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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Prof.

Marco Túlio
Curso Extensivo de História para Unesp 2022

ENEM
EXTENSIVO

Exasiu
HISTÓRIA E PATRIMÔNIO

Prof. Marco Túlio

AULA 21 – História e Patrimônio – Prof. Marco Túlio 1


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Sumário
1. INTRODUÇÃO 3

2. O QUE É PATRIMÔNIO CULTURAL? 3

O “redescobrimento” do Brasil 6

Gilberto Freyre, intérprete do Brasil 7

O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan) 8

O regime militar e o alargamento da política patrimonial 9

A Constituição de 1988 e o patrimônio imaterial 10

3. LISTA DE QUESTÕES 12

4. GABARITO 33

5. LISTA DE EXERCÍCIOS COMENTADA 33

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 69

7. REFERÊNCIAS 69

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1. INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à nossa última aula!
Para fecharmos o curso com chave de ouro, aqui abordaremos um assunto extremamente importante
nas provas do Enem: as relações entre História e Patrimônio Cultural. Assim sendo, se atente para os
pontos destacados abaixo:
▪ O que é patrimônio cultural e porque ele é importante;
▪ As relações entre patrimônio e identidade nacional;
▪ As transformações da política patrimonial no Brasil;
▪ As diferenças entre patrimônio material e imaterial;
▪ Alguns exemplos de bens culturais.
Bons estudos! Prof. Marco Túlio.

2. O QUE É PATRIMÔNIO CULTURAL?


A palavra patrimônio é derivada do latim patrimonium, utilizada na Roma Antiga para se referir aos
elementos pertencentes ao pater famílias (patriarcas), incluindo bens móveis e imóveis, mulher, filhos e
escravos. A partir da difusão do cristianismo e da consolidação da Igreja na Europa, alguns elementos
associados à devoção dos fiéis, como as relíquias de santos e a catedrais, passaram a ser considerados
como patrimônio coletivo.
No Renascimento, vestígios materiais da Antiguidade Clássica passaram a ser valorizados pelos
chamados humanistas. Ainda que encarados como inferiores à produção intelectual dos gregos e
romanos, eles confirmavam ou ilustravam relatos do passado. Isso estimulou o surgimento dos
antiquários, nome dado aos curiosos em objetos de arte antiga.
Contudo, foi com o advento dos Estados nacionais que o conceito de patrimônio sofreu drástica
transformação, adquirindo uma dimensão coletiva. Para compreendê-la, recorra-se à experiência da
Revolução Francesa, quando a invenção da ideia de cidadania foi atrelada ao reconhecimento de um
corpo de indivíduos falantes da mesma língua e que compartilhavam os mesmos valores, costumes e uma
origem comum – ou seja, à ideia de nação. Legislações foram elaboradas pelos Estados para proteger
bens considerados patrimônios nacionais, tanto na França quanto em outros países.

ATENÇÃO: Estado e Nação não são a mesma coisa! Estado é o nome dado ao conjunto de poderes
políticos e administrativos que atuam sobre um determinado povo circunscrito em um território
delimitado. Já a Nação é uma espécie de comunidade imaginada coletivamente, na qual os
indivíduos se sentem ligados por elementos culturais, como a língua, a religião e um passado e
valores comuns.
É possível existir nações sem Estado, como é o caso dos Bascos. Situados na porção norte do território
espanhol e ao sul da França, eles não se reconhecem nem como franceses e nem como espanhóis. Já
o Brasil em seus anos iniciais se destacou como um Estado sem nação, afinal a ideia de identidade
entre seus habitantes foi construída posteriormente.

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Na transição do século XIX para o XX, marcada pelo imperialismo europeu e pelas guerras totais (1914-
1945), o patrimônio continuou a auxiliar na forja do nacionalismo. Na Inglaterra, a ideia de superioridade
cultural foi atrelada a civilizações do passado, como a mesopotâmia, a egípcia e a romana. Na Itália, o
regime de Mussolini se autoproclamou herdeiro da Roma Antiga, enquanto o Terceiro Reich alemão
valorizou elementos da Grécia Antiga. Cabe reforçar que tais concepções de nação e civilização serviram
para justificar a imposição de um projeto cultural totalizante, seja em âmbito interno, seja em territórios
coloniais.
O término da Segunda Guerra levou a comunidade internacional a se preocupar com a salvaguarda do
patrimônio cultural da humanidade, a partir da criação da Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), órgão vinculado à ONU. Em sua primeira convenção,
considerou como elementos que integram o patrimônio da humanidade:

Monumentos: obras arquitetônicas, esculturas, pinturas, vestígios arqueológicos, inscrições e


cavernas;
Conjuntos: grupos de construções;
Sítios: obras humanas e naturais de valor histórico, estético, etnológico ou científico;
Monumentos naturais: formações físicas e biológicas;
Formações geológicas e fisiológicas: habitat de espécies animais e vegetais ameaçadas pela
extinção;
Sítios naturais: áreas de valor científico ou de beleza natural.
FUNARI, Pedro Paulo Abreu; PELEGRINI, Sandra de Cássia Araújo. Patrimônio histórico e cultural. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Ed., 2009. p. 25.

É importante destacar que a UNESCO se voltou à valorização e proteção da diversidade cultural e


espacial, sepultando a ideia de que os bens culturais se limitam ao bom, ao belo e ao raro. Isso em muito
se deve ao próprio contexto mundial do pós-guerra, quando se verificou o ocaso das experiências
totalitárias europeias e o surgimento de movimentos nacionalistas em domínios coloniais europeus na
África e Ásia, demandando a formulação de uma concepção mais plural da ideia de cultura, contrária às
hierarquias culturais e raciais até então sustentadas por alguns países.

Dito isso, pode-se considerar o patrimônio cultural como o conjunto de bens que remetem à
identidade, à ação, à história e à memória de um determinado grupo, o que inclui tanto seus
elementos tangíveis (monumentos, construções, obras artísticas e paisagens naturais) quanto
intangíveis (as formas de expressão e modos de fazer, criar e viver); consolidados ao longo de
gerações.

Mas se patrimônio é uma espécie de herança partilhada entre os indivíduos que integram uma
comunidade, quem escolhe o que preservar? Como isso é feito? Para respondermos essas indagações,
vejamos a evolução da política patrimonial no Brasil.

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2. Identidade nacional e histórico da política patrimonial


no Brasil
O século XIX ficou conhecido como a “era dos nacionalismos”, afinal muitos Estados se dispuseram à
criação de uma ideia de nação, pautada na formulação de uma histórica oficial; pela seleção de um
panteão de heróis da pátria; pela criação de símbolos e ritos e pela valorização da unidade linguística em
seus limites territoriais. No Brasil, pode-se considerar o Segundo Reinado como um momento-chave na
elaboração do primeiro projeto de identidade nacional.
Uma das instituições de destaque na construção identitária foi o Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro (IHGB), fundado em 1838 pelas elites econômicas e literárias cariocas. Contando com o apoio
pessoal e financeiro de D. Pedro II, que chegou a presidir sessões da instituição, o IHGB pretendeu
elaborar uma história do Brasil a partir de grandes vultos e personalidades, tendo como ponto de partida
a idealização do indígena como símbolo maior da brasilidade (indianismo). A linguagem adotada pelos
intelectuais vinculados ao órgão foi o romantismo literário, que forja um passado por meio de romances
épicos, marcados por indígenas heroicos, amores impossíveis e a floresta virgem como cenário1.
Contribuíram de maneira decisiva para isso autores como Gonçalves Dias e José de Alencar, cujas
produções ficaram restritas à pequena camada de letrados do país.
Em 1840, pouco tempo depois de sua criação, o IHGB
promoveu um concurso para dar início à escrita da história do
país, vencido pelo naturalista alemão Carl Phillip von Martius.
Intitulado Como se deve escrever a história do Brasil, seu artigo
propunha a explicação da formação nacional a partir de uma
junção metafórica de três rios, que representavam as culturas
indígena, europeia e a africana. Von Martius descrevia a
contribuição dos lusos como um “poderoso rio”, capaz de
prevalecer sobre os demais, a ponto de reconhecer a história do
Brasil como “a história de um ramo dos portugueses”, que adquire
contornos próprios quando considerada a influência dos demais
povos.
Corroborando com a tese do autor alemão, produções
historiográficas posteriores valorizaram a imagem do Brasil
formado pelo encontro entre o português e o indígena,
prevalecendo a narrativa de fatos ligados ao primeiro devido ao
completo desconhecimento dos povos ameríndios que habitavam Figura 1 - Carl von Martius em 1850.
o território.
Já a contribuição cultural do elemento africano, predominante na população, foi ignorado por ser
considerado inferior e danoso à formação nacional. A mestiçagem entre as “três raças” era o ponto inicial
de explicação da identidade nacional da maioria dos intelectuais do Segundo Reinado e da Primeira
República, mas sempre encarada como pessimismo, na medida em que contribuía para a degenerescência
do povo brasileiro. Mesmo entre aqueles que acreditavam que a miscigenação contribuiria para a

1
SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras,
1998. p. 131.

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prevalência dos aspectos da raça superior – no caso, a branca –, demonstrava-se grande preocupação
diante da demora para que ocorresse tal processo.

O “redescobrimento” do Brasil
A Semana de Arte Moderna, organizada para comemorar o Centenário da Independência do Brasil,
pode ser considerada o marco inaugural da transformação do ideal de cultura nacional a partir da
linguagem do modernismo. Os chamados modernistas, rótulo que envolveu nomes como Mário de
Andrade, Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, buscaram o resgate das raízes nacionais, elencando o
barroco mineiro como a primeira expressão artística genuína da civilização brasileira. Não por acaso,
muitos artistas e literatos modernistas empreenderam viagens às cidades coloniais mineiras nas décadas
de 1920 e 1930.
Dentre os intelectuais que se dedicaram a repensar o Brasil, pode-se destacar a figura de Mário de
Andrade, que considerou o povo o principal depositário das tradições nacionais. Ele foi um dos primeiros
grandes estudiosos do folclore, conceito cujo significado apresentamos abaixo:

[...] compreende-se por folclore o comportamento coletivo, tradicional, espontâneo, anônimo,


regional, transmitido pela tradição oral. Esse tipo de comportamento seria originário de sociedades
divididas entre o mundo rural e o urbano, entre elites e camadas iletradas, entre classes superiores
e classes subalternas. Para alguns estudiosos, o folclore referia-se basicamente à cultura
camponesa; para outros, podia incluir também a cultura popular e em oposição à cultura de massa,
produzida pela indústria cultural.
OLIVEIRA, Lúcia Lippi. Cultura é patrimônio: um guia. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2008. p. 88.

Assim sendo, as lendas, canções, jogos, artesanatos, festas populares, ditos e superstições são
manifestações do folclore nacional ou regional, sendo relevantes elementos na constituição de
identidades culturais.
Os folcloristas, como eram chamados os estudiosos dessas
expressões populares, dedicaram-se à defesa de sua preservação,
ameaçadas pelo incessante processo de urbanização e industrialização
vivenciado no país. Seus esforços deram origem à Comissão Nacional do
Folclore (1947) e à Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro (1958).
Além de Mário de Andrade, outro grande nome do folclorismo foi
Luís Câmara Cascudo, autor de trabalhos como Dicionário do Folclore
Brasileiro (1954) e História da Alimentação no Brasil (1967). É graças ao
primeiro que várias figuras lendárias de projeção local foram difundidas
no imaginário nacional.
Figura 2 - Luís Câmara Cascudo.
Fonte: Shutterstock.

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Gilberto Freyre, intérprete do Brasil


A proposta modernista de reinterpretação da identidade nacional estimulou o surgimento de obras
fundacionais do pensamento social nos anos 1930: Casa-grande & Senzala (1933), de Gilberto Freyre,
Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda, e Formação do Brasil Contemporâneo (1942), de
Caio Prado Júnior. Elas se preocupavam em interpretar “como somos” e “por que somos assim”.
Casa-grande & senzala, de Gilberto Freyre, foi uma obra que buscou a superação de explicações do
Brasil pela ideia de raças, que orientou teóricos das décadas anteriores, para interpretá-lo por meio da
noção de cultura. Para ele, a formação do Brasil teria sido resultado do latifúndio monocultor do açúcar,
que contribuiu para a formação de uma estrutura patriarcal de dominação sobre a família, escravizados
e agregados. A casa-grande, espaço por excelência dos senhores de engenho, eram também símbolos
dessas estruturas de poder.
Ao mesmo tempo, o sucesso dos lusos na ocupação efetiva da América se deu a partir da miscigenação
com os índios e negros, em parte justificada pela escassez de mulheres brancas na colônia. O autor
considera haver uma inclinação dos portugueses para isso, afinal eles próprios teriam se miscigenado aos
árabes e judeus nos séculos anteriores.

Figura 3 - Gilberto Freyre.

Ao se misturarem com os índios e africanos, os portugueses se adaptaram aos trópicos por meio da
assimilação de novos hábitos alimentares, de higiene e técnicas agrícolas apreendidos dessas culturas. O
autor recorre a diversas fontes históricas inovadoras para entender a formação dos padrões culturais,
como livros de viagens, autobiografias, confissões, depoimentos, cadernos de receitas, brincadeiras, entre
outros.
De acordo com Freyre, embora a colonização tenha sido marcada pelo patriarcalismo e pela
escravidão, que garantiram a supremacia dos elementos brancos nas relações sociais, a cultura dos
africanos exerceu grande peso na vida social: “uma vez no Brasil, os negros tornaram-se, em certo
sentido, verdadeiros donos da terra: dominaram a cozinha (...) conservaram em grande parte a sua dieta”.
Além das influências nos hábitos alimentares, o autor delimita influências africanas nas roupas, na língua,
na moral e na religião.

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A valorização das culturas africanas no período colonial por Gilberto Freyre representou um grande
marco no pensamento social brasileiro, até então pelo repúdio à mestiçagem. Freyre define o cenário
cultural do Brasil como um “equilíbrio de antagonismos” entre a casa-grande e a senzala, pois mesmo
dominado, o negro deteve capacidade de impor sua cultura.
Vale ressaltar que tal interpretação, mais tarde chamada de
“mito da democracia racial”, foi repudiada por diversos teóricos
posteriormente, sendo considerada conservadora e incompleta,
pois ameniza o caráter violento das estruturas de dominação,
desconsidera outras configurações sociais fora do Nordeste
açucareiro e foca apenas nas relações entre senhores e escravos
domésticos, que possuíam status distinto daqueles que se dedicavam
à lavoura.
Por outro lado, o pensamento freyriano apresentou
desdobramentos na identidade nacional durante as décadas de 1930
e 1940, quando se verificou uma valorização da figura do mestiço,
considerado brasileiro por excelência. A feijoada, considerada
herança dos escravos, se tornou símbolo da culinária nacional; a
capoeira, até então perseguida pela polícia, foi oficializada em 1937; Figura 4 - A capoeira, considerada prática de vadios
o samba e as escolas de samba foram incentivados pelo Estado; no começo da República, foi reconhecida como uma
manifestação cultural afro-brasileira durante os anos
Nossa Senhora Aparecida, representada como mestiça, tornou-se
1930. Fonte: Shutterstock.
padroeira do Brasil.

O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan)


A Educação e Cultura foram grandes preocupações da Era Vargas, período que contou com a atuação
política de nomes ligados ao modernismo – incluindo Rodrigo de Melo Franco, Carlos Drummond de
Andrade e Mário de Andrade.
Em 1934 foi criada a Inspetoria dos Monumentos Nacionais, por iniciativa do integralista Gustavo
Barroso. Foi o primeiro órgão federal dedicado à preservação de monumentos históricos, sobretudo na
cidade de Ouro Preto (MG). Pouco tempo depois, o órgão foi desativado devido à criação do Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), por meio da Lei nº 378, de janeiro de 1937. Seu
anteprojeto ficou a cargo de Mário de Andrade, mas foi executado por Rodrigo de Melo Franco.
O decreto de criação do Sphan definiu o patrimônio histórico e artístico nacional como "o conjunto de
bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja do interesse público quer por sua
vinculação a fatos memoráveis da História do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou
etnográfico, bibliográfico ou artístico". Além disso, também considerava integrantes do patrimônio
nacional os “monumentos naturais, bem como sítios e paisagens que importe conservar e proteger pela
feição notável com que tenham sido dotados pela natureza ou agenciados pela indústria humana”
(REZENDE; 2015).
Vinculado ao Ministério da Educação, o Estado Novo depositou ao Sphan um papel importante de
preservar os bens culturais associados a heróis e personagens históricos, com o intuito de estimular o
sentimento nacional. Enquanto esteve à frente do órgão (1937-1969), Rodrigo Melo Franco buscou
promover o tombamento dos monumentos históricos remanescentes e ameaçados por interesses
privados, sobretudo edificações. Essa predileção ficou conhecida como “pedra e cal”.

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O tombamento significava a inscrição do bem cultural a ser preservado em um dos quatro livros do
Tombo: Livro de Belas-Artes, Livro Histórico, Livro Arqueológico e Etnográfico e Livro Paisagístico. Com
isso, o Estado brasileiro se comprometia à sua preservação, defesa e restauração, na medida em que
considera o conhecimento do passado fundamental para a construção do futuro.
A valorização do barroco mineiro pelo órgão, considerado elemento autêntico da matriz luso-
brasileira na cultura nacional, levou ao tombamento de cidades como Ouro Preto, Mariana, São João del
Rei, Tiradentes, Sabará, Diamantina e Serro. A predominância de arquitetos modernistas na fase inicial
do órgão manteve sua predileção pela salvaguarda de expressões arquitetônicas do período colonial, mas
também se voltou ao tombamento de bens culturais de estilo neoclássico e moderno (como a igreja de
São Francisco da Pampulha, em Belo Horizonte).

RESUMO DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO SPHAN


▪ Atividades justificadas pela “retórica da perda”, ou seja, pelas ameaças
de destruição do patrimônio por interesses privados;
▪ Enfatiza a preservação de elementos históricos e artísticos do passado;
▪ Se dedica à proteção de bens móveis (como obras artísticas) e imóveis
(como edifícios e cidades), considerados monumentos associados ao
passado e à identidade nacional;
▪ Tombamento como principal recurso;
▪ “pedra e cal”: ênfase nas edificações, sobretudo na arte e arquitetura
barrocas e de caráter religioso.

O regime militar e o alargamento da política patrimonial


Nos anos 1960, o Sphan foi transformado em um instituto, passando a ser denominado de
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O regime militar demonstrou grande
preocupação em interferir na esfera cultural, reelaborando as políticas patrimoniais por meio da criação
do Programa de Cidades Históricas (PCH), que viabilizou a preservação do patrimônio de cidades
nordestinas.
Vinculado à Secretaria de Planejamento da Presidência da República (Seplan), o PCH foi a primeira
iniciativa a associar a proteção patrimonial ao estímulo dos setores do artesanato e do turismo. Outras
iniciativas relevantes do período foram a criação do Centro Nacional de Referência Cultural (CNRC), em
1975, que buscou inventariar a diversidade cultural do Brasil; e a Fundação Nacional Pró-Memória, em
1979.
As medidas, ocorridas durante a gestão de Aloísio Magalhães, contribuíram para o alargamento
da ideia de patrimônio. De acordo com Aloísio, um país dividido entre megalópoles e comunidades
isoladas havia falhado na formação de uma identidade própria, cada vez menos possível diante da
assimilação de influências culturais externas.
O intelectual recifense também chamou atenção para a atuação do Sphan verificada até então,
voltada apenas à valorização de bens móveis e imóveis. Embora não negasse sua importância histórica, o
tombamento desses bens culturais valorizava criações individuais, porém continuava a negligenciar
expressões culturais do cotidiano. Diante disso, Aloísio Magalhães defendia a proteção daquilo que Mário

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de Andrade chamou de “tradições móveis” – mais tarde denominadas de patrimônio imaterial ou


intangível.
Para concluir, cabe destacar o papel exercido por Aloísio Magalhães no tombamento do terreiro
Casa Branca (1882) em Salvador, considerado o mais antigo terreiro de candomblé do país. Resultado de
uma luta política e simbólica, a proteção do espaço religioso divergiu da orientação verificada na primeira
fase do Sphan, quando Melo Franco se voltou aos bens patrimoniais vinculados à matriz católica luso-
brasileira.

A Constituição de 1988 e o patrimônio imaterial


Os artigos 215 e 216 da Constituição de 1988 representaram uma nova transformação na política
patrimonial. Veja seus principais pontos:

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às
fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das
manifestações culturais.
§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-
brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.
§ 2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para
os diferentes segmentos étnicos nacionais.
§ 3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando
ao desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do poder público que
conduzem à:
I - defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;
II - produção, promoção e difusão de bens culturais;
III - formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões;
IV - democratização do acesso aos bens de cultura;
V - valorização da diversidade étnica e regional.

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais;

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V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,


paleontológico, ecológico e científico.
§ 1º O poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o
patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e
desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação
governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e
valores culturais.
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências
históricas dos antigos quilombos

A grande novidade assegurada pelo texto constitucional é o reconhecimento da existência do


patrimônio imaterial (ou intangível), que inclui festejos, lugares, religiões, formas de medicina popular,
música, dança, culinária, técnicas e outras expressões que atravessam gerações de um mesmo grupo
social.
Diferentemente da política de tombamentos empreendida pelos anos iniciais do Sphan, que
concebia os monumentos como vestígios do passado, o patrimônio cultural imaterial é composto por bens
culturais “vivos” na sociedade, por isso sujeito a modificações. Assim sendo, sua salvaguarda ocorre não
por meio do tombamento, mas sim pelo registro de suas práticas, demandando do Estado o
acompanhamento de suas permanências e transformações.
O registro dos bens imateriais ocorre em quatro livros diferentes:
▪ Livro de Registro dos Saberes → composto por bens culturais que incluem modos de fazer
vinculados à identidade de um determinado grupo social. Nessa categoria se incluem o Ofício das
Baianas de Acarajé, em Salvador; o Modo Artesanal de Fazer Queijo Minas, nas regiões do Serro e
das Serras da Canastra e do Salitre; e o Ofício das Paneleiras de Goiabeiras.
▪ Livro de Registro das Celebrações→ composto por festejos e outras celebrações que marcam a
vivência coletiva de um determinado grupo social, podendo ser consideradas ocasiões
diferenciadas de sociabilidade. São reconhecidos como bens culturais o Círio de Nazaré (PA); o
Complexo Cultural do Bumba meu boi (MA) e a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis (GO).
▪ Livro de Registro das Formas de Expressão → Reúne manifestações artísticas em geral, incluindo
expressões literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas. São exemplos de bens culturais dessa
categoria a Literatura de Cordel, o Carimbó, a Roda de Capoeira, o Frevo e o Maracatu Nação.
▪ Livro de Registro dos Lugares → Inclui locais onde ocorrem práticas culturais coletivas, como
mercados, feiras, santuários e praças. São exemplos de bens culturais desse tipo a Feira de
Caruaru, a Feira de Campina Grande e a Cachoeira de Iauretê – Lugar Sacrado dos Povos Indígenas
dos Rios Uapés e Papuri.
Para efetivar o registro dos bens imateriais, é preciso delimitar sua trajetória histórica e indicar os
atores e relações sociais que garantem sua existência. Fontes documentais e bibliográficas também são

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demandadas, incluindo registros visuais, fotográficos e audiovisuais. Para tanto, o trabalho dos
antropólogos se mostra predominante para o cumprimento dessas etapas.
Ao Estado é reservada a responsabilidade de fomentar a transmissão e reprodução dos bens culturais
imateriais, garantindo o exercício de direitos coletivos. Assim sendo, sua ação não busca a preservação
ou recuperação, mas assegurar a continuidade histórica de um bem cultural que integra uma determinada
cultura.

3. LISTA DE QUESTÕES

1. (2019/Enem 2ª aplicação)
A porca e os sete leitões
É um mito que está desaparecendo, pouca gente o conhece. É provável que a geração infantil atual o
desconheça. (Em nossa infância em Botucatu, ouvimos falar que aparecia atrás da igreja de São Benedito
no largo do Rosário.) Aparece atrás das igrejas antigas. Não faz mal a ninguém, pode-se correr para
apanhá-la com seus bacorinhos que não se conseguirá. Desaparecem do lugar costumeiro da aparição, a
qual só se dá à noite, depois de terem “cumprido a sina”. Em São Luís do Paraitinga, informaram que se a
gente atirar contra a porca, o tiro não acerta. Ninguém é dono dela e por muitos anos apareceu atrás da
igreja de Nossa Senhora das Mercês, na cidade onde nasceu Oswaldo Cruz.
ARAÚJO, A. M. Folclore nacional I: festas, bailados, mitos e lendas. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

Os mitos são importantes para a cultura porque, entre outras funções, auxiliam na composição do
imaginário de um povo por meio da linguagem. Esse texto contribui com o patrimônio cultural brasileiro
porque
a) preserva uma história da tradição oral.
b) confirma a veracidade dos fatos narrados.
c) identifica a origem de uma história popular.
d) apresenta as diferentes visões sobre a aparição.
e) reforça a necessidade de registro das narrativas folclóricas.

2. (2019/Enem 2ª aplicação)
O frevo é uma forma de expressão musical, coreográfica e poética, enraizada no Recife e em Olinda, no
estado de Pernambuco. O frevo é formado pela grande mescla de gêneros musicais, danças, capoeira e
artesanato. É uma das mais ricas expressões da inventividade e capacidade de realização popular na
cultura brasileira. Possui a capacidade de promover a criatividade humana e também o respeito à
diversidade cultural. No ano de 2012, a Unesco proclamou o frevo como Patrimônio Imaterial da
Humanidade.
PORTAL BRASIL. Disponível em: www.brasil.gov.br. Acesso em: 10 fev. 2013.

A característica da manifestação cultural descrita que justifica a sua condição de Patrimônio Imaterial da
Humanidade é a
a) conversão dos festejos em produto da elite.

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b) expressão de sentidos construídos coletivamente.


c) dominação ideológica de um grupo étnico sobre outros.
d) disseminação turística internacional dos eventos festivos.
e) identificação de simbologias presentes nos monumentos artísticos.

3. (2019/Enem-PPL)
Para dar conta do movimento histórico do processo de inserção dos povos indígenas em contextos
urbanos, cuja memória reside na fala dos seus sujeitos, foi necessário construir um método de
investigação, baseado na História Oral, que desvelasse essas vivências ainda não estudadas pela
historiografia, bem como as conflitivas relações de fronteira daí decorrentes. A partir da história oral foi
possível entender a dinâmica de deslocamento e inserção dos índios urbanos no contexto da sociedade
nacional, bem como perceber os entrelugares construídos por estes grupos étnicos na luta pela
sobrevivência e no enfrentamento da sua condição de invisibilidade.
MUSSI, P. L. V. Tronco velho ou ponta da rama? A mulher indígena terena nos entrelugares da fronteira urbana. Patrimônio e
Memória, n. 1, 2008

O uso desse método para compreender as condições dos povos indígenas nas áreas urbanas brasileiras
justifica-se por
a) focalizar a empregabilidade de indivíduos carentes de especialização técnica.
b) permitir o recenseamento de cidadãos ausentes das estatísticas oficiais.
c) neutralizar as ideologias de observadores imbuídos de viés acadêmico.
d) promover o retorno de grupos apartados de suas nações de origem.
e) registrar as trajetórias de sujeitos distantes das práticas de escrita.

4. (2019/Enem 2ª aplicação)

Os azulejos das fachadas do centro histórico de São Luís (MA) integram o patrimônio cultural da
humanidade reconhecido pela Unesco. A técnica artística utilizada para a produção desses revestimentos
advém das
a) confluências de diferentes saberes do Oriente Médio e da Europa.
b) adequações para aproveitamento da mão de obra local.

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c) inovações decorrentes da Revolução Industrial.


d) influências das culturas francesa e holandesa.
e) descobertas de recursos naturais na Colônia.

5. (2017/Enem Libras)
A origem da capoeira está ligada à escravidão brasileira, pois nasceu como elemento de resistência à
opressão do negro escravo naquela época. Considerados como mercadorias, os negros eram submetidos
à vontade e aos desmandos de seus senhores. O castigo, a humilhação e o medo foram formas de
manutenção e controle desse sistema. A forma mais importante de resistência a essas condições de vida
foram as fugas. A capoeira surge nesse contexto como elemento de resistência física, diante da
necessidade de autodefesa à opressão, utilizando seu corpo para confrontar seus opressores; e resistência
cultural, proveniente da necessidade do negro escravo de se fazer humano, reconstruindo sua identidade.
Disponível em: http://ebookbrowsee.net. Acesso em: 28 jan. 2014 (adaptado).

O contexto do surgimento da prática da capoeira no Brasil marca física, histórica e culturalmente essa
manifestação corporal, caracterizando-a como uma
a) prática corporal de controle das ações humanas.
b) forma de reconstrução identitária como defesa do negro.
c) atividade física esportiva de cunho competitivo entre negros.
d) maneira de adaptação da cultura negra à sociedade escravocrata.
e) manifestação cultural das relações simétricas entre escravos e senhores.

6. (2017/Enem-PPL)
As primeiras ações acerca do patrimônio histórico no Brasil datam da década de 1930, com a criação do
Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), em 1937. Nesse período, o conceito que
norteou a política de patrimônio limitou-se aos monumentos arquitetônicos relacionados ao passado
brasileiro e vinculava-se aos ideais modernistas de conhecer, compreender e recriar o Brasil por meio da
valorização da tradição.
SANTOS, G. Poder e patrimônio histórico: possibilidades de diálogo entre educação
histórica e educação patrimonial no ensino médio. EntreVer, n. 2, jan.-jun. 2012.

Considerando o contexto mencionado, a criação dessa política patrimonial objetivou a


a) consolidação da historiografia oficial.
b) definição do mercado cultural.
c) afirmação da identidade nacional.
d) divulgação de sítios arqueológicos.
e) universalização de saberes museológicos.

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7. (2017/Enem 2ª Aplicação)
Na antiga Vila de São José del Rei, a atual cidade de Tiradentes (MG), na primeira metade do século XVIII,
mais de cinco mil escravos trabalhavam na mineração aurífera. Construíram sua capela, dedicada a Nossa
Senhora do Rosário. Na fachada, colocaram um oratório com a imagem de São Benedito. A comunidade
do século XVIII era organizada mediante a cor, por isso cada grupo tinha sua irmandade: a dos brancos,
dos crioulos, dos mulatos, dos pardos. Em cada localidade se construía uma igreja dedicada a Nossa
Senhora do Rosário. Com a decadência da mineração, a população negra foi levada para arraiais com
atividades lucrativas diversas. Eles se foram e ficou a igreja. Mas, hoje, está sendo resgatada a festa do
Rosário e o Terno de Congado.
CRUZ, L. Fé e identidade cultural. Disponível em: www.revistadehistoria.com.br. Acesso em: 4 jul. 2012.

Na lógica analisada, as duas festividades retomadas recentemente, na cidade mineira de Tiradentes, têm
como propósito
a) valorizar a cultura afrodescendente e suas tradições religiosas.
b) retomar a veneração católica aos valores do passado colonial.
c) reunir os elementos constitutivos da história econômica regional.
d) combater o preconceito contra os adeptos do catolicismo popular.
e) produzir eventos turísticos voltados a religiões de origem africana.

8. (2017/Enem Libras)
Uma área de cerca de 101,7 mil metros quadrados, com um pátio ferroviário e uma série de armazéns de
açúcar abandonados pelo poder público. Quem olha de fora vê apenas isso, mas quem conhece a história
do Cais José Estelita sabe que o local faz parte da história de Recife, sendo um dos cartões-postais e um
dos poucos espaços públicos que restam na capital pernambucana.
E é por isso que um grupo está lutando para evitar que as construções sejam demolidas por um consórcio
de grandes construtoras para construção de prédios comerciais e residenciais.
BUENO, C. Ocupe Estelita: movimento social e cultural defende marco histórico de Recife. Ciência e Cultura, n. 4, 2014.

A forma de atuação do movimento social relatado evidencia a sua busca pela


a) revitalização econômica do lugar.
b) ampliação do poder de consumo.
c) preservação do patrimônio material.
d) intensificação da geração de empregos.
e) criação de espaços de autossegregação.

9. (2017/Enem 2ª aplicação)
É dia de festa na roça. Fogueira posicionada, caipiras arrumados, barraquinhas com quitutes suculentos e
bandeirinhas de todas as cores enfeitando o salão. Mas o ponto mais esperado de toda a festa é sempre
a quadrilha, embalada por música típica e linguajar próprio. Anarriê, alavantú, balancê de damas e tantos
outros termos agitados pelo puxador da quadrilha deixam a festa de São João, comemorada em todo o
Brasil, ainda mais completa.

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Embora os festejos juninos sejam uma herança da colonização portuguesa no Brasil, grande parte das
tradições da quadrilha tem origem francesa. E muita gente dança sem saber.
As influências estrangeiras são muitas nas festas dos três santos do mês de junho (Santo Antônio, no dia
13, e São Pedro, no dia 29, completam o grupo). O “changê de damas” nada mais é do que a troca de
damas na dança, do francês “changer”. O “alavantú”, quando os casais se aproximam e se cumprimentam,
também é francês, e vem de “en avant tous”. Assim também acontece com o “balancê”, que também
vem de bailar em francês.
SOARES, L. Disponível em: http://gazetaonline.globo.com. Acesso em: 30 jun. 2015 (adaptado)

Ao discorrer sobre a festa de São João e a quadrilha como manifestações da cultura corporal, o texto
privilegia a descrição de
a) movimentos realizados durante a coreografia da dança.
b) personagens presentes nos festejos de São João.
c) vestimentas utilizadas pelos participantes.
d) ritmos existentes na dança da quadrilha.
e) folguedos constituintes do evento.

10. (2017/Enem 2ª aplicação)


TEXTO I
Frevo: Dança de rua e de salão, é a grande alucinação do Carnaval pernambucano. Trata-se de uma
marcha de ritmo frenético, que é a sua característica principal. E a multidão ondulando, nos meneios da
dança, fica a ferver. E foi dessa ideia de fervura (o povo pronuncia frevura, frever) que se criou o nome
frevo.
CASCUDO, L. C. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Global, 2001 (adaptado).

TEXTO II
Frevo é Patrimônio Imaterial da Humanidade
O frevo, ritmo genuinamente pernambucano, agora é do mundo. A música que hipnotiza milhões de
foliões e dá o tom do Carnaval no estado foi oficialmente reconhecida como Patrimônio Imaterial da
Humanidade. O anúncio foi feito em Paris, nesta quarta-feira, durante cerimônia da Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Disponível em: www.diariodepernambuco.com.br. Acesso em: 14 jun. 2015.

Apesar de abordarem o mesmo tema, os textos I e II diferenciam-se por pertencerem a gêneros que
cumprem, respectivamente, a função social de
a) resumir e avaliar.
b) analisar e reportar.
c) definir e informar.
d) comentar e explanar.
e) discutir e conscientizar.

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11. (2017/Enem Libras)


Para a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), é importante
promover e proteger monumentos, sítios históricos e paisagens culturais. Mas não só de aspectos físicos
se constitui a cultura de um povo. As tradições, o folclore, os saberes, as línguas, as festas e diversos
outros aspectos e manifestações devem ser levados em consideração. Os afro-brasileiros contribuíram e
ainda contribuem fortemente na formação do patrimônio imaterial do Brasil, que concentra o segundo
contingente de população negra do mundo, ficando atrás apenas da Nigéria.
MENEZES, S. A força da cultura negra: Iphan reconhece manifestações como patrimônio imaterial. Disponível em:
www.ipea.gov.br. Acesso em: 29 set. 2015.

Considerando a abordagem do texto, os bens imateriais enfatizam a importância das representações


culturais para a
a) construção da identidade nacional.
b) elaboração do sentimento religioso.
c) dicotomia do conhecimento prático.
d) reprodução do trabalho coletivo.
e) reprodução do saber tradicional.

12. (2016/Enem)

Inspirada em fantasias de Carnaval, a arte apresentada se opunha à concepção de patrimônio vigente nas
décadas de 1960 e 1970 na medida em que

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a) se apropriava das expressões da cultura popular para produzir uma arte efêmera destinada ao
protesto.
b) resgatava símbolos ameríndios e africanos para se adaptara exposições em espaços públicos.
c) absorvia elementos gráficos da propaganda para criar objetos comercializáveis pelas galerias.
d) valorizava elementos da arte popular para construir representações da identidade brasileira.
e) incorporava elementos da cultura de massa para atenderás exigências dos museus.

13. (2016/Enem)
TEXTO I

TEXTO II
A eleição dos novos bens, ou melhor, de novas formas de se conceber a condição do patrimônio cultural
nacional, também permite que diferentes grupos sociais, utilizando as leis do Estado e o apoio de
especialistas, revejam as imagens e alegorias do seu passado, do que querem guardar e definir como
próprio e identitário.
ABREU, M.; SOIHET, R.; GONTIJO, R. (Org.). Cultura política e leituras do passado: historiografia e ensino de história, Rio de
Janeiro Civilização Brasileira, 2007

O texto chama a atenção para a importância da proteção de bens que, como aquele apresentado na
imagem, se identificam como:
a) Artefatos sagrados.
b) Heranças materiais.
c) Objetos arqueológicos.
d) Peças comercializáveis.
e) Conhecimentos tradicionais.

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14. (2016/Enem)

A imagem retrata uma prática cultural brasileira cuja raiz histórica está associada à
a) liberdade religiosa.
b) migração forçada.
c) devoção ecumênica.
d) atividade missionária.
e) mobilização política.

15. (Enem/2016)
No aniversário do primeiro decênio da Marcha sobre Roma, em outubro de 1932, Mussolini irá inaugurar
sua Via dell Impero; a nova Via Sacra do Fascismo, ornada com estátuas de César, Augusto, Trajano, servirá
ao culto do antigo e à glória do Império Romano e de espaço comemorativo do ufanismo italiano. Às
sombras do passado recriado ergue-se a nova Roma, que pode vangloriar-se e celebrar seus imperadores
e homens fortes; seus grandes poetas e apólogos como Horácio e Virgílio.
SILVA, G. História antiga e usos do passado um estudo de apropriações da Antiguidade sob o regime de Vichy. São Paulo:
Annablume, 2007 (adaptado).

A retomada da Antiguidade clássica pela perspectiva do patrimônio cultural foi realizada com o objetivo
de
a) afirmar o ideário cristão para reconquistar a grandeza perdida.
b) utilizar os vestígios restaurados para justificar o regime político.
c) difundir os saberes ancestrais para moralizar os costumes sociais.
d) refazer o urbanismo clássico para favorecer a participação política.
e) recompor a organização republicana para fortalecer a administração estatal.

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16. (2014/Enem-PPL)
De modo geral, os logradouros de Fortaleza, até meados do século XIX, eram conhecidos por designações
surgidas da tradição ou de funções e edificações que lhes caracterizavam. Assim, chamava-se Travessa da
Municipalidade (atual Guilherme Rocha) por ladear o prédio da Intendência Municipal; S. Bernardo (hoje
Pedro Pereira) por conta de igreja homônima; Rua do Cajueiro (atual Pedro Borges) por abrigar uma das
mais antigas e populares árvores da capital. Já a Praça José de Alencar, na década de 1850, era
popularmente designada por Praça do Patrocínio, pois em seu lado norte se encontrava uma igreja
homônima.
SILVA FILHO, A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade. Fortaleza: Museu do Ceará; Secult-CE, 2001 (adaptado).

Os atos de nomeação dos logradouros, analisados de uma perspectiva histórica, constituem


a) formas de promover os nomes das autoridades imperiais.
b) modos oficiais e populares de produção da memória nas cidades.
c) recursos arquitetônicos funcionais à racionalização do espaço urbano
d) maneiras de hierarquizar estratos sociais e dividir as populações urbanas.
e) mecanismos de imposição dos itinerários sociais e fluxos econômicos na cidade.

17. (2014/Enem)
Queijo de Minas vira patrimônio cultural brasileiro
O modo artesanal da fabricação do queijo em Minas Gerais foi registrado nesta quinta-feira (15) como
patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Iphan). O veredicto foi dado em reunião do conselho realizada no Museu de Artes e
Ofícios, em Belo Horizonte. O presidente do Iphan e do conselho ressaltou que a técnica de fabricação
artesanal do queijo está “inserida na cultura do que é ser mineiro”.
Folha de S. Paulo, 15 maio 2008

Entre os bens que compõem o patrimônio nacional, o que pertence à mesma categoria citada no texto
está representado em:

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a)

b)

c) d)

e)

18. (2014/Enem-PPL)
Desde 2002, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tem registrado certos bens
imateriais como patrimônio cultural do país. Entre as manifestações que já ganharam esse status está o

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ofício das baianas do acarajé. Enfatize-se: o ofício das baianas, não a receita do acarajé. Quando uma
baiana prepara o acarajé, há uma série de códigos imperceptíveis para quem olha de fora. A cor da roupa,
a amarra dos panos e os adereços mudam de acordo com o santo e com a hierarquia dela no candomblé.
O Iphan conta que, registrando o ofício, “esse e outros mundos ligados ao preparo do acarajé podem ser
descortinados”.
KAZ, R. A diferença entre o acarajé e o sanduíche de Bauru. Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 13, out. 2006

De acordo com o autor, o Iphan evidencia a necessidade de se protegerem certas manifestações histórias
para que continuem existindo, destacando-se nesse caso a
a) mistura de tradições africanas, indígenas e portuguesas no preparo do alimento por parte das
cozinheiras baianas.
b) relação com o sagrado no ato de preparar o alimento, sobressaindo-se o uso de símbolos e insígnias
pelas cozinheiras.
c) utilização de certos ingredientes que se mostram cada vez mais raros de encontrar, com as mudanças
nos hábitos alimentares.
d) necessidade de preservação dos locais tradicionais de preparo do acarajé, ameaçados com as
transformações urbanas no país.
e) importância de se treinarem as cozinheiras baianas a fim de resgatar o modo tradicional de preparo do
acarajé, que remonta à escravidão.

19. (2014/Enem 2ª aplicação)


Capitulo XIII
Dos vadios e capoeiras
Art. 402. Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade e destreza corporal conhecidos pela
denominação capoeiragem; andar em correrias, com armas ou instrumentos capazes de produzir uma
lesão corporal, provocando tumultos ou desordens, ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo
temor de algum mal: Pena — de prisão celular por dois a seis meses.
Parágrafo único. É considerado circunstância agravante pertencer o capoeira a alguma banda ou malta.
Aos chefes, ou cabeças, se importa pena em dobro.
BRASIL. Código Penal de 1890. Disponível em: www.senado.gov.br. Acesso em: 31 jul. 2012.

A mudança diante da prática cultural descrita está relacionada


a) verificação de que a ampliação do patrimônio possibilita novos mercados de trabalho.
b) compreensão de que a capoeira deixou de ser um elemento identitário para os negros.
c) comprovação de que a prática da capoeira foi fundamental para a abolição da escravatura.
d) legitimação da contribuição dos negros como componente fundamental da cultura brasileira.
e) crença de que uma etnia minoritária precisa ter seus costumes preservados pelos legisladores.

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20. (2014/Enem-PPL)

A Estátua do Laçador, tombada como patrimônio em 2001, é um monumento de Porto Alegre/RS, que representa o gaúcho
(em trajes típicos).
Disponível em: www.portoalegre.tur.br. Acesso em: 3 ago. 2012 (adaptado)

O monumento identifica um(a)


a) exemplo de bem imaterial.
b) forma de exposição da individualidade.
c) modo de enaltecer os ideais de liberdade.
d) manifestação histórico-cultural de uma população.
e) maneira de propor mudanças nos costumes.

21. (2014/Enem 2ª aplicação)


A abordagem do patrimônio cultural, centrada nos aspectos técnicos da conservação e da restauração,
tende a ocultar a ideia de que a sua preservação é uma prática social que implica um processo de
interpretação da cultura, não apenas material como simbólica, portadora de referência a identidade, a
ação e a memória dos grupos formadores da sociedade.
FONSECA, M. C. L. Para além da pedra e cal. In: ABREU, R.; CHAGAS, M. Memória e patrimônio: ensaios contemporâneos. Rio
de Janeiro: DP&A, 2003 (adaptado).
A defesa do patrimônio histórico busca valorizar os bens que representam a nossa identidade. Nesse
sentido, há manifestações culturais cuja preservação demanda seu reconhecimento como patrimônio
imaterial.
Essa concepção de patrimônio expressa-se
a) no conjunto de bens culturais classificados segundo a sua natureza: arqueológica, histórica e
etnográfica.
b) no tombamento dos bens imóveis, como grupos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos.
c) na preservação e proteção de monumentos históricos e bens culturais de diversas regiões brasileiras.

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d) no conhecimento transmitido entre gerações e recriado pelas comunidades, gerando um sentimento


de pertencimento.
e) no arquivamento da produção intelectual como os livros e a conservação de pinturas e esculturas.

22. (2014/Enem 2ª aplicação)


O artigo 402 do Código penal Brasileiro de 1890 dizia: Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de
agilidade e destreza corporal, conhecidos pela denominação de capoeiragem: andar em correrias, com
armas ou instrumentos capazes de produzir uma lesão corporal, provocando tumulto ou desordens.
Pena: Prisão de dois a seis meses.
SOARES, C. E. L. A Negregada instituição: os capoeiras no Rio de Janeiro: 1850-1890. Rio de Janeiro: Secretaria
Municipal de Cultura, 1994 (adaptado).

O artigo do primeiro Código Penal Republicano naturaliza medidas socialmente excludentes. Nesse
contexto, tal regulamento expressava
a) a manutenção de parte da legislação do Império com vistas ao controle da criminalidade urbana.
b) a defesa do retorno do cativeiro e escravidão pelos primeiros governos do período republicano.
c) o caráter disciplinador de uma sociedade industrializada, desejosa de um equilíbrio entre progresso e
civilização.
d) a criminalização de práticas culturais e a persistência de valores que vinculavam certos grupos ao
passado de escravidão.
e) o poder do regime escravista, que mantinha os negros como categoria social inferior, discriminada e
segregada.

23. (2014/Enem 2ª aplicação)


Nas últimas décadas, a capoeira está cada vez mais presente no ambiente escolar, seja por intermédio de
estudantes que a praticam nós intervalos das aulas, seja como parte das propostas curriculares de
diversas instituições de ensino. Cada vez mais reconhecida, a capoeira a considerada a décima quarta
expressão artística do país, registrada como patrimônio cultural da humanidade. Sua prática representa
nas escolas uma:
a) atividade que proporciona diálogo e inclusão para os participantes.
b) Alternativa que contraria o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)
c) meio didático desvinculado da cultura popular.
d) movimento teórico e intelectual sem práxis coletiva.
e) prática sem vínculo identitário e cultural.

24. (2013/Enem)
No dia 1º de julho de 2012, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se a primeira do mundo a receber o título
da Unesco de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural. A candidatura, apresentada pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi aprovada durante a 36.ª Sessão do Comitê do

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Patrimônio Mundial. O presidente do Iphan explicou que “a paisagem carioca é a imagem mais explícita
do que podemos chamar de civilização brasileira, com sua originalidade, desafios, contradições e
possibilidades”. A partir de agora, os locais da cidade valorizados com o título da Unesco serão alvo de
ações integradas visando à preservação da sua paisagem cultural.
O reconhecimento da paisagem em questão como patrimônio mundial deriva da
a) presença do corpo artístico local.
b) imagem internacional da metrópole.
c) herança de prédios da ex-capital do país.
d) diversidade de culturas presente na cidade.
e) relação sociedade-natureza de caráter singular.

25. (2013/Enem-PPL)
O antropólogo americano Marius Barbeau escreveu o seguinte: sempre que se cante a uma criança uma
cantiga de ninar; sempre que se use uma canção, uma adivinha, uma parlenda, uma rima de contar, no
quarto das crianças ou na escola; sempre que ditos e provérbios, fábulas, histórias bobas e contos
populares sejam representados; aí veremos o folclore em seu próprio domínio, sempre em ação, vivo e
mutável, sempre pronto a agarrar e assimilar novos elementos em seu caminho.
UTLEY, F. L. Uma definição de folclore. In: BRANDÃO, C. R. O que é folclore. São Paulo: Brasiliense, 1984 (adaptado).

O texto tem como objeto a construção da identidade cultural, reconhecendo que o folclore, mesmo sendo
uma manifestação associada à preservação das raízes e da memória dos grupos sociais,
a) está sujeito a mudanças e reinterpretações.
b) deve ser apresentado de forma escrita.
c) segue os padrões de produção da moderna indústria cultural.
d) tende a ser materializado em peças e obras de arte eruditas.
e) expressa as vivências contemporâneas e os anseios futuros desses grupos

26. (2013/Enem)
Própria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como dança aristocrática. oriunda dos salões franceses,
depois difundida por toda a Europa. No Brasil, foi introduzida como dança de salão e, por sua vez,
apropriada e adaptada pelo gosto popular. Para sua ocorrência, é importante a presença de um mestre
“marcante” ou “marcador”, pois é quem determina as figurações diversas que os dançadores
desenvolvem. Observa-se a constância das seguintes marcações: “Tour”, “En avant”, “Chez des dames”,
“Chez des cheveliê”, “Cestinha de flor”, “Balancê”, “Caminho da roça”, “Olha a chuva”, “Garranchê”,
“Passeio”, “Coroa de flores”, “Coroa de espinhos” etc.
No Rio de Janeiro, em contexto urbano, apresenta transformações: surgem novas figurações, o francês
aportuguesado inexiste, o uso de gravações substitui a música ao vivo, além do aspecto de competição,
que sustenta os festivais de quadrilha, promovidos por órgãos de turismo.
CASCUDO. L.C. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Melhoramentos. 1976.

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As diversas formas de dança são demonstrações da diversidade cultural do nosso país. Entre elas, a
quadrilha é considerada uma dança folclórica por
a) possuir como característica principal os atributos divinos e religiosos e, por isso, identificar uma nação
ou região.
b) abordar as tradições e costumes de determinados povos ou regiões distintas de uma mesma nação.
c) apresentar cunho artístico e técnicas apuradas, sendo também, considerada dança-espetáculo.
d) necessitar de vestuário específico para a sua prática, o qual define seu país de origem.
e) acontecer em salões e festas e ser influenciada por diversos gêneros musicais.

27. (2013/Enem)
A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio do processo cultural: seu
movimento, pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto, do resgate ingênuo do passado nem do
seu cultivo nostálgico, mas de procurar perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O que se quer é captar
seu movimento para melhor compreendê-lo historicamente.
MINAS GERAIS: Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em Minas Gerais. Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 1988.

Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem africana, como a capoeira ou o
candomblé, deve considerar que elas
a) permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos.
b) perderam a relação com o seu passado histórico.
c) derivam da interação entre valores africanos e a experiência histórica brasileira.
d) contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual.
e) demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relação aos europeus.

28. (2012/Enem-PPL)
O que o projeto governamental tem em vista é poupar à Nação o prejuízo irreparável do perecimento e
da evasão do que há de mais precioso no seu patrimônio. Grande parte das obras de arte até mais valiosas
e dos bens de maior interesse histórico, de que a coletividade brasileira era depositária, têm desaparecido
ou se arruinado irremediavelmente. As obras de arte típicas e as relíquias da história de cada país não
constituem o seu patrimônio privado, e sim um patrimônio comum de todos os povos.
ANDRADE, R. M. F. Defesa do patrimônio artístico e histórico. O Jornal, 30 out. 1936. In: ALVES FILHO, I. Brasil, 500 anos em
documentos. Rio de Janeiro: Mauad, 1999 (adaptado).

A criação no Brasil do Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (SPHAN), em 1937, foi orientada
por ideias como as descritas no texto, que visavam
a) submeter a memória e o patrimônio nacional ao controle dos órgãos públicos, de acordo com a
tendência autoritária do Estado Novo.
b) transferir para a iniciativa privada a responsabilidade de preservação do patrimônio nacional, por meio
de leis de incentivo fiscal.
c) definir os fatos e personagens históricos a serem cultuados pela sociedade brasileira, de acordo com o
interesse público.

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d) resguardar da destruição as obras representativas da cultura nacional, por meio de políticas públicas
preservacionistas.
e) determinar as responsabilidades pela destruição do patrimônio nacional, de acordo com a legislação
brasileira.

29. (2012/Enem-PPL)

O arrojado projeto arquitetônico e urbanista da nova capital federal fez com que Brasília fosse, no ano de
1987, considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, porque o Plano Piloto de Brasília concretizava
os princípios do
a) urbanismo modernista internacional.
b) modelo da arquitetura sacra europeia.
c) pensamento organicista das metrópoles brasileiras.
d) plano de interiorização da capital.
e) projeto nacional desenvolvimentista do governo JK.

30. (2012/Enem-PPL)
Ao final do Ano da França no Brasil, aconteceu na Bahia um encontro único entre a bossa nova brasileira
e a música francesa, no show do cantor e compositor baiano radicado na França, Paulo Costa. O show se
chama “Toulouse em Bossa” por conta da versão da música Toulouse, de Claude Nougaro, que é uma
espécie de hino deles, tal como é para nós Garota de Ipanema, explica Paulo Costa. Nougaro é famoso na
França e conhecido por suas versões de músicas brasileiras, como O Que Será que Será e Berimbau.
Disponível em: http://anodafrancanobrasil.cultura.gov.br. Acesso em: 27 abr. 2010. (adaptado)

O que representam encontros como o ocorrido na Bahia em 2009 para o patrimônio cultural das
sociedades brasileira e francesa?
a) Ocasião para identificar qual das duas culturas é mais cosmopolita e deve ser difundida entre os demais
países.

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b) Oportunidade de se apreciar a riqueza da diversidade cultural e a possibilidade de fazer dialogar


culturas diferentes.
c) Mostra das diferenças entre as duas culturas e o desconhecimento dos brasileiros em relação à cultura
francesa.
d) Demonstração da heterogeneidade das composições e da distância cultural entre os dois países.
e) Tentativa de se evidenciar a semelhança linguística do francês e do português, com o intuito de unir as
diferentes sociedades.

31. (2012/Enem-PPL)
O Ofício das Baianas de Acarajé constitui um bem cultural de natureza imaterial, inscrito no Livro dos
Saberes em 2005, que consiste em uma prática tradicional de produção e venda, em tabuleiro, das
chamadas comidas de baiana, feitas com azeite de dendê e ligadas ao culto dos orixás, amplamente
disseminadas na cidade de Salvador, Bahia.
Disponível em: http://portal.iphan.gov.br. Acesso em: 29 fev. 2012 (adaptado).
O texto contém a descrição de um bem cultural que foi reconhecido pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio
Histórico Artístico Nacional) como patrimônio imaterial, pois representa
a) uma técnica culinária com valor comercial e atratividade turística.
b) um símbolo da vitalidade dessas mulheres e de suas comunidades.
c) uma manifestação artística antiga e de abrangência nacional.
d) um modo de fazer e viver ligado a uma identidade étnica e regional.
e) uma fusão de ritos das diferentes heranças e tradições religiosas do país.

32. (2011/Enem-PPL)
A Unesco define como Patrimônio Cultural Imaterial “as práticas, representações, expressões,
conhecimentos e técnicas ― junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes
são associados ― que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como
parte integrante de seu patrimônio cultural.” São exemplos de bens registrados como Patrimônio
Imaterial no Brasil: o Círio de Nazaré no Pará, o Samba de Roda do Recôncavo Baiano, o Ofício das Baianas
de Acarajé, o Jongo no Sudeste, entre outros.
Disponível em: http://www.portal.iphan.gov.br. Acesso em: 29 jul. 2010 (adaptado).
É bastante recente no Brasil o registro de determinadas manifestações culturais como integrantes de seu
Patrimônio Cultural Imaterial. O objetivo de se realizar e divulgar este tipo de registro é
a) reconhecer o valor da cultura popular para torná-la equivalente à cultura erudita.
b) recuperar as características originais das manifestações culturais dos povos nativos do Brasil.
c) promover o respeito à diversidade cultural por meio da valorização das manifestações populares.
d) possibilitar a absorção das manifestações culturais populares pela cultura nacional brasileira.
e) inserir as manifestações populares no mercado, proporcionando retorno financeiro a seus produtores.

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33. (2010/Enem)
As ruínas do povoado de Canudos, no sertão norte da Bahia, além de significativas para a identidade
cultural, dessa região, são úteis às investigações sobre a Guerra de Canudos e o modo de vida dos antigos
revoltosos.
Essas ruínas foram reconhecidas como patrimônio cultural material pelo Iphan (Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) porque reúnem um conjunto de
a) objetos arqueológicos e paisagísticos.
b) acervos museológicos e bibliográficos.
c) núcleos urbanos e etnográficos
d) práticas e representações de uma sociedade.
e) expressões e técnicas de uma sociedade extinta.

34. (2010/Enem cancelado)


O folclore é o retrato da cultura de um povo. A dança popular e folclórica é uma forma de representar a
cultura regional, pois retrata seus valores, crenças, trabalho conhecê-la, é de alguma forma se apropriar
dela, é enriquecer a própria cultura.
BREGOLATO, R. A. Cultura Corporal da Dança. São Paulo: Ícone, 2007.

As manifestações folclóricas perpetuam uma tradição cultural, é obra de um povo que a cria, recria e a
perpetua. Sob essa abordagem deixa-se de identificar como dança folclórica brasileira
a) o Bumba-meu-boi, que é uma dança teatral onde personagens contam uma história envolvendo
crítica social, morte e ressurreição.
b) a Quadrilha das festas juninas, que associam festejos religiosos a celebrações de origens
pagãs envolvendo as colheitas e a fogueira.
c) o Congado, que é uma representação de um reinado africano onde se homenageia santos através
de música, cantos e dança.
d) o Balé, em que se utilizam músicos, bailarinos e vários outros profissionais para contar uma história em
forma de espetáculo.
e) o Carnaval, em que o samba derivado do batuque africano é utilizado com o objetivo de contar
ou recriar uma história nos desfiles.

35. (2009/Enem cancelado)


Folclore designa o conjunto de costumes, lendas, provérbios, festas tradicionais/populares,
manifestações artísticas em geral, preservado, por meio da tradição oral, por um povo ou grupo
populacional. Para exemplificar, cita-se o frevo, um ritmo de origem pernambucana surgido no início do
século XX. Ele a caracterizado pelo andamento acelerado e pela dança peculiar, feita de malabarismos,
rodopios e passos curtos, além do uso, como parte da indumentária, de uma sombrinha colorida, que
permanece aberta durante a coreografia.
As manifestações culturais citadas a seguir que integram a mesma categoria folclórica descrita no texto
são

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a) bumba-meu-boi e festa junina.


b) cantiga de roda e parlenda.
c) saci-pererê e boitatá.
d) maracatu e cordel.
e) catira e samba.

36. (2009/Enem cancelado)


O Cafundó é um bairro rural situado no município de Salto de Pirapora, a 150 km de São Paulo.
Sua população, predominantemente negra, divide-se em duas parentelas: a dos Almeida Caetano e a dos
Pires Pedroso. Cerca de oitenta pessoas vivem no bairro. Dessas, apenas nove detêm o título de
proprietários legais dos 7,75 alqueires de terra que constituem a extensão do Cafundó, que foram doados
a dois escravos, ancestrais de seus habitantes atuais, pelo antigo senhor e fazendeiro, pouco antes da
Abolição, em 1888. Nessas terras, seus moradores plantam milho, feijão e mandioca e criam galinhas e
porcos. Tudo em pequena escala. Sua língua materna é o português, uma variação regional que, sob
muitos aspectos, poderia ser identificada como dialeto caipira. Usam um léxico de origem banto,
quimbundo principalmente, cujo papel social é, sobretudo, de representá-los como africanos no Brasil.
O bairro de Cafundó integra o patrimônio cultural do Brasil porque:
a) possui terras herdadas de famílias antigas da região.
b) preservou o modo de falar de origem banto e quimbundo.
c) tem origem no período anterior à abolição da escravatura.
d) pertence a uma comunidade rural do interior do estado de São Paulo.
e) possui moradores que são africanos do Brasil e perderam o laço com sua origem.

37. (2007/Enem cancelado)


Não só de aspectos físicos se constitui a cultura de um povo. Há muito mais, contido nas tradições, no
folclore, nos saberes, nas línguas, nas festas e em diversos outros aspectos e manifestações transmitidos
oral ou gestualmente, recriados coletivamente e modificados ao longo do tempo. A essa porção intangível
da herança cultural dos povos dá-se o nome de patrimônio cultural imaterial.
Internet: www.unesco.org.br

Qual das figuras abaixo retrata patrimônio imaterial da cultura de um povo?

a)

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b)

c)

d)

e)

38. (2007/Enem)

A pintura rupestre mostrada na figura anterior, que é um patrimônio cultural brasileiro, expressa
a) o conflito entre os povos indígenas e os europeus durante o processo de colonização do Brasil.
b) a organização social e política de um povo indígena e a hierarquia entre seus membros.

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c) aspectos da vida cotidiana de grupos que viveram durante a chamada pré-história do Brasil.
d) os rituais que envolvem sacrifícios de grandes dinossauros atualmente extintos.
e) a constante guerra entre diferentes grupos paleoíndios da América durante o período colonial.

39. (2006/Enem)
No início do século XIX, o naturalista alemão Carl Von Martius esteve no Brasil em missão científica para
fazer observações sobre a flora e a fauna nativas e sobre a sociedade indígena. Referindo-se ao indígena,
ele afirmou:
Permanecendo em grau inferior da humanidade, moralmente, ainda na infância, a civilização não o
altera, nenhum exemplo o excita e nada o impulsiona para um nobre desenvolvimento progressivo (...).
Esse estranho e inexplicável estado do indígena americano, até o presente, tem feito fracassarem todas
as tentativas para conciliá-lo inteiramente com a Europa vencedora e torná-lo um cidadão satisfeito e
feliz.
Carl Von Martius. O estado do direito entre os autóctones do Brasil. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/EDUSP, 1982.
Com base nessa descrição, pode se concluir que o naturalista Von Martius
a) apoiava a independência do Novo Mundo, acreditando que os índios, diferentemente do que fazia a
missão europeia, respeitavam a flora e a fauna do país.
b) discriminava preconceituosamente as populações originárias da América e advogava o extermínio dos
índios.
c) defendia uma posição progressista para o século XIX: a de tornar o indígena cidadão satisfeito e feliz.
d) procurava impedir o processo de aculturação, ao descrever cientificamente a cultura das populações
originárias da América.
e) desvalorizava os patrimônios étnicos e culturais das sociedades indígenas e reforçava a missão
“civilizadora europeia”, típica do século XIX.

40. (2003/Enem)
Jean de Léry viveu na França na segunda metade do século XVI, época em que as chamadas guerras de
religião opuseram católicos e protestantes. No texto a seguir, ele relata o cerco da cidade de Sancerre por
tropas católicas.
(...) desde que os canhões começaram a atirar sobre nós com maior frequência, tornou-se necessário que
todos dormissem nas casernas. Eu logo providenciei para mim um leito feito de um lençol atado pelas
suas duas pontas e assim fiquei suspenso no ar, à maneira dos selvagens americanos (entre os quais eu
estive durante dez meses) o que foi imediatamente imitado por todos os nossos soldados. De tal maneira
que a caserna logo ficou cheia deles. Aqueles que dormiram assim puderam confirmar o quanto esta
maneira é apropriada tanto para evitar os vermes quanto para manter as roupas limpas (...).
Neste texto, Jean de Léry
a) despreza a cultura e rejeita o patrimônio dos indígenas americanos.
b) revela-se constrangido por ter de recorrer a um invento de "selvagens".
c) reconhece a superioridade das sociedades indígenas americanas com relação aos europeus.

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d) valoriza o patrimônio cultural dos indígenas americanos, adaptando-o às suas necessidades.


e) valoriza os costumes dos indígenas americanos porque eles também eram perseguidos pelos católicos.

4. GABARITO

1-A 9-A 17 - C 25 - A 33 - A
2-B 10 - C 18 - B 26 - C 34 - D
3-E 11 - A 19 - D 27 - C 35 - E
4-A 12 - A 20 - D 28 - D 36 - B
5-B 13 - E 21 - D 29 - A 37 - C
6-C 14 - B 22 - D 30 - B 38 - C
7-A 15 - B 23 - A 31 - D 39 - E
8-C 16 - B 24 - E 32 - C 40 - D

5. LISTA DE EXERCÍCIOS COMENTADA

1. (2019/Enem 2ª aplicação)
A porca e os sete leitões
É um mito que está desaparecendo, pouca gente o conhece. É provável que a geração infantil atual o
desconheça. (Em nossa infância em Botucatu, ouvimos falar que aparecia atrás da igreja de São Benedito
no largo do Rosário.) Aparece atrás das igrejas antigas. Não faz mal a ninguém, pode-se correr para
apanhá-la com seus bacorinhos que não se conseguirá. Desaparecem do lugar costumeiro da aparição, a
qual só se dá à noite, depois de terem “cumprido a sina”. Em São Luís do Paraitinga, informaram que se a
gente atirar contra a porca, o tiro não acerta. Ninguém é dono dela e por muitos anos apareceu atrás da
igreja de Nossa Senhora das Mercês, na cidade onde nasceu Oswaldo Cruz.
ARAÚJO, A. M. Folclore nacional I: festas, bailados, mitos e lendas. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

Os mitos são importantes para a cultura porque, entre outras funções, auxiliam na composição do
imaginário de um povo por meio da linguagem. Esse texto contribui com o patrimônio cultural brasileiro
porque
a) preserva uma história da tradição oral.
b) confirma a veracidade dos fatos narrados.
c) identifica a origem de uma história popular.
d) apresenta as diferentes visões sobre a aparição.
e) reforça a necessidade de registro das narrativas folclóricas.
Comentários:
- A alternativa A está correta, afinal o texto contribui para manter vivo um elemento da tradição folclórica
que se encontra em processo de desaparecimento. Vale lembrar que diferentemente da ideia de

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patrimônio cultural, que pressupõe a existência de uma manifestação cultural “viva”, a noção de folclore
em muitos casos defende a recuperação de expressões culturais e identitárias desaparecidas ou em
processo de desaparecimento.
- A alternativa B está incorreta, pois não há intenção do texto em atribuir veracidade ao mito da porca e
os sete leitões.
- A alternativa C está incorreta, porque o texto não delimita uma origem temporal ou autoria à narrativa
folclórica.
-A alternativa D está incorreta, pois a descrição do mito não apresenta versões que se contradizem.
- A alternativa E está incorreta, pois embora se mostre curioso em relação ao mito relatado, o texto não
defende o registro das narrativas folclóricas em geral.
Gabarito: A
2. (2019/Enem 2ª aplicação)
O frevo é uma forma de expressão musical, coreográfica e poética, enraizada no Recife e em Olinda, no
estado de Pernambuco. O frevo é formado pela grande mescla de gêneros musicais, danças, capoeira e
artesanato. É uma das mais ricas expressões da inventividade e capacidade de realização popular na
cultura brasileira. Possui a capacidade de promover a criatividade humana e também o respeito à
diversidade cultural. No ano de 2012, a Unesco proclamou o frevo como Patrimônio Imaterial da
Humanidade.
PORTAL BRASIL. Disponível em: www.brasil.gov.br. Acesso em: 10 fev. 2013.

A característica da manifestação cultural descrita que justifica a sua condição de Patrimônio Imaterial da
Humanidade é a
a) conversão dos festejos em produto da elite.
b) expressão de sentidos construídos coletivamente.
c) dominação ideológica de um grupo étnico sobre outros.
d) disseminação turística internacional dos eventos festivos.
e) identificação de simbologias presentes nos monumentos artísticos.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, pois a definição de patrimônio independe da adesão das elites locais. Aliás,
a necessidade de valorização de expressões culturais populares decorre principalmente da busca pela
garantia da sua continuidade por gerações passadas, muitas vezes ameaçada por projetos culturais
homogeneizantes.
- A alternativa B é a resposta. Conforme destaca o próprio texto, o frevo é uma importante expressão
artística de caráter coletivo e popular, o que justifica considerá-lo como um patrimônio imaterial.
- A alternativa C está incorreta, afinal o frevo não é uma festa guiada por marcadores étnicos, tampouco
representa a ideologia de um grupo dominante no cenário cultural em que se encontra inserida.
- A alternativa D está incorreta, afinal os critérios de seleção do patrimônio levam em conta sua
importância no cenário sociocultural em que ele se expressa, e não seu potencial turístico.
- A alternativa E está incorreta, pois o frevo é uma manifestação artística imaterial, portanto desprovida
de monumentalidade.

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Gabarito: B
3. (2019/Enem-PPL)
Para dar conta do movimento histórico do processo de inserção dos povos indígenas em contextos
urbanos, cuja memória reside na fala dos seus sujeitos, foi necessário construir um método de
investigação, baseado na História Oral, que desvelasse essas vivências ainda não estudadas pela
historiografia, bem como as conflitivas relações de fronteira daí decorrentes. A partir da história oral foi
possível entender a dinâmica de deslocamento e inserção dos índios urbanos no contexto da sociedade
nacional, bem como perceber os entrelugares construídos por estes grupos étnicos na luta pela
sobrevivência e no enfrentamento da sua condição de invisibilidade.
MUSSI, P. L. V. Tronco velho ou ponta da rama? A mulher indígena terena nos entrelugares da fronteira urbana. Patrimônio e
Memória, n. 1, 2008

O uso desse método para compreender as condições dos povos indígenas nas áreas urbanas brasileiras
justifica-se por
a) focalizar a empregabilidade de indivíduos carentes de especialização técnica.
b) permitir o recenseamento de cidadãos ausentes das estatísticas oficiais.
c) neutralizar as ideologias de observadores imbuídos de viés acadêmico.
d) promover o retorno de grupos apartados de suas nações de origem.
e) registrar as trajetórias de sujeitos distantes das práticas de escrita.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal o texto não sugere que a metodologia da História Oral é empregada
apenas para compreender a inserção de indígenas nas relações de trabalho das cidades, mas
compreender suas “vivências”, ou seja, mostra partir de uma visão mais ampla sobre sua situação.
- A alternativa B está incorreta, afinal a invisibilidade a qual destaca o texto não significa serem
marginalizados pelas estatísticas oficiais, mas terem suas pautas identitárias colocadas em segundo plano.
- A alternativa C está incorreta. Ao dispor da História Oral, bem como de qualquer outro método de
pesquisa, a ciência histórica segue critérios objetivos para analisar o seu objeto, não sendo guiada por
concepções ideológicas.
- A alternativa D está incorreta, afinal a inserção de indígenas em áreas urbanas não pressupõe
necessariamente o afastamento de sua comunidade original. Em muitos casos, o esbulho de terras
indígenas demandou a realocação de grandes grupos indígenas para as periferias dos centros urbanos, o
que permitiu que mantivessem contato direto com sua comunidade.
- A alternativa E é a resposta. A maior parte dos povos indígenas mantém suas tradições e narrativas por
meio da oralidade, o que justifica o uso da História Oral como metodologia para a compreensão de
elementos da memória coletiva e de suas vivências.
Gabarito: E
4. (2019/Enem 2ª aplicação)

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Os azulejos das fachadas do centro histórico de São Luís (MA) integram o patrimônio cultural da
humanidade reconhecido pela Unesco. A técnica artística utilizada para a produção desses revestimentos
advém das
a) confluências de diferentes saberes do Oriente Médio e da Europa.
b) adequações para aproveitamento da mão de obra local.
c) inovações decorrentes da Revolução Industrial.
d) influências das culturas francesa e holandesa.
e) descobertas de recursos naturais na Colônia.
Comentários:
- A alternativa A é a resposta. A ocupação dos árabes na Península Ibérica legou aos ibéricos o contato
com a cerâmica mural, técnica reproduzida na cidade de São Luís do Maranhão, de colonização
portuguesa. Cabe destacar que a própria palavra azulejo deriva do árabe al zulej, que significa pedra lisa
e polida.
- A alternativa B está incorreta, pois a técnica de azulejaria foi trazida por elementos externos da Colônia,
sem se adequar às concepções estéticas dos povos locais.
- A alternativa C está incorreta, pois as técnicas empregadas na obra da imagem não demandam o uso de
técnicas decorrentes da Revolução Industrial.
- A alternativa D está incorreta. Embora São Luís tenha sido alvos de ataques franceses e holandeses
durante o período colonial, os elementos estéticos apresentados pela imagem remetem às influências da
cultura árabe na arquitetura portuguesa.
Gabarito: A
5. (2017/Enem Libras)
A origem da capoeira está ligada à escravidão brasileira, pois nasceu como elemento de resistência à
opressão do negro escravo naquela época. Considerados como mercadorias, os negros eram submetidos
à vontade e aos desmandos de seus senhores. O castigo, a humilhação e o medo foram formas de
manutenção e controle desse sistema. A forma mais importante de resistência a essas condições de vida
foram as fugas. A capoeira surge nesse contexto como elemento de resistência física, diante da
necessidade de autodefesa à opressão, utilizando seu corpo para confrontar seus opressores; e resistência
cultural, proveniente da necessidade do negro escravo de se fazer humano, reconstruindo sua identidade.
Disponível em: http://ebookbrowsee.net. Acesso em: 28 jan. 2014 (adaptado).

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O contexto do surgimento da prática da capoeira no Brasil marca física, histórica e culturalmente essa
manifestação corporal, caracterizando-a como uma
a) prática corporal de controle das ações humanas.
b) forma de reconstrução identitária como defesa do negro.
c) atividade física esportiva de cunho competitivo entre negros.
d) maneira de adaptação da cultura negra à sociedade escravocrata.
e) manifestação cultural das relações simétricas entre escravos e senhores.
Comentários
Mistura de dança, luta, música e jogo, a capoeira foi elaborada no Brasil por africanos e seus
descendentes como uma forma de resistência à escravidão. Sua execução envolve cânticos que resgatam
histórias e memórias africanas, além de fazer uso de instrumentos de origem africana, como berimbaus
e atabaques. Atualmente, ela é considerada uma expressão da cultura e identidade afro-brasileira.
Feitas essas considerações, a alternativa B é a resposta.
- A alternativa A está incorreta, pois trata-se de uma prática corporal que buscava subverter o controle
exercido pelos senhores sobre os corpos dos escravos.
- A alternativa C está incorreta, pois o texto não sugere que a competitividade seja um traço de destaque
da prática da capoeira.
- A alternativa D está incorreta, afinal a capoeira era uma forma de resistência à sociedade escravocrata.
- A alternativa E está incorreta, pois a capoeira é uma manifestação cultural que desafia as hierarquias
sociais existentes entre senhores e escravos, na medida em que era utilizada para pleitear melhores
condições de vida e trabalho, ou mesmo buscar a liberdade.
Gabarito: B
6. (2017/Enem-PPL)
As primeiras ações acerca do patrimônio histórico no Brasil datam da década de 1930, com a criação do
Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), em 1937. Nesse período, o conceito que
norteou a política de patrimônio limitou-se aos monumentos arquitetônicos relacionados ao passado
brasileiro e vinculava-se aos ideais modernistas de conhecer, compreender e recriar o Brasil por meio da
valorização da tradição.
SANTOS, G. Poder e patrimônio histórico: possibilidades de diálogo entre educação
histórica e educação patrimonial no ensino médio. EntreVer, n. 2, jan.-jun. 2012.

Considerando o contexto mencionado, a criação dessa política patrimonial objetivou a


a) consolidação da historiografia oficial.
b) definição do mercado cultural.
c) afirmação da identidade nacional.
d) divulgação de sítios arqueológicos.
e) universalização de saberes museológicos.
Comentários

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- A alternativa A está incorreta. A política de tombamentos do Sphan leva em conta “fatos memoráveis
da História do Brasil”, o que evidencia a existência de uma história oficial que a embasa, pautada na
seleção de grandes vultos e grandes episódios.
- A alternativa B está incorreta, afinal o órgão patrimonial buscava proteger bens móveis e imóveis ligados
a “fatos memoráveis da História do Brasil”, sobretudo de interesses econômicos privados.
- A alternativa C é a resposta. O Estado Novo depositou ao Sphan o papel de preservação os bens culturais
associados a heróis e personagens históricos, com o intuito de estimular o sentimento nacional.
- A alternativa D está incorreta, afinal não se buscava divulgar sítios arqueológicos, mas protegê-los de
interesses econômicos privados.
- A alternativa E está incorreta, afinal os primeiros anos de atuação do Sphan não foram marcados por um
estímulo à democratização das instituições museológicas.
Gabarito: C
7. (2017/Enem 2ª Aplicação)
Na antiga Vila de São José del Rei, a atual cidade de Tiradentes (MG), na primeira metade do século XVIII,
mais de cinco mil escravos trabalhavam na mineração aurífera. Construíram sua capela, dedicada a Nossa
Senhora do Rosário. Na fachada, colocaram um oratório com a imagem de São Benedito. A comunidade
do século XVIII era organizada mediante a cor, por isso cada grupo tinha sua irmandade: a dos brancos,
dos crioulos, dos mulatos, dos pardos. Em cada localidade se construía uma igreja dedicada a Nossa
Senhora do Rosário. Com a decadência da mineração, a população negra foi levada para arraiais com
atividades lucrativas diversas. Eles se foram e ficou a igreja. Mas, hoje, está sendo resgatada a festa do
Rosário e o Terno de Congado.
CRUZ, L. Fé e identidade cultural. Disponível em: www.revistadehistoria.com.br. Acesso em: 4 jul. 2012.

Na lógica analisada, as duas festividades retomadas recentemente, na cidade mineira de Tiradentes, têm
como propósito
a) valorizar a cultura afrodescendente e suas tradições religiosas.
b) retomar a veneração católica aos valores do passado colonial.
c) reunir os elementos constitutivos da história econômica regional.
d) combater o preconceito contra os adeptos do catolicismo popular.
e) produzir eventos turísticos voltados a religiões de origem africana.
Comentários
- A alternativa A é a resposta. Um dos aspectos da sociedade mineradora que merece destaque é a criação
das irmandades leigas, ou seja, que não eram compostas por clérigos. Podemos dizer que elas se
dedicavam à organização da vida social e religiosa na colônia, sendo, portanto, importantes instrumentos
de construção de laços de sociabilidade entre seus membros. Algumas dessas associações eram formadas
exclusivamente por escravos e mestiços, onde era possível a expressão de sua cultura e religiosidade.
Como traços culturais do catolicismo afro-brasileiro, pode-se destacar a festa do Rosário, acompanhada
pelas chamadas congadas, cortejos compostos por lideranças das comunidades negras, associadas às
“nações” africanas.
- A alternativa B está incorreta, afinal trata-se de uma busca pela preservação de traços culturais
importantes presentes na sociedade mineira.

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- A alternativa C está incorreta, pois a continuidade dessas expressões do catolicismo negro sugere sua
importância no cenário cultural mineiro.
- A alternativa D está incorreta, afinal o catolicismo popular não é alvo de preconceito em Minas Gerais,
estado onde a maioria da população é católica.
- A alternativa E está incorreta, afinal a preocupação em garantir condições de continuidade das Congadas
e da Festa do Rosário parte da própria importância que essas expressões possuem entre as comunidades
responsáveis pela sua preservação.
Gabarito: A
8. (2017/Enem Libras)
Uma área de cerca de 101,7 mil metros quadrados, com um pátio ferroviário e uma série de armazéns de
açúcar abandonados pelo poder público. Quem olha de fora vê apenas isso, mas quem conhece a história
do Cais José Estelita sabe que o local faz parte da história de Recife, sendo um dos cartões-postais e um
dos poucos espaços públicos que restam na capital pernambucana.
E é por isso que um grupo está lutando para evitar que as construções sejam demolidas por um consórcio
de grandes construtoras para construção de prédios comerciais e residenciais.
BUENO, C. Ocupe Estelita: movimento social e cultural defende marco histórico de Recife. Ciência e Cultura, n. 4, 2014.

A forma de atuação do movimento social relatado evidencia a sua busca pela


a) revitalização econômica do lugar.
b) ampliação do poder de consumo.
c) preservação do patrimônio material.
d) intensificação da geração de empregos.
e) criação de espaços de autossegregação.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, pois o que se almeja é a preservação do patrimônio material, que possui
grande importância para aquele grupo social.
- A alternativa B está incorreta, afinal o tombamento do Cais Estelita não alteraria necessariamente os
padrões de consumo do grupo social que apresentou tal demanda.
- A alternativa C é a resposta. Quando um grupo social se mobiliza em favor da preservação de um
elemento tangível que identificam importante em sua memória e identidade coletivas, pode-se identificá-
lo como pertencente ao patrimônio material. Cabe destacar que o tombamento, seja ele executado por
órgãos federais, estaduais ou municipais, é a forma mais recorrente do Estado reconhecer sua
importância e o compromisso de assegurar sua preservação, defesa e restauração.
- A alternativa D está incorreta, afinal o direito ao patrimônio não é guiado pela noção de que a
preservação de um determinado bem cultural pode ou não garantir empregos, mas sim pela importância
que ele possui na memória, história e identidade de um determinado grupo social.
- A alternativa E está incorreta, afinal a preservação do Cais Estelita seria em benefício de uma concepção
do uso coletivo do espaço.
Gabarito: C
9. (2017/Enem 2ª aplicação)

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É dia de festa na roça. Fogueira posicionada, caipiras arrumados, barraquinhas com quitutes suculentos e
bandeirinhas de todas as cores enfeitando o salão. Mas o ponto mais esperado de toda a festa é sempre
a quadrilha, embalada por música típica e linguajar próprio. Anarriê, alavantú, balancê de damas e tantos
outros termos agitados pelo puxador da quadrilha deixam a festa de São João, comemorada em todo o
Brasil, ainda mais completa.
Embora os festejos juninos sejam uma herança da colonização portuguesa no Brasil, grande parte das
tradições da quadrilha tem origem francesa. E muita gente dança sem saber.
As influências estrangeiras são muitas nas festas dos três santos do mês de junho (Santo Antônio, no dia
13, e São Pedro, no dia 29, completam o grupo). O “changê de damas” nada mais é do que a troca de
damas na dança, do francês “changer”. O “alavantú”, quando os casais se aproximam e se cumprimentam,
também é francês, e vem de “en avant tous”. Assim também acontece com o “balancê”, que também
vem de bailar em francês.
SOARES, L. Disponível em: http://gazetaonline.globo.com. Acesso em: 30 jun. 2015 (adaptado)

Ao discorrer sobre a festa de São João e a quadrilha como manifestações da cultura corporal, o texto
privilegia a descrição de
a) movimentos realizados durante a coreografia da dança.
b) personagens presentes nos festejos de São João.
c) vestimentas utilizadas pelos participantes.
d) ritmos existentes na dança da quadrilha.
e) folguedos constituintes do evento.
Comentários:
Trata-se de uma questão de interpretação de texto. Ao abordar as Festas Juninas, o texto põe foco nas
quadrilhas, mais especificamente nos movimentos das danças e nas suas denominações. A alternativa A,
portanto, é a resposta.
- A alternativa B está incorreta, afinal não são mencionados personagens, mas os santos homenageados
pelo festejo.
- A alternativa C está incorreta, afinal o texto não aborda as vestimentas utilizadas no festejo.
- A alternativa D está incorreta, pois o texto não se aprofunda nos ritmos musicais das quadrilhas, mas
sim nos passos de dança.
- A alternativa E está incorreta, afinal a Quadrilha é uma dança presente nos festejos juninos.
Gabarito: A
10. (2017/Enem 2ª aplicação)
TEXTO I
Frevo: Dança de rua e de salão, é a grande alucinação do Carnaval pernambucano. Trata-se de uma
marcha de ritmo frenético, que é a sua característica principal. E a multidão ondulando, nos meneios da
dança, fica a ferver. E foi dessa ideia de fervura (o povo pronuncia frevura, frever) que se criou o nome
frevo.
CASCUDO, L. C. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Global, 2001 (adaptado).

TEXTO II

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Frevo é Patrimônio Imaterial da Humanidade


O frevo, ritmo genuinamente pernambucano, agora é do mundo. A música que hipnotiza milhões de
foliões e dá o tom do Carnaval no estado foi oficialmente reconhecida como Patrimônio Imaterial da
Humanidade. O anúncio foi feito em Paris, nesta quarta-feira, durante cerimônia da Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Disponível em: www.diariodepernambuco.com.br. Acesso em: 14 jun. 2015.

Apesar de abordarem o mesmo tema, os textos I e II diferenciam-se por pertencerem a gêneros que
cumprem, respectivamente, a função social de
a) resumir e avaliar.
b) analisar e reportar.
c) definir e informar.
d) comentar e explanar.
e) discutir e conscientizar.
Comentários:
• O Texto I, conforme se observa na referência, trata-se de um verbete retirado de um Dicionário e
que oferece uma definição para o frevo;
• Já o Texto II é uma reportagem de jornal que informa o reconhecimento do Frevo como patrimônio
imaterial da humanidade pela Unesco.
Feitas essas considerações, a alternativa C é a resposta.
- A alternativa A está incorreta, afinal o Texto II não avalia a transformação do frevo em patrimônio da
humanidade, mas apenas informa.
- A alternativa B está incorreta, afinal o Texto I não busca analisar o frevo, mas fornecer uma definição
para ele.
- As alternativas D e E estão incorretas, pois o Texto I não intenta comentar ou discutir o fervo, mas
fornecer uma definição. Além disso, não se verifica a intenção do Texto II de conscientizar sobre a decisão
da Unesco, mas apenas informar.
Gabarito: C
11. (2017/Enem Libras)
Para a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), é importante
promover e proteger monumentos, sítios históricos e paisagens culturais. Mas não só de aspectos físicos
se constitui a cultura de um povo. As tradições, o folclore, os saberes, as línguas, as festas e diversos
outros aspectos e manifestações devem ser levados em consideração. Os afro-brasileiros contribuíram e
ainda contribuem fortemente na formação do patrimônio imaterial do Brasil, que concentra o segundo
contingente de população negra do mundo, ficando atrás apenas da Nigéria.
MENEZES, S. A força da cultura negra: Iphan reconhece manifestações como patrimônio imaterial. Disponível em:
www.ipea.gov.br. Acesso em: 29 set. 2015.

Considerando a abordagem do texto, os bens imateriais enfatizam a importância das representações


culturais para a
a) construção da identidade nacional.

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b) elaboração do sentimento religioso.


c) dicotomia do conhecimento prático.
d) reprodução do trabalho coletivo.
e) reprodução do saber tradicional.
Comentários
- A alternativa A é a resposta. O texto destaca o peso das contribuições afro-brasileiras na formação da
concepção de brasilidade, algo que perpassa por saberes, traços linguísticos, festejos e outras
manifestações culturais.
- A alternativa B está incorreta, pois nem sempre o patrimônio imaterial se relaciona à religiosidade de
um determinado povo. Como exemplo disso, pode-se citar o Ofício das Paneleiras de Goiabeiras, no
Espírito Santo.
- A alternativa C está incorreta, pois a noção de patrimônio imaterial é mais abrangente que os “modos
de fazer”, mas também modos de viver, celebrações e outras formas de expressão.
- A alternativa D está incorreta, afinal nem sempre a concepção de patrimônio imaterial é aplicada para
se referir ofícios coletivos, sendo também utilizada em celebrações, lugares e formas de expressão.
- A alternativa E está incorreta, pois a noção de patrimônio imaterial pressupõe que os saberes tradicionais
também estão sujeitos a mutações no interior de um determinado grupo social.
Gabarito: A
12. (2016/Enem)

Inspirada em fantasias de Carnaval, a arte apresentada se opunha à concepção de patrimônio vigente nas
décadas de 1960 e 1970 na medida em que

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a) se apropriava das expressões da cultura popular para produzir uma arte efêmera destinada ao
protesto.
b) resgatava símbolos ameríndios e africanos para se adaptara exposições em espaços públicos.
c) absorvia elementos gráficos da propaganda para criar objetos comercializáveis pelas galerias.
d) valorizava elementos da arte popular para construir representações da identidade brasileira.
e) incorporava elementos da cultura de massa para atenderás exigências dos museus.
Comentários
Essa é uma questão que demanda conhecimentos prévios sobre patrimônio cultural. Do período
que compreende o Estado Novo e o regime militar, a noção de patrimônio prevalecente nos órgãos
públicos esteve vinculada a elementos dotados de materialidade, o que foi posteriormente denominado
de “política pedra e cal”. Assim sendo, o Sphan e outros órgãos voltados à conservação do patrimônio se
voltaram apenas para bens móveis e imóveis considerados de elevado valor histórico ou artístico. Por
outro lado, a obra de Oiticica expressa uma noção mais ampliada de patrimônio, na medida em que
considera as expressões intangíveis da cultura popular, mas para fazer frente ao regime militar com uma
obra de caráter efêmero e conteúdo político, conforme indica os próprios escritos. Feitas essas
considerações, a alternativa A é a resposta.
- A alternativa B está incorreta, afinal os elementos da obra não são diretamente associados às culturas
africanas e ameríndias.
- A alternativa C está incorreta, afinal o Parangolé é uma arte que busca estimular a participação do
público, apresentando caráter efêmero e sem pretensões comerciais. Além disso, não se verificam
elementos da propaganda.
- A alternativa D está incorreta, pois o Parangolé não expressa intenção de elaborar sua visão sobre a
identidade brasileira.
- A alternativa E está incorreta, afinal a obra Parangolés não se mostra preocupada em atender requisitos
dos espaços museográficos, mas se colocar como uma “anti-arte”, voltada ao estímulo da auto-criação
pelos espectadores.
Gabarito: A
13. (2016/Enem)
TEXTO I

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TEXTO II
A eleição dos novos bens, ou melhor, de novas formas de se conceber a condição do patrimônio cultural
nacional, também permite que diferentes grupos sociais, utilizando as leis do Estado e o apoio de
especialistas, revejam as imagens e alegorias do seu passado, do que querem guardar e definir como
próprio e identitário.
ABREU, M.; SOIHET, R.; GONTIJO, R. (Org.). Cultura política e leituras do passado: historiografia e ensino de história, Rio de
Janeiro Civilização Brasileira, 2007

O texto chama a atenção para a importância da proteção de bens que, como aquele apresentado na
imagem, se identificam como:
a) Artefatos sagrados.
b) Heranças materiais.
c) Objetos arqueológicos.
d) Peças comercializáveis.
e) Conhecimentos tradicionais.
Comentários

O texto I é uma representação do Modo de Fazer a Viola de Cocho, instrumento musical produzido de
maneira artesanal no Centro-Oeste brasileiro pelos chamados mestres cururueiros. O saber, que pode ser
considerado uma expressão do patrimônio imaterial do Brasil, foi registrado no Livro dos Saberes, em
2005.

Feitas essas considerações, a alternativa E é a resposta, afinal valoriza-se aos saberes


tradicionalmente implementados por gerações na confecção das violas de cocho.
- A alternativa A está incorreta, afinal a viola não é um instrumento religioso. Além disso, o bem cultural
representado pelos textos I e II é desprovido de materialidade.
- A alternativa B está incorreta, pois conforme foi destacado acima, o Modo de Fazer a Viola de Cocho é
uma expressão intangível do patrimônio cultural brasileiro.

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- A alternativa C está incorreta, afinal as violas são confeccionadas pelos mestres cururueiros, não sendo
elementos encontrados em sítios arqueológicos.
- A alternativa D está incorreta. Embora as peças confeccionadas sejam comercializadas, o que é
valorizado como bem cultural é o Modo de Fazer empregado pelos chamados mestres cururueiros.
Gabarito: E
14. (2016/Enem)

A imagem retrata uma prática cultural brasileira cuja raiz histórica está associada à
a) liberdade religiosa.
b) migração forçada.
c) devoção ecumênica.
d) atividade missionária.
e) mobilização política.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal a formação das religiões de matriz africana se encontra associada à
repressão empreendida por autoridades laicas e religiosas ao longo dos séculos. Essa alternativa parece
ser uma pegadinha para os candidatos que considerassem apenas a foto e não a parte em que o enunciado
pergunta sobre a “raiz histórica” do candomblé.
- A alternativa B é a resposta. As práticas mágico-religiosas trazidas do outro lado Atlântico foram
associadas a manifestações demoníacas pelas autoridades policiais e religiosas, o que levou algumas
pessoas a serem processadas pelo Tribunal da Santa Inquisição. Contudo, escravizados trazidos à força da
África estabeleceram associações entre divindades e ritos cristãos e suas religiões africanas. Essas
interrelações ficaram conhecidas como sincretismo religioso, e podem ser compreendidas como uma
forma de resistência cultural.
- A alternativa C está incorreta, afinal o que se vê na imagem é uma celebração do candomblé.
- A alternativa D está incorreta, pois a atividade missionária se encontra em religiões cristãs.
- A alternativa E está incorreta, pois a imagem mostra uma celebração religiosa, e não um ato político.

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Gabarito: B
15. (Enem/2016)
No aniversário do primeiro decênio da Marcha sobre Roma, em outubro de 1932, Mussolini irá inaugurar
sua Via dell Impero; a nova Via Sacra do Fascismo, ornada com estátuas de César, Augusto, Trajano, servirá
ao culto do antigo e à glória do Império Romano e de espaço comemorativo do ufanismo italiano. Às
sombras do passado recriado ergue-se a nova Roma, que pode vangloriar-se e celebrar seus imperadores
e homens fortes; seus grandes poetas e apólogos como Horácio e Virgílio.
SILVA, G. História antiga e usos do passado um estudo de apropriações da Antiguidade sob o regime de Vichy. São Paulo:
Annablume, 2007 (adaptado).

A retomada da Antiguidade clássica pela perspectiva do patrimônio cultural foi realizada com o objetivo
de
a) afirmar o ideário cristão para reconquistar a grandeza perdida.
b) utilizar os vestígios restaurados para justificar o regime político.
c) difundir os saberes ancestrais para moralizar os costumes sociais.
d) refazer o urbanismo clássico para favorecer a participação política.
e) recompor a organização republicana para fortalecer a administração estatal.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal o classicismo expresso pelo regime de Mussolini não se mostra
vinculado ao catolicismo da Antiguidade, mas sim a uma representação da Roma Antiga como um período
de glórias e poder da península italiana.
- A alternativa B é a resposta. O regime fascista italiano delimitou a Roma Antiga como seu marco
inaugural, se apropriando de elementos históricos da Antiguidade para se legitimar perante o povo como
a continuidade das glórias e grandes feitos do passado.
- A alternativa C está incorreta, afinal a recuperação de elementos da Antiguidade Clássica não visava
alterar costumes sociais, mas estimular o ufanismo italiano.
- A alternativa D está incorreta, pois o regime de Mussolini buscou enquadrar as forças sociais em uma
ditadura, não estimulando a participação das massas.
- A alternativa E está incorreta, pois o discurso ufanista voltado ao passado clássico não buscava
ressignificar a ideia de República no regime fascista, mas legitimá-lo a partir do estímulo ao patriotismo
dos italianos.
Gabarito: B
16. (2014/Enem-PPL)
De modo geral, os logradouros de Fortaleza, até meados do século XIX, eram conhecidos por designações
surgidas da tradição ou de funções e edificações que lhes caracterizavam. Assim, chamava-se Travessa da
Municipalidade (atual Guilherme Rocha) por ladear o prédio da Intendência Municipal; S. Bernardo (hoje
Pedro Pereira) por conta de igreja homônima; Rua do Cajueiro (atual Pedro Borges) por abrigar uma das
mais antigas e populares árvores da capital. Já a Praça José de Alencar, na década de 1850, era
popularmente designada por Praça do Patrocínio, pois em seu lado norte se encontrava uma igreja
homônima.
SILVA FILHO, A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade. Fortaleza: Museu do Ceará; Secult-CE, 2001 (adaptado).

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Os atos de nomeação dos logradouros, analisados de uma perspectiva histórica, constituem


a) formas de promover os nomes das autoridades imperiais.
b) modos oficiais e populares de produção da memória nas cidades.
c) recursos arquitetônicos funcionais à racionalização do espaço urbano
d) maneiras de hierarquizar estratos sociais e dividir as populações urbanas.
e) mecanismos de imposição dos itinerários sociais e fluxos econômicos na cidade.
Comentários
Essa é uma questão de interpretação de texto. Ao tratar do processo de nomeação das ruas e
outros espaços das cidades, o texto sugere a ação da própria população, que muitas vezes desconsidera
os nomes oficializados e adota suas próprias denominações, elaborando memórias e significados aos
espaços. Feitas essas considerações, a alternativa B é a resposta.
- A alternativa A está incorreta, afinal não são considerados pelo texto os nomes das autoridades, mas
também denominações de caráter popular.
- A alternativa C está incorreta, afinal a significação empreendida pela população aos espaços públicos
ocorre de maneira espontânea, desconsiderando projetos de racionalização da cidade.
- A alternativa D está incorreta, pois o texto considera que o mesmo espaço está sujeito à interferência
cultural tanto de autoridades quanto da população.
- A alternativa E está incorreta, afinal a significação dos espaços pela população e pelas autoridades nem
sempre leva em conta sua importância no circuito econômico da cidade.
Gabarito: B
17. (2014/Enem)
Queijo de Minas vira patrimônio cultural brasileiro
O modo artesanal da fabricação do queijo em Minas Gerais foi registrado nesta quinta-feira (15) como
patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Iphan). O veredicto foi dado em reunião do conselho realizada no Museu de Artes e
Ofícios, em Belo Horizonte. O presidente do Iphan e do conselho ressaltou que a técnica de fabricação
artesanal do queijo está “inserida na cultura do que é ser mineiro”.
Folha de S. Paulo, 15 maio 2008

Entre os bens que compõem o patrimônio nacional, o que pertence à mesma categoria citada no texto
está representado em:

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a)

b)

c) d)

e)

Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal trata-se de um bem cultural de natureza material.
- A alternativa B está incorreta, afinal trata-se de um bem material móvel.

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- A alternativa C é a resposta. Assim como o Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas, o Ofício das
Paneleiras de Goiabeiras, do Espírito Santo, é um bem cultural de natureza imaterial, afinal valoriza-se os
saberes tradicionais empreendidos por gerações em um determinado grupo social.
- A alternativa D está incorreta, afinal trata-se de um bem cultural de natureza material.
- A alternativa E está incorreta, afinal trata-se de um patrimônio natural.
Gabarito: C
18. (2014/Enem-PPL)
Desde 2002, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tem registrado certos bens
imateriais como patrimônio cultural do país. Entre as manifestações que já ganharam esse status está o
ofício das baianas do acarajé. Enfatize-se: o ofício das baianas, não a receita do acarajé. Quando uma
baiana prepara o acarajé, há uma série de códigos imperceptíveis para quem olha de fora. A cor da roupa,
a amarra dos panos e os adereços mudam de acordo com o santo e com a hierarquia dela no candomblé.
O Iphan conta que, registrando o ofício, “esse e outros mundos ligados ao preparo do acarajé podem ser
descortinados”.
KAZ, R. A diferença entre o acarajé e o sanduíche de Bauru. Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 13, out. 2006

De acordo com o autor, o Iphan evidencia a necessidade de se protegerem certas manifestações histórias
para que continuem existindo, destacando-se nesse caso a
a) mistura de tradições africanas, indígenas e portuguesas no preparo do alimento por parte das
cozinheiras baianas.
b) relação com o sagrado no ato de preparar o alimento, sobressaindo-se o uso de símbolos e insígnias
pelas cozinheiras.
c) utilização de certos ingredientes que se mostram cada vez mais raros de encontrar, com as mudanças
nos hábitos alimentares.
d) necessidade de preservação dos locais tradicionais de preparo do acarajé, ameaçados com as
transformações urbanas no país.
e) importância de se treinarem as cozinheiras baianas a fim de resgatar o modo tradicional de preparo do
acarajé, que remonta à escravidão.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal não são indicadas influências indígenas ou portuguesas na
constituição do Ofício das Baianas.
- A alternativa B é a resposta. O Ofício das Baianas é um bem cultural de caráter intangível, inscrito no
Livro dos Saberes em 2005. Ele considera os modos de fazer e vender das chamadas comidas de baiana,
que possui influências culturais de escravizados trazidos do Golfo do Benim para o Brasil. Trata-se de um
ofício predominantemente feminino, executado pelas chamadas baianas nos espaços públicos de
Salvador e que possuem ligações com práticas religiosas do candomblé, afinal envolve o preparo de
iguarias utilizadas como oferendas a orixás.
- A alternativa C está incorreta, afinal os ingredientes empregados pelas baianas não se encontram
escassos.
- A alternativa D está incorreta, afinal o ofício das baianas independe da imutabilidade dos espaços
urbanos, afinal trata-se de um bem cultural de natureza imaterial.

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- A alternativa E está incorreta, afinal o preparo do acarajé não remonta à escravidão, mas a práticas
culturais vivas na comunidade afro-brasileira e que possuem ligações com concepções religiosas trazidas
por escravizados. Além disso, não há no texto a sugestão de que baianas sejam treinadas para a execução
do ofício que já realizam há gerações.
Gabarito: B
19. (2014/Enem 2ª aplicação)
Capitulo XIII
Dos vadios e capoeiras
Art. 402. Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade e destreza corporal conhecidos pela
denominação capoeiragem; andar em correrias, com armas ou instrumentos capazes de produzir uma
lesão corporal, provocando tumultos ou desordens, ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo
temor de algum mal: Pena — de prisão celular por dois a seis meses.
Parágrafo único. É considerado circunstância agravante pertencer o capoeira a alguma banda ou malta.
Aos chefes, ou cabeças, se importa pena em dobro.
BRASIL. Código Penal de 1890. Disponível em: www.senado.gov.br. Acesso em: 31 jul. 2012.

A mudança diante da prática cultural descrita está relacionada


a) verificação de que a ampliação do patrimônio possibilita novos mercados de trabalho.
b) compreensão de que a capoeira deixou de ser um elemento identitário para os negros.
c) comprovação de que a prática da capoeira foi fundamental para a abolição da escravatura.
d) legitimação da contribuição dos negros como componente fundamental da cultura brasileira.
e) crença de que uma etnia minoritária precisa ter seus costumes preservados pelos legisladores.
Comentários
A capoeira é uma mistura de luta, dança música e jogo, na qual os adversários enfrentam-se em rodas
formadas ao som de cantos e ritmos empreendidos pelos atabaques, berimbaus e pandeiros. Foi
desenvolvido por escravizados africanos nas províncias do Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia,
inicialmente como uma forma de resistência à escravidão. A partir dos anos 1930, a capoeira passou a ser
encarada como um elemento importante da cultura afro-brasileira, o que torna a alternativa D é a
resposta.
- A alternativa A está incorreta, afinal o reconhecimento da capoeira como patrimônio brasileiro é
decorrente de sua importância na cultura de identidade nacionais.
- A alternativa B está incorreta, afinal a capoeira continuou a ser uma expressão importante na cultura e
identidade afro-brasileiras. Atualmente, o Iphan considera tanto o Ofício de Mestre de Capoeira quanto
a Roda de Capoeira como bens culturais que integram o patrimônio imaterial do Brasil.
- A alternativa C está incorreta. Embora a capoeira fosse uma luta empregada na resistência à escravidão,
a abolição foi resultado de motivações diversas.
- A alternativa E está incorreta, pois a capoeira é uma expressão da cultura afro-brasileira, na qual se
vincula boa parte da população brasileira.
Gabarito: D
20. (2014/Enem-PPL)

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A Estátua do Laçador, tombada como patrimônio em 2001, é um monumento de Porto Alegre/RS, que representa o gaúcho
(em trajes típicos).
Disponível em: www.portoalegre.tur.br. Acesso em: 3 ago. 2012 (adaptado)

O monumento identifica um(a)


a) exemplo de bem imaterial.
b) forma de exposição da individualidade.
c) modo de enaltecer os ideais de liberdade.
d) manifestação histórico-cultural de uma população.
e) maneira de propor mudanças nos costumes.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal o monumento representado pela imagem é dotado de
materialidade.
- A alternativa B está incorreta, afinal a estátua representa um laçador, ofício associado à cultura e
identidade gaúchas.
- A alternativa C está incorreta, afinal não se verifica de maneira explícita a intenção de exaltar a ideia de
liberdade pelo monumento, mas valorizar a identidade gaúcha.
- A alternativa D é a resposta. A Estátua do Laçador pode ser entendida como uma manifestação histórico-
cultural da população porto-alegrense, afinal representa um laçador de gado, figura de grande
importância nos primeiros esforços de ocupação da região sul. Além disso, o monumento é elevado à
símbolo da identidade gaúcha, na medida em que apresenta trajes típicos.
- A alternativa E está incorreta, afinal verifica-se a valorização de traços tradicionais da cultura gaúcha
pela escultura.
Gabarito: D
21. (2014/Enem 2ª aplicação)
A abordagem do patrimônio cultural, centrada nos aspectos técnicos da conservação e da restauração,
tende a ocultar a ideia de que a sua preservação é uma prática social que implica um processo de

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interpretação da cultura, não apenas material como simbólica, portadora de referência a identidade, a
ação e a memória dos grupos formadores da sociedade.
FONSECA, M. C. L. Para além da pedra e cal. In: ABREU, R.; CHAGAS, M. Memória e patrimônio: ensaios contemporâneos. Rio
de Janeiro: DP&A, 2003 (adaptado).

A defesa do patrimônio histórico busca valorizar os bens que representam a nossa identidade. Nesse
sentido, há manifestações culturais cuja preservação demanda seu reconhecimento como patrimônio
imaterial.
Essa concepção de patrimônio expressa-se
a) no conjunto de bens culturais classificados segundo a sua natureza: arqueológica, histórica e
etnográfica.
b) no tombamento dos bens imóveis, como grupos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos.
c) na preservação e proteção de monumentos históricos e bens culturais de diversas regiões brasileiras.
d) no conhecimento transmitido entre gerações e recriado pelas comunidades, gerando um sentimento
de pertencimento.
e) no arquivamento da produção intelectual como os livros e a conservação de pinturas e esculturas.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal são mencionados elementos que integram o patrimônio material
brasileiro.
- A alternativa B está incorreta, afinal a política de tombamentos é destinada a bens materiais, tanto
móveis quanto imóveis.
- A alternativa C está incorreta, pois os monumentos são bens tangíveis, portanto integram o patrimônio
material brasileiro.
- A alternativa D é a resposta. O patrimônio imaterial é composto por festejos, lugares, religiões, saberes,
música, dança, culinária, técnicas e outras expressões. Diferentemente da política de tombamentos
empreendida pelos anos iniciais do Sphan, que concebia os monumentos como vestígios do passado, o
patrimônio cultural imaterial é composto por bens culturais “vivos” na sociedade, por isso sujeito a
modificações. Assim sendo, sua salvaguarda ocorre não por meio do tombamento, mas sim pelo registro
de suas práticas, demandando do Estado o acompanhamento de suas permanências e transformações ao
longo de gerações.
- A alternativa E está incorreta afinal os acervos de livros, pinturas e esculturas são bens móveis que
integram o patrimônio material brasileiro.
Gabarito: D
22. (2014/Enem 2ª aplicação)
O artigo 402 do Código penal Brasileiro de 1890 dizia: Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de
agilidade e destreza corporal, conhecidos pela denominação de capoeiragem: andar em correrias, com
armas ou instrumentos capazes de produzir uma lesão corporal, provocando tumulto ou desordens.
Pena: Prisão de dois a seis meses.
SOARES, C. E. L. A Negregada instituição: os capoeiras no Rio de Janeiro: 1850-1890. Rio de Janeiro: Secretaria
Municipal de Cultura, 1994 (adaptado).

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O artigo do primeiro Código Penal Republicano naturaliza medidas socialmente excludentes. Nesse
contexto, tal regulamento expressava
a) a manutenção de parte da legislação do Império com vistas ao controle da criminalidade urbana.
b) a defesa do retorno do cativeiro e escravidão pelos primeiros governos do período republicano.
c) o caráter disciplinador de uma sociedade industrializada, desejosa de um equilíbrio entre progresso e
civilização.
d) a criminalização de práticas culturais e a persistência de valores que vinculavam certos grupos ao
passado de escravidão.
e) o poder do regime escravista, que mantinha os negros como categoria social inferior, discriminada e
segregada.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal o artigo do Código Criminal de 1890 destacado pelo texto buscou
conter o que denominou de “vadiagem”, afinal atribui-se à prática da capoeira aos desocupados e
desordeiros.
- A alternativa B está incorreta, pois o regime republicano não defendeu o retorno da escravidão, porém
repudiou diversas práticas culturais de caráter afro-brasileiro.
- A alternativa C está incorreta, afinal o Brasil não era um país industrializado no final do século XIX. Tal
processo se verifica a partir de 1930, durante a chamada Era Vargas.
- A alternativa D é a resposta. Embora o regime republicano tenha assegurado a igualdade jurídica, tal
valor se mostrou apenas artificial diante do enquadramento constante das expressões culturais afro-
brasileiras pelo Estado. A capoeira, misto de dança e luta, e uma das mais importantes manifestações da
cultura afro-brasileira, era considerada prática de vadios e desocupados, sendo por isso proibida pelo
Código Penal de 1890. A legislação também considerava crimes contra a saúde pública “o espiritismo, a
magia e seus sortilégios”, o que enquadrava as religiões de matriz africana.
- A alternativa E está incorreta, afinal o regime escravista foi extinto antes da introdução da República no
Brasil.
Gabarito: D
23. (2014/Enem 2ª aplicação)
Nas últimas décadas, a capoeira está cada vez mais presente no ambiente escolar, seja por intermédio de
estudantes que a praticam nós intervalos das aulas, seja como parte das propostas curriculares de
diversas instituições de ensino. Cada vez mais reconhecida, a capoeira a considerada a décima quarta
expressão artística do país, registrada como patrimônio cultural da humanidade. Sua prática representa
nas escolas uma:
a) atividade que proporciona diálogo e inclusão para os participantes.
b) Alternativa que contraria o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)
c) meio didático desvinculado da cultura popular.
d) movimento teórico e intelectual sem práxis coletiva.
e) prática sem vínculo identitário e cultural.
Comentários

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- A alternativa A é a resposta. A capoeira é uma prática cultural coletiva, na qual os adversários se


enfrentam em rodas ao som de cantos e ritmos executados por atabaques, berimbaus e pandeiros.
- A alternativa B está incorreta, afinal a criminalização da capoeira pelo Estado foi algo abandonado nos
anos 1930, durante a Era Vargas. A partir daquele momento, ela passou a ser vista como uma expressão
da cultura brasileira.
- A alternativa C está incorreta, afinal a capoeira é uma expressão da cultura popular, notoriamente da
cultura afro-brasileira.
- A alternativa D está incorreta. A capoeira é uma prática corporal executada coletivamente, geralmente
em roda e conduzida por música e cantos.
- A alternativa E está incorreta, afinal a capoeira é um importante elemento da cultura e identidade afro-
brasileiras.
Gabarito: A
24. (2013/Enem)
No dia 1º de julho de 2012, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se a primeira do mundo a receber o título
da Unesco de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural. A candidatura, apresentada pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi aprovada durante a 36.ª Sessão do Comitê do
Patrimônio Mundial. O presidente do Iphan explicou que “a paisagem carioca é a imagem mais explícita
do que podemos chamar de civilização brasileira, com sua originalidade, desafios, contradições e
possibilidades”. A partir de agora, os locais da cidade valorizados com o título da Unesco serão alvo de
ações integradas visando à preservação da sua paisagem cultural.
O reconhecimento da paisagem em questão como patrimônio mundial deriva da
a) presença do corpo artístico local.
b) imagem internacional da metrópole.
c) herança de prédios da ex-capital do país.
d) diversidade de culturas presente na cidade.
e) relação sociedade-natureza de caráter singular.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal a condição da cidade como polo cultural e artístico não foi levada
em conta para conferir ao Rio de Janeiro o título de paisagem cultural, mas a consonância existente entre
elementos naturais e a ação humana.
- A alternativa B está incorreta, afinal o reconhecimento internacional da cidade não é considerado um
critério para a obtenção do título de paisagem cultural, mas as relações estabelecidas entre elementos
naturais e urbanos.
- A alternativa C está incorreta, pois a concepção de paisagem cultural também leva em conta elementos
naturais do Rio de Janeiro.
- A alternativa D está incorreta, pois não são levadas em conta as expressões imateriais, mas sim a
combinação da paisagem natural e elementos arquitetônicos da cidade.
- A alternativa E é a resposta, afinal a noção de “paisagem cultural” adotada pela UNESCO sugere a
consonância entre a paisagem natural da cidade as intervenções antropomórficas.
Gabarito: E

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25. (2013/Enem-PPL)
O antropólogo americano Marius Barbeau escreveu o seguinte: sempre que se cante a uma criança uma
cantiga de ninar; sempre que se use uma canção, uma adivinha, uma parlenda, uma rima de contar, no
quarto das crianças ou na escola; sempre que ditos e provérbios, fábulas, histórias bobas e contos
populares sejam representados; aí veremos o folclore em seu próprio domínio, sempre em ação, vivo e
mutável, sempre pronto a agarrar e assimilar novos elementos em seu caminho.
UTLEY, F. L. Uma definição de folclore. In: BRANDÃO, C. R. O que é folclore. São Paulo: Brasiliense, 1984 (adaptado).

O texto tem como objeto a construção da identidade cultural, reconhecendo que o folclore, mesmo sendo
uma manifestação associada à preservação das raízes e da memória dos grupos sociais,
a) está sujeito a mudanças e reinterpretações.
b) deve ser apresentado de forma escrita.
c) segue os padrões de produção da moderna indústria cultural.
d) tende a ser materializado em peças e obras de arte eruditas.
e) expressa as vivências contemporâneas e os anseios futuros desses grupos
Comentários
- A alternativa A é a resposta. Ao destacar expressões orais da cultura popular, o texto considera seu
caráter “vivo e mutável”, por isso constantemente sujeito a modificações com o passar do tempo.
- As alternativas B e D estão incorretas, afinal parte significativa da cultura popular se mantém em um
determinado grupo social por meio da oralidade. É o caso das canções, parlendas e advinhas, geralmente
ensinadas para as crianças pelos seus pais.
- A alternativa C está incorreta, pois a indústria cultural tende a suprimir expressões populares
tradicionais, na medida em que contribui para a homogeneização dos padrões culturais.
- A alternativa E está incorreta, pois em muitos casos o folclore remete a elementos de gerações passadas
de um determinado grupo social.
Gabarito: A
26. (2013/Enem)
Própria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como dança aristocrática. oriunda dos salões franceses,
depois difundida por toda a Europa. No Brasil, foi introduzida como dança de salão e, por sua vez,
apropriada e adaptada pelo gosto popular. Para sua ocorrência, é importante a presença de um mestre
“marcante” ou “marcador”, pois é quem determina as figurações diversas que os dançadores
desenvolvem. Observa-se a constância das seguintes marcações: “Tour”, “En avant”, “Chez des dames”,
“Chez des cheveliê”, “Cestinha de flor”, “Balancê”, “Caminho da roça”, “Olha a chuva”, “Garranchê”,
“Passeio”, “Coroa de flores”, “Coroa de espinhos” etc.
No Rio de Janeiro, em contexto urbano, apresenta transformações: surgem novas figurações, o francês
aportuguesado inexiste, o uso de gravações substitui a música ao vivo, além do aspecto de competição,
que sustenta os festivais de quadrilha, promovidos por órgãos de turismo.
CASCUDO. L.C. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Melhoramentos. 1976.
As diversas formas de dança são demonstrações da diversidade cultural do nosso país. Entre elas, a
quadrilha é considerada uma dança folclórica por

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a) possuir como característica principal os atributos divinos e religiosos e, por isso, identificar uma nação
ou região.
b) abordar as tradições e costumes de determinados povos ou regiões distintas de uma mesma nação.
c) apresentar cunho artístico e técnicas apuradas, sendo também, considerada dança-espetáculo.
d) necessitar de vestuário específico para a sua prática, o qual define seu país de origem.
e) acontecer em salões e festas e ser influenciada por diversos gêneros musicais.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal a quadrilha é um ritmo difundido em boa parte do território
brasileiro. E embora sejam executadas geralmente em festas juninas em homenagem a santos populares,
elementos devocionais não são predominantes em sua coreografia.
- A alternativa B é a resposta. As quadrilhas são expressões da cultura popular amplamente difundida no
Brasil. Embora comumente associada à identidade sertaneja, elas são executadas em festas de todo o
país, incluindo em regiões litorâneas, em muitos casos assumindo particularidades que revelam traços
identitários de um determinado grupo social.
- A alternativa C está incorreta, afinal dança-espetáculo é um conceito utilizado para se referir ás danças
executadas por bailarinos profissionais, o que geralmente não se aplica às quadrilhas.
- A alternativa D está incorreta, pois os trajes adotados na quadrilha são principalmente os que evocam a
cultura sertaneja/caipira, não sendo diretamente influenciados pela sua origem francesa.
- A alternativa E está incorreta, afinal a maioria das quadrilhas tradicionais é dançada ao ar livre.
Gabarito: C
27. (2013/Enem)
A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio do processo cultural: seu
movimento, pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto, do resgate ingênuo do passado nem do
seu cultivo nostálgico, mas de procurar perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O que se quer é captar
seu movimento para melhor compreendê-lo historicamente.
MINAS GERAIS: Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em Minas Gerais. Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 1988.

Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem africana, como a capoeira ou o
candomblé, deve considerar que elas
a) permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos.
b) perderam a relação com o seu passado histórico.
c) derivam da interação entre valores africanos e a experiência histórica brasileira.
d) contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual.
e) demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relação aos europeus.
Comentários
A questão demanda reflexões acerca do processo de formação de novas identidades na América
Portuguesa, decorrente do intercâmbio entre culturas de indivíduos trazidos do outro lado do Atlântico,
e dessas com influências do catolicismo de manifestações de povos indígenas. O candomblé, religião de
matriz africana cujas primeiras referências escritas datam do início do século XIX, reunia cultos religiosos
de origem iorubá e daomeana; e por influências do catolicismo, suas sacerdotisas ficaram conhecidas com

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o nome de “mães-de-santo”. O mesmo ocorreu com a capoeira, misto de jogo, luta e dança produzido no
Brasil por africanos e seus descendentes ao longo de séculos de colonização.
Assim sendo, a alternativa C é a resposta. Vejamos as demais alternativas:
- A alternativa A está incorreta, afinal os valores, saberes e costumes trazidos pelos africanos sofreram
alterações e influências de outras culturas com o passar dos séculos, dando origem a novas identidades
afro-brasileiras.
- A alternativa B está incorreta, afinal elementos como a capoeira e o candomblé continuam a se ligar a
elementos de um passado africano, ligado ao Brasil pelo tráfico de escravos.
- A alternativa D está incorreta, afinal a compreensão histórica do processo de formação de práticas
culturais no espaço Atlântico contribui para que se veja elementos como o candomblé e a capoeira não
somente voltados para a população afro-brasileira, mas que constituem parte da identidade brasileira.
- A alternativa E está incorreta, afinal os estudos da herança cultural africana não se dão com o objetivo
de estabelecer hierarquias entre os povos europeus e africanos, mas valorizar a contribuição de cada um
deles na formação do povo brasileiro.
Gabarito: C
28. (2012/Enem-PPL)
O que o projeto governamental tem em vista é poupar à Nação o prejuízo irreparável do perecimento e
da evasão do que há de mais precioso no seu patrimônio. Grande parte das obras de arte até mais valiosas
e dos bens de maior interesse histórico, de que a coletividade brasileira era depositária, têm desaparecido
ou se arruinado irremediavelmente. As obras de arte típicas e as relíquias da história de cada país não
constituem o seu patrimônio privado, e sim um patrimônio comum de todos os povos.
ANDRADE, R. M. F. Defesa do patrimônio artístico e histórico. O Jornal, 30 out. 1936. In: ALVES FILHO, I. Brasil, 500 anos em
documentos. Rio de Janeiro: Mauad, 1999 (adaptado).

A criação no Brasil do Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (SPHAN), em 1937, foi orientada
por ideias como as descritas no texto, que visavam
a) submeter a memória e o patrimônio nacional ao controle dos órgãos públicos, de acordo com a
tendência autoritária do Estado Novo.
b) transferir para a iniciativa privada a responsabilidade de preservação do patrimônio nacional, por meio
de leis de incentivo fiscal.
c) definir os fatos e personagens históricos a serem cultuados pela sociedade brasileira, de acordo com o
interesse público.
d) resguardar da destruição as obras representativas da cultura nacional, por meio de políticas públicas
preservacionistas.
e) determinar as responsabilidades pela destruição do patrimônio nacional, de acordo com a legislação
brasileira.
Comentários
- A alternativa A está incorreta. Embora tenha sido formulado durante o Estado Novo, o Sphan não possui
caráter autoritário, mas intervencionista e nacionalista.
- A alternativa B está incorreta, afinal por meio da política de tombamentos do Sphan o Estado assume
sua responsabilidade na restauração e preservação de bens móveis e imóveis considerados de elevado
valor histórico e cultural.

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- A alternativa C está incorreta, afinal a atuação do Sphan foi guiada por fatos e personagens históricos
considerados fundamentais, e não o contrário.
- A alternativa D é a resposta. Vinculado ao Ministério da Educação, ao Sphan foi atribuído um papel
importante de preservar os bens culturais associados a heróis e personagens históricos, com o intuito de
estimular o sentimento nacional. Enquanto esteve à frente do órgão (1937-1969), Rodrigo Melo Franco
buscou promover o tombamento dos monumentos históricos remanescentes e ameaçados por interesses
privados, sobretudo edificações. Essa predileção ficou conhecida como “pedra e cal”.
- A alternativa E está incorreta, afinal inicialmente o Sphan não possuía muitas condições de
responsabilizar entes privados pela destruição do patrimônio nacional.
Gabarito: D
29. (2012/Enem-PPL)

O arrojado projeto arquitetônico e urbanista da nova capital federal fez com que Brasília fosse, no ano de
1987, considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, porque o Plano Piloto de Brasília concretizava
os princípios do
a) urbanismo modernista internacional.
b) modelo da arquitetura sacra europeia.
c) pensamento organicista das metrópoles brasileiras.
d) plano de interiorização da capital.
e) projeto nacional desenvolvimentista do governo JK.
Comentários
- A alternativa A é a resposta. Brasília se tornou o principal símbolo da arquitetura modernista do mundo,
o que levou a UNESCO a reconhecer o valor de seu projeto arquitetônico e urbanístico ao considerá-la
Patrimônio Mundial.
- A alternativa B está incorreta, afinal a capital foi projetada em estilo modernista.

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- A alternativa C está incorreta, pois diferente da maioria das capitais brasileiras, Brasília foi projetada
para ser um centro administrativo. Outras cidades, por outro lado, tiveram seus contornos obtidos de
maneira mais espontânea.
- A alternativa D está incorreta, afinal os critérios adotados pela UNESCO não levaram em conta a ideia de
interiorização que estimulou a criação da nova capital.
- A alternativa E está incorreta, afinal não foi esse o elemento valorizado pela Unesco, mas sim o seu valor
arquitetônico e urbanístico.
Gabarito: A
30. (2012/Enem-PPL)
Ao final do Ano da França no Brasil, aconteceu na Bahia um encontro único entre a bossa nova brasileira
e a música francesa, no show do cantor e compositor baiano radicado na França, Paulo Costa. O show se
chama “Toulouse em Bossa” por conta da versão da música Toulouse, de Claude Nougaro, que é uma
espécie de hino deles, tal como é para nós Garota de Ipanema, explica Paulo Costa. Nougaro é famoso na
França e conhecido por suas versões de músicas brasileiras, como O Que Será que Será e Berimbau.
Disponível em: http://anodafrancanobrasil.cultura.gov.br. Acesso em: 27 abr. 2010. (adaptado)

O que representam encontros como o ocorrido na Bahia em 2009 para o patrimônio cultural das
sociedades brasileira e francesa?
a) Ocasião para identificar qual das duas culturas é mais cosmopolita e deve ser difundida entre os demais
países.
b) Oportunidade de se apreciar a riqueza da diversidade cultural e a possibilidade de fazer dialogar
culturas diferentes.
c) Mostra das diferenças entre as duas culturas e o desconhecimento dos brasileiros em relação à cultura
francesa.
d) Demonstração da heterogeneidade das composições e da distância cultural entre os dois países.
e) Tentativa de se evidenciar a semelhança linguística do francês e do português, com o intuito de unir as
diferentes sociedades.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal o evento parece propor um diálogo entre culturas diferentes, mas
sem demonstrar interesse em hierarquizá-las.
- A alternativa B é a resposta. O festival musical propõe um diálogo entre expressões musicais francesas
e brasileiras, deixando claro a riqueza cultural presente em ambas.
- A alternativa C está incorreta, afinal o texto mostra conhecer canções francesas famosas. Além disso, o
cantor mencionado por ele habita a França, o que possivelmente o possibilitou conhecer diversas
composições do país.
- A alternativa D está incorreta, pois o evento musical sugere a possibilidade de se estabelecer um diálogo
entre as expressões musicais das culturas francesa e portuguesa. Ademais, o texto destaca que ambas
mostram possuir certo conhecimento das produções musicais da outra.
- A alternativa E está incorreta, afinal o texto não revela a intenção de se estabelecer semelhanças
linguísticas entre o francês e o português pelo festival musical.
Gabarito: B

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31. (2012/Enem-PPL)
O Ofício das Baianas de Acarajé constitui um bem cultural de natureza imaterial, inscrito no Livro dos
Saberes em 2005, que consiste em uma prática tradicional de produção e venda, em tabuleiro, das
chamadas comidas de baiana, feitas com azeite de dendê e ligadas ao culto dos orixás, amplamente
disseminadas na cidade de Salvador, Bahia.
Disponível em: http://portal.iphan.gov.br. Acesso em: 29 fev. 2012 (adaptado).

O texto contém a descrição de um bem cultural que foi reconhecido pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio
Histórico Artístico Nacional) como patrimônio imaterial, pois representa
a) uma técnica culinária com valor comercial e atratividade turística.
b) um símbolo da vitalidade dessas mulheres e de suas comunidades.
c) uma manifestação artística antiga e de abrangência nacional.
d) um modo de fazer e viver ligado a uma identidade étnica e regional.
e) uma fusão de ritos das diferentes heranças e tradições religiosas do país.
Comentários
O Ofício das Baianas é um bem cultural de caráter intangível, inscrito no Livro dos Saberes em 2005. Ele
considera os modos de fazer e vender das chamadas comidas de baiana, que possui influências culturais
de escravizados trazidos do Golfo do Benim para o Brasil. Trata-se de um ofício predominantemente
feminino, executado pelas chamadas baianas nos espaços públicos de Salvador, que geralmente se
encontram paramentadas com sua inconfundível indumentária de origem dos ritos de candomblé.
Levando em conta sua importância na constituição da identidade baiana e em para a cultura afro-
brasileira, pode-se considerar a alternativa D como a resposta correta. Vejamos as demais alternativas:
- A alternativa A está incorreta, afinal de contas não se levam em conta apenas as técnicas culinárias, mas
também o modo de comércio das comidas de baiana.
- A alternativa B está incorreta. Embora o registro do Ofício leve em conta a prevalência das mulheres,
seu reconhecimento se dá principalmente para sua importância na constituição da identidade baiana e
na cultura afro-brasileira em geral.
- A alternativa C está incorreta, pois o Ofício das Baianas é considerado como algo verificado no centro
urbano de Salvador.
- A alternativa E está incorreta, afinal a fabricação do acarajé, uma das iguarias das Baianas, possui origens
no candomblé e em expressões religiosas africanas, sendo considerada uma oferenda de devoção aos
orixás.
Gabarito: D
32. (2011/Enem-PPL)
A Unesco define como Patrimônio Cultural Imaterial “as práticas, representações, expressões,
conhecimentos e técnicas ― junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes
são associados ― que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como
parte integrante de seu patrimônio cultural.” São exemplos de bens registrados como Patrimônio
Imaterial no Brasil: o Círio de Nazaré no Pará, o Samba de Roda do Recôncavo Baiano, o Ofício das Baianas
de Acarajé, o Jongo no Sudeste, entre outros.
Disponível em: http://www.portal.iphan.gov.br. Acesso em: 29 jul. 2010 (adaptado).

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É bastante recente no Brasil o registro de determinadas manifestações culturais como integrantes de seu
Patrimônio Cultural Imaterial. O objetivo de se realizar e divulgar este tipo de registro é
a) reconhecer o valor da cultura popular para torná-la equivalente à cultura erudita.
b) recuperar as características originais das manifestações culturais dos povos nativos do Brasil.
c) promover o respeito à diversidade cultural por meio da valorização das manifestações populares.
d) possibilitar a absorção das manifestações culturais populares pela cultura nacional brasileira.
e) inserir as manifestações populares no mercado, proporcionando retorno financeiro a seus produtores.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal a noção contemporânea de cultura não compreende expressões
populares e eruditas de maneira não dicotômica e isolada, mas sim como em constante contato e que se
influenciam mutuamente.
- A alternativa B está incorreta, pois a política patrimonial da contemporaneidade não busca recuperar
elementos da cultura popular, mas valorizar as expressões “vivas” existentes nos grupos sociais e que
possuem grande importância para sua memória, história e identidade.
- A alternativa C é a resposta. A noção contemporânea de patrimônio abarca diversas expressões culturais
de grupos sociais diversos, incluindo povos indígenas, comunidades negras, sertanejos e outros grupos
sociais das mais diversas regiões do país. Assim sendo, não se identifica como patrimônio apenas aquilo
que é aplicado a todos os brasileiros, mas uma visão plural sobre as ideias de cultura e patrimônio.
- A alternativa D está incorreta, afinal a ideia de patrimônio imaterial compreende os bens culturais
intangíveis como expressões da cultura nacional e/ou de grupos sociais inseridos no território brasileiro.
- A alternativa E está incorreta, pois o registro de bens culturais por órgãos produtores de políticas
patrimoniais não se destina a atender demandas econômicas, mas reconhecer sua importância na
constituição de identidades de um determinado grupo social.
Gabarito: C
33. (2010/Enem)
As ruínas do povoado de Canudos, no sertão norte da Bahia, além de significativas para a identidade
cultural, dessa região, são úteis às investigações sobre a Guerra de Canudos e o modo de vida dos antigos
revoltosos.
Essas ruínas foram reconhecidas como patrimônio cultural material pelo Iphan (Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) porque reúnem um conjunto de
a) objetos arqueológicos e paisagísticos.
b) acervos museológicos e bibliográficos.
c) núcleos urbanos e etnográficos
d) práticas e representações de uma sociedade.
e) expressões e técnicas de uma sociedade extinta.
Comentários
Essa é uma questão que demanda interpretação de texto e noções de patrimônio. Repare que o
texto menciona que o Iphan reconheceu as ruínas de Canudos como patrimônio material, ou seja, o
espaço foi tombado ao ser considerado um bem tangível de grande valor histórico e cultural.

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Considerando a destruição de Canudos nas guerras empreendidas entre conselheiristas e os


expedicionários enviados pelo Estado, o candidato poderia pressupor de que nada restou senão ruínas
daquele espaço. Ao mesmo tempo, a vegetação e relevo ao qual se situava o antigo arraial não podem
ser desvinculados, afinal fizeram parte do campo de batalha e foram amplamente descritos por Os
Sertões, obra monumental de Euclides da Cunha sobre a guerra e a região de Canudos. Feitas essas
considerações, a alternativa A é a resposta.
- A alternativa B está incorreta, afinal o acervo fotográfico de Canudos não integra as ruínas do antigo
vilarejo. Além disso, o tombamento da região não contempla acervo bibliográfico.
- A alternativa C está incorreta, afinal não sobrou nada de Canudos senão suas ruínas.
- As alternativas D e E estão incorretas, pois o bem cultural considerado pelo Iphan possui materialidade,
ou seja, não se trata de um elemento vinculado ao patrimônio imaterial.
Gabarito: A
34. (2010/Enem cancelado)
O folclore é o retrato da cultura de um povo. A dança popular e folclórica é uma forma de representar a
cultura regional, pois retrata seus valores, crenças, trabalho conhecê-la, é de alguma forma se apropriar
dela, é enriquecer a própria cultura.
BREGOLATO, R. A. Cultura Corporal da Dança. São Paulo: Ícone, 2007.

As manifestações folclóricas perpetuam uma tradição cultural, é obra de um povo que a cria, recria e a
perpetua. Sob essa abordagem deixa-se de identificar como dança folclórica brasileira
a) o Bumba-meu-boi, que é uma dança teatral onde personagens contam uma história envolvendo
crítica social, morte e ressurreição.
b) a Quadrilha das festas juninas, que associam festejos religiosos a celebrações de origens
pagãs envolvendo as colheitas e a fogueira.
c) o Congado, que é uma representação de um reinado africano onde se homenageia santos através
de música, cantos e dança.
d) o Balé, em que se utilizam músicos, bailarinos e vários outros profissionais para contar uma história em
forma de espetáculo.
e) o Carnaval, em que o samba derivado do batuque africano é utilizado com o objetivo de contar
ou recriar uma história nos desfiles.
Comentários
- A alternativa A está correta. O bumba-meu-boi é uma expressão folclórica muito importante em grupos
sociais das regiões Norte e Nordeste do Brasil, podendo ser considerada um complexo cultural por reunir
elementos no plano expressivo (performances dramáticas, musicais e coreográficas) e no plano material
(artesanatos, bordados e instrumentos confeccionados para o festejo).
- A alternativa B está correta. A Quadrilha é uma dança folclórica muito popular em diversas regiões do
Brasil, geralmente associada às festas juninas em homenagem a santos populares do catolicismo. Ela
possui origens pagãs, mas foi incorporada aos salões franceses e desembarcou ao Brasil como uma dança
de expressão sertaneja.
- A alternativa C está correta. O Congado é um folguedo que recria a coroação de um rei do Congo,
possuindo grande importância em comunidades afro-brasileiras do interior do país.

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- A alternativa D é a resposta. Diferentemente de todas as demais expressões rítmicas mencionadas, o


balé não possui raízes na cultura popular, sendo incorporado ao país como um gênero consumido pelas
elites nacionais.
- A alternativa E está correta. O carnaval foi um festejo cristão de raízes pagãs introduzido no Brasil
durante o período colonial. Com o passar do tempo, sofreu influências de culturas africanas de
escravizados enviados para a América Portuguesa, adquirindo grande importância na identidade nacional.
Gabarito: D
35. (2009/Enem cancelado)
Folclore designa o conjunto de costumes, lendas, provérbios, festas tradicionais/populares,
manifestações artísticas em geral, preservado, por meio da tradição oral, por um povo ou grupo
populacional. Para exemplificar, cita-se o frevo, um ritmo de origem pernambucana surgido no início do
século XX. Ele a caracterizado pelo andamento acelerado e pela dança peculiar, feita de malabarismos,
rodopios e passos curtos, além do uso, como parte da indumentária, de uma sombrinha colorida, que
permanece aberta durante a coreografia.
As manifestações culturais citadas a seguir que integram a mesma categoria folclórica descrita no texto
são
a) bumba-meu-boi e festa junina.
b) cantiga de roda e parlenda.
c) saci-pererê e boitatá.
d) maracatu e cordel.
e) catira e samba.
Comentários
Para facilitar a resposta, vejamos o significado de cada expressão contida nas alternativas:
▪ Bumba-meu-boi → celebração que envolve tanto bens culturais do plano expressivo
(performances) quanto do plano material (artesanatos e a confecção de instrumentos musicais);
▪ Festa junina→ comemorações em homenagem a Santo Antônio, São Pedro e São João, que
tradicionalmente ocorrem no mês de junho. Embora possua origem pagã, a festa foi assimilada pelo
calendário cristão durante a Idade Média.
▪ Cantiga de Roda → música folclórica cantada em roda, também conhecida como ciranda.
▪ Parlenda→ versos infantis rimados e repetitivos, geralmente breves. Ex: Hoje é domingo/pede
cachimbo.
▪ Saci-pererê → personagem do folclore brasileiro, costuma ser representado como um menino
negro, travesso e de uma perna só; traz um cachimbo na boca e um gorro vermelho que lhe concede
poderes mágicos.
▪ Boitatá → personagem lendário, é descrito como uma serpente de fogo que protege as florestas
e os animais. Acredita-se que o mito possua origem indígena.
▪ Maracatu → ritmo musical, dança e ritual considerado patrimônio cultural brasileiro. De origem
africana possui grande importância em Pernambuco.
▪ Cordel

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▪ Catira→ também chamada de cateretê, é uma dança típica da cultura sertaneja, sendo muito
presente nos estados do Mato Grosso, Goiás, norte do Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul,
Tocantins e São Paulo.
▪ Samba→ dança e gênero musical brasileiro considerado como um dos mais importantes traços da
cultura popular brasileira.
Feitas essas considerações, a alternativa E é a resposta, afinal trata-se da única a apresentar dois ritmos
musicais, como é o caso do frevo.
Gabarito: E
36. (2009/Enem cancelado)
O Cafundó é um bairro rural situado no município de Salto de Pirapora, a 150 km de São Paulo.
Sua população, predominantemente negra, divide-se em duas parentelas: a dos Almeida Caetano e a dos
Pires Pedroso. Cerca de oitenta pessoas vivem no bairro. Dessas, apenas nove detêm o título de
proprietários legais dos 7,75 alqueires de terra que constituem a extensão do Cafundó, que foram doados
a dois escravos, ancestrais de seus habitantes atuais, pelo antigo senhor e fazendeiro, pouco antes da
Abolição, em 1888. Nessas terras, seus moradores plantam milho, feijão e mandioca e criam galinhas e
porcos. Tudo em pequena escala. Sua língua materna é o português, uma variação regional que, sob
muitos aspectos, poderia ser identificada como dialeto caipira. Usam um léxico de origem banto,
quimbundo principalmente, cujo papel social é, sobretudo, de representá-los como africanos no Brasil.
O bairro de Cafundó integra o patrimônio cultural do Brasil porque:
a) possui terras herdadas de famílias antigas da região.
b) preservou o modo de falar de origem banto e quimbundo.
c) tem origem no período anterior à abolição da escravatura.
d) pertence a uma comunidade rural do interior do estado de São Paulo.
e) possui moradores que são africanos do Brasil e perderam o laço com sua origem.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal o que torna o bairro um patrimônio do Brasil são as expressões
culturais verificadas no grupo social ali estabelecido ao longo de gerações.
- A alternativa B é a resposta. Cafundó é destacado pelo texto pelo seu dialeto caipira, no qual se observa
grandes influências da língua quimbundo, oriunda da região de Angola e que pertence ao tronco
linguístico denominado banto.
- A alternativa C está incorreta, afinal o texto não ressalta o momento de constituição do bairro, mas sim
a variação linguística encontrada nele, produto de influências de línguas trazidas por escravizados
africanos.
- A alternativa D está incorreta, afinal o que se leva em conta são as particularidades culturais verificadas
no bairro.
- A alternativa E está incorreta, pois os moradores não são africanos, mas afro-brasileiros.
Gabarito: B
37. (2007/Enem cancelado)

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Não só de aspectos físicos se constitui a cultura de um povo. Há muito mais, contido nas tradições, no
folclore, nos saberes, nas línguas, nas festas e em diversos outros aspectos e manifestações transmitidos
oral ou gestualmente, recriados coletivamente e modificados ao longo do tempo. A essa porção intangível
da herança cultural dos povos dá-se o nome de patrimônio cultural imaterial.
Internet: www.unesco.org.br

Qual das figuras abaixo retrata patrimônio imaterial da cultura de um povo?

a)

b)

c)

d)

e)
Comentários

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- A alternativa A está incorreta, afinal o Cristo Redentor é dotado de materialidade. Logo, trata-se de um
patrimônio material, também chamado de tangível.
- A alternativa B está incorreta. Embora o Pelourinho seja recorrente cenário para expressões culturais
registradas pelo Iphan, como a Roda de Capoeira, o Mestre de Capoeira e o Ofício das Baianas de Acarajé,
trata-se de um conjunto arquitetônico tombado como patrimônio da humanidade pela Unesco, em 1985.
- A alternativa C é a resposta. O Bumba-meu-boi é uma celebração que pode ser entendida como um
complexo cultural, afinal nela se identificam tanto expressões de caráter expressivo, como performances,
dramáticas, musicais e coreográficas; quanto materiais, como artesanatos, bordados e instrumentos. O
Complexo Cultural do Bumba meu boi do Maranhão é considerado Patrimônio Cultural Imaterial da
Humanidade pela UNESCO.
- A alternativa D está incorreta, afinal as Cataratas do Iguaçu são um Patrimônio Natural Mundial.
- A alternativa E está incorreta, afinal as Pirâmides de Gizé são bens culturais dotados de materialidade.
Foram classificadas como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1979.
Gabarito: C
38. (2007/Enem)

A pintura rupestre mostrada na figura anterior, que é um patrimônio cultural brasileiro, expressa
a) o conflito entre os povos indígenas e os europeus durante o processo de colonização do Brasil.
b) a organização social e política de um povo indígena e a hierarquia entre seus membros.
c) aspectos da vida cotidiana de grupos que viveram durante a chamada pré-história do Brasil.
d) os rituais que envolvem sacrifícios de grandes dinossauros atualmente extintos.
e) a constante guerra entre diferentes grupos paleoíndios da América durante o período colonial.
Comentários
- A pintura rupestre da Toca do Pajaú foi feita durante a Pré-História, milhares de anos antes dos choques
entre indígenas e portugueses ocorridos a partir do século XVI. Dito isso, a alternativa A está incorreta.
- Na imagem acima é possível notar a prevalência de representações de animais por homens do
Paleolítico, e que não fornecem pistas quanto a organização social de seus produtores. Com isso, a
alternativa B mostra-se incorreta.
- A obra rupestre gravada na Toca do Pajaú retrata uma caçada do povo que a produziu, o que acaba por
revelar a prática dessa atividade naquele local durante a Pré-História brasileira. Assim sendo, a alternativa
C está correta.
- Os seres humanos não foram contemporâneos aos dinossauros, o que torna incorreta a alternativa D.

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- A pintura rupestre da Toca do Pajaú representa uma cena de caça de um determinado povo do
Paleolítico, e por isso não é possível aferir informações sobre os conflitos enfrentados por ele durante sua
existência. Devido a isso, a alternativa E está incorreta.
Gabarito: C
39. (2006/Enem)
No início do século XIX, o naturalista alemão Carl Von Martius esteve no Brasil em missão científica para
fazer observações sobre a flora e a fauna nativas e sobre a sociedade indígena. Referindo-se ao indígena,
ele afirmou:
Permanecendo em grau inferior da humanidade, moralmente, ainda na infância, a civilização não o
altera, nenhum exemplo o excita e nada o impulsiona para um nobre desenvolvimento progressivo (...).
Esse estranho e inexplicável estado do indígena americano, até o presente, tem feito fracassarem todas
as tentativas para conciliá-lo inteiramente com a Europa vencedora e torná-lo um cidadão satisfeito e
feliz.
Carl Von Martius. O estado do direito entre os autóctones do Brasil. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/EDUSP, 1982.

Com base nessa descrição, pode se concluir que o naturalista Von Martius
a) apoiava a independência do Novo Mundo, acreditando que os índios, diferentemente do que fazia a
missão europeia, respeitavam a flora e a fauna do país.
b) discriminava preconceituosamente as populações originárias da América e advogava o extermínio dos
índios.
c) defendia uma posição progressista para o século XIX: a de tornar o indígena cidadão satisfeito e feliz.
d) procurava impedir o processo de aculturação, ao descrever cientificamente a cultura das populações
originárias da América.
e) desvalorizava os patrimônios étnicos e culturais das sociedades indígenas e reforçava a missão
“civilizadora europeia”, típica do século XIX.
Comentários
- A alternativa A está incorreta. Para o naturalista Carl Von Martius, os povos ameríndios apresentavam
um elevado grau de atraso civilizacional, o que corrobora para o discurso eurocêntrico de que os europeus
contribuíam para o desenvolvimento ao se imporem nos continentes americano, asiático e africano.
- A alternativa B está incorreta, afinal não fica claro que o naturalista alemão defendesse o extermínio dos
povos indígenas. Na verdade, von Martius atribuía aos portugueses a tarefa de assimilá-los à civilização
brasileira.
- A alternativa C está incorreta, afinal a concepção do indígena enquanto incivilizado impedia que teóricos
como von Martius vislumbrassem sua assimilação à participação política.
- A alternativa D está incorreta, afinal defendia-se a assimilação dos povos indígenas como forma de fazer
desaparecer as culturas tidas como primitivas na linha civilizacional traçada por teóricos europeus.
- A alternativa E é a resposta. Ao identificar os povos indígenas como moralmente inferiores, o teórico
alemão desconsidera como válidas seus modos de fazer, de viver, saberes e outras expressões
tradicionais. Assim sendo, propõe o desaparecimento dos referidos traços culturais por meio da civilização
dos nativos, ou seja, pela imposição de valores culturais e modos de vida considerados elevados.
Gabarito: E

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40. (2003/Enem)
Jean de Léry viveu na França na segunda metade do século XVI, época em que as chamadas guerras de
religião opuseram católicos e protestantes. No texto a seguir, ele relata o cerco da cidade de Sancerre por
tropas católicas.
(...) desde que os canhões começaram a atirar sobre nós com maior frequência, tornou-se necessário que
todos dormissem nas casernas. Eu logo providenciei para mim um leito feito de um lençol atado pelas
suas duas pontas e assim fiquei suspenso no ar, à maneira dos selvagens americanos (entre os quais eu
estive durante dez meses) o que foi imediatamente imitado por todos os nossos soldados. De tal maneira
que a caserna logo ficou cheia deles. Aqueles que dormiram assim puderam confirmar o quanto esta
maneira é apropriada tanto para evitar os vermes quanto para manter as roupas limpas (...).
Neste texto, Jean de Léry
a) despreza a cultura e rejeita o patrimônio dos indígenas americanos.
b) revela-se constrangido por ter de recorrer a um invento de "selvagens".
c) reconhece a superioridade das sociedades indígenas americanas com relação aos europeus.
d) valoriza o patrimônio cultural dos indígenas americanos, adaptando-o às suas necessidades.
e) valoriza os costumes dos indígenas americanos porque eles também eram perseguidos pelos católicos.
Comentários
Essa é uma questão de interpretação de texto. De acordo com Jean de Léry, o costume indígena dormir
em redes era válido, afinal assim se evitava o contato com animais e impurezas existente no solo. Com
base nisso, é possível afirmar que ele e os demais franceses consideram relevante a cultura indígena
observada, o que torna correta a alternativa D.
Vejamos as demais opções de resposta:
- A alternativa A está incorreta, afinal Léry e seus companheiros se mostram dispostos a absorver
elementos da cultura indígena.
- A alternativa B está incorreta, pois o autor do relato não demonstra constrangimento, mas reconhece
como válido o hábito adotado pelos ameríndios.
- A alternativa C está incorreta. Apesar do francês adotar certos costumes dos nativos, ele mostra
considerá-los inferiores ao denominá-los de “selvagens”.
- A alternativa E está incorreta, afinal a Igreja não perseguia os indígenas, mas buscava assimilá-los à
cultura cristã.
Gabarito: D

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da nossa última aula! As relações entre História e Patrimônio são recorrentes
nas provas do Enem, então convém destacarmos algumas habilidades necessárias para o exame:
▪ Delimitar que é patrimônio e suas relações com as noções de memória e identidade;
▪ Entender as modificações da política patrimonial implementada no Brasil;
▪ Compreender as diferenças entre patrimônio material e imaterial, bem como as estratégias
lançadas pelo Estado para protegê-los;
▪ Identificar expressões culturais que integram o patrimônio cultural imaterial brasileiro;
▪ Entender que embora as noções de folclore e patrimônio imaterial pareçam similares, a primeira
se propõe a resgatar e preservar expressões da cultura popular, enquanto a segunda compreender
que os bens culturais estão em constante modificação;
▪ Identificar as relações entre a política patrimonial e a afirmação de elementos da identidade e
cultura afro-brasileiras.
Se tudo estiver tranquilo, nossa missão foi cumprida. Em meu nome e da Profe. Alê Lopes, gostaria
de agradecê-lo pela confiança depositada em nosso material! Cada parte dele foi pensada para
garantir a você um bom rendimento em sua preparação e deixá-lo mais próximo da universidade dos
seus sonhos. Desejamos a você muita serenidade e discernimento na hora da prova, afinal de contas
você se preparou ao máximo para aquele momento.
Esperamos notícias suas! Um forte abraço!
Prof. Marco Túlio.

7. REFERÊNCIAS
ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo.
São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

FUNARI, Pedro Paulo Abreu; PELEGRINI, Sandra de Cássia Araújo. Patrimônio histórico e cultural. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo:
Companhia das Letras, 1998.

OLIVEIRA, Lúcia Lippi. Cultura é patrimônio: um guia. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2008.

REZENDE, Maria Beatriz; GRIECO, Bettina; TEIXEIRA, Luciano; THOMPSON, Analucia. Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - SPHAN. In: ______. (Orgs.). Dicionário IPHAN de Patrimônio
Cultural. Rio de Janeiro, Brasília: IPHAN/DAF/Copedoc, 2015. (verbete). ISBN 978-85-7334-279-6.

AULA 21 – História e Patrimônio – Prof. Marco Túlio 69

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