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Nutrição

Clínica
Avançada

TERAPIA NUTRICIONAL NA
DESNUTRIÇÃO/CAQUEXIA/SARCOPENIA

Profª Drª Luciene S Venancio


DESNUTRIÇÃO

A desnutrição é definida como o estado resultante da deficiência de


nutrientes que podem causar alterações na composição corporal,
DEFINIÇÃO funcionalidade e estado mental com prejuízo no desfecho clínico. Pode ser
causada por fatores de privação alimentar, doenças, idade avançada,
isolados ou combinados.

Esta condição é frequentemente encontrada no ambiente hospitalar. Trata-se de um dos


Magnitude maiores problemas de saúde pública em países subdesenvolvidos e, também, em nações
desenvolvidas. A taxa de desnutrição varia entre 20 e 50% em adultos hospitalizados, sendo
do de 40 a 60% no momento da admissão do paciente, isso em países latino-americanos.
problema Durante a hospitalização, pacientes idosos, críticos ou aqueles submetidos a procedimentos
cirúrgicos apresentam maior risco de desnutrição, com importante impacto econômico.

Muitas vezes negligenciada, apesar de afetar desfavoravelmente a saúde da população, a


desnutrição apresenta como principais complicações: pior resposta imunológica, atraso no
Complicações processo de cicatrização, risco elevado de complicações cirúrgicas e infecciosas, maior
probabilidade de desenvolvimento de lesões por pressão, aumento no tempo de internação e do
risco de mortalidade. Fora isso, acarreta considerável aumento dos custos hospitalares.

Toledo DO et al. Campanha "Diga não à desnutrição": 11 passos importantes para


combater a desnutrição hospitalar. BRASPEN J 2018; 33 (1): 86-100.
OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL NA
DESNUTRIÇÃO

RECUPERAR A REPOR A PERDA


FUNÇÃO CELEULAR TISSULAR

Em curto prazo A longo prazo

As formulações nutricionais não devem objetivar apenas a


reparação imediata do déficit nutricional e a obtenção das
necessidades básicas, mas também prover energia extra
para recomposição da perda tissular durante a
SOBOTKA, L. Bases da nutrição
convalescença ou fase anabólica da doença. clínica. Rio de Janeiro: Editora Rubio,
2008
TERAPIA NUTRICIONAL NA DESNUTRIÇÃO

Estes altos índices de comprometimento


nutricional podem ser evitados se o
cuidado nutricional ganhar a devida
atenção!

Assim, o diagnóstico precoce da


desnutrição, bem como o adequado
“manejo”, é necessário, com o intuito de
prevenir o status deficitário ou evitar o
agravamento.

Desta forma, o objetivo desta campanha é


reduzir as taxas de desnutrição por meio
de uma série de ações que incluem
triagem, diagnóstico, manejo e
tratamento da desnutrição.
TERAPIA NUTRICIONAL NA DESNUTRIÇÃO

Toledo DO et al. Campanha "Diga não à desnutrição": 11 passos importantes


para combater a desnutrição hospitalar. BRASPEN J 2018; 33 (1): 86-100.
Triagem
Nutricional

Avaliação
Nutricional
(Nutritional Risk Screening)
Avaliação
Subjetiva
Global
Conhecido por ser um cálculo simples, leva em conta
somente o peso do paciente (não precisa de uma das
fórmulas descritas acima para ser realizado)
kcal/kg de peso corporal
NECESSIDADES CALÓRICAS
NECESSIDADES CALÓRICAS
NECESSIDADES PROTEICAS
NECESSIDADES PROTEICAS
TERAPIA NUTRICIONAL ORAL

normal

branda

pastosa

leve

DIETA BRANDA
TERAPIA NUTRICIONAL ORAL

normal
Alimentos com alto teor de
energia
mandioca cozida
farinha de mandioca
branda mandioquinha cozida
óleos vegetais
margarina/manteiga
creme de leite
açúcar
pastosa mel
doces de frutas

leve
TERAPIA NUTRICIONAL ORAL

normal

Alimentos com alto teor de


proteína
branda

leite
leite em pó
ovos
carnes
pastosa

leve
TERAPIA NUTRICIONAL ORAL

normal Alimentos com alto teor de


potássio

Banana nanica ou prata


branda melão, laranja, kiwi, abacate,
mexerica, água de coco, mamão, acelga,
couve, beterraba, batata frita, massa de

tomate, feijão, lentilha,


pastosa
couve-flor, espinafre, berinjela, vagem,
quiabo, brócolis, abobrinha, batata,

leve
mandioquinha e abóbora
TERAPIA NUTRICIONAL ORAL

normal
Alimentos com alto teor de
fósforo

Leite,queijo,iogurte,
branda carne bovina/frango,fígado,
bovino,peixe,ovo,feijão,
soja,amendoim,

castanha de caju, pão francês,bolacha


pastosa
tipo água e sal

leve
TERAPIA NUTRICIONAL ORAL

normal
Alimentos com alto teor de
magnésio

branda vegetais de folhas verdes, carnes,


amidos, cereais e
frutos oleaginosos e leite

pastosa

leve
TERAPIA NUTRICIONAL ORAL

-1º dia de realimentação o paciente


deve receber apenas a metade da
dose prevista de calorias e
macronutriente

- gradualmente atingir a meta em 3 a


5 dias, de acordo com a tolerância

-ofertar quantidades adicionais de


potássio, magnésio, fosfato e
vitaminas hidrossolúveis

-se após este período a ingestão


continuar inadequada a oferta de
enteral ou parenteral suplementar
pode ser necessária
SOBOTKA, L. Bases da nutrição clínica. Rio
de Janeiro: Editora Rubio, 2008
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL VIA ORAL
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL

-eventualmente quando o paciente não


puder mastigar ou engolir, e
apresenta-se com função adequada do
tubo digestivo

- pode posicionar no estômago ou


duodeno ou jejuno

-a escolha da formulação enteral deve


ser escolhida de forma a atingir as
necessidades e tolerância do paciente

- velocidade de infusão deve ser


aumentada gradualmente de 20 a 30
mL/hora até a oferta das metas
estabelecidas ou tolerância máxima
(geralmente após 3 a 5 dia)
SOBOTKA, L. Bases da nutrição clínica. Rio
de Janeiro: Editora Rubio, 2008
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL

- inicia-se a nutrição parenteral quando

uma disfunção gastrointestinal impede

que a oferta das necessidades

nutricionais sejam alcançadas pela via

oral ou enteral.

SOBOTKA, L. Bases da nutrição clínica. Rio


de Janeiro: Editora Rubio, 2008
Monitorização

Ao se estabelecer a terapia nutricional no paciente gravemente


desnutrido, os efeitos desta terapêutica devem ser
cuidadosamente monitorizados
Peso corporal e balanço hídrico (diário)
Pesquisa de sinais vitais

Glicemia plasmática

Uréia, creatinina e eletrólitos (K,P, Ca e Mg) sanguíneos (diário ou semanal)

Albumina ou transferrina ou transtirretina (semanal)

Testes de função hepática


Reabilitação

A reposição de nutrientes rapidamente melhora o estado de


consciência e a função celular, incluindo força muscular e
respiratória, acelerando, portanto, a reabilitação.

O ganho real tissular é mínino em curto prazo e, geralmente, após a


alta hospitalar, ocorrerá o retorno das condições normais de atividade
e alimentação domiciliar.

A recuperação da massa muscular é um objetivo a longo prazo e


ocorre após semanas a meses.

SOBOTKA, L. Bases da nutrição clínica. Rio


de Janeiro: Editora Rubio, 2008
BIBLIOGRAFIA

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