, mas essa aproximação
é frágil, ela não tem ainda uma substância, ela pode romper a qualquer momento. Se
estivermos falando de um outro contexto. Vamos pensar, por exemplo, no Naipe de Copas.
Surgiu um 2 de Copas em relação a comércios, a relações de contrato. Ora, você tem o
começo de uma tratativa, mas essa tratativa, não necessariamente vai redundar em um
negócio bem desfachado, muitas vezes não. Muitas vezes esse negócio é frágil, tem bases
frágeis, ele precisa ser melhor desenvolvido. Então, após a aproximação, a primeira
concretização, digamos assim, está representada no 3 de Copas.

Bem, se o 3 de Copas é isso, o 4 de Copas é dúvida. É o momento de dúvida. Vamos tomar


como exemplo a história fabulosa que está no tarot mitológico. O 4 de Copas é o momento
em que as irmãs, após Eros e Psique terem ficado juntos na primeira noite. E Eros impõe
uma condição à Psique, que em grego quer dizer alma, o que é extremamente significativo
para nós, ele impõe uma condição. Ele diz: “Olha, nós vamos nos deitar, nós vamos nos
casar, porém você jamais poderá ver meu rosto. E, por uma razão simples, ele era um deus.
Os mortais vendo o rosto de um deus poderiam, inclusive, morrer, poderiam ficar loucos. É o
que ocorre, inclusive com Zeus em um outro momento da mitologia grega. E as irmãs
começam a colocar ideias na cabeça de Psique “Será que ele não é um monstro? Será que ele
não está se passando por alguém, mas não é nada disso. Será que ele não está te enganando
e vem uma outra pessoa no seu leito” Isso é significativo para nós, pois quando você
estabelece uma primeira parceria, um primeiro contato ou um primeiro relacionamento, não
fica muito claro se, ao fazê-lo, você está diante de um trato bem consolidado. E aí, é o
momento de dúvida em todos os níveis. Seja sentimental se você começou um
relacionamento, seja profissional e, às vezes, até do ponto de vista místico. Às vezes temos
crenças, começamos uma relação com determinada crença ou forma de visão particular ou
filosófico religiosa e, o 4 é a dúvida. Eu não sei , eu começo a duvidar dos meus sentimentos,
é a própria insegurança.
Essa insegurança, seguindo a linha, vai para o 5. No 5, a insegurança é a causa do problema.
A insegurança é a causa da perda. O indivíduo que tem o 5 de Copas em uma leitura , ele é
alguém que duvidou dos sentimentos ou dos sentimentos alheios e aí, toma uma atitude de
retração ou uma atitude de fuga. Ele pode até tentar consertar as coisas, mas essa
insegurança, já causou transtorno . Saindo um pouco do clichê, que é a relação óbvia homem
e mulher ou a relação obvia de parceiros do mesmo sexo, a relação obvia entre pessoas que,
de alguma maneira, tem um relacionamento amoroso. Indo,por exemplo, para uma questão
relativa à finanças. A insegurança no parceiro comercial, a insegurança na empresa. A
insegurança no investimento pode pôr tudo a perder. Às vezes o sujeito não coloca dinheiro
quando precisa colocar em uma transação, ou às vezes, ele está tratando contigo e ao
mesmo tempo tratando com uma outra pessoa. Tem uma traição, tem uma quebra de
contrato ali. Porque quando a gente olha a carta, especialmente usando, podem ser usados
vários tarot, eu gosto muito do tarot mitológico. Quando você olha o tarot mitológico, o 5 é
a traição de Psquie. Por quê? Porque Psquie traí Eros por uma razão. Eros disse: “Nunca veja
o meu rosto” e ela vai justamente com uma lâmpada e coloca próximo ao rosto de Eros e
Eros percebe isso. Ao perceber isso, ele se afasta, voa, porque ele tinha asas, era um
semideus alado, e ele vai embora. E acabou-se

Muito bem! O 6 de Copas é uma carta de nostalgia. Vou começar do nível mais complexo
para o nível mais simples. A nostalgia, quando consciente é uma saudade de algo que nós
sabemos que já passou, está lá no passado, mas sabemos também que não vamos recuperar
mais. Quando ela é inconsciente,é um sentimento em que o sujeito carece de alguma coisa
que não sabe o que é, mas que não está mais ali. Pode ser uma saudade da infância, de um
tempo vivido, de um evento que você considerou bacana e te prendeu emocionalmente, ou
pode ser a saudade de alguém que já se foi,de uma pessoa que já esteve no seu ciclo de
relações, seja amigos, sejam namorados, seja marido e mulher e assim, em todas as
possibilidades. É a carta da nostalgia. Se formos nos remeter ao tarot mitológico, vamos ver
lá que Psque está nostalgia e sofre. A mensagem do 6 de Copas é: “Você por um passado
que não existe mais e não volta” O que quer que te cause o sofrimento, que você ainda está
apegado ao passado, não volta. É um pouco a carta daquele sujeito, seja homem ou mulher,
que tiverem um determinado amor em um dado momento, sentem saudade, mas sabem
que é irrecuperável. Por exemplo, alguém que enviuvou, ou alguém que teve uma ruptura
tamanha que não há nenhuma possibilidade de aproximação.

Pois bem, seguindo a sequência, a gente vamos ver no 7 justamente o contrário. Nós vamos
ver no 7 uma atitude de fé . E vocês vão me perguntar: “Fé ou crença?” E eu digo fé, por quê?
Qual é a diferença entre os dois? Se eu estiver falando de crença, eu diria que ela quer, ela
sente esse sentimento de nostalgia e ela crer ter boas chances de reconquistar esse objeto
do amor, esse passado distante e etc. Ela crê e já até consegue pensar no que fazer. Quando
eu digo fé, ela não vê nenhum elemento objetivo para isso e, dentro dela, reside uma
esperança que ela vai reconquistar isso. Isso é o 7 de Copas, a esperança de conquista ou
reconquista do objeto amado. Exemplificando, mais uma vez lançando mal da história
narrada da uliet Sharman-Burke e Liz Greene no tarot mitológico, é o momento que Psque se
ajoelha perante a afrodite, que era mãe de Eros, e se coloca como alguém arrependido e que
está disposto a fazer qualquer coisa para recuperar o seu amor. Essa qualquer coisa, a gente
vai ver mais adiante no 8 de Copas.
Se no 7 de Copas o indivíduo tinha fé, mas ele não tinha entrado em ação, no 8 de Copas nós
temos uma carta de profunda desilusão, profunda tristeza. O indivíduo está sofrendo pelo
passado, está sofrendo por algo que aconteceu e não deveria acontecer, está sofrendo por
alguém que ele gostava. Tem esperança de conseguir, mas ele está profundamente desolado
porque as coisas acontecem, e são lhe impostas muitas dificuldades. Vou pensar um
exemplo. Tive, certa vez uma consulente que me fez uma pergunta, jamais revelarei quem é
e como é, e a pergunta dizia respeito se o sujeito voltaria para ela do ponto de vista dela, e
me aparece um 8 de Copas na leitura . Esse 8 de Copas indica o seguinte: “Olha, perca as
esperanças” ou “Se você tem esperanças, faça tudo o que você puder, mas a solução não
está sob o seu controle” Essa é a mensagem do 8 de Copas. Se você está desiludido, se você
vê algo ruim, você sabe o que tem que fazer. Por exemplo, se você quer reconquistar
alguém, você tem que se aproximar. Se você perdeu uma posição no emprego numa
empresa por conta de uma briga, por causa de um desentendimento, você precisa voltar
atrás e pedir desculpa, mas você não sabe se isso vai resolver. Você precisa se retratar
publicamente se você cometeu uma infração, seja administrativa, seja até na esfera criminal
e você difamou alguém. Tá, você se retrata, mas essa pessoa vai te desculpar? Não sabemos.
E é justamente esse saber que é a mensagem. A mensagem do Rei de Copas é: “Ok! Você se
deu muito mal, você sabe o que fazer, mas você não tem a menor noção do resultado” No
caso, no que foi pedido para Psique e Afrodite dá como tarefa para que ela reconquiste o
filho é: “Ora, desce até o reino de Hades e busca o creme de beleza da rainha dos mortos —
ou seja Perséfone — e traz para mim” Todos sabiam, na mitologia grega, que quem
adentrasse o reino dos mortos, não sairia jamais” e ela consegue entrar e sair. Quem quiser,
eu sugiro que leia um livro introdutório, mas muito bom sobre mitologia grega, do Thomas
Bulfinch, chamada a “Era de ouro da mitologia” tem essas e outras histórias que nos ajuda
muito a entrar em contato com os arquétipos, a compreendê-los, a ver quais lições eles
trazem para nós. Aí você vão ver como é que ela dá um jeito e sai. Essa saída dela é retratada
no Nove de Copas. Psique saí do reino dos mortos, cumpre o trato e Eros a perdoa.

Percebam, se no três de Copas havia um enamoramento, mas algo frágil. No Nove de Copas
há uma repactuação. Há um relacionamento maduro se restabelecendo e as pessoas sabem
exatamente quem são e o que são. Eros percebe que está diante de Psique, que é uma
humana falível e que pode muito bem, entre aspas, dar outro vacilo. Por outro lado, Psique
se torna na cuidadosa por ter a consciência exata de que se tratava de um deus e não um
monstro, e que estava novamente em núpcias com ele. Entanto em processo de
enamoramento e novas núpcias. E, percebam, olhem que interessante, quando somos mais
imaturos e nem digo jovens porque tem gente que não é jovem e cai nessa. Mas quando
somos imaturos, a opinião do exterior conta muito para qualquer validamento de uma
relação? Pensemos nos adolescentes, por exemplo. Conheço casos, eu sendo professor,
conheço muitos casos de jovens, adolescentes, de pessoas que deixam de ter
relacionamento por causa de opinião de amigos ou amigas sobre o objeto do seu desejo, do
seu amor, isso é muito comum no três de Copas. No Nove de Copas não, a decisão é
consciente, os dois indivíduos estão conectados. Saindo dessa esfera amorosa, o Nove de
Copas, é a evolução, se formos falar por exemplo, de negócios, de trabalho, etc, o Nove de
Copas é uma relação mais madura com o trabalho, com a empresa. O Nove de Copas é uma
relação mais madura com esse cotidiano que se constrói, e tem a ver com a maneira com
que você se relaciona com seus superiores e seus subordinados no âmbito empresarial. É a
conquista do que alguns outros chamam hoje de inteligência emocional.

Chegamos à culminância e ao fim da história que é o Dez de Copas. O Dez narra um processo
de maturação emocional. Depois de todas essas experiências envolvidas, qualquer que seja
o contexto, mesmo quando ele está associado a cartas que se referem a eventos negativos, o
Dez de Copas é totalmente auspicioso porque ele está falando de maturidade emocional, de
maturação emocional. O indivíduo não é mais um imberbe, ele é alguém que está maduro
emocionalmente e pronto para então, a partir dessa maturação, ser alguém que vai em
direção a conquistas. Não é meramente o casamento, se formos pensar do ponto de vista
amoroso, é a construção de uma família, a construção de um legado. No ponto de vista das
relações sociais, é o estabelecimento de um círculo de relações sólido e durável com pessoas
que comungam de objetivos ao menos similares e é o autodomínio. O indivíduo no Dez de
Copas tem o autodomínio. Inclusive, daquilo que vai chamar de animus e animas, ou seja, as
partes femininas e masculinas da sua alma. Por exemplo, se formos trazer isso para o campo
da sexualidade, o Dez de Copas é sujeito que firmou a sua orientação sexual. Ele não tem
dúvidas se ele é homem, se ele é mulher, se ele é transgenero, se ele é assexuado,
bissexuado, se ele é travesti ou qualquer outra denominação novva que possa surgir para
nomear as escolhas do campo amoroso. Então, ele tem todos esses significados e encerra,
entre aspas, os elementos do cotidiano ligados ao Naipe de Copas.

Vamos às cartas da Corte. O Pajem de Copas é a criança, como as outras cartas da Corte que
são Pajem, ele é uma criança. Ele é narciso, ele tem uma dupla significação. Aliás, o Naipe de
Copas tem um monte de significações, até por causa do elemento água presente nele, mas
ele é narciso. O Pajem de Copas é o amor próprio ou, em uma interpretação mais literal,
dependendo do contexto, ele anuncia a chegada de uma criança. Se você tem em um jogo
um Ás de Copas e você tem um Pajem de Copas: “Parabéns, mamãe”. Não necessariamente,
pois trabalhamos com probabilidades e não com profecias. Mas a tendência é mesmo uma
gravidez, senão na pessoa, no objeto dirigido pelo consulente. O Pajem de Copas traz ou a
mensagem do amor próprio, surgindo da pessoa ou se exacerbando da pessoa, ou traz uma
mensagem muitas vezes de uma gravidez. Então, é uma das cartas cuja literalidade é maior.

Saindo do Pajem, o Cavaleiro de Copas é um jovem conquistador, é o Don Juan. O Don Juan
Demarco, Caça nova e outros como Zé bonitinho e outros conquistadores românticos.
Geralmente é um jovem que conquista muitas vezes ligado a um destaque que ele aprende a
ter de uma forma quase teatral. Aliás, o Cavaleiro de Copas dá a entender que você tem
alguém ligado às artes. Vamos pensar uma situação que ilustra isso. Tem uma festinha,
daquelas festinhas que os jovens costumam organizar na adolescência etc e chega lá o rapaz
que sabe tocar o violão. Olha isso, a festa do violão, nos anos 80 isso era comum, hoje nem
tanto. Mas ou ele sabe tocar algum instrumento musical ou sabe cantar muito bem e ele se
destaca entre as pessoas, mostra aquelas qualidades para as meninas e elas chegam a
suspirar por ele. Agora, o fato dele ser sedutor, não o torna um bom partido. Ele é o sedutor,
ele é o sujeito, vou usar a expressão mais chula que eu conheço, vem de um funk carioca, ele
é sedutor, mas ele está interessado em dar um pente e ralar. Ou seja, ele quer ter uma noite,
quer ter uma aventura, ele é completamente aventureiro. Mas ele não está fixado na ideia
de ter um relacionamento, tá. Se transpusermos isso para o campo do trabalho, para o
campo empresarial, o Cavaleiro de Copas é alguém que não é confiável, ele é o “leva e traz”,
por exemplo. Ele é alguém que está te mostrando uma cara, mas, na verdade, ele está
fazendo outra coisa. Ele não cumpre os acordos, não cumpre os prazos, entre aspas, ele é
vagabundo. Não é que ele seja vagabundo, é que ele está mais preocupado com o sentido
lúdico das coisas, ele não se dedica ao trabalho como devia. Ele está no mundo mais
sonhador, por exemplo, ele está no trabalho dele, mas pensando na namorada que ele vai
encontrar daqui a pouco. É alguém que não está em uma boa situação, se você confiar nesse
cara… É, por exemplo, o vendedor que chega em você e te vende um porcaria e você sai dali
apaixonado pelo que ele fez. Você não está apaixonado pelo produto, você está apaixonado
pelo que ele falou que o produto é. Essas são as características, geralmente um jovem, na
faixa de uns 17 aos 25 anos, antes dos 30 anos.

Muito bem, vamos para a Rainha de Copas. A Rainha de Copas é a Helena de Tróia no Tarot
mitológico. Ela criou uma guerra entre a Grécia e a Tróia. Uma mulher sedutora, mas
dificilmente alguém consegue entender o que ela está pensando e planejando, talvez nem
ela mesma. A Rainha de Copas é, sem dúvidas nenhuma, alguém que domina a arte da
sedução e da persuasão. E em qualquer âmbito profissional, afetivo, relações sociais. É uma
excelente relações públicas, por exemplo, é a pessoa que consegue captar e monopolizar as
atenções porque é extremamente sedutora. É quase uma Vênus, quase como uma Afrodite.
E por que quase como uma Afrodite? Lembrando lá do Tarot mitológico, a Rainha de Copas
era a Helena de Tróia, uma mulher que foi prometida ao príncipe Paris e que seria, de acordo
com as palavras da deusa Afrodite, quase tão bela como eu. E ela sabe disso, é consciente da
sua beleza, consciente do poder de fascínio que exerce sobre as demais pessoas e ela usa
esse poder conscientemente. Com boas ou más razões? Não sabemos porque as decisões
que ela toma são pautadas nas sensações e sentimentos e não na racionalidade. Ela não
planeja, ela não é uma mulher de planejamento, ela é uma mulher de impulsos. Não é como
a Rainha de Paus, que é fiel aos princípios. A Rainha de Copas é fiel ao que ela está sentindo,
ao que ela gostaria, sejam emoções, sejam sentimentos. Gostaria de convidar vocês a lerem
um livro e verem um filme que ilustra bem esse tipo de pessoa que é representada pela
Rainha de Copas. Vejam, por favor, “O amante de Lady Chatterley” e depois vejam se não
tem a ver com isso que eu estou trazendo sobre a Rainha de Copas.

O Rei de Copas, por outro lado, é um sonhador. Ao mesmo tempo, como Copas é um Naipe
ambíguo, ele é alguém que poderia muito bem ser um médico. Porque ele entende muito
bem as dores, especialmente as dores da alma. Poderia ser um psicólogo ou um psiquiatra,
alguém que conhece o sofrimento porque é extremamente sensível e, ao mesmo tempo, é
um sonhador, alguém devotado às artes, também é possível. Mas entenda, a presença de
um Rei de Copas tem a ver, por exemplo, se formos enquadrar no mundo profissional, com o
vendedor, com o cara do marketing. Um cara que é do marketing, faz o marketing e vende
bem. O cara do Naipe de Paus teve a ideia da criação e o sujeito do Rei de Copas vai vender
essa criação. Ele é sedutor como Cavaleiro de Copas porque ele já foi um, mas hoje ele tem
maturidade. Ele sabe usar muito bem esses dons e, mais ainda, com a sensibilidade feminina
aliada ao arquétipo masculino, eles têm os dons de controle tipicamente atribuídos ao
aspecto masculino , o animus da personalidade, como a capacidades de sedução inerentes à
mulher, ao aspecto do princípio feminino do Naipe de Copas.
Muito bem. Com isso nós encerramos essa breve exposição do Naipe de Copas, esse é o
terceiro vídeo. Na descrição coloco formas de contato, vou colocar meu e-mail e vou colocar
também meu número e, as pessoas podem, eventualmente me encontrar e tudo mais para o
caso de atendimento, trocar ideias e tudo relacionado a isso. Agradeço profundamente a
vocês por terem permanecido e visto esse vídeo. Muito obrigado! É um esforço que estou
fazendo, no sentido de trazer o melhor que posso para todos, espero que gostem.
Compartilhem, deem uma força ao canal e tragam para os demais aquilo que acharem
relevante nos estudos e esclarecimentos. Muito obrigado a todos! E que tenhamos, cada vez
mais, saúde, paz, prosperidade, felicidade nesse momento tão difícil que atravessamos.
Hoje, dia dez de maio de 2020, nós encerramos essa transmissão. Muito obrigado e até o
próximo vídeo, que trataremos do Naipe de Espadas, Naipe da racionalidade, do intelecto,
do planejamento. Até mais senhores, senhoras. Até a próxima!

Bloco 1  (Vídeo 2)  - Arcanos do Tarot e Estados de Consciência (4)


Arcanos do Tarot e Estados de Consciência (4)

Muito bem! Saudações a todos! Hoje, no dia 10 de maio de 2021, convencionalmente


chamado dia das mãe, parabéns a todas as mães que assistem a este vídeo. Gostaria
então de ressaltar que Arcos, os arquétipos, a intuição são qualidades
fundamentalmente femininas. Em algumas tradições, isso se potencializa quando a
mulher assume a figura de mãe. Eu vou citar um único exemplo que vem lá das
matrizes religiosas místicas afro-brasileiras, as mães de santo. Então, uma saudação
especial a todos que estão assistindo a este vídeo com uma dedicação e carinho
singular a todas as mães que assistem e aquelas que estão em via de se tornarem

Esse é o quarto vídeo da série de introdução ao tarot denominado “Arcanos do Tarot e


Estados de Consciência”, onde eu apresento uma perspectiva arcanológica. Para
quem não sabe ou não consultou o meu canal, por favor, façam. Todos os dias,
especialmente enquanto estivermos em contexto de isolamento social, vão haver
novidades. Não só relativas ao tarot, mas relativas a outras áreas do misticismo e
também no que diz respeito à ciência, por exemplo,  aguardem em breve uma série
que vem logo depois dessa primeira série de tarot, que eu vou dar dicas de pesquisa
de metodologia científica para aqueles que estão estudando, desenvolvendo seus
trabalhos, monografias, tcc, teses, dissertações. Eu vou dar umas dicas de alguém
que já tem estrada, de alguém que teve aí, no quantitativo eu andei somando, eu
orientei, mais ou menos,  umas 200, 400 pessoas. Sejam em EAD, sejam em
educação presencial, e eu vou tentar passar um pouco da experiência para vocês.
Então, conforme a proposta do canal, temos temas místicos, temas acadêmicos
propriamente ditos, mais técnicos e, temas filosóficos. 

Sem mais delongas, vamos falar do Naipe de Espadas do tarot. O Naipe de Espadas
tem uma correspondência muito forte com o elemento ar. E, o simbolismo do elemento
ar diz respeito ao intelecto, a racionalidade, ao planejamento, mas também aos
dramas pessoais, aos dramas interiores, aos flagelos da mente e da alma. Ele é um
Naipe que, algumas cartas, têm a peculiaridade de anunciar traumas psicológicos.
Elas têm a peculiaridade de apresentar ou traumas psicológicos ou rupturas bruscas
ou mesmo eventos que estão fora do controle do sujeito e o sujeito precisa muito,
muito mesmo adquirir esse auto controle para seguir adiante. Por exemplo, a morte de
alguém, a morte de alguém querido. Às vezes essa morte não necessariamente é
física, às vezes essa pessoa morre para nós porque fez alguma coisa horrível ou
porque não gostava de nós ou porque nos traiu, alguma coisa do tipo.

Então, vamos analisar a história do Naipe de Espadas. Lembrando que eu uso como
referência, poderia usar outras, mas eu uso geralmente como referência as cartas do
tarot mitológico por entender que elas são as que melhor filtram, entre aspas, os
arquétipos da cultura ocidenta, a partir da mitologia grega, e tornam possível entender
os dramas humanos. Afinal, de nada serviria ter um instrumento divinatório que não
trabalhasse com o humano, com aquilo que é humano, aquilo que, como diria
Nietzsche, é “ Ecce homo”, aquilo que é humano, demasiadamente humano.
Bom, vamos lá! O Ás de Espadas é a carta que tem a ver com o lampejo inicial. Pode
ser tanto uma ruptura com algo que já vinha acontecendo e você, de repente, tem uma
ideia em uma direção totalmente oposta, como ele é o índio do planejamento. Eu,
particularmente, trabalho bastante com planejamento, especialmente planejamento
educacional. E aí, tenho a dizer a vocês o seguinte, o planejamento inicia-se com uma
vontade, um problema que precisa ser resolvido. O Ás de Espadas é isso, você
descobre que você tem um problema e você descobre que você necessita resolvê-lo.
Ele é o corte fundamental, ele é o corte que dá tranquilidade de alguém que,
aparentemente, sabia tudo e alguém que precisa dar conta de uma situação na vida e
que vai exigir rapidez de raciocínio. O Ás de Espadas, para vocês terem uma ideia, no
tarot mitológico é representado, por exemplo, por Atena. É Palas Atena, mas não
Palas Atena como ela está na carta da justiça, que ela está lá sentada em seu palácio
com uma balança na mão direita e uma espada na mão esquerda. Não! Nós temos
Atena no seu aspecto deligoso, nós temos Atena como uma das senhoras da guerra.
Se fossemos pensar no panteão grego, Ares, não confundir com Áries. Algumas dessa
noite, estava eu lá vendo as redes sociais do facebook e vi em um grupo ligado à
astrologia uma pessoa dizer que Áries é o senhor deus da guerra e da justiça. Pelo
amor de Deus, não tem nada a ver com o signo de Áries, tá, é Ares, deus da guerra. O
Ares é o soldado, quem vai para a linha de frente, é quem está lá na carta do Carro.
Atena não, Atena é estrategista. Então, é um momento em que você começa a
delinear uma estratégia de ação porque surge um problema na sua vida em qualquer
âmbito. O Ás de Espadas está indicando isso: você tem um problema e você tem
inicialmente a semente para resolver esse problema, em nível de ideias.

Se o Ás é assim, o Dois é o momento em que você trava contato com o que você
precisava resolver. É a situação de tensão, é o conflito. Se tivéssemos fazendo uma
analogia, eu diria para vocês, que se estivéssemos falando da justiça, do processo
judicial, poderemos dizer, sem nenhuma sombra de dúvida, que o  Ás de Espadas é o
motivo que te leva a abrir um processo. Aí, você procurou lá o advogado, você foi lá
abrir o processo, você fez as iniciais do processo, você deu entrada no processo. O
Dois de Espadas é o litígio, é o litígio do processo. O Dois de Espadas é quando você
tem aquela tensão e, às vezes, entre dois opostos na sua mente e você precisa
decidir, tem duas ideias igualmente fortes e você precisa decidir. Seja em nível
amoroso, uma decisão como romper ou não um relacionamento ou as brigas dentro de
um relacionamento, também pode significar. Seja no nível mais concreto da vida
cotidiana, tomar uma decisão sobre entrar ou não em conflito com alguém no trabalho,
nas relações sociais etc, mas o conflito já está aí,a tensão já está aí. Ou puramente a
tensão advinda da sobrecarga de pensamentos. O Naipe de Espadas, por ser um
Naipe aéreo, ele tem muito a ver com a mente. Tem a ver com o ar que,
alquimicamente, simbolicamente, é o elemento do intelecto.  Então, o Dois é a própria
tensão intelectual, o Dois, para exemplificar, é uma situação na qual o indivíduo sai do
trabalho, mas o trabalho não sai dele. Só para dar um exemplo, poderia ser outro,
você teve uma conversa tensa com um familiar, um amigo, um namorado, um marido
etc, mas aquelas coisas não saem da sua cabeça, às vezes, você não consegue nem
dormir.  

E se o Dois é isso, o Três aponta para um desfecho, mas não é um bom desfecho,
não é, é um desfecho em que você sofre uma perda. O Três de Espadas é um carta,
dentre as cartas, talvez todas, tanto o Três quanto o Nove e o Dez de Espadas são
cartas que apresentam traumas. No caso do Três, é um trauma por causa de um fim,
um fim inesperado. É uma notícia ruim, é uma demissão, é o fim de um
relacionamento, mas que não foi provocado por você, mas sim por outra pessoa que
chega e fala: “Acabou! Não tem mais o que fazer” É toda e qualquer situação em que
acontece um fim e um fim em que você sente que algo morreu dentro de você. Quero
exemplificar isso. O Três de Espadas, diferente do Nove de Espadas, que teria um
simbolismo, mas ligado à saúde, a um adoecimento, algo assim.  O Três de Espadas é
representado no tarot mitológico pela morte de Agamemnon, rei da Lídia. Agamenon é
morto pela sua mulher Clitemnestra junto com seu amante. Essa morte traz
consequências muito grandes, tão grandes que vão levar, mais adiante, que se
desenrole  uma história da mitologia grega que vira parte integrante do teatro
grego,que é a maldição da casa de Atreu. Quem quiser, pesquise, não só no livro do
tarot mitológico de Juliet Sharman-Burke e Liz Greene, que vão fazer uma versão
resumida, mas em outros livros de mitologia. E vocês vão ver que não basta ter
morrido, o cadáver está em sepulto. Esse rei, mesmo depois de morto, ele consegue,
dado a sua repercussão, mobilizar um conflito que vai durando gerações, vai durando
uma geração adiante. Leiam. Vocês vão gostar e entender. E por que eu trouxe esse
exemplo? Porque o fato de terminar uma situação ruim, não termina o sofrimento, o
sofrimento continua. Então, Três de Espadas alerta para o seguinte: “Olha, você vai
passar por um trauma, esse trauma é terrível, mas se você não der um fim a atitude de
lamentação, você não consegue sequer, andar adiante.  Algumas pessoas, e a gente
pode indicar, por exemplo, pessoas que sofrem de estresse pós-traumático. Pode
indicar, sem dúvida nenhuma, uma análise psicológica. A situação já passou, mas
quando você vai até ela, mesmo que por segundos, ela rememora esse estresse pós-
traumático, ela rememora aqueles fatos.  

Passemos então. O Quatro de Espadas é a estagnação dos pensamentos, é o


bloqueio criativo. O escritor senta, o aluno senta para escrever uma tese de doutorado,
por exemplo, se prepara todo, toma um banho, coloca uma roupa bacana, abre o
computador e fica, assim, paradinho. Quem olha, pensa: “Ele está catatônico ou então
ele perdeu a capacidade de pensar”. Não, ele está bloqueado. Ao contrário do que
possa parecer, a quarta carta do Naipe de Espadas, indica forte atividade mental, mas
indica que ela não tem um fluxo direcionado. Então, como ela não flui, o indivíduo está
bloqueado, está parado ali, ele não vai conseguir avançar. Isso é terrível,
absolutamente terrível. No aspecto amoroso, pode se associar ao Quatro de Espadas,
a timidez. É aquele sujeito que gosta da pessoa, mas gosta tanto que não quer falar,
tem medo de ser rejeitado. E o medo paralisa, é uma paralisia de medo, eu diria logo
de início.  O medo de errar faz com que você não tente às coisas quando tem um
Quatro de Espadas. Evidentemente, isso tem que ser relativizado, tá. Tudo o que eu
estou dando aqui, eu estou dando um significado muito resumido das cartas porque
posteriormente em workshop, palestras, eventuais cursos, eu pretendo trabalhar no
sentido de ensinar como fazer essas tiragens. Porque não basta conhecer o
significado das cartas , você precisa saber o significa a partir das influências mútuas,
recíprocas das posições. O tarot, como toda arte divinatória, demanda um estudo
complexo. Às vezes, para estudar tarot, você precisa ler um livro de mitologia. Às
vezes para estudar tarot, você ler filosofia, você precisa entender  um pouco do que
pensaram autoridades do misticismo anteriores a você.
Sigamos então. Se o quatro tem a ver com essa estagnação mental, o Cinco é quando
o sujeito sai dessa estagnação. Mas ele não sai por si, é por forças das circunstâncias.
Vou usar um exemplo arquetípico contido da história lá do tarot mitológico.
Agamemnon havia morrido e Clitemnestra estava viva. Clitemnestra, mãe de Atreu e
de Electra, muito simultaneamente, é muito significativo isso. Apolo aparece lá para o
Atreu e dá-lhe uma missão e diz que ele precisa vingar o seu pai, que ele precisa
matar sua mãe. Poxa, não é fácil. Caramba, que coisa! Ele estava parado, ele estava
em um momento de bloqueio criativo, meio que sem saber o que fazer, mas ele estava
isolado do conflito. Estava fora, aparentemente fora do conflito, o conflito estava só
interno, agora ele é interno e externo. Quando aparece um Cinco de Espadas significa
o seguinte: “Olha, você vai sair dessa inércia, você precisa sair dessa inércia. Você
precisa fazer algumas coisas" Normalmente tem a ver com o indivíduo assumir
missões que estão para bem além dele, bem para além do que ele pode fazer, bem
para além daquilo que ele esperava poder fazer. Então, pensemos um pouco. Vamos
tomar nos níveis mais comuns cotidianos. Vamos pensar em uma situação em que  o
pai, ou um filho, ou uma mãe se desentendem e um deles fez algo muito grave em
relação ao outro. Para que seja conquistado, e eu não estou falando de sentimento,
mas estou falando da  convivência, da própria noção de família e tudo mais. Para que
isso seja conquistado é muito necessário que quem errou, vai lá e conserte e, às
vezes, você não sabe como. 

Se o Quatro de Espada apresenta um bloqueio,o Cinco te apresenta uma missão que


você não sabe exatamente como vai desenvolver. É no trabalho, quando você precisa
cumprir uma tarefa e não tem prazo. Alguém diz assim: “Olha, entrega esse relatório
para segunda-feira” e você “Mas hoje é domingo” e a pessoa: “É, mas você tem que
fazer” E você é obrigado a se mobilizar não só na ação, mas no pensamento. Você
tem que ter uma estratégia, se não tiver vai falhar.  E alguém te diz: “Você não pode
errar", é o que Apolo faz. Apolo diz: “Você precisa matar a sua mãe.Não importa como
você vai fazer isso” Difícil! É quando você está em um relacionamento amoroso, no
casamento, em um relacionamento sério e, você precisa às vezes, mesmo sem ter
culpa de alguma coisa , você precisa desenvolver uma estratégia para ir lá e realizar
uma missão difícil e salvar essa relação ou terminar essa relação. Às vezes é pior, às
vezes você precisa terminar uma relação, uma relação que não vai fazer bem nem a
você e nem quem se relacionava com o sujeito e você tem que terminar. Às vezes
você não quer terminar, você pensa: “A pessoa é legal, puxa!”, mas não está dando
certo. Se um mantiver, os dois vão para o buraco e você precisa fazer.

Muito bem! Esse são elementos atribuídos ao Cinco de Espadas. Percebam que são
elementos traumáticos, mas são traumas da mente. Se no Naipe de Copas o que
estão colocadas são  dificuldades de como eu vou me sentir ao fazer isso, no Naipe de
Espada a dificuldade principal é como eu vou me comportar diante dessa situação?
Como eu vou elaborar uma estratégia que me permita avançar nessa situação.

O Seis de Espadas. O Seis de Espadas têm alguns significados mais literais, e tem um
significado mais direto. Seis de Espadas é uma mudança. Aliás, os Seis representam
mudanças, é um momento de transição, em todos os Naipes. No caso do Seis de
Espadas nós temos uma mudança, e um momento de mudança que está colocado
muito também em função do que você precisa fazer. Se no Cinco você recebeu a
missão, no Seis você já está se preparando para ir até ela, você está se preparando
para resolver o problema. Você já tem uma estratégia em mente, já tem um norte, mas
você tem nenhuma garantia do resultado. Você está indo! Resultados literais, por
exemplo, você recebeu uma carta, a gente usa o linguajar antigo, recebeu uma
mensagem com uma notícia que é importante referente a um problema que você já
tem, é você a ser o mensageiro dessa notícia. Imagine o caso, vou contar uma
experiência pessoal que eu passei, obviamente sem identificar nomes e nem lugares.
Perdi um amigo, eu perdi um amigo e eu e mais duas pessoas sabemos da perda
desse amigo, mas nos dividimos porque ele morreu em situações muito complicadas.
Alguém precisava ir fazer os trâmites para o funeral, a  família estava muito longe, em
outro lugar,  outro precisava ir até a funerária, outro estava pegando atestado de óbito,
outro estava indo para a funerária. E para quem sobrou a missão de dar a notícia para
família? Sobrou para mim, eu precisava dar a notícia para a família. E eu pensava:
“Como que eu vou fazer isso? Como que eu vou arranjar tato? Como que eu vou me
dirigir a essa família? Olha, fulano morreu.Vem para cá!”  Então é mais ou menos
assim. Tem notícias? Tem, mas é uma notícia que vai demandar de você um
raciocínio e um esforço do intelecto poderoso o bastante para que você consiga lidar
com ela. Não é de qualquer jeito que você lida com essa notícia, seja você recebendo
ou entregando. Assim como não de qualquer forma que você muda essa estratégia no
sentido de praticar de forma precisa a missão que te é demandada, que, aliás,
geralmente é uma missão que ninguém te pergunta se você quer fazer. É uma missão
que te é atribuída e aí, você tem que cumprir. Missão dada é missão cumprida, já dizia
alguns militares.  

O Sete de Espadas é uma carta  extremamente interessante. Como os demais Setes,


se nós pensarmos, por exemplo, o Sete de Copas, o Sete de Copas é uma mensagem
de fé. Se nós pensarmos no Sete de Paus é um conflito aberto, o sujeito já está
brigando, mas ele não tem certeza se vai vencer. É uma guerra desigual no Sete de
Paus. No Sete de Espadas o que está em jogo é a sutileza mental, ele tanto alerta
para as pessoas que estão agindo às escondidas do consulente, quanto ele alerta
para a necessidade do consulente possui de agir de forma mais sorrateira, de agir de
forma disfarçada, de usar tato. Não é o momento de você se mostrar, de você mostrar
o que você pode fazer ou quer fazer. É o momento de você executar o seu plano, mas
da forma mais disfarçada possível ou pelo menos adiantar esse plano. Você tem que
trabalhar nas sombras ou alguém trabalha nas sombras contra você. Está planejando,
está organizando, está conspirando. E, por que eu falo isso? Se eu usar analogia com
o tarot mitológico, eu vou ver que o momento que Orestes — da maldição da casa de
Atreu, e me perdoa quem chamou Orestes de Atreu, mas não é Atreu é Orestes — 
Orestes se prepara circundando os muros do palácio, que era Agamemnon e hoje é de
Clitemnestra, com um manto preto, a noite, na sombra, esperando a oportunidade de
entrar para matar a mãe. Percebam a dificuldade, ele está indo matar a mãe. E olha
isso, ele precisa ser sutil, ele precisa ser alguém que, de alguma maneira, consiga
fazer isso sem que os guardas, as pessoas , o próprio amante da mãe chegue a
descobrir. O que a gente deduz daí? O Sete de Espadas tem uma mensagem, que é a
mensagem da sutileza. É o momento em que o intelecto está planejando estratégias,
mas é uma estratégia que não é aparente para a maioria das pessoas. É uma
estratégia feita sobre medida para aquilo que se deseja ser sutil e obviamente chegar
até seu objetivo sendo sutil. Ou seja, ele não vai simplesmente entrar com a tropa no
palácio e matar a mãe. Ele está indo para lá disfarçado e, imaginem o estado
emocional do sujeito de ter que cumprir uma missão desse tipo. Poderia dar vários
exemplos, digamos que você  esteja no trabalho, esteja em uma reunião no trabalho e
apenas algumas pessoas podem participar porque há um projeto sendo desenvolvido
e esse projeto não está na fase da divulgação. Ali precisa ter sutileza, ainda mais
depois que você sai da reunião  . Você não pode sair da reunião e começar a
comentar com os amigos: “Opa! Estou fazendo um negócio assim, fazendo um
negócio assim, vou fazer não sei o que” Se você fizer isso, não acontece o projeto.
Vou dar um exemplo mais leve, imagine o seguinte. O rapaz foi e teve um Três de
Copas, para linkar com o que falei no vídeo , teve um relacionamento fortuito, para
falar com os antigos, teve um lance para falar com alguém de hoje. E, se ele quiser
que aquilo se repita, se ele quiser prolongar, especialmente se tivermos falando de
pessoas que têm algum compromisso umas com as outras, às vezes, alguém está
comprometido. Ele não pode sair contando para os amigos: “Ah, fiquei fulano, fiquei
com fulana etc” Ele não pode sair dando uma de Cavaleiro de Copas, de: “Ah,  eu sou
Don Juan porque fiquei com fulana x, y e z” ou virce e versa. O sujeito precisa de
absoluta discrição se ele quiser concretizar o plano.  

O Oito de Copas, por sua vez, é a famosa situação em que, o pessoal que pratica
bilhar, vai chamar de sinuca de bico. E por que sinuca de bico? A sinuca de bico é
uma situação em que qualquer movimento que você fizer pode te deixar muito mal e,
você não tem como deixar de jogar, está na sua vez.  Trazendo para o arquétipo que
dá origem a essa ilustração, para a história que tem a ver com isso, vou falar mais
uma vez da história da maldição da casa de Atreu, em que Orestes está pronto para
matar a mãe. Quando ele já passou pelo palácio, já entrou, está chegando,  o que
aparece diante dele? As erínias ou Fúrias, que eram divindades do submundo,
divindades femininas que atormentavam as pessoas, e que para as quais o pior crime
que poderia haver era o matricídio, era matar a mãe. E aí, Apolo já tinha ameaçado:
“Se você não matar sua mãe, você vai se ver comigo. Vou te deixar maluco, vou te
enlouquecer”, Apolo diz isso. E as erínias dizem: “Se matardes vossa mãe, vosso
sofrimento transpassará essa vida e mesmo no reino de Hade o atormentaremos de
modo que vossa loucura será eterna” Que situação, senhores e senhoras! Situação
difícil, por quê? Qualquer dos dois caminhos que ele tomar, e ele não pode se abster
de tomar decisão, ele necessariamente vai ter um grave prejuízo pessoal. Fica até
difícil pensar nos exemplos, mas do ponto de vista do cotidiano, são situações que
você antever que qualquer decisão que você tomar vai trazer prejuízos graves. Uma
delas pode até ser um pouco melhor, como a gente vai ver mais adiante em um
exemplo, mas ela tem um desfecho terrível de sofrimento. Vou dar um exemplo
dramático. O sujeito ganha muito mal em uma empresa e ele percebe que não é
valorizado. E, ele vislumbra uma possibilidade de trabalhar como autônomo, mas ele
precisa de capital de giro e não sabe se vai ter. Então ou ele continua sendo explorado
na empresa ou ele se arrisca sem capital de giro nenhum em um cenário econômico
como esse do Brasil, com pandemia e tudo. Tá ruim de decidir, né? Vamos piorar um
pouco? O sujeito tem que optar por um casamento falido por: ficar em casa, manter-se
no relacionamento e manter a aparente tranquilidade familiar ou terminar o casamento.
Só que se terminar o casamento a mulher diz:” Ok! Os filhos vão ficar comigo, você
não vai ver” Situação difícil, né?  Várias situações desse tipo são ilustradas pelo Oito
de Espadas. Mas percebam  o principal, há uma tensão e o indivíduo precisa e
qualquer decisão é ruim. Ele não tem elementos para pensar em uma decisão que
seja uma decisão que vai lhe agradar, todas elas vão trazer um ônus. Ele que precisa
perceber através de uma inteligência aguda, a partir de uma racionalização muito forte
qual ônus de cada decisão e decidir sabendo que ele tem que escolher o mal menor. 

Nesse sentido, dando sequência a Orestes por ser homem, se identificando com um
princípio masculino e a honra, que era atribuída a essa sociedade grega, lá de uma
época prévia a uma era cristã, ele opta por seguir o que Apolo diz e mata a mãe. Já
sofre por matar a mãe, mas não é só isso. Ao fazê-lo, e aí já estamos entrando no
Nove de Espadas, ele é atormentado pelas Fúrias. As Fúrias dão tormento noite e dias
com a culpa, com o remorso, com sofrimentos mentais, mas que chegam a ser físicos.
As Fúrias não eram corpóreas, não tinham, por exemplo, o poder de enfiar uma
espada no sujeito, mas atormentava com sonhos, com pesadelos, com visões, com
presságios, com culpa, ressentimento, remorso. E o que isso tem a ver conosco? A
carta do Nove de Espadas te mostra uma situação que, devido às anteriores decisões
e ações que você tomou, o remorso, a culpa e uma série de consequências que vem
de ações suas do passado, às vezes, traumas de infância, às vezes traumas de
situações difíceis vividas na vida adulta, elas vêm e te atormenta, mas elas não estão
mais ali. O Nove de Espadas é tipo um adoecimento, adoecimento mesmo. O sujeito,
dependendo do contexto em que aconteça a tiragem, o Nove de Espadas está falando
o seguinte: O cara vai ficar doente” Pode ser uma depressão, pode ser uma crise de
pânico. Uma crise de pânico é um exemplo cabal no Nove de Espadas. Você está com
medo de uma coisa que não está ali, você nem sabe o que é. É o remorso de alguma
coisa que foi feita e é uma carta terrível. E, inclusive, atrapalha , no ponto de vista do
julgamento, a você tomar decisões. As Fúrias  não estão ali corporalmente. Orestes
poderia muito bem, se ele tivesse suficiente autocontrole, ignorar a presença desse
sofrimento físico ou lidar com esse sofrimento físico e continuar a sua vida, mas ele
não consegue. Ele entra em um estado de quase morte. Então o Nove de Espada é
uma carta funesta, bastante funesta,

E o Dez? O Dez de Espada anuncia uma ruptura, ele anuncia um final trágico. Orestes
está quase morto.  Às vezes, um Dez de Espadas significa uma morte. Dependendo,
tanto um Três de Espadas como um Dez de Espadas podem significar uma morte se o
contexto for saúde. Mas ele indica, de um certo modo, um fim do sofrimento.
Trabalhando no plano mental, alguma coisa lhe afligia, alguma coisa lhe trazia
remorso, alguma coisa trazia para você até a dificuldade de pensar e, o Dez de
Espadas, apesar de indicar um término difícil, o Dez de Espadas está te dizendo o
seguinte: “Acabou! Isso acabou!”  Lá na carta desse tarot que eu estou citando , nós
vamos ver Atena intervindo e colocando um freio à ação das Fúrias. Atena, a deus da
justiça, interpreta que ele já sofreu bastante e que pode parar por ali. Sim, mas ele não
está vendo isso, ele ainda está delirando com um sofrimento que já aconteceu. Então
o Dez de Espadas indica um fim abrupto de uma situação-problema, uma situação que
atormentou o sujeito, mas que terminou. O que falta? O sujeito tomar consciência da
realidade e vê que ele não está naquela situação anterior que gerou culpa, remorso e
tudo relativo a isso, certo?

Cartas da Corte do Naipe de Espadas, vamos começar com o Pajem, que é Zéfiro.
Zéfiro, vento oeste, de acordo com os gregos. Bom, vamos pensar primeiro na
analogia com o elemento ar. Zéfiro é uma criança, mas uma criança extremamente
poderosa, é um vento extremamente poderoso. Quando ele soprava, ele saia
espalhando tudo pelo caminho. Como uma analogia nós podemos entender que se
trata de um jovem e um jovem extremamente fofoqueiro. Ou alguém que não tão
jovem assim, alguém que não é menor de idade, mas que adota essa atitude. Ele é o
fofoqueiro, ele é o sujeito que espalha mentiras. Ele é o sujeito que gera conflitos entre
as pessoas, ele vai lá e fala uma coisa para um, diz o contrário para o outro. Fomenta
a briga e se diverte com isso, ele tem um prazer mórbido nisso. E Pajem de Espada
aparecendo vai indicar quase que literalmente que o indivíduo é alvo de fofocas, sejam
as que ele mesmo produz, que podem ser um problema em qualquer âmbito.  Imagine,
por exemplo, uma situação-problema aqui, vou dar dois exemplos só. Uma situação-
problema que o indivíduo é vítima, o indivíduo começa um relacionamento lá etc, tô
começando a sair com as pessoas e aí vem um amigo, uma amiga da pessoa com
quem o indivíduo se relaciona e diz assim: “Ah, eu vi fulano com outra pessoa, não sei
aonde” E aí, dependendo como foi isso tem um efeito devastador, o relacionamento,
às vezes acaba. Só que é mentira, o cara nem saiu de casa, às vezes. No trabalho
isso é mais comum do que se pensa. Eu, particularmente, quero situar um lugar de
trabalho em que isso é constante. Eu sou professor, então eu posso falar e não vou
processar a mim mesmo e nem tão pouco vou expor a intimidade dos outros. Mas um
lugar que isso ocorre muito? Sala de professores. Seja em escolas e, um pouco mais
raramente, em faculdades e universidades. Na sala de professores muitas vezes nós
temos, lembrando que nem sempre, toda generalização é indevida, existem casos em
que isso não acontece, quero deixar isso bem claro. Mas tem casos que é o local
perfeito em que as fofocas acontecem ao invés das atividades pedagógicas. É a fulana
dizendo: “Ah, você sabe que a sicrana está saindo com o marido da professora tal” ;
“Sabia que o marido de não sei quem deu em cima da diretora?” “Você sabia? Você
sabia? Você sabia?” E cria-se um clima tal…. “Ah, fulana ela quer destruir o projeto da
outra”; "Fulano não gosta de não sei quem” e etc. Às vezes, confundem-se as
instâncias, confundem-se um clube social com uma sala dos professores, confundem-
se uma reunião familiar com uma sala de professores. E aí, ninguém entende depois
porque a escola é um campo de guerra. É simples! Ali se manifestou o Zéfiro e Zéfiro
pegou e fez lá a fofoca, plantou a sementinha do mal na cabeça de cada um e entrou
no conflito.

Ok! O Cavaleiro de Espadas representa literalmente um jovem. Se formos olhar o


simbolismo por parte da mitologia grega e que influencia o tarot mitológico, vamos ver
o Cavaleiro de Espadas como o arquétipo do guerreiro. Mas não é um guerreiro como
Belerofonte, que se achou o todo poderoso e quis matar Quimera. Não! Ele tem a ver
com os irmãos gêmeos Castros e  Pólux e que iam com armadura para guerra. Eles
acompanharam Hércules e Jasão em sua expedição em busca do velocino de ouro,
eram extremamente estratégicos e igualmente valentes. O que é isso?  O Cavaleiro de
Espadas representa um jovem que é belicoso, mas ao mesmo tempo controlado. Ou
seja, ele pode ser extremamente violento, desde que seja provocado, como ele
representa o dinamismo mental de alguém que acaba de planejar algo, planeja a sua
estratégia e vai para guerra, ou, às vezes, ele está planejando a guerra dos outros.
Olha que interessante! Planejando a guerra dos outros ou executando o planejamento
da guerra dos outros. Vou dar um exemplo, pensemos em um gerente de empresa. E
esse gerente tem que tomar uma decisão, está acontecendo alguma coisa, por
exemplo, ele descobre que houve um desfalque e ele sabe quem deu o desfalque e
tem como comprovar isso. Se ele age como o Cavaleiro de Espadas, ele
imediatamente identifica, faz a prova e vai denunciar, ele vai buscar o conflito. Mas
diferente do Pajem de Espadas que vai provocar conflitos por intenções malévolas, ele
vai trazer o conflito de maneira a levar os indivíduos que estão em conflito a
restabelecer a justiça. Então o Cavaleiro de Espadas também tem a ver com o senso
de justiça, tem a ver com pensamento estratégico, senso de justiça e com controle do
time da ação. Ele só age, aquela expressão popular, “ele só vai na boa”. Se ele for
entrar em conforto, ele terá, pelo menos, uma boa probabilidade de vitória. 

Vamos para um outro e último aspecto do Cavaleiro de Espadas. Enquanto o


Cavaleiro de Copas é o cavaleiro romântico, o Cavaleiro de Espadas aparenta ser frio,
e ele não deixa transparecer as suas emoções ou se esforça para isso. E, por não
aparecer as emoções, muitas vezes, ele acaba meio que afastando as pessoas, ele
esconde o jogo. Normalmente são jovens instroverdidos ou em um momento de
introversão da pessoa, mas quem está de fora não sabe que aquela introversão é
justamente que ele está planejando alguma coisa na sua vida. Exemplo clássico
falando de jovens , jovem eu considero até os 30 anos, depois disso, meu querido,
você pode ter 70 anos, mas você não é jovem, você é maduro. Só para deixar claro. O
Cavaleiro de Espadas é aquele jovem que se tiver que entrar no relacionamento
amoroso, ele vai escolher bem, não vai escolher com o coração não. Vai escolher
quem é compatível com ele, quem é que pode, no relacionamento, oferecer tanto
quanto dar. Isso em todos os níveis. Pode ver se alguém que realmente, a pessoa que
vai se relacionar com ele,  goste dele. São uma série de elementos que o Cavaleiro de
Copas não está nem aí, que não está nem um pouco interessado, ele está querendo
viver a aventura. O Cavaleiro de Espadas não, se ele tiver que se ligar a alguém, vai
se ligar a alguém compatível a ele. É um negócio que, às vezes, o cara passa um
longo tempo sozinho, é muito comum, sendo um sujeito solitário. 

Beleza, vou para a Rainha de Espadas. A Rainha de Espadas é quase uma Atena e
por que eu digo quase uma Atena? Porque ela é protegida por Atena. A Rainha de
Espadas é uma semideusa protegida por Atena, mas era uma filha de Zeus chamada
Atalanta, isso no tarot mitológico. E ela propõe um desafio, chega o pai dela e diz:
“Você está em idade de se casar” e ela propõe um desafio e vai dizer o seguinte:
“Olha, eu me caso com aquele que me vencer em uma corrida” Só tinha um problema,
ela era a melhor a corredora do mundo depois de Hermes,  ninguém a vencia. Até que
um sujeito, que era bastante feio e manco, consegue de Afrodite, porque essa moça, a
Atalanta, num dado momento desafia e diz que nem Afrodite  conseguiria fazer com
que ela se casasse. Ela vai, desafia o guerreiro e Afrodite dá a esse guerreiro feio,
manco e de idade avançada três maçãs de ouro e diz assim: ‘Olha, ela vai começar a
correr e quando ela começar a correr, você joga as maçãs de ouro para trás de você,
ela vai voltar para pegar e você vai avançando. Quando você vê que ele está sumindo
lá no horizonte, você pega, chama o nome dela e joga a maçã de ouro lá pra trás.
Você vai conseguir vencer a luta e vai se casar com ela”. Não deu outra, Atalanta
perdeu a corrida para um sujeito coxo, muito mais velho, muito mais fraco e que
sequer era atleta. O que eu estou chamando atenção? Do ponto de vista literal, a
Rainha de Espadas é alguém fria, alguém aparentemente fria por colocar expectativas
elevadas demais sobre as pessoas. Para ela, o rei que a acompanharia não seria um
homem, seria um deus ou um semideus. Só tem um problema gente: não existe na
terra nem deus e nem semideus. E, via de regra, as pessoas terminam sozinhas
porque idealizam tanto. É o tipo de mulher que pensa assim: “Eu só vou casar com
alguém que tenha a beleza do Brad Pitt e a inteligência do Stephen Hawking”, que
desenvolveu a teoria das cordas, na física. Querida, você não vai casar, paciência, a
vida não é assim. Não vai casar. E por que eu chamo atenção para isso? A Rainha de
Espadas é o arquétipo da mulher absolutamente devotado ao seu trabalho e à sua
atividade física. Tanto que ela se esquece e se apega, às vezes, a uma dimensão
emocional e por ser muito inteligente, ela tem boas justificativas para isso. É aquele
clichê, que muitas mulheres vão usar: “Estou focada na carreira, não quero saber de
ninguém”. Às vezes pode ser verdade, mas às vezes pode ser uma bela mentira
contada para si mesma, e ela acredita nisso. Mas não tem só esse significado. A
Rainha de Espadas, quando ela aparece no jogo, lança uma pergunta para a pessoa:
"Será que você não está esperando demais, será que suas expectativas não estão no
plano, que não tem absolutamente nada a ver com aquilo que você deseja fazer?” É
uma boa pergunta, né. É uma boa pergunta! “Será que você não está esperando
demais de pessoas que não tem a lhe oferecer?" É uma ótima pergunta. E
principalmente e mais importante do que isso, a Rainha de Espadas te alerta para a
racionalização excessiva, ou seja, “será que eu estou deixando de usar meu coração
na hora de fazer as escolhas?” Não sabemos, não sabemos. Portanto, é
extremamente importante que essa reflexão seja feita se sair uma Rainha de Espadas
no jogo.

O Rei de Espadas é o Agamenon que eu falei lá no começo, um dos melhores


estrategistas da Grécia e um homem de planejamento. Quando ele surge em uma
consulta, ele é um homem de planejamento e ele está falando da qualidade que te
permite planejar estratégias. Ele foi o responsável por, inclusive, barrar a peripécia na
guerra do Peloponeso. Procurem estudar e vejam como que ele fez isso. O número de
navios que os gregos possuíam era muito menor  e, pela estratégia de guerra, permite
que eles vençam as peripécias. Agamenon, quando aparece, diz respeito a um homem
cuja racionalidade é feita para calcular riscos e probabilidades. Pode ser  um operador do
mercado financeiro, pode ser um advogado,  pode ser um médico que lida com minúcias,
como um neurocirurgião ou, por exemplo, um geneticista, ou outras profissões em que o
raciocínio estratégico e minucioso são que está mais destacado . O Rei de Espadas é
assim, é um bom conselheiro geralmente. É um bom conselheiro, um sujeito bom para
julgar. Em um nível pessoal, quando ele surge, ele está dizendo o seguinte: “Você
precisa, você consulente, está em uma situação que das duas umas: ou você tem um
inimigo extremamente poderoso que ainda não atacou porque está medindo as suas
forças e sabendo como que ele vai te atacar para te arrasar de uma vez só ou que
você precisa ser estratégico o bastante para conhecer seus pontos fortes e fracos e
calcular riscos antes de entrar em conflito . Ou seja, em nível amoroso, imagine uma
situação: você tem alguém que possui um rival e aí, antes de se declarar, de tentar um
relacionamento, ele precisa saber se ele tem ou não condições de enfrentar esse rival.
Ele precisa calcular a probabilidade, ele começa a analisar a situação. É um sujeito
que vai para uma estratégia de negócios, vai tentar um concurso público. Se ele vai
tentar um concurso, por exemplo, ele vai pensar: “Poxa, minha formação é qual? É em
Direito? Se for, beleza, vou tentar uma área jurídica. Mas e se a minha formação for
em Química, será que um concurso na área jurídica é melhor para mim? Talvez não” E
ele calcula a probabilidade e age de acordo com esse cálculo, é o planejador. Ele não
é o homem da linha de frente, você não vê Agamenon entrando nos conflitos e
brigando. Mas você veria, sem dúvida nenhuma, como o sujeito que está por trás de
todo sistema  defensivo e ofensivo do exército que ganhou  Fazendo paralelo com
personagens da história que podem nos ajudar a descrever esse tipo de psicológico
que está lá no Rei de Espadas: Cardeal Richelieu. Na época da França absolutista ,
ele não era rei, era cardeal . Mas era ele que comandava porque todas as estratégias,
todos os atos que o rei tomava, ele se aconselhava com o Cardeal Richelieu. Cardeal
Richelieu.  Era quem conhecia toda política estratégica militar e estratégica econômica
da corte francesa. Era o homem forte da França, era como se fosse o rei sem coroa.
Quem governava era um rei só, que estava lá na frente, mas Richelieu era o
background dele, era o conselheiro, que definia as campanhas.

Muito bem, depois dessa delonga, o Naipe de Espadas é difícil mesmo.  Eu quero
deixar minha saudações a todos e dizer que para mim é uma felicidade, nesse cenário
de pandemia, de isolamento social, poder contribuir um pouco para ampliar os
conhecimentos e também instigar debates e, às vezes, até aprender uns com os
outros que vejam esses vídeos e possam me dar retorno. Então, eu quero agradecer
pela oportunidade. Espero que estejam todos bem e seguiremos no próximo vídeo, na
sequência que encerra essa primeira análise dos Arcanos do tarot, os estados de
consciência e etc, no qual vamos tratar do Naipe de Ouros. O pessoal pensa logo em
dinheiro, e tem a ver com isso, mas não é só isso. Muito bem, pessoal, até a próxima! 
Que estejam todos bem e em breve estaremos todos juntos. Até! 

Bloco 1 (Vídeo 1) - Arcanos do Tarot e Estados de Consciência (5)

https://www.youtube.com/watch?v=LLHQuQFQoD8

Muito bem! Sejam muito bem-vindos ao canal. Hoje eu preferi trabalhar um pouco mais
enquanto o povo lá fora sem saber discernir faz uma social sem distanciamento social, se
diverte com uma festa, provavelmente a festa do coronavírus, pois muitas pessoas estão
aglomeradas cantando e dançando, que bonito, né. Nem parece que temos mais de 150 mil
mortes, mais de 150 mil casos no Brasil, isso de acordo com as estimativas oficiais. Hoje, dez
de maio, estamos no meio de uma pandemia que assola o mundo. E isso me fez, inclusive,
trazer para aqueles que se interessam pelo assunto, a finalização do que é uma introdução
básica do tarot e que trago a relação entre os Arcanos e os Estados de Consciência . Esse é o
quinto e último vídeo em que eu vou trazer aqui para nós um estudo sobre os Arcanos
Menores, encerrando os Arcanos Menores com o Naipe de Ouros.

Vamos lá! O Ás de Ouro é o início, a concretização de alguma coisa. É mais do que uma bela
ideia como Às de Espadas, é mais do que o sentimento de inquietude, da vontade de ter algo
como um Ás de Copas e, muito menos, o planejamento sendo iniciado. Se no Às de Espadas
nós temos um lampejo de ideias, uma delimitação daquilo que queremos ser ou fazer, com o
Ás de Ouros nós temos a concretização. É o capital inicial de uma empresa, é o momento em
que o indivíduo conquista o primeiro emprego. É o momento em que o indivíduo, que nesse
Naipe, que é um Naipe de Terra, tem a ver com o elemento Terra, ele é um Naipe das
concretizações pessoais. É um Naipe, por excelência, das materialidades e da concretude.
Seja dos sonhos, seja dos pesadelos. Seja das vontades, seja daquilo que nós queremos, mas
concretizamos quando nos auto-sabotamos. É um Naipe que tem a ver com prosperidade e
pelúcia, riqueza e pobreza, mas também tem a ver com patrimônio e legado. Nesse sentido,
quero falar do Ás de Ouros, que é uma carta auspiciosa na medida em que ela fala que é um
bom começo. Ele pode surgir com um lampejo de sorte, uma lampejo de sorte, um ganho
inesperado, às vezes, um ganho inesperado do jogo, é comum você ter essa associação. O
fato é que é um ganho, um dinheiro, o capital inicial de uma empresa, o primeiro emprego, a
primeira experiência em que o indivíduo tem o recurso para começa-lo. Mas vejam, ter o
recurso, ter o capital inicial não significa que você vai ser um empresário bem sucedido, por
exemplo. Arrumar o primeiro emprego não significa que você vai ter uma carreira brilhante.
Concluir um determinado curso, o ensino médio, por exemplo, não significa necessariamente
que você vai ser um bom profissional, mas é um bom começo. E é exatamente essa a
mensagem, o Ás de Ouro é um bom começo.Como temos aí a Edna do tarot mitológico, que
estou trazendo como base para essa primeira introdução, o Ás de Ouro é Poseidon, que era
o deus da Terra. Tudo que havia de mar, tudo que havia de terra, estava sobre o seu
domínio. E ele aparece como sendo o representante do Ás de Ouros, é o início. O Ás é como
aquela moeda da sorte que de quem lê as revistas do Tio Patinhas, ela não era a riqueza,
mas ela trazia a riqueza. Ela tinha ali a potencialidade da riqueza e ela indica ali que o
indivíduo tem a possibilidade de obter a prosperidade, mas esse é só o início da história.

Se o Ás é o potencial, vou usar as palavras de Aristóteles, o As é a potência, ou seja, “aquilo


que está latente pode acontecer”. O Dois é o ato: “Ok, meu querido. Você conseguiu seu
emprego lá no Ás de Ouros?! Beleza. Agora está faltando uma coisinha” E o que é essa
coisinha? Você tem que trabalhar. O Dois de Ouros indica trabalho duro, no Naipe de Ouros
no tarot mitológico, ele conta a história de Dédalo, que foi quem construiu o labirinto que
prendia o minotauro, e ele era tido como o sujeito mais engenhoso de toda a Grécia. Dédalo
tem uma característica bastante significativa para nós nesse sentido, bastante significativa
para nós. Dédalo era laborioso, era engenhoso, mas não se furtava às tarefas repetitivas. O
Dois de Ouros mostra o início do trabalho, é Dédalo na oficina começando o seu trabalho
como artífice, como artesão, carpinteiro, construtor, ele era um pouco de tudo. O que essa
carta simboliza? Significa um período de trabalho duro. Você já obteve a sua proposição
profissional, que bom. Porque é hora de trabalhar, agora é hora de colocar a mão na massa.
Essa é a mensagem do Dois de Ouros e, principalmente, o Dois de Ouros tem também um
outro significado. Você não atingiu ainda a prosperidade, a prosperidade é mais adiante e
por que? Porque especialmente em uma sociedade capitalista você trabalha primeiro e
depois você ganha. Você trabalha primeiro e depois você consegue o resultado do seu
trabalho. É assim que as coisas funcionam. Quem quer já tenha trabalhado na vida sabe que
funciona assim. Darei um exemplo, não tem a ver com dinheiro, mas tem tudo a ver com o
que a gente está fazendo aqui. Antes de fazer cada uma dessas lives, antes desses vídeos
trazerem algum resultado, trazerem algo, seja de bom para mim, seja para as pessoas que
me assistem, houve um trabalho, está havendo um trabalho nesse momento. Não só um
trabalho de gravação, mas um trabalho de preparação prévia do que vai ser gravado. Porque
eu não posso chegar aqui e dizer qualquer coisa sobre tarot e está tudo bem. E é isso que eu
quero dizer, a carta do Dois de Ouros representa o trabalho duro e árduo no qual o sujeito
tem, às vezes, até a percepção e a sensação que ele está vai esgotá-lo e que ele não vai ver
rendimento. Você trabalha, trabalha, trabalha, mas o fim do mês ou o início do mês, se você
for funcionário público, ainda vai demorar.

Bom, o Três de Ouros é justamente o momento que vem as primeiras recompensas desse
trajeto, que vai do Ás até o Três,eu diria. É o momento em que você começa a ter
reconhecimento pelo trabalho. Perceba! É dinheiro chegando? Pode até significar, mas eu
diria que ele está mais ligado à construção de um estilo pessoal de trabalho, a pessoas
passam a reconhecer por aquela atividade. E quando falo de trabalho, eu não falo só de
trabalho remunerado não, eu falo do papel social que você desempenha. Essa carta pode
muito bem ser colocada no contexto familiar. É quando o pai ou uma mãe é reconhecido
como sendo pai e mãe que desempenham bem a sua função. É o empregado ou empresário
que passa a ter reconhecimento pela quantidade e o esforço do seu trabalho. Vamos
lembrar que a gente está falando de Dédalo, que é extremamente engenhoso e laborioso.
Então, o Três anuncia dinheiro? Possivelmente. Mas ele anuncia estabilidade, é a primeira
recompensa por um trabalho já feito.

Se o Três é a recompensa, o Quatro de Ouros é a estabilização, é a rotina. É uma carta que


traz um alerta que poucas pessoas vão atentar para ele: “A rotina por mais maçante que
possa ser, ela indica que você entrou em um fluxo, que é o fluxo do mundo do trabalho, do
mundo do desenvolvimento das suas metas pessoais.E que muitas vezes é repetitivo, muitas
vezes ele é até maçante” Existe um adágio RosaCruz chamado: “Amas o que fazes” e não o
contrário “Fazes o que ama”, mas sim “Amas o que fazes” Ora, o que a gente pode extrair
desse dito? Não estou trazendo nenhum conhecimento oculto da Ordem, mas é mais ou
menos esotérico, aberto ao público.

“Amas o que fazes” é justamente a mensagem que está no Quatro de Ouro. Se você ama o
que faz, você suporta, inclusive a rotina. Você transforma essa rotina, algumas vezes em
alguma coisa e vai fazer, não obstante dificuldades possam ter havido no trabalho, essa
rotina faz falta quando você é afastado dela. Que o digam os professores que estão em
isolamento social, que o digam as pessoas que estão em isolamento social nesse momento
de pandemia no mundo e que dependem do trabalho e da rotina. Às vezes, o cara sente mais
falta da rotina de trabalho do que do que ganhava, pois ganhava pouco. Vou dar um
exemplo, eu sou professor. No Brasil, sabidamente mesmo na carreira federal, os
professores ocupam uma posição economicamente falando bem pequena, uma posição das
menores das carreiras do serviço público federal. Mas, ainda sim, estou afastado há bastante
tempo da sala de aula e sinto saudade da rotina. Por quê? Porque eu aprendi a amar o que
eu faço. Nesse sentido, “Amas o que fazes” é uma mensagem de que se você não trabalha
com o devido afinco, você vai acabar em algum momento tendo problemas e problemas
bastante significativos. Os quais vão aparecer lá no Cinco de Ouros.

O Cinco de Ouros nós vemos a oficina de Dédalos fechada, nós vemos Dédalos saindo
maltrapilho da carta do Cinco de Ouros tendo perdido tudo. É uma experiência, é um Arcano
Menor, que nos traz uma experiência que muita gente ao menos já ouviu falar: a perda
financeira. É a perda do negócio, é a perda do emprego, é a perda da capacidade de
trabalhar. Pode representar uma doença física, que te incapacita, que te impede de voltar ao
trabalho. É uma demissão, um pedido de demissão e depois você não sabe o que vai fazer
para trabalhar. É uma experiência realmente de reveses, de dificuldade financeira e coisas
nessa ordem. O Cinco de Ouros traz essa mensagem, mas ele traz essa mensagem e ao
mesmo tempo você pode até perder status, você pode perder prestígio e dinheiro. Mas você
não perdeu suas habilidades que foram adquiridas duramente lá nessa jornada, que foi do
Ás até o Quatro. Então, o Cinco é uma procura. Ele te mostra a perda, mas ele te dá uma
mensagem de buscar novas oportunidades. Eu estou focando bastante no trabalho, na vida
laboral porque o Naipe de Ouros tem muito a ver, para não dizer que tem tudo a ver, tem
muita coisa a ver com a vida laboral. Ele até pode ter a ver com o corpo. O Cinco de Ouros
pode representar uma doença, mas o foco mesmo é na cotidianidade, é na vida profissional.

O Seis de Ouros mostra a nova oportunidade surgindo. Dédalos trabalhava por conta própria
e recebeu a oportunidade de trabalhar para o rei Minos . Minos não é um nome estranho,
né. Por quê? Porque o minotauro surge na corte do rei Minos. E por quê minotauro? Porque
ele é resultado da união monstruosa entre Zeus, disfarçado de touro, e a mulher de Minos. A
gente vai chegar lá. A gente vai chegar mais adiante nisso, mas o Seis, representa, no Naipe
de Ouros, assim como nos outros Naipes, o ponto de virada. Vou fazer uma comparação que
ajuda a gente a entender isso um pouco. Pensemos o seguinte, se lá no Dois de Ouros nós
temos o primeiro emprego, no Seis de Ouros, nós temos , por exemplo, a possibilidade de
uma promoção profissional ou de uma nova atividade promissora . Um emprego melhor,
uma empresa maior, uma função melhor. Essa é a promessa do Seis de Ouros. É interessante
porque é uma promessa, mas para haver uma promessa, os dois lados precisam cumprir.
Você não tem a certeza de que você está garantido, de que você vai progredir em termos
materiais, mas ela está colocada diante de você e as suas ações vão ser determinantes para
isso. Está nas suas mãos se você vai continuar galgando carreira ou se você vai perder a sua
carreira.

Ok! Lembra que eu falei do rei Mimos, lembra que eu falei do minotauro? A chave está aí no
Sete de Ouros, é uma experiência, de um Naipe que se refere a uma experiência na qual você
recebe uma possibilidade de ganho muito maior do que a você estaria habituado e esta
oportunidade de ganho, normalmente, é um convite duvidoso. Alguém te faz uma proposta
bastante duvidosa para você trabalhar. O problema está aí, a armadilha está aí e é tentador.
Mas se você aceitar, você está fora. É o sujeito que te oferece X de uma porcentagem para
você não ver o desfalque da firma, é o indivíduo que te promete alguma coisa fraudulenta
para trair a confiança dos seus superiores e o sujeito aceita. É qualquer situação que envolve
risco e, às vezes, envolve grandes ganhos. Mas há um risco tão grande que o sujeito não
consegue nem mensurar, acha que é menor. E por que eu estou falando isso? Se fomos olhar
o tarot mitológico, se fomos olhar a história do Sete de Ouros, que nos ajuda a pensar nisso.
Nós temos a esposa do rei Minos de Creta, a rainha de Creta, ela faz uma proposta
literalmente indecente lá dentro. Ela havia se apaixonado por Zeus que havia adotado a
forma de um touro branco e ela pede para que Dédalos a escondesse do marido, mas
recebendo bem por isso, faça uma espécie de vaca, uma vaquinha tão perfeita que o touro
se sentiria confortável em cruzar com uma mulher e não com uma vaca. Ela não sabia que
era Zeus, rei dos deuses. E ela faz isso e o touro vai e copula com ela, tem relações com ela e
era Zeus, e nasce uma monstruosidade. Quando nasce essa monstruosidade, o rei Minos
aprisiona por não ter certeza de como ele conseguiu ter aquele filho, mas ele ver como filho,
ele aprisiona aquele monstro que tinha a parte de touro, ou seja, ele era forte como touro,
ele tinha cabeça de touro e corpo de homem e come carne humana, dentro de um labirinto.
Então o rei Minos vai lá e faz uma coisa, ele manda Dédalos construir um labirinto, porém
manda que Dédalo fique lá juntamente com seu filho no labirinto que era no alto de uma
montanha, ele não poderia sair de lá. Era melhor ele ser morto porque o rei descobriu o que
aconteceu e aí ele diz: “Muito bem, então você vai prender meu filho monstruoso lá, você
vai viver lá e acabaram seus dias como artesão”

O que o Oito de Ouros traz como mensagem? Se o Sete de Ouros há possibilidade de ganhos
é duvidosa, no Oito é o momento em que você está sobre a pressão de uma tarefa muito
maior do que as suas possibilidades, ou seja você é capaz de executar, mas isso vai te cobrar
de tal maneira que você se sentir preso a ela. Quantas vezes não nos sentimos presos aos
nossos trabalhos, mas pensamos assim: “Mas se eu sair desse trabalho o que será que vai
acontecer na minha vida? Será que eu vou morrer pobre, será que eu vou arranjar outra
coisa?” É uma dúvida dramática. Não tão dramática quanto a história de Dédalos porque
Dédalos chega a pensar no seguinte: “O que será que vai acontecer se eu permanecer nesse
labirinto? Será que vou morrer aqui? Será que o minotauro vai me comer? Vai comer o meu
filho, o Ícaros” E aí, ele tem a ideia de fazer asas para ele o filho fugirem e saírem voando no
labirinto que ficava no monte. Olha que interessante. A fuga material daquela situação é
voando, é projetando alguma coisa que não esteja mais ligada ao elemento Terra,
representada pela construção labiríntica. É você ir para os céus, é você usar a criatividade, a
imaginação. É não andar pelo labirinto convencionalmente como alguém faria se tivesse a
chance de ser comido pelo minotauro. Dédalos faz isso, constrói asas para ele e para Ícaros e
aí, durante o voo, Ícaros morre. Não vou entrar em detalhes quanto a isso. Quem quiser
saber mais, consulte a Era de Ouro da Mitologia, que eu já citei aqui do Thomas. Mas
Dédalos, diferente do Ícaros, que era prudente, não voou perto do sol, conseguiu planar,
saindo do labirinto e caiu em uma ilhazinha. E, novamente ele volta aparentemente do zero.
Mas vejam nesse caso. Se no primeiro momento, perder a oficina lhe dava angústia porque
ele achava que não ia arranjar outra oportunidade, nesse momento ter perdido o contato
com a maior de suas realizações, que foi o labirinto, lhe dava alívio. Qual é a mensagem que
está aí no Oito? A mensagem que está no Oito é a seguinte: “É necessário saber conduzir a
rotina, é necessário se adaptar à rotina. Mas quando você sente que a atividade que você
desempenha ou precisa a ponto de alguma coisa lhe dar medo, representado pelo
minotauro, você não vê saída. O melhor é usar a criatividade, é melhor fazer outra coisa,
pensar em mudar de emprego, pensar em tomar rota na vida material, às vezes, até no que
diz respeito à saúde. Quantas vezes nós estamos presos no labirinto dos nossos maus
hábitos adquiridos e, às vezes, precisa acontecer uma crise, um problema para você sair dali.
Adotar uma dieta melhor, um programa de atividade física, uma medicação regular e tudo
mais. Deixo para vocês essas reflexões. É para nós pensarmos que Naipes de Ouros é mais do
que ele parece, ele não fala só de dinheiro.

Bem, o Nove de Ouros mostra Dédalos conseguindo finalmente o que ele desejava, ele
consegue ali o reconhecimento. Ele sai de Cretas, vai para Atenas e é reconhecido como
mestre, o mestre dos ofícios. Mestre de ofício não é pouca coisa nessa época não. Mestre de
ofícios e artesanias, um mestre de arte e ofícios, é para os maçons… Opa, desculpa, não vou
falar nada de maçonaria, mas é o reconhecimento de um grande construtor, digamos assim.
Ele é reconhecido como um grande construtor e passa, então, a ensinar os outros os seus
ofícios. E, quando ele faz então o ensino desses ofícios ele é então alguém que começa a ter
um melhor desempenho material e mais do que isso ainda. No Nove de Ouros, então, nós
vemos Dédalo não só retomando uma posição de destaque na cidade de Atena, mas
reconstruindo a sua família. Ícaros morre, ele casa de novo e tem filhos.

E, no Dez de Ouros, nós temos a culminância desse processo com Dédalo já bem velhinho,
com seus netinhos , numa mansão rica e tudo mais . Se o Nove de Ouros tem a ver com a
culminância do reconhecimento profissional, é o momento top da carreira, o Dez é o
momento em que o sujeito está chegando próximo a aposentadoria, mas ele deixa um
legado. É o momento em que você atinge a prosperidade e essa prosperidade deve ser
dividida. Você deve pensar no que você vai deixar adiante. O Dez de Ouro significa, em uma
tirada, esse momento de culminância. Mas significa também o restabelecimento da saúde
física , ele pode significar igualmente, se você está falando de uma questão sentimental
como o matrimônio bem organizado com uma boa família, com uma família que está junto
contigo, uma família que se adéqua a suas posses. O Dez de Ouros é a cessação das
dificuldades materiais.

Ok, vamos então, interpretar um pouco as cartas da corte e vamos começar pelo Pajem.
Pajem de Ouros é Triptólemo, filho da deusa Deméter com Sirius, é filho da deusa da
fertilidade. E, é dito que ele ensinou aos homens a agricultura. Geralmente ele significa um
jovem também como todos os demais, indo até os 17 anos, mas que começa tomar
consciência do seu corpo mais das suas capacidades físicas também, não propriamente
atléticas, mas físicas também. A descoberta do corpo, a descoberta do gosto pela atividade
física, pela brincadeira. Mas também a descoberta de que ele é capaz de produzir alguma
coisa. Vou ilustrar com um exemplo dos dias de hoje, tem tudo a ver com o jovem
Triptólemo do Pajem de Ouros. O prêmio das Olímpiadas de Matemática, digamos ou de
Língua Portuguesa, premia-se crianças e essas crianças tem todo estímulo para desenvolver
os seus talentos. É como se você estivesse vendo florescer na criança alguns dons que mais
adiante vão, nos adultos, ser reconhecidos como dons fortes, como dons de maestria. Por
exemplo, crianças que demonstram pendor para o atletismo, para as artes, para os estudos
acadêmicos científicos. E quando falamos da carta da corte dada sua literariedade, estamos
falando de um jovem assim. Geralmente um jovem muito aplicado ou nos estudos ou no
aprendizado de algum trabalho que ele seja bom. Ele também tem a ver com o início de um
negócio. Se o Ás de Ouros é o capital inicial, o Pajem de Ouros tem uma ligação com ele.
Porque ele está dizendo, mostrando que você está passando por um momento que é bom
empreender. Se você tem uma ideia de negócio e surge um Pajem de Ouros, aquilo está
dizendo o seguinte: “Você consegue abrir um negócio com o recurso que você tem, você
consegue iniciar um negócio, você consegue atingir um determinado patamar da carreira
que você quer em uma nova qualificação, por exemplo, em um novo curso de qualificação
também está dentro do Pajem de Ouros.

Vamos para o Cavaleiro de Ouros. O Cavaleiro de Ouros é Aristeu. Salve Aristel, um grande
amigo meu de algumas décadas, um grande educador, dono da escola Habitá. Conselheiro
Estadual da Educação. Mas não é de você que estávamos falando, senhor Aristel Leite, eu
estou falando do Aristeu, o Cavaleiro de Ouros, é conhecido na mitologia grega por ter sido o
homem que, pela primeira vez, teve a ideia de criar uma técnica para extrair mel das abelhas
e criá-las em colmeias. E, Aristeu, diferente dos demais Cavaleiros, se você pensar no
Cavaleiros de Espadas, no Cavaleiro de Paus, por exemplo, você vai ver que são homens de
guerra. Um na estratégia e outro no combate aberto. Um é mais fanfarrão, que é o
Belerofonte; Castor e Pólux são mais contidos, mas no combate eles vão na espinha dorsal
do inimigo. O Cavaleiro de Copas não está nem aí para guerra ou para a agricultura, ele não
está nem aí para nada. É o camarada que está por aí sonhando, voando, tocando violão nas
festinhas, é o camarada que quer ser o Don Juan. O Cavaleiro de Ouros não. Quem olha a
primeira vista, é um jovem desse tipo, como o arquétipo do Cavaleiro de Ouros, vai pensar:
“Puxa, que sujeito sem graça. Vai para o trabalho, do trabalho para o estudo e do estudo
para casa” Às vezes, se ele tiver que priorizar um relacionamento, uma namoradinha ou o
seu estudo, ele vai priorizar o seu estudo. O Cavaleiro de Ouros geralmente tem a ver com o
jovem que se dedica a sua atividade laboral . É dirigente, metódico, tem tudo a ver
com ,aquelas pessoas que sem ser militares, sem ter hábitos militares, desenvolvem para
sim uma rotina pessoal de acordar na mesma hora, de fazer as coisas na mesma hora e vai
progredindo. É um jovem promissor no ponto de vista financeiro, é alguém que está
projetando o futuro. Não está muito interessado em questões políticas, em grandes causas,
lutas, em grandes amores. Ele está interessado em construir a vida. Então, a mensagem que
nós temos é laboriosidade.Se o Ás está ligado ligado ao Pajem de certo modo, o Dois está
ligado ao Cavaleiro de Ouros. Provavelmente é o Cavaleiro de Ouros que está lá na oficina
para montar de cavalo, aprendendo seu ofício, aperfeiçoando o seu ofício. A mensagem é:
Ser laborioso, ser dirigente, ser constante nos seus estudos e ofícios porque é daí que vem as
suas recompensas.

Vamos para a Rainha de Ouros. A Rainha de Ouros é uma carta extremamente interessante.
A Rainha de Ouros diz respeito a uma mulher sensual, no ponto de vista físico, geralmente
são mulheres sensuais. E mulheres que não estão lutando por um ideal como a Rainha de
Paus, e elas são mulheres que já conquistaram na vida aquilo que desejavam do ponto de
vista material ou estão em vias de fazer isso. Às vezes não necessariamente por si, às vezes,
por parte da riqueza de seus maridos. Mas são mulheres que são boas administradoras de
recursos. É a mulher que não importa se ela trabalha fora ou trabalha só em casa,
geralmente refere-se a mulheres que dão prioridade a casa, ao cuidado dos filhos, aos
cuidados da família, mas que, se não fossem por elas, o marido ia gastar o dinheiro todo e
não haveria prosperidade em casa. A Rainha de Ouros diz respeito às mulheres que já são
experientes, aconselham mulheres mais jovens, já passaram por experiências amorosas e
sabem o que estão falando. E, principalmente, elas têm o pé no chão. Se a Helena de Tróia
tem o coração muito bem desenvolvido e é sedutora, ela está mais preocupada com o jogo
de seduzir do que construir alguma coisa, a Rainha de Ouros não, ela está mais preocupada
em como a vida dela pode ser bem vivida. É alguém que tem bons gostos, gostos raros,
gostos finos e, principalmente, ela tem como bancar esse status. A Rainha de Ouros é uma
mulher forte, então quando ela surge, ela também tem a ver com outro aspecto feminino,
ela tem a ver com o aspecto feminino, no que diz respeito, à concretização da vida. Como
assim, Pablo? E aí, eu digo. Sem a mulher na vida. A Rainha de Ouros tem também o
arquétipo de mãe, essa parte que cabe ao papel social na nossa cultura de construir e guiar
as crianças, a casa, rumo ao que deve ser feito, rumo ao progresso, rumo às boas opções de
estudo. É aquela mãe que vai chegar para a filha que está com uns problemas afetivos, com
problemas de trabalho e estudo e ela vai falar: “Não, minha filha. Você não vai por aí, vai por
aqui. Porque eu já passei por isso e sei o fazer”

E o Rei de Ouros? O Rei de Ouros é um homem de negócios, um negociador em vários


ângulos possíveis. Se ele aparecer em uma tiragem torce para ele não ser seu inimigo, se ele
for seu adversário ou inimigo e tiver em uma negociação contigo, meu querido, você vai sair
devendo até a alma. Porque esse sujeito domina não só os meios, mas os recursos que vem
até ele. Só para vocês terem uma ideia no tarot mitológico o Rei de Ouros é Midas, aquele
cujo o toque faz tudo virar ouro. Ele é o sujeito que pega qualquer oportunidade profissional
e ele faz aquilo multiplicar, ele tem o dom de criar prosperidade para si e para os outros. Se
ele for seu parceiro, ele é alguém que investe em você, vai querer a parte dele pelo
investimento, mas ele investe em você se você tiver talento. É alguém que vai bancar um
artista, por exemplo, e em um dado momento, o sujeito precisa prestar contas. Ele sabe
ganhar dinheiro, mas não é possuído pela ganância e é isso que é interessante. Na verdade,
o Rei de Ouros quando aparece nós temos já o Midas, querendo se livrar da maldição de que
tudo que ele toca vira ouro. Então, ele sabe onde a ganância pode levar, então ele não cai na
armadilha da ganância, mas ele sabe muito bem ganhar dinheiro. Então, como negociador,
se você é o negociador, você é alguém que sabe muito bem negociar, sabe muito bem lidar
com os recursos financeiros, sabe muito bem os fazer crescer e, principalmente, você o faz
de uma forma confiável. A mensagem do Rei de Ouros é solidez, ele não é alguém ardiloso
como Agamenon, ele não é como o Rei de Copas que uma mente muito mais artística
preocupado com poemas, com as odes, com as músicas etc , ele não é o visionário como
Teseu. Ele é um cara com os pés no chão, pés na terra, que é o elemento Terra, sabe ganhar
dinheiro, sabe como negociar e sabe como construir a prosperidade. Sabe, inclusive, como as
próximas gerações sigam o seu caminho.
Ufa! Não parece, mas essa série de cinco vídeos, além de tratar das 78 cartas, tratamos de
aspectos que estão ligados à leitura das mesmas. Aqui vocês vão ver na descrição do vídeo o
meu contato e aí, estarei aberto para possíveis dúvidas e considerações. E, principalmente,
quero anunciar que em algum momento pretendo realizar algumas palestras, workshop,
algumas atividades online, neste momento é tudo online, que podemos tratar de forma
pedagógica um curso direcionado ao tarot.

Meus contatos estão na descrição do vídeo e mais adiante, vamos poder trabalhar isso
direitinho. E por que eu digo trabalhar isso? Porque quando alguém me procura , seja para
fazer uma consulta de tarot, seja para fazer um curso de tarot, eu digo: “Vamos trabalhar”. É
um trabalho mútuo. Meu trabalho de interpretar as cartas e o trabalho do sujeito de ver se
vai aplicar alguma coisa que está aparecendo na sua vida, se isso tem pertinência. Agradeço
a todos muito por esse encontro e espero em breve vê-los. No próximo vídeo teremos
algumas perguntas e respostas que advém da minha experiência com consulentes, com
palestras que eu já ministrei, cursos que eu já tive oportunidade de oferecer. E aí, eu faço um
bate bola rapidinho, tem umas principais perguntas e respostas sobre o tarot, esse é o
próximo vídeo do canal. Agradeço! E, por favor, coloque lá seu like, seu joinha, seu joião de
ouro. E, por favor, toque também o sininho lá do canal para você receber as novidades. Não
deixem de se inscrever e até a próxima. Muito obrigado!

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