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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Prof.

Marco Túlio
Curso Extensivo de História para Enem 2023

ENEM
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EXTENSIVO

Exasiu
Aula 07 – IDADE MODERNA III
As Revoluções Inglesas do Século XVII. O Antigo regime e o Iluminismo. A Revolução Industrial e as
origens do Capitalismo. A Independência dos Estados Unidos.

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Sumário
1. INTRODUÇÃO: ANTIGO REGIME E REVOLUÇÕES 4

2. REVOLUÇÕES INGLESAS 5

2.1. As dinastias Tudor e Bourbon 5

2.2. As transformações na economia 7

2.3. A Revolução Puritana (1641-1649) 9

2.4. A Revolução Gloriosa (1688) 10

3. O ILUMINISMO 14

3.1. Definição do movimento 14

3.2. Alguns nomes do iluminismo 15

3.3. Despotismo esclarecido 16


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4. REVOLUÇÃO AMERICANA (1776) 17

4.1. Treze Colônias: a América Inglesa 18

4.2. Declaração de Independência 20

5. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 21

5.1. Fatores do pioneirismo inglês 21

5.2. O desenvolvimento da indústria 22

5.3. O cotidiano dos trabalhadores 22

6. LISTA DE QUESTÕES 26

6.1. Enem 26

6.2. Outros vestibulares 34

6.3. Inéditas 52

7. GABARITO 57

7.1. Enem 57

7.2. Outros Vestibulares 57

7.3. Inéditas 58

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8. LISTA DE QUESTÕES COMENTADA 58

8.1. Enem 58

8.2. Outros vestibulares 74

8.3. Inéditas 104

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 113

10. REFERÊNCIAS 113

11. VERSÕES DAS AULAS 114


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1. INTRODUÇÃO: ANTIGO REGIME E REVOLUÇÕES


Para muitos historiadores, os séculos XVII e XVIII representaram o processo de decadência do
mundo do Antigo Regime1, alimentado pelas transformações nos campos cultural e científico e pela
eclosão de processos revolucionários. As Revoluções Inglesas foram os primeiros sintomas dessas
mudanças ao reafirmarem o Parlamento e reconhecerem a existência de limites ao poder real,
acompanhadas de uma guinada na indústria têxtil que ficaria conhecida como Revolução Industrial. Em
solo norte-americano, a experiência da metrópole e a produção de um movimento cultural chamado
Iluminismo contribuiriam para que os colonos protagonizassem um movimento de independência, a
Revolução Americana.
Deu pra ver que o conceito de revolução é fundamental para nós a partir de agora, não é mesmo?
Essa palavra surgiu entre cientistas do Renascimento para definir o movimento em que um corpo celeste
faz em trono de outro, mas a partir do século XVII, ela passou a ter um significado político. Nas Revoluções
Inglesas que veremos a seguir, revolução significava o retorno à uma ordem política anterior, sentido que
também encontrado entre os revolucionários norte-americanos de 1776.
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Figura 1- Ilustração do livro Sobre as revoluções das esferas celestes, de Nicolau Copérnico, 1543. Tal como na astronomia, o conceito de Revolução
na política significava um movimento que faria as coisas retornarem para algum ponto. Fonte: Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.

Com a Revolução Francesa, assunto que veremos em outra aula, a palavra revolução adquiriu o
significado político que utilizamos hoje em dia: processos que realizam uma ruptura drástica e violenta,
ocasionando mudanças estruturais de ordem política, econômica e social. Contudo, o termo revolução
também pode ser utilizado para sugerir transformações vigorosas nas técnicas ou nos conhecimentos
humanos, sendo o caso da Revolução Industrial, inaugurada com a expansão do modelo de produção
industrial, e a Revolução Neolítica, nome dado às transformações decorrentes da invenção da agricultura,
durante a “Pré-história”.

1
Sistema político e social baseado no poder absolutista do Rei e em privilégios garantidos ao Clero e a nobreza.

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2. REVOLUÇÕES INGLESAS
No século XII, ainda na Idade Média, uma revolta de nobres na Inglaterra pressionou o rei João
Sem Terra a assinar a Magna Carta (1215), documento que fez com que os reis passassem a dividir certas
atribuições com o Parlamento (assembleia que reunia lideranças da nobreza de todas as províncias).
O Parlamento era dividido da seguinte forma:

Nobres e membros do
Câmara dos Lordes clero selecionados
pelo Rei
PARLAMENTO
Membros da gentry
(baixa nobreza),
Câmara dos Comuns
eleitos por voto
censitário.

OBSERVAÇÃO: Voto censitário é aquele em que o indivíduo precisa comprovar algum nível de
riqueza para votar e ser votado.
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A Carta Magna e a existência do Parlamento impunham certas limitações ao poder real, por isso
o absolutismo inglês se deu em condições bem distintas daquelas que verificamos na França de Luís XIV.
A partir daí, o Rei se viu forçado a considerar um conjunto de direitos dos quais a nobreza dispunha,
especialmente o de ser consultado acerca da política de impostos mantida no país.

2.1. As dinastias Tudor e Bourbon


Existem duas dinastias (famílias reais) que ocuparam o trono da Inglaterra e que precisamos nos
atentar, a dinastia Tudor e a dinastia Bourbon. Vejamos algumas informações importantes sobre elas:

Dinastia Tudor
Trata-se de uma linhagem que se inicia após o término da Guerra das Duas Rosas (1455-1485),
sendo iniciada pela ascensão de Henrique VII ao trono. O filho dele, Henrique VIII, foi o responsável pela
Reforma Anglicana, que fez com que o Estado rompesse com o Papa e criasse uma instituição religiosa
na Inglaterra. A partir daí, a maioria dos soberanos ingleses tornaram-se líderes do anglicanismo.
Durante o reinado da rainha Elizabeth I, filha de Henrique VIII, houve um fortalecimento do poder
naval da Inglaterra, o que a possibilitou vencer a Incrível Armada (Marinha) de Felipe II, rei da Espanha,
na Guerra Anglo-Espanhola (1585-1604). Como a rainha morreu sem deixar herdeiros, o trono inglês
passou a ser ocupado por membros da família Stuart, que até então reinavam na Escócia.

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Era Elizabetana
O reinado da rainha Elizabeth I foi marcado por grande efervescência cultural na Inglaterra,
especialmente na literatura, na poesia e no teatro. Para muitos historiadores, trata-se do período
de auge do renascentismo inglês.
No chamado Teatro Elisabetano, verificou-se a transferência das peças de teatro para lugares
fixos, como edifícios públicos, teatros e tabernas. Os atores eram todos do sexo masculino, sendo
comum a formação de companhias de teatro (grupos teatrais). O teatro mais famoso de Londres foi
o The Globe, local de apresentação de diversas peças de William Shakespeare.
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Figura 2 - A Rainha Elizabeth I. Fonte: Shutterstock.

Dinastia Stuart
Em 1603, Jaime I da Escócia tornou-se rei da Inglaterra, o que representou
a união entre os dois reinos. A partir daí, ele defendeu o direito divino dos reis,
tese até então desconsiderada pelos monarcas anteriores, e impôs tributos e
empréstimos forçados aos nobres e burgueses do país. Com isso, enfrentou forte
oposição do Parlamento, o que o fez abdicar do trono em favor de seu filho,
Carlos I.
Quando Carlos I assumiu o trono inglês, em 1625, manteve a tese do
direito divino dos reis e a imposição de tributos e empréstimos forçados aos
súditos. Assim como o pai, seu reinado buscava retirar as atribuições acumuladas
pelo Parlamento.
Diante da pressão da Coroa com taxações cada vez maiores, o Parlamento
elaborou a chamada Petição de Direitos (1628). De acordo com o documento,
nenhum tributo poderia ser imposto sem o consentimento do Parlamento, além
de reivindicar que nenhum homem fosse preso sem motivo. Irritado, o monarca
dissolveu o Parlamento, governando de maneira absoluta por 11 anos.
Figura 3 - Carlos I da Inglaterra.

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A Conspiração da Pólvora (1605)


Embora filho da católica Mary Stuart, rainha executada por Elizabeth I, Jaime I manteve uma
política antipapista após ascender ao trono da Inglaterra, chegando a ordenar a expulsão de todos
os padres dos domínios ingleses e escoseses. Isso gerou uma grande revolta entre alguns católicos,
que armaram um atentado terrorista contra o Rei: eles iriam explodir o parlamento britânico no dia
5 de novembro, data em que o soberano estaria presente para abrir os trabalhos da instituição.
A Conspiração da Pólvora, nome como ficou conhecida a ação, foi denunciada às autoridades
antes mesmo de acontecer por grupos que se fizeram passar por apoiadores do movimento. Isso
levou à prisão do mercenário Guy Fawkes, encontrado com 36 barris de pólvora.
A figura de Guy Fawkes foi bastante rememorada nos últimos anos, primeiro por ter sido
resgatada pelos quadrinhos V de Vingança, de Alan Morre, adaptados para o cinema em 2005. Na
história, o rosto do rebelde foi apropriado como símbolo por um anarquista mascarado de
codinome “V”, que enfrenta um governo fascista. Alguns anos depois, a máscara utilizada pelo
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personagem passou a ser utilizada pelo grupo hacktivista Anonymous, além de manifestantes de
diversos protestos em todo o mundo.

Quando Carlos I tentou impor o anglicanismo entre os calvinistas na Escócia, o território se rebelou
contra o seu domínio. Isso fez com que o rei convocasse o Parlamento, a fim de demandá-lo a aprovação
de novos tributos que arrecadariam recursos para o conflito.
De volta à ativa, o Parlamento demandou do soberano o poder de decisão sobre questões
tributárias e de revogar ações de Carlos I. Carlos tentou prender cinco parlamentares, levando a Inglaterra
a uma guerra civil no ano seguinte. Era o início da Revolução Inglesa.

2.2. As transformações na economia


As Revoluções Inglesas perpassam pelas lutas entre o Parlamento e o poder real, mas não se
restringem a isso. Naquele período, as terras da Inglaterra foram afetadas pelas chamadas leis de
cercamento, que trouxeram vários impactos econômicos e sociais.
Desde o final da Idade Média, as terras agrícolas, que anteriormente incluíam terras comuns de
cultivo, passaram a ser cercadas pelos nobres proprietários, afirmando a noção de propriedade individual
da terra. Com isso, muitos camponeses foram expulsos dos locais onde viviam, passando a vagar pelos
campos ou se estabelecer nos centros urbanos.

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Com a alta demanda de lã para o abastecimento das manufaturas têxteis, muitos proprietários de
terras passaram a se dedicar à criação de ovelhas. Com isso, uma nova classe foi se formando no interior
da aristocracia inglesa, a gentry, mais alinhada aos interesses econômicos da burguesia que dos nobres
que mantinham relações de exploração dos camponeses similares ao feudalismo (nobreza fundiária).
A gentry e a burguesia, que ocupavam cadeiras no Parlamento, também se aproximavam em
relação ao puritanismo, nome dado à doutrina calvinista na Inglaterra. De acordo com ela, os cultos
deveriam se voltar à reflexão sobre os problemas do mundo, o que fez com que muitos passassem a
questionar a situação do país. Os puritanos também defendiam que o trabalho duro e disciplinado eram
elementos que atendiam a Deus e ao bem-estar da comunidade.
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Figura 4 - Os síndicos da guilda fabricante de tecidos, obra de Rembrandt, 1662. Fonte: Rijsmuseum.
Vestidos de maneira austera, aos moldes da moda puritana, os personagens do quadro se mostram imersos em seus afazeres diários,
revelando incômodo ao serem interrompidos pelo artista.

Quakers, uma minoria religiosa


O protestantismo apresentava várias vertentes na Inglaterra na época da Revolução Inglesa. Os
anglicanos, grupo de apoio do Rei, eram próximos dos católicos. Também existiam os puritanos e
presbiterianos, que se levantaram contra o poder real.
Um grupo menos expressivo numericamente era o dos quakers, fundado pelo pregador George
Fox com o nome de Sociedade dos Amigos, em meados do século XVII. Como acreditavam que Deus
estava dentro das pessoas, e não nos cultos das igrejas, eles se indispuseram com várias lideranças
cristãs, sendo duramente reprimidos. A perseguição religiosa fez com que vários deles se
instalassem na América do Norte, onde constituíram a colônia da Pensilvânia.

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2.3. A Revolução Puritana (1641-1649)


A guerra civil iniciada durante o governo de Carlos I foi travada por dois grupos. De um lado, os
nobres fiéis ao Rei, anglicanos e católicos, chamados de realistas ou cavaleiros. Do outro, os “cabeças-
redondas” defensores do Parlamento, grupo que incluía a gentry, burgueses e outros setores.

"CABEÇAS
CAVALEIROS
REDONDAS"
Católicos e anglicanos
Puritanos partidários
partidários do Rei
do Parlamento

Formado por pequenos e médios proprietários rurais, O Exército revolucionário era comandado
por Oliver Cromwell, membro da Câmara dos Comuns. Ele foi o idealizador de um Novo Exército-Modelo,
no qual a patente não era definida por critérios de nascimento ou por influência religiosa, mas pelo talento
individual.
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Grupos radicais da Revolução


No interior do Exército-Modelo, alguns grupos de protestantes buscavam transformações mais
profundas que a mera limitação dos poderes do rei e a afirmação do Parlamento. Isso fez com que fossem
encarados como radicais por Cromwell, burgueses e membros da gentry. Vejamos os grupos:

GRUPO COMPOSIÇÃO PROPOSTAS FRASE IMPORTANTE


RADICAL
▪ Livre comércio
Pequena “O mais pobre da Inglaterra
NIVELADORES ▪ Separação entre Igreja e Estado
burguesia tem uma vida para viver, tal
(levellers) ▪ Fim do dízimo
como maior.”
▪ Direito de voto para todos os homens
Representantes “O homem mais pobre da
▪ Reforma agrária radical, que
ESCAVADORES dos camponeses Inglaterra tem tanto direito
beneficiasse os camponeses expropriados de
(diggers) à terra como o mais rico”.
suas terras pelo cercamento.

Os grupos revolucionários se mantiveram unidos até 1649, quando venceram a guerra civil e
condenaram o rei Carlos I à morte por decapitação. A República foi proclamada na Inglaterra, tendo à
frente o líder puritano Oliver Cromwell. A partir daí, líderes dos niveladores e escavadores foram
perseguidos e condenados à morte.

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Commonwealth (1649-1659)
O período republicano na Inglaterra ficou conhecido como Commonwealth,
uma ditadura controlada por Cromwell devido ao apoio que dispunha do Exército
revolucionário, o que fez com que o Parlamento não tivesse grande influência.
O governo Cromwell foi marcado por dois pontos importantes:
→ Extinção de privilégios feudais: os cavaleiros tiveram seus armamentos
confiscados, fortalezas foram destruídas e propriedades do clero vendidas.
→ Atos de Navegação (1651): medida mercantilista que buscava garantir o
monopólio da Inglaterra nas relações comerciais. A partir daí, mercadorias
importadas que alcançassem portos na Inglaterra ou em suas colônias só poderiam
ser transportadas por embarcações inglesas, ou de seu país de origem.
Após a morte de Cromwell em 1658, o seu filho, Ricardo Cromwell, ascendeu
ao poder. No entanto, não dispunha do mesmo apelo junto ao Exército, o que o
deixou vulnerável a um golpe promovido pela gentry, disposta a aceitar um monarca
que garantisse a continuidade do Parlamento. Em 1660, Carlos II, filho do rei Figura 5 - Estátua de Oliver
decapitado, ascendia ao trono, mas sem as pretensões absolutistas do pai. Cromwell. Fonte:
Shutterstock.
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2.4. A Revolução Gloriosa (1688)


Em 1685, após a morte de Carlos II, o trono foi ocupado pelo seu irmão, Jaime II. O monarca se
mostrou disposto a adotar na Inglaterra um absolutismo aos moldes da experiência francesa, mas
enfrentou resistências da Igreja Anglicana e do Parlamento.
Em 1688, o monarca foi deposto pelas elites inglesas e substituído por seu genro, Guilherme de
Orange. A mudança foi denominada Revolução Gloriosa, em razão de se tratar de um processo menos
turbulento que o anterior.
A partir daí, inaugurou-se uma nova relação entre o poder monárquico e o Parlamento: o rei se
comprometia a respeitar os direitos da chamada Carta de Direitos (Bill of Rights), que lançava as bases da
monarquia constitucional e parlamentarista na Inglaterra.
Também foi aprovado o Ato de Tolerância (Toleration Act, 1689), que concedeu liberdade de culto
aos não-conformistas, ou seja, aos protestantes dissidentes que até então eram perseguidos no país.

O legado das Revoluções Inglesas do Século XVI – RESUMO:


→ Destruição de resquícios feudais na Inglaterra;
→ Consolidação de uma monarquia parlamentar, com divisão de competências desfrutadas pela
Coroa e pelo Parlamento;
→ Tolerância religiosa;
→ Liberdade de expressão política e filosófica;

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(UFRGS/2015) Durante o século XVII, a Inglaterra experimentou um período de profundas e


violentas transformações políticas, desde a eclosão da Guerra Civil Inglesa (1642-1651) até a
Revolução Gloriosa (1688). Entre as principais consequências desse processo, podem ser
enumeradas
a) a transição do absolutismo para uma monarquia constitucional, e a limitação dos poderes
políticos do monarca.
b) a abolição da propriedade privada e a adoção de um sistema de terras comunais em todo o país.
c) a independência das treze colônias inglesas da América do Norte e a abertura dos portos ingleses
aos navios estrangeiros.
d) a derrota militar das forças reformistas e a consolidação do absolutismo monárquico nas mãos
de Oliver Cromwell.
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e) a abolição do anglicanismo e a afirmação do calvinismo como religião oficial da Inglaterra.


Comentários
- A alternativa A é a resposta. As Revoluções Inglesas culminaram no fortalecimento do Parlamento,
o que representou o fim do poder absoluto do Rei e a implantação de uma monarquia parlamentar
e constitucional no país.
- A alternativa B está incorreta. As terras comunais existentes desde a Idade Média foram
progressivamente incorporadas pelos membros da gentry, processo que ficou conhecido como
cercamento.
- A alternativa C está incorreta. Embora tenha se utilizado do repertório político do processo
revolucionário inglês, a Independência dos Estados Unidos não foi uma consequência dele. Cabe
destacar que enquanto a Inglaterra enfrentava convulsões internas, a América Inglesa não foi alvo
de grande fiscalização de sua metrópole.
- A alternativa D está incorreta, afinal Oliver Cromwell implantou uma ditadura republicana
enquanto esteve no poder.
- A alternativa E está incorreta. O anglicanismo foi mantido como religião oficial da Inglaterra, mas
foi assegurada liberdade de culto aos protestantes dissidentes pelo Ato de Tolerância (1688).
Gabarito: A

(UFU/2012) Entre os eventos que merecem destaque na consolidação do absolutismo inglês estão
o embate entre os York e os Lancaster, na Guerra das Duas Rosas, o controle dos nobres por
Henrique VII e, finalmente, as ações de Henrique VIII, que rompeu com o papa e fundou a Igreja
Anglicana, mantida sob sua tutela. Com a morte de Henrique VIII e a ascensão de Elizabeth I, o
absolutismo inglês conheceu seu período de maturidade. As ações de Elizabeth I e de seus

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sucessores, adotando medidas mercantilistas, criando companhias de comércio, dissolvendo o


Parlamento, exigindo pensão vitalícia e criando taxas, marcaram acontecimentos que culminaram,
décadas mais tarde, numa página da história da sociedade inglesa conhecida como Revolução
Gloriosa. Neste cenário,
a) a economia inglesa, diante da instabilidade política, teve um desenvolvimento irregular no século
XIX, atrasando sua industrialização frente a outros países.
b) a monarquia absolutista inglesa, reconhecendo suas limitações, tomou a iniciativa na criação do
BiII of Rights, evitando novas guerras civis no país.
c) as medidas absolutistas insuflaram questionamentos na sociedade inglesa, favorecendo
mudanças e rupturas na estrutura política do país.
d) as características absolutistas da monarquia inglesa a afastavam do modelo constitucional que,
desde o final da Idade Média, predominava na Europa.
Comentários
- A alternativa A está incorreta. A despeito da instabilidade política, a economia inglesa foi
beneficiada pelos Atos de Navegação do período de Cromwell. Na passagem do século XVII para o
XVIII, a Inglaterra abandonou o modelo econômico mercantilista, adotando o capitalismo industrial
enquanto vivenciava um processo de transformação das técnicas produtivas. Isso possibilitou o país
se tornar a maior potência econômica do século XIX.
- A alternativa B está incorreta. O Bill of Rights (Carta dos Direitos) foi elaborado pelo Parlamento e
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imposto aos soberanos Guilherme de Orange e Maria II, com o intuito de que a instituição tivesse
suas prerrogativas respeitadas pelo poder monárquico.
- A alternativa C é a resposta. Com as tentativas dos soberanos da Casa de Stuart de minar as
prerrogativas do Parlamento e reforçar o poder absoluto da Coroa, uma guerra civil se iniciou entre
os partidários do Rei, chamados de cavaleiros ou realistas, e os revolucionários, grupo composto
por membros da gentry, burgueses e populares. O embate entre as forças do Antigo Regime e os
defensores de reformas profundas levou o país a vivenciar duas Revoluções ao longo do século XVII.
- A alternativa D está incorreta. Embora desde 1215 vigorasse na Inglaterra a Magna Carta,
documento que forçava o poder real a consultar um conselho de nobres sobre alteração de leis e
criação de impostos, outros países da Europa contavam com soberanos cujo poder não sofria
restrições.

John Locke e a emergência do liberalismo


Sabemos que a Revolução Inglesa foi fundamental para destruir o absolutismo no país. Essa
transformação, contudo, não deve ser dissociada das particularidades dessa forma de poder na Inglaterra,
que tinha como um de seus principais teóricos o filósofo Thomas Hobbes.
Conforme vimos em nossa aula, o autor dizia que a criação do Estado era artificial, pois o Homem
já existia antes dele, em um estado de natureza. E mesmo que sua teoria buscasse reforçar o poder
absolutista na Inglaterra, tal concepção contribuía para que se formasse na consciência política dos
ingleses a ideia de que o indivíduo precede a criação do Estado, por isso ele seria o início de tudo. Isso
faz com que o absolutismo no país seja bastante diferente da experiência francesa, na qual o monarca é
legitimado por Deus, não por um contrato social.

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Assim como Hobbes, o filósofo John Locke (1632-1704) era um contratualista, ou seja, partia da
ideia de que o Estado também era formado a partir de um pacto feito entre os homens para viver em
sociedade. Contudo, o teórico acreditava que o contrato também deveria garantir alguns direitos para os
indivíduos, com o intuito de protegê-los dos excessos que o Estado poderia ter. Dessa maneira, a
instituição também deveria reconhecer os direitos que os homens já dispunham no Estado de natureza,
com o direito à vida, à liberdade e à propriedade.
Ao conceber a existência de direitos naturais do indivíduo, que antecediam à existência do Estado
e por isso eram invioláveis, Locke lançava as bases para a ideia de direitos humanos. Testemunha do
processo revolucionário inglês, o autor concebia o poder político como algo a ser enquadrado pelo
contrato social, restringindo suas prerrogativas à proteção da propriedade privada.
Para concluir, podemos dizer que o contexto político e filosófico inglês no século XVII foi
fundamental para a formulação do liberalismo, ideologia que parte da ideia de que cada indivíduo possui
direitos naturais e que não podem ser afrontados pelo Estado. Ela também serviria de inspiração para
filósofos do Iluminismo, além de ser o combustível para as revoluções francesa e americana.
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Figura 6 - John Locke, considerado "pai do liberalismo". Fonte: Shutterstock.

CONTRATUALISMO DE HOBBES CONTRATUALISMO DE LOCKE

Considera o Estado e a sociedade frutos de um pacto social Considera o Estado e a sociedade frutos de um pacto social
feito entre os indivíduos. feito entre os indivíduos.

Defensor do absolutismo, escreve sua teoria no contexto Crítico do absolutismo, escreve sua teoria no contexto das
das guerras religiosas na Inglaterra. revoluções inglesas.
Estado de natureza (anterior à vida em sociedade) visto No estado de natureza (anterior à vida em sociedade), o
como um estado de guerra, insegurança e violência. homem dispõe de direitos naturais (vida, liberdade e
propriedade).
Para viver em sociedade e com segurança, o indivíduo deve Para viver em sociedade, o Estado deve resguardar os
abrir mão de sua liberdade natural e em favor do Estado. direitos naturais dos indivíduos.

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3. O ILUMINISMO
O século XVII foi um momento de grandes transformações no pensamento. Vejamos:
→ A publicação de O Discurso sobre o Método (1637), de René Descartes, e Os princípios matemáticos da
filosofia natural (1687), de Isaac Newton, que creditaram ao pensamento racional a possibilidade de
alcançar leis universais e cálculos matemáticos capazes de explicar o funcionamento da realidade.
→ o surgimento da Escola Fisiocrata, primeira corrente de economistas franceses a criticar o
mercantilismo. Os fisiocratas acreditavam que as atividades econômicas naturais como a agricultura a
mineração e o extrativismo eram mais importantes para a prosperidade nacional do que o comércio. Para
eles, o comércio era essencialmente estéril, pois se limitava a transferir de uma pessoa para outra
mercadorias já existentes. Além disso, os fisiocratas sustentavam que as restrições impostas pelo Estado
constituíam um obstáculo à expansão da economia.
→ A querela dos Antigos e Modernos, nome dado ao debate entre autores acerca da importância dos
clássicos greco-romanos. Para os chamados Antigos, era preciso respeitar as normas das produções da
Antiguidade, consideradas perfeitas; para os Modernos, a produção literária envolvia a inovação.
Contudo, a inovação no pensamento mais importante foi o Iluminismo, que abordaremos a seguir.

3.1. Definição do movimento


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Também chamado de Esclarecimento ou Ilustração, o Iluminismo foi um movimento cultural que


surgiu na Europa entre os séculos XVII e XVIII, congregando diversos pensadores dispostos à construção
de uma nova humanidade. E mesmo não sendo um movimento coeso, a maioria dos intelectuais
ilustrados enfatizou a capacidade do Homem de conhecer e intervir na realidade por meio da Razão.
A valorização do pensamento racional era apontada como o caminho para que a humanidade
superasse medos, superstições e sua própria ignorância, a fim de alcançar a liberdade e o progresso.
Partindo desse pressuposto, os iluministas foram fortes críticos das bases do Antigo Regime, nome dado
às estruturas políticas, econômicas, sociais e culturais que verificamos abaixo:
ANTIGO REGIME

A forma de governo passou a ser encarada como uma


ABSOLUTISMO tirania que afronta a liberdade dos indivíduos.

Alguns iluministas consideraram a intervenção do Estado


MERCANTILISMO na economia como um limitador da liberdade.

SOCIEDADE A manutenção de privilégios pelo clero e a nobreza foi alvo


de alguns pensadores do Iluminismo.
ESTAMENTAL
DOGMATISMO A autoridade exercida pela religião sobre o Estado e as
esferas cultural e científica foram fortemente criticadas.
RELIGIOSO

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Figura 7 - O jantar dos filósofos, Jean Huber, 1772. Na imagem são representados Condorcet, La Harpe, Voltaire (braço levantado) e
Diderot. Fonte: Instituto de Arte de Chicago.

Apesar da censura exercida por autoridades religiosas e políticas, as ideias iluministas circularam
em panfletos e pasquins lidos em salões de leitura, sociedades secretas e cafés. E embora a maioria da
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população fosse analfabeta, os indivíduos se informavam pelas leituras públicas de textos.


As ideias iluministas se espalharam rapidamente pelo mundo ao longo do século XVIII, o que fez
com que muitos historiadores o considerassem como o Século das Luzes. Movimentos como a
Independência dos Estados Unidos (1776), a Revolução Francesa (1789), a Inconfidência Mineira (1789) e
a Conjuração Baiana (1798) foram fortemente influenciadas por obras ilustradas.
Porém, mesmo difundido para diversas partes do continente europeu, os principais nomes do
Iluminismo eram franceses. Inspirado pela efervescência cultural de sua capital, o dramaturgo Pierre
Marivaux afirmou: Paris é o mundo; o resto da Terra é o seu subúrbio.

3.2. Alguns nomes do iluminismo


▪ Montesquieu (1689-1755) → Charles Louis de Secondant, o barão de Montesquieu, foi autor da
obra O Espírito das Leis, na qual se opõe ao absolutismo ao propor a teoria dos separação dos
poderes do Estado em Executivo, Legislativo e Judiciário. Mesmo sendo um defensor das
limitações ao poder real, simpatizava-se com a monarquia constitucional.
▪ Voltaire (1694-1778) → Autor de obras como Cândido e Cartas Filosóficas, foi um crítico ácido do
poder da Igreja e do absolutismo. O filósofo defendia as ideias de tolerância religiosa e da
liberdade de expressão.
▪ Diderot (1713-1784) e D’Alembert (1717-1783) → Foram os idealizadores da Enciclopédia, que
reuniu milhares de verbetes sobre as diversas áreas do conhecimento. A obra se alinhava ao
projeto educacional do Iluminismo de emancipação da humanidade pelo saber e crítica.
▪ Rousseau (1712-1778) → Em O Contrato Social, sua obra mais conhecida, defendeu que a ideia de
soberania se encontrava no povo, não no governante. Diante disso, o Estado deveria atender à
vontade geral do corpo de cidadãos, tendo em vista o bem comum.

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CONTRATUALISMO DE HOBBES CONTRATUALISMO DE LOCKE CONTRATUALISMO DE ROUSSEAU

Considera o Estado e a sociedade frutos de Considera o Estado e a sociedade frutos de Considera o Estado e a sociedade frutos de
um pacto social feito entre os indivíduos. um pacto social feito entre os indivíduos. um pacto social feito entre os indivíduos.

Defensor do absolutismo, escreve sua Crítico do absolutismo, escreve sua teoria Crítico do absolutismo, escreve sua teoria
teoria no contexto das guerras religiosas na no contexto das revoluções inglesas. no século XVIII.
Inglaterra.
Estado de natureza (anterior à vida em No estado de natureza (anterior à vida em No estado de natureza (anterior à vida em
sociedade) visto como um estado de sociedade), o homem dispõe de direitos sociedade), o homem é puro e livre. A
guerra, insegurança e violência. naturais (vida, liberdade e propriedade). propriedade dá início à desigualdade.
Para viver em sociedade e com segurança, Para viver em sociedade, o Estado deve Para viver em sociedade, o Estado deve
o indivíduo deve abrir mão de sua resguardar os direitos naturais dos garantir a igualdade jurídica e a
liberdade natural e em favor do Estado. indivíduos. participação política a todos os cidadãos.

3.3. Despotismo esclarecido


Para muitas mentes da Ilustração, monarcas dispostos a endossar suas concepções e implementar
mudanças era algo extremamente desejado. Ao longo do século XVIII, alguns soberanos europeus fizeram
acenos às ideias ilustradas, dando origem à expressão despotismo esclarecido. Com isso, garantiam a
realização de certas reformas no aparato estatal, mas sem alterar a estrutura de poder e privilégios
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existente na sociedade do Antigo Regime.

Marquês de Pombal
Vários monarcas e governantes europeus são considerados déspotas esclarecidos, tais como
Frederico II, da Prússia, e Cataria II, da Rússia. Porém, o mais importante entre eles, ao menos para os
nossos estudos, foi Sebastião José de Carvalho, o marquês de Pombal. Ele era ministro das finanças do
rei D. José I de Portugal, sendo responsável por diversas mudanças no Império luso.
Vejamos suas principais iniciativas:
▪ Expulsão dos jesuítas de todo o Império Português (1759), que por acumularem grande fortuna
e poder na metrópole e no Brasil, foram considerados uma ameaça ao poderio da Coroa;
▪ Criação da Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão (1755) e a Companhia Geral
do Comércio de Pernambuco e Paraíba (1759), que garantiam aos comerciantes portugueses que
as integravam o monopólio das atividades comerciais onde atuavam.
▪ Estímulo à diversificação da produção agrícola, com o intuito de evitar a dependência da atividade
mineradora.
▪ Transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro (1763), com o intuito de reforçar o
controle sobre a circulação do ouro.
▪ Criação do Diretório dos Índios, com o intuito de gerir as aldeias indígenas e assimilá-los à
sociedade pelo trabalho agrícola remunerado, e a extinção da escravidão legal indígena.
ATENÇÃO: As medidas pombalinas buscaram racionalizar a administração do Império, ou seja,
torná-la mais eficiente aos interesses da Coroa. Isso significou o reforço do “exclusivo
metropolitano” no Brasil, o que trouxe insatisfações.

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4. REVOLUÇÃO AMERICANA (1776)


O processo de colonização da América pelos ingleses está diretamente relacionado ao desenrolar
das Revoluções do século XVII. Vimos que as leis de cercamento contribuíram para que a nobreza fundiária
expulsasse muitos camponeses das terras que habitavam, contribuindo para o aumento do número de
miseráveis nas estradas do interior e nos centros urbanos.
Durante o reinado de Carlos II as perseguições religiosas se intensificaram, o que levou grupos
protestantes, como os quakers, a migrarem para a América. As agitações sociais decorrentes das
Revoluções e as duras condições de vida fizeram com que outros grupos sociais ingleses se
estabelecessem no Novo Mundo, bem como holandeses, irlandeses, escoceses e alemães.

O mito dos “pais peregrinos” (Pilgrim Fathers)


Você provavelmente já se deparou com alguma produção norte-americana que faz referência aos
peregrinos, ingleses que usam roupas e chapéus escuros e foram os fundadores do território que
daria origem aos Estados Unidos. Sua memória costuma ser evocada no Dia de Ação de Graças
(Thanksgiving Day), celebração anual de agradecimento à Deus pelas bençãos concebidas.
Na verdade, o grupo pode ser considerado fundador de parte dos “WASP”, sigla que abrevia a
expressão branco, anglo-saxão e protestante (white, anglo-saxon protestant). Os peregrinos eram
puritanos que se consideravam predestinados à colonização da América, e tal como os hebreus em
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Canaã, eram o povo escolhido para a constituição de uma comunidade cristã e moralista.
Contudo, tal construção pode ser considerada como um mito, afinal a população que
desembarcou nas Américas foi muito mais diversa. Aventureiros, órfãos, mulheres sem posses,
negros, degregados, comerciantes, nobres e membros de seitas religiosas foram alguns
contingentes que muitas vezes são colocados em segundo plano.

Figura 8 - Representação do primeiro Dia de Ação de Graças entre peregrinos e nativos norte-americanos. Óleo sobre tela de Jean Louis
Gerome Ferris, 1932. Fonte: Shutterstock.

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4.1. Treze Colônias: a América Inglesa


Os colonos se estabeleceram na costa leste da América do Norte, formando treze colônias que
podemos dividir em três regiões devido às suas particularidades econômicas e sociais:
▪ Nas colônias do norte, denominadas Nova Inglaterra, a atividade econômica era diversificada e
voltada principalmente para o mercado interno. Os colonos dedicavam-se à pesca, a produção de
peles, atividades manufatureiras e comeciais, prevalecendo a pequena propriedade. A região
também se especializou na produção de navios, muitos deles utilizados no comércio triangular,
que explicaremos adiante.
▪ Ao sul, a paisagem das colônias eram mais rural e menos povoada, prevalecendo a ocupação do
tipo plantation (monocultura, latifúndio e escravidão). As extensas propriedades eram dedicadas
ao cultivo de tabaco, algodão e linho que abasteciam o mercado externo.
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Figura 9 - ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. 17ª ed. São Paulo: Ática, 2008.

O comércio triangular
Um dos produtos em que a Nova Inglaterra se especializou foi a produção de rum, bebida
extremamente apreciada no interior da colônia e em territórios da África. Para sua produção, navios
partiam para as Antilhas para adquirir cana e melado, enquanto a bebida era levada para o outro
lado do Atlântico, onde era trocada por escravizados. Essas mercadorias humanas, por sua vez, eram
enviadas rumo à América para serem compradas pelos aristocratas sulistas.
O comércio triangular nada mais era do que a quebra do exclusivo metropolitano, mas as
convulsões internas na Inglaterra contribuíram para que o país encontrasse dificuldades para erguer
um aparato de controle e administração de seus domínios na América do Norte. Contudo, findadas
as Revoluções Inglesas e os conflitos externos, a Inglaterra buscou intensificar sua presença na
colônia a partir do século XVIII.

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Guerra dos Sete Anos


Enquanto a Inglaterra mantinha suas colônias na costa, os territórios da América Francesa se
expandiam no interior do continente, saindo do Canadá e alcançando o Golfo do México por meio do Rio
Mississipi. A disputa pela região fez com que Inglaterra e França entrassem em conflito, a Guerra dos Sete
Anos (1756-1763). Os britânicos enviados para a América e colonos conseguiram derrotar seus
adversários, e a metrópole resolveu manter as forças militares em solo colonial, gerando altos impostos
para os súditos norte-americanos.

Leis de taxação
Vejamos alguns dos novos tributos implantados pela metrópole após o término da guerra:
▪ Lei do Açúcar (1764) → O melaço vindo das Antilhas que era utilizado para a fabricação do rum
passava a ser taxado pela metrópole, além de produtos como o vinho, a seda, o café, entre outros.
James Otis, colono que produz uma obra para criticar a decisão, se apropria da ideia da Revolução
Inglesa para afirmar a seguinte frase: taxação sem representação é ilegal.
▪ Lei do Selo (1765) → Documentos oficiais e jornais circulantes nas Treze Colônias deveriam
receber um selo da metrópole. A medida gerou ações violentas dos colonos contra agentes da
metrópole, que se vê obrigada a revogar a lei.
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Em 1773, o chá, produto largamente consumido na América Inglesa, se torna monopólio da


Companhia Inglesa das Índias. Para lidar com o aumento do preço decorrente da decisão, os colonos
adotaram medidas inusitadas: muitos substituíram a bebida pelo café e o chocolate, enquanto outros
resolveram se disfarçar de índios e atacar 3 navios em Boston, descarregando centenas de caixas de chá
no mar. O episódio ficou conhecido como Boston Tea Party (Festa do Chá em Boston).
Como reação ao protesto dos colonos, os ingleses decretaram o fechamento do porto de Boston
até que o valor do carregamento destruído fosse ressarcido, ao passo que funcionários das Treze Colônias
também foram substituídos por homens escolhidos pela metrópole. Essa medidas, denominadas pelos
colonos de Leis Intoleráveis, contribuiu para o acirramento das tensões.

Figura 10 - Representação do Boston Tea Party. Fonte: Shutterstock.

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4.2. Declaração de Independência


Em 1774, um grupo de colonos se reuniu em um Congresso Continental, na cidade da Filadélfia,
para discutir o fim das medidas que restringiam as relações econômicas na América. A resposta violenta
da Inglaterra, combatida pelos colonos com a formação de milícias, levou representantes das Treze
Colônias se reunirem em um Segundo Congresso Continental (1776), que deu origem à uma Declaração
de Independência. Se antes os colonos buscavam o retorno ao que entendiam como a ordem natural das
coisas, agora buscavam o rompimento com a metrópole.
Vejamos alguns elementos da Declaração de Independência:
▪ A vida e a liberdade e propriedade são vistos como direitos naturais e inalieváveis,
evidenciando a influência das ideias de John Locke entre os revolucionários.
▪ A busca da felicidade também é um direito assegurado pelo documento. Mas atenção: não se
considera que o Estado deve prover a felicidade dos cidadãos, mas garantir os meios para que
ele possa buscá-la, por meio de seu próprio esforço.
▪ Influenciados por Montesquieu, defenderam a noção de separação dos poderes, com o intuito
de evitar uma nova forma de opressão entre os norte-americanos. Além disso, considerou-se o
direito do cidadão comum de portar armas,a proibição de penas cruéis e o direito à rebelião
contra governos tirânicos.
Liderados por George Washington, os revolucionários lutaram contra um Exército maior e com
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melhor preparo, o que os levou a diversas derrotas até 1777. No ano seguinte, o revanchismo levou os
franceses a se envolverem no conflito, auxiliando os norte-americanos com armamentos e soldados. Em
1783, os ingleses reconheceram a independência dos Estados Unidos por meio do Tratado de Versalhes.

A participação das mulheres na América do Norte


No século XVIII, as mulheres da América inglesa não haviam participado muito da vida pública.
Nas lutas contra os desmandos da metrópole e na Guerra de Independência, colaboraram
mantendo sozinhas seus familiares e propriedades e empenhando-se em atos cívicos. Nesse
processo, muitas acreditaram estar trabalhando para o bem comum e a favor da liberdade. Em
consequência dessa experiência, que evidencia a capacidade e a importância da atuação feminina,
algumas passaram a defender o acesso a uma educação que aprimorasse o potencial intelectual das
mulheres. Entretanto, o modelo republicano de mulher que emerge junto com a nova nação (que
exclui índios, mantém a escravidão e nega a igualdade civil e os direitos políticos às mulheres) é o
da “mãe” que, embora não se imiscua nos assuntos públicos (em 1808, por exemplo, o direito ao
voto é reservado ao sexo masculino) e dedique-se de corpo e alma à família, é chamada a formar os
novos cidadãos americanos que “prezam a liberdade”. Suas atividades domésticas adquirem um
caráter cívico e seu papel social uma nova dimensão: a de “velar pela construção do país em termos
de virtude e de moral”.
Depois da Independência, surgem as associações de mulheres organizadas, muitas vezes ligadas
a igrejas, com o objetivo de auxiliar desamparados. A prática de tais grupos fornecerá subsídios para
a participação das norte-americanas nos movimentos abolicionistas e feministas do século XIX. E a
brecha aberta pela nova responsabilidade para com a nação dita do povo libre servirá de justificativa
para que procurem interferir mais na vida pública e lutem pela emancipação feminina.
PEDRO, J.M. Igualdade e especificidade. In: PINSKY; PINSKY (orgs). História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2003. p.
268.

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5. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Além das irrupções políticas, a virada do século XVII para o XVIII foi marcada pelo advento do modo
de produção industrial na Europa, tendo como centro difusor a Inglaterra. Este processo ficou conhecido
como Revolução Industrial, e foi o responsável pela consolidação do capitalismo industrial.
Antes de continuarmos, é preciso deixar bem claro que diferente das revoluções políticas que
vimos até aqui, a Revolução Industrial não possui marcos inicial e final bem definidos, afinal diversas
tecnologias ao longo do tempo contribuíram para que o sistema de produção fosse transformado.

5.1. Fatores do pioneirismo inglês


Muitos fatores são importantes para compreendermos o pioneirismo da Inglaterra na Revolução
Industrial. Vejamos:
▪ Os Atos de Navegação e os tratados comerciais permitiram que a Inglaterra despontasse no
comércio marítimo, consolidando um amplo mercado consumidor. Um deles foi o Tratado de
Methuen (1703), em que Portugal se comprometeu a comprar tecidos ingleses, enquanto a
Inglaterra dava preferência ao vinho dos lusos em suas importações.
▪ As leis de cercamento (enclosures), que levaram ao deslocamento de multidões de camponeses
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para as cidades, onde formaram uma camada social que vendia sua força de trabalho em troca de
salários – o proletariado.
▪ As Revoluções Inglesas, que consolidaram as ideias liberais e possibilitaram a afirmação da
burguesia no país.

Liberalismo econômico
O peso do Estado nas relações econômicas torna-se um entrave para
os burgueses, o que levou o filósofo Adam Smith (1723-1790) a criticar a
continuidade das práticas mercantilistas e a defender a não-intervenção
estatal nas trocas comerciais, ideia que ficou consagrada pela expressão
laissez-faire.
Em A Riqueza das Nações, obra publicada em 1776, o iluminista
considera que a origem da riqueza residia no trabalho, sendo o seu valor
concebido pelo mercado, a oferta e a procura. Com isso, não era preciso a
interferência do Estado para disciplinar a economia, afinal essa era regida Figura 11 - Adam Smith, considerado
pela livre-iniciativa dos indivíduos. pai do liberalismo econômico. Fonte:
Shutterstock.

MERCANTILISMO ESCOLA FISIOCRATA LIBERALISMO

Estado como condutor da economia Crítica do intervencionismo estatal Crítico do intervencionismo estatal

A origem da riqueza é o comércio A origem da riqueza é a terra A origem da riqueza é o trabalho

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5.2. O desenvolvimento da indústria


Em 1769, o engenheiro James Watt patenteou a máquina a vapor, que em pouco tempo
transformaria o mundo. Recebendo apoio do Parlamento inglês, as indústrias têxteis incorporaram o
invento em seu processo de produção, também favorecido pela invenção dos teares mecânico e
hidráulico.
Conforme a produção crescia, o rápido escoamento de produtos e matérias-primas também se
tornou necessário. A partir do século XIX, barcos a vapor passaram a se deslocar na Europa e América do
Norte, enquanto os continentes foram cortados pelas ferrovias.
Além da indústria têxtil, neste período também se desenvolveu a siderurgia, indústria voltada para
a fabricação de ferro e aço. Com isso, a produção de carvão vegetal também sobe significativamente: de
16 milhões de toneladas, em 1814, para 65 milhões de toneladas, em 1856.
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Figura 12 - Indústria têxtil em Lancashire, Inglaterra, 1835. Fonte: Shutterstock.

O desenvolvimento do modelo industrial e o aprimoramento dos meios de transporte


contribuíram para a dinamização das relações de produção, iniciando uma nova fase da economia
mundial, o capitalismo industrial.

5.3. O cotidiano dos trabalhadores


Apesar do surto industrial verificado na Europa, a maior parte da população do continente
continuou a ser de camponeses até a primeira metade do século XIX. Em 1830, somente duas capitais
eram densamente povoadas: Londres, com mais de um milhão de habitantes, e Paris, com mais de meio
milhão.
Nas cidades, a maioria da população vivia em condições degradantes. As famílias de operários
habitavam cubículos sujos nos arredores das indústrias, onde chegavam a cumprir jornadas de trabalho
de até 15 horas diárias. Eram empregados homens, mulheres e crianças a partir dos 5 anos de idade. Os
salários pagos às trabalhadoras costumavam ser a metade daquele pago aos homens, e o das crianças,
apenas um quarto.

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Diferentemente da atividade agrícola ou do fabrico de manufaturas nas corporações de ofício, a


produção industrial era baseada na ideia de divisão do trabalho. Dessa maneira, os operários não
dominavam todo o processo de fabricação, pois eram empregados em apenas uma etapa.
Vejamos algumas diferenças entre o modo de produção artesanal, predominante até a
Revolução Industrial, e o modo de produção industrial:

MODELO ARTESANAL DE PRODUÇÃO MODELO INDUSTRIAL DE PRODUÇÃO


Artesão é dono da matéria-prima e da produção Trabalhador vende sua mão de obra em troca de
um salário e não é dono dos instrumentos de
trabalho ou do produto.
Local de trabalho: Local de trabalho: Indústria
pequena oficina ou a própria casa
Artesão controla todas as etapas da produção Divisão do trabalho (Especialização)
Produção mais lenta Produção mais rápida

A dinâmica do trabalho era controlada por um capataz, o que fazia com que os operários tivessem
pouco contato com o seu patrão. Sem desfrutar de quaisquer direitos ou garantias, os trabalhadores eram
constantemente expostos a situações de alta periculosidade. Esmagamentos de membros, amputações e
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graves queimaduras eram cotidianas, assim como os castigos físicos.

Ludismo e Cartismo
As duras condições impostas aos trabalhadores não foram desacompanhadas de movimentos de
contestação. No início do século XIX, operários ingleses sabotaram o maquinário de indústrias de fiação
e tecelagem, chegando a tomar a manufatura de William Cartwright em 1811.
Corria a história de que um operário chamado Ned Ludd havia quebrado o tear de seu patrão, ato
que levou muitos outros operários a seguirem o exemplo. Com isso, os sabotadores ficaram conhecidos
como luditas, sendo suas ações respondias pelo Estado inglês com prisões e execuções.
Historiadores e sociólogos encontraram duas formas de interpretação do ludismo:
▪ Em uma interpretação menos recorrente atualmente, produzida principalmente por marxistas
clássicos, o ludismo teria sido um movimento ingênuo, tendo em vista que os operários se
voltaram contra as máquinas, e não contra as relações de exploração;
▪ Outra interpretação, produzida por historiadores mais recentemente, considera que o movimento
teria sido uma reação às perturbações do cotidiano dos trabalhadores diante da Revolução
Industrial. Assim sendo, a máquina teria sido um símbolo de várias transformações que eram
sentidas pelos operários. Cabe destacar que o ludismo trouxe resultados breves, mas imediatos:
diante do receio de perder mais maquinários, muitos empresários adiaram a generalização da
mecanização, além de conceder breves concessões salariais aos operários.

ATENÇÃO: Embora seja provável a cobrança da interpretação mais recente sobre o ludismo, a
interpretação marxista clássica também pode aparecer em alguns vestibulares.

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Figura 13 - Representação de luditas sabotando o maquinário de uma fábrica.

Alguns anos depois, alguns trabalhadores apostaram em uma forma distinta de protesto.
Organizados nas trade unions, nome dado aos primeiros sindicatos ingleses, um grupo de trabalhadores
elaborou a Carta do Povo (1838), documento que reivindicava direitos políticos aos operários.
Os cartistas compreendiam que a classe que controlava os meios de produção e explorava sua
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força de trabalho se fazia representar no Parlamento, por isso buscavam adquirir o mesmo para
conquistarem direitos sociais. Embora não tenham sido exitosos em sua estratégia, sua ação inspirou
outras manifestações trabalhistas em momentos posteriores.

(2019/Mackenzie) A Revolução Industrial, que ocorreu no final do século XVIII, e início do século
XIX, enquanto processo global às sociedades ocidentais, pode ser caracterizada como sendo
a) os aperfeiçoamentos da máquina a vapor, aplicados sobretudo na produção têxtil e metalúrgica,
que eram superior à força da água, do vento, do animal e do homem. A grande mudança é que as
ferramentas não somente auxiliam o trabalho humano mas também o substituem.
b) o conjunto de descobertas e a evolução tecnológica em que as ferramentas, que desde a Pré-
História são fundamentais para o trabalho humano, são aperfeiçoadas graças ao uso da força
hidráulica e a eólica, nunca antes utilizadas na produção de bens materiais.
c) a utilização e dinamização de outros setores da economia, como o têxtil e o metalúrgico, graças
à utilização de novas fontes de energia, como os derivados do petróleo (diesel e gasolina) e da
energia hidráulica.

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d) a reunião de todas as invenções, que desde a Renascença com a divisão do trabalho nas
corporações de ofício e a utilização de ferramentas na produção de liga de metal, possibilitaram o
surgimento das fábricas.
e) o conjunto de medidas, que possibilitaram que o trabalho humano fosse totalmente substituído
em todas as fases do processo produtivo pela força mecânica, graças ao forte intervencionismo e
ao apoio estatal da Inglaterra.
Comentários
- A alternativa A é a resposta. A invenção da máquina a vapor por James Watt substituiu a mão de
obra humana em diversas atividades de produção e transporte, algo inclusive sentido pelos ludistas
no início do século XIX.
- A alternativa B está incorreta. As forças hidráulica e eólica são utilizadas pelo Homem desde a
Antiguidade, sendo um exemplo disso os moinhos e embarcações desenvolvidos em Roma e no
Oriente.
- A alternativa C está incorreta, afinal a energia hidráulica já era utilizada pelo Homem na
Antiguidade. Vale destacar que a utilização do petróleo se iniciou em meados do século XIX, em um
momento denominado por alguns historiadores de Segunda Revolução Industrial.
- A alternativa D está incorreta, pois as corporações de ofício não dividiam o processo produtivo.
Todos os membros dessas organizações dominavam as etapas de fabricação das manufaturas, o que
não ocorre no modo de produção industrial.
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- A alternativa E está incorreta. A Revolução Industrial floresceu juntamente com a doutrina liberal,
defensora da livre-iniciativa e do livre-comércio.
Gabarito: A
(2018/Famerp) No livro Investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações, publicado
em 1776, Adam Smith argumentou que um agente econômico, procurando o lucro, movido pelo
seu próprio interesse, acaba favorecendo a sociedade como um todo. Esse ponto de vista é um dos
fundamentos
a) do liberalismo, que dispensou a regulamentação da economia pelo Estado.
b) do utilitarismo, que defendeu a produção especializada de objetos de consumo.
c) do corporativismo, que propôs a organização da sociedade em grupos econômicos.
d) do socialismo, que expôs a contradição entre produção e apropriação de riqueza.
e) do mercantilismo, que elaborou princípios de protecionismo econômico.
Comentários
- A alternativa A é a correta. Para Adam Smith, o maior obstáculo para uma Nação alcançar o
progresso econômico era o intervencionismo estatal, inibindo a busca pela realização de interesses
e necessidades dos indivíduos. Dessa maneira, o autor defendia a vocação autorreguladora do
Mercado, sendo considerado o pai do liberalismo econômico.
- A alternativa B está incorreta. O utilitarismo é uma corrente filosófica que buscou delimitar os
fundamentos da ética, tendo como principais representantes os filósofos Jeremy Bentham e John
Stuart Mill.

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- A alternativa C está incorreta. O corporativismo, doutrina que divide a sociedade em associações


de classe para a representação de direitos econômicos, foi desenvolvida durante o século XX, em
especial na Itália de Mussolini.
- A alternativa D está incorreta. Os primeiros teóricos do socialismo, posteriormente chamados de
“utópicos”, desenvolveram suas ideias ao longo do século XIX, após a publicação de A Riqueza das
Nações. Smith, por sua vez, acreditava na capacidade “mão invisível do mercado” para o alcance do
progresso e bem-estar geral, independente da apropriação de riqueza por algumas camadas sociais.
- A alternativa E está incorreta. Ao defender a livre-iniciativa, o filósofo Adam Smith se colocava
contra o protecionismo econômico e outras práticas e concepções do modelo mercantilista
europeu.
Gabarito: A.

6. LISTA DE QUESTÕES

6.1. Enem
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1. (2021/ENEM)
Texto I
Macaulay enfatizou o glorioso acontecimento representado pela luta do Parlamento contra Carlos I em
prol da liberdade política e religiosa do povo inglês; significou o primeiro confronto entre a liberdade e a
tirania real, primeiro combate em favor do Iluminismo e do Liberalismo.
ARRUDA, J. J. A. Perspectiva da Revolução Inglesa. Rev. Bras. Hist. n. 7, 1984 (adaptado)

Texto II
A Revolução Inglesa, como todas as revoluções, foi causada pela ruptura da velha sociedade, e não pelos
desejos da velha burguesia. Na década de 1640, camponeses se revoltaram contra os cercamentos,
tecelões contra a miséria resultante da depressão e os crentes contra o Anticristo a fim de instalar o reino
de Cristo na Terra.
HILL. C. Uma revolução burguesa? Rev. Bras. Hist. n. 7. 1984 (adaptado)
A concepção da Revolução Inglesa apresentada no texto II diferencia-se da do Texto I ao destacar a existência
de
a) pluralidade das demandas sociais.
b) homogeneidade das lutas religiosas.
c) unicidade das abordagens históricas.
d) superficialidade dos interesses políticos.
e) superioridade dos aspectos econômicos.

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2. (2019/ENEM)
TEXTO I
A centralização econômica, o protecionismo e a expansão ultramarina engrandeceram o Estado, embora
beneficiassem a burguesia incipiente.
ANDERSON, P. In: DEYON, P. O mercantilismo. Lisboa: Gradiva, 1989 (adaptado).

TEXTO II
As interferências da legislação e das práticas exclusivistas restringem a operação benéfica da lei natural
na esfera das relações econômicas.
SMITH, A. Ariqueza das Nações. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (adaptado).

Entre os séculos XVI e XIX, diferentes concepções sobre as relações entre Estado e economia foram
formuladas. Tais concepções, associadas a cada um dos textos, confrontam-se, respectivamente, na
oposição entre as práticas de
a) valorização do pacto colonial — combate à livre-iniciativa.
b) defesa dos monopólios régios — apoio à livre concorrência.
c) formação do sistema metropolitano — crítica à livre navegação.
d) abandono da acumulação metalista — estímulo ao livre-comércio.
e) eliminação das tarifas alfandegárias — incentivo ao livre-cambismo.
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3. (2019/ENEM)
Dificilmente passa-se uma noite sem que algum sitiante tenha seu celeiro ou sua pilha de cereais
destruídos pelo fogo. Vários trabalhadores não diretamente envolvidos nos ataques pareciam apoiá-los,
como se vê neste depoimento ao The Times: “deixa queimar, pena que não foi a casa”; “podemos nos
aquecer agora”; “nós só queríamos algumas batatas, há um fogo ótimo para cozinhá-las”.
HOBSBAWM, E.; RUDÉ, G. Capitão Swing. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982 (adaptado).

A revolta descrita no texto, ocorrida na Inglaterra no século XIX, foi uma reação ao seguinte processo
socioespacial:
a) Restrição da propriedade privada.
b) Expropriação das terras comunais.
c) Imposição da estatização fundiária.
d) Redução da produção monocultora.
e) Proibição das atividades artesanais.

4. (2017/ENEM)
Fala-se muito nos dias de hoje em direitos do homem. Pois bem: foi no século XVIII — em 1789,
precisamente — que uma Assembleia Constituinte produziu e proclamou em Paris a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão. Essa Declaração se impôs como necessária para um grupo de
revolucionários, por ter sido preparada por uma mudança no plano das ideias e das mentalidades: o
lluminismo.
FORTES, L. R. S. O lluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 1981 (adaptado).

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Correlacionando temporalidades históricas, o texto apresenta uma concepção de pensamento que tem
como uma de suas bases a
a) modernização da educação escolar.
b) atualização da disciplina moral cristã.
c) divulgação de costumes aristocráticos.
d) socialização do conhecimento científico.
e) universalização do princípio da igualdade civil.

5. (2012/ENEM)
Que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para suspender as leis ou seu cumprimento.
Que é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o concurso do Parlamento, sob pretexto de
prerrogativa, ou em época e modo diferentes dos designados por ele próprio.
Que é indispensável convocar com frequência os Parlamentos para satisfazer os agravos, assim como para
corrigir, afirmar e conservar leis.
Declaração de Direitos. Disponível em: http://disciplinas.stoa.usp.br Acesso em: 20 dez. 2011 (adaptado).

No documento de 1689, identifica-se uma particularidade da Inglaterra diante dos demais Estados
europeus na Época Moderna. A peculiaridade inglesa e o regime político que predominavam na Europa
continental estão indicados, respectivamente, em:
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a) Redução da influência do papa – Teocracia.


b) Limitação do poder do soberano – Absolutismo.
c) Ampliação da dominação da nobreza – República.
d) Expansão da força do presidente – Parlamentarismo.
e) Restrição da competência do congresso – Presidencialismo.

6. (2010/ENEM)
A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros. Tudo se transformava em lucro. As cidades tinham a sua sujeira
lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa,
seu desespero lucrativo. As novas fábricas e os novos altos-fornos eram como as Pirâmides, mostrando
mais a escravização do homem que o seu poder.
DEANE, P. A Revolução Industrial. Zahar, 1979 (adaptado)

Qual relação é estabelecida no texto, entre os avanços tecnológicos ocorridos no contexto da revolução
Industrial Inglesa, e as características das cidades industriais no início do século XIX?
a) A facilidade em se estabelecer relações lucrativas, transformava as cidades em espaços privilegiados
para livre iniciativa, característica da nova sociedade capitalista.
b) O desenvolvimento de métodos de planejamento urbano aumentava a eficiência do trabalho industrial.
c) A construção de núcleos urbanos integrados por meios de transporte facilitava o deslocamento dos
trabalhadores das periferias até as fábricas.
d) A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as fábricas revelavam os avanços da engenharia e da
arquitetura do período, transformando as cidades em locais de experimentação estética e artística.

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e) O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais ocasionava o surgimento de aglomerados


urbanos, marcados por péssimas condições de moradia, saúde e higiene.

7. (2009/ENEM)
A prosperidade induzida pela emergência das máquinas de tear escondia uma acentuada perda de
prestígio. Foi nessa idade de ouro que os artesãos, ou os tecelões temporários, passaram a ser
denominados, de modo genérico, tecelões de teares manuais. Exceto em alguns ramos especializados, os
velhos artesãos foram colocados lado a lado com novos imigrantes, enquanto pequenos fazendeiros-
tecelões abandonaram suas pequenas propriedades para se concentrar na atividade de tecer. Reduzidos
à completa dependência dos teares mecanizados ou dos fornecedores de matéria-prima, os tecelões
ficaram expostos a sucessivas reduções dos rendimentos.
THOMPSON, E. P. The making of the english working class. Harmondsworth: Penguin Books, 1979 (adaptado).

Com a mudança tecnológica ocorrida durante a Revolução Industrial, a forma de trabalhar alterou-se
porque:
a) a invenção do tear propiciou o surgimento de novas relações sociais.
b) os tecelões mais hábeis prevaleceram sobre os inexperientes.
c) os novos teares exigiam treinamento especializado para serem operados.
d) os artesãos, no período anterior, combinavam a tecelagem com o cultivo de subsistência.
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e) os trabalhadores não especializados se apropriaram dos lugares dos antigos artesãos nas fábricas.

8. (2007/ENEM)
Em 4 de julho de 1776, as treze colônias que vieram inicialmente a constituir os Estados Unidos da América
(EUA) declaravam sua independência e justificavam a ruptura do Pacto Colonial. Em palavras
profundamente subversivas para a época, afirmavam a igualdade dos homens e apregoavam como seus
direitos inalienáveis: o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade. Afirmavam que o poder dos
governantes, aos quais cabia a defesa daqueles direitos, derivava dos governados.
Esses conceitos revolucionários que ecoavam o Iluminismo foram retomados com maior vigor e amplitude
treze anos mais tarde, em 1789, na França.
Emília Viotti da Costa. Apresentação da coleção. In: Wladimir Pomar. “Revolução Chinesa”. São Paulo: UNESP, 2003 (com adaptações).

Considerando o texto acima, acerca da independência dos EUA e da Revolução Francesa, assinale a opção
correta.
a) A independência dos EUA e a Revolução Francesa integravam o mesmo contexto histórico, mas se
baseavam em princípios e ideais opostos.
b) O processo revolucionário francês identificou-se com o movimento de independência norte-americana
no apoio ao absolutismo esclarecido.
c) Tanto nos EUA quanto na França, as teses iluministas sustentavam a luta pelo reconhecimento dos
direitos considerados essenciais à dignidade humana.
d) Por ter sido pioneira, a Revolução Francesa exerceu forte influência no desencadeamento da
independência norte-americana.
e) Ao romper o Pacto Colonial, a Revolução Francesa abriu o caminho para as independências das colônias
ibéricas situadas na América.

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9. (2001/ENEM)

"… Um operário desenrola o arame, o outro o endireita, um terceiro corta, um quarto o afia nas pontas
para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer a cabeça do alfinete requerem-se 3 ou 4 operações
diferentes, …”
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. Investigação sobre a sua Natureza e suas Causas. Vol. I. São Paulo: Nova Culturas, 1985.

A respeito do texto e do quadrinho são feitas as seguintes afirmações:


I. Ambos retratam a intensa divisão do trabalho, à qual são submetidos os operários.
II. O texto refere-se à produção informatizada e o quadrinho, à produção artesanal.
III. Ambos contêm a ideia de que o produto da atividade industrial não depende do conhecimento de todo
o processo por parte do operário.
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Dentre essas afirmações, apenas


a) I está correta.
b) II está correta.
c) III está correta.
d) I e II estão corretas.
e) I e III estão corretas.

10. (2000/ENEM)
O texto abaixo, de John Locke (1632-1704), revela algumas características de uma determinada corrente
de pensamento:
Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria
pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que
abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio
responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a utilização do mesmo é muito incerta e
está constantemente exposto à invasão de terceiros porque, sendo todos senhores tanto quanto ele, todo
o homem igual a ele e, na maior parte, pouco observadores da equidade e da justiça, o proveito da
propriedade que possui nesse estado é muito inseguro e muito arriscado. Estas circunstâncias obrigam-
no a abandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem
razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem
unir-se para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade.
(Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991.)

Do ponto de vista político, podemos considerar o texto como uma tentativa de justificar:

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a) A existência do governo como um poder oriundo da natureza.


b) A origem do governo como uma propriedade do rei.
c) O absolutismo monárquico como uma imposição da natureza humana.
d) A origem do governo como uma proteção à vida, aos bens e aos direitos.
e) O poder dos governantes, colocando a liberdade individual acima da propriedade.

11. (2000/ENEM)
O texto abaixo, de John Locke (1632-1704), revela algumas características de uma determinada corrente
de pensamento:
Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria
pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que
abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio
responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a utilização do mesmo é muito incerta e
está constantemente exposto à invasão de terceiros porque, sendo todos senhores tanto quanto ele, todo
o homem igual a ele e, na maior parte, pouco observadores da equidade e da justiça, o proveito da
propriedade que possui nesse estado é muito inseguro e muito arriscado. Estas circunstâncias obrigam-
no a abandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem
razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem
unir-se para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade.
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(Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991.)

Analisando o texto, podemos concluir que se trata de um pensamento:


a) do liberalismo.
b) do socialismo utópico.
c) do absolutismo monárquico.
d) do socialismo científico.
e) do anarquismo.

12. (2016/ENEM 2ª APLICAÇÃO)


Em virtude da importância dos grandes volumes de matérias-primas na indústria química — eram
necessárias dez a doze toneladas de ingredientes para fabricar uma tonelada de soda —, a indústria teve
uma localização bem definida quase que desde o início. Os três centros principais eram a área de Glasgow
e as margens do Mersey e do Tyne.
LANDES, D. S. Prometeu desacorrentado: transformação tecnológica e desenvolvimento industrial na Europa ocidental, desde 1750 até a nossa época. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 1994.

A relação entre a localização das indústrias químicas e das matérias-primas nos primórdios da Revolução
Industrial provocou a
a) busca pela isenção de impostos.
b) intensa qualificação da mão de obra.
c) diminuição da distância dos mercados consumidores.
d) concentração da produção em determinadas regiões do país.

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e) necessidade do desenvolvimento de sistemas de comunicação.

13. (2010/ENEM 2ª APLICAÇÃO)


Os cercamentos do século XVIII podem ser considerados como sínteses das transformações que levaram
à consolidação do capitalismo na Inglaterra. Em primeiro lugar, porque sua especialização exigiu uma
articulação fundamental com o mercado. Como se concentravam na atividade de produção de lã, a
realização da renda dependeu dos mercados, de novas tecnologias de beneficiamento do produto e do
emprego de novos tipos de ovelhas. Em segundo lugar, concentrou-se na inter-relação do campo com a
cidade e, num primeiro momento, também se vinculou à liberação de mão de obra.
RODRIGUES, A. E. M. Revoluções burguesas. In: REIS FILHO, D. A. et al (Orgs.) O Século XX, v. I. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000 (adaptado).

Outra consequência dos cercamentos que teria contribuído para a Revolução Industrial na Inglaterra foi
o
a) aumento do consumo interno.
b) congelamento do salário mínimo.
c) fortalecimento dos sindicatos proletários.
d) enfraquecimento da burguesia industrial.
e) desmembramento das propriedades improdutivas.
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14. (2017/ENEM PPL)


Os direitos civis, surgidos na luta contra o Absolutismo real, ao se inscreverem nas primeiras constituições
modernas, aparecem como se fossem conquistas definitivas de toda a humanidade. Por isso, ainda hoje
invocamos esses velhos “direitos naturais” nas batalhas contra os regimes autoritários que subsistem.
QUIRINO, C. G.; MONTES, M. L. Constituições. São Paulo: Ática, 1992 (adaptado).

O conjunto de direitos ao qual o texto se refere inclui


a) voto secreto e candidatura em eleições.
b) moradia digna e vagas em universidade.
c) previdência social e saúde de qualidade.
d) igualdade jurídica e liberdade de expressão.
e) filiação partidária e participação em sindicatos.

15. (2013/ENEM PPL)


TEXTO I
O aparecimento da máquina movida a vapor foi o nascimento do sistema fabril em grande escala,
representando um aumento tremendo na produção, abrindo caminho na direção dos lucros, resultado do
aumento da procura. Eram forças abrindo um novo mundo.
HUBERMAN, L. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1974 (adaptado).

TEXTO II
Os edifícios das fábricas adaptavam-se mal à concentração de numerosa mão de obra, reunida para longos
dias de trabalho, numa situação árdua e insalubre. O trabalho nas fábricas destruiu o sistema doméstico

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de produção. Homens, mulheres e crianças deixavam os lugares onde moravam para trabalhar em
diferentes fábricas.
LEITE, M. M. Iniciação à história social contemporânea. São Paulo: Cultrix,1980 (adaptado).

As estratégias empregadas pelos textos para abordar o impacto da Revolução Industrial sobre as
sociedades que se industrializavam são, respectivamente,
a) ressaltar a expansão tecnológica e deter-se no trabalho doméstico.
b) acentuar as inovações tecnológicas e priorizar as mudanças no mundo do trabalho.
c) debater as consequências sociais e valorizar a reorganização do trabalho.
d) indicar os ganhos sociais e realçar as perdas culturais.
e) minimizar as transformações sociais e criticar os avanços tecnológicos.

16. (2013/ENEM PPL)


O servo pertence à terra e rende frutos ao dono da terra. O operário urbano livre, ao contrário, vende-se
a si mesmo e, além disso, por partes. Vende em leilão 8,10,12,15 horas da sua vida, dia após dia, a quem
melhor pagar, ao proprietário das matérias-primas, dos instrumentos de trabalho e dos meios de
subsistência, isto é, ao capitalista.
MARX, K. Trabalho assalariado e capital & salário, preço e lucro. São Paulo: Expressão Popular, 2010.

O texto indica que houve uma transformação dos espaços urbanos e rurais com a implementação do
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sistema capitalista, devido às mudanças tecnossociais ligadas ao


a) desenvolvimento agrário e ao regime de servidão.
b) aumento da produção rural, que fixou a população nesse meio.
c) desenvolvimento das zonas urbanas e às novas relações de trabalho.
d) aumento populacional das cidades associado ao regime de servidão.
e) desenvolvimento da produção urbana associada às relações servis de trabalho.

17. (2011/ENEM PPL)


Os principais distúrbios começaram em Nottingham, em 1811. Uma grande manifestação de malharistas,
gritando por trabalho e por um preço mais liberal, foi dissolvida pelo exército. Naquela noite, sessenta
armações de malha foram destruídas na grande vila de Arnold por amotinados que não tomaram
nenhuma precaução em se disfarçar e foram aplaudidos pela multidão.
THOMPSON, E.P. A formação da classe operária inglesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987 (fragmento).

Esse texto diz respeito à nova realidade socioeconômica da Inglaterra implantada a partir da Revolução
Industrial. A principal consequência para os trabalhadores nas primeiras décadas do século XIX se
manifestou por meio
a) de petições enviadas ao Parlamento inglês na defesa de direitos coletivos.
b) do descontentamento pelo aumento de preços dos alimentos básicos e moradia.
c) da conquista de direitos trabalhistas pela atuação combativa dos sindicatos.
d) da destruição de máquinas que deterioravam as condições de vida e de trabalho.
e) da vitória sobre a burguesia, com a redução da jornada de trabalho para oito horas.

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18. (2011/ENEM PPL)


As relações sociais, produzidas a partir da expansão do mercado capitalista ― e o sistema de fábrica é seu
“estágio superior" ―, tornaram possível o desenvolvimento de uma determinada tecnologia, isto é,
aquela que supõe a priori a expropriação dos saberes daqueles que participam do processo de trabalho.
Nesse sentido, foi no sistema de fábrica que uma dada tecnologia pôde se impor, não apenas como
instrumento para incrementar a produtividade do trabalho, mas, muito principalmente, como
instrumento para controlar, disciplinar e hierarquizar esse processo de trabalho.
DECCA, E. S. O Nascimento das Fábricas. São Paulo: Brasiliense, 1986 (fragmento).

Mais do que trocar ferramentas pela utilização de máquinas, o capitalismo, por meio do “sistema de
fábrica”, expropriou o trabalhador do seu “saber fazer”, provocando, assim,
a) a desestruturação de atividades lucrativas praticadas pelos artesãos ingleses desde a Baixa Idade
Média.
b) a divisão e a hierarquização do processo laboral, que ocasionaram o distanciamento do trabalhador do
seu produto final.
c) o movimento dos trabalhadores das áreas urbanas em direção às rurais, devido à escassez de postos
de trabalho nas fábricas.
d) a organização de grupos familiares em galpões para elaboração e execução de manufaturas que seriam
comercializadas.
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e) a associação da figura do trabalhador à do assalariado, fato que favorecia a valorização do seu trabalho
e a inserção no processo fabril.

6.2. Outros vestibulares


1. (2021/FCMSCSP)
O surgimento das fábricas, na Inglaterra do final do século XVIII, promoveu, entre outras mudanças,
a) o aumento significativo da capacidade produtiva e a primazia da distribuição no mercado interno.
b) a consolidação do parcelamento das tarefas e a concentração dos trabalhadores num mesmo espaço.
c) o fim do sistema de artesanato e a maior qualificação do operariado industrial.
d) o nascimento das organizações sindicais e a imediata criação de leis de regramento e ordenação do
trabalho.
e) a introdução de máquinas movidas a energia elétrica e a valorização do trabalho assalariado.

2. (2016.1/FASM)
O período de 1603 a 1714 foi talvez o período mais decisivo na história da Inglaterra. Em 1603, o
Parlamento, convocado a exclusivo critério do rei, esperava votar impostos apenas em caso de
emergência. Em 1714, o Parlamento, reunido em sessões quase permanentes, detinha controle total das
finanças.
(Christopher S. Hill. O século das revoluções, 2012. Adaptado.)

O excerto faz uma descrição resumida da história da Inglaterra na Europa da Idade Moderna, em que

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a) o combate ao absolutismo monárquico implicou, mais cedo do que na maioria dos países, a supremacia
do poder legislativo.
b) o regime monárquico absolutista foi logo e definitivamente substituído pelo regime republicano
parlamentarista.
c) o desenvolvimento do capitalismo industrial resultou da anexação pelo rei, apoiado pelo parlamento,
de colônias ricas em metais preciosos.
d) o movimento de democratização política foi realizado de maneira pacífica por meio de acordos entre
os reis e os parlamentares.
e) o início precoce das independências das colônias britânicas levou ao descrédito e ao desgaste da
monarquia no interior da sociedade inglesa.

3. (Unesp/2022 – 2º Dia)
Entrar numa fábrica pela primeira vez podia ser uma experiência aterrorizante: o ruído e o movimento do
maquinário; o ar sufocante, cheio de pó de algodão, muitas vezes, mantido opressivamente quente para
reduzir a quebra; o fedor penetrante de óleo de baleia e de gordura animal usados para lubrificar as
máquinas (antes da disponibilidade de produtos petrolíferos) e do suor de centenas de trabalhadores; os
semblantes pálidos e os corpos doentios dos operários; o comportamento feroz dos supervisores, alguns
dos quais carregavam cintos ou chicotes para impor disciplina. Nas salas de tecelagem, o barulho
ensurdecedor de dezenas de teares, cada um com uma lançadeira recebendo pancadas de martelo umas
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sessenta vezes por minuto, impossibilitava que os trabalhadores se ouvissem.


(Joshua B. Freeman. Mastodontes: a história da fábrica e a construção do mundo moderno, 2019.)

O trabalho nas primeiras fábricas inglesas é caracterizado no excerto


a) pela insalubridade e opressão no ambiente de trabalho.
b) pela apropriação do tempo e do excedente do trabalho pelo capitalista.
c) pelo aumento da produtividade e da otimização do ritmo de trabalho.
d) pelo desenvolvimento da tecnologia e da divisão de tarefas.
e) pelo aproveitamento de energia de origem mineral.

4. (Unesp/2022 – 2º Dia)
As revoluções inglesas do século XVII são consideradas, por alguns historiadores, as primeiras revoluções
burguesas, pois
a) suprimiram a interferência política da nobreza e separaram Estado e Igreja.
b) ampliaram o espaço de atuação política e comercial dos comerciantes britânicos.
c) eliminaram o sistema monárquico e implantaram uma estrutura republicana.
d) proporcionaram o surgimento de legislação trabalhista para a cidade e o campo.
e) impediram a expansão do Estado democrático e da participação política direta.

5. (2020/Unesp)

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Do nascimento do Estado moderno até a Revolução Francesa, ou seja, do século XVI aos fins do século
XVIII, a filosofia política foi obrigada a reformular grande parte de suas teses, devido às mudanças
ocorridas naquele período. O que se buscou na modernidade iluminista foi fortalecer a filosofia em uma
configuração contrária aos dogmas políticos que reforçavam a crença em uma autoridade divina.
(Thiago Rodrigo Nappi. “Tradição e inovação na teoria das formas de governo: Montesquieu e a ideia de despotismo”. In:
Historiæ, vol. 3, no 3, 2012. Adaptado.)

O filósofo iluminista Montesquieu, autor de Do espírito das leis, criticou o absolutismo e propôs
(A) a divisão dos poderes em executivo, legislativo e judiciário.
(B) a restauração de critérios metafísicos para a escolha de governantes.
(C) a justificativa do despotismo em nome da paz social.
(D) a obediência às leis costumeiras de origem feudal.
(E) a retirada do poder político do povo.

6. (2020/Fac. Albert Einstein)


Observe a tabela com as cinco principais causas de morte registradas em Sheffield (Inglaterra), entre 1837
e 1842.
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O total de mortes atestadas nesse local e nesse período foi de 11.944. É possível afirmar que parte
importante dessas mortes associa-se
a) às frequentes epidemias de doenças de origem viral nos bairros operários ingleses.
b) às doenças disseminadas pelo forte ingresso de imigrantes na Europa do século XVIII.
c) à precariedade alimentar e habitacional nas zonas rurais europeias no século XIX.
d) às condições de pobreza e superpopulação nas áreas de concentração industrial.
e) à inadaptação dos operários ao estilo de vida das áreas rurais da Inglaterra.

7. (2017/Fameca)
A peculiaridade da Revolução Industrial inglesa foi o seu caráter espontâneo. Não tendo sido perseguido
como um objetivo consciente, o pioneirismo industrial inglês foi consequência de um conjunto de
circunstâncias coincidentes.
(Luiz Koshiba, História: origens, estruturas e processos)

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Fazem parte desse “conjunto de circunstâncias coincidentes”


a) a abundante mão de obra vinda dos espaços coloniais e a transformação dos latifúndios em terras
comunais.
b) o controle técnico da produção nas mãos dos trabalhadores e o uso da energia elétrica.
c) as recorrentes descobertas científicas das universidades inglesas e o igualitarismo social estabelecido
pela Revolução Puritana.
d) o reforço do absolutismo inglês sob a dinastia dos Tudor e a preponderância de pequenas propriedades
rurais.
e) o estabelecimento de um Estado burguês graças à Revolução Gloriosa e os cercamentos.

8. (2016/Famema)
Contudo, o príncipe deve fazer-se temer de tal modo que, se não conseguir a amizade, possa pelo menos
fugir à inimizade, visto haver a possibilidade de ser temido e não ser odiado, ao mesmo tempo. Isto
sucederá, sempre, se ele se abstiver de se apoderar dos bens e riquezas dos seus cidadãos e súditos e
também das suas mulheres.
(Nicolau Maquiavel [O Príncipe] apud Ricardo de Moura Faria et al. História, 1993.)

Se o homem em estado de natureza está tão livre quanto se disse, se é senhor absoluto de sua pessoa e
bens, igual aos maiores, sem estar sujeito a quem quer que seja, por que abandonará sua liberdade? [...]
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Portanto, a grande e principal finalidade dos homens que se unem em comunidade é a preservação de
sua propriedade.
(John Locke [Sobre o governo civil] apud Ricardo de Moura Faria et al. História, 1993.)

Com base nesses excertos escritos na Europa da Idade Moderna, é correto afirmar que os autores
a) legitimam a filosofia iluminista, apesar de discordarem quanto à divisão da sociedade.
b) defendem o direito à propriedade, embora se refiram a diferentes concepções de Estado.
c) justificam o absolutismo monárquico, a partir da submissão a uma autoridade superior.
d) condenam a teoria do direito divino dos reis, além de apoiarem a divisão do poder em três.
e) expressam visões ideológicas opostas, pois representam, respectivamente, a burguesia e a nobreza.

9. (2013/Fameca)
Leia os documentos.
Texto 1
O príncipe, como príncipe, não é visto como um homem específico, mas como personagem pública. Todo
o Estado encontra-se nele e a vontade de todo o povo está contida na sua. Tal como em Deus está reunida
toda a perfeição e toda a virtude, assim também todo o poder dos indivíduos está reunido na pessoa do
rei. Que grandeza, um único homem conter tanta coisa!
Texto 2
Há, em cada Estado, três espécies de poderes [...]. Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo
corpo dos principais ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar
as decisões públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos.
(Apud Armelle Enders, Marieta Ferreira e Renato Franco. História em curso: da Antiguidade à globalização, 2008.)

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Analisando-se os textos, é correto afirmar que


a) ambos justificam a monarquia absoluta, mas o primeiro usa a teoria do direito divino e o segundo, o
racionalismo.
b) ambos fornecem a justificativa ideológica dos Estados absolutistas, baseada no binômio religião-
política.
c) o primeiro fundamenta a origem divina do poder real, enquanto o segundo defende a divisão do poder.
d) o primeiro repudia o absolutismo monárquico, enquanto o segundo apresenta argumentos para
defendê-lo.
e) ambos negam a ideia de concentração dos poderes em apenas um indivíduo, típica do Iluminismo.

10. (2010/Fameca)
A colonização inglesa da América do Norte […] não foi feita mediante um plano sistemático. Em parte
pelas características das colônias, em parte pela própria situação da Inglaterra no século XVII com suas
crises internas, as colônias gozavam de certa autonomia. A metrópole, ausente e distante, raramente
interferia na vida interna das colônias.
(Leandro Karnal. Estados Unidos: a formação da nação, 2015.)

A afirmação do texto pode ser exemplificada


a) no prevalecimento de práticas agrícolas de subsistência nas colônias estabelecidas no Norte e no Sul
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do litoral atlântico.
b) na unidade de interesses e de organização social e econômica das diversas colônias do litoral atlântico.
c) nas distintas formas de ocupação e exploração praticadas nas colônias estabelecidas no Norte e no Sul
do litoral atlântico.
d) no desinteresse das colônias inglesas na América pela exportação ou por outras formas de comércio
externo.
e) na constante ameaça de invasões holandesas e francesas, que as colônias inglesas sofriam na América.

11. (2008/Fameca)
Sobre a Guerra Civil na Inglaterra (1642-1649), afirma-se que “de um lado estava Carlos I, apoiado pelos
lordes e pela dissidência da pequena nobreza. Do outro lado, a Câmara dos Comuns, representando o
conjunto do Parlamento, com apoio do Exército de Novo Tipo”.
(M. B. Mota e P. R. Braick, História – das cavernas ao terceiro milênio)

Assinale a alternativa que caracteriza corretamente o Exército de Novo Tipo (New Model Army), dirigido
por Oliver Cromwell.
a) Era composto e comandado pelos setores mais enobrecidos e tradicionais da sociedade inglesa,
conforme regra estabelecida ainda durante a Alta Idade Média.
b) Tinha forte participação da pequena-burguesia – seguidores das seitas puritanas –, e as promoções ao
oficialato derivavam dos méritos militares e não das origens nobres.
c) O comando nunca saiu das mãos dos líderes anglicanos, com o claro objetivo de se evitar que as forças
ligadas à Igreja Católica voltassem a ter influência na Inglaterra.
d) Havia poucas restrições à entrada de qualquer grupo da sociedade inglesa, com exceção dos grupos
mais extremistas, representados pelos levellers e pelos diggers.

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e) Parte considerável dos comandantes dos batalhões tinha ligações com o catolicismo, o que abriu
caminho para a volta de um monarca católico em 1685, Jaime II.

12. (2019/Mackenzie)
O processo de emancipação política dos EUA esteve relacionado ao avanço do capitalismo na Inglaterra,
à expansão dos princípios liberais, à rivalidade anglo-francesa e ao próprio desenvolvimento das Treze
Colônias. Portanto, a aceleração do processo de ruptura entre a metrópole inglesa e suas colônias
americanas deveu-se
a) às tentativas de expansão francesa na América do Norte e ao apoio recebido por parte dos colonos
residentes na região e das tribos indígenas, simpatizantes dos franceses.
b) ao natural desenvolvimento de um processo, próprio das colônias de povoamento, que sempre
pautaram sua existência em uma enorme autonomia perante a metrópole inglesa.
c) às tentativas inglesas de aprofundar os laços de dominação colonial e à reação dos colonos americanos
diante das medidas fiscais e administrativas que anulavam sua relativa autonomia.
d) ao desenvolvimento das práticas liberais dentro da economia metropolitana e à divulgação de
princípios que combatiam o monopólio colonial, assim como a permanência da escravidão.
e) à tentativa inglesa de abolir a utilização da mão-de-obra escrava em suas colônias americanas e
também de bloquear o contato comercial dos seus colonos nas Antilhas.
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13. (2018/USF)
Conhecido como o século das Luzes ou do Iluminismo, o século XVIII foi marcado por um movimento do
pensamento europeu (ocorrido mais especificamente na segunda metade do século XVIII) que abrangeu
o pensamento filosófico e gerou uma grande revolução nas artes (principalmente na literatura), nas
ciências, nos costumes, na teoria política e na doutrina jurídica. O Iluminismo também se distinguiu pela
centralidade da ciência e da racionalidade crítica no questionamento filosófico.
Disponível em: <https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/15543/15543_3.pdf&gt;. Acesso em: 12/09/2017.

Tomando como base o contexto abordado, podemos afirmar corretamente que


a) o liberalismo econômico deu ênfase à economia mercantilista, na qual o Estado seria responsável pela
regulamentação de preços e mercados para evitar abusos que prejudicariam a população.
b) a Escola Fisiocrata sustentou a ideia de que existem leis naturais regendo a sociedade, mas que
poderiam ser alteradas pelo bem da humanidade, e, além disso, defendeu que a indústria e o comércio
seriam responsáveis pela riqueza de uma nação.
c) as ideias defendidas por John Locke, na obra O contrato social, afirmam que o soberano deve conduzir
o Estado de forma democrática, de acordo com a vontade do povo.
d) o Despotismo Esclarecido, ligado à associação entre as ideias das luzes e o poder absolutista dos reis,
foi aplicado com ênfase em todos os Estados europeus no início do século XVIII, resultando no nascimento
de dezenas de monarquias parlamentaristas.
e) o Iluminismo combateu o mercantilismo, o tradicionalismo religioso herdado da Idade Média e a divisão
da sociedade em estamentos.

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14. (2018/FGV)
Foi pela espada que nossos ancestrais introduziram, na criação, o poder de cercar a terra e fazê-la sua
propriedade; foram eles que primeiro mataram os seus próximos, os homens, para assim roubarem ou
pilharem a terra que a esses pertencia e deixá-la a vós, seus descendentes. (...) Eu vos exorto, soldados
da República Inglesa! O inimigo não poderia vencer-vos no campo de batalha, porém pode derrotar-vos
no campo da política se não estabelecem a liberdade para todos. Onde existe um povo.... unido graças à
propriedade coletiva dos meios de subsistência até formar uma só pessoa será o seu país o mais poderoso
do mundo... a defesa da propriedade e do interesse individual divide o povo de um país e do mundo todo.
(Gerrard Winstanley. Em Cristopher Hill. O mundo de ponta-cabeça, 1987)
A partir do documento, é correto afirmar que
a) Gerrard Winstanley defendia a propriedade coletiva da terra, eixo da proposta dos diggers
(escavadores), no contexto da Revolução Puritana na Inglaterra, contra a classe proprietária que, vitoriosa
militarmente com o exército republicano, massacrou a ameaça radical dos não proprietários.
b) no fim da guerra civil, Gerrard Winstanley, líder do exército republicano inglês, o New Model Army,
exortou os soldados a lutarem pela vitória de Cromwell, defensor da propriedade privada e do poder dos
proprietários, reassentados na Câmara do Comuns.
c) o líder do partido independente na guerra civil inglesa, Gerrard Winstanley, defendia a propriedade
coletiva em nome da liberdade, o que garantiria a reunião de todos os ingleses para a vitória de Cromwell
contra Carlos I, decapitado em 1649, o que significou o fim do absolutismo na Inglaterra.
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d) o exército republicano, New Model Army, chefiado por Cromwell e unido ao líder dos levellers
(niveladores), Gerrard Winstanley, na Revolução Puritana, garantiu a derrota de Carlos I, o que
possibilitou a morte do Antigo Regime na Inglaterra e a implantação da propriedade coletiva.
e) com a morte do rei Carlos I, assumiu a chefia da Câmara dos Comuns o deputado Gerrard Winstanley
que, com o seu poder, começaram as mudanças radicais, como a propriedade coletiva da terra, anulando
os cercamentos que enriqueceram os proprietários e empobreceram os camponeses.

15. (2018/Puccamp)
A ocorrência da Revolução industrial, na Inglaterra do século XVIII, foi favorecida por alguns fatores, tais
como
a) a hegemonia inglesa no comércio marítimo internacional e a ampliação de mercados dela resultante.
b) a farta concessão de créditos pelo Banco da Inglaterra a donos de manufaturas e os acordos
econômicos estabelecidos com metrópoles coloniais, caso do Tratado de Methuen.
c) a divisão do trabalho propiciada pelo taylorismo e os investimentos da burguesia inglesa após a
Revolução Gloriosa.
d) a difusão do tear mecânico e a migração espontânea do campo para os centros urbanos, gerando
excedente de oferta de mão de obra especializada.
e) o fornecimento a baixos preços de lã e algodão pelas Treze Colônias e a garantia do mercado
consumidor mediante o estabelecimento de pactos coloniais com a Índia e a Austrália.

16. (2020/FAMERP)
Leia o texto para responder à questão.

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Todo processo de industrialização é necessariamente doloroso, porque envolve a erosão de padrões de


vida tradicionais. Contudo, na Grã-Bretanha, ele ocorreu com uma violência excepcional, e nunca foi
acompanhado por um sentimento de participação nacional num esforço comum, ao contrário do que se
pode observar em países que atravessam uma revolução nacional. Sua única ideologia foi a dos patrões.
(E.P. Thompson. A formação da classe operária inglesa, vol. II, 1987.)

A associação das fábricas com “a erosão de padrões de vida tradicionais” pode ser explicada pelo fato de
que a industrialização gerou
a) o primeiro movimento de êxodo rural da história e o surgimento das grandes metrópoles europeias.
b) a mudança de comportamentos sociais e o avanço do processo de disciplinarização do trabalho.
c) a modernização tecnológica e a valorização do conhecimento da totalidade do processo produtivo pelos
trabalhadores fabris.
d) a constituição de um novo cotidiano dos trabalhadores rurais e o imediato surgimento de leis de
proteção ao trabalho fabril.
e) o fim do poder político e econômico dos senhores feudais e o desestímulo às práticas místicas e
religiosas.

17. (2º-2013/Fatec)
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A máquina a vapor desenvolvida por James Watt (1736-1819) não só revolucionou o mundo da indústria
mas também o do transporte, pois permitiu o desenvolvimento das estradas de ferro e de navios a vapor
mais velozes. Em 1775, com o apoio financeiro de um industrial, Watt iniciou a fabricação de suas
máquinas, aperfeiçoando-as e adaptando-as a todo tipo de uso. A indústria têxtil inglesa começava a
mecanizar-se e, graças a novas invenções, inclusive às máquinas de Watt, a produção inglesa cresceu
consideravelmente.
(sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=7935 Acesso em: 15.03.2013. Adaptado)

É correto afirmar que o desenvolvimento da tecnologia mencionada no texto


a) levou à redução da escala produtiva nas indústrias e diminuiu as jornadas de trabalho.
b) ampliou o conhecimento científico, mas trouxe prejuízos econômicos para a Inglaterra.
c) ficou restrito às áreas das fábricas, tendo pouca influência no cotidiano das populações.
d) agilizou as redes de comunicação e de transporte, contribuindo com outros setores industriais.
e) foi um fenômeno isolado numa época em que houve baixos índices de inovação tecnológica.

18. (2020/Famerp)
Leia o texto para responder à questão.
Todo processo de industrialização é necessariamente doloroso, porque envolve a erosão de padrões de
vida tradicionais. Contudo, na Grã-Bretanha, ele ocorreu com uma violência excepcional, e nunca foi
acompanhado por um sentimento de participação nacional num esforço comum, ao contrário do que se
pode observar em países que atravessam uma revolução nacional. Sua única ideologia foi a dos patrões.
(E.P. Thompson. A formação da classe operária inglesa, vol. II, 1987.)

O texto caracteriza o surgimento e a expansão das fábricas, na Grã-Bretanha dos séculos XVIII e XIX, como

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a) superação do arcaísmo da produção artesanal e manufatureira.


b) vitória de um projeto coletivo de hegemonia econômica.
c) resultado de forte avanço tecnológico.
d) exemplo do eterno sofrimento das sociedades.
e) afirmação de um controle de classe.

19. (UFPR/2005)
“Nossas esperanças sobre os destinos futuros da espécie humana podem se reduzir a estas três questões:
a destruição da desigualdade entre as nações; os progressos da igualdade em um mesmo povo; enfim, o
aperfeiçoamento real do homem.”
(CONDORCET. Esboço de um quadro histórico dos progressos do espírito humano.
Trad. de Carlos A. R. de Moura. Campinas: Ed. da UNICAMP, 1993. p. 177.)
As esperanças de Condorcet foram compartilhadas pelos filósofos iluministas, representantes de um
movimento cultural e intelectual que teve na França um dos centros mais importantes e atuantes no
século XVIII. Sobre o iluminismo, assinale a alternativa correta.
a) Os iluministas acreditavam na capacidade humana de superar a miséria e a ignorância pelo uso da
razão, condição fundamental para o exercício da liberdade e a conquista da felicidade; a história, nesse
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sentido, é entendida por eles como um movimento linear cuja finalidade é o progresso humano.
b) Condorcet e os filósofos iluministas defendiam a revolução política com o objetivo de extinguir as
classes sociais.
c) No seu combate à Igreja Católica, os iluministas defenderam o confisco dos bens eclesiásticos, com o
intuito de distribuí-los entre os pobres.
d) Rousseau, Voltaire, Diderot e D’Alembert foram duramente perseguidos por forças de repressão da
monarquia francesa por defenderem um regime republicano e instigarem, com suas ideias, os
camponeses à rebelião; em meados do século XVIII, estabeleceram formas de ação política retomadas
mais tarde pelos jacobinos.
e) Os iluministas eram adeptos de um modelo econômico baseado na propriedade coletiva dos meios de
produção.

20. (UFU/2019)
As revoluções que abalaram a Inglaterra no século XVII caracterizaram a superação tanto do modo de
produção feudal quanto do Antigo Regime e de suas instituições. Isso possibilitou o surgimento e o
desenvolvimento de uma sociedade burguesa e a futura emergência da produção capitalista no país. Um
dos principais nomes desse processo revolucionário foi o de Oliver Cromwell que, após um período de
guerra civil, instaurou uma República que durou entre os anos 1649 e 1658.
Considera-se como alguns dos principais feitos do período Cromwell, EXCETO,
A) a conquista da Irlanda, com a expropriação dos proprietários de terra e dos camponeses.
B) a vitória dos ideais Levellers (sufrágio, fim dos monopólios, separação entre Estado e Igreja etc.).
C) a conquista da Escócia, com o intuito de impedir ali o reestabelecimento da velha ordem.

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D) o empreendimento de uma política naval e comercial mais avançada por meio do Ato de Navegação
de 1651.

21. (UFU/2019)
“A apaixonada crença no progresso que professava o típico pensador iluminista refletia os aumentos
visíveis no conhecimento e na técnica, na riqueza, no bem-estar e na civilização que podia ver em toda a
sua volta e que, com certa justiça, atribuía ao avanço de suas ideias. No começo do século, as bruxas ainda
eram queimadas; no final, os governos do Iluminismo, como o austríaco, já tinham abolido não só a
tortura judicial, mas também a servidão”
HOBSBAWN, Eric. A Era das Revoluções: 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982. p. 38.

Considerando-se o Movimento Iluminista, são características desse movimento, EXCETO,


A) críticas ao mercantilismo e às instituições centralizadoras do absolutismo.
B) críticas ao monopólio comercial, pois esse inviabilizaria o mercado autorregulado.
C) críticas ao questionamento, à investigação e à experiência como forma de conhecimento da natureza.
D) crença nos direitos naturais (à vida, à liberdade e à propriedade privada).

22. (UFU/2019)
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De acordo com Bernard Baylin, em seu livro As Origens Ideológicas da Revolução Americana, depois da
promulgação da Lei do Selo, os colonos americanos começaram a pensar que havia uma conspiração
inglesa para cercear as liberdades na América do Norte. E essa crença transformou o sentido da luta dos
colonos e acelerou o movimento de oposição, que posteriormente acabou levando à independência e à
criação dos Estado Unidos da América.
Em relação à Lei do Selo, é correto afirmar que
A) essa lei foi aprovada pelo Parlamento Inglês em 1765, estabelecendo que todos os documentos em
circulação na colônia americana deveriam receber selos provenientes de toda a Europa e, somente com
esses, sua circulação estaria legalizada.
B) essa lei durou vários anos, mas, devido às ações dos representantes dos colonos americanos no
parlamento inglês, tal taxa foi cancelada sob forte protesto de parlamentares representantes dos
interesses comerciais da metrópole.
C) o rei inglês justificava essa lei, argumentando que o tesouro inglês havia se esgotado com a Guerra dos
Sete Anos, e que também era dever dos colonos pagar as dívidas, contraídas também a favor dos
interesses deles.
D) essa lei taxava também artigos de consumo, como o chá, o vidro, o papel e outros. Por causar a
elevação de preços desses artigos, a Lei do Selo provocou inúmeros confrontos, considerado um dos
fatores que conduziu ao processo de independência dos Estados Unidos da América.

23. (UFU/2017)
Desta vala imunda a maior corrente da indústria humana flui para fertilizar o mundo todo. Deste esgoto
imundo jorra o ouro puro. Aqui a humanidade atinge o seu mais completo desenvolvimento e sua maior
brutalidade, aqui a civilização faz milagres e o homem civilizado torna-se quase um selvagem.

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TOCQUEVILLE, A. de, Journeys to England and Ireland. Ed. Mayer, 1958, p. 107-8.

O advento das revoluções burguesas na Europa, atrelado ao industrialismo, gerava, ao mesmo tempo,
perplexidade e deslumbramento ao promover mudanças sociais radicais e ambíguas, fomentadas pelos
avanços tecnológicos em diferentes esferas.
Assinale a alternativa que apresenta a principal mudança no sistema produtivo dos países pioneiros em
promover a industrialização.
A) A formação de mão de obra com os cercamentos dos campos cultiváveis, expulsando-se os
trabalhadores dos grandes centros urbanos.
B) O declínio do proletariado enquanto grupo social hegemônico, arrefecendo-se os conflitos de classe.
C) A manutenção das terras comunais para a produção de alimentos voltados para a subsistência dos
camponeses europeus.
D) A adoção da divisão técnica do trabalho, com grande utilização de maquinários nas fábricas e aumento
da acumulação de capitais.

24. (UFU/2013)
Desafio o mais acalorado defensor da reconciliação a apresentar uma única vantagem que este continente
possa colher da sua ligação à Grã-Bretanha. Repito e desafio: não se tira disso uma só vantagem. O nosso
trigo receberá o seu preço em qualquer mercado da Europa, e as nossas mercadorias importadas terão
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de ser pagas, compremo-las onde quer que queiramos. Os homens de espírito passivo encaram com certa
leviandade as ofensas da Grã-Bretanha e são capazes de exclamar: ―vinde, vinde, seremos novamente
amigos apesar de tudo.
PAINE, Thomas. Senso Comum. In. WEFFORT, Francisco Correia (org.) Os Pensadores. Jefferson, Federalistas, Paine,
Tocqueville. São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Adaptado)

Escrito em fevereiro de 1776 na Filadélfia, o panfleto Senso Comum revela


A) a prevalência dos conflitos internos que inviabilizaram a independência neste período.
B) a tentativa empreendida por Paine de promover o desenvolvimento econômico das colônias.
C) a desvantagem, para as colônias, dos princípios liberais expressos no pensamento inglês.
D) a existência de projetos políticos divergentes em relação ao futuro das 13 colônias.

25. (UFU/2012)
Entre os eventos que merecem destaque na consolidação do absolutismo inglês estão o embate entre os
York e os Lancaster, na Guerra das Duas Rosas, o controle dos nobres por Henrique VII e, finalmente, as
ações de Henrique VIII, que rompeu com o papa e fundou a Igreja Anglicana, mantida sob sua tutela. Com
a morte de Henrique VIII e a ascensão de Elizabeth I, o absolutismo inglês conheceu seu período de
maturidade. As ações de Elizabeth I e de seus sucessores, adotando medidas mercantilistas, criando
companhias de comércio, dissolvendo o Parlamento, exigindo pensão vitalícia e criando taxas, marcaram
acontecimentos que culminaram, décadas mais tarde, numa página da história da sociedade inglesa
conhecida como Revolução Gloriosa. Neste cenário,
A) a economia inglesa, diante da instabilidade política, teve um desenvolvimento irregular no século XIX,
atrasando sua industrialização frente a outros países.

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B) a monarquia absolutista inglesa, reconhecendo suas limitações, tomou a iniciativa na criação do Bill of
Rights, evitando novas guerras civis no país.
C) as medidas absolutistas insuflaram questionamentos na sociedade inglesa, favorecendo mudanças e
rupturas na estrutura política do país.
D) as características absolutistas da monarquia inglesa a afastavam do modelo constitucional que, desde
o final da Idade Média, predominava na Europa.

26. (UFU/2010)
Leia o texto abaixo.
O trabalho, como as outras coisas que se compram e se vendem e cuja quantidade pode aumentar ou
diminuir, tem o seu preço natural e o seu preço de mercado. [...] O preço natural do trabalho depende do
preço dos produtos alimentares, bens de primeira necessidade e outros artigos necessários para o
sustento dos trabalhadores e de sua família [...] O preço de mercado do trabalho é o preço realmente
pago por ele com base na relação natural entre a oferta e a procura.
RICARDO, D. Princípios de economia política e de tributação. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1965, p. 103-104.

As ideias defendidas pelo autor integram o contexto de industrialização e urbanização na Europa ocidental
na primeira metade do século XIX. Sobre este período, analise as seguintes afirmativas:
I - O postulado do liberalismo econômico se sustenta na defesa da propriedade privada e na economia de
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mercado, baseada na liberdade de comércio e de produção.


II - O incentivo à superpopulação era garantia de plena oferta de força de trabalho a baixos custos.
III - O nível dos salários dos trabalhadores corresponde sempre ao mínimo imprescindível para mantê-los
vivos, permitindo-lhes perpetuar a espécie.
IV - Os trabalhadores conquistariam o controle do Estado e implantariam uma nova forma de governo,
extinguindo a propriedade privada dos meios de produção.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas II e III estão corretas.
b) Apenas I e IV estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas III e IV estão corretas.
27. (UFU/2009)
“[...] O racionalismo intelectual consciente dos séculos XVII e XVIII, que costuma ser designado com uma
palavra imprecisa como “Iluminismo”, não deve ser entendido, de modo algum, somente no contexto da
racionalidade burguesa e capitalista, já que existem fortes vínculos entre ele e a racionalidade de corte.”
ELIAS, Norbert. A sociedade de corte: investigação sobre a sociologia da realeza e da aristocracia de corte. Rio de Janeiro: J.
Zahar, 2001. p. 128.

Considerando o contexto intelectual dos séculos XVII e XVIII na Europa, analise o trecho acima e marque
a alternativa correta.
A) O trecho reforça a tese de que as Revoluções Científicas do século XVII e o Iluminismo são expressões
culturais típicas do mundo burguês, portanto, em nada familiar à sociedade do Antigo Regime.

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B) O trecho afirma que não há qualquer vínculo entre Iluminismo e racionalidade burguesa e capitalista,
sendo, antes, expressão de uma racionalidade aristocrática de corte.
C) O trecho sugere que a sociedade de corte, vigente na Europa antes da consolidação da hegemonia
burguesa, não era irracional, mas possuía sua própria racionalidade, em nada estranha à filosofia e às
ciências da época.
D) No trecho, o termo “Iluminismo” é considerado vago, pois só poderia ser empregado para designar
correntes intelectuais depois da Revolução Francesa e não durante a vigência da sociedade de corte.

28. (UFPR/2019)
Estou tentando resgatar o pobre tecelão de malhas, o meeiro luddita, o tecelão do “obsoleto” tear
manual, o artesão “utópico” e mesmo o iludido seguidor de Joanna Southcott, dos imensos ares
superiores de condescendência da posteridade. Seus ofícios e tradições podiam estar desaparecendo. Sua
hostilidade frente ao novo industrialismo podia ser retrógrada. Seus ideais
comunitários podiam ser fantasiosos. Suas conspirações insurrecionais podiam ser temerárias. Mas eles
viveram nesses tempos de aguda perturbação social, e nós não. Suas aspirações eram válidas nos termos
de sua própria experiência.
(E. P. Thompson. A formação da classe operária inglesa. V.1(4. ed.). São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 13.)

Com base no trecho acima, assinale a alternativa correta.


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a) O novo industrialismo substituiu as técnicas tradicionais de trabalho e os modos de vida dos


camponeses, evidenciando o progresso das técnicas da manufatura fabril.
b) Os trabalhadores ingleses já estavam agrupados em partidos políticos antes mesmo do surgimento da
industrialização, demonstrando uma organização que seguia cada ofício de trabalho, como o alfaiate, o
artesão e o tecelão.
c) Os trabalhadores que viveram antes da era da industrialização tiveram sua memória utilizada como
símbolo de resistência dos movimentos operários posteriores.
d) A história que a classe operária inglesa contou sobre a industrialização não leva em consideração o
crescimento econômico do período, nem o papel de liderança assumido pelos empresários industriais.
e) As hostilidades dos trabalhadores ingleses às novas técnicas industriais informam o modo como os
indivíduos foram afetados pelo surgimento da industrialização.

29. (UFPR/2019)
Considere o fragmento a seguir:
Afirmo que cada homem, e cada mulher, e cada criança deve obter algo mais, na distribuição geral dos
frutos do trabalho, além de alimento, farrapos e uma miserável rede com uma manta pobre a cobri-la: e
isso, sem ter de trabalhar doze ou quatorze horas por dia [...] dos seis aos sessenta anos. - Eles têm uma
reivindicação, uma sagrada e inviolável reivindicação por um pouco de comodidade e divertimento [...]
por algum tempo livre razoável para essas discussões, e por alguns meios ou informações que possam
levá-los à compreensão dos seus direitos.
(Os Direitos da Natureza. Thelwall, John. In: THOMPSON, Edward P. A formação da classe operária inglesa. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 2004. p. 175-176.)

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Sobre o período destacado no excerto, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes
afirmativas:
( ) O contexto se dá na Revolução Industrial na Inglaterra, em que as condições de trabalho eram
insalubres, motivo pelo qual muitos trabalhadores adoeciam ou faleciam, causando a diminuição
habitacional das cidades inglesas, uma das principais características do período.
( ) O trecho se refere aos movimentos de trabalhadores que sofriam as consequências da Revolução
Industrial. Um exemplo desses movimentos foram os Luditas, que se opunham ao desenvolvimento
industrial destruindo máquinas, em revolta contra as condições de trabalho sub-humanas e os baixos
salários.
( ) Nesse período houve a primeira Divisão Internacional do Trabalho, na qual as matérias-primas eram
transformadas em produtos manufaturados que provinham do império chinês, como o tecido.
( ) O aumento populacional foi uma das características da Revolução Industrial, entre os fatores que
levaram a esse aumento está a intensa migração do campo para a cidade, motivada pela criação de
empregos nas indústrias.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) F – V – V – F.
b) V – V – F – F.
c) V – F – V – F.
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d) F – V – F – V.
e) V – F – F – V.

30. (2013/UFPR)
Considere o excerto abaixo, escrito pelo filósofo John Locke em 1689:
Ninguém pode impor-se a si mesmo ou aos outros, quer como obediente súdito de seu príncipe, quer
como sincero venerador de Deus: considero isso necessário sobretudo para distinguir entre as funções do
governo civil e da religião, e para demarcar as verdadeiras fronteiras entre a Igreja e a comunidade. Se
isso não for feito, não se pode pôr um fim às controvérsias entre os que realmente têm, ou pretendem
ter, um profundo interesse pela salvação das almas, de um lado, e, de outro, pela segurança da
comunidade.
(LOCKE, John. Carta acerca da tolerância. São Paulo: Abril Cultural, 1973, col. Os Pensadores, vol. XVIII, p. 11.)

Sobre a relação desse pensamento de Locke com o contexto político e religioso da Europa do século XVII,
identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F):
( ) John Locke defende a separação entre poder político e poder espiritual como base para o
estabelecimento de novas comunidades religiosas na Europa ocidental, em referência às novas ações da
Inquisição nos reinos católicos.
( ) John Locke defende a tolerância religiosa e a separação entre a religião e o poder político civil como
bases para a convivência pacífica entre os povos de religiões diferentes, em referência às guerras entre
católicos e protestantes nos reinos europeus.
( ) John Locke defende a separação entre Igreja e Estado no contexto das perseguições empreendidas
pelos puritanos na Inglaterra, após saírem vitoriosos da Revolução Gloriosa.

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( ) John Locke defende a tolerância religiosa como condição primordial para a convivência entre diferentes
religiões que nasciam na Europa no século XVII e que eram perseguidas pela Igreja Católica, como o
espiritismo kardecista.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) F – F – V – F.
b) F – V – F – F.
c) V – F – F – F.
d) F – F – F – V.
e) V – F – F – V.

31. (2017/Unesp)
Nem todos os homens se renderam diante das forças irresistíveis do novo mundo fabril, e a experiência
do movimento dos quebradores de máquina demonstra uma inequívoca capacidade dos trabalhadores
para desencadear uma luta aberta contra o sistema de fábrica. De um lado, esse movimento de resistência
visava investir contra as novas relações hierárquicas e autoritárias introduzidas no interior do processo
de trabalho fabril, e nessa medida a destruição das máquinas funcionava como mecanismo de pressão
contra a nova direção organizativa das empresas; de outro lado, inúmeras atividades de destruição
carregaram implicitamente uma profunda hostilidade contra as novas máquinas e contra o marco
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organizador da produção que essa tecnologia impunha.


(Edgar de Decca. O nascimento das fábricas, 1982. Adaptado.)

De acordo com o texto, os movimentos dos quebradores de máquinas, na Inglaterra do final do século
XVIII e início do XIX:
De acordo com o texto, os movimentos dos quebradores de máquinas, na Inglaterra do final do século
XVIII e início do XIX,
a) expunham a rápida e eficaz ação dos sindicatos, capazes de coordenar ações destrutivas em fábricas
de diversas partes do país.
b) representavam uma reação diante da ordem e da disciplinarização do trabalho, facilitadas pelo
emprego de máquinas na produção fabril.
c) indicavam o aprimoramento das condições de trabalho nas fábricas, que contavam com aparato de
segurança interna contra atos de vandalismo.
d) revelavam a ingenuidade de alguns trabalhadores, que não percebiam que as máquinas auxiliavam e
facilitavam seu trabalho.
e) simbolizavam a rebeldia da maioria dos trabalhadores, envolvidos com partidos e agrupamentos
políticos de inspiração marxista.

32. (2016/Unesp)
A divisão capitalista do trabalho – caracterizada pelo célebre exemplo da manufatura de alfinetes,
analisada por Adam Smith – foi adotada não pela sua superioridade tecnológica, mas porque garantia ao
empresário um papel essencial no processo de produção: o de coordenador que, combinando os esforços

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separados dos seus operários, obtém um produto mercante. (Stephen Marglin. In:
André Gorz (org.). Crítica da divisão do trabalho, 1980.)

Ao analisar o surgimento do sistema de fábrica, o texto destaca


a) o maior equilíbrio social provocado pelas melhorias nos salários e nas condições de trabalho.
b) o melhor aproveitamento do tempo de trabalho e a autogestão da empresa pelos trabalhadores.
c) o desenvolvimento tecnológico como fator determinante para o aumento da capacidade produtiva.
d) a ampliação da capacidade produtiva como justificativa para a supressão de cargos diretivos na
organização do trabalho.
e) a importância do parcelamento de tarefas e o estabelecimento de uma hierarquia no processo
produtivo.

33. (2015/Unesp)
O pensamento iluminista, baseado no racionalismo, individualismo e liberdade absoluta do homem, ao
criticar todos os fundamentos em que se assentava o Antigo Regime, revelava as suas contradições e as
tornava transparentes aos olhos de um número cada vez maior de pessoas.
(Modesto Florenzano. As revoluções burguesas, 1982. Adaptado.)

Entre as críticas ao Antigo Regime, mencionadas no texto, podemos citar a rejeição iluminista do
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a) princípio da igualdade jurídica.


b) livre comércio.
c) liberalismo econômico.
d) republicanismo.
e) absolutismo monárquico.

34. (2013/Unesp)
No final do século XVIII, a Inglaterra mantinha relações comerciais regulares com várias regiões do
continente africano. O interesse de ingleses nesse comércio derivava, entre outras coisas, da necessidade
de
a) mercado consumidor para os tecidos, produzidos em escala industrial nas fábricas inglesas e francesas.
b) especiarias e sal, utilizados na conservação de alimentos consumidos nas grandes cidades europeias.
c) petróleo, utilizado como fonte principal de energia nas fábricas instaladas em torno das grandes cidades
inglesas.
d) matérias-primas, como o algodão e os óleos vegetais, que eram utilizadas pelas fábricas inglesas.
e) mão de obra a ser empregada nas manufaturas e fábricas que proliferavam na Inglaterra e na França.

35. (2013/Unesp)
Todo processo de industrialização é necessariamente doloroso, porque envolve a erosão de padrões de
vida tradicionais. Contudo, na Grã-Bretanha, ele ocorreu com uma violência excepcional, e nunca foi

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acompanhado por um sentimento de participação nacional num esforço comum. Sua única ideologia foi
a dos patrões. O que ocorreu, na realidade, foi uma violência contra a natureza humana. De acordo com
uma certa perspectiva, esta violência pode ser considerada como o resultado da ânsia pelo lucro, numa
época em que a cobiça dos proprietários dos meios de produção estava livre das antigas restrições e não
tinha ainda sido limitada pelos novos instrumentos de controle social. Não foram nem a pobreza, nem a
doença os responsáveis pelas mais negras sombras que cobriram os anos da Revolução Industrial, mas
sim o próprio trabalho.
(Edward P. Thompson. A formação da classe operária inglesa, vol. 2, 1987. Adaptado.)

O texto afirma que a Revolução Industrial


a) aumentou os lucros dos capitalistas e gerou a convicção de que era desnecessário criar mecanismos de
defesa e proteção dos trabalhadores.
b) provocou forte crescimento da economia britânica e, devido a isso, contou com esforço e apoio plenos
de todos os segmentos da população.
c) representou mudanças radicais nas condições de vida e trabalho dos operários e envolveu-os num duro
processo de produção.
d) piorou as condições de vida e de trabalho dos operários, mas trouxe o benefício de consolidar a ideia
de que o trabalho enobrece o homem.
e) preservou as formas tradicionais de sociabilidade operária, mas aprofundou a miséria e facilitou o
alastramento de epidemias.
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36. (2012/Unesp)
Leia as assertivas sobre a independência das 13 colônias inglesas na América do Norte.
I. Foi um movimento que manteve as bases da estrutura da sociedade colonial, preservando a escravidão.
II. A resistência interna das colônias foi fortalecida com o apoio externo dos países ibéricos.
III. Sofreu influência das ideias iluministas francesas, baseadas nos princípios da liberdade, propriedade
e igualdade civil.
IV. A união das 13 colônias inglesas contra a Inglaterra objetivou a ruptura do pacto colonial.
Estão corretas as afirmativas
a) I e IV, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

37. (2012/Unesp)
Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada associado com toda
a força comum, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só obedece contudo a si mesmo, permanecendo
assim tão livre quanto antes. Esse, o problema fundamental cuja solução o contrato social oferece. [...]
Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral,
e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo.

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(Jean-Jacques Rousseau. Do contrato social, 1983.)

O texto apresenta características


a) iluministas e defende a liberdade e a igualdade social plenas entre todos os membros de uma
sociedade.
b) socialistas e propõe a prevalência dos interesses coletivos sobre os interesses individuais.
c) iluministas e defende a liberdade individual e a necessidade de uma convenção entre os membros de
uma sociedade.
d) socialistas e propõe a criação de mecanismos de união e defesa de todos os trabalhadores.
e) iluministas e defende o estabelecimento de um poder rigidamente concentrado nas mãos do Estado.

38. (2012/Unesp)
A Revolução Puritana (1640) e a Revolução Gloriosa (1688) transformaram a Inglaterra do século XVII.
Sobre o conjunto de suas realizações, pode-se dizer que
a) determinaram o declínio da hegemonia inglesa no comércio marítimo, pois os conflitos internos
provocaram forte redução da produção e exportação de manufaturados.
b) resultaram na vitória política dos projetos populares e radicais dos cavadores e dos niveladores, que
defendiam o fim da monarquia e dos privilégios dos nobres.
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c) envolveram conflitos religiosos que, juntamente com as disputas políticas e sociais, desembocaram na
retomada do poder pelos católicos e em perseguições contra protestantes.
d) geraram um Estado monárquico em que o poder real devia se submeter aos limites estabelecidos pela
legislação e respeitar as decisões tomadas pelo Parlamento.
e) precederam as revoluções sociais que, nos dois séculos seguintes, abalaram França, Portugal e as
colônias na América, provocando a ascensão política do proletariado industrial.

39. (2010/Unesp)
Este considerável aumento de produção que, devido à divisão do trabalho, o mesmo número de pessoas
é capaz de realizar, é resultante de três circunstâncias diferentes: primeiro, ao aumento da destreza de
cada trabalhador; segundo, à economia de tempo, que antes era perdido ao passar de uma operação para
outra; terceiro, à invenção de um grande número de máquinas que facilitam o trabalho e reduzem o
tempo indispensável para o realizar, permitindo a um só homem fazer o trabalho de muitos.
(Adam Smith. Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações (1776), in Adam Smith/Ricardo. Os pensadores.
São Paulo: Abril Cultural, 1984.)

O texto, publicado originalmente em 1776, destaca três características da organização do trabalho no


contexto da Revolução Industrial:
a) a introdução de máquinas, a valorização do artesanato e o aparecimento da figura do patrão.
b) o aumento do mercado consumidor, a liberdade no emprego do tempo e a diminuição na exigência de
mão de obra.
c) a escassez de mão de obra qualificada, o esforço de importação e a disciplinarização do trabalhador.

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d) o controle rigoroso de qualidade, a introdução do relógio de ponto e a melhoria do sistema de


distribuição de mercadorias.
e) a especialização do trabalhador, o parcelamento de tarefas e a maquinização da produção.

40. (2006/Unesp)
Leia os dois textos seguintes. "No Ocidente Medieval, a unidade de trabalho é o dia [...] definido pela
referência mutável ao tempo natural, do levantar ao pôr-do-sol. [...] O tempo do trabalho é o tempo de
uma economia ainda dominada pelos ritmos agrários, sem pressas, sem preocupações de exatidão, sem
inquietações de produtividade".
(Jacques Le Goff. "O tempo de trabalho na crise do século XIV".)

"Na verdade não havia horas regulares: patrões e administradores faziam conosco o que queriam.
Normalmente os relógios das fábricas eram adiantados pela manhã e atrasados à tarde e em lugar de
serem instrumentos de medida do tempo eram utilizados para o engano e a opressão".
(Anônimo. "Capítulos na vida de um menino operário de Dundee", 1887.)

Entre as razões para as diferentes organizações do tempo do trabalho, pode-se citar:


a) a predominância no campo de uma relação próxima entre empregadores e assalariados, uma vez que
as atividades agrárias eram regidas pelos ritmos da natureza.
b) o impacto do aparecimento dos relógios mecânicos, que permitiram racionalizar o dia de trabalho, que
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passa a ser calculado em horas no campo e na cidade.


c) as mudanças trazidas pela organização industrial da produção, que originou uma nova disciplina e
percepção do tempo, regida pela lógica da produtividade.
d) o conflito entre a Igreja Católica, que condenava os lucros obtidos a partir da exploração do
trabalhador, e os industriais, que aumentavam as jornadas.
e) a luta entre a nobreza, que defendia os direitos dos camponeses sobre as terras, e a burguesia, que
defendia o êxodo rural e a industrialização.

6.3. Inéditas
1. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio)
Desde os tempos do confronto entre o Parlamento e Jaime I, ilustres partidários de cada um tomaram da
palavra para defender suas posições, produzindo discursos políticos de grande relevância e repercussão.
A restauração da monarquia em 1660 não sepultou as ideias elaboradas no período revolucionário, que
voltaram à tona com o novo conflito entre o Parlamento e o rei Carlos II, vinte anos mais tarde. Filósofos
como Tyrrel e Locke retomam a polêmica com Filmer e Hobbes, reinterpretando a tradição dos “direitos
naturais” sobre a qual se assentava todo o debate político do século.
GRESPAN, Jorge. Revolução Francesa e Iluminismo. São Paulo Contexto, 2019. p. 34.

O debate político decorrente do processo revolucionário inglês, verificado no decorrer do século XVI,
(A) contribuiu para a delimitação de limites ao poder monárquico.
(B) restringiu a consolidação dos pressupostos do liberalismo.
(C) permitiu a flexibilização de direitos individuais em favor da coletividade.

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(D) garantiu o arraigamento permanente do experimento republicano.


(E) forneceu as bases religiosas nas quais se assentava o absolutismo.

2. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio)


A Encyclopédie organizada por Denis Diderot tornou-se uma das mais famosas experiências de
popularização do conhecimento. O objetivo da coletânea que se propunha a reunir todo o conhecimento
existente sobre artes e ciências, para que este fosse partilhado a todos. Frequentes eram as críticas ao
clericalismo, a superstição e ao fanatismo nos verbetes, o que fez com que a obra fosse censurada diversas
vezes. O racionalismo contido na Enciclopédia se espalhou por toda a Europa das Luzes, sendo “a
revolução antes da Revolução”.
DURANT, Ariel; DURANT, Will. História da Civilização: a Era de Voltaire. Rio de Janeiro: Record, 1965. p. 594.

A “revolução” atribuída à publicação da Enciclopédia pelo texto se deu a partir


(A) da crítica às bases do chamado Antigo Regime e pelo papel atribuído ao conhecimento na
emancipação da humanidade.
(B) da inserção de seus valores pelo despotismo ilustrado e a difusão do conhecimento às camadas
marginais europeias.
(C) do apoio dado ao processo revolucionário francês e da defesa da laicização do ensino nas instituições
de ensino público.
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(D) da adesão das elites europeias à Ilustração e do estímulo dado às transformações dos dogmas
sustentados pela Igreja.
(E) da superação das estruturas monárquicas no continente europeu e da defesa da difusão do
conhecimento calcado pela Razão.

3. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita)


Leia o enunciado abaixo.
Entre 1763 e 1791, as ideias foram reformuladas, surgiram proposições inéditas e o vocabulário do mundo
público teve de ser redefinido para dar conta de uma nova configuração do pensamento que brotou no
território da antiga América inglesa.
STARLING, Heloisa Maria Murgel. A matriz norte-americana. In: BIGNOTTO, Newton (org.). Matrizes do republicanismo. Belo
Horizonte: Ed. UFMG, 2013. p. 231.
Considere as seguintes afirmações sobre as novas ideias políticas que fizeram parte do processo de
independência das Treze Colônias e da formação dos Estados Unidos da América.
I. Elaborada por Thomas Jefferson, a Declaração de Independência introdução as noções de igualdade
entre os homens, o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade.
II. Uma das marcas da chamada Revolução Americana foi a convicção de que uma república poderia ser
consolidada em um território de proporções continentais.
III. Um dos grandes paradoxos da Declaração de Independência foi demandar a universalidade de direitos
na esfera pública quando conservava o trabalho escravo no cerne de sua força produtiva.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.

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b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

4. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio)


Em 1829 a Comissão dos Lordes perguntou a um proeminente gerente de minas de carvão se a redução
dos salários nas minas do Tyne e do Wearside podia “ser efetuada sem perigo para a tranquilidade do
distrito, ou risco de destruição de todas as minas, com toda a maquinaria, e o valioso capital nelas
investido”. Ele achava que não. Inevitavelmente, o empregador que se defrontava com esses riscos fazia
uma pausa antes de provocá-los, com medo de que “sua propriedade e talvez sua vida (pudessem) correr
perigo em consequência”. “Muito mais patrões do que se podia esperar”, notou Sir John Clapham com
injustificada surpresa, apoiaram a manutenção das Leis dos Tecelões de Seda de Spitafields, porque sob
elas, alegavam eles “o distrito viveu num estado de quietude e de repouso”.
HOBSBAWM apud MARQUES, Adhemar Martins. História Contemporânea através de textos. São Paulo: Contexto, 2019. p. 53.

Com base nas informações fornecidas pelo texto, pode-se compreender o movimento do operariado
inglês caracterizado pela destruição das máquinas dos últimos anos do século XVIII e os primeiros do
século XIX como
(A) uma reação ingênua e ineficaz do operariado, afinal se voltava contra o maquinário industrial, e não
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contra a exploração empreendida pelos donos dos meios de produção.


(B) uma articulação que trouxe certos ganhos aos trabalhadores, afinal conferiu-lhes poder de negociação
diante do temor dos empregadores de terem seu maquinário comprometido.
(C) uma reação contrária ao processo de industrialização das atividades produtivas, encarado pelos
trabalhadores como causador do desemprego estrutural e da precarização.
(D) uma articulação que levou ao esgotamento dos conflitos entre patrões e empregados na Inglaterra, a
partir da formulação de uma legislação trabalhista.
(E) uma reação que contribuiu para a desagregação do sistema produtivo na Inglaterra, dificultando o
avanço do processo de mecanização das atividades produtivas.

5. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio)


A partir de 1751 começa a aparecer a Enciclopédia, que alcançou 36 volumes, dos quais oito de
ilustrações, num total de 71.818 verbetes, até o ano de sua conclusão, em 1772. Neste novo trabalho
imenso, não só a nova concepção da natureza como a da sociedade começa a ser difundida.
GRESPAN, Jorge. Revolução Francesa e Iluminismo. São Paulo: Contexto, 2019.

Elaborado pelos editores Diderot e D’Alambert, a Enciclopédia, que contou com a contribuição de diversos
pensadores iluministas, apresentou entre seus pressupostos a
(A) defesa da existência de dogmas teológicos.
(B) emancipação humana pelo primado da razão.
(C) a valorização do mercado editorial.
(D) crítica aos valores do liberalismo político.

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(E) legitimação do processo revolucionário francês.

6. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio)


Aqueles homens nunca destruíram os seus teares até que eles se tornassem inúteis, piores do que inúteis;
na verdade, até que as máquinas se tornassem impedimentos nos seus esforços de obterem os seus pães
diários. Podeis então se perguntar: em tempos como estes, quando falência, fraude e crime impugnado
são encontrados em posições não muito abaixo que de vós Lordes, o mais baixo, embora uma vez
pertencente à parte mais útil dos homens, poderia na sua angústia esquecer o seu dever e assim se tornar
menos culpado do que um de seus representantes?
Discurso de Lorde Byron a respeito da repressão contra os Ludistas. Disponível em: <file:///C:/Users/marco.tulio/Downloads/5957-Texto%20do%20artigo-
19919-1-10-20180529.pdf>. Acesso em: 28 maio 2021.

Ao analisar a atuação do movimento ludista na Inglaterra, o texto


(A) associa os efeitos do progresso técnico à insatisfação do operariado.
(B) considera a busca dos trabalhadores por direitos políticos no país.
(C) destaca as denúncias de corrupção como motivadoras dos motins.
(D) relaciona as transformações fabris com o agravamento da inflação.
(E) condena os danos causados pelos rebeldes à economia britânica.
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7. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio)


Uma vez estabelecidos os dois princípios — que a riqueza consiste no ouro e prata e que, em se tratando
de um país que não possui minas, esses metais só podem entrar pela balança comercial, isto é, exportando
um montante maior que o montante do valor importado — necessariamente passou-se a considerar como
o grande objetivo da Economia Política diminuir o máximo possível a importação de mercadorias
estrangeiras para consumo interno, e aumentar ao máximo possível a exportação de produtos do próprio
país. Consequentemente, os dois grandes motores para enriquecer um país consistiriam em restringir a
importação e estimular a exportação
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações-Adam Smith: Vol. I. LeBooks Editora, 2020.

Adam Smith foi um filósofo e economista nascido na Escócia. Através de suas obras, estabeleceu grandes
críticas ao meio socioeconômico de sua época. No trecho citado, o autor enfatiza as principais práticas de
uma política econômica conhecida como
a) liberalismo.
b) mercantilismo.
c) fisiocracia.
d) feudalismo.
e) absolutismo.

8. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio)


A Ilustração, ou Esclarecimento, não é um conjunto de ideias: é a atitude de falar publicamente usando a
própria razão e recusando as explicações tradicionais. Os resultados deste método nem sempre formam

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um conjunto coerente e definitivo de ideais – assim como seria incoerente com o Esclarecimento se
acreditássemos que as noções correntes de liberdade e democracia devem estar isentas de crítica.
Rodrigo Elias. Essa luz. Revista de História da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, ano 9, n. 104, maio 2014, p. 21.

Considerando as características do movimento cultural supracitado, assinale a alternativa correta.


a) O iluminismo consolidou um sistema de ideias compartilhado entre todos os adeptos, que contribuiu
para a desestruturação do chamado Antigo Regime.
b) A Ilustração suscitou a formação de uma opinião pública entre os meios letrados, o que impediu que
seus postulados fossem assimilados pelas camadas subalternas.
c) Os teóricos do Esclarecimento buscaram estimular a irrupção de processos revolucionários, com o
intuito de colapsar as instituições de autoridade na Europa.
d) Apesar de reunir pensadores com perspectivas conflitantes, o iluminismo representou um esforço
conjunto de compreensão da realidade à luz da experimentação.
e) A busca por alcançar uma verdade universal norteou o pensamento iluminista, cuja expectativa era a
consolidação de teses indubitáveis acerca dos fenômenos naturais e humanos.

9. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio)


A vida e a história de Juan Rodríguez parecem possuir mais incógnitas do que certezas. Ele era negro e,
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na primavera de 1613, desembarcou na região do rio Hudson, onde hoje fica a cidade de Nova York. Ele
chegou a bordo de um navio mercante holandês que passou por Santo Domingo, na ilha de Hispaniola
(atual República Dominicana e Haiti), que à época era colônia da Espanha. Isso marca a importância
histórica de Rodríguez como o primeiro habitante não originário dessas terras. O historiador James
Nevius, que é autor de vários livros sobre Nova York, argumenta que há uma tendência de
"embranquecer" a história. "(Rodríguez) representa a diversidade, a promessa da cidade de Nova York, e
uma luta constante com as pessoas que tentam se aproveitar", diz Nevius.
Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/06/13/a-fascinante-historia-de-juan-rodriguez-o-primeiro-
imigrante-de-nova-york.ghtml>. Acesso em: 17 jun. 2021.

De acordo com as informações fornecidas pelo texto, é correto afirmar que


A) as escassas informações existentes sobre o imigrante Juan Rodríguez tornam sua existência
questionada pelos historiadores norte-americanos.
B) a descoberta do personagem na região de Nova York não representa um marco historiográfico, afinal
sua presença não gerou contribuições efetivas para a dinâmica local.
C) a ênfase dada à figura histórica, resgatada como um habitante não originário de Nova York, contribui
para o apagamento das contribuições culturais legadas pelos indígenas locais.
D) o personagem contribui para a desconstrução de mitos arraigados no imaginário norte-americano
acerca de sua história, que negam o caráter plural de sua colonização.
E) o noticiamento da figura história revela que a colonização de Nova York se deu exclusivamente por
imigrantes hispânicos, diferentemente do ocorrido em outras regiões.

10. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio)

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Montesquieu reformula a tipologia clássica das formas políticas, no sentido de condenar a tirania. A
monarquia não é a forma mais centralizada do poder, pois é distinguida do despotismo: não
necessariamente o rei é um tirano, se governa junto com parlamentos e com a nobreza. A essa distinção
do Espírito das Leis segue-se, bem a propósito, um capítulo que analisa elogiosamente a Constituição da
Inglaterra, onde os representantes eleitos pela sociedade têm uma participação essencial. Sugerem-se,
com isso, também uma crítica e um caminho para os franceses.
GRESPAN, Jorge. Revolução Francesa e Iluminismo. São Paulo: Contexto, 2019. p. 39.

Como forma de se antever ao poder despótico, o teórico iluminista considera o(a)


A) federalismo, sistema pelo qual a administração é descentralizada entre entes autônomos.
B) republicanismo como uma garantia para a representação da vontade geral dos cidadãos.
C) a existência de poderes estatais independentes e autônomos entre si.
D) a instauração de um governo que garanta critérios abrangentes de participação política.
E) a adoção do parlamentarismo presidencialista, o que evitaria a concentração da autoridade.

7. GABARITO
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7.1. Enem
1.A 7.D 13.A
2.B 8.C 14.D
3.B 9.E 15.B
4.E 10.D 16.C
5.B 11.A 17.C
6.E 12.D 18.B

7.2. Outros Vestibulares


1.B 11.B 21.C 31.B
2.A 12.C 22.C 32.E
3.A 13.E 23.D 33.E
4.B 14.A 24.D 34.D
5.A 15.A 25.C 35.C
6.D 16.B 26.C 36.D
7.E 17.D 27.C 37.C
8.B 18.E 28.E 38.D
9.C 19.A 29.D 39.E
10.C 20.B 30.B 40.C

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7.3. Inéditas
1.A 6.A
2.A 7.B
3.E 8.D
4.B 9.D
5.B 10.C

8. LISTA DE QUESTÕES COMENTADA

8.1. Enem
1. (2021/ENEM)
Texto I
Macaulay enfatizou o glorioso acontecimento representado pela luta do Parlamento contra Carlos I em
prol da liberdade política e religiosa do povo inglês; significou o primeiro confronto entre a liberdade e a
tirania real, primeiro combate em favor do Iluminismo e do Liberalismo.
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ARRUDA, J. J. A. Perspectiva da Revolução Inglesa. Rev. Bras. Hist. n. 7, 1984 (adaptado)

Texto II
A Revolução Inglesa, como todas as revoluções, foi causada pela ruptura da velha sociedade, e não pelos
desejos da velha burguesia. Na década de 1640, camponeses se revoltaram contra os cercamentos,
tecelões contra a miséria resultante da depressão e os crentes contra o Anticristo a fim de instalar o reino
de Cristo na Terra.
HILL. C. Uma revolução burguesa? Rev. Bras. Hist. n. 7. 1984 (adaptado)
A concepção da Revolução Inglesa apresentada no texto II diferencia-se da do Texto I ao destacar a existência
de
a) pluralidade das demandas sociais.
b) homogeneidade das lutas religiosas.
c) unicidade das abordagens históricas.
d) superficialidade dos interesses políticos.
e) superioridade dos aspectos econômicos.
Comentários
- A alternativa A está correta. O Texto II destaca a o engajamento de setores populares nas Revoluções
Inglesas, que buscavam mudanças no quadro de miséria e expropriação de terras verificados à época. Tal
ponto não é destacado pelo Texto I, que reduz a Revolução Inglesa aos conflitos entre o poder real e o
Parlamento.
- A alternativa B está incorreta, afinal diversos setores religiosos se engajaram na Revolução Inglesa,
incluindo os puritanos, presbiterianos e minorias religiosas.

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- A alternativa C está incorreta, afinal os textos abordam aspectos distintos das Revoluções Inglesas.
Enquanto o Texto I destaca os embates entre o Parlamento e a Coroa, o Texto II considera a participação
e demandas de setores subalternos.
- A alternativa D está incorreta, pois os grupos que integraram o processo revolucionário apresentaram
múltiplos projetos políticos, prevalecendo as concepções do liberalismo.
- A alternativa E está incorreta, afinal outras questões também mobilizaram os revolucionários, incluindo
a limitação do poder real e o reforço das atribuições do Parlamento.
Gabarito: A

2. (2019/ENEM)
TEXTO I
A centralização econômica, o protecionismo e a expansão ultramarina engrandeceram o Estado, embora
beneficiassem a burguesia incipiente.
ANDERSON, P. In: DEYON, P. O mercantilismo. Lisboa: Gradiva, 1989 (adaptado).

TEXTO II
As interferências da legislação e das práticas exclusivistas restringem a operação benéfica da lei natural
na esfera das relações econômicas.
SMITH, A. Ariqueza das Nações. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (adaptado).
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Entre os séculos XVI e XIX, diferentes concepções sobre as relações entre Estado e economia foram
formuladas. Tais concepções, associadas a cada um dos textos, confrontam-se, respectivamente, na
oposição entre as práticas de
a) valorização do pacto colonial — combate à livre-iniciativa.
b) defesa dos monopólios régios — apoio à livre concorrência.
c) formação do sistema metropolitano — crítica à livre navegação.
d) abandono da acumulação metalista — estímulo ao livre-comércio.
e) eliminação das tarifas alfandegárias — incentivo ao livre-cambismo.
Comentários
- A alternativa A está incorreta. De fato, há uma valorização do pacto colonial no primeiro texto. No
entanto, o segundo trecho valoriza o liberalismo, que tem como pauta a livre-iniciativa. Portanto, não
pode existir uma noção de combate a esta.
- A alternativa B está correta. O primeiro trecho fala sobre o mercantilismo, que tinha como prática os
monopólios régios sobre inúmeros produtos, desde a produção até a distribuição/venda. O segundo texto
pauta sobre o liberalismo, que era o perfeito oposto disso e tinha como característica o apoio à livre
concorrência, propondo o fim dos monopólios e intervenções por parte do estado na economia, iniciando,
assim, uma era regida pelas leis do mercado (oferta e demanda).
- A alternativa C está incorreta, porque o liberalismo, tema principal do texto II, não tinha como pauta a
crítica à livre-navegação.
- A alternativa D está incorreta, porque o acúmulo de metais preciosos era uma das características
essenciais do mercantilismo (Texto I), portanto não poderia ser abandonada.

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- A alternativa E está incorreta, porque o mercantilismo, tema do texto I, era fortemente protecionista.
Isso significa que havia a intensa intervenção estatal na economia, buscando regular o volume de
produtos exportados e importados, para que o número de exportações fosse maior que as importações,
gerando uma balança econômica favorável. Para atingir tal objetivo, eram instauradas tarifas
alfandegárias, que basicamente são impostos sobre produtos importados. Essa prática era comum e
necessária ao bom funcionamento do sistema econômico mercantil, não podendo ser eliminada, como
sugere o enunciado.
Gabarito: B

3. (2019/ENEM)
Dificilmente passa-se uma noite sem que algum sitiante tenha seu celeiro ou sua pilha de cereais
destruídos pelo fogo. Vários trabalhadores não diretamente envolvidos nos ataques pareciam apoiá-los,
como se vê neste depoimento ao The Times: “deixa queimar, pena que não foi a casa”; “podemos nos
aquecer agora”; “nós só queríamos algumas batatas, há um fogo ótimo para cozinhá-las”.
HOBSBAWM, E.; RUDÉ, G. Capitão Swing. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982 (adaptado).

A revolta descrita no texto, ocorrida na Inglaterra no século XIX, foi uma reação ao seguinte processo
socioespacial:
a) Restrição da propriedade privada.
b) Expropriação das terras comunais.
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c) Imposição da estatização fundiária.


d) Redução da produção monocultora.
e) Proibição das atividades artesanais.
Comentários
- A alternativa A está incorreta. A revolta se relaciona com as leis de cercamento, que eram as restrições
e apropriações das terras comunais, visando impulsionar a industrialização. Tais terras não eram uma
propriedade privada, e sim um conjunto de terras utilizadas coletivamente pelos camponeses.
- A alternativa B está correta. A revolta descrita foi uma resposta às leis de cercamento impostas pelos
monarcas ingleses. Na Inglaterra existiam, até então, as terras comunais, que derivavam do período
medieval e eram locais de uso comum dos camponeses, onde eles obtinham acesso a lenha e pasto, por
exemplo. Com o início da Revolução Industrial, cresceu a necessidade de obtenção de lã, que era retirada
das ovelhas. A solução para produzir mais lã foi realizar o cercamento dessas terras comuns e torná-las
propriedade de algum senhor, realizando ali a criação de tais animais. Essas expropriações geraram
revoltas, como as citadas no trecho.
- A alternativa C está incorreta, porque essas terras expropriadas não se tornavam propriedade do estado,
e sim de alguns membros da burguesia. Portanto, não se pode falar de “estatização fundiária”.
- A alternativa D está incorreta, porque a produção de uma monocultura foi estimulada nesse período. As
terras eram expropriadas, em sua maioria, para a produção de lã.
- A alternativa E está incorreta, porque em nenhum momento as atividades artesanais foram restringidas.
Como citado, a revolta se relaciona com questões fundiárias.
Gabarito: B

4. (2017/ENEM)

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Fala-se muito nos dias de hoje em direitos do homem. Pois bem: foi no século XVIII — em 1789,
precisamente — que uma Assembleia Constituinte produziu e proclamou em Paris a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão. Essa Declaração se impôs como necessária para um grupo de
revolucionários, por ter sido preparada por uma mudança no plano das ideias e das mentalidades: o
lluminismo.
FORTES, L. R. S. O lluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 1981 (adaptado).

Correlacionando temporalidades históricas, o texto apresenta uma concepção de pensamento que tem
como uma de suas bases a
a) modernização da educação escolar.
b) atualização da disciplina moral cristã.
c) divulgação de costumes aristocráticos.
d) socialização do conhecimento científico.
e) universalização do princípio da igualdade civil.
Comentários
- A alternativa A está incorreta. Embora o iluminismo tenha pautado sobre questões de educação escolar,
estas não aparecem no texto da questão, que foca nos aspectos de direitos civis.
- A alternativa B está incorreta, porque o Iluminismo, tema central do trecho, não pautava sobre a
atualização da disciplina moral cristã. Esse movimento buscava uma visão mais racional da fé, pregando
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a tolerância religiosa e a separação da igreja e estado.


- A alternativa C está incorreta, haja visto que os iluministas se opunham à grande parte dos costumes
aristocráticos.
- A alternativa D está incorreta, apesar de buscar a apresentação de suas concepções na esfera pública, o
iluminismo não tinha a pretensão de tornar o debate das ideias algo aplicável a todos. Essa noção de
tornar o conhecimento acessível surge posteriormente, não fazendo parte desta corrente de pensamento.
- A alternativa E está correta. O texto cita constantemente a Declaração dos Direitos do Homem, que foi
um documento importantíssimo, produzido no fim do século XVIII. Tal documento foi fortemente
influenciado pelo pensamento iluminista, propondo noções de igualdade civil, que era uma das grandes
ideias e características do iluminismo. Vale lembrar que a igualdade proposta pelos iluministas se dá no
campo jurídico/civil, não no campo econômico.
Gabarito: E

5. (2012/ENEM)
Que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para suspender as leis ou seu cumprimento.
Que é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o concurso do Parlamento, sob pretexto de
prerrogativa, ou em época e modo diferentes dos designados por ele próprio.
Que é indispensável convocar com frequência os Parlamentos para satisfazer os agravos, assim como para
corrigir, afirmar e conservar leis.
Declaração de Direitos. Disponível em: http://disciplinas.stoa.usp.br Acesso em: 20 dez. 2011 (adaptado).

No documento de 1689, identifica-se uma particularidade da Inglaterra diante dos demais Estados
europeus na Época Moderna. A peculiaridade inglesa e o regime político que predominavam na Europa
continental estão indicados, respectivamente, em:

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a) Redução da influência do papa – Teocracia.


b) Limitação do poder do soberano – Absolutismo.
c) Ampliação da dominação da nobreza – República.
d) Expansão da força do presidente – Parlamentarismo.
e) Restrição da competência do congresso – Presidencialismo.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, porque o documento não cita a diminuição da influência do papa. Além
disso, o regime político predominante na Europa da Idade Moderna não era teocrático, e sim absolutista.
- A alternativa B está correta. O século XVII foi muito turbulento na Inglaterra, com a ascensão de
monarcas que pretendiam ser absolutos e governar sozinhos o país. No entanto, existia, já nesse período,
o parlamento, que restringia e limitava os poderes do soberano. O documento da questão é uma
reafirmação do poder desse parlamento, aumentando sua importância em detrimento do poder real. Isso
é o oposto do que acontecia no resto da Europa, onde havia a existência de inúmeros regimes absolutistas
em que o poder era totalmente concentrado nas mãos do rei, sem qualquer restrição.
- A alternativa C está incorreta, porque o documento marca a ampliação do poder do parlamento inglês,
não da nobreza. Do mesmo modo, não havia, naquele período, regimes republicanos na Europa.
- A alternativa D está incorreta, porque não havia presidentes na Inglaterra daquele período, já que existia
um regime monárquico. Além disso, o parlamentarismo não era o regime político predominante na
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Europa.
- A alternativa E está incorreta, pois o trecho demonstra exatamente o oposto de uma restrição da
competência do congresso. Além disso, o regime presidencialista não existia na Europa daquele período.
Gabarito: B

6. (2010/ENEM)
A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros. Tudo se transformava em lucro. As cidades tinham a sua sujeira
lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa,
seu desespero lucrativo. As novas fábricas e os novos altos-fornos eram como as Pirâmides, mostrando
mais a escravização do homem que o seu poder.
DEANE, P. A Revolução Industrial. Zahar, 1979 (adaptado)

Qual relação é estabelecida no texto, entre os avanços tecnológicos ocorridos no contexto da revolução
Industrial Inglesa, e as características das cidades industriais no início do século XIX?
a) A facilidade em se estabelecer relações lucrativas, transformava as cidades em espaços privilegiados
para livre iniciativa, característica da nova sociedade capitalista.
b) O desenvolvimento de métodos de planejamento urbano aumentava a eficiência do trabalho industrial.
c) A construção de núcleos urbanos integrados por meios de transporte facilitava o deslocamento dos
trabalhadores das periferias até as fábricas.
d) A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as fábricas revelavam os avanços da engenharia e da
arquitetura do período, transformando as cidades em locais de experimentação estética e artística.
e) O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais ocasionava o surgimento de aglomerados
urbanos, marcados por péssimas condições de moradia, saúde e higiene.
Comentários

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- A alternativa A está incorreta, porque o trecho estabelece uma relação entre o crescente lucro e a
desordem/falta de planejamento das cidades. Não há, portanto, qualquer citação às cidades serem
“espaços privilegiados”, como sugere o enunciado.
- A alternativa B está incorreta, porque o texto denota uma forte falta de planejamento urbano naquele
período. Logo, não se pode falar de “desenvolvimento de métodos de planejamento urbano”.
- A alternativa C está incorreta, porque em nenhum momento o trecho cita os transportes públicos do
período. Por isso, não há relação entre a resposta e a questão.
- A alternativa D está incorreta, porque as cidades não demonstravam ser locais de “experimentação
estética e artística”. Eram o oposto disso, sendo lugares de completa desordem social e geográfica, como
sugere o trecho.
- A alternativa E está correta. O texto marca uma grande contradição: os trabalhadores eram explorados
e geravam altos lucros nas fábricas, porém esses lucros não se refletiam nas cidades e na qualidade de
vida dessas pessoas. Embora fosse um período de grande prosperidade, a maior parte da população vivia
miseravelmente, em locais insalubres e malcuidados, como denota o trecho da questão.
Gabarito: E

7. (2009/ENEM)
A prosperidade induzida pela emergência das máquinas de tear escondia uma acentuada perda de
prestígio. Foi nessa idade de ouro que os artesãos, ou os tecelões temporários, passaram a ser
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denominados, de modo genérico, tecelões de teares manuais. Exceto em alguns ramos especializados, os
velhos artesãos foram colocados lado a lado com novos imigrantes, enquanto pequenos fazendeiros-
tecelões abandonaram suas pequenas propriedades para se concentrar na atividade de tecer. Reduzidos
à completa dependência dos teares mecanizados ou dos fornecedores de matéria-prima, os tecelões
ficaram expostos a sucessivas reduções dos rendimentos.
THOMPSON, E. P. The making of the english working class. Harmondsworth: Penguin Books, 1979 (adaptado).

Com a mudança tecnológica ocorrida durante a Revolução Industrial, a forma de trabalhar alterou-se
porque:
a) a invenção do tear propiciou o surgimento de novas relações sociais.
b) os tecelões mais hábeis prevaleceram sobre os inexperientes.
c) os novos teares exigiam treinamento especializado para serem operados.
d) os artesãos, no período anterior, combinavam a tecelagem com o cultivo de subsistência.
e) os trabalhadores não especializados se apropriaram dos lugares dos antigos artesãos nas fábricas.
Comentários
- A alternativa A está incorreta. De fato, a invenção do tear propiciou o surgimento e modificação de
relações sociais. No entanto, essa modificação não foi essencial para a alteração das formas de trabalho,
e sim para a modificação de traços culturais e sociais do período. Logo, não é isso que a questão está
buscando saber.
- A alternativa B está incorreta. Como denota o texto, havia a inserção de novos e inexperientes
imigrantes, lado a lado com artesões experientes. Portanto, não se pode falar no prevalecimento destes
artesões sobre outros, já que o texto demonstra o contrário disso.
- A alternativa C está incorreta, porque os teares não necessitavam de treinamento especializado para
serem operados. Era suficiente um treinamento comum.

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- A alternativa D está correta. Antes da Revolução Industrial, o artesão era também fazendeiro. Ou seja:
ele produzia os materiais necessários para a produção e também alimentos para sua subsistência. Com o
início da industrialização, estes artesões são obrigados a irem para as cidades, onde eles somente
trabalham nas indústrias e precisam comprar a comida que garante a sua sobrevivência. Esse processo foi
uma grande modificação no modo de trabalho destas pessoas.
- A alternativa E está incorreta, porque não é algo que contempla sentido, do ponto de vista lógico. Um
trabalhador sem especialização jamais tomaria o lugar de um trabalhador qualificado, que possui anos de
experiência naquela função.
Gabarito: D

8. (2007/ENEM)
Em 4 de julho de 1776, as treze colônias que vieram inicialmente a constituir os Estados Unidos da América
(EUA) declaravam sua independência e justificavam a ruptura do Pacto Colonial. Em palavras
profundamente subversivas para a época, afirmavam a igualdade dos homens e apregoavam como seus
direitos inalienáveis: o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade. Afirmavam que o poder dos
governantes, aos quais cabia a defesa daqueles direitos, derivava dos governados.
Esses conceitos revolucionários que ecoavam o Iluminismo foram retomados com maior vigor e amplitude
treze anos mais tarde, em 1789, na França.
Emília Viotti da Costa. Apresentação da coleção. In: Wladimir Pomar. “Revolução Chinesa”. São Paulo: UNESP, 2003 (com adaptações).

Considerando o texto acima, acerca da independência dos EUA e da Revolução Francesa, assinale a opção
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correta.
a) A independência dos EUA e a Revolução Francesa integravam o mesmo contexto histórico, mas se
baseavam em princípios e ideais opostos.
b) O processo revolucionário francês identificou-se com o movimento de independência norte-americana
no apoio ao absolutismo esclarecido.
c) Tanto nos EUA quanto na França, as teses iluministas sustentavam a luta pelo reconhecimento dos
direitos considerados essenciais à dignidade humana.
d) Por ter sido pioneira, a Revolução Francesa exerceu forte influência no desencadeamento da
independência norte-americana.
e) Ao romper o Pacto Colonial, a Revolução Francesa abriu o caminho para as independências das colônias
ibéricas situadas na América.
Comentários
. - A alternativa A está incorreta. Os dois movimentos eram pautados pelos mesmos princípios e ideais
iluministas, que pregavam a igualdade e a liberdade.
- A alternativa B está incorreta, porque ambos os movimentos lutavam contra o absolutismo, fosse ele
inglês ou francês, esclarecido ou não. Portanto, não há uma ideia de apoio a essa causa absolutista.
- A alternativa C está correta. Ambos processos revolucionários se pautaram nos ideais iluministas. No
Iluminismo, havia a concepção da existência de direitos universais e inerentes ao homem. Exemplos
desses direitos eram o direito à vida e à liberdade. Como afirma o texto, tais noções estavam presentes
no processo norte-americano. Do mesmo modo, estavam presentes na Revolução Francesa, bastando
lembrar do lema “liberdade, igualdade e fraternidade” e da divulgação da Declaração dos Direitos do
Homem, em 1789.

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- A alternativa D está incorreta, porque a Revolução Francesa não foi pioneira, já que ela ocorreu
posteriormente. A Independência dos E.U.A se deu no ano de 1776, enquanto a Revolução Francesa se
iniciou em 1789.
- A alternativa E está incorreta. A Revolução Francesa não rompeu o pacto colonial. Isso foi feito pelo
movimento de Independência estadunidense, que rompeu as relações possuídas com a metrópole
Inglaterra, onde se inclui a prática do pacto colonial
Gabarito: C

9. (2001/ENEM)

"… Um operário desenrola o arame, o outro o endireita, um terceiro corta, um quarto o afia nas pontas
para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer a cabeça do alfinete requerem-se 3 ou 4 operações
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diferentes, …”
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. Investigação sobre a sua Natureza e suas Causas. Vol. I. São Paulo: Nova Culturas, 1985.

A respeito do texto e do quadrinho são feitas as seguintes afirmações:


I. Ambos retratam a intensa divisão do trabalho, à qual são submetidos os operários.
II. O texto refere-se à produção informatizada e o quadrinho, à produção artesanal.
III. Ambos contêm a ideia de que o produto da atividade industrial não depende do conhecimento de todo
o processo por parte do operário.
Dentre essas afirmações, apenas
a) I está correta.
b) II está correta.
c) III está correta.
d) I e II estão corretas.
e) I e III estão corretas.
Comentários
- O item I está correto, haja visto que uma das grandes características da industrialização é a intensa
divisão do trabalho. Em uma fábrica existem diversos setores, que desempenham funções específicas e
distintas, até que se chegue ao produto final.
- O item II está incorreto, porque é o oposto disso. O texto faz referência a uma produção mais manual,
enquanto no quadrinho percebemos a existência de máquinas tecnológicas e informatizadas.

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- O item III está correto. A intensa divisão do trabalho faz com que o operário seja responsável por uma
pequena parte da produção, e não pela produção de todo o produto final. Como percebemos na charge,
o trabalhador passou 30 anos ali naquela indústria e não sabia qual mercadoria ele construía.
- Como apenas os itens I e III estão corretos, a alternativa correta é a de letra E.
Gabarito: E

10. (2000/ENEM)
O texto abaixo, de John Locke (1632-1704), revela algumas características de uma determinada corrente
de pensamento:
Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria
pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que
abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio
responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a utilização do mesmo é muito incerta e
está constantemente exposto à invasão de terceiros porque, sendo todos senhores tanto quanto ele, todo
o homem igual a ele e, na maior parte, pouco observadores da equidade e da justiça, o proveito da
propriedade que possui nesse estado é muito inseguro e muito arriscado. Estas circunstâncias obrigam-
no a abandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem
razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem
unir-se para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade.
(Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991.)
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Do ponto de vista político, podemos considerar o texto como uma tentativa de justificar:
a) A existência do governo como um poder oriundo da natureza.
b) A origem do governo como uma propriedade do rei.
c) O absolutismo monárquico como uma imposição da natureza humana.
d) A origem do governo como uma proteção à vida, aos bens e aos direitos.
e) O poder dos governantes, colocando a liberdade individual acima da propriedade.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, porque, como citado no começo do trecho, no estado de natureza o
homem é livre. Portanto, a existência do governo não decorre da natureza, e sim da vida em sociedade e
suas consequências.
- A alternativa B está incorreta. Como percebemos no trecho, não há citação direta a nenhuma forma de
governo, muito menos à figura real.
- A alternativa C está incorreta. O trecho pauta sobre a liberdade e o papel dos governos em garantir
determinados direitos. Não poderia se tratar do absolutismo monárquico, já que nesse modelo político
ocorre a forte intervenção do estado na economia e a inexistência de certas liberdades.
- A alternativa D está correta. Locke foi um dos precursores do pensamento liberal. Para ele, era papel do
governo garantir o acesso e proteção a determinados direitos e liberdades, tal como direito à vida e à
propriedade privada. No entanto, não era papel do estado intervir em aspectos econômicos, o que está
de acordo com o pensamento exposto pelo liberalismo. Portanto, o estado serviria para amparar a
população, agindo como mediador em situações onde direitos e liberdades fossem feridos, garantindo a
ordem social, sem intervenções financeiras.

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- A alternativa E está incorreta, porque o texto não demonstra uma hierarquização entre liberdade
individual e propriedade. Os dois são importantes para o autor, e seria papel do estado a garantia de
ambos.
Gabarito: D

11. (2000/ENEM)
O texto abaixo, de John Locke (1632-1704), revela algumas características de uma determinada corrente
de pensamento:
Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria
pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que
abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio
responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a utilização do mesmo é muito incerta e
está constantemente exposto à invasão de terceiros porque, sendo todos senhores tanto quanto ele, todo
o homem igual a ele e, na maior parte, pouco observadores da equidade e da justiça, o proveito da
propriedade que possui nesse estado é muito inseguro e muito arriscado. Estas circunstâncias obrigam-
no a abandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem
razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem
unir-se para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade.
(Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991.)

Analisando o texto, podemos concluir que se trata de um pensamento:


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a) do liberalismo.
b) do socialismo utópico.
c) do absolutismo monárquico.
d) do socialismo científico.
e) do anarquismo.
Comentários
- A alternativa A está correta. As ideias de Locke são uma das bases do pensamento liberal. Esse
pensamento se relacionava amplamente com a burguesia, que crescia em poder e influência no período.
Pregava a liberdade acima de tudo, além da defesa da propriedade privada. Todos esses aspectos estão
inseridos no trecho da questão, como pode ser observado.
- A alternativa B está incorreta, porque o socialismo utópico não defendia a propriedade privada. Nesse
sistema não existia tal noção, haja visto que tudo pertencia ao estado, que distribuía os bens.
- A alternativa C está incorreta. O texto apresenta uma forte noção de liberdade, tanto individual quanto
em fatores mais amplos, como os econômicos. Tal característica não está presente no absolutismo
monárquico, que realizava fortes intervenções na economia, rompendo com tal ideal de liberdade.
- A alternativa D está incorreta, porque não havia, no socialismo científico, a noção de propriedade
privada, que é fortemente característica do texto de Locke.
- A alternativa E está incorreta. O anarquismo é uma doutrina que prega o fim de qualquer forma de
dominação. Como podemos observar no texto, Locke admite que o ser humano precisa, para garantir seu
bem-estar, abrir mão de certas liberdades e admitir a existência dos governos. Isso é o oposto do que
prega o anarquismo.

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Gabarito: A

12. (2016/ENEM 2ª APLICAÇÃO)


Em virtude da importância dos grandes volumes de matérias-primas na indústria química — eram
necessárias dez a doze toneladas de ingredientes para fabricar uma tonelada de soda —, a indústria teve
uma localização bem definida quase que desde o início. Os três centros principais eram a área de Glasgow
e as margens do Mersey e do Tyne.
LANDES, D. S. Prometeu desacorrentado: transformação tecnológica e desenvolvimento industrial na Europa ocidental, desde 1750 até a nossa época. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 1994.

A relação entre a localização das indústrias químicas e das matérias-primas nos primórdios da Revolução
Industrial provocou a
a) busca pela isenção de impostos.
b) intensa qualificação da mão de obra.
c) diminuição da distância dos mercados consumidores.
d) concentração da produção em determinadas regiões do país.
e) necessidade do desenvolvimento de sistemas de comunicação.
Comentários
- A alternativa A está incorreta. Independente da localização, essas indústrias continuavam sofrendo a
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cobrança de impostos. Portanto, não há relação com a isenção destes.


- A alternativa B está incorreta, porque em nenhum momento o trecho da questão pauta sobre a mão de
obra ou sua qualificação. Além disso, o trabalho nas fábricas era muito braçal no início da Revolução
Industrial, portanto não era necessária a “intensa qualificação”.
- A alternativa C está incorreta. O texto não cita a existência de um mercado consumidor. Na verdade, ele
chama atenção para a criação das áreas industriais na Inglaterra, que são formadas próximas às áreas de
produção da matéria-prima. Portanto, não há uma relação com o mercado consumidor, e sim com a
produção dos bens industriais.
- A alternativa D está correta. Para que houvesse o maior lucro possível, as fábricas ficavam próximas às
áreas que forneciam matéria-prima. Com isso, diminuía-se o preço das logísticas envolvendo transporte
e armazenamento. Por conta dessa lógica, houve a concentração da produção nas regiões com grandes
áreas de fornecimento de matéria-prima, tal como Glasgow e Mersey.
- A alternativa E está incorreta. O desenvolvimento das comunicações fez parte de um processo posterior
da Revolução Industrial. No período inicial, como denota a questão, ele não era tão importante e
essencial.
Gabarito: D

13. (2010/ENEM 2ª APLICAÇÃO)


Os cercamentos do século XVIII podem ser considerados como sínteses das transformações que levaram
à consolidação do capitalismo na Inglaterra. Em primeiro lugar, porque sua especialização exigiu uma
articulação fundamental com o mercado. Como se concentravam na atividade de produção de lã, a
realização da renda dependeu dos mercados, de novas tecnologias de beneficiamento do produto e do
emprego de novos tipos de ovelhas. Em segundo lugar, concentrou-se na inter-relação do campo com a
cidade e, num primeiro momento, também se vinculou à liberação de mão de obra.

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RODRIGUES, A. E. M. Revoluções burguesas. In: REIS FILHO, D. A. et al (Orgs.) O Século XX, v. I. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000 (adaptado).

Outra consequência dos cercamentos que teria contribuído para a Revolução Industrial na Inglaterra foi
o
a) aumento do consumo interno.
b) congelamento do salário mínimo.
c) fortalecimento dos sindicatos proletários.
d) enfraquecimento da burguesia industrial.
e) desmembramento das propriedades improdutivas.
Comentários
- A alternativa A está correta. Os cercamentos foram práticas executadas no começo da Revolução
Industrial, onde se expropriava terras comunais para a produção de lã. Essas expropriações corroboraram
pro processo de êxodo rural e inchamento das cidades inglesas, que se tornaram locais economicamente
importantes. Com a maior parte da população vivendo no meio urbano e recebendo salários (baixos),
crescia a demanda por produtos e gêneros alimentícios. Portanto os cercamentos corroboraram para o
aumento do consumo interno na Inglaterra.
- A alternativa B está incorreta, porque nesse período não havia um salário mínimo instituído
formalmente. Portanto, não se pode falar no congelamento deste.
- A alternativa C está incorreta, porque havia a proibição da associação de trabalhadores (sindicatos) nesse
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período.
- A alternativa D está incorreta. Esse período marca o fortalecimento da burguesia industrial, que cresceu
em prestígio e poder econômico. Logo não ocorre um “enfraquecimento”, como sugere o enunciado.
- A alternativa E está incorreta. As propriedades improdutivas foram expropriadas para produção de
matérias-primas industriais. No entanto, não ocorre o desmembramento destas, que passam a pertencer
inteiramente à burguesia industrial.
Gabarito: A

14. (2017/ENEM PPL)


Os direitos civis, surgidos na luta contra o Absolutismo real, ao se inscreverem nas primeiras constituições
modernas, aparecem como se fossem conquistas definitivas de toda a humanidade. Por isso, ainda hoje
invocamos esses velhos “direitos naturais” nas batalhas contra os regimes autoritários que subsistem.
QUIRINO, C. G.; MONTES, M. L. Constituições. São Paulo: Ática, 1992 (adaptado).

O conjunto de direitos ao qual o texto se refere inclui


a) voto secreto e candidatura em eleições.
b) moradia digna e vagas em universidade.
c) previdência social e saúde de qualidade.
d) igualdade jurídica e liberdade de expressão.
e) filiação partidária e participação em sindicatos.
Comentários

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- A alternativa A está incorreta, porque o voto secreto e candidatura em eleições não são tidos como
direitos naturais. Esses integram a esfera da cidadania.
- A alternativa B está incorreta. Embora sejam necessidades humanas, moradia digna e vagas em
universidade não constituem os chamados direitos naturais.
- A alternativa C está incorreta, pois previdência social e saúde de qualidade são conquistas das
constituições mais recentes, não fazendo parte dos direitos naturais pregados pelos iluministas, ainda no
período absolutista.
- A alternativa D está correta. O Iluminismo surgiu na luta contra o Absolutismo. Essa corrente de
pensamento pregava a igualdade de todos perante a lei, além da liberdade de se expressar sem medo de
sofrer retaliações. Para os pensadores desse movimento, tais direitos eram naturais e inerentes a todos
seres humanos, desde seu nascimento, independente de outros mecanismos jurídicos.
- A alternativa E está incorreta. Tais direitos não fazem parte dos direitos naturais, além de não possuírem
relação com o período absolutista, já que não existiam sindicatos naquele momento.
Gabarito: D

15. (2013/ENEM PPL)


TEXTO I
O aparecimento da máquina movida a vapor foi o nascimento do sistema fabril em grande escala,
representando um aumento tremendo na produção, abrindo caminho na direção dos lucros, resultado do
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aumento da procura. Eram forças abrindo um novo mundo.


HUBERMAN, L. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1974 (adaptado).

TEXTO II
Os edifícios das fábricas adaptavam-se mal à concentração de numerosa mão de obra, reunida para longos
dias de trabalho, numa situação árdua e insalubre. O trabalho nas fábricas destruiu o sistema doméstico
de produção. Homens, mulheres e crianças deixavam os lugares onde moravam para trabalhar em
diferentes fábricas.
LEITE, M. M. Iniciação à história social contemporânea. São Paulo: Cultrix,1980 (adaptado).

As estratégias empregadas pelos textos para abordar o impacto da Revolução Industrial sobre as
sociedades que se industrializavam são, respectivamente,
a) ressaltar a expansão tecnológica e deter-se no trabalho doméstico.
b) acentuar as inovações tecnológicas e priorizar as mudanças no mundo do trabalho.
c) debater as consequências sociais e valorizar a reorganização do trabalho.
d) indicar os ganhos sociais e realçar as perdas culturais.
e) minimizar as transformações sociais e criticar os avanços tecnológicos.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, porque o segundo texto não se detém ao trabalho doméstico. Percebemos
a ênfase no trabalho industrial e o modo como era conduzido no período, em comparação ao trabalho
doméstico.
- A alternativa B está correta. O texto I enfatiza a importância da máquina a vapor nas mudanças do
sistema de produção do período, portanto acentua as inovações tecnológicas. O segundo texto busca

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demonstrar as mudanças no mundo do trabalho, se atendo à transição do trabalho doméstico para o


fabril, evidenciando o impacto dessas transformações.
- A alternativa C está incorreta, porque o segundo texto não “valoriza a reorganização do trabalho”. Na
verdade, há um aspecto de desvalorização dessas mudanças, trazendo alguns aspectos negativos delas.
Além disso, o primeiro texto não busca debater as consequências sociais, já que traz uma visão otimista,
focada nos lucros e avanços tecnológicos.
- A alternativa D está incorreta, porque o primeiro texto não indica ganhos sociais, e sim ganhos
econômicos (alta lucratividade das atividades industriais).
- A alternativa E está incorreta, porque o segundo texto não critica os avanços tecnológicos. Na verdade,
o texto demonstra as transformações no modo de trabalho (doméstico para fabril) e suas consequências.
Gabarito: B

16. (2013/ENEM PPL)


O servo pertence à terra e rende frutos ao dono da terra. O operário urbano livre, ao contrário, vende-se
a si mesmo e, além disso, por partes. Vende em leilão 8,10,12,15 horas da sua vida, dia após dia, a quem
melhor pagar, ao proprietário das matérias-primas, dos instrumentos de trabalho e dos meios de
subsistência, isto é, ao capitalista.
MARX, K. Trabalho assalariado e capital & salário, preço e lucro. São Paulo: Expressão Popular, 2010.

O texto indica que houve uma transformação dos espaços urbanos e rurais com a implementação do
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sistema capitalista, devido às mudanças tecnossociais ligadas ao


a) desenvolvimento agrário e ao regime de servidão.
b) aumento da produção rural, que fixou a população nesse meio.
c) desenvolvimento das zonas urbanas e às novas relações de trabalho.
d) aumento populacional das cidades associado ao regime de servidão.
e) desenvolvimento da produção urbana associada às relações servis de trabalho.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, porque o regime de servidão é uma característica do período feudal, que
está cronologicamente distante da era capitalista a qual o texto se refere.
- A alternativa B está incorreta, porque o período de implementação do sistema capitalista é fortemente
marcado pelo êxodo rural e inchaço das cidades. Ou seja: a população estava saindo do meio rural, não
se fixando nele, como sugere o enunciado.
- A alternativa C está correta. Com a implementação do capitalismo, houve forte êxodo rural e
desenvolvimento das regiões urbanas. Em tais regiões prevalecia o modo fabril de trabalho, que trazia
novas relações pautadas pela maximização dos lucros e maior efetividade da produção industrial. Isso se
diferenciava do trabalho adotado no mundo rural, que era voltado para a subsistência, sem a noção de
lucro e venda de horas de trabalho, como é citado no texto.
- A alternativa D está incorreta, porque o regime de servidão foi uma característica do período feudal,
ainda na Idade Média. Não possui relações diretas com o período de início do capitalismo.
- A alternativa E está incorreta. As relações servis de trabalho são uma característica da sociedade feudal,
que não possui laços com o capitalismo iniciado na modernidade. As relações servis são resumidas na
primeira frase do texto: “O servo pertence à terra e rende frutos ao dono da terra”.

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Gabarito: C

17. (2011/ENEM PPL)


Os principais distúrbios começaram em Nottingham, em 1811. Uma grande manifestação de malharistas,
gritando por trabalho e por um preço mais liberal, foi dissolvida pelo exército. Naquela noite, sessenta
armações de malha foram destruídas na grande vila de Arnold por amotinados que não tomaram
nenhuma precaução em se disfarçar e foram aplaudidos pela multidão.
THOMPSON, E.P. A formação da classe operária inglesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987 (fragmento).

Esse texto diz respeito à nova realidade socioeconômica da Inglaterra implantada a partir da Revolução
Industrial. A principal consequência para os trabalhadores nas primeiras décadas do século XIX se
manifestou por meio
a) de petições enviadas ao Parlamento inglês na defesa de direitos coletivos.
b) do descontentamento pelo aumento de preços dos alimentos básicos e moradia.
c) da conquista de direitos trabalhistas pela atuação combativa dos sindicatos.
d) da destruição de máquinas que deterioravam as condições de vida e de trabalho.
e) da vitória sobre a burguesia, com a redução da jornada de trabalho para oito horas.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, porque, como denota o texto, as atitudes tomadas pelos trabalhadores
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foram mais drásticas do que o simples envio de petições ao parlamento.


- A alternativa B está incorreta. De fato, havia um descontentamento entre os trabalhadores. No entanto,
tal descontentamento era direcionado à ausência de direitos trabalhistas e às péssimas condições de
trabalho.
- A alternativa C está correta. O texto narra uma atitude extremamente combativa por parte dos
sindicatos: a destruição de equipamentos industriais. Essa insatisfação era resultado das péssimas
condições de trabalho, atreladas à ausência de direitos trabalhistas e recorrente exploração dos
operários. Essas e outras formas de protesto acabaram por resultar na conquista de direitos, como denota
o enunciado.
- A alternativa D está incorreta. A destruição das máquinas foi um ato de protesto, visando atingir aqueles
que realmente deterioravam as condições de vida e de trabalho: os donos das indústrias. Logo, não eram
as máquinas que causavam dano aos operários, e sim a ausência de direitos e a exploração.
- A alternativa E está incorreta, porque a redução da jornada de trabalho para oito horas ocorreu muitos
anos depois dos acontecimentos narrados no texto, não sendo uma consequência direta destes. Além
disso, não marcou uma vitória sobre a burguesia, que continuou, ao longo dos anos, como classe social
prestigiada e importante.
Gabarito: C

18. (2011/ENEM PPL)


As relações sociais, produzidas a partir da expansão do mercado capitalista ― e o sistema de fábrica é seu
“estágio superior" ―, tornaram possível o desenvolvimento de uma determinada tecnologia, isto é,
aquela que supõe a priori a expropriação dos saberes daqueles que participam do processo de trabalho.
Nesse sentido, foi no sistema de fábrica que uma dada tecnologia pôde se impor, não apenas como

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instrumento para incrementar a produtividade do trabalho, mas, muito principalmente, como


instrumento para controlar, disciplinar e hierarquizar esse processo de trabalho.
DECCA, E. S. O Nascimento das Fábricas. São Paulo: Brasiliense, 1986 (fragmento).

Mais do que trocar ferramentas pela utilização de máquinas, o capitalismo, por meio do “sistema de
fábrica”, expropriou o trabalhador do seu “saber fazer”, provocando, assim,
a) a desestruturação de atividades lucrativas praticadas pelos artesãos ingleses desde a Baixa Idade
Média.
b) a divisão e a hierarquização do processo laboral, que ocasionaram o distanciamento do trabalhador do
seu produto final.
c) o movimento dos trabalhadores das áreas urbanas em direção às rurais, devido à escassez de postos
de trabalho nas fábricas.
d) a organização de grupos familiares em galpões para elaboração e execução de manufaturas que seriam
comercializadas.
e) a associação da figura do trabalhador à do assalariado, fato que favorecia a valorização do seu trabalho
e a inserção no processo fabril.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, porque o capitalismo não gerou a desestruturação das atividades
praticadas pelos artesãos. Na verdade, houve uma reestruturação, gerando novas dinâmicas de processo
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de trabalho.
- A alternativa B está correta. Com a Revolução Industrial, houve uma intensa divisão do trabalho. Esse
processo de divisão aumentava a produtividade e o lucro, na medida que permitia a produção em larga
escala de determinadas mercadorias. No entanto, esse método distanciava o trabalhador do produto
final, já que ele era responsável apenas por uma pequena parte da produção. Os artesãos medievais, por
exemplo, produziam um determinado produto do início até o final, conhecendo cada etapa de sua
confecção. Já no trabalho fabril, o operário ocupava um espaço dentro da hierarquia produtiva,
conhecendo apenas uma etapa entre as inúmeras outras existentes.
- A alternativa C está incorreta, haja visto que o movimento de êxodo urbano não era comum nesse
período. Trabalhadores que se viam desempregados buscavam outras fábricas, ou se engajavam em
outras atividades urbanas.
- A alternativa D está incorreta. O sistema fabril marca a diminuição das manufaturas, já que era difícil
para elas competir com os produtos industriais, que eram produzidos em larga escala e possuíam menor
custo.
- A alternativa E está incorreta, porque o trabalhador não era valorizado nesse período. Além disso, a
“associação da figura do trabalhador à do assalariado” não era um fator relevante para tal valorização,
que só ocorreu mediante protestos e criação de direitos trabalhistas.
Gabarito: B

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8.2. Outros vestibulares


1. (2021/FCMSCSP)
O surgimento das fábricas, na Inglaterra do final do século XVIII, promoveu, entre outras mudanças,
a) o aumento significativo da capacidade produtiva e a primazia da distribuição no mercado interno.
b) a consolidação do parcelamento das tarefas e a concentração dos trabalhadores num mesmo espaço.
c) o fim do sistema de artesanato e a maior qualificação do operariado industrial.
d) o nascimento das organizações sindicais e a imediata criação de leis de regramento e ordenação do
trabalho.
e) a introdução de máquinas movidas a energia elétrica e a valorização do trabalho assalariado.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, porque o aumento da capacidade produtiva engendrou a distribuição para
o mercado externo, não para o interno.
- A alternativa B está correta. O surgimento das fábricas, no início da Revolução Industrial, levou ao
parcelamento das tarefas, ou seja, à divisão do trabalho em diversas etapas realizadas por pessoas
distintas. Esse modelo se tornou central para a indústria, já que permitia o aumento da capacidade
produtiva. Além disso, ocorreu a concentração dos trabalhadores no mesmo espaço (fábrica), divididos
em diversos postos que constituíam a linha de produção de um determinado produto.
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- A alternativa C está incorreta, porque o sistema de artesanato não foi finalizado com o surgimento das
fábricas, embora tenha perdido relevância. Além disso, o operariado industrial não era qualificado, já que
o trabalho envolvia apenas atividades braçais.
- A alternativa D está incorreta, porque não houve a imediata criação de leis trabalhistas. Essas surgiram
décadas após o início das atividades fabris, mediante muitos protestos dos operários.
- A alternativa E está incorreta, porque as máquinas, neste período inicial, eram movidas a vapor, ou seja,
utilizava-se do carvão como combustível, e não da energia elétrica.
Gabarito: B

2. (2016.1/FASM)
O período de 1603 a 1714 foi talvez o período mais decisivo na história da Inglaterra. Em 1603, o
Parlamento, convocado a exclusivo critério do rei, esperava votar impostos apenas em caso de
emergência. Em 1714, o Parlamento, reunido em sessões quase permanentes, detinha controle total das
finanças.
(Christopher S. Hill. O século das revoluções, 2012. Adaptado.)

O excerto faz uma descrição resumida da história da Inglaterra na Europa da Idade Moderna, em que
a) o combate ao absolutismo monárquico implicou, mais cedo do que na maioria dos países, a supremacia
do poder legislativo.
b) o regime monárquico absolutista foi logo e definitivamente substituído pelo regime republicano
parlamentarista.
c) o desenvolvimento do capitalismo industrial resultou da anexação pelo rei, apoiado pelo parlamento,
de colônias ricas em metais preciosos.

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d) o movimento de democratização política foi realizado de maneira pacífica por meio de acordos entre
os reis e os parlamentares.
e) o início precoce das independências das colônias britânicas levou ao descrédito e ao desgaste da
monarquia no interior da sociedade inglesa.
Comentários
- A alternativa A está correta. O período citado foi marcado pelo combate ao absolutismo na Inglaterra.
Buscando reduzir os poderes do monarca, os ingleses lançaram mão do regime parlamentarista. Através
deste, ficava determinada a supremacia do poder legislativo sobre o executivo, fato que ocorreu mais
cedo do que a maior parte dos países, que ainda contavam, nesta época, com a liderança de governantes
absolutos e inquestionáveis.
- A alternativa B está incorreta, porque a Inglaterra manteve o regime monárquico, alterando-o para uma
monarquia parlamentarista.
- A alternativa C está incorreta, porque a Inglaterra não realizou a anexação de colônias ricas em metais
preciosos. Portanto, o excerto não faz referência a isso.
- A alternativa D está incorreta, porque este movimento político não foi realizado de maneira pacífica, já
que a instituição da monarquia parlamentarista ocorreu por meio de guerras civis e acordos.
- A alternativa E está incorreta, porque as colônias britânicas não se tornaram independentes
precocemente. No trecho citado pelo enunciado, entre 1603 e 1714, nenhuma colônia havia declarado
sua independência. Portanto, este não foi um fator para o desgaste da monarquia absolutista.
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Gabarito: A

3. (Unesp/2022 – 2º Dia)
Entrar numa fábrica pela primeira vez podia ser uma experiência aterrorizante: o ruído e o movimento do
maquinário; o ar sufocante, cheio de pó de algodão, muitas vezes, mantido opressivamente quente para
reduzir a quebra; o fedor penetrante de óleo de baleia e de gordura animal usados para lubrificar as
máquinas (antes da disponibilidade de produtos petrolíferos) e do suor de centenas de trabalhadores; os
semblantes pálidos e os corpos doentios dos operários; o comportamento feroz dos supervisores, alguns
dos quais carregavam cintos ou chicotes para impor disciplina. Nas salas de tecelagem, o barulho
ensurdecedor de dezenas de teares, cada um com uma lançadeira recebendo pancadas de martelo umas
sessenta vezes por minuto, impossibilitava que os trabalhadores se ouvissem.
(Joshua B. Freeman. Mastodontes: a história da fábrica e a construção do mundo moderno, 2019.)

O trabalho nas primeiras fábricas inglesas é caracterizado no excerto


a) pela insalubridade e opressão no ambiente de trabalho.
b) pela apropriação do tempo e do excedente do trabalho pelo capitalista.
c) pelo aumento da produtividade e da otimização do ritmo de trabalho.
d) pelo desenvolvimento da tecnologia e da divisão de tarefas.
e) pelo aproveitamento de energia de origem mineral.
Comentários
- A alternativa A é a resposta. De acordo com o texto, as condições de trabalho nas fábricas inglesas no
período retratado eram precárias, sendo destacados os castigos físicos aplicados aos operários e a
degradação de sua saúde diante das poluições sonora e do ar, bem como pelas altas temperaturas.

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- A alternativa B está incorreta. Embora o capitalista recorresse a estratégias para aumentar as jornadas
de trabalho dos operários, tal questão não é abordada pelo fragmento.
- A alternativa C está incorreta, afinal o texto não aborda o ritmo de trabalho ou a produtividade das
fábricas, mas suas condições degradantes.
- A alternativa D está incorreta. O texto não se aprofunda na divisão social do trabalho ou nas tecnologias
adotadas no período.
- A alternativa E está incorreta. As fontes de energia adotadas nas fábricas não são descritas pelo texto.
Gabarito: A

4. (Unesp/2022 – 2º Dia)
As revoluções inglesas do século XVII são consideradas, por alguns historiadores, as primeiras revoluções
burguesas, pois
a) suprimiram a interferência política da nobreza e separaram Estado e Igreja.
b) ampliaram o espaço de atuação política e comercial dos comerciantes britânicos.
c) eliminaram o sistema monárquico e implantaram uma estrutura republicana.
d) proporcionaram o surgimento de legislação trabalhista para a cidade e o campo.
e) impediram a expansão do Estado democrático e da participação política direta.
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Comentários
- A alternativa A está incorreta, o chefe de Estado (rei) continuou a ser o chefe da Igreja Anglicana após
as Revoluções Inglesas.
- A alternativa B é a resposta. As revoluções inglesas foram protagonizadas por burgueses e membros da
gentry, que a partir do fortalecimento do Parlamento obtiveram mais espaço na política.
Consequentemente, puderam conduzir projetos que atendessem seus interesses econômicos, tanto no
âmbito comercial quanto industrial.
- A alternativa C está incorreta. Apesar de contar com uma breve experiência republicana, as Revoluções
Inglesas findaram com a conservação da forma de governo monárquica.
- A alternativa D está incorreta, não se viu a consolidação de direitos sociais no período.
- A alternativa E está incorreta, se as Revoluções Inglesas não apresentaram como finalidade a
consolidação do sistema democrático, tampouco buscaram obstruí-lo.
Gabarito: B

5. (2020/Unesp)
Do nascimento do Estado moderno até a Revolução Francesa, ou seja, do século XVI aos fins do século
XVIII, a filosofia política foi obrigada a reformular grande parte de suas teses, devido às mudanças
ocorridas naquele período. O que se buscou na modernidade iluminista foi fortalecer a filosofia em uma
configuração contrária aos dogmas políticos que reforçavam a crença em uma autoridade divina.
(Thiago Rodrigo Nappi. “Tradição e inovação na teoria das formas de governo: Montesquieu e a ideia de despotismo”. In:
Historiæ, vol. 3, no 3, 2012. Adaptado.)

O filósofo iluminista Montesquieu, autor de Do espírito das leis, criticou o absolutismo e propôs
(A) a divisão dos poderes em executivo, legislativo e judiciário.

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(B) a restauração de critérios metafísicos para a escolha de governantes.


(C) a justificativa do despotismo em nome da paz social.
(D) a obediência às leis costumeiras de origem feudal.
(E) a retirada do poder político do povo.
Comentários
O barão de Montesquieu foi ardoroso crítico do absolutismo do chamado Antigo Regime, forma
de governo baseada na concentração de poderes na figura do príncipe. Segundo ele, para se evitar o
desenvolvimento de líderes tirânicos, era preciso que as atribuições do Estado fossem divididas em
poderes autônomos – o Executivo, encarregado da administração, o Legislativo, responsável pela
elaboração e aprovação das leis, e o Judiciário, incumbido da interpretação das mesmas leis. Dito isso, a
alternativa A é a resposta.
– A alternativa B está incorreta. Critérios metafísicos poderiam ser associados à teoria do direito divino
do rei.
– A alternativa C está incorreta, pois Montesquieu condena o despotismo dos líderes políticos de seu
tempo, ao considerá-lo ameaça à segurança de seus súditos. A paz é resultado da liberdade e do respeito
à vontade geral.
– A alternativa D está incorreta. A filosofia política de Montesquieu condenava a continuidade de
resquícios feudais na fundamentação do poder, na medida em que prescrevia a necessidade de tripartí-
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lo para que ele fosse restringido.


– A alternativa E está incorreta, pois o cenário político criticado por Montesquieu era marcado pela
exclusão dos indivíduos das decisões tomadas pelo Estado. Para os liberais, o poder emana do povo, que
é o único que pode escolher representantes dos seus interesses.
Gabarito: A
6. (2020/Fac. Albert Einstein)
Observe a tabela com as cinco principais causas de morte registradas em Sheffield (Inglaterra), entre 1837
e 1842.

O total de mortes atestadas nesse local e nesse período foi de 11.944. É possível afirmar que parte
importante dessas mortes associa-se
a) às frequentes epidemias de doenças de origem viral nos bairros operários ingleses.
b) às doenças disseminadas pelo forte ingresso de imigrantes na Europa do século XVIII.
c) à precariedade alimentar e habitacional nas zonas rurais europeias no século XIX.

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d) às condições de pobreza e superpopulação nas áreas de concentração industrial.


e) à inadaptação dos operários ao estilo de vida das áreas rurais da Inglaterra.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Vemos que as causas das mortes são diversas, não podendo se restringir
apenas as epidemias de origem viral.
A alternativa B está incorreta. A tabela não nos dá informações suficientes para associar as doenças
disseminadas com o ingresso de imigrantes na Europa.
A alternativa C está incorreta. A tabela fala sobre a população urbana de Sheffield e não de precariedade
da alimentação e habitações nas zonas rurais.
A alternativa D está correta. As cidades industriais concentraram grandes populações e que associados a
uma classe operária pobre permitiram variados tipos de doenças. Tuberculose, convulsões, inflamação
dos pulmões e acidentes ligados ao ambiente industrial e o definhamento físico associado a uma dieta
muito pobre de nutrientes por conta das condições de pobreza.
A alternativa E está incorreta. A tabela aborda a população urbana da Inglaterra e não de zonas rurais.
Gabarito: D
7. (2017/Fameca)
A peculiaridade da Revolução Industrial inglesa foi o seu caráter espontâneo. Não tendo sido perseguido
como um objetivo consciente, o pioneirismo industrial inglês foi consequência de um conjunto de
circunstâncias coincidentes.
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(Luiz Koshiba, História: origens, estruturas e processos)

Fazem parte desse “conjunto de circunstâncias coincidentes”


a) a abundante mão de obra vinda dos espaços coloniais e a transformação dos latifúndios em terras
comunais.
b) o controle técnico da produção nas mãos dos trabalhadores e o uso da energia elétrica.
c) as recorrentes descobertas científicas das universidades inglesas e o igualitarismo social estabelecido
pela Revolução Puritana.
d) o reforço do absolutismo inglês sob a dinastia dos Tudor e a preponderância de pequenas propriedades
rurais.
e) o estabelecimento de um Estado burguês graças à Revolução Gloriosa e os cercamentos.
Comentários
- A alternativa A está incorreta. As terras comunais foram cercadas e transformadas em propriedade
privada na Inglaterra, em um processo conhecido como “leis de cercamento”. A partir daí, membros da
gentry passaram destiná-las para a criação de ovelhas, com o intuito de fornecer lã para as manufaturas
têxteis do país.
- A alternativa B está incorreta, afinal a Revolução Industrial garantiu aos industriais (capitalistas) o
controle dos meios de produção. Já a energia elétrica marca a segunda fase da Revolução Industrial.
- A alternativa C está incorreta, afinal o puritanismo não defendia a igualdade social. Além disso, as
pesquisas científicas marcaram o desenrolar da Segunda Revolução Industrial, no século XIX.
- A alternativa D está incorreta, pois a Revolução Industrial se deu em um contexto de enfraquecimento
do poder monárquico.
- A alternativa E é a resposta. As Leis de cercamento contribuíram para a consolidação da ideia de
propriedade privada na Inglaterra, além de permitirem a formação do proletariado nas grandes cidades,
em decorrência do processo de expulsão de camponeses de terras comunais. Ademais, a Revolução

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Gloriosa estabeleceu as bases do Estado liberal, na medida em que impôs limites ao poder monárquico,
garantiu liberdade de culto e reforçou as atribuições do Parlamento.
Gabarito: E
8. (2016/Famema)
Contudo, o príncipe deve fazer-se temer de tal modo que, se não conseguir a amizade, possa pelo menos
fugir à inimizade, visto haver a possibilidade de ser temido e não ser odiado, ao mesmo tempo. Isto
sucederá, sempre, se ele se abstiver de se apoderar dos bens e riquezas dos seus cidadãos e súditos e
também das suas mulheres.
(Nicolau Maquiavel [O Príncipe] apud Ricardo de Moura Faria et al. História, 1993.)

Se o homem em estado de natureza está tão livre quanto se disse, se é senhor absoluto de sua pessoa e
bens, igual aos maiores, sem estar sujeito a quem quer que seja, por que abandonará sua liberdade? [...]
Portanto, a grande e principal finalidade dos homens que se unem em comunidade é a preservação de
sua propriedade.
(John Locke [Sobre o governo civil] apud Ricardo de Moura Faria et al. História, 1993.)

Com base nesses excertos escritos na Europa da Idade Moderna, é correto afirmar que os autores
a) legitimam a filosofia iluminista, apesar de discordarem quanto à divisão da sociedade.
b) defendem o direito à propriedade, embora se refiram a diferentes concepções de Estado.
c) justificam o absolutismo monárquico, a partir da submissão a uma autoridade superior.
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d) condenam a teoria do direito divino dos reis, além de apoiarem a divisão do poder em três.
e) expressam visões ideológicas opostas, pois representam, respectivamente, a burguesia e a nobreza.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal o primeiro texto legitima o absolutismo monárquico.
- A alternativa B está correta, afinal Maquiavel e Locke não consideram válida a expropriação dos bens dos súditos
pelos príncipes. Porém, Maquiavel referenda o poder absolutista dos reis, enquanto Locke se coloca como crítico
dele.
- A alternativa C está incorreta, pois Locke é um crítico do absolutismo monárquico, considerado uma ameaça aos
direitos naturais dos indivíduos.
- A alternativa D está incorreta, pois os escritos de Maquiavel referendem o poder absoluto dos reis.
- A alternativa E está incorreta, afinal o primeiro texto legitima o poder absoluto dos príncipes. Isso não representa
os interesses da burguesia naquele momento, mas dos próprios monarcas.
Gabarito: B
9. (2013/Fameca)
Leia os documentos.
Texto 1
O príncipe, como príncipe, não é visto como um homem específico, mas como personagem pública. Todo
o Estado encontra-se nele e a vontade de todo o povo está contida na sua. Tal como em Deus está reunida
toda a perfeição e toda a virtude, assim também todo o poder dos indivíduos está reunido na pessoa do
rei. Que grandeza, um único homem conter tanta coisa!
Texto 2
Há, em cada Estado, três espécies de poderes [...]. Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo
corpo dos principais ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar
as decisões públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos.

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(Apud Armelle Enders, Marieta Ferreira e Renato Franco. História em curso: da Antiguidade à globalização, 2008.)

Analisando-se os textos, é correto afirmar que


a) ambos justificam a monarquia absoluta, mas o primeiro usa a teoria do direito divino e o segundo, o
racionalismo.
b) ambos fornecem a justificativa ideológica dos Estados absolutistas, baseada no binômio religião-
política.
c) o primeiro fundamenta a origem divina do poder real, enquanto o segundo defende a divisão do poder.
d) o primeiro repudia o absolutismo monárquico, enquanto o segundo apresenta argumentos para
defendê-lo.
e) ambos negam a ideia de concentração dos poderes em apenas um indivíduo, típica do Iluminismo.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal o segundo texto considera que um mesmo ente não deve concentrar
poderes distintos, ideia oposta àquela defendida pelo primeiro texto, que legitima o poder absoluto dos
reis.
- A alternativa B está incorreta, afinal o segundo texto critica o absolutismo ao considerar que um mesmo
homem ou instituição não deve concentrar poderes.
- A alternativa C está correta. O texto 1 legitima o poder absoluto dos reis ao considerá-los representantes
da vontade divina, ao passo que o texto 2 defende a separação de poderes entre diferentes entes,
podendo, por isso, ser considerado um crítico do absolutismo.
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- A alternativa D está incorreta, pois o primeiro texto defendeu o poder absoluto do texto, ao passo que
o segundo se coloca um crítico dele.
- A alternativa E está incorreta, pois o segundo texto defende a concentração de poderes em torno do
Rei. Ademais, o Iluminismo foi um movimento cultural que repudiou o absolutismo e outros aspectos do
chamado Antigo Regime.
Gabarito: C
10. (2010/Fameca)
A colonização inglesa da América do Norte […] não foi feita mediante um plano sistemático. Em parte
pelas características das colônias, em parte pela própria situação da Inglaterra no século XVII com suas
crises internas, as colônias gozavam de certa autonomia. A metrópole, ausente e distante, raramente
interferia na vida interna das colônias.
(Leandro Karnal. Estados Unidos: a formação da nação, 2015.)

A afirmação do texto pode ser exemplificada


a) no prevalecimento de práticas agrícolas de subsistência nas colônias estabelecidas no Norte e no Sul
do litoral atlântico.
b) na unidade de interesses e de organização social e econômica das diversas colônias do litoral atlântico.
c) nas distintas formas de ocupação e exploração praticadas nas colônias estabelecidas no Norte e no Sul
do litoral atlântico.
d) no desinteresse das colônias inglesas na América pela exportação ou por outras formas de comércio
externo.
e) na constante ameaça de invasões holandesas e francesas, que as colônias inglesas sofriam na América.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal a região Sul das Treze Colônias se voltou à exportação de produtos agrícolas.

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- A alternativa B está incorreta. Enquanto a porção Norte da América Inglesa se voltou à produção de itens que
abasteciam o mercado interno, as colônias do Sul basearam-se no modelo de plantation.
- A alternativa C está correta. Nas colônias do norte, denominadas Nova Inglaterra, a atividade econômica era
diversificada e voltada principalmente para o mercado interno. Já ao sul da América Inglesa, a paisagem das colônias
era mais rural e menos povoada, prevalecendo a ocupação do tipo plantation (monocultura, latifúndio e
escravidão). As extensas propriedades eram dedicadas ao cultivo de tabaco, algodão e linho que abasteciam o
mercado externo.
- A alternativa D está incorreta, pois as colônias do Sul da América Inglesa exportavam sua produção.
- A alternativa E está incorreta, afinal a Inglaterra não sofreu invasão dos holandeses na América Inglesa.
Gabarito: C
11. (2008/Fameca)
Sobre a Guerra Civil na Inglaterra (1642-1649), afirma-se que “de um lado estava Carlos I, apoiado pelos
lordes e pela dissidência da pequena nobreza. Do outro lado, a Câmara dos Comuns, representando o
conjunto do Parlamento, com apoio do Exército de Novo Tipo”.
(M. B. Mota e P. R. Braick, História – das cavernas ao terceiro milênio)

Assinale a alternativa que caracteriza corretamente o Exército de Novo Tipo (New Model Army), dirigido
por Oliver Cromwell.
a) Era composto e comandado pelos setores mais enobrecidos e tradicionais da sociedade inglesa,
conforme regra estabelecida ainda durante a Alta Idade Média.
b) Tinha forte participação da pequena-burguesia – seguidores das seitas puritanas –, e as promoções ao
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oficialato derivavam dos méritos militares e não das origens nobres.


c) O comando nunca saiu das mãos dos líderes anglicanos, com o claro objetivo de se evitar que as forças
ligadas à Igreja Católica voltassem a ter influência na Inglaterra.
d) Havia poucas restrições à entrada de qualquer grupo da sociedade inglesa, com exceção dos grupos
mais extremistas, representados pelos levellers e pelos diggers.
e) Parte considerável dos comandantes dos batalhões tinha ligações com o catolicismo, o que abriu
caminho para a volta de um monarca católico em 1685, Jaime II.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal diferentes setores sociais integraram o New Model Army.
- A alternativa B é a resposta. Formado por burgueses, membros da gentry e pequenos e médios proprietários
rurais, o Exército revolucionário era comandado por Oliver Cromwell, membro da Câmara dos Comuns. Ele foi o
idealizador de um Novo Exército-Modelo, no qual a patente não era definida por critérios de nascimento ou por
influência religiosa, mas pelo talento individual.
- A alternativa C está incorreta, pois o comando do Exército revolucionário estava nas mãos dos puritanos.
- A alternativa D está incorreta, afinal os grupos radicais da Revolução também integram o Exército de Novo Tipo.
- A alternativa E está incorreta, afinal os comandantes dos batalhões eram principalmente puritanos (calvinistas).
Gabarito: B

12. (2019/Mackenzie)
O processo de emancipação política dos EUA esteve relacionado ao avanço do capitalismo na Inglaterra,
à expansão dos princípios liberais, à rivalidade anglo-francesa e ao próprio desenvolvimento das Treze
Colônias. Portanto, a aceleração do processo de ruptura entre a metrópole inglesa e suas colônias
americanas deveu-se
a) às tentativas de expansão francesa na América do Norte e ao apoio recebido por parte dos colonos
residentes na região e das tribos indígenas, simpatizantes dos franceses.

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b) ao natural desenvolvimento de um processo, próprio das colônias de povoamento, que sempre


pautaram sua existência em uma enorme autonomia perante a metrópole inglesa.
c) às tentativas inglesas de aprofundar os laços de dominação colonial e à reação dos colonos americanos
diante das medidas fiscais e administrativas que anulavam sua relativa autonomia.
d) ao desenvolvimento das práticas liberais dentro da economia metropolitana e à divulgação de
princípios que combatiam o monopólio colonial, assim como a permanência da escravidão.
e) à tentativa inglesa de abolir a utilização da mão-de-obra escrava em suas colônias americanas e
também de bloquear o contato comercial dos seus colonos nas Antilhas.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal os colonos da América Inglesa lutaram ao lado da metrópole na
Guerra dos Sete Anos, conflito com a França motivado por disputas por territórios na porção norte do
continente.
- A alternativa B está incorreta. A ausência de um controle rígido sobre as Treze Colônias foi decorrente
das convulsões internas vividas pela Inglaterra durante seus processos revolucionários, além de batalhas
travadas contra os Países Baixos.
- A alternativa C é a resposta. Após comprometer suas finanças com a Guerra dos Sete Anos, a Inglaterra
buscou aumentar sua presença nas Treze Colônias a partir da imposição de novas taxas, gerando reações
dos colonos diante da perda da relativa autonomia que até então desfrutavam.
- A alternativa D está incorreta, afinal o domínio inglês sobre as Treze Colônias restringia a aplicação de
princípios liberais nas relações econômicas, baseando-se nas concepções e práticas do mercantilismo.
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- A alternativa E está incorreta, pois a metrópole inglesa não buscou a extinção da escravidão na América
do Norte.
Gabarito: C

13. (2018/USF)
Conhecido como o século das Luzes ou do Iluminismo, o século XVIII foi marcado por um movimento do
pensamento europeu (ocorrido mais especificamente na segunda metade do século XVIII) que abrangeu
o pensamento filosófico e gerou uma grande revolução nas artes (principalmente na literatura), nas
ciências, nos costumes, na teoria política e na doutrina jurídica. O Iluminismo também se distinguiu pela
centralidade da ciência e da racionalidade crítica no questionamento filosófico.
Disponível em: <https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/15543/15543_3.pdf&gt;. Acesso em: 12/09/2017.

Tomando como base o contexto abordado, podemos afirmar corretamente que


a) o liberalismo econômico deu ênfase à economia mercantilista, na qual o Estado seria responsável pela
regulamentação de preços e mercados para evitar abusos que prejudicariam a população.
b) a Escola Fisiocrata sustentou a ideia de que existem leis naturais regendo a sociedade, mas que
poderiam ser alteradas pelo bem da humanidade, e, além disso, defendeu que a indústria e o comércio
seriam responsáveis pela riqueza de uma nação.
c) as ideias defendidas por John Locke, na obra O contrato social, afirmam que o soberano deve conduzir
o Estado de forma democrática, de acordo com a vontade do povo.
d) o Despotismo Esclarecido, ligado à associação entre as ideias das luzes e o poder absolutista dos reis,
foi aplicado com ênfase em todos os Estados europeus no início do século XVIII, resultando no nascimento
de dezenas de monarquias parlamentaristas.

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e) o Iluminismo combateu o mercantilismo, o tradicionalismo religioso herdado da Idade Média e a divisão


da sociedade em estamentos.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal o liberalismo se contrapunha às práticas e concepções do
mercantilismo, defendendo o livre-comércio, a livre-iniciativa e a não-intervenção do Estado na
economia.
- A alternativa B está incorreta, afinal os chamados fisiocratas acreditavam que a terra era a fonte de todas
as riquezas, e não a indústria e o comércio.
- A alternativa C está incorreta, afinal a obra O contrato Social e a ideia de vontade geral pertencem ao
filósofo francês Jean-Jacques Rousseau.
- A alternativa D está incorreta, pois o despotismo esclarecido foi cultivado em alguns Estados europeus,
como Prússia, Portugal, Espanha e Rússia. Ademais, os chamados déspotas esclarecidos propunham
certos acenos à Ilustração, mas com o intuito de conservar a estrutura de poder absolutista.
- A alternativa E é a resposta. O Iluminismo foi um movimento cultural que buscou a destruição do Antigo
Regime e a fundação de uma nova cultura com base no pensamento racional. Com isso, os filósofos
atrelados ao movimento combatiam a estrutura estamental da sociedade ao defenderem a igualdade
jurídica, criticavam a continuidade das práticas mercantilistas e o excessivo poder da Igreja na cultura e
sociedade.
Gabarito: E

14. (2018/FGV)
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Foi pela espada que nossos ancestrais introduziram, na criação, o poder de cercar a terra e fazê-la sua
propriedade; foram eles que primeiro mataram os seus próximos, os homens, para assim roubarem ou
pilharem a terra que a esses pertencia e deixá-la a vós, seus descendentes. (...) Eu vos exorto, soldados
da República Inglesa! O inimigo não poderia vencer-vos no campo de batalha, porém pode derrotar-vos
no campo da política se não estabelecem a liberdade para todos. Onde existe um povo.... unido graças à
propriedade coletiva dos meios de subsistência até formar uma só pessoa será o seu país o mais poderoso
do mundo... a defesa da propriedade e do interesse individual divide o povo de um país e do mundo todo.
(Gerrard Winstanley. Em Cristopher Hill. O mundo de ponta-cabeça, 1987)

A partir do documento, é correto afirmar que


a) Gerrard Winstanley defendia a propriedade coletiva da terra, eixo da proposta dos diggers
(escavadores), no contexto da Revolução Puritana na Inglaterra, contra a classe proprietária que, vitoriosa
militarmente com o exército republicano, massacrou a ameaça radical dos não proprietários.
b) no fim da guerra civil, Gerrard Winstanley, líder do exército republicano inglês, o New Model Army,
exortou os soldados a lutarem pela vitória de Cromwell, defensor da propriedade privada e do poder dos
proprietários, reassentados na Câmara do Comuns.
c) o líder do partido independente na guerra civil inglesa, Gerrard Winstanley, defendia a propriedade
coletiva em nome da liberdade, o que garantiria a reunião de todos os ingleses para a vitória de Cromwell
contra Carlos I, decapitado em 1649, o que significou o fim do absolutismo na Inglaterra.
d) o exército republicano, New Model Army, chefiado por Cromwell e unido ao líder dos levellers
(niveladores), Gerrard Winstanley, na Revolução Puritana, garantiu a derrota de Carlos I, o que
possibilitou a morte do Antigo Regime na Inglaterra e a implantação da propriedade coletiva.
e) com a morte do rei Carlos I, assumiu a chefia da Câmara dos Comuns o deputado Gerrard Winstanley
que, com o seu poder, começaram as mudanças radicais, como a propriedade coletiva da terra, anulando
os cercamentos que enriqueceram os proprietários e empobreceram os camponeses.

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Comentários
- A alternativa A é a correta. Os escavadores (diggers) defendiam que a terra era um direito natural de
todos os homens – nas palavras do próprio Winstantey: “o homem mais pobre da Inglaterra tem tanto
direito à terra como o mais rico”. Dessa maneira, o grupo revolucionário defendia a propriedade coletiva
da terra, proposta considerada radical e duramente reprimida pelos membros da gentry.
- A alternativa B está incorreta, afinal Winstantey conclamava os soldados a lutar pela propriedade
coletiva da terra no campo da política.
- A alternativa C está incorreta, pois após o fim da República inglesa (Commonwealth), o retorno da
dinastia Stuart foi acompanhado de tentativas de supressão do Parlamento pelo poder monárquico.
Diante disso, as elites inglesas depuseram Jaime II e escolheram um novo soberano, Guilherme de Orange.
- A alternativa D está incorreta, afinal o uso coletivo da terra jamais foi implantado na Inglaterra. Além
disso, o efetivo sepultamento do Antigo Regime se deu com a Revolução Gloriosa, em 1688.
- A alternativa E está incorreta. O projeto revolucionário dos escavadores não chegou a se concretizar na
Inglaterra, afinal seus defensores foram fortemente perseguidos pelos membros da gentry e a burguesia.
Gabarito: A

15. (2018/Puccamp)
A ocorrência da Revolução industrial, na Inglaterra do século XVIII, foi favorecida por alguns fatores, tais
como
a) a hegemonia inglesa no comércio marítimo internacional e a ampliação de mercados dela resultante.
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b) a farta concessão de créditos pelo Banco da Inglaterra a donos de manufaturas e os acordos


econômicos estabelecidos com metrópoles coloniais, caso do Tratado de Methuen.
c) a divisão do trabalho propiciada pelo taylorismo e os investimentos da burguesia inglesa após a
Revolução Gloriosa.
d) a difusão do tear mecânico e a migração espontânea do campo para os centros urbanos, gerando
excedente de oferta de mão de obra especializada.
e) o fornecimento a baixos preços de lã e algodão pelas Treze Colônias e a garantia do mercado
consumidor mediante o estabelecimento de pactos coloniais com a Índia e a Austrália.
Comentários
- A alternativa A é a resposta. Dentre os elementos que contribuíram para o florescimento da Revolução
Industrial na Inglaterra, podemos destacar a concentração de capitais pelo país durante o século XVII, a
partir da hegemonia exercida no comércio marítimo no período.
- A alternativa B está incorreta, afinal o tratado não envolvia concessão de créditos pelos bancos ingleses.
O Tratado de Methuen, também conhecido como Tratado dos Panos e Vinhos, foi firmado entre Inglaterra
e Portugal em 1703. A partir dele, os portugueses se comprometiam em comprar tecidos de procedência
inglesa, enquanto os britânicos faziam o mesmo com o vinho produzido pelos lusos.
- O taylorismo foi um modelo de administração de empresas desenvolvido por Frederick Taylor no início
do século XX, o que torna incorreta a alternativa C.
- A alternativa D está incorreta, uma vez que o êxodo rural vivenciado na Inglaterra foi impulsionado pela
expulsão de camponeses de suas terras pelos cercamentos.
- A alternativa E está incorreta. A lã utilizada na indústria têxtil inglesa era produzida principalmente pelas
criações de ovelhas dos membros da gentry, nobres que compactuavam com anseios e valores da
burguesia.
Gabarito: A

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16. (2020/FAMERP)
Leia o texto para responder à questão.
Todo processo de industrialização é necessariamente doloroso, porque envolve a erosão de padrões de
vida tradicionais. Contudo, na Grã-Bretanha, ele ocorreu com uma violência excepcional, e nunca foi
acompanhado por um sentimento de participação nacional num esforço comum, ao contrário do que se
pode observar em países que atravessam uma revolução nacional. Sua única ideologia foi a dos patrões.
(E.P. Thompson. A formação da classe operária inglesa, vol. II, 1987.)

A associação das fábricas com “a erosão de padrões de vida tradicionais” pode ser explicada pelo fato de
que a industrialização gerou
a) o primeiro movimento de êxodo rural da história e o surgimento das grandes metrópoles europeias.
b) a mudança de comportamentos sociais e o avanço do processo de disciplinarização do trabalho.
c) a modernização tecnológica e a valorização do conhecimento da totalidade do processo produtivo pelos
trabalhadores fabris.
d) a constituição de um novo cotidiano dos trabalhadores rurais e o imediato surgimento de leis de
proteção ao trabalho fabril.
e) o fim do poder político e econômico dos senhores feudais e o desestímulo às práticas místicas e
religiosas.
Comentários
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- A alternativa A está incorreta. O nascimento de grandes metrópoles europeias não se associa “a erosão de
padrões” e este êxodo rural não foi o primeiro da história humana.
- A alternativa B está correta. “A erosão dos padrões de vida tradicionais” está ligado diretamente a mudanças de
comportamentos sociais, já que a vida cotidiana se tornou mais citadina, e por conta do ritmo industrial, a
disciplinarização do trabalho.
- A alternativa C está incorreta. A modernização da indústria foi gradativa, mas passa pela divisão do trabalho e não
do conhecimento da totalidade dos meios produtivos.
- A alternativa D está incorreta. Apesar de acontecer um novo cotidiano dos trabalhadores que migraram do campo
para as indústrias da cidade, as leis de proteção ao trabalho fabril não aconteceram de forma imediata.
- A alternativa E está incorreta. Apesar do poder político e econômico dos senhores feudais se esfacelarem, não
ocorreu desestímulo as práticas religiosas.
Gabarito: B

17. (2º-2013/Fatec)
A máquina a vapor desenvolvida por James Watt (1736-1819) não só revolucionou o mundo da indústria
mas também o do transporte, pois permitiu o desenvolvimento das estradas de ferro e de navios a vapor
mais velozes. Em 1775, com o apoio financeiro de um industrial, Watt iniciou a fabricação de suas
máquinas, aperfeiçoando-as e adaptando-as a todo tipo de uso. A indústria têxtil inglesa começava a
mecanizar-se e, graças a novas invenções, inclusive às máquinas de Watt, a produção inglesa cresceu
consideravelmente.
(sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=7935 Acesso em: 15.03.2013. Adaptado)

É correto afirmar que o desenvolvimento da tecnologia mencionada no texto


a) levou à redução da escala produtiva nas indústrias e diminuiu as jornadas de trabalho.
b) ampliou o conhecimento científico, mas trouxe prejuízos econômicos para a Inglaterra.
c) ficou restrito às áreas das fábricas, tendo pouca influência no cotidiano das populações.

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d) agilizou as redes de comunicação e de transporte, contribuindo com outros setores industriais.


e) foi um fenômeno isolado numa época em que houve baixos índices de inovação tecnológica.
Comentários
- A alternativa A está incorreta. Conforme vimos em nossa aula, os trabalhadores das fábricas do período
eram submetidos a jornadas de trabalho de até 15 horas diárias, ao passo que a produtividade das
indústrias aumenta significativamente em decorrência das inovações tecnológicas e da superexploração
do proletariado.
- A alternativa B está incorreta. A máquina a vapor de Watt e outros inventos foram assimilados pelo
modo de produção industrial, possibilitando o aumento da produção das unidades fabris e consolidando
a Inglaterra como a maior potência econômica da Europa.
- A alternativa C está incorreta. Conforme destaca o texto do enunciado, os avanços tecnológicos
permitiram o aprimoramento dos sistemas de transporte e comunicações, encurtando as fronteiras
mundiais e transformando as relações entre indivíduos.
- A alternativa D é a resposta. O desenvolvimento da máquina a vapor permitiu a criação de navios a vapor
e das ferrovias, inventos que tornaram mais dinâmicos os fluxos de pessoas e mercadorias.
- A alternativa E está incorreta. O trecho do enunciado destaca diversas transformações tecnológicas
durante a Revolução Industrial, evidenciando o largo número de invenções do período.
Gabarito: D
18. (2020/FAMERP)
Leia o texto para responder à questão.
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Todo processo de industrialização é necessariamente doloroso, porque envolve a erosão de padrões de


vida tradicionais. Contudo, na Grã-Bretanha, ele ocorreu com uma violência excepcional, e nunca foi
acompanhado por um sentimento de participação nacional num esforço comum, ao contrário do que se
pode observar em países que atravessam uma revolução nacional. Sua única ideologia foi a dos patrões.
(E.P. Thompson. A formação da classe operária inglesa, vol. II, 1987.)

O texto caracteriza o surgimento e a expansão das fábricas, na Grã-Bretanha dos séculos XVIII e XIX, como
a) superação do arcaísmo da produção artesanal e manufatureira.
b) vitória de um projeto coletivo de hegemonia econômica.
c) resultado de forte avanço tecnológico.
d) exemplo do eterno sofrimento das sociedades.
e) afirmação de um controle de classe.
Comentários
- A alternativa A está incorreta. O texto não aponta como fator da industrialização inglesa a superação do arcaísmo
da produção artesanal.
- A alternativa B está incorreta. O texto aponta que a industrialização ocorre por um projeto de uma classe, a dos
patrões, não sendo, portanto, coletivo.
- A alternativa C está incorreta. O texto aponta que a industrialização não ocorre por conta do forte avanço
tecnológico.
- A alternativa D está incorreta. O texto aponta que a industrialização não ocorre por conta do exemplo do eterno
sofrimento das sociedades.
- A alternativa E está correta. O texto diz que a formação da industrialização na Inglaterra não decorreu de um
movimento nacional, mas sim, de uma “ideologia dos patrões”.
Gabarito: E

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19. (UFPR/2005)
“Nossas esperanças sobre os destinos futuros da espécie humana podem se reduzir a estas três questões:
a destruição da desigualdade entre as nações; os progressos da igualdade em um mesmo povo; enfim, o
aperfeiçoamento real do homem.”
(CONDORCET. Esboço de um quadro histórico dos progressos do espírito humano.
Trad. de Carlos A. R. de Moura. Campinas: Ed. da UNICAMP, 1993. p. 177.)

As esperanças de Condorcet foram compartilhadas pelos filósofos iluministas, representantes de um


movimento cultural e intelectual que teve na França um dos centros mais importantes e atuantes no
século XVIII. Sobre o iluminismo, assinale a alternativa correta.
a) Os iluministas acreditavam na capacidade humana de superar a miséria e a ignorância pelo uso da
razão, condição fundamental para o exercício da liberdade e a conquista da felicidade; a história, nesse
sentido, é entendida por eles como um movimento linear cuja finalidade é o progresso humano.
b) Condorcet e os filósofos iluministas defendiam a revolução política com o objetivo de extinguir as
classes sociais.
c) No seu combate à Igreja Católica, os iluministas defenderam o confisco dos bens eclesiásticos, com o
intuito de distribuí-los entre os pobres.
d) Rousseau, Voltaire, Diderot e D’Alembert foram duramente perseguidos por forças de repressão da
monarquia francesa por defenderem um regime republicano e instigarem, com suas ideias, os
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camponeses à rebelião; em meados do século XVIII, estabeleceram formas de ação política retomadas
mais tarde pelos jacobinos.
e) Os iluministas eram adeptos de um modelo econômico baseado na propriedade coletiva dos meios de
produção.
Comentários
- A afirmativa A está correta. Os filósofos iluministas acreditavam no progresso e que a razão é
elemento fundamental para realizar tal movimento.
- A afirmativa B está incorreta pois, tais pensadores não tinham com objetivo abolir a sociedade de
classes.
- A afirmativa C está incorreta. Os iluministas, por serem membros da burguesia não possuíam como
princípio a distribuição de bens, ainda que estes fossem religiosos.
- A afirmativa D está incorreta pois, alguns dos filósofos citados como Voltaire, defendiam a
permanência da monarquia, porém propunham algumas mudanças como a implementação dos três
poderes.
- A afirmativa E está incorreta pois os filósofos iluministas tendiam a defender a propriedade privada.
Gabarito: A

20. (UFU/2019)
As revoluções que abalaram a Inglaterra no século XVII caracterizaram a superação tanto do modo de
produção feudal quanto do Antigo Regime e de suas instituições. Isso possibilitou o surgimento e o
desenvolvimento de uma sociedade burguesa e a futura emergência da produção capitalista no país. Um
dos principais nomes desse processo revolucionário foi o de Oliver Cromwell que, após um período de
guerra civil, instaurou uma República que durou entre os anos 1649 e 1658.

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Considera-se como alguns dos principais feitos do período Cromwell, EXCETO,


A) a conquista da Irlanda, com a expropriação dos proprietários de terra e dos camponeses.
B) a vitória dos ideais Levellers (sufrágio, fim dos monopólios, separação entre Estado e Igreja etc.).
C) a conquista da Escócia, com o intuito de impedir ali o reestabelecimento da velha ordem.
D) o empreendimento de uma política naval e comercial mais avançada por meio do Ato de Navegação
de 1651.
Comentários
- As alternativas A e C estão corretas, pois durante seu governo, Oliver Cromwell eliminou os últimos focos
de resistência dos chamados realistas, tanto na Escócia quanto na Irlanda.
- A alternativa B está incorreta. Embora os levellers (niveladores) tenham auxiliado na instalação da
República na Inglaterra, a nova forma de governo não garantiu o cumprimento de suas reivindicações, e
muitos líderes do grupo foram perseguidos e executados após organizarem uma malsucedida revolta, em
1649.
- A alternativa D está correta. Dentre as medidas tomadas por Cromwell, podemos destacar a
promulgação dos Atos de Navegação (1651), que como já explicamos anteriormente, trata-se de uma
medida mercantilista que buscava garantir o monopólio da Inglaterra nas relações comerciais. De acordo
com essas leis, as mercadorias importadas que chegassem a portos da Inglaterra ou de suas colônias só
poderiam ser transportadas por embarcações inglesas ou de seu país de origem.
Gabarito: B
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21. (UFU/2019)
“A apaixonada crença no progresso que professava o típico pensador iluminista refletia os aumentos
visíveis no conhecimento e na técnica, na riqueza, no bem-estar e na civilização que podia ver em toda a
sua volta e que, com certa justiça, atribuía ao avanço de suas ideias. No começo do século, as bruxas ainda
eram queimadas; no final, os governos do Iluminismo, como o austríaco, já tinham abolido não só a
tortura judicial, mas também a servidão”
HOBSBAWN, Eric. A Era das Revoluções: 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982. p. 38.

Considerando-se o Movimento Iluminista, são características desse movimento, EXCETO,


A) críticas ao mercantilismo e às instituições centralizadoras do absolutismo.
B) críticas ao monopólio comercial, pois esse inviabilizaria o mercado autorregulado.
C) críticas ao questionamento, à investigação e à experiência como forma de conhecimento da natureza.
D) crença nos direitos naturais (à vida, à liberdade e à propriedade privada).
Comentários
- As alternativas A está correta. Alguns teóricos do iluminismo questionaram a interferência do Estado na
economia, destacando-se os escritos de Adam Smith. Além disso, a maior parte dos autores vinculados ao
movimento questionava os excessos do poder político, o que os levou a formular críticas ao absolutismo
monárquico.
- A alternativa B está correta, pois conforme dito anteriormente, os iluministas questionavam as práticas
mercantilistas.
- A alternativa C é a resposta. Embora suas ideias fossem recorrentemente divergentes, podemos dizer
que todos os iluministas defendiam o pensamento racional, criticavam a autoridade religiosa e os
excessos do poder político. Com isso, ameaçavam as bases do chamado Antigo Regime ao proporem a
construção de uma nova humanidade, fundamentada na Razão, na experimentação e no questionamento.

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- A alternativa D está correta. Na oposição das arbitrariedades impetradas pelo Estado, alguns iluministas
consideram que os homens são portadores de direitos naturais, ou seja, que são anteriores ao Estado.
Destacam-se o direito à vida, à liberdade e à propriedade.
Gabarito: C

22. (UFU/2019)
De acordo com Bernard Baylin, em seu livro As Origens Ideológicas da Revolução Americana, depois da
promulgação da Lei do Selo, os colonos americanos começaram a pensar que havia uma conspiração
inglesa para cercear as liberdades na América do Norte. E essa crença transformou o sentido da luta dos
colonos e acelerou o movimento de oposição, que posteriormente acabou levando à independência e à
criação dos Estado Unidos da América.
Em relação à Lei do Selo, é correto afirmar que
A) essa lei foi aprovada pelo Parlamento Inglês em 1765, estabelecendo que todos os documentos em
circulação na colônia americana deveriam receber selos provenientes de toda a Europa e, somente com
esses, sua circulação estaria legalizada.
B) essa lei durou vários anos, mas, devido às ações dos representantes dos colonos americanos no
parlamento inglês, tal taxa foi cancelada sob forte protesto de parlamentares representantes dos
interesses comerciais da metrópole.
C) o rei inglês justificava essa lei, argumentando que o tesouro inglês havia se esgotado com a Guerra dos
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Sete Anos, e que também era dever dos colonos pagar as dívidas, contraídas também a favor dos
interesses deles.
D) essa lei taxava também artigos de consumo, como o chá, o vidro, o papel e outros. Por causar a
elevação de preços desses artigos, a Lei do Selo provocou inúmeros confrontos, considerado um dos
fatores que conduziu ao processo de independência dos Estados Unidos da América.
Comentários
Enquanto a Inglaterra mantinha suas colônias na costa, os territórios da América Francesa se expandiam
no interior do continente, saindo do Canadá e alcançando o Golfo do México por meio do Rio Mississipi.
A disputa pela região fez com que Inglaterra e França entrassem em conflito, a Guerra dos Sete Anos
(1756-1763). Os britânicos enviados para a América e colonos conseguiram derrotar seus adversários, e a
metrópole resolveu manter as forças militares em solo colonial, gerando altos impostos para os súditos
norte-americanos. Entre os novos tributos implantados pela metrópole, que buscava recuperar sua
economia dos prejuízos da guerra, pode-se destacar a Lei do Selo (1765), que estabeleceu que
documentos oficiais e jornais circulantes nas Treze Colônias deveriam receber um selo da metrópole. A
medida gerou ações violentas dos colonos contra agentes da metrópole, que se vê obrigada a revogar a
lei.
Feitas essas considerações, a alternativa C é a resposta.
- A alternativa A está incorreta, afinal o selo deveria ser fornecido pela metrópole.
- A alternativa B está incorreta, pois os protestos dos colonos levaram a Lei do Selo a ser cancelada no
mesmo ano em que foi implementada.
- A alternativa D está incorreta, pois os produtos mencionados foram taxados por outras leis. Aquela
considerada o estopim para levantes armados foi a Lei do Chá, que concedeu o monopólio de comércio
do produto à Companhia Inglesa das Índias. Para lidar com o aumento do preço decorrente da decisão,
os colonos adotaram medidas inusitadas: muitos substituíram a bebida pelo café e o chocolate, enquanto
outros resolveram se disfarçar de índios e atacar 3 navios em Boston, descarregando centenas de caixas
de chá no mar. O episódio ficou conhecido como Boston Tea Party (Festa do Chá em Boston).

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Gabarito: C

23. (UFU/2017)
Desta vala imunda a maior corrente da indústria humana flui para fertilizar o mundo todo. Deste esgoto
imundo jorra o ouro puro. Aqui a humanidade atinge o seu mais completo desenvolvimento e sua maior
brutalidade, aqui a civilização faz milagres e o homem civilizado torna-se quase um selvagem.
TOCQUEVILLE, A. de, Journeys to England and Ireland. Ed. Mayer, 1958, p. 107-8.

O advento das revoluções burguesas na Europa, atrelado ao industrialismo, gerava, ao mesmo tempo,
perplexidade e deslumbramento ao promover mudanças sociais radicais e ambíguas, fomentadas pelos
avanços tecnológicos em diferentes esferas.
Assinale a alternativa que apresenta a principal mudança no sistema produtivo dos países pioneiros em
promover a industrialização.
A) A formação de mão de obra com os cercamentos dos campos cultiváveis, expulsando-se os
trabalhadores dos grandes centros urbanos.
B) O declínio do proletariado enquanto grupo social hegemônico, arrefecendo-se os conflitos de classe.
C) A manutenção das terras comunais para a produção de alimentos voltados para a subsistência dos
camponeses europeus.
D) A adoção da divisão técnica do trabalho, com grande utilização de maquinários nas fábricas e aumento
da acumulação de capitais.
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Comentários
- As alternativas A e C estão incorretas. Desde o final da Idade Média, as terras agrícolas, que
anteriormente incluíam terras de cultivo comum (ou comunais), passaram a ser cercadas pelos nobres
proprietários, afirmando a noção de propriedade individual da terra. Com isso, muitos camponeses foram
expulsos dos locais onde viviam, passando a vagar pelos campos ou se estabelecer nos centros urbanos.

- A alternativa B está incorreta. Internamente, os cercamentos (enclosures) para a criação de ovelhas,


conforme já havíamos mencionado, também se intensificaram neste período. Um número significativo de
pequenos proprietários perde suas terras, o que faz com que uma multidão pessoas se fixe nas cidades,
onde formam uma camada social que vende sua força de trabalho em troca de salários – o proletariado.
- A alternativa D é a resposta. Diferentemente da atividade agrícola ou do fabrico de manufaturas nas
corporações de ofício, a produção industrial era baseada na ideia de divisão do trabalho. Dessa maneira,
os operários não dominavam todo o processo de fabricação, pois eram empregados em apenas uma
etapa.

Gabarito: D

24. (UFU/2013)
Desafio o mais acalorado defensor da reconciliação a apresentar uma única vantagem que este continente
possa colher da sua ligação à Grã-Bretanha. Repito e desafio: não se tira disso uma só vantagem. O nosso
trigo receberá o seu preço em qualquer mercado da Europa, e as nossas mercadorias importadas terão
de ser pagas, compremo-las onde quer que queiramos. Os homens de espírito passivo encaram com certa
leviandade as ofensas da Grã-Bretanha e são capazes de exclamar: ―vinde, vinde, seremos novamente
amigos apesar de tudo.
PAINE, Thomas. Senso Comum. In. WEFFORT, Francisco Correia (org.) Os Pensadores. Jefferson, Federalistas, Paine,
Tocqueville. São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Adaptado)

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Escrito em fevereiro de 1776 na Filadélfia, o panfleto Senso Comum revela


A) a prevalência dos conflitos internos que inviabilizaram a independência neste período.
B) a tentativa empreendida por Paine de promover o desenvolvimento econômico das colônias.
C) a desvantagem, para as colônias, dos princípios liberais expressos no pensamento inglês.
D) a existência de projetos políticos divergentes em relação ao futuro das 13 colônias.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal o processo de Independência das Treze Colônias é formalizado pelo
Segundo Congresso Continental da Filadélfia.
- A alternativa B está incorreta, afinal Paine recorre ao cenário econômico das Treze Colônias para
defender sua emancipação do jugo britânico.
- A alternativa C está incorreta, afinal o posicionamento de Paine elenca a liberdade econômica a ser
conquistada como um dos fatores que justifica a Independência das Treze Colônias, o que mostra o peso
da ideologia liberal no processo.
- A alternativa D é a resposta. Durante os debates entre os colonos britânicos acerca da possibilidade de
independência das Treze Colônias, ocorridos principalmente no primeiro e segundo Congressos da
Filadélfia, alguns notáveis defenderam a continuidade dos laços com a metrópole, conforme fica
evidenciado no panfleto “Bom Senso”, de Paine. Contudo, o projeto separatista acabou prevalecendo
entre a maioria dos revoltosos.
Gabarito: D
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25. (UFU/2012)
Entre os eventos que merecem destaque na consolidação do absolutismo inglês estão o embate entre os
York e os Lancaster, na Guerra das Duas Rosas, o controle dos nobres por Henrique VII e, finalmente, as
ações de Henrique VIII, que rompeu com o papa e fundou a Igreja Anglicana, mantida sob sua tutela. Com
a morte de Henrique VIII e a ascensão de Elizabeth I, o absolutismo inglês conheceu seu período de
maturidade. As ações de Elizabeth I e de seus sucessores, adotando medidas mercantilistas, criando
companhias de comércio, dissolvendo o Parlamento, exigindo pensão vitalícia e criando taxas, marcaram
acontecimentos que culminaram, décadas mais tarde, numa página da história da sociedade inglesa
conhecida como Revolução Gloriosa. Neste cenário,
A) a economia inglesa, diante da instabilidade política, teve um desenvolvimento irregular no século XIX,
atrasando sua industrialização frente a outros países.
B) a monarquia absolutista inglesa, reconhecendo suas limitações, tomou a iniciativa na criação do Bill of
Rights, evitando novas guerras civis no país.
C) as medidas absolutistas insuflaram questionamentos na sociedade inglesa, favorecendo mudanças e
rupturas na estrutura política do país.
D) as características absolutistas da monarquia inglesa a afastavam do modelo constitucional que, desde
o final da Idade Média, predominava na Europa.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, pois é durante as Revoluções Inglesas do século XVII que a Grã-Bretanha
desponta como o primeiro território a desenvolver o modelo industrial de produção – a chamada
Revolução Industrial.
- A alternativa B está incorreta, pois a Bill of Rights foi introduzida após a deposição de Jaime II, último
monarca absolutista da Inglaterra. Ele foi e substituído por seu genro, Guilherme de Orange. A mudança

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foi denominada Revolução Gloriosa, pois era inaugurada uma nova relação entre o poder monárquico e
o Parlamento: o rei se comprometia a respeitar os direitos da chamada Carta de Direitos (Bill of Rights),
que lançava as bases da monarquia constitucional e parlamentarista na Inglaterra.

- A alternativa C é a resposta. Em 1685, após a morte de Carlos II, o trono foi ocupado pelo seu irmão,
Jaime II. O monarca se mostrou disposto a adotar na Inglaterra um absolutismo aos moldes da experiência
francesa, mas enfrentou resistências da Igreja Anglicana e do Parlamento. Três anos depois, ele foi
deposto pelas elites inglesas e substituído por Guilherme de Orange. Este processo ficou conhecido como
Revolução Gloriosa, pelos motivos já explicitados na alternativa anterior.

- A alternativa D está incorreta, afinal a Inglaterra dispunha de uma Constituição desde 1215, aprovada
durante o governo de João Sem-Terra.

Gabarito: C

26. (UFU/2010)
Leia o texto abaixo.
O trabalho, como as outras coisas que se compram e se vendem e cuja quantidade pode aumentar ou
diminuir, tem o seu preço natural e o seu preço de mercado. [...] O preço natural do trabalho depende do
preço dos produtos alimentares, bens de primeira necessidade e outros artigos necessários para o
sustento dos trabalhadores e de sua família [...] O preço de mercado do trabalho é o preço realmente
pago por ele com base na relação natural entre a oferta e a procura.
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RICARDO, D. Princípios de economia política e de tributação. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1965, p. 103-104.

As ideias defendidas pelo autor integram o contexto de industrialização e urbanização na Europa ocidental
na primeira metade do século XIX. Sobre este período, analise as seguintes afirmativas:
I - O postulado do liberalismo econômico se sustenta na defesa da propriedade privada e na economia de
mercado, baseada na liberdade de comércio e de produção.
II - O incentivo à superpopulação era garantia de plena oferta de força de trabalho a baixos custos.
III - O nível dos salários dos trabalhadores corresponde sempre ao mínimo imprescindível para mantê-los
vivos, permitindo-lhes perpetuar a espécie.
IV - Os trabalhadores conquistariam o controle do Estado e implantariam uma nova forma de governo,
extinguindo a propriedade privada dos meios de produção.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas II e III estão corretas.
b) Apenas I e IV estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas III e IV estão corretas.
Comentários
Questão que demanda conhecimentos sobre conhecimentos sobre o liberalismo. Vejamos:
A afirmativa I é correta, o liberalismo era um pratica econômica baseada na não intervenção do estado,
na livre concorrência e na expansão dos mercados.
A afirmativa II é incorreta, à superpopulação é sinônimo de crise econômica, pois significa um número
maior de pessoas do que a capacidade dos mercados.

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A afirmativa III é correta, essa prática corresponde ao princípio da “mais-valia”, quanto mais baixo os
salários, mais altos são os lucros do capital.
A afirmativa IV é incorreta, a propriedade não foi abolida no século XIX, conhecida como “Era do Capital”.
Gabarito: C
27. (UFU/2009)
“[...] O racionalismo intelectual consciente dos séculos XVII e XVIII, que costuma ser designado com uma
palavra imprecisa como “Iluminismo”, não deve ser entendido, de modo algum, somente no contexto da
racionalidade burguesa e capitalista, já que existem fortes vínculos entre ele e a racionalidade de corte.”
ELIAS, Norbert. A sociedade de corte: investigação sobre a sociologia da realeza e da aristocracia de corte. Rio de Janeiro: J.
Zahar, 2001. p. 128.

Considerando o contexto intelectual dos séculos XVII e XVIII na Europa, analise o trecho acima e marque
a alternativa correta.
A) O trecho reforça a tese de que as Revoluções Científicas do século XVII e o Iluminismo são expressões
culturais típicas do mundo burguês, portanto, em nada familiar à sociedade do Antigo Regime.
B) O trecho afirma que não há qualquer vínculo entre Iluminismo e racionalidade burguesa e capitalista,
sendo, antes, expressão de uma racionalidade aristocrática de corte.
C) O trecho sugere que a sociedade de corte, vigente na Europa antes da consolidação da hegemonia
burguesa, não era irracional, mas possuía sua própria racionalidade, em nada estranha à filosofia e às
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ciências da época.
D) No trecho, o termo “Iluminismo” é considerado vago, pois só poderia ser empregado para designar
correntes intelectuais depois da Revolução Francesa e não durante a vigência da sociedade de corte.
Comentários
Questão que demanda interpretação e conhecimentos sobre a Europa Moderna. Vejamos:
- A alternativa A é incorreta, o trecho reforça que o iluminismo possuía vínculos com a sociedade de corte.
- A alternativa B é incorreta, o trecho mostra como o iluminismo além de possuir uma ligação com a
racionalidade burguesa capitalista, também possuía vínculos com a racionalidade de corte.
- A alternativa C é correta, o trecho sugere uma racionalidade nas cortes europeias, pois, essas
estabeleciam relações com o iluminismo.
- A alternativa D é incorreta, o iluminismo é considerado no trecho de modo preciso, um movimento que
ocorreu nos séculos XVII e XVIII.
Gabarito: C

28. (UFPR/2019)
Estou tentando resgatar o pobre tecelão de malhas, o meeiro luddita, o tecelão do “obsoleto” tear
manual, o artesão “utópico” e mesmo o iludido seguidor de Joanna Southcott, dos imensos ares
superiores de condescendência da posteridade. Seus ofícios e tradições podiam estar desaparecendo. Sua
hostilidade frente ao novo industrialismo podia ser retrógrada. Seus ideais comunitários podiam ser
fantasiosos. Suas conspirações insurrecionais podiam ser temerárias. Mas eles viveram nesses tempos de
aguda perturbação social, e nós não. Suas aspirações eram válidas nos termos de sua própria experiência.
(E. P. Thompson. A formação da classe operária inglesa. V.1(4. ed.). São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 13.)
Com base no trecho acima, assinale a alternativa correta.

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a) O novo industrialismo substituiu as técnicas tradicionais de trabalho e os modos de vida dos


camponeses, evidenciando o progresso das técnicas da manufatura fabril.
b) Os trabalhadores ingleses já estavam agrupados em partidos políticos antes mesmo do surgimento da
industrialização, demonstrando uma organização que seguia cada ofício de trabalho, como o alfaiate, o
artesão e o tecelão.
c) Os trabalhadores que viveram antes da era da industrialização tiveram sua memória utilizada como
símbolo de resistência dos movimentos operários posteriores.
d) A história que a classe operária inglesa contou sobre a industrialização não leva em consideração o
crescimento econômico do período, nem o papel de liderança assumido pelos empresários industriais.
e) As hostilidades dos trabalhadores ingleses às novas técnicas industriais informam o modo como os
indivíduos foram afetados pelo surgimento da industrialização.
Comentários
– A alternativa A está incorreta. Tomando como referência o movimento ludista, o texto não considera o
progresso das técnicas, mas sim o que elas geraram para os artesãos
– A alternativa B está incorreta, afinal o ludismo não foi um movimento organizado por associações de
ofício, mas sim uma reação coletiva e violenta dos trabalhadores diante da implementação do modelo
industrial de produção.
– A alternativa C está incorreta, pois de acordo com o texto, o ludismo seria condenado por movimentos
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trabalhadores da posteridade.
– A alternativa D está incorreta. O texto do enunciado não busca criticar a forma como os trabalhadores
ingleses narram sua própria experiência, mas considerar as mutações da técnica ocorridas com a
Revolução Industrial na Inglaterra.
– A alternativa E é a resposta. A consolidação do modelo industrial de produção resultou no
desaparecimento de técnicas e saberes tradicionais, tornando obsoleta a figura do artesão perante a
máquina a vapor e outros inventos da virada do século XVII para o XVIII. O ludismo, movimento que se
notabilizou pela sabotagem de maquinários na indústria de tecelagem, deve ser compreendido não como
uma reação utópica a essas rápidas transformações, mas um reflexo de como as mutações no modo de
trabalho afetaram a sociedade.
Gabarito: E

29. (UFPR/2019)
Considere o fragmento a seguir:
Afirmo que cada homem, e cada mulher, e cada criança deve obter algo mais, na distribuição geral dos
frutos do trabalho, além de alimento, farrapos e uma miserável rede com uma manta pobre a cobri-la: e
isso, sem ter de trabalhar doze ou quatorze horas por dia [...] dos seis aos sessenta anos. - Eles têm uma
reivindicação, uma sagrada e inviolável reivindicação por um pouco de comodidade e divertimento [...]
por algum tempo livre razoável para essas discussões, e por alguns meios ou informações que possam
levá-los à compreensão dos seus direitos.
(Os Direitos da Natureza. Thelwall, John. In: THOMPSON, Edward P. A formação da classe operária inglesa. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 2004. p. 175-176.)

Sobre o período destacado no excerto, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes
afirmativas:

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( ) O contexto se dá na Revolução Industrial na Inglaterra, em que as condições de trabalho eram


insalubres, motivo pelo qual muitos trabalhadores adoeciam ou faleciam, causando a diminuição
habitacional das cidades inglesas, uma das principais características do período.
( ) O trecho se refere aos movimentos de trabalhadores que sofriam as consequências da Revolução
Industrial. Um exemplo desses movimentos foram os Luditas, que se opunham ao desenvolvimento
industrial destruindo máquinas, em revolta contra as condições de trabalho sub-humanas e os baixos
salários.
( ) Nesse período houve a primeira Divisão Internacional do Trabalho, na qual as matérias-primas eram
transformadas em produtos manufaturados que provinham do império chinês, como o tecido.
( ) O aumento populacional foi uma das características da Revolução Industrial, entre os fatores que
levaram a esse aumento está a intensa migração do campo para a cidade, motivada pela criação de
empregos nas indústrias.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) F – V – V – F.
b) V – V – F – F.
c) V – F – V – F.
d) F – V – F – V.
e) V – F – F – V.
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Comentários
- A primeira afirmativa está incorreta, pois os elevados índices de mortalidade não levaram à diminuição
habitacional dos centros fabris no contexto da Revolução Industrial.
- A segunda afirmativa está correta. As duras condições impostas aos trabalhadores não foram
desacompanhadas de movimentos de contestação. No início do século XIX, operários passaram a sabotar
as máquinas de trabalho, chegando a tomar a manufatura de William Cartwright em 1811. Corria a história
de que um operário chamado Ned Ludd havia quebrado o tear de seu patrão, ato que levou muitos outros
operários a seguirem o exemplo. Com isso, os sabotadores ficaram conhecidos como luditas, sendo suas
ações respondias pelo Estado inglês com prisões e execuções.
- A terceira afirmativa é falsa, pois os tecidos eram produzidos pelas próprias indústrias erguidas na
Inglaterra, chegando o tecido inglês a competir com tecidos artesanais em mercados do Oriente.
- A quarta afirmativa é verdadeira, pois a Revolução Industrial motivou muitos camponeses a buscarem
trabalho e melhores condições de vida nos espaços urbanos, contribuindo para o crescimento do
proletariado.
Gabarito: D
30. (2013/UFPR)
Considere o excerto abaixo, escrito pelo filósofo John Locke em 1689:
Ninguém pode impor-se a si mesmo ou aos outros, quer como obediente súdito de seu príncipe, quer
como sincero venerador de Deus: considero isso necessário sobretudo para distinguir entre as funções do
governo civil e da religião, e para demarcar as verdadeiras fronteiras entre a Igreja e a comunidade. Se
isso não for feito, não se pode pôr um fim às controvérsias entre os que realmente têm, ou pretendem
ter, um profundo interesse pela salvação das almas, de um lado, e, de outro, pela segurança da
comunidade.

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(LOCKE, John. Carta acerca da tolerância. São Paulo: Abril Cultural, 1973, col. Os Pensadores, vol. XVIII, p. 11.)

Sobre a relação desse pensamento de Locke com o contexto político e religioso da Europa do século XVII,
identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F):
( ) John Locke defende a separação entre poder político e poder espiritual como base para o
estabelecimento de novas comunidades religiosas na Europa ocidental, em referência às novas ações da
Inquisição nos reinos católicos.
( ) John Locke defende a tolerância religiosa e a separação entre a religião e o poder político civil como
bases para a convivência pacífica entre os povos de religiões diferentes, em referência às guerras entre
católicos e protestantes nos reinos europeus.
( ) John Locke defende a separação entre Igreja e Estado no contexto das perseguições empreendidas
pelos puritanos na Inglaterra, após saírem vitoriosos da Revolução Gloriosa.
( ) John Locke defende a tolerância religiosa como condição primordial para a convivência entre diferentes
religiões que nasciam na Europa no século XVII e que eram perseguidas pela Igreja Católica, como o
espiritismo kardecista.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) F – F – V – F.
b) F – V – F – F.
c) V – F – F – F.
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d) F – F – F – V.
e) V – F – F – V.
Comentários
- A primeira afirmativa é falsa, afinal Locke considera a separação entre fé e política diante das guerras
religiosas vivenciadas pela Europa do século XVII.
- A segunda afirmativa é verdadeira. Locke desenvolveu a ideia de tolerância religiosa diante das guerras
civis e conflitos travados entre Estados protestantes e católicos ao longo do século XVII. O filósofo afirma
que somente dessa forma é possível garantir simultaneamente a verdadeira salvação das almas e a ordem
social e política.
- A terceira afirmativa é falsa, pois os puritanos não empreenderam perseguições religiosas na Inglaterra
após a Revolução Gloriosa. Após este processo foi aprovado o Ato de Tolerância (Toleration Act, 1689),
que concedeu liberdade de culto aos não-conformistas, ou seja, aos protestantes dissidentes que até
então eram perseguidos no país.
- A quarta afirmativa é falsa, uma vez que o kardecismo foi uma doutrina religiosa desenvolvida pelo
médium Allan Kardec na primeira metade do século XIX.
Estando correta a sequência F-V-F-F, a alternativa B é a resposta.
Gabarito: B
31. (2017/Unesp)
Nem todos os homens se renderam diante das forças irresistíveis do novo mundo fabril, e a experiência
do movimento dos quebradores de máquina demonstra uma inequívoca capacidade dos trabalhadores
para desencadear uma luta aberta contra o sistema de fábrica. De um lado, esse movimento de resistência
visava investir contra as novas relações hierárquicas e autoritárias introduzidas no interior do processo

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de trabalho fabril, e nessa medida a destruição das máquinas funcionava como mecanismo de pressão
contra a nova direção organizativa das empresas; de outro lado, inúmeras atividades de destruição
carregaram implicitamente uma profunda hostilidade contra as novas máquinas e contra o marco
organizador da produção que essa tecnologia impunha.
(Edgar de Decca. O nascimento das fábricas, 1982. Adaptado.)

De acordo com o texto, os movimentos dos quebradores de máquinas, na Inglaterra do final do século
XVIII e início do XIX:
De acordo com o texto, os movimentos dos quebradores de máquinas, na Inglaterra do final do século
XVIII e início do XIX,
a) expunham a rápida e eficaz ação dos sindicatos, capazes de coordenar ações destrutivas em fábricas
de diversas partes do país.
b) representavam uma reação diante da ordem e da disciplinarização do trabalho, facilitadas pelo
emprego de máquinas na produção fabril.
c) indicavam o aprimoramento das condições de trabalho nas fábricas, que contavam com aparato de
segurança interna contra atos de vandalismo.
d) revelavam a ingenuidade de alguns trabalhadores, que não percebiam que as máquinas auxiliavam e
facilitavam seu trabalho.
e) simbolizavam a rebeldia da maioria dos trabalhadores, envolvidos com partidos e agrupamentos
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políticos de inspiração marxista.


Comentários
Essa é uma questão de interpretação de texto. De acordo com o historiador Edgar de Decca, o movimento
ludista teria sido uma reação às relações de trabalho impostas pelo sistema industrial, marcadas pelo seu
viés autoritário e hierarquias estranhas às formas de produção que a antecederam. Sendo a máquina
símbolo das mudanças impostas aos trabalhadores, aqueles que se rebelavam recorriam à sabotagem dos
meios de produção para manifestarem sua insatisfação. Assim sendo, a alternativa B é a resposta.
-A alternativa A está incorreta. Os ludistas, operários que recorriam à sabotagem para manifestar sua
insatisfação com o sistema de trabalho industrial, não eram organizados em associações sindicais.
- Apesar dos progressos técnicos, os trabalhadores eram submetidos a condições insalubres nas
indústrias, o que torna incorreta a alternativa C.
- A alternativa D está incorreta. Conforme destaca o próprio texto, a quebra do maquinário industrial
servia como um mecanismo de pressão exercida pelos trabalhadores insurgentes, chamando a atenção
dos capitalistas para suas reivindicações.
- A alternativa E está incorreta, afinal a ação ludista não era orientada por partidos ou grupos políticos
marxistas. Cabe destacar que o filósofo Karl Marx só se tornaria conhecido por toda a Europa a partir da
publicação de seu Manifesto Comunista, em 1848.
Gabarito: B

32. (2016/Unesp)
A divisão capitalista do trabalho – caracterizada pelo célebre exemplo da manufatura de alfinetes,
analisada por Adam Smith – foi adotada não pela sua superioridade tecnológica, mas porque garantia ao
empresário um papel essencial no processo de produção: o de coordenador que, combinando os esforços
separados dos seus operários, obtém um produto mercante. (Stephen Marglin. In:
André Gorz (org.). Crítica da divisão do trabalho, 1980.)

Ao analisar o surgimento do sistema de fábrica, o texto destaca

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a) o maior equilíbrio social provocado pelas melhorias nos salários e nas condições de trabalho.
b) o melhor aproveitamento do tempo de trabalho e a autogestão da empresa pelos trabalhadores.
c) o desenvolvimento tecnológico como fator determinante para o aumento da capacidade produtiva.
d) a ampliação da capacidade produtiva como justificativa para a supressão de cargos diretivos na
organização do trabalho.
e) a importância do parcelamento de tarefas e o estabelecimento de uma hierarquia no processo
produtivo.
Comentários
Uma questão de interpretação de texto. De acordo com o enunciado, a divisão do trabalho adotada pelo
modelo industrial garantiu ao empresário o papel de coordenador do sistema produtivo, controlando as
atividades do operariado nos ambientes fabris. Tendo isso em conta, podemos considerar que o trabalho
industrial era baseado na divisão de tarefas, afinal empresários e proletários exercem atividades
hierarquicamente distintas na cadeira produtiva. A alternativa E, portanto, é a correta.
- A alternativa A está incorreta, afinal o texto sugere um desequilíbrio nas relações de trabalho dos
espaços fabris. Podemos considerar a existência de pelo menos dois grupos: empresários, dotados de
poder decisório, e operários, executores de suas demandas.
- A alternativa B está incorreta, afinal as empresas eram geridas pelos empresários, e não pelos
trabalhadores.
- A alternativa C está incorreta. Apesar do desenvolvimento tecnológico possibilitar o aumento da
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capacidade produtiva das indústrias, o fragmento do enunciado trata das hierarquias existentes nas
indústrias.
- A alternativa D está incorreta. Conforme destaca o próprio texto, o espaço industrial contava com a
figura do empresário, responsável pelo gerenciamento de sua produção.
Gabarito: E

33. (2015/Unesp)
O pensamento iluminista, baseado no racionalismo, individualismo e liberdade absoluta do homem, ao
criticar todos os fundamentos em que se assentava o Antigo Regime, revelava as suas contradições e as
tornava transparentes aos olhos de um número cada vez maior de pessoas.
(Modesto Florenzano. As revoluções burguesas, 1982. Adaptado.)

Entre as críticas ao Antigo Regime, mencionadas no texto, podemos citar a rejeição iluminista do
a) princípio da igualdade jurídica.
b) livre comércio.
c) liberalismo econômico.
d) republicanismo.
e) absolutismo monárquico.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal a sociedade do Antigo Regime era baseada em privilégios para a
nobreza e o clero, enquanto os demais grupos sustentavam a estrutura com o pagamento de tributos. A
ideia de que todos os indivíduos nascem iguais foi algo desenvolvido pelos iluministas, contestadores da
ordem do chamado Antigo Regime.

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- A alternativa B e C estão incorretas. Dentre os integrantes do movimento iluminista, podemos destacar


a figura de Adam Smith, defensor do livre-comércio e da livre-iniciativa, fornecendo as bases do
pensamento liberal.
- A alternativa D está incorreta. Para Rousseau, um dos principais filósofos das Luzes, a República era a
forma de governo capaz de garantir a participação direta dos cidadãos e garantir a ideia de vontade geral
nas decisões políticas.
- A alternativa E é a resposta. O Iluminismo foi um movimento cultural que criticava o caráter tirânico do
poder absolutista durante o chamado Antigo Regime, o que leva autores como Montesquieu e Rousseau
a teorizarem diferentes maneiras de garantir uma ordem política baseada no bem comum dos cidadãos.
Gabarito: E

34. (2013/Unesp)
No final do século XVIII, a Inglaterra mantinha relações comerciais regulares com várias regiões do
continente africano. O interesse de ingleses nesse comércio derivava, entre outras coisas, da necessidade
de
a) mercado consumidor para os tecidos, produzidos em escala industrial nas fábricas inglesas e francesas.
b) especiarias e sal, utilizados na conservação de alimentos consumidos nas grandes cidades europeias.
c) petróleo, utilizado como fonte principal de energia nas fábricas instaladas em torno das grandes cidades
inglesas.
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d) matérias-primas, como o algodão e os óleos vegetais, que eram utilizadas pelas fábricas inglesas.
e) mão de obra a ser empregada nas manufaturas e fábricas que proliferavam na Inglaterra e na França.
Comentários
Essa é uma questão difícil. Sabemos que ao final do século XVIII, amparada pelo advento da máquina a
vapor e por outras transformações técnicas e científicas, a Inglaterra desenvolveu o modo de produção
industrial em seu interior. Há um grande investimento na indústria têxtil no período, o que demandou a
busca por matérias-primas e insumos através do comércio com outras partes do mundo incluindo na
África. Dito isso, podemos considerar a alternativa D como a correta. Vejamos as demais:
- A alternativa A está incorreta. A França não se se industrializou no século XVIII, mas no século XIX,
juntamente com países como os Estados Unidos e o Japão. Para muitos historiadores, este processo pode
ser chamado de Segunda Revolução Industrial.
- A alternativa B está incorreta, afinal o mercado de especiarias entrou em declínio a partir do século XVI.
Ademais, ele se adequava a uma lógica mercantilista nas relações econômicas, algo que não mais se
verifica na Inglaterra do século XVIII.
- A alternativa C está incorreta, pois o petróleo só passou a ser utilizado como fonte de energia nas
indústrias a partir do século XIX.
- A alternativa E está incorreta, pois a mão de obra empregada nos ambientes fabris foi resultado do
êxodo rural gerado pelos cercamentos na Inglaterra. A França, por sua vez, têm seu operariado formado
com o fim das relações feudais nos campos, no desenrolar do processo revolucionário.
Gabarito: D

35. (2013/Unesp)
Todo processo de industrialização é necessariamente doloroso, porque envolve a erosão de padrões de
vida tradicionais. Contudo, na Grã-Bretanha, ele ocorreu com uma violência excepcional, e nunca foi
acompanhado por um sentimento de participação nacional num esforço comum. Sua única ideologia foi
a dos patrões. O que ocorreu, na realidade, foi uma violência contra a natureza humana. De acordo com

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uma certa perspectiva, esta violência pode ser considerada como o resultado da ânsia pelo lucro, numa
época em que a cobiça dos proprietários dos meios de produção estava livre das antigas restrições e não
tinha ainda sido limitada pelos novos instrumentos de controle social. Não foram nem a pobreza, nem a
doença os responsáveis pelas mais negras sombras que cobriram os anos da Revolução Industrial, mas
sim o próprio trabalho.
(Edward P. Thompson. A formação da classe operária inglesa, vol. 2, 1987. Adaptado.)

O texto afirma que a Revolução Industrial


a) aumentou os lucros dos capitalistas e gerou a convicção de que era desnecessário criar mecanismos de
defesa e proteção dos trabalhadores.
b) provocou forte crescimento da economia britânica e, devido a isso, contou com esforço e apoio plenos
de todos os segmentos da população.
c) representou mudanças radicais nas condições de vida e trabalho dos operários e envolveu-os num duro
processo de produção.
d) piorou as condições de vida e de trabalho dos operários, mas trouxe o benefício de consolidar a ideia
de que o trabalho enobrece o homem.
e) preservou as formas tradicionais de sociabilidade operária, mas aprofundou a miséria e facilitou o
alastramento de epidemias.
Comentários
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- A alternativa A está incorreta. Embora duramente explorados pelos seus patrões, os trabalhadores
buscaram se organizar durante a contemporaneidade para conquistarem certos direitos sociais.
- A alternativa B está incorreta. Conforme destaca o fragmento do enunciado, o processo industrial foi
movido unicamente pela “ideologia” e a “ânsia pelo lucro” dos patrões, não sendo levados em conta os
interesses da classe operária.
- A alternativa C é a correta. De acordo com o historiador Edward Thompson, o processo de
industrialização da Inglaterra foi alimentado pela ganância dos patrões, proprietários dos meios de
produção. Objetivando a maximização dos lucros, a partir do aumento da produtividade, os capitalistas
enquadraram os operários em uma rígida e disciplinada lógica de trabalho, o que representou uma
transformação nas atividades produtivas até então existentes na história humana.
- A alternativa D está incorreta, afinal a valorização do trabalho foi algo disseminado pela doutrina
calvinista, antes mesmo do desenvolvimento das indústrias na Inglaterra.
Gabarito: C

36. (2012/Unesp)
Leia as assertivas sobre a independência das 13 colônias inglesas na América do Norte.
I. Foi um movimento que manteve as bases da estrutura da sociedade colonial, preservando a escravidão.
II. A resistência interna das colônias foi fortalecida com o apoio externo dos países ibéricos.
III. Sofreu influência das ideias iluministas francesas, baseadas nos princípios da liberdade, propriedade
e igualdade civil.
IV. A união das 13 colônias inglesas contra a Inglaterra objetivou a ruptura do pacto colonial.
Estão corretas as afirmativas
a) I e IV, apenas.

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b) II e III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
Comentários
- A assertiva I está correta. Embora reivindicassem liberdades individuais, a independência dos Estados
Unidos manteve a escravidão no novo país, especialmente nas atividades agrícolas da região sul.
- A assertiva II está incorreta. Durante a guerra de Independência, as Treze Colônias contaram com o apoio
financeiro e militar dos franceses.
- A assertiva III está correta. A Independência dos Estados Unidos se baseou nos escritos de filósofos da
Ilustração, incorporando no novo governo a teoria da tripartição dos poderes de Montesquieu e os
direitos individuais categorizados por Adam Smith.
- A assertiva IV está correta. As limitações ao livre-comércio impostas pelas taxas da metrópole foram
decisivas para que os norte-americanos buscassem a emancipação política da Inglaterra, rompendo o
pacto colonial.
Estando corretas as assertivas I, III e IV, a afirmativa D é a correta.
Gabarito: D

37. (2012/Unesp)
Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada associado com toda
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a força comum, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só obedece contudo a si mesmo, permanecendo
assim tão livre quanto antes. Esse, o problema fundamental cuja solução o contrato social oferece. [...]
Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral,
e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo.
(Jean-Jacques Rousseau. Do contrato social, 1983.)
O texto apresenta características
a) iluministas e defende a liberdade e a igualdade social plenas entre todos os membros de uma
sociedade.
b) socialistas e propõe a prevalência dos interesses coletivos sobre os interesses individuais.
c) iluministas e defende a liberdade individual e a necessidade de uma convenção entre os membros de
uma sociedade.
d) socialistas e propõe a criação de mecanismos de união e defesa de todos os trabalhadores.
e) iluministas e defende o estabelecimento de um poder rigidamente concentrado nas mãos do Estado.
Comentários
- A alternativa A está incorreta. Embora Jean-Jacques Rousseau seja um iluminista, o filósofo não faz
nenhuma defesa da igualdade social, mas da defesa do indivíduo e seus bens, reconhecendo a existência
de direitos individuais.
- As alternativas B e D estão incorretas. Rousseau considerava a propriedade privada como a origem de
toda as desigualdades sociais, mas isso não faz com que o autor seja enquadrado como socialista.
- A alternativa C é a resposta. De acordo com o fragmento do autor, era preciso a criação de um contrato
social capaz de defender e proteger os indivíduos e seus bens, ao mesmo tempo em que fosse mantida a
noção de vontade geral, fonte da soberania política.

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- A alternativa E está incorreta, afinal o movimento iluminista se opunha às tiranias e a qualquer


manifestação de poder autoritário.
Gabarito: C

38. (2012/Unesp)
A Revolução Puritana (1640) e a Revolução Gloriosa (1688) transformaram a Inglaterra do século XVII.
Sobre o conjunto de suas realizações, pode-se dizer que
a) determinaram o declínio da hegemonia inglesa no comércio marítimo, pois os conflitos internos
provocaram forte redução da produção e exportação de manufaturados.
b) resultaram na vitória política dos projetos populares e radicais dos cavadores e dos niveladores, que
defendiam o fim da monarquia e dos privilégios dos nobres.
c) envolveram conflitos religiosos que, juntamente com as disputas políticas e sociais, desembocaram na
retomada do poder pelos católicos e em perseguições contra protestantes.
d) geraram um Estado monárquico em que o poder real devia se submeter aos limites estabelecidos pela
legislação e respeitar as decisões tomadas pelo Parlamento.
e) precederam as revoluções sociais que, nos dois séculos seguintes, abalaram França, Portugal e as
colônias na América, provocando a ascensão política do proletariado industrial.
Comentários
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- A alternativa A está incorreta. Durante o governo de Oliver Cromwell, a Inglaterra aprovou os Atos de
Navegação (1651), que estipulavam que somente poderiam aportar em território inglês produtos
comercializados em navios britânicos, ou por embarcações de seus país de origem. A medida contribuiu
para que a Inglaterra despontasse no século XIX como a principal potência econômica do mundo.
- A alternativa B está incorreta. Os escavadores (diggers) e niveladores (levellers) ameaçavam radicalizar
o processo revolucionário quando propuseram, respectivamente, a extensão do direito ao voto e do
direito à terra para todos os ingleses, o que comprometeria interesses políticos e fundiários da gentry.
Devido a isso, ambos foram duramente reprimidos pelo Exército de Cromwell.
- A alternativa C está incorreta. As revoluções inglesas tiveram como consequência a instituição da
tolerância religiosa, pondo fim às perseguições promovidas pelos monarcas. Ademais, a Revolução
Gloriosa foi marcada pela ascensão de Guilherme de Orange, um rei protestante.
- A alternativa D é a resposta. A Revolução Gloriosa representou a consolidação da monarquia
constitucional e parlamentarista na Inglaterra ao exigir dos monarcas o reconhecimento da autonomia da
Alta e Baixa Câmaras no país.
- A alternativa E está incorreta, pois as revoluções que sucedem as inglesas não possibilitaram a ascensão
política do proletariado industrial. Tal processo só ocorre em 1917, com a Revolução Russa.
Gabarito: D

39. (2010/Unesp)
Este considerável aumento de produção que, devido à divisão do trabalho, o mesmo número de pessoas
é capaz de realizar, é resultante de três circunstâncias diferentes: primeiro, ao aumento da destreza de
cada trabalhador; segundo, à economia de tempo, que antes era perdido ao passar de uma operação para
outra; terceiro, à invenção de um grande número de máquinas que facilitam o trabalho e reduzem o
tempo indispensável para o realizar, permitindo a um só homem fazer o trabalho de muitos.
(Adam Smith. Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações (1776), in Adam Smith/Ricardo. Os pensadores.
São Paulo: Abril Cultural, 1984.)

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O texto, publicado originalmente em 1776, destaca três características da organização do trabalho no


contexto da Revolução Industrial:
a) a introdução de máquinas, a valorização do artesanato e o aparecimento da figura do patrão.
b) o aumento do mercado consumidor, a liberdade no emprego do tempo e a diminuição na exigência de
mão de obra.
c) a escassez de mão de obra qualificada, o esforço de importação e a disciplinarização do trabalhador.
d) o controle rigoroso de qualidade, a introdução do relógio de ponto e a melhoria do sistema de
distribuição de mercadorias.
e) a especialização do trabalhador, o parcelamento de tarefas e a maquinização da produção.
Comentários
Uma questão de interpretação de texto. De acordo com o filósofo Adam Smith, a aumento da
produtividade foi decorrente de três circunstâncias, das quais podemos influir certas características do
modo de produção industrial. Acompanhe abaixo:
❖ o aumento da rapidez dos trabalhadores → Como os trabalhadores eram designados para uma
determinada etapa do processo de industrialização, ele acabava por executar o mesmo processo
diversas vezes, o que consequentemente o fez mais ágil com o passar do tempo.
❖ redução entre as etapas de produção → A divisão do trabalho fez com que os intervalos de cada
processo fossem reduzidos, otimizando o tempo de fabricação das mercadorias.
❖ aprimoramento das tecnologias utilizadas nas fábricas → O advento da máquina a vapor e de
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outros bens de produção também contribuíram para o aumento da produção, substituindo a mão
de obra humana em certos processos.
Feitas essas considerações, podemos considerar que a alternativa E é a correta. Quanto às demais
alternativas...
- A alternativa A está incorreta, afinal o trabalho artesanal não era valorizado no modo de produção
industrial. Além disso, a figura do patrão já existia antes da emergência do capitalismo industrial.
- A alternativa B está incorreta, pois os trabalhadores não gozavam de liberdades no espaço de trabalho.
- A alternativa C está incorreta, afinal a divisão do trabalho no modo de produção industrial possibilitou a
especialização dos trabalhadores.
- A alternativa D está incorreta, afinal o controle rigoroso de qualidade foi um traço existente nas
corporações de ofício, não nas indústrias.
Gabarito: E

40. (2006/Unesp)
Leia os dois textos seguintes. "No Ocidente Medieval, a unidade de trabalho é o dia [...] definido pela
referência mutável ao tempo natural, do levantar ao pôr-do-sol. [...] O tempo do trabalho é o tempo de
uma economia ainda dominada pelos ritmos agrários, sem pressas, sem preocupações de exatidão, sem
inquietações de produtividade".
(Jacques Le Goff. "O tempo de trabalho na crise do século XIV".)

"Na verdade não havia horas regulares: patrões e administradores faziam conosco o que queriam.
Normalmente os relógios das fábricas eram adiantados pela manhã e atrasados à tarde e em lugar de
serem instrumentos de medida do tempo eram utilizados para o engano e a opressão".
(Anônimo. "Capítulos na vida de um menino operário de Dundee", 1887.)

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Entre as razões para as diferentes organizações do tempo do trabalho, pode-se citar:


a) a predominância no campo de uma relação próxima entre empregadores e assalariados, uma vez que
as atividades agrárias eram regidas pelos ritmos da natureza.
b) o impacto do aparecimento dos relógios mecânicos, que permitiram racionalizar o dia de trabalho, que
passa a ser calculado em horas no campo e na cidade.
c) as mudanças trazidas pela organização industrial da produção, que originou uma nova disciplina e
percepção do tempo, regida pela lógica da produtividade.
d) o conflito entre a Igreja Católica, que condenava os lucros obtidos a partir da exploração do
trabalhador, e os industriais, que aumentavam as jornadas.
e) a luta entre a nobreza, que defendia os direitos dos camponeses sobre as terras, e a burguesia, que
defendia o êxodo rural e a industrialização.
Comentários
A questão demanda interpretação de ambos os textos. O primeiro trata do trabalho rural na Idade Média,
quando o tempo era orientado pelas estações do ano, o nascer e o por do sol e o ciclo das chuvas. O
segundo relata o cotidiano de trabalhadores fabris na contemporaneidade, momento em que o tempo
produtivo era definido pelos relógios ajustados pelos patrões, gerando jornadas de trabalho sobre-
humanas. Feitas essas considerações, vejamos as alternativas:
- A alternativa A está incorreta, afinal em nenhum momento o primeiro fragmento sugere proximidade
entre empregadores e assalariados na Idade Média.
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- A alternativa B está incorreta. Embora o segundo fragmento evidencie o aparecimento do relógio


mecânico para contabilizar as jornadas de trabalho, o relato anônimo sugere que empregadores o
ajustavam a seu bel prazer, o que nos impede de afirmarmos que ocorreu um processo de racionalização
do trabalho.
- A alternativa C é a resposta. O modo de produção industrial passa a visar a produtividade, o que leva
empregadores a ajustarem relógios para explorarem ao máximo a mão de obra dos operários nos espaços
fabris. Isso mostra uma transformação em relação ao período Medieval, quando a lógica do trabalho era
orientada pelos tempos agrícolas, a posição do Sol e as estações do ano.
- A alternativa D está incorreta. Embora condenasse o lucro durante a Idade Média, a Igreja reformula seu
discurso com o advento do capitalismo durante a Idade Moderna, não sendo crítica à exploração do
operariado no período.
- A alternativa E está incorreta, afinal os fragmentos tratam de dois momentos distintos da História da
produção humana, não havendo, portanto, conflitos entre camponeses e burgueses.
Gabarito: C

8.3. Inéditas
1. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio)
Desde os tempos do confronto entre o Parlamento e Jaime I, ilustres partidários de cada um tomaram da
palavra para defender suas posições, produzindo discursos políticos de grande relevância e repercussão.
A restauração da monarquia em 1660 não sepultou as ideias elaboradas no período revolucionário, que
voltaram à tona com o novo conflito entre o Parlamento e o rei Carlos II, vinte anos mais tarde. Filósofos
como Tyrrel e Locke retomam a polêmica com Filmer e Hobbes, reinterpretando a tradição dos “direitos
naturais” sobre a qual se assentava todo o debate político do século.

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GRESPAN, Jorge. Revolução Francesa e Iluminismo. São Paulo Contexto, 2019. p. 34.

O debate político decorrente do processo revolucionário inglês, verificado no decorrer do século XVI,
(A) contribuiu para a delimitação de limites ao poder monárquico.
(B) restringiu a consolidação dos pressupostos do liberalismo.
(C) permitiu a flexibilização de direitos individuais em favor da coletividade.
(D) garantiu o arraigamento permanente do experimento republicano.
(E) forneceu as bases religiosas nas quais se assentava o absolutismo.
Comentários
- A alternativa A é a resposta. O legado final das Revoluções Inglesas do século XVI foi o apagamento dos
resquícios feudais da Inglaterra, a partir da delimitação das atribuições do Rei e também do Parlamento,
garantindo a limitação do poder monárquico.
- A alternativa B está incorreta, afinal o processo revolucionário inglês permitiu a consolidação da ideia
de direitos individuais, um dos pressupostos do liberalismo político.
- A alternativa C está incorreta, afinal a noção de direitos individuais foi fortalecida no decorrer do
processo revolucionário, debate do qual participou o filósofo John Locke.
- A alternativa D está incorreta, pois o período republicano foi extremamente breve na Inglaterra.
- A alternativa E está incorreta, o poder absoluto do rei se viu contido pelo processo revolucionário inglês.
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Gabarito: A

2. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio)


A Encyclopédie organizada por Denis Diderot tornou-se uma das mais famosas experiências de
popularização do conhecimento. O objetivo da coletânea que se propunha a reunir todo o conhecimento
existente sobre artes e ciências, para que este fosse partilhado a todos. Frequentes eram as críticas ao
clericalismo, a superstição e ao fanatismo nos verbetes, o que fez com que a obra fosse censurada diversas
vezes. O racionalismo contido na Enciclopédia se espalhou por toda a Europa das Luzes, sendo “a
revolução antes da Revolução”.
DURANT, Ariel; DURANT, Will. História da Civilização: a Era de Voltaire. Rio de Janeiro: Record, 1965. p. 594.

A “revolução” atribuída à publicação da Enciclopédia pelo texto se deu a partir


(A) da crítica às bases do chamado Antigo Regime e pelo papel atribuído ao conhecimento na
emancipação da humanidade.
(B) da inserção de seus valores pelo despotismo ilustrado e a difusão do conhecimento às camadas
marginais europeias.
(C) do apoio dado ao processo revolucionário francês e da defesa da laicização do ensino nas instituições
de ensino público.
(D) da adesão das elites europeias à Ilustração e do estímulo dado às transformações dos dogmas
sustentados pela Igreja.
(E) da superação das estruturas monárquicas no continente europeu e da defesa da difusão do
conhecimento calcado pela Razão.
Comentários

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- A alternativa A é a resposta. A Enciclopédia de Denis Diderot dedicou-se ao projeto filosófico iluminista


ao buscar a propagação do pensamento racional e ao combate das estruturas que marcavam a Europa do
Antigo Regime, incluindo o absolutismo e o dogmatismo religioso.
- A alternativa B está incorreta, pois o acesso direto às edições da obra ficou restrito às elites letradas da
Europa e de outras partes do mundo.
- A alternativa C está incorreta, pois as publicações dos iluministas antecederam a eclosão da Revolução
Francesa.
- A alternativa D está incorreta, afinal a Igreja não buscou se adequar a crítica da Ilustração.
- A alternativa E está incorreta, pois o iluminismo não combateu o modelo político monárquico, mas sim
sua forma absolutista. Um exemplo disso são os escritos políticos de Montesquieu, que consideravam a
monarquia constitucional o regime mais adequado para a Europa.
Gabarito: A

3. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita)


Leia o enunciado abaixo.
Entre 1763 e 1791, as ideias foram reformuladas, surgiram proposições inéditas e o vocabulário do mundo
público teve de ser redefinido para dar conta de uma nova configuração do pensamento que brotou no
território da antiga América inglesa.
STARLING, Heloisa Maria Murgel. A matriz norte-americana. In: BIGNOTTO, Newton (org.). Matrizes do republicanismo. Belo
Horizonte: Ed. UFMG, 2013. p. 231.
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Considere as seguintes afirmações sobre as novas ideias políticas que fizeram parte do processo de
independência das Treze Colônias e da formação dos Estados Unidos da América.
I. Elaborada por Thomas Jefferson, a Declaração de Independência introdução as noções de igualdade
entre os homens, o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade.
II. Uma das marcas da chamada Revolução Americana foi a convicção de que uma república poderia ser
consolidada em um território de proporções continentais.
III. Um dos grandes paradoxos da Declaração de Independência foi demandar a universalidade de direitos
na esfera pública quando conservava o trabalho escravo no cerne de sua força produtiva.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
Comentários
- A afirmativa I está correta. Preparada por Thomas Jefferson, a Declaração de Independência bebia da
filosofia de John Locke e da experiência revolucionária inglesa para reafirmar certos direitos naturais e
inalienáveis, como vida, liberdade e a busca da felicidade. Ao mesmo tempo, também apresentavam a
ideia de direito à rebelião contra governos tirânicos, também retirada dos escritos lockeanos.
- A afirmativa II está correta. Os Estados Unidos se tornou o primeiro Estado Moderno a aplicar o modelo
de República como forma de governo em um território de grandes proporções, o que a levou a se tornar
um modelo para a independência de outros países na América Latina.

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- A afirmativa III está correta. Embora defendesse a igualdade entre os homens, os Estados Unidos
excluíram mulheres e escravizados dos critérios de cidadania estabelecidos no novo país.
Estando corretas as três afirmativas, a alternativa E é a resposta.
Gabarito: E

4. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio)


Em 1829 a Comissão dos Lordes perguntou a um proeminente gerente de minas de carvão se a redução
dos salários nas minas do Tyne e do Wearside podia “ser efetuada sem perigo para a tranquilidade do
distrito, ou risco de destruição de todas as minas, com toda a maquinaria, e o valioso capital nelas
investido”. Ele achava que não. Inevitavelmente, o empregador que se defrontava com esses riscos fazia
uma pausa antes de provocá-los, com medo de que “sua propriedade e talvez sua vida (pudessem) correr
perigo em consequência”. “Muito mais patrões do que se podia esperar”, notou Sir John Clapham com
injustificada surpresa, apoiaram a manutenção das Leis dos Tecelões de Seda de Spitafields, porque sob
elas, alegavam eles “o distrito viveu num estado de quietude e de repouso”.
HOBSBAWM apud MARQUES, Adhemar Martins. História Contemporânea através de textos. São Paulo: Contexto, 2019. p. 53.

Com base nas informações fornecidas pelo texto, pode-se compreender o movimento do operariado
inglês caracterizado pela destruição das máquinas dos últimos anos do século XVIII e os primeiros do
século XIX como
(A) uma reação ingênua e ineficaz do operariado, afinal se voltava contra o maquinário industrial, e não
contra a exploração empreendida pelos donos dos meios de produção.
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(B) uma articulação que trouxe certos ganhos aos trabalhadores, afinal conferiu-lhes poder de negociação
diante do temor dos empregadores de terem seu maquinário comprometido.
(C) uma reação contrária ao processo de industrialização das atividades produtivas, encarado pelos
trabalhadores como causador do desemprego estrutural e da precarização.
(D) uma articulação que levou ao esgotamento dos conflitos entre patrões e empregados na Inglaterra, a
partir da formulação de uma legislação trabalhista.
(E) uma reação que contribuiu para a desagregação do sistema produtivo na Inglaterra, dificultando o
avanço do processo de mecanização das atividades produtivas.
Comentários
- A alternativa A está incorreta. Trata-se uma interpretação sustentada por certos teóricos do marxismo,
mas que não se respalda nos relatos do autor.
- A alternativa B é a resposta. Conforme destaca o próprio texto, certas garantias foram asseguradas aos
trabalhadores diante das ações empreendidas pelo ludismo, afinal o movimento se colocava como capaz
de promover a destruição dos meios de produção de empregadores.
- A alternativa C está incorreta, pois trata-se de um movimento voltado à obtenção de garantias imediatas
junto aos empregadores.
- A alternativa D está incorreta, pois os conflitos se estenderam nos séculos seguintes, em parte motivados
pelas poucas garantias jurídicas estendidas aos trabalhadores.
- A alternativa E está incorreta, afinal o ludismo não impediu a continuidade do processo de implantação
do modelo industrial na Inglaterra.
Gabarito: B

5. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio)

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A partir de 1751 começa a aparecer a Enciclopédia, que alcançou 36 volumes, dos quais oito de
ilustrações, num total de 71.818 verbetes, até o ano de sua conclusão, em 1772. Neste novo trabalho
imenso, não só a nova concepção da natureza como a da sociedade começa a ser difundida.
GRESPAN, Jorge. Revolução Francesa e Iluminismo. São Paulo: Contexto, 2019.

Elaborado pelos editores Diderot e D’Alambert, a Enciclopédia, que contou com a contribuição de diversos
pensadores iluministas, apresentou entre seus pressupostos a
(A) defesa da existência de dogmas teológicos.
(B) emancipação humana pelo primado da razão.
(C) a valorização do mercado editorial.
(D) crítica aos valores do liberalismo político.
(E) legitimação do processo revolucionário francês.
Comentários
- A alternativa A está incorreta. O iluminismo foi um movimento político que questionou os dogmatismos
da Igreja e as estruturas aristocráticas e absolutistas de seu tempo, se utilizando, para tanto, do
pensamento racional.
- A alternativa B é a resposta. A Enciclopédia sintetiza os valores do iluminismo, afinal busca contribuir
para a emancipação do Homem por meio do pensamento racional.
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- A alternativa C está incorreta, afinal isso não faz parte dos princípios do iluminismo.
- A alternativa D está incorreta, as reflexões promovidas pelo iluminismo contribuíram para a consolidação
do ideário liberal.
- A alternativa E está incorreta, o iluminismo foi um movimento que antecedeu o processo revolucionário
francês.
Gabarito: B

6. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio)


Aqueles homens nunca destruíram os seus teares até que eles se tornassem inúteis, piores do que inúteis;
na verdade, até que as máquinas se tornassem impedimentos nos seus esforços de obterem os seus pães
diários. Podeis então se perguntar: em tempos como estes, quando falência, fraude e crime impugnado
são encontrados em posições não muito abaixo que de vós Lordes, o mais baixo, embora uma vez
pertencente à parte mais útil dos homens, poderia na sua angústia esquecer o seu dever e assim se tornar
menos culpado do que um de seus representantes?
Discurso de Lorde Byron a respeito da repressão contra os Ludistas. Disponível em: <file:///C:/Users/marco.tulio/Downloads/5957-Texto%20do%20artigo-
19919-1-10-20180529.pdf>. Acesso em: 28 maio 2021.

Ao analisar a atuação do movimento ludista na Inglaterra, o texto


(A) associa os efeitos do progresso técnico à insatisfação do operariado.
(B) considera a busca dos trabalhadores por direitos políticos no país.
(C) destaca as denúncias de corrupção como motivadoras dos motins.
(D) relaciona as transformações fabris com o agravamento da inflação.
(E) condena os danos causados pelos rebeldes à economia britânica.
Comentários

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- A alternativa A é a resposta. De acordo com o texto, a destruição de teares pelos trabalhadores ludistas
manifestava a insatisfação decorrente do desenvolvimento do modelo industrial, que levou à demissão
de operários e à piora da qualidade de vida da população mais pobre em geral. Assim sendo, na concepção
do autor, a sabotagem das máquinas de tecidos evidencia as questões sociais do período.
- A alternativa B está incorreta, os ludistas não reivindicavam direitos políticos, mas buscavam se colocar
contra as transformações que perturbavam o seu cotidiano e modo de trabalho.
- A alternativa C está incorreta, o ludismo não foi um movimento motivado por denúncias de corrupção,
mas pela situação vivida pelos trabalhadores diante do avanço do sistema fabril.
- A alternativa D está incorreta, não foram mencionados índices inflacionários pelo texto.
- A alternativa E está incorreta, Lorde Byron condena a repressão desenfreada aplicada aos trabalhadores,
analisando as questões sociais que motivaram o movimento.
Gabarito: A
7. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio)
Uma vez estabelecidos os dois princípios — que a riqueza consiste no ouro e prata e que, em se tratando
de um país que não possui minas, esses metais só podem entrar pela balança comercial, isto é, exportando
um montante maior que o montante do valor importado — necessariamente passou-se a considerar como
o grande objetivo da Economia Política diminuir o máximo possível a importação de mercadorias
estrangeiras para consumo interno, e aumentar ao máximo possível a exportação de produtos do próprio
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país. Consequentemente, os dois grandes motores para enriquecer um país consistiriam em restringir a
importação e estimular a exportação
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações-Adam Smith: Vol. I. LeBooks Editora, 2020.

Adam Smith foi um filósofo e economista nascido na Escócia. Através de suas obras, estabeleceu grandes
críticas ao meio socioeconômico de sua época. No trecho citado, o autor enfatiza as principais práticas de
uma política econômica conhecida como
a) liberalismo.
b) mercantilismo.
c) fisiocracia.
d) feudalismo.
e) absolutismo.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, porque o liberalismo se opõe à intervenção do estado na economia, fator
que é amplamente citado por Adam Smith no trecho.
- A alternativa B está correta. O mercantilismo foi um conjunto de práticas econômicas executadas
durante o Antigo Regime. Preconizavam uma balança comercial favorável, alcançada através da
intervenção direta do estado nas importações e exportações. Além disso, objetivava o acúmulo de metais
preciosos, especialmente prata e ouro, responsáveis por medir a riqueza de uma nação.
- A alternativa C está incorreta, porque a fisiocracia partia do pressuposto que a riqueza de uma nação
seria mensurada pela capacidade produtiva de seu sistema agrícola. Não há relações com os fatores
citados pelo enunciado.

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- A alternativa D está incorreta, porque o feudalismo foi um sistema econômico que preconizava a relação
entre servo e senhor, vinculados através do acesso à terra e laços de lealdade. Não há relação com o
trecho.
- A alternativa E está incorreta, porque o absolutismo não se refere a uma prática econômica, e sim a um
modelo político de valorização da figura régia e centralização do poder.
Gabarito: B

8. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio)


A Ilustração, ou Esclarecimento, não é um conjunto de ideias: é a atitude de falar publicamente usando a
própria razão e recusando as explicações tradicionais. Os resultados deste método nem sempre formam
um conjunto coerente e definitivo de ideais – assim como seria incoerente com o Esclarecimento se
acreditássemos que as noções correntes de liberdade e democracia devem estar isentas de crítica.
Rodrigo Elias. Essa luz. Revista de História da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, ano 9, n. 104, maio 2014, p. 21.
Considerando as características do movimento cultural supracitado, assinale a alternativa correta.
a) O iluminismo consolidou um sistema de ideias compartilhado entre todos os adeptos, que contribuiu
para a desestruturação do chamado Antigo Regime.
b) A Ilustração suscitou a formação de uma opinião pública entre os meios letrados, o que impediu que
seus postulados fossem assimilados pelas camadas subalternas.
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c) Os teóricos do Esclarecimento buscaram estimular a irrupção de processos revolucionários, com o


intuito de colapsar as instituições de autoridade na Europa.
d) Apesar de reunir pensadores com perspectivas conflitantes, o iluminismo representou um esforço
conjunto de compreensão da realidade à luz da experimentação.
e) A busca por alcançar uma verdade universal norteou o pensamento iluminista, cuja expectativa era a
consolidação de teses indubitáveis acerca dos fenômenos naturais e humanos.
Comentários
- A alternativa A está incorreta. Conforme destaca o próprio texto, os pensadores ligados ao Iluminismo
não tinham uma visão coesa sobre a realidade.
- A alternativa B está incorreta. Apesar de ser um movimento de elite, as ideias iluministas eram lidas em
voz alta nos cafés e espaços públicos, o que permitiu com que também fossem consumidas pelas camadas
populares.
- A alternativa C está incorreta. As ideias iluministas foram incorporadas por processos revolucionários
posteriormente, ainda que não fosse esse o objetivo do movimento.
- A alternativa D é a resposta. Os autores iluministas apresentavam opiniões e teses que se chocavam
ocasionalmente, mas concordavam na busca pela compreensão do mundo por meio da razão e da
experimentação, contornando explicações dogmáticas.
- A alternativa E está incorreta, o iluminismo julgava necessário que as explicações acerca da realidade
fossem permanentemente submetidas ao questionamento racional, com o intuito de evitar a emulação
de dogmas intransponíveis.
Gabarito: D
9. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio)

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A vida e a história de Juan Rodríguez parecem possuir mais incógnitas do que certezas. Ele era negro e,
na primavera de 1613, desembarcou na região do rio Hudson, onde hoje fica a cidade de Nova York. Ele
chegou a bordo de um navio mercante holandês que passou por Santo Domingo, na ilha de Hispaniola
(atual República Dominicana e Haiti), que à época era colônia da Espanha. Isso marca a importância
histórica de Rodríguez como o primeiro habitante não originário dessas terras. O historiador James
Nevius, que é autor de vários livros sobre Nova York, argumenta que há uma tendência de
"embranquecer" a história. "(Rodríguez) representa a diversidade, a promessa da cidade de Nova York, e
uma luta constante com as pessoas que tentam se aproveitar", diz Nevius.
Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/06/13/a-fascinante-historia-de-juan-rodriguez-o-primeiro-
imigrante-de-nova-york.ghtml>. Acesso em: 17 jun. 2021.

De acordo com as informações fornecidas pelo texto, é correto afirmar que


A) as escassas informações existentes sobre o imigrante Juan Rodríguez tornam sua existência
questionada pelos historiadores norte-americanos.
B) a descoberta do personagem na região de Nova York não representa um marco historiográfico, afinal
sua presença não gerou contribuições efetivas para a dinâmica local.
C) a ênfase dada à figura histórica, resgatada como um habitante não originário de Nova York, contribui
para o apagamento das contribuições culturais legadas pelos indígenas locais.
D) o personagem contribui para a desconstrução de mitos arraigados no imaginário norte-americano
acerca de sua história, que negam o caráter plural de sua colonização.
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E) o noticiamento da figura história revela que a colonização de Nova York se deu exclusivamente por
imigrantes hispânicos, diferentemente do ocorrido em outras regiões.
Comentários
- A alternativa A está incorreta. O texto questiona informações sobre a vida do imigrante, mas não a sua
existência.
- A alternativa B está incorreta. De acordo com o fragmento, a descoberta de Juan Rodríguez contribui
para compreender a história da colonização dos Estados Unidos de maneira mais diversificada.
- A alternativa C está incorreta. A valorização da figura de Rodríguez não implica, necessariamente, no
apagamento dos povos indígenas. Cabe destacar que tal processo ocorre durante séculos de historiografia
norte-americana, que privilegiou as contribuições dadas aos imigrantes de origem europeia para a
formação cultural do território.
- A alternativa D é a resposta. Há uma tendência da historiografia tradicional norte-americana de
privilegiar as contribuições dos protestantes anglo-saxões na colonização da América Inglesa, ignorando
as contribuições de outros imigrantes. De acordo com o texto, essa tentativa de “embranquecer” a
História dos Estados Unidos é posta em xeque por histórias como a do imigrante Juan Rodríguez, que
revelam o caráter plural da colonização do território.
- A alternativa E está incorreta, a região também foi colonizada por outros povos.
Gabarito: D
10. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio)
Montesquieu reformula a tipologia clássica das formas políticas, no sentido de condenar a tirania. A
monarquia não é a forma mais centralizada do poder, pois é distinguida do despotismo: não
necessariamente o rei é um tirano, se governa junto com parlamentos e com a nobreza. A essa distinção
do Espírito das Leis segue-se, bem a propósito, um capítulo que analisa elogiosamente a Constituição da

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Inglaterra, onde os representantes eleitos pela sociedade têm uma participação essencial. Sugerem-se,
com isso, também uma crítica e um caminho para os franceses.
GRESPAN, Jorge. Revolução Francesa e Iluminismo. São Paulo: Contexto, 2019. p. 39.

Como forma de se antever ao poder despótico, o teórico iluminista considera o(a)


A) federalismo, sistema pelo qual a administração é descentralizada entre entes autônomos.
B) republicanismo como uma garantia para a representação da vontade geral dos cidadãos.
C) a existência de poderes estatais independentes e autônomos entre si.
D) a instauração de um governo que garanta critérios abrangentes de participação política.
E) a adoção do parlamentarismo presidencialista, o que evitaria a concentração da autoridade.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, Montesquieu defendia a separação de poderes.
- A alternativa B está incorreta, a vontade geral é um conceito desenvolvido por Rousseau, outro filósofo
do iluminismo. Ademais, Montesquieu era defensor da monarquia constitucional como forma de governo
mais adequada.
- A alternativa C é a resposta, Montesquieu foi um dos filósofos que preconizou a necessidade de
separação dos poderes como forma de evitar as tiranias, preceito incluído em diversas constituições a
partir do século XVIII, ao conceberem a existência dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
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- A alternativa D está, incorreta, Montesquieu não defendia a democracia como forma de governo, mas a
monarquia constitucional.
- A alternativa E está incorreta. Para o autor, a melhor forma de governo seria a monarquia
parlamentarista.
Gabarito: C

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9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mais uma aula chegou ao fim. Como os conteúdos que vimos aqui são extremamente importantes
para o seu vestibular, gostaria de ressaltar algumas noções que podem aparecer na hora da prova:
❖ É preciso entender as Revoluções Inglesas do século XVII como processos que deram fim ao
Antigo Regime na Inglaterra, reforçando o poder do Parlamento e a noção de direitos individuais
e invioláveis pelo Estado. Elas fornecem as bases para o desenvolvimento industrial no país,
alimentam o discurso dos revolucionários nas Treze Colônias e permitem o desenvolvimento do
liberalismo.
❖ Ainda falando de Revolução Inglesa, os Atos de Navegação de Cromwell costumam ser
destacados pelas questões, que associam sua promulgação ao desenvolvimento comercial da
Inglaterra. Então quando pensar em como o país alcança o século XIX como a maior potência do
mundo, é preciso ter em conta este conjunto de leis aprovadas durante a Commonwealth.
❖ Quanto ao Iluminismo, é preciso que você compreenda o movimento como uma ruptura com os
elementos definidores do mundo do Antigo Regime. Os teóricos da Ilustração criticam o poder
absoluto do Rei, a sociedade baseada em privilégios e o excessivo poder da Igreja. Também
influenciam outros movimentos revolucionários, como a Independência dos Estados Unidos e a
Revolução Francesa.
❖ A Revolução Americana é quase sempre cobrada considerando os aspectos que levaram as Treze
Colônias a se levantarem contra a metrópole inglesa. Assim sendo, é preciso compreender a
relação desse processo com a Guerra dos Sete Anos e os novos tributos implantados pela
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Inglaterra.
❖ Por fim, a Revolução Industrial é fundamental para a prova do Enem! É preciso compreender as
novas técnicas, as transformações no mundo do trabalho e como ela se relaciona à consolidação
do capitalismo na Europa e em outras partes do mundo. Continuaremos a falar deste assunto em
outras aulas.
Se algo não foi esclarecido, entre em contato comigo no Fórum de Dúvidas!
Bons estudos!
Marco Túlio
Ah, não se esqueça de me seguir nas redes sociais:

profmarco.tulio @profmarcotulio t.me/histpraboidormir

10. REFERÊNCIAS
ARENDT, Hannah. Sobre a Revolução. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

COTRIM, Gilberto. Fundamentos da filosofia: história e grandes temas. 16ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

COTRIM, Gilberto. História global: volume único. São Paulo: Saraiva, 2018.

DEJEAN, Joan. Antigos contra modernos: as guerras culturais e a construção de um fin de sciècle. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

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FREITAS NETO, José Alves de; TASINAFO, Célio Ricardo. História geral e do Brasil. São Paulo: Harbra, 2006.

HILL, Cristopher S. O século das revoluções, 1604-1714. São Paulo: Unesp, 2012.

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11. VERSÕES DAS AULAS


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23/01/2022 Versão 1 Aula original

AULA 07 – IDADE MODERNA III – Prof. Marco Túlio 114

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