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Universidade dos Açores

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Departamento de História, Filosofia e Artes

Curso de Licenciatura em História

Ano Letivo 2022-23

Unidade Curricular: História Moderna de Portugal.

Docente: Avelino de Freitas de Meneses, Professor Catedrático.

Objetivos e conhecimentos, capacidades e competências a adquirir:

O programa constitui uma leitura sobre uma realidade em mutação. À exposição dos
conteúdos, preside um propósito de sistematização do saber, também de
problematização, para compreensão e relacionamento de factos e de conjunturas no
tempo e no espaço. Assim, ficarão os estudantes dotados dos meios indispensáveis à
conversão da análise do passado em raciocínio do presente e até em projeção do futuro,
ressaltando o proveito dos estudos históricos.

O propósito central consiste no entendimento do suceder histórico português na Idade


Moderna, desde a 2ª metade do século XV, quando a empresa dos descobrimentos
suscita a abertura do Mundo e o processo da globalização, que definem o apogeu de
Portugal, até ao advento do século XIX, quando ocorre o triunfo do Liberalismo, na
sequência de um longo crepúsculo do Antigo Regime, entretanto apressado pelas
reformas pombalinas. De permeio, identificamos o sonho ibérico, a necessidade da
restauração e a realeza reabilitante de D. João V.

Conteúdos Programáticos:

1. Introdução
1.1. Questões da historiografia portuguesa
1.2. A cronologia e a periodização
2. A abertura do Mundo e o apogeu de Portugal
(de meados do século XV a meados do século XVI)
2.1. As convulsões do ocaso de trezentos e o prenúncio de uma nova era
2.2. A política, a diplomacia e a guerra: o impulso da jurisdição régia face ao
estorvo dos poderes tradicionais; a conquista no Ultramar e a neutralidade na
Europa.
2.3. A economia: a expansão portuguesa e a transfiguração económica europeia;
as atividades internas.
2.4. A sociedade: a população; as hierarquias.

3. O presságio de crise, o sonho ibérico e a indispensabilidade da restauração


(de meados do século XVI ao último quartel do século XVII)
3.1. A união ibérica: as causas; as ocorrências.
3.2. A ação política filipina: a manutenção do sistema administrativo; os intentos
de modernização.
3.3. O movimento da Restauração: as causas, o 1º de dezembro de 1640 e a
consolidação da independência.

4. A relevância do Brasil e o avigoramento de Portugal


(finais do século XVII e 1ª metade do século XVIII)
4.1. A política, a diplomacia e a guerra: a estabilidade e o fortalecimento da
realeza perante os direitos e a resistência dos poderes periféricos; a
desconfiança de Espanha e a dependência de Inglaterra.
4.2. A economia: a crise do último quartel de seiscentos; a busca de novas
soluções; o recobro da 1ª metade de setecentos.
4.3. A sociedade: a população; a organização social.

5. Pombal e o crepúsculo do Antigo Regime


(2ª metade do século XVIII e inícios do século XIX)
5.1. A ação pombalina: a obra política; a intervenção económica; a prática
social, as atividades culturais e artísticas.
5.2. A interpretação do pombalismo
5.3. A agonia do Antigo Regime: o insucesso da “viradeira”; o progresso da
uniformização; a retirada da corte para o Brasil, as invasões francesas e a
intervenção britânica.

Metodologias de ensino e avaliação:

Numa unidade curricular de carácter geral, como é o caso da História Moderna de


Portugal, a transmissão fiel e sistemática de conteúdos programáticos avulta por
essencial, no propósito da compreensão do todo, pela correta adição das suas partes.
Todavia, além de transmissor fiel de conteúdos científicos, o docente age também como
conselheiro, que alerta para a diversidade de perspetivas, dotando os estudantes de
capacidade de problematização, e para o carácter precário do conhecimento histórico,
que obriga á revisão constante dos saberes.

A ação letiva comporta, por isso, tempos de exposição de conteúdos, que admitem
sempre a intervenção dos estudantes, tendente ao debate e ao esclarecimento dos temas.
Além disso, incentiva-se a discussão, através de intervenções mais práticas, decorrentes
da análise de textos, também de acontecimentos e de datas, que promovem o
entendimento dos conteúdos programáticos.

Em conformidade com as regras em vigor na Universidade dos Açores, a avaliação, que


também pode considerar a prestação dos estudantes nas aulas, comporta a realização de
dois elementos escritos de classificação (uma frequência (com uma questão breve, entre
duas opções, e um tema de desenvolvimento obrigatório) – ¾ e um teste ao
conhecimento de factos e de cronologias – ¼).

Bibliografia:

BOUZA ÁLVAREZ, Fernando, Portugal no Tempo dos Filipes. Política, Cultura,


Representações (1580-1668), Lisboa, Edições Cosmos, 2000.

CARNEIRO, Roberto (direção), MATOS, Artur Teodoro; COSTA, João Paulo Oliveira
e (coordenação científica), Reis de Portugal, XIII a XXVII (D. João II a D. João VI),
s/l, Círculo de Leitores, 2005-06.
COSTA, João Paulo Oliveira e, Portugal na História. Uma Identidade, Lisboa, Temas e
Debates/Círculo de Leitores, 2022.

FARIA, Ana Leal de, Arquitetos da Paz. A Diplomacia Portuguesa de 1640 a 1815,
Lisboa, Tribuna da História, 2008.

FIOLHAIS, Carlos; FRANCO, José Eduardo; PAIVA, José Pedro (direção), História
Global de Portugal, s/l, Círculo de Leitores, 2020.

FISHER, H.E.S., De Methuen a Pombal (O comércio anglo-português de 1700 a 1770),


Lisboa, Gradiva, 1984.

HANSON, Carl A., Economia e Sociedade no Portugal Barroco: 1668-1703, Lisboa,


D. Quixote, 1986.

HESPANHA, António Manuel, As vésperas do Leviathan. Instituições e poder político.


Portugal – séc. XVII, Coimbra, Almedina, 1994.

MARQUES, João Francisco, A Parenética Portuguesa e a Restauração 1640-1668, 2


vols., Porto, INIC/Centro de História da Universidade do Porto, 1989.

MATOS, Artur Teodoro de; COSTA, João Paulo Oliveira e; CARNEIRO, Roberto,
Cronologia da Monarquia Portuguesa, s/l, Círculo de Leitores, 2012.

MATOS, Artur Teodoro de; COSTA, João Paulo Oliveira e; CARNEIRO, Roberto
(coordenação), Portugal e Espanha. Amores e Desamores, 2 vols., s/l, Círculo de
Leitores, 2015.

MATTOSO, José (direção), História de Portugal:

III. MAGALHÃES, Joaquim Romero, No Alvorecer da Modernidade (1480-1620), s/l,


Círculo de Leitores, 1993.

IV. HESPANHA, António Manuel, O Antigo Regime (1620-1807), s/l, Círculo de


Leitores, 1993.

MAXWELL, Kenneth, O Marquês de Pombal, Lisboa, Presença, 2001.

MONTEIRO, Nuno Gonçalo, O Crepúsculo dos Grandes (1750-1832), Lisboa,


I.N.C.M, 1998.
OLIVEIRA, António de, Capítulos de História de Portugal (1580-1668), 3 vols.,
Coimbra, Palimage, 2015.

PEDREIRA, Jorge Miguel Viana, Estrutura Industrial e Mercado Colonial. Portugal e


Brasil (1780-1830), Lisboa, DIFEL, 1994.

RODRIGUES, António Simões (coordenador), História de Portugal em Datas, s/l,


Temas e Debates, 1996.

RODRIGUES, Teresa Ferreira (coordenação), História da População Portuguesa,


Porto, Afrontamento/CEPESE, 2008.

SCHAUB, Jean-Frédéric, Portugal na Monarquia Hispânica (1580-1640), Lisboa,


Livros Horizonte, 2001.

SERRÃO, Joel e MARQUES, A.H. de Oliveira (direção), Nova História de Portugal:

V. DIAS, João J. Alves (coordenação), Portugal do Renascimento à Crise Dinástica,


Lisboa, Presença, 1998.

VII. MENESES, Avelino de Freitas de (coordenação), Portugal da Paz da Restauração


ao Ouro do Brasil, Lisboa, Presença, 2001.

VALLADARES, Rafael, A Conquista de Lisboa – Violência Militar e Comunidade


Política em Portugal.1578-1583, Lisboa, Texto Editores, 2010.

VALLADARES, Rafael, A Independência de Portugal. Guerra e Restauração. 1640-


1680, A Esfera dos Livros, 2006.

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