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ABSTRACT: The Great Navigations are not only a historical period that made
technological advances possible for the search for spices, it was also a moment that
made contact between human beings from two different continents possible: America
and Europe. In this approach, alliances, misunderstandings and disputes were formed
between various worlds: the Portuguese and Spanish; and the most varied indigenous
peoples such as Guaraní, Tupinambás, Caetés and Potiguaras. Understanding the
existence of several different perceptions at this time is of paramount importance to
understand that there was not only the European as the protagonist of this History.
Therefore, there was a need for students of the Institutional Scholarship Program for
Initiation to Teaching (PIBID), with the History subproject, working at the Professor
Rudolfo Meyer Basic Education School, to develop a lesson plan about Great
Navigations, not forgetting the meeting of several worlds existing at this moment. This
didactic sequence was organized into two classes: an expository and a dialogued one,
where students analyzed cartography of this historical period that portrayed indigenous
people from the European perspective, and crossed their interpretation with excerpts
from letters by Christopher Columbus, to understand the vision that Europeans
possessed of the indigenous people and reflect on the possible perpetuation of this
imaginary in the current Brazilian context.
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INTRODUÇÃO
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Sublinha-se que esta aula foi construída com outro bolsista do PIBID, chamado Rafael Goedert, que
optou por não dar continuidade à graduação de Licenciatura em História da Univille.
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É interessante pontuar ainda, que Cristóvão Colombo teve seu plano recusado
pelo rei português D. João II, sendo aceito então pela rainha Isabel I de Castela. Este
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O auxílio do professor da disciplina de História e Historiografia da América I, Wilson de Oliveira Neto,
na construção desta sequência didática foi fundamental, pois além de contribuir às discussões sobre
cartografia e o contato dos europeus com os indígenas, emprestou suas cartografias para que fosse
possível trabalhar com os alunos do PIBID.
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Outro mapa utilizado, gravado por Jodocus Hondius, por volta de 1625, foi o
Novus Brasilae, que retrata a região litorânea, que hoje faz parte do Brasil tal como
conhecemos. Nesta cartografia, há vários desenhos que simbolizam animais e
vegetação, assim como cenas que buscam retratar, na visão do europeu, o indígena.
Dentre as cenas, pode-se citar, um indígena dormindo numa rede e indígenas entre
guerra.
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Para trabalhar com estas cartografias que foram emprestadas, foi necessário
digitalizá-las para imprimir e utilizar como material didático em sala de aula. Neste
aspecto, o Laboratório de História Oral (LHO) da Univille, foi de suma importância,
pois além de emprestar o scanner de resolução 4K da Digiscanner, seus bolsistas
foram de grande ajuda no auxílio para digitalizar as imagens que ficaram com ótima
resolução. Estas cartografias digitalizadas estão disponíveis em uma pasta
compartilhada no Google Drive, e podem ser acessadas a partir deste link:
https://bit.ly/2YKxeGJ, ou a partir da leitura do QR code abaixo.
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imagens dos indígenas foram criada pelos europeus, durante este período de
(des)encontros, nestas fontes documentais. Durante este momento, alguns alunos
tiveram dificuldade em entender o que estava sendo representado em alguns
desenhos da cartografia, e para este auxílio, as discussões aqui escritas de modo
sintético, foram fundamentais. Além disso, o interesse dos alunos em trabalhar com
fontes históricas do período que estava sendo discutido, foi fundamental para o êxito
da atividade proposta.
Com o tempo encerrado, as discussões foram iniciadas com o objetivo de
socializar o que eles compreenderam a partir dos trechos da carta e da cartografia
entregue a cada grupo. Este momento foi de suma importância, para compreender se
os alunos haviam entendido o conteúdo explicado, ao ponto de conseguirem
interpretar fontes históricas deste período. Neste aspecto, foi interessante perceber
como os alunos conseguiram perceber a visão dos europeus nestas fontes
documentais, e a partir dessa percepção, levantada pelos próprios alunos, foi
discutido acerca das continuidades e rupturas desse imaginário na relação
contemporânea do nosso país com os indígenas.
Nesta discussão, os alunos trouxeram algumas questões, como a permanência
da imagem do indígena como preguiçoso, que não quer trabalhar. Além disso
levantaram também a questão do nudismo que ainda é associada à ideia do que é ser
um indígena, o que permite refletir que “Uma das principais dificuldades é desconstruir
a imagem da e do indígena enquanto figura suspensa do tempo, congelado nos
estereótipos do que desde ‘os descobrimentos’ informam sobre uma certa expectativa
de como devem ser” (FILHO; JESUS, 2016, p.22).
Este congelamento da figura do indígena no tempo é evidente a partir da
experiência na sequência didática relatada, que permitiram pôr em discussão a
permanência de alguns estereótipos criados durante os (des)encontros iniciais entre
europeus e indígenas no século XV e XVI. Isto permite refletir ainda, que: “[...] os
maiores obstáculos que os brasileiros enfrentam para entender os índios não estão
naquilo que eles não sabem, e sim naquilo que pensam saber sobre os índios”
(PIMENTEL, 2012, p.11).
Neste caminho, as discussões realizadas na sequência didática, proposta aos
alunos do primeiro ano, de um Ensino Médio da cidade de Joinville, levaram à reflexão
acerca do que os alunos achavam saber sobre os indígenas, baseados em
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estereótipos, ainda hoje, perpetuados em nossa sociedade. Esta reflexão, foi baseada
no diálogo crítico com fontes documentais do período das Grandes Navegações, e
mostrou-se como uma possibilidade de ensino deste conteúdo a partir de uma visão
que não oculte a presença indígena, mas que busque evidenciar que já haviam
pessoas vivendo no continente americano, e que estes, foram estigmatizados pelos
europeus a partir de vários meios, como as cartografias e cartas, realizadas neste
período.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BETHENCOURT, Francisco. Racismos: Das Cruzadas ao século XX. São Paulo:
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