UFAM – Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS)
Curso: Licenciatura em História Turno: Noturno
Disciplina: História do Brasil Colonial Discente: Bruna Almeida do Nascimento Docente: Almir Diniz Carvalho Júnior Matrícula: 21953679 Período: 9• Data de Entrega: 01/09/2023
Texto: WEHLING, Arno e WEHLING, Maria José C. de.Formação do Brasil colonial.Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1994
TEMA: O texto “A formação do Brasil Colonial de Arno Webling e Maria José C. De
Webling aborda resumidamente a história do Brasil explicando os contextos históricos antes da chegada dos portugueses a partir da expansão europeia, compreendendo a economia na época da colônia, as formas de exploração dos recursos naturais, o sistema escravista como também a formação dos diferentes grupos sociais como resultado da miscigenação entre várias culturas distintos que posteriormente farão parte da identidade nacional brasileira. OBJETIVOS: O texto tem como objetivo fazer compreender a história da formação do Brasil através da integração dos diferentes grupos sociais, culturas, ideias e crenças trazidas pela chegada dos europeus no século XV e também a crítica a visão eurocêntrica utilizada por muito tempo como único meio de explicar a formação do estado brasileiro. O texto também retrata a importância de entender os motivos que levaram Portugal a explorar novas terras e como se deu o processo da criação do sistema colonial através de vários fatores sociais como a literatura, as crenças, estrutura de poder e o funcionamento do estado CONTEÚDO: o texto apresenta alguns subtópicos que constituem a síntese da história do Brasil e que abordam os diferentes aspectos políticos – sociais que colaboraram para a formação do estado. I. Como se pensou a formação colonial brasileira? Neste primeiro tópico é abordado as diferentes interpretações a formação da Brasil Colonial levando em consideração a literatura, o desenvolvimento do IHGB, o trabalho de historiadores como Varnhagen, os desafios enfrentados durante a criação de uma unidade política sólida e a discussão de novos temas como o protagonismo do povo na história e as relações desse período entre as camadas sociais, os conflitos Inter -étnicos, a desconstrução do povo numa versão mais romantizada da literatura e que sai da bolha da história sobre o olhar dos países colonizadores, buscando outros meios de explicar a formação do Estado.
II. A expansão europeia no século XV e a incorporação do Brasil.
Aqui neste tópico é abordado as questões do determinismo geográfico como fatores para a descoberta de novas terras na América, a questão dos grandes personagens como os navegadores e a expansão marítima, comercial e cultural. Outros aspectos sociais como a linguística, política e conflitos religiosos também fazem parte da rede de relações da época.
A Transição para a modernidade: o “mundo pleno”
A modernidade é retratada como o período de transição dos ideais de liberdade, mais humanística e intelectual e como permaneceu restrita ás elites intelectuais, nobreza e à burguesia dos negócios. Fala também das mudanças das atividades exercidas como o desenvolvimento do artesanato, comércio, multiplicação da rotas marítimas. Além disso, o texto retrata o impacto das doenças acometidas no século XIV como as epidemias e outros conjuntos de enfermidades que devastaram quase 1/3 da população europeia. As guerras também favoreceram o período de crise. Outras características das mudanças do pensamento medievalista para a modernidade também são debatidas com a transição para o período moderno.
Portugal e a transição para a modernidade
O autor retrata a chegada da modernização em Portugal através da estruturação do
poder concentrado nas mãos do rei e a divisão de duas faces do país: Portugal do Norte onde se instalou a dinastia de Borgonha e a do Sul arduamente voltada para a retomada aos mulçumanos (WEHLING, Arno. P. 33). Com os desdobramentos entre a divisa desses dois mundos a reorganização da estrutura social e política. A trajetória das medidas administrativas e judiciárias que levaram as inúmeras quebras no sistema da nobreza senhorial.
A expansão europeia e a presença portuguesa
A modernidade mudou também os instrumentos de navegação e permitiu com que as
rotas fossem maiores e com melhores caminhos aperfeiçoando as técnicas e as ferramentas utilizadas nas viagens e que possibilitaram a expansão. Os principais fatores observados nesse período sob a ótica dos historiadores, a questão do imperialismo e os países que tiveram suas matérias – primas exploradas, a rota marítima para as Índias
As Índias e o Brasil, 1498 – 1500
O Objetivo de Cabral chegar às Índias era de firmar novos contratos com o Oriente, controlar seus comércios marítimos e fazer com que Portugal permanecesse com o domínio da rede comercial de especiarias no século XVI.
Os anos iniciais, 1500 – 1530
O Brasil passa a ser terra portuguesa, mas sendo palco de disputas entre portugueses, franceses e espanhóis. Inicia – se o mapeamento geográfico do local e observações no clima e na língua nativa dos indígenas. A exploração dos recursos naturais que para alimentar no mercado asiático e que eram recolhidas pela mão de obra indígena a partir de trocas da força de trabalho por objetos que lhes interessavam, prática conhecida como escambo. As relações que foram sendo construídas, a resistência dos indígenas, o sistema econômico desenvolvido na colônia e as políticas implantadas nesse período fazem parte da compreensão do inicio da formação da própria colônia portuguesa que posteriormente viria a ser um estado nacional independente.
“O mundo em 1500: se esboça a integração dos diferentes
“universos-tempo”.
Com a expansão territorial da Europa e o contato com vários outros países e
continentes diferentes como a América, a troca de culturas, hábitos e costumes passou a ser uma forma de integração a esses novos universos diferentes entre si que por muito tempo ficaram isolados um dos outros. A cada nova descoberta de terras pelos europeus eram novos mundos que se encontravam e muitos deles completamente fora dos padrões de valores e comportamentos que existiam no universo cristão tão dominante no Ocidente. Ao chegar no Brasil e se depararem com pessoas totalmente diferentes dos portugueses tanto na aparência quanto língua e hábitos os europeus se assustaram com o conhecimento de outros povos que possuem características tão regionais, costumes e crenças próprias e perceberam um novo universo fora do tempo cristão com outros sistemas de sobrevivência. Em 1500 iniciou – se o desenvolvimento de novos grupos sociais miscigenados a partir da integração de novos valores, culturas, costumes, crenças e línguas dando continuidade a um novo universo com a soma de outros mundos com a carga de troca de vários outros universos já descobertos. Conclusão Inicialmente, os autores trabalham as teorias sobre o suposto início da história do brasil, pontuando diferentes abordagens historiográficas que moldam nosso conhecimento atual sobre o emblema. Nesse momento, entendemos que tal abordagem se faz inteiramente necessária para trabalhar diferentes perspectivas do que seria esse “começo da história do brasil”. Sendo assim, concordamos com tais metodologias, visto que estas buscam oposições as homogeneidades historiográficas. Ao longo do texto, os autores expressam inúmeras opiniões acerca do terma proposto, opiniões estas que não se limitam a exploração do período colonial vivenciado na américa portuguesa. Pensando nisto, é trabalhado o conceito de formação da própria modernidade, momento que deve ser lido de acordo com suas complexidades estabelecidas por seu seu marco temporal, social, político e cronológico. Sabendo ser inconsistente trabalhar a história do que viria ser o Brasil colonial separada de seu contexto histórico, os autores alegam ser indispensável elencar tal momento com o que estava a acontecer no restante do globo, o período da modernidade. Visto isso, uma abordagem que alinha-se bastante com nossas subjetivas opiniões é a forma com que os autores buscaram para tratar da própria construção desse conceito de modernidade, propondo diferentes visões do momento em que ela poderia ter começado, deslocando o imaginário do conceito fechado que propõe exclusivamente o Renascimento como seu ponto de partida. Por fim, outra importante ideia trabalhada pelos autores é a justa análise dos universos-tempos criados a partir da expansão europeia, onde conseguimos identificar o impacto do contato com “um mundo novo e desconhecido”, onde a partir desse processo criou-se um misto de culturas existentes no mesmo espaço, porém, em universos paralelos. Entretanto, a concordância com algumas opiniões não se faz plena nesse tópico, uma vez que o autor se faz raso ao identificar o quão prejudicial foi esse contato, parecendo romantizar o encontro dessas diferentes culturas acima de todo genocídio e exploração dos povos originários.