Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
do estudo
sobre os
sonhos na
pandemia
Autor:Bruno LuizTavares Oliveira
Orientadora: Clarice Caldeira Leite
Instituição: Colégio Murialdo PortoAlegre
PortoAlegre, 2020.
- Começaram a surgir temas inesperados, como a especificidade da escuta on-line (na pandemia, muitas consultas
psicológicas se deram através da internet).
- Os participantes da pesquisa relatam que ao escrever e ou contar os sonhos já começam a perceber algo que não haviam
pensado antes. Dizem também experimentar um certo alívio quando percebem algum sentido nos relatos.
- A maioria dos sonhos relatados são ruins, inclusive aqueles considerados pesadelos, e raramente palavras positivas e que
passam sensações de leveza estão presentes.
- Nos primeiros 369 sonhos, coletados entre abril e maio, as palavras que mais aparecem são casa (354), mãe (124) e
amigo(a)s (120). Depois vem namorado, carro, cidade, pai, etc. Quarentena aparece 29 vezes, pandemia 21, matar 19,
morte 11. Em junho, as palavras mais frequentes continuam sendo casa, mãe e amigo(a)s, mas relativamente a abril e
maio, elas são menos representativas. A frequência de "pandemia" dobra, de "quarentena" diminui quase pela metade. Ou
seja, antes as pessoas se preocupavam mais com a quarentena, agora mais com a pandemia. Resultado esperado, claro.
Mas o dado mais impressionante é o aumento significativo, no último mês, das palavras morte e matar. Em geral, alguém
ou algo "tentando me matar" (o número dessas ocorrências quase dobra). Esse aumento é concomitante ao aumento da
frequência da presença de vocabulário de termos dos noticiários políticos (como fascismo) e de figuras políticas no relato
dos sonhos, como o próprio Bolsonaro (aumento de mais ou menos um terço).
5. Conclusão
Através deste trabalho, aprendemos a relevância dos estudos sobre os sonhos para a
elaboração e a adaptação dos indivíduos expostos a traumas coletivos ciência, sociedade,
principalmente em tempos de pandemia devido ao coronavírus. Os sonhos nos alertam de
perigos eminentes, transpassando as limitações da consciência, ou seja, são como cinemas sem
censura que expressam desejos, medos e fantasias. Como seres contemporâneos, não
cessamos de interpelar as catástrofes do nosso tempo. Portanto, os sonhos são revolucionários
e, o ato de sonhar e relatá-los provê potência coletiva e traz alívio, possibilitando que saiamos
de uma anestesia vinda de um totalitarismo e que tenhamos o direito à liberdade de expressão
e o compromisso com os nossos desejos e imaginação. Compartilhar uma pesquisa que possa
trazer alento dentro de uma possibilidade digital (Instagram @sonhosconfinados) para
progredir em várias áreas do conhecimento é opimo.
6. Referências
Sites
BASTOS, A. (2020). Coronavírus: pesquisadores estudam como a pandemia afeta os sonhos dos brasileiros. Disponível em:
<https://www.nsctotal.com.br/noticias/coronavirus-pesquisadores-estudam-como-a-pandemia-afeta-os-sonhos-dos-brasileiros>. Acesso em:
20/11/20.
ROSA; BROIDE; ALENCAR (2020). Os sonhos e o despertar para a travessia de desertos. Disponível em:
<https://revistacult.uol.com.br/home/pandemia-sonhos-atravessar-desertos/>. Acesso em: 20/11/20.
CARTA CAPITAL (2020). Covid Dreams: como a pandemia tem influenciado os nossos sonhos. Disponível em:
<https://www.cartacapital.com.br%2Fsociedade%2Fcovid-dreams-como-a-pandemia-tem-influenciado-os-nossos-sonhos%2F&usg=>. Acesso
em: 20/11/20.
DIAS, M. (2020). Conheça a pesquisa sobre sonhos na pandemia realizada pela UFMG. Disponível em:
<https://www.revistaencontro.com.br/canal/revista/2020/07/conheca-a-pesquisa-sobre-sonhos-na-pandemia-realizada-pela-ufmg.html>. Acesso
em: 20/11/2020.
VERZTMAN; ROMÃO-DIAS (2020). Catástrofe, luto e esperança: o trabalho psicanalítico na pandemia de COVID-19. Disponível em:
<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-47142020000200269>. Acesso em: 20/11/20.
“Sonhos confinados – uma pesquisa sobre a vida onírica no contexto de uma pandemia
Imagens
Imagem 1: “O sonho”, de Frida Kahlo. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/obras-frida-kahlo/>. Acesso em: 20/11/20.
Imagem 2: “Swan e Minotauro, Starcatcher”, de Duy Huynh. Disponível em: <https://weheartit.com/entry/12646728>. Acesso em: 20/11/20.
Imagem 4: Livro “A interpretação dos sonhos”, de Sigmund Freud. Disponível em: <https://www.amazon.com.br/Interpretação-Dos-
Sonhos-Sigmund-Freud/dp/8525427837>. Acesso em: 20/11/2020.
Imagem 5: Ilustração “It’s in Dreams That Americans Are Making Sense of Trump”, de Stephen Marche. Disponível em:
<https://www.newyorker.com/culture/cultural-comment/its-in-dreams-that-americans-are-making-sense-of-trump>. Acesso em: 20/11/20.
Imagem 7: Reprodução da web/ Autor desconhecido. Disponível em: <https://www.instagram.com/sonhosconfinados/>. Acesso em: 20/11/20
Muito obrigado!
Agradeço à professora de Química da nossa escola,
Clarice, pela oportunidade de refletir sobre os efeitos
emocionais relativos ao isolamento social. Já que o tema
específico foi a importância do estudo dos sonhos, quero
deixar registrada uma singela descoberta durante a
elaboração da pesquisa, a saber o sonho “revelador” de
Kekulé, químico do séc. XIX que descobriu a fórmula
estrutural da molécula de Benzeno. Link aqui:
<https://profes.com.br/Prof.Quimica/blog/o-sonho-de-
kekule-um-sonho-historico> .Acesso em: 20/11/20.
Bruno Luiz Tavares Oliveira, turma 201.
Imagem 7: Reprodução da web/ Autor desconhecido. Imagem 6: Pinturasurrealista deMichelCheval.