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TIPOS DE DIETAS

HOSPITALARES
Disciplina: Nutrição e Dietética
Docente: Andressa Santos
INTRODUÇÃO

 Dietoterapia: É o tratamento do paciente através da


ingestão de alimentos ajustados as exigências especificas
de cada caso
 Portanto a dieta hospitalar garante o aporte de nutrientes
ao paciente internado e preservar seu estado nutricional,
por ter um papel coterapêutico em doenças crônicas e
agudas (GARCIA, 2006).
 O serviço de Nutrição segue a prescrição médica,
registrada no prontuário médico do paciente juntamente
com outros dados que são relevantes para a avaliação
nutricional, plano alimentar e orientação do paciente.
INDIVIDUALIDADE

 Cada paciente possui um metabolismo diferenciado; sendo assim, mesmo indivíduos


com a mesma doença devem receber tratamento individualizado conforme sua
necessidade energética, sua idade, seu estado físico, psicológico e outros fatores que
possam interferir no tratamento.
 Cada organismo responde de uma forma diferente á dietoterápica, apesar de se
esperar o mesmo resultado. O paciente pode ter várias doenças e complicações
associadas; existem quadros clínicos em que a dieta mais adequada não se adapta
ao estabelecido pelo serviço de nutrição e dietética.
 A individualidade do tratamento ao paciente somente se dá com atenção humanizada
e a organização do serviço de nutrição e dietética.
OBJETIVOS DA DIETOTERAPIA

 A finalidade básica da dietoterapia é ofertar ao organismo debilitado


nutrientes adequados ao tipo de doença, condições físicas,
nutricionais e psicológicas do paciente, mantendo ou recuperando o
estado nutricional. Além disso, existem outros objetivos como:
 Poupar os órgãos afetados pela doença, por meio da mudança das
características físicas e químicas dos alimentos;
 Utilizar todas as formas de vias de acesso á alimentação, priorizando
a mais fisiológica possível;
 Contribuir para o menor tempo de internação;
 Respeitar o padrão alimentar individual de cada paciente;
 Oferecer Orientação e educação nutricional na prevenção e
tratamento de doenças
O PRONTUÁRIO DO PACIENTE

 O prontuário médico é onde se registra a permanência de um paciente em


um hospital em relação a assistência médica e de enfermagem a ele
dispensada.

 Também é um conjunto de documentos elaborados por diversos autores,


agindo com autonomia profissional, por meio de informações integradas

 No prontuário são registrados todas as condutas da equipe (médicos,


enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas
e outros.)

 O papel do técnico de enfermagem na dietoterapia é de administrar a dieta


aos pacientes impossibilitados de fazê-lo por conta própria, e logo após
deve anotar no prontuário se houve ou não aceitação da alimentação

 O técnico de enfermagem deverá também (na ausência do enfermeiro)


notificar o serviço de nutrição e dietética, as admissões, altas,
transferências e a aceitação da dieta prescrita pelo médico.
PRESCRIÇÃO DIETÉTICA

 A prescrição dietética deve ser feita em


ambientes hospitalares sempre após a
prescrição médica. Sempre deve ser feita de
forma individualizada.

 As informações contidas no prontuário do


paciente, assim como a conduta nutricional,
devem ser mantidas em sigilo, respeitando
todos os direitos do paciente.
TIPOS DE DIETAS HOSPITALARES

 DIETA LIVRE OU NORMAL: É indicada para os pacientes que não necessitam de modificações
dietéticas específicas.
 OBJETIVO: Manter o estado nutricional de pacientes que apresentam ausência de alterações
metabólicas ao risco nutricional.
 CARACTERÍSITICAS: Normoglicídicas, normolipídicas, normoproteíca , suficiente, consistência
normal, harmônica, balanceada e completa
DIETA LIVRE

 É uma dieta suficiente, completa, harmônica e adequada. É composta de vários


nutrientes de que o corpo necessita para sua manutenção, reparação, processos
vitais, crescimento e desenvolvimento.
 Objetivo: suprir todas as necessidades nutricionais do paciente e manter ou recuperar
o estado nutricional.
 Critérios de inclusão: indicada em casos em que não há prejuízos á mastigação,
deglutição, digestão, absorção e evacuação.
 Características:
 consistência – normal
 Fracionamento: 5 a 6 refeições por dia
TIPOS DE DIETAS HOSPITALARES

 Exemplo de Dieta Livre ou Normal:

REFEIÇÃO ALIMENTOS
DESJEJUM Café com leite
Pão c/ manteiga
Batata doce cozida
Mamão
LANCHE DA MANHÃ Suco de laranja
ALMOÇO Salada de tomate, repolho e alface, cenoura refogada, frango assado,
arroz, feijão. Sobremesa: Laranja
LANCHE DA TARDE Mingau de aveia
JANTAR Sopa de vegetais c/carne, café com leite + banana da terra cozida
CEIA Maçã
TIPOS DE DIETAS HOSPITALARES

 DIETA BRANDA: É assim chamada por não


conter fibras ásperas nem alimentos fortemente
condimentados, é de fácil mastigação e digestão.
É similar a dieta normal, porém, é constituída de
alimentos macios, mas não são moídos ou
triturados. É indicada a crianças e idosos com
perturbações do trato gastrointestinal
 OBJETIVO: Fornecer nutrientes necessários
para manter o estado nutricional , facilitar a
mastigação, deglutição, e melhorar a digestão.
 CARACTERÍSTICAS: normoglicídica,
normoproteíca, normolipídica, consistência
branda, duração por período indeterminado,
pobre em fibras e resíduos
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 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO:

 Indicada nos casos em que haja


necessidade de facilitar a mastigação de
deglutição. Pode ser em alguns pós –
operatórios, para facilitar o trabalho do trato
digestivo.
TIPOS DE DIETAS HOSPITALARES

 Alimentos permitidos na dieta branda: Alimentos Proibidos:


 Todos os alimentos das dietas pastosa,  Especiarias e condimentos fortes como pimenta do
leve e liquida reino e outros
 Arroz em consistência normal  Frituras
 Doces concentrados
 Frutas cozidas
 Bebidas gaseificadas (refrigerantes)
 Hortaliças cozidas  Hortaliças cruas
 Pão de forma  Frutas cruas, exceto mamão e banana
 leguminosas: pode incluir apenas o caldo de feijão
 Biscoito maisena
 Embutidos
 Leite  Queijos gordurosos e condimentados
 Iogurte, queijo branco  Carnes gordurosas e em conserva
 Bolos confeitados, biscoitos com recheio
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 Exemplo de Dieta Branda

REFEIÇÃO ALIMENTOS E PREPARAÇÕES


DESJEJUM Café com leite + pão de forma integral + mamão papaia

ALMOÇO Arroz branco cozido + caldo de feijão + filé de merluza cozido +


batata e cenoura sautê + suco de laranja
LANCHE DA TARDE Iogurte natural + chá de camomila + bolo simples
JANTAR Arroz com cenoura + peito de frango cozido desfiado + creme de
ervilha + fatia de abacaxi cozida
LANCHE DA NOITE Chá de erva doce + pão de forma com geleia de frutas
TIPOS DE DIETAS HOSPITALARES

 DIETA PASTOSA: Contém alimentos na forma pastosa, e


conforme a tolerância do paciente pode ser incluso vegetais e
frutas de consistência macia. Indicados a paciente com dificuldade
de mastigação, deglutição, disfagia, pré e pós cirúrgicos.
 OBJETIVO: Suprir as necessidades nutricionais individuais,
manter ou recuperar o estado nutricional e facilitar para que o
paciente possa mastigar e deglutir sem nenhum esforço
 Critérios de inclusão: Pacientes com dificuldade de deglutição,
em alguns casos de pós- operatórios, neurológicos e decorrente
de tratamentos como radioterapia e quimioterapia. Também em
pacientes com dispneia, dentição incompleta ou alterações
anatômicas na boca.
 CARACTERISTICAS: Em forma de purês, pastosas, mingaus,
carnes liquidificadas ou trituradas. Permite pães e similares que
possam ser umidificados na bebida
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 Exemplo de Dieta Pastosa:

REFEIÇÕES ALIMENTOS

DESJEJUM Mingau de aveia + mamão amassado

LANCHE DA MANHÃ Vitamina de banana

ALMOÇO Purê misto (batata, abóbora), peixe desfiado, arroz cozido tipo
papa, feijão batido. Sobremesa: banana amassada
LANCHE DA TARDE Leite com amido de milho (mingau de maisena)

JANTAR Creme de abóbora com cenoura e carne bovina moída

CEIA Iogurte natural


TIPOS DE DIETAS HOSPITALARES

 DIETA SEMI LÍQUIDA OU LIQUIDA PASTOSA: dieta indicada para pacientes com
problemas no trato gastro intestinal ou lesões no trato: dificuldade de mastigação, deglutição,
absorção e evacuação ou com pós operatório de doenças do TGI ou preparo para
determinados exames.
 OBJETIVO: Fornecer uma dieta que facilite a digestão e minimize o trabalho do trato gastro
intestinal e recuperar o estado nutricional do paciente.
 CARACTERISTICAS: normoglicídica, normoproteícas, normolipídica.
 Consistência: alimentos líquidos ou preparações de baixa viscosidade, alimentos que
liquefazem na boca.; de fácil absorção e que fornecem poucos resíduos.
 Proporciona hidratação, mas é pobre em nutrientes devido á suas restrições
 . Volume de 200 a 400 ml por refeição. Duração por tempo indeterminado, ausente de
resíduos.
TIPOS DE DIETAS HOSPITALARES

 Alimentos permitidos na dieta liquida ou líquida pastosa:


 Leite, iogurte, chás, sucos, gelatina, mousses, água de coco, papa de
frutas, leite batido com frutas.
 Cereais como aveia que pode ser liquidificadas com líquidos; sopas
liquidificadas e coadas, caldos de carne, legumes e leguminosas
 Pode ser inclusos o uso de canudos ou sondas quando necessário
 Alimentos proibidos:
 pães, biscoitos e bolos
 Arroz e feijão cozidos em grãos
 Frutas e vegetais cozidos ou refogados em pedaços, carne assada,
fritas ou a milanesa.
 Frituras
TIPOS DE DIETAS HOSPITALARES

 Recomendações:

 Utilizar sob refrigeração até 24 horas, ou


congelados logo após o preparo
 Diminuída saciedade (administrar de 2 em 2 horas)
- Cuidado com alimentos que causam fermentação
e flatulência
 Volume deve ser controlado (200 ml)
 Leite de soja, frango e preparações sem lactose à
para pacientes com intolerância
TIPOS DE DIETAS HOSPITALARES

Exemplo de Dieta líquida

 Desjejum: Mingau de farinha de arroz (fino)


 Colação: Suco de laranja coado.
 Almoço: Sopa de hortaliças e frango (liquidificada e coada) e pudim
 Lanche da tarde: Leite com suplemento nutricional industrializado em

 Jantar: Sopa de hortaliças e carne (liquidificada e coada) e pudim de
baunilha (exemplo)
 Ceia: Leite com cacau em pó
TIPOS DE DIETAS HOSPITALARES

 DIETA LÍQUIDA RESTRITA: composta de líquidos transparentes, geralmente utilizada por 2 ou 3 dias
em virtude do baixo valor nutritivo. Indicada á pacientes no pré preparo de exames como colonoscopia ,
endoscopia, no pré e pós operatório ou pacientes em síndrome de realimentação (pacientes com anorexia)

 OBJETIVO: Hidratar e nutrir os tecidos, repousar o trato, e amenizar os sintomas.


 CARACTERÍSTICAS:
 Dieta altamente restritiva
 Nutricionalmente inadequada
 Não deve ser utilizada + de 3 dias
 Pacientes com disfagia tem risco de bronco aspiração
 CHO é a fonte de calorias
 Reduzida em resíduos gastrointestinais
TIPOS DE DIETAS HOSPITALARES

 Alimentos recomendados: Água, infusos adocicados com


açúcar e dextrosol e bebidas carbonatadas; caldos de
legumes coados; sucos de frutas coados; geléia de mocotó,
chás.
 Alimentos evitados: Cereais integrais com exceção do
caldo; leguminosas; condimentos com exceção do sal; sucos
de frutas que contêm polpa, hortaliças com exceção caldo,
carnes de todos os tipos e os respectivos caldos, leite e
derivados.
 Recomendações Podem ser utilizados - Gelatina de todos os
sabores
 Açúcar, sal, mel, café e chá à moderação
 Suplementos (fornecer nutrientes), diluídos em água
TIPOS DE DIETAS HOSPITALARES

 EXEMPLO DE DIETA LIQUIDA RESTRITA


DIETAS MODIFICADAS E ESPECIAIS

 Dieta hipossódica:
 É uma dieta restrita em sal de cozinha (cloreto de sódio –
NaCl), utilizado no preparo de alimentos que, contenham
sódio, conservante ou adoçantes, ou água comercializada
que contenham sais de sódio.
 Objetivo da dieta: manter ou recuperar o estado
nutricional e controlar a hipertensão e a retenção de
líquidos.
 Critérios de inclusão: Pacientes com doenças renais,
insuficiência cardíaca congestiva (ICC), cirrose com
ascite e hipertensão
DIETAS MODIFICADAS E ESPECIAIS

 Dieta hipogordurosa ou hipolipídica: Dieta com taxa


reduzida de gorduras, ou seja, é uma dieta restrita a de
gorduras de qualquer tipo, sejam elas boas (mono e poli
insaturadas) ou ruins (saturadas).
 Objetivo: Manter e recuperar o estado nutricional e indicada a
pacientes com problemas na absorção e de gorduras, como:
esteatorreia, transtornos no fígado, vesícula e pâncreas
(colesistite, pancreatite, colelitíase)
 Recomendação: restringir o uso de gorduras no preparo dos
alimentos. Utilizar preparações cozidas, grelhadas ou
assadas.
DIETAS MODIFICADAS E ESPECIAIS

 DIETA HIPOPROTEÍCA:
 É uma dieta restrita em proteínas com ingestão
inadequada de aminoácidos essenciais e de calorias.
 Objetivo: manter e recuperar o estado nutricional,
reduzir o progressão da doença e controlar sintomas
de uremia
 Uremia: elevação das taxas de ureia na corrente
sanguínea. Muito comum em pacientes com
insuficiência renal
 Recomendações: a quantidade de proteína na dieta
a ser ingerida vai depender do grau de insuficiência ou
perda da função renal do paciente, ou se o paciente
estiver em fase dialítica ou não dialítica.
DIETAS MODIFICADAS E ESPECIAIS

 DIETA LAXATIVA:
 É uma dieta rica em fibras solúveis e insolúveis que auxilia na
regularização do intestino, com vantagem de ser de baixo custo
em relação a medicamentos.
 Critérios de inclusão: pacientes com Obstipação intestinal
 Objetivo: manter o estado nutricional, aumentar o volume do
resíduo (bolo fecal) e normalizar o transito intestinal.
 alimentos permitidos: frutas com casca, bagaço e sementes
 frutas secas e oleaginosas (castanhas e amendoim)
 Hortaliças, folhosos, legumes, cereais integrais, farelo de aveia,
leguminosas como, feijão, lentilha, ervilha, grão de bico etc.
DIETAS MODIFICADAS E ESPECIAIS

 DIETA LAXATIVA:
 Algumas frutas consideradas laxativas como laranja
(com bagaço), ameixa e mamão
 Recomendações ao paciente:
 Estimular a ingestão de líquidos, para que haja peso
e maciez das fezes;
REFERÊNCIAS

 AUGUSTO, A. L. P. et al. Terapia Nutricional. São Paulo: Editora Atheneu, 2005. DIAS
et al. Dietas orais hospitalares. In: WAITZBERG, D. L. Nutrição oral, enteral e
parenteral na prática clínica. 4ªed. São Paulo: Editora Atheneu. V. 1. Cap.36. p.649-
663, 2009.
 IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Tabelas de Composição de
alimentos. Rio de Janeiro, 5º edição, 1999.
 ISOSAKI, M. CARDOSO, E. OLIVEIRA, A. De. Manual de dietoterapia e avaliação
nutricional: Serviço de Nutrição e dietética do Instituto do Coração- HCFMUSP, 2ª ed.
São Paulo: Editora Atheneu, 2009.
 MARTINS, C. et al. Manual de dietas hospitalares. Nutro Clinica, 2001. MELO, M. F.
De. Manual de dietas. 3ª ed. Belo Horizonte: Coperativa Editora e de Cultura Médica,
1985..

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