ESTRATÉGIA VESTIBULARES – LITERATURA PARA VESTIBULARES 2023

VESTIBULARES
Exasiu RESUMO

Exasiu
Resumo – Aula 00

Professora Luana Signorelli

estretegiavestibulares.com.br

Resumo da Aula 00 de Literatura 1

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RESUMO DA AULA 00

1.0 TEORIA LITERÁRIA

O QUE É LITERATURA? Antigamente, associava-se literatura a textos

escritos, de acordo com as Belas-Artes, que passam por um processo de
elaboração usando estilo e técnica. No contemporâneo, a literatura se
estendeu para um conceito mais amplo, podendo chegar a outros
suportes, até mesmo envolvendo texto não verbal, como quadrinhos,
slams (poesia falada), entre outros. Para ser literatura, o texto tem que
ser ficcional (criado, inventado), opondo-se a um texto com outras
finalidades (jornalística, informativa etc.).
CONCEITO OBRA

FORMA CONTEÚDO

É a estrutura do texto literário. O É o conteúdo do texto. Um mesmo tema

produto final, o resultado visual da pode ser escrito de formas diferentes, a
composição. Envolve o processo de depender da autoria/época. Na
elaboração do(a) autor(a), como estilo Antiguidade, a literatura estava associada
(figuras de linguagem), escolhas a temas belos, concepção que se alterou
textuais etc. É o critério para a historicamente.
diferenciação de gêneros.

2.0 HISTÓRIA LITERÁRIA

O QUE É HISTÓRIA LITERÁRIA? Hoje, a disciplina da literatura corresponde ao estudo do conjunto de
textos produzidos historicamente. Literatura é processo! E um movimento literário tende a negar o
anterior. Um movimento literário depende do contexto histórico de sua produção, e uma obra
literária é fruto da mentalidade da época na qual ela foi produzida. O agrupamento de autores
produzindo no mesmo período com unidade de características é o que se chama de movimento ou
escola literária (são termos sinônimos). A sucessão de movimentos literários é o que se chama

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história literária. Cada país tem a sua própria história. Por isso, a história literária leva em
consideração as respectivas nacionalidades. Para concursos militares, é preciso conhecer a evolução
da arte literária no Brasil e em Portugal.

Medieval Clássico Moderno

Séculos: XII Séculos: XVI -XIX
Séculos: XIX até hoje
-XVI
Origem das Predomínio da poesia Vários Gêneros
formas
poéticas
Formas poéticas consagradas: Introdução do gênero ERAS
soneto, poesia épica Romance
Vários Gêneros
Grandiosidade Mundo Prosaíco

MOVIMENTOS LITERÁRIOS

Trovadorismo Realismo
Modernismos
E Classicismo Barroco Arcadismo Romantismo Simbolismo
Até hoje
Quinhentismo Parnasianismo

Românico Realismo Vanguardas

Neo-
Gótico Renascimento Barroco Romantismo Impresionismo Abstracionismo
Classicismo
Bizantino Transição Pop Arte

MOVIMENTOS ARTÍSTICOS

BRASILEIRA PORTUGUESA
• Brasil Colônia: Quinhentismo, • Era Medieval: Trovadorismo
Barroco e Arcadismo • Era Clássica: Classicismo
• Brasil Império: Romantismo (Camões e Sá Miranda) –
(nacionalismo: Independência nacionalismo: grandes
de 1822); navegações; Barroco e
Realismo/Naturalismo; Arcadismo
Simbolismo/Parnasianismo • Era Moderna: Romantismo,
• Brasil República: Pré- Realismo/Naturalismo;
Modernismo; Modernismo e Simbolismo e Modernismo
Contemporânea

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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: alguns nomes entre a historiografia literária

brasileira e a portuguesa se mantêm os mesmos, e outros mudam, porque
a história em si não coincide em todos os pontos.

PARA NÃO ESQUECER!

• O Quinhentismo foi o primeiro movimento literário brasileiro. É um movimento literário, porque

apresentou produção em três gêneros literários (prosa, poesia e teatro) e durou mais de um século
(apesar do nome, dura de 1500 a 1600). Ocorreu ao mesmo tempo que Humanismo/Classicismo
em Portugal. O Trovadorismo ocorre um pouco antes (1100-1400).
• Nacionalismo é uma tendência literária que valoriza o Estado-Nação. É a representação do
orgulho nacional. Por isso, começa a se manifestar em épocas diferentes na história literária
brasileira e na portuguesa. Só é possível falar de nacionalismo no Brasil a partir da Independência
Política, em 1822.
• 2 movimentos literários são didaticamente divididos em gerações, tanto no Brasil quanto em
Portugal: Romantismo e Modernismo. Para um movimento literário ser dividido em gerações, é
porque ele foi muito extenso, apresentando várias facetas. Logo eles, na história literária
brasileira, estão ligados a efemérides em 2022 e têm chance de cair.

Bicentenário da Romantismo
Independência
Política (1ª geração)
2022
Centenário da Modernismo
Semana de Arte
Moderna (1ª geração)

3.0 GÊNEROS LITERÁRIOS

CRITÉRIO DE DIFERENCIAÇÃO: FORMA

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Gêneros Modalidades Equivale ao gênero épico

ou epopeia na
Antiguidade Clássica. São
longos relatos, que antes
eram heroicos.
Antigamente, escrito em
Prosa Narrativa verso, mas hoje escrito
em forma de parágrafo.

Textos escritos em forma

de verso. São textos com
Poesia Lírica mensagem condensada,
e maior grau de
subjetividade.

Textos escritos em forma

Teatro Dramática de falas de personagem,
com eventuais
orientações do
dramaturgo.
Quadro sinóptico de poesia
CATEGORIA DEFINIÇÃO
É a voz do ser abstrato que fala no poema. Ele pode ser uma invenção do
EU LÍRICO poeta ou pode coincidir com o poeta, mas nem sempre. Também é chamado
de eu lírico (com ou sem hífen), eu poético ou poemático.
Sucessão de sílabas ou fonemas que formam uma unidade rítmica e
melódica, correspondendo em geral a uma linha no poema.
VERSO
Livres: versos sem métrica;
Brancos: versos sem rima.
É a medida dos versos, isto é, o número de sílabas poéticas apresentadas
MÉTRICA pelos versos. Cuidado: a sílaba poética não coincide com a sílaba
gramatical.
É um recurso musical baseado na semelhança sonora de palavras no final de
RIMA
versos (rima externa) e, às vezes, no interior de versos (rima interna).
RITMO Alternância de sílabas acentuadas, variando quanto à sua intensidade.
Formas de poema que têm estrutura fixa de construção. Entre tais, destacam-
FORMAS FIXAS se: balada, canção, cantata, elegia, glosa, haicai, hino, lira, madrigal,
noturno, ode, rondó, soneto, terça, trova, vilancete, versículo.

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Métrica

• O metro é a medida do verso. Metro = métrica = sílaba poética.

• O estudo dos metros se chama metrificação ou escansão. A escansão é a contagem
das sílabas poéticas em um poema.
• Lembrete: a contagem das sílabas métricas NÃO coincide com as sílabas gramaticais,
porque tem que parar na última sílaba forte do verso.
• Todo poema é metrificado. Se está em um poema, a palavra já tem sílabas poéticas.
O que pode variar é a contagem de sílabas poéticas em um verso: ela pode ser
regular ou irregular.

Elisão

• Cuidado: é um caso de exceção na metrificação.

• Conceito: fenômeno no qual a vogal seguida de vogal em palavras contíguas é
absorvida (inclui-se o “h” que não é um fonema, mas simples letra).
• Exemplo de Gonçalves Dias: "Não-cho-res-quea-VI-da" (elisão entre e + a, VI é a
última sílaba tônica/forte, por isso a contagem para nela).

Ritmo

• Alternância de sílabas fortes (tônicas) e fracas (átonas).

• O conceito vem da música e é o que confere dinâmica ao poema.
• Por exemplo: um verso tetrassílabo: 4; 1-4; 2-4 (número das sílabas fortes).
• Os números representam um esquema possível, mas pode haver outros.

Tipo de Esquema
Rima
rima de rima
É como as rimas se
Coincidência sonora
É como elas se repetem dispõem em uma
entre o fim de palavras
sonoramente, efeito de estrofe, ela em
que provam a melodia
som. consideração a
do poema.
disposição.

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TIPOS DE RIMAS

PERFEITA OU Repetição idêntica e total no

CONSOANTE fim da palavra

SOM OU FONÉTICA

Correspondência parcial de
IMPERFEITA sons. Assonância (vogal) e
aliteração (consoante)

Palavras de classes
RICA
morfológicas diferentes

Palavras de classes
VALOR OU QUALIDADE POBRE
morfológicas iguais

Combinação incomum.
RARA OU PRECIOSA
Exemplo: estrela/vê-la.

TIPOS DE RIMAS

Ocorre entre palavras

AGUDA OU
oxítonas. Exemplo:
MASCULINA
céu/chapéu.

Ocorre entre palavras

ACENTUAÇÃO OU
GRAVE OU FEMININA paroxítonas. Exemplo:
INTENSIDADE
cedo/medo.

Ocorre entre palavras

ESDRÚXULA proparoxítonas. Exemplo:
depósito/propósito.

EXTERNA Ocorre no fim do verso.

DISPOSIÇÃO OU
POSIÇÃO NO VERSO
Pode ocorrer entre uma
última palavra de um verso e
INTERNA
uma palavra interna do
verso seguinte.

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ESQUEMA DE RIMAS

REVISÃO DE ESQUEMA DE RIMAS

Alternadas ou cruzadas (ABAB)
“Meu Amor, não é nada: – Sons marinhos (A)
Numa concha vazia, choro errante... (B)
Ah, olhos que não choram! Pobrezinhos... (A)
Não há luz neste mundo que os levante! (B)”
(Florbela Espanca – Filtro) → simbolista portuguesa
Emparelhadas ou paralelas (AABB)
“Vagueio campos noturnos (A)
Muros soturnos (A)
paredes de solidão (B)
sufocam minha canção (B)”
(Ferreira Gullar – Sete poemas portugueses) → modernista brasileiro
Interpoladas ou intercaladas (ABBA)
“Eu, filho do carbono e do amoníaco, (A)
Monstro de escuridão e rutilância (B)
Sofro, desde a epigênese da infância, (B)
A influência má dos signos do zodíaco (A)”
(Augusto dos Anjos – Psicologia de um vencido) → pré-modernista brasileiro

BIZU SUPREMO: atentem-se para os diferentes nomes que uma mesma

designação pode ter, pois sua banca pode cobrar um nome ou outro.
Pode ser que o termo caia em uma única alternativa na questão, mas
convém dominar todas as acepções e saber Identificá-las em um texto,
ou seja, Ir para além da teoria. Outra observação Importante é que o
conhecimento de teoria literária pode vir acompanhado em uma questão
de conhecimento de movimentos literários.

Verso Estrofe Poema

Resultado final.
Linha justificada à
Conjunto de versos Poesia é o processo
margem esquerda
agrupados. de fabricação do
da página.
poema.

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Quadro sinóptico de prosa

CATEGORIA DEFINIÇÃO
A narrativa de acontecimentos cuja ênfase recai na relação de causa e efeito.
ENREDO Uma ação pode ser externa ou interna; intensa, densa. Sinônimo de "história" com
letra minúscula, pois "História" com maiúscula consiste na disciplina.
Voz que fala dentro da narrativa e acaba por assumir o ponto de vista
(sinônimo de visão de mundo, perspectiva e – na prosa – foco narrativo). O
narrador está para a prosa como o eu lírico está para a poesia. Classifica-se em:
*Narrador em primeira pessoa: ele também é personagem, expressa sua visão
de mundo própria de quem vivenciou a história.
• Narrador ficcional: o escritor cria um personagem narrador com
características e biografia totalmente diferentes da sua. Exemplo: Brás
Cubas em Memórias póstumas de Brás Cubas (1881) de Machado de Assis.
O narrador é criado e não corresponde biograficamente com o autor.
• Narrador-testemunha: o escritor elege um protagonista, mas quem conta
a história é um personagem secundário. Exemplo: José Fernandes, amigo
de Jacinto, que narra sua história em A cidade e as serras (1901) de Eça
de Queirós.
• Alter ego: o escritor cria um narrador que conta uma experiência muito
NARRADOR próxima da vivida pelo autor. Por exemplo, em O Ateneu, o protagonista
Sérgio fala de suas vivências no internato em que passou parte da sua
adolescência, situação vivida pelo próprio Raul Pompéia.
*Narrador em terceira pessoa: ele se coloca acima da história como se fosse um
deus observando seus personagens.
• Narrador impessoal: aquele que nos dá a impressão de não existir,
comporta-se como se fosse simplesmente um jornalista registrando com
fidelidade a história; tipo de narrador frequentemente utilizado pelos
realistas e naturalistas.
• Narrador condescendente ou simpático: o escritor adota um ponto de
vista que deixa claro quais são seus personagens preferidos, idealizando-
os. Esse é o narrador típico do Romantismo.
• Narrador crítico: ele conta a história comentando a ação e o enredo.
Exemplo: o narrador de Lima Barreto em Triste fim de Policarpo Quaresma
(1911), que se intromete ironicamente no texto.
PERSONAGENS Os seres fictícios construídos para figurarem dentro da história.
Os fatos apresentam relação com o tempo em dois níveis: cronológico (tempo
TEMPO
real, numérico) e psicológico (as percepções subjetivas da personagem).
ESPAÇO Lugar no qual se passa a história e o enredo (a ação) se articula.
CONFLITO Uma oposição entre elementos da história da qual resulta numa tensão.
CLÍMAX É o momento culminante da história, o momento de maior tensão.
DESFECHO Desenlace ou conclusão. É a solução do conflito, a parte final.

Quadro sinóptico de teatro

CATEGORIA DEFINIÇÃO
Do grego, δράμα significa ação. Texto de ficção, peça teatral ou filme de
DRAMA
caráter sério, que apresenta um desenvolvimento de fatos e circunstâncias

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compatíveis com os da vida real. Um texto dramático se classifica como

tragédia ou comédia.
O ato está para o teatro como o capítulo está para uma narrativa. Consiste
ATO
na divisão geral da peça.
Subdivisões da peça, em que cabe uma unidade de ação. Geralmente, marca
CENA a entrada/saída de atores. Exemplo: ato III, cena 2: “Ser ou não ser, eis a
questão” (Shakespeare – Hamlet).
No teatro, as personagens são como personae, isto é, uma máscara, uma
PERSONAGENS ficcionalização, uma teatralização. Elas vestem a indumentária, um vestuário
específico que condiz com seu caráter, personalidade etc.
O tempo pode ser cronológico (tempo real, numérico ou histórico) ou
TEMPO psicológico (as percepções subjetivas da personagem). O tempo ainda pode
não ser caracterizado.
No teatro, o espaço é uma cenografia, um lugar criado. Lugar no qual se passa
ESPAÇO
a história e o enredo (a ação) se articula.
O teatro apresenta toda uma técnica diferenciada. No início, geralmente, há
uma espécie de ficha catalográfica com algumas informações sobre a peça.
RUBRICA OU
Ao longo texto, também há orientações sobre gestos, posturas etc., geralmente,
DIDASCÁLIA
em relação a personagens. São como intromissões do dramaturgo e
normalmente vêm antes das falas entre parênteses.

EXEMPLOS DE GÊNEROS HÍBRIDOS

PROSA POÉTICA TEATRO EM VERSOS

GUIMARÃES ROSA – JOÃO CABRAL DE MELO NETO –
CAMPO GERAL MORTE E VIDA SEVERINA

• "Da viagem, em que vieram para o
Mutúm, muitos quadros cabiam certos na
memória [metáfora]. A mãe, ele e os
irmãozinhos [diminutivo afetivo], num
carro-de-bois com toldo de couro e
esteira de buriti, cheio de trouxas, sacos,
tanta coisa — ali a gente brincava de
esconder. Vez em quando, comiam, de
sal, ou cocadas de buriti, doce de leite,
queijo descascado [memória afetiva]"
(ROSA, 2001, p. 21).
• Na prosa poética, elementos da poesia
são combinados, mas o texto ainda é
escrito em forma de prosa (parágrafo).
• "— E de onde que o estais trazendo,
• irmãos das almas,
• onde foi que começou
• vossa jornada?
• — Onde a Caatinga é mais seca,
• irmão das almas,
• onde uma terra que não dá
• nem planta brava" (MELO, domínio
público)
• Cada vez que um travessão é introduzido,
um diálogo é iniciado. Trata-se de um
auto (breve peça teatral).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Eu me coloco à disposição de vocês para sanar eventuais dúvidas.

Tenho a meta de responder ao Fórum de Dúvidas, com a qualidade e profundidade exigidas, assim
como podem me encontrar em redes sociais. E agora também temos Sala VIP.

Versão Data Modificações

1 17/08/2022 Entrega da primeira versão do texto.

Professora Luana Signorelli

/luana.signorelli Professora Luana @profa.luana.signorelli

Signorelli

Luana Signorelli @luanasignorelli1

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