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Terapia nutricional em Nefropatias e Nutrição Hospitalar

Terapia Nutricional em
Nefropatias e Nutrição Hospitalar
Professora Ms. Najla Elias Farage
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Terapia nutricional em Nefropatias e Nutrição Hospitalar

Introdução 3
Objetivo geral e específico 3

Terapia nutricional nas nefropatias 3


Fisiologia renal 3
Funções renais 4

SUMÁRIO Insuficiência renal aguda 8


Aspectos nutricionais na IRA 9
Alterações metabólicas na IRA 9

Nutrição na doença renal crônica 10


Progressão da DRC 11
Tratamento conservador 11

Nutrição no tratamento dialítico - terapia renal substitutiva (TRS) 12


Tipos de tratamento 12
Diálise peritoneal 14
Distúrbios hormonais e comorbidades 15
Proteína C reativa – PCR 15
Recomendações nutricionais 15

Avaliação nutricional hospitalar 17


Definição 17
Triagem e avaliação nutricional 21

Parâmetros de importância em nutrição 23


Leucograma 24
Interpretação dos desvios do leucograma 25
Hemácias ou eritrócitos 25
Teste de urina 26

Referências bibliográficas 26

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Terapia nutricional em Nefropatias e Nutrição Hospitalar

TERAPIA NUTRICIONAL NAS


NEFROPATIAS
Fisiologia renal
Os rins são órgãos retroperitoneais, têm forma de
grão de feijão e pesam em torno de 150 g. Cada rim
INTRODUÇÃO possui 1 milhão de néfrons. O rim de um indivíduo
adulto mede de 11 cm a 13 cm de comprimento, 5 cm
a 7, 5 cm de largura e 2,5 cm a 3 cm de espessura.
A disciplina de Nutrição nas nefropatias aborda a
fisiopatologia da doença e seus diversos estágios, que Podemos dividir o rim em duas partes: o córtex e
vão desde a fase aguda até a doença renal crônica na a medula.
fase de terapia renal substitutiva (TRS).
Córtex: é uma camada externa onde se encontram
A aplicação desta disciplina é de grande importância todos os glomérulos, túbulos contorcidos proximal e
na área clínica, já que os rins possuem importantes distal.
funções na filtragem do sangue e na manutenção do
Medula: é composta pela alça de Henle e
equilíbrio hidroeletrolítico do organismo.
pelos ductos coletores. Tem papel importante na
A nutrição hospitalar e os métodos de avaliação concentração da urina.
nutricional abordam os protocolos utilizados na
A unidade anatômica e funcional do rim é o néfron,
prática para uma triagem de risco nutricional.
que é dividido em duas partes:

Objetivo geral e específico • Glomérulo: tufo de capilares localizados entre


duas arteríolas (aferente e eferente)
Capacitar o aluno no entendimento da função do
sistema urinário, na realização da terapia nutricional • Sistema de túbulos: pode ser divididos em
específica a cada fase da doença renal e nos vários segmentos, de acordo com as diferenças
protocolos de avaliação de risco nutricional. anatômicas e funcionais.

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Funções renais »» Calcitriol, forma ativa da vitamina D, estimula


a absorção de cálcio intestinal.
Uma função renal adequada é vital porque os
rins contribuem para a manutenção do meio interno Em situações de emergência, também produz
e onde ocorre a síntese e degradação de moléculas substâncias bioativas, como as prostaglandinas, que
essenciais para o organismo, como: são ativadas quando ocorre uma hemorragia.

1. Manutenção do equilíbrio: do volume O rim também degrada e cataboliza alguns


intracelular e extracelular, de íons como sódio, hormônios, por exemplo, a insulina.
potássio, cloro, magnésio, cálcio e fósforo, do pH
Formação da urina:
sanguíneo.

O plasma passa pela barreira de filtração


Excreção dos produtos finais do metabolismo das
glomerular, que tem três camadas:
proteínas, como ácido úrico, ureia e creatinina.

• Endotélio: descontínuo, com aspecto de


2. Funções bioquímicas
uma rede de células endoteliais separadas entre
Produção de hormônios como: si com fenestrações circulares. Esses espaços são
facilmente atravessados por substâncias de peso
»» Eritropoietina, que estimula a produção de molecular elevado, mas não permitem a passagem
eritrócitos pela medula óssea. dos elementos figurados do sangue.

»» Renina, enzima que estimula a produção de


angiotensina.

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• Lâmina basal: camada contínua que determina pela diferença das pressões oncóticas e hidrostáticas.
as propriedades de permeabilidade do glomérulo, O ultrafiltrado representa em torno de 180 L/dia. A
sendo a principal barreira de filtração para moléculas pressão de filtração é estimada da seguinte forma:
maiores.
Pressão de filtração = (PH – PCB) - PC
• Podócitos: têm o papel de restringir a
passagem de proteínas. PH = Pressão hidrostática capilar glomerular

O endotélio fenestrado está apoiado sobre a PCB = Pressão do espaço de Bowman


lâmina basal.
PC= Pressão coloidosmótica capilar do glomerular
A maior parte das substâncias contidas no plasma
são filtradas para a cápsula de Bowman, e essa A filtração glomerular é em torno de 80 a 120 mL/
força é propulsionada pelo trabalho cardíaco. Essa min.
barreira de filtração glomerular permite a passagem
de água e pequenos solutos e impede a de proteínas
e grandes moléculas. Essa passagem é promovida

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Após a formação do ultrafiltrado glomerular, este é algumas substâncias como sódio, cloro , magnésio,
captado pela Cápsula de Bowman, e então conduzido cálcio, glicose, aminoácidos, água, entre outras.
ao sistema de túbulos, onde ocorrerá:
2. Secreção: é o movimento dos solutos
1. Reabsorção: é a passagem de água e solutos que estão no sangue ou no interior da célula p/ o
do lúmen tubular para o sangue. Existem dois lúmen tubular. Isso também ocorre com substâncias
mecanismos para que isso ocorra. A reabsorção produzidas nas células tubulares, como o potássio, o
transcelular, localizada na membrana basolateral e hidrogênio e outras.
na apical, é realizada pelas células, e as substâncias
absorvidas necessitam atravessar essas membranas, Túbulo contorcido proximal:
como é o exemplo da bomba ATPase Na+K. Na
membrana apical, a reabsorção também está Reabsorve a maioria dos pequenos solutos
ligada às concentrações de sódio, que possibilitará filtrados - retira do ultrafiltrado 60% dos íons (Na,
o movimento de outros íons, como cálcio, glicose e Cl, K e Ca) e mais de 90% dos aminoácidos e glicose
aminoácidos. Já a reabsorção paracelular é realizada junto com Na. Essa porção é mais permeável à água,
através das junções entre as células. Este é um permitindo sua reabsorção passiva. Reabsorve 88%
processo altamente seletivo e fundamental para do ultrafiltrado.

Reabsorção de Na no túbulo proximal.

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Alça de Henle »» Sistema nervoso simpático: receptores


vasculares de volume que detectam queda do volume
É composta de três partes.: A porção fina - aumentam o tônus simpático renal, o qual aumenta
descendente possui alta permeabilidade a água, a reabsorção de sal e diminui o fluxo sanguíneo renal.
onde ocorre maior retenção de solutos como ureia
e cloreto de sódio. A porção fina ascendente passa »» Fator natriurético atrial: peptídeos sintetizados
a ser impermeável à água; esta fica mais retida no pelas células musculares cardíacas do átrio e
túbulo, onde ocorre maior concentração de ureia, com liberados em resposta a um aumento da distensão
saída do cloreto de sódio para o interstício. Na porção atrial provocada pelo aumento do volume circulante.
espessa ascendente, ocorrem as principais alterações Ele inibe a reabsorção de Na e aumenta a excreção
do ultrafiltrado, havendo baixa permeabilidade a água urinária, além de ter ação vasodilatadora.
e a ureia, sendo um importante diluidor da urina.
»» Hormônio antidiurético (ADH) ou
Néfron distal vasopressina: estimula a retenção de líquido pelo
organismo. Sua ação envolve transporte de canais de
Túbulo contorcido distal, túbulo conector e ducto água (aquaporinas) do ducto coletor.
coletor é onde ocorre os ajustes finais da composição
e volume da urina. Onde estão localizados os sítios Sistema renina-angiotensina
de ação dos hormônios reguladores da função renal,
aldosterona, fator natriurético atrial e ADH - hormônio A renina é uma glicoproteína produzida pelas
antidiurético. células granulares justaglomerulares (presentes na
camada média da arteríola aferente, próximo da
Regulação de Na e Volume circulante: entrada do glomérulo).

O Na é o soluto extracelular mais abundante e As células granulares, junto com as células


determina o volume de fluido extracelular. Assim, é modificadas do túbulo distal, que constituem a
necessário um rigoroso controle da sua concentração mácula densa, formam o aparelho justaglomerular.
no organismo.
Existem três mecanismos de controle da liberação
da renina:

a) Mecanismo da mácula densa: uma queda na


concentração de NaCl no filtrado tubular é percebida
pelas células da mácula densa, as quais estimulam as
células granulares a produzirem renina.

b) Mecanismos de barorreceptores: a
diminuição da pressão estimula os barorreceptores a
ativarem a secreção de renina.

c) Mecanismos β-adrenérgicos: um aumento


da concentração de catecolaminas estimula a
Balanço de sódio: ingestão de Na+ = excreção liberação de renina por esses receptores. A renina
de Na é uma protease que converte o angiotensinogênio
(α-globulina produzida no fígado) em angiotensina I,

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que é convertida em angiotensina II pela enzima Outra forma mais rápida do cálculo p/ estimar
conversora de angiotensina (ECA), encontrada nas TFG, sem coleta de urina de 24 horas, é pela Fórmula
membranas celulares endoteliais. A angiotensina II de Cockroft-Gault (COCKROFT; GAULT, 1976).
age nos receptores do tipo 1 (AT1), promovendo
vasoconstrição, estimulação da aldosterona, ClCr (mL/min) = (140 – idade) x peso (kg)
regulação da homeostase do sal e da água e
estimulação do crescimento celular, além de ser um Cr plasmática (mg/dL) x 72
potente vasoconstrictor
Para mulheres, multiplicar por 0,85.
Equilíbrio ácido-básico

A manutenção do pH em 7,4 depende do


funcionamento de sistemas de tamponamentos que INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA
reagem com H+, quando este é produzido. O principal
tampão que possuímos é o bicarbonato (HCO3) e o É a perda da função renal de forma aguda em
CO2. situações de emergência, como infecções graves,
desidratação, obstrução do trato urinário. O indivíduo
Os rins controlam a concentração de HCO3- pela é acometido por desequilíbrio hidroeletrolítico e
reabsorção no filtrado que se une com H+, formando acúmulo de substâncias nitrogenadas. Existe um alto
ácido carbônico, que se dissocia pela ação da enzima índice de mortalidade - 60%.
anidrase carbônica, formando CO2 e água.
As causas da insuficiência renal aguda poderá ser
Avaliação da função glomerular de três tipos: pré-renal, renal e pós-renal. A pré-renal
normalmente ocorre devido a eventos que levam a
Depuração (clearance) renal de creatinina, que é diminuição do fluxo plasmático renal, por exemplo,
derivada do metabolismo da creatina e fosfocreatina a desidratação, o uso de diuréticos, a presença de
musculares. Varia no plasma entre 0,6 mg/dL e 1 mg/ vômitos. A renal é caracterizada por situações que
dL para mulheres e de 0,8 mg/dL a 1,3 mg/dL para levam a isquemia vascular, como no uso de contrastes
homens, dependendo de atividade física, catabolismo urográficos, na microcoagulação vascular etc. A pós-
proteico e ingestão de proteína. renal ocorre por obstrução do trato urinário, comum
aos idosos devido a câncer de próstata e também
Cálculo do clearance de creatinina pela coleta de presença de cálculos urinários(como ácido úrico,
urina de 24 h oxalato de cálcio).

ClCr (mL/min) = [cr urinária (mg/dL) x vol urina Fases da IRA


(mL) ÷ [tempo de coleta (min)]
Fase inicial: normalmente, quando o indivíduo
Cr plasmática (mg/dL) está no início de exposição ao agente que causa
a queda da função renal, poderá ter um volume
Esse valor deve ser dividido pela superfície corporal urinário normal ou reduzido. Essa fase terá duração
e multiplicado por 1,73 m2. Valor normal: 80-120 mL/ de acordo com a exposição ao agente causador da
min/1,73 m2. queda da função renal, como uma desidratação, um
medicamento.

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Fase oligúrica: ocorre queda do volume urinário Alterações metabólicas na IRA


para menos de 500 mL por dia, comprometendo
a perda de eletrólitos e ocorrendo aumento das Essa fase é caracterizada pelo alto grau de
escórias no sangue. catabolismo protéico, devido aos processos
infecciosos presentes, levando também a maior
Fase diurética: caracterizada pela rápida elevação consumo de oxigênio, resistência à insulina e
do volume urinário, devido à incapacidade dos aumento na produção de hormônios catabólicos
túbulos renais de reabsorver sal e água. Ainda ocorre como glucagon, cortisol e catecolaminas. Quando
aumento das escórias . O marcador de recuperação é necessário instituir o procedimento de diálise,
de função renal é sempre a creatinina. haverá alteração do estado nutricional, porque,
mesmo se beneficiando com a remoção dos produtos
Aspectos nutricionais na IRA nitrogenados, ocorrerá em conjunto a perda de
aminoácidos durante o tratamento de diálise.
Objetivos:
Após ser instituída a terapia renal substitutiva nos
Oferecer suporte metabólico, já que os pacientes pacientes agudos, o suporte nutricional poderá ser
são hipercatabólicos e muitas vezes necessitam de realizado com melhores resultados.
terapia nutricional enteral ou parenteral.

Grau de catabolismo e recomendações nutricionais na IRA

Excesso de TAU (g) Leve Moderado Grave

<5 5 - 10 > 10
Via de Oral Enteral ou parenteral Enteral ou parenteral
administração
kcal/kg 25–30 25 - 30 20 - 25
Ptn (g/kg/d) 0,6 –1,0 0,8 - 1,2 1,0 - 1,5
Outros (%) Gli 50-70 Gli - 40 -50 Gli - 40 -50

Lip 20-30 Lip – 20-35 Lip – 20-40


Fonte: Brown; Compher, 2010.

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NUTRIÇÃO NA DOENÇA RENAL CRÔNICA


Principais causas da doença renal crônica:

• HAS.

• DM.

• GNC.

• Pielonefrite (infecções).

• Processos obstrutivos crônicos (calculose etc.).

• LES.

• Rins policísticos.

Fonte: National Kidney Foundation, 2003.

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Progressão da DRC Lipídeos

Essas doenças citadas anteriormente evoluem Pacientes urêmicos apresentam com frequência
com esclerose glomerular e atrofia tubular, com perda hiperlipoproteinemia, com aumento na concentração
da função renal. Durante a evolução da doença, os de TG e redução de HDL, devido a inibição das lipases
glomérulos dos néfrons ainda funcionantes sofrem hepática e plasmáticas e da lecitina acetil transferase
um processo de hipertrofia devido a hiperfusão, que e a resistência à insulina. Há aumento de Lp(a) e
levaria a hipertensão glomerular e hiperfiltração, com aumento de peroxidação lipídica – LDL oxidada.
consequente lesão dos glomérulos. Isso estimula Recomedamos 30% a 35% do VET, sendo saturados
proteinúria, sendo as proteínas reabsorvidas pelo < 10 %, monoinsaturados de 10% a 15 % e poli-
túbulo proximal. Essas alterações são lesivas ao insaturados em torno de 10%.
rim, onde haverá formação de espécies reativas de
Carboidratos
oxigênio, citocinas inflamatórias.

Em torno de 55% a 65% do VET. Na DRC, pode


Tratamento conservador haver intolerância à glicose, pois a uremia afeta as
ligações da insulina com os receptores. Evitar ingestão
Proteínas de CHO simples e estimular consumo de fibras

Excesso de proteínas na dieta promove aumento Vitaminas


de proteinúria e danos histológicos renais. A dieta
hipoproteica, ou normoproteica, diminui a pressão Vitamina A: elevadas concentrações nesses
dentro do glomérulo e a produção de ácidos e pacientes pela prejudicada transformação do retinol
nitrogênio provenientes do metabolismo da proteína, a ácido retinoico pelos rins e pelo aumento da RBP.
evitando assim uma sobrecarga na filtração.
Vitamina B12: essencial no metabolismo do
Vários estudos evidenciaram os benefícios da ácido fólico, na regeneração do tetra-hidrofolato
dieta hipoproteica ou normoproteica sobre o ritmo da e na síntese do DNA. A suplementação diminui as
progressão da doença renal, bem como os sintomas concentrações de homocisteína
causados pela uremia, que compromete a ingestão
alimentar. Essa dieta já comprovou que diminui o risco Ácido fólico: promove a conversão da homocisteína
de morte e não compromete o estado nutricional, em metionina. A hiper-homocisteinemia tem alta
prolongando assim o tempo para a entrada em diálise. toxicidade endotelial e aumenta o risco de doença
A recomendação de proteínas para essa fase fica em cardiovascular.
torno de 0,8 g a 1 g de proteína por kg de peso.
Atualmente, não se recomendam grandes restrições Minerais
de proteína, e sim equilíbrio em sua ingestão. A cota
de energia nesses pacientes é semelhante àquelas de Ferro: individualizado.
indivíduos saudáveis, ficando em torno de 35 kcals/
kg de peso, para obesos ou idosos 30 kcals/kg de Potássio: o processo de cocção das frutas e
peso e, para aqueles com desnutrição, > 35 kcals / hortaliças em água reduz em média em 60% a
kg de peso. concentração desse nutriente.

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A carambola é tóxica para os pacientes DRC, NUTRIÇÃO NO TRATAMENTO


mas ainda não se sabe o nome da substância. Os
pacientes apresentam soluços, náuseas, vômitos,
DIALÍTICO - TERAPIA RENAL
paresias, formigamento, confusão mental. Alguns
SUBSTITUTIVA (TRS)
fatores podem estar associados a presença de A fase da TRS é o estágio 5 da doença renal
toxidade, como a quantidade de fruta ingerida e a crônica.
idade.
Segundo recomendações do Kidney Disease
Calcificação vascular Outcome Quality Initiative (DOQI), o indivíduo
deverá iniciar a TRS sempre que sua taxa de filtração
É maior no estágio 4 da doença. Quanto menor valor
glomerular estiver em torno de 10 mL por minuto.
de vitamina D (1,25 OH²D³), maior o endurecimento
Com essa taxa, não haverá mais possibilidades de
das artérias, que é o resultado da hiperproliferação
ocorrer uma filtração adequada à vida do indivíduo.
das células do PTH (Parato-hormônio), (HUYBERS;
BINDELS, 2007). A diminuição de produção de
vitamina D pelo rim leva a baixa absorção cálcio Tipos de tratamento
intestinal, estimulando assim a proliferação do
PTH, com calcificação vascular e depósito de cálcio Hemodiálise
nas articulações. Portanto, controlar a ingestão de
A hemodiálise (HD) é um processo de filtração do
alimentos ricos em fósforo faz-se necessário porque
sangue, no qual um rim artificial (hemodialisador)
isso também contribui para a diminuição de absorção
remove o excesso de líquidos e metabólitos. Existem
do cálcio intestinal.
3 tipos de hemodiálise, que são:
Alimentos ricos em fósforo: leite e derivados, carnes
• Hemodiálise intermitente: é chamada também
bovina e de frango, fígado de boi, peixe, sardinha,
de HD convencional, normalmente tem duração de
iogurte, ovo feijão, soja, amendoim, castanha de
quatro horas, três vezes por semana.
caju, refrigerantes à base de cola, cerveja.

• HD de alto fluxo: são utilizados


Sódio e líquidos
hemodialisadores específicos, e a duração da diálise
A quantidade de sódio urinário excretada deve ser é mais curta, de duas horas a duas horas e meia por
a mesma que a ingerida. Portanto, basta determinar sessão.
a quantidade de Na excretada em 24h pelo paciente
• HD diária: realizada diariamente, com menos
para obter a quantidade ingerida.
horas de duração em cada sessão. Tem maior
Restrição de sal: ajuda no controle da pressão semelhança à função renal normal sendo que a
arterial, melhora a eficiência dos anti-hipertensivos, aderência do paciente e o alto custo são grandes os
bem como seus efeitos antiproteinúricos. Recomenda- grandes problemas dessa modalidade.
se: Na: 1.000-1.500 mg/d, sal: 2,5-4 g/d.

Não usar sal dietético porque é rico em potássio.

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Antes de iniciar HD, é necessário o acesso à circulação sanguínea do paciente.

Fístula arteriovenosa (FAV): é uma ligação interna de uma artéria com uma veia. Normalmente, a fístula
é localizada no antebraço. Durante a diálise, duas agulhas são inseridas na FAV, uma para enviar o sangue
ao hemodialisador e outra para retorná-lo ao paciente.

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Cateter femoral ou na veia jugular esquerda:


cateter de duplo lúmen. Dessa forma, o sangue é
enviado e retorna por ele.

Fonte: http://www.acls.com.br/livro-14.jpg

Diálise peritoneal
O peritônio é uma membrana altamente
vascularizada que reveste todos os órgãos do abdome.
Fonte: http://www.surgical-tutor.org.uk/pictures/images/general/capd.jpg
Funcionará como uma membrana semipermeável e
reutilizável. Será implantado um cateter (rígido ou
CAPD (Diálise peritoneal ambulatorial
flexível) para acesso à cavidade abdominal, que envia a
contínua): é uma modalidade de diálise peritoneal
solução de diálise para dentro dessa cavidade. Depois,
que poderá ser realizada em casa, com trocas feitas
será drenado o líquido filtrado, com ureia, creatinina,
pelo paciente e/ou por um familiar. É realizada
sódio, potássio, fósforo etc. Esse processo é repetido
manualmente, sem ajuda de máquina, algumas
algumas vezes de acordo com a prescrição médica.
vezes ao dia.

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DPA (Diálise peritoneal automatizada): essa reduzidos, como perda de massa magra e tecido
modalidade é semelhante à CAPD só que realizada adiposo. Kaysen et al (1995), analisando o turno
durante a noite, enquanto o paciente dorme, por de proteínas, verificaram que o grupo de pacientes
uma máquina programada com o número de trocas em hemodiálise e hipoalbuminêmicos apresentaram
que deverá ser feita no período noturno, em torno de redução na síntese de albumina e que isso tinha forte
10 a 12 horas. correlação negativa com os níveis séricos de proteína
C reativa.
Recentes estudos revelam diminuição na
prevalência da desnutrição nos pacientes em Peso “seco”: ausência de edema, após sessão de
terapia renal substitutiva (Mak et al, 2011). A hemodiálise, sem apresentar hipotensão. Na diálise
ingestão alimentar insuficiente poderá ser devido peritoneal, descontar o líquido peritoneal.
a: anorexia, acúmulo de toxinas urêmicas, presença
de comorbidades, fatores psicológicos e sociais,
Recomendações nutricionais
hiperleptinemia e uso de medicações.
Energia
Distúrbios hormonais e comorbidades
Manutenção do peso: 30-35 kcal/kg/dia.
Resistência à insulina, resistência à ação do
GH, hiperglucagonemia, diabetes mellitus (DM) e Repleção: 35-50 kcal/kg/dia.
hiperparatireoidismo secundário levam ao aumento
do gasto energético basal, comprometendo muitas Redução: 20-30 kcal/kg/dia.
vezes o estado nutricional desse indivíduo.
Distribuição:
Na DM, a deficiência de insulina e o aumento do
CHO: 50-60%
glucagon levam a aumento da degradação proteica,
da produção hepática de glicose e da oxidação
LIP: 30-35%
lipídica. Assim, há aumento do gasto energético de
repouso. Atenção: para pacientes em DP, o cálculo de
energia é diferente, pois é preciso subtrair a glicose
A etiologia da inflamação na DRC é derivada de
absorvida pelo dialisato do total recomendado.
diversos fatores, como presença de comorbidades,
fatores genéticos, estresse oxidativo e acidose Cálculo em DP:
metabólica, dentre outros. A inflamação contribui
nesses indivíduos para redução de massa magra, Glicose: solução de 1,5% = 15 g de glicose/L.
aumento da lipólise e aumento do gasto energético
basal. Solução de 2,5 % = 25 g de glicose/L.

Solução de 4,45 % = 42 g de glicose/L.


Proteína C reativa – PCR
Glicose absorvida: total de glicose (g) X 70%.
Pode servir como um parâmetro da presença de
um estado inflamatório em pacientes renais crônicos
kcal: glicose absorvida X 3, 4 kcal
e contribuir para interpretação de índices nutricionais

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A maioria dos pacientes em DP não consegue controlado, o mecanismo da sede regula o balanço
ingerir dietas com essa quantidade de calorias por de água de forma adequada. O peso interdialítico
vários fatores. Nesse caso, uma estratégia seria não deve ultrapassar 3 a 5 % do peso seco.
a utilização de suplementos orais específicos com
elevada densidade energética, boa palatabilidade e Outras fontes de sódio: compostos e aditivos
custo acessível. alimentares como glutamato monossódico, benzoato
de sódio, nitrito de sódio e pirofosfato de sódio.
Outra estratégia seria nutrição enteral para
pacientes cronicamente anoréticos em HD e DP. Metabolismo do Ca, do P e da vitamina D na
DRC
Proteínas
Vitamina D: Tem como função manter as
Manutenção do peso: 1,2 g/kg/dia (50% AVB). concentrações intra e extracelulares de Ca e P.
Valores de referência segundo K-DOQI:
Repleção: 1,2-1,4 g/kg/dia.
Recomendações de níveis séricos de cálcio, fósforo
Equivalente proteico de aparecimento de e PTH para pacientes em estágios 3, 4 e 5 da doença
nitrogênio (PNA). renal

Potássio Exames pctes estágios pctes estágio 5


3e4
Produto Ca x P < 55 < 55
Recomendação: 40-70 mEq/d.
P (mg/dL) 2,7 – 4,6 3,5 – 5,5
A restrição para pacientes em HD é bastante Ca (mg/dL) 8,4 – 9,5 8,4 – 9,5

rigorosa, sobretudo os anúricos. PTH (pg/mL) 35 – 110 150 – 300

Para pacientes em DP, não existe essa restrição


severa, pois eles raramente apresentam hipercalemia. Cálcio e fósforo
A dieta contribui e muito para aumentar os níveis
séricos de potássio, mas existem outras situações Recomendação de fósforo: 800-1.000 mg por dia.
que causam ou agravam a hipercalemia, por exemplo,
acidose metabólica, obstipação intestinal, uso de Vários fatores interferem nas recomendações de
inibidores de enzima de conversão da angiotensina, cálcio, fósforo e vitamina D do paciente com doença
uso de β-bloqueadores, estados hipercatabólicos, renal crônica, por exemplo o tipo de doença óssea
deficiência de insulina, uso de diuréticos poupadores que se apresenta, os níveis séricos de cálcio e fósforo
de potássio, concentração de potássio no dialisato. e as concentrações no banho de diálise.

Sódio e líquidos Em diálise, a remoção de fósforo é pouco eficiente,


ocorrendo muito frequentemente a hiperfosfatemia.
Recomendação 2.000 mg a 2.300 mg por dia (5 g Além disso, como a necessidade de proteínas desses
a 6 g de sal de cozinha). pacientes é elevada, o consumo de fósforo dificilmente
será inferior a 800 mg/dia, visto que alimentos fontes
Para pacientes em diálise, a restrição de sódio é de proteína também são boas fontes de fósforo.
indicada para o controle da PA e para o controle da
ingestão de líquidos. Quando o balanço de sódio é bem

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Assim, é necessária a utilização de quelantes de Ingestão alimentar - necessidades


fósforo, tais como: carbonato de cálcio (40% de
cálcio), acetato de cálcio (25% de cálcio), sevelamer Estado nutricional
(Renagel).

Complicações que podem ocorrer com o uso de


quelantes de fósforo: quantidade de comprimidos;
sintomas gastrintestinais; hipercalcemia (Ca++).

Recomendação de ferro: 10-18 mg/d. Absorção

Necessidade de reposição de eritropoetina e Meio ambiente,


ferro endovenoso individualmente, pois esses níveis
variam de acordo com os índices de hematócrito. Em manutenção do organismo, Problemas
diálise, ocorre perdas de vitaminas, principalmente mecânicos, stress
as hidrossolúveis (vitamina C e complexo B).

As vitaminas lipossolúveis (A, K) não devem ser


suplementadas a menos que haja deficiência.

A vitamina D na forma ativa deve ser prescrita Para chegar ao estado nutricional, o que
individualmente, de acordo com a condição precisamos fazer antes?
osteometabólica do paciente.
Na área hospitalar, devemos inicialmente aplicar
um protocolo de risco nutricional para que os
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL indivíduos classificados como risco nutricional tenham
HOSPITALAR um acompanhamento nutricional diferenciado.
Para isso, devemos identificar quais são os fatores
de risco nutricional e que tipos de triagem podem
Definição ser realizados para que esses indivíduos sejam
identificados.
A avaliação nutricional deve ser realizada
constantemente devido a ter um papel fundamental na
Tipos de triagem de risco nutricional:
identificação dos indivíduos em risco de desenvolver
desnutrição. Devemos realizá-la abordando o
• NRS 2002 (adultos); MUST; MST.
indivíduo pelas suas necessidades fisiológicas de
nutrientes, sejam macro ou micronutrientes. Essa • ASG (Detsky, CANUSA, 7 pontos,
avaliação, sempre que possível, deverá ser completa, hepatopata…).
abordando todos os aspectos necessários para o
diagnóstico nutricional. • Semiologia nutricional.

Estado nutricional • Miniavaliação para idoso.

Doença, fatores econômicos, infecção, estresse • Índice geriátrico de risco nutricional.


fisiológico, comportamento, cultura…

17
Terapia nutricional em Nefropatias e Nutrição Hospitalar

Fonte: Raslan et al, 2008.

Nesse quadro, que é uma revisão, podemos »» De ingestão alimentar.


ver quais os instrumentos que, de acordo com sua
especificidade e sensibilidade, podem ser utilizados »» Psicológicos e sociais.
no meio hospitalar.
»» Físicos.
Dentre todos esses métodos, para a triagem de
adultos, tem se recomendado o NRS 2002, e, para »» Laboratoriais.
idosos, a miniavaliação de idoso e o índice geriátrico
de risco nutricional. »» De medicações.

A triagem nutricional deverá ter algumas O passo seguinte é o cálculo de metas a ser
características, como ser simples e rápida, utilizar atingidas. De acordo com a clínica que estamos
dados de rotina disponíveis, permitir a conclusão de trabalhando, devemos saber se essas metas serão
metas, possuir dados relevantes quanto aos fatores atingidas em curto, médio ou longo prazo. Podemos
de risco e acrescentar custo-benefício em relação a exemplificar da seguinte maneira: se estamos
sua aplicação. Os fatores de risco são importantes avaliando indivíduos numa clínica cirúrgica, esses
de ser considerados porque podem modificar o parâmetros devem ser atingidos em curto prazo
prognóstico nutricional de um indivíduo. São eles: para que o procedimento possa ser realizado o mais
rápido possível.

18
Terapia nutricional em Nefropatias e Nutrição Hospitalar

Enquanto isso, numa clínica médica e de


investigação diagnóstica, essas metas poderão ser
atingidas em médio e a longo prazo.

Para isso, possuímos dois tipos de avaliação:


objetiva e subjetiva.

Citamos como métodos objetivos:

• Antropometria.

• Composição corporal.

• Parâmetros bioquímicos.

• Consumo alimentar.

Entre os métodos subjetivos, ressaltamos a


importância do exame físico, que citaremos a seguir

• Área dos olhos e atrofia temporal bilateral.

Fonte: Acervo pessoal da autora e Duarte, 2003.

• Bola de Bichat, ombros, clavícula e tórax

Fonte: Acervo pessoal da autora e Duarte, 2003.

• Depressão ou área mais escuras em torno


dos olhos.

Fonte: Acervo pessoal da autora e Duarte, 2003.

• Prega tríceps, bíceps – observar atrofia do


deltoide.

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Terapia nutricional em Nefropatias e Nutrição Hospitalar

Fonte: Acervo pessoal da autora e Duarte, 2003.

Fonte: Acervo pessoal da autora e Duarte, 2003.


Pele, observar lesões.
• Abdome escavado.

Fonte: Acervo pessoal da autora e Duarte, 2003. Fonte: Acervo pessoal da autora e Duarte, 2003.

Panturrilha/quadríceps. Presença de úlceras de pressão.

Fonte: Acervo pessoal da autora e Duarte, 2003.

Edema de membros inferiores.


Fonte: Acervo pessoal da autora e Duarte, 2003.

Atrofia entre o adutor e o polegar.

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Terapia nutricional em Nefropatias e Nutrição Hospitalar

A história clínica e o exame físico constituem a base de uma boa avaliação nutricional.

Os resultados obtidos pela Avaliação Global Subjetiva ratificam essa afirmação (BAKER et al, 1982; DETSKY
et al, 1987).

Triagem e avaliação nutricional


A seguir ilustraremos com o quadro, o nível de evidência com relação as avaliações realizadas no ambiente
hospitalar.

Quadro 1 - Triagem e avaliação do estado nutricional.

Assunto Diretrizes Grau de Item no


recomendação texto
A triagem nutricional A triagem nutricional em pacientes hospitalizados B
deve ser realizada no deve ser realizada em até 72 horas da
paciente hospitalizado? admissão para identificar o risco nutricional.
Que método utilizar na triagem? O NRS 2002 é o método mais indicado no A
paciente hospitalizado na população brasileira.
Qual método de triagem A Miniavaliação Nutricional (MAN) apresenta A
deve ser indicado para os sensibilidade, especificidade e acurácia na
idosos hospitalizados? identificação de risco nutricional em idosos.
Qual a indicação do uso na A ASG é considerada eficiente para A
prática clínica da avaliação avaliação do estado nutricional, com boa
subjetiva global (ASG)? reprodutibilidade e capacidade de prever
complicações relacionadas à desnutrição.
Exame físico nutricional: Exame físico faz parte da avaliação A
qual seu papel? nutricional, e sua função é auxiliar no
diagnóstico nutricional junto às demais
ferramentas de avaliação nutricional.
História dietética: qual Não existem métodos de história dietética C
método é recomendado? validados para uso em população hospitalizada.
Quais as principais medidas O peso corporal. B
antropométricas que são A medida direta ou indireta da C
recomendadas para a estatura/comprimento.
avaliação nutricional?
O índice de massa corporal (IMC). B
As circunferências e as dobras cutâneas. C
Quando indicar a impedância A BIA é indicada na avaliação da composição C
bioelétrica (BIA) na avaliação corporal de indivíduos com IMC entre 16 kg/
do estado nutricional? m² e 34 kg/m² que possam ser pesados e com
estado de hidratação normal, com o uso de
equações validadas para essa população (C).
Exames laboratoriais: o que A albumina sérica é preditora de A
devo usar na prática clinica? morbimortalidade e não de desnutrição.
Balanço nitrogenado não é considerado bom C
método de avaliação devido a suas limitações.
Contagem total de linfócitos pode ser um A
indicador útil de risco de complicações
infecciosas em idosos, mas não é considerado
bom método de avaliação nutricional.
Fonte: Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral; Associação Brasileira de Nutrologia, 2011.

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Terapia nutricional em Nefropatias e Nutrição Hospitalar

Tabela 1: Proteínas séricas

Proteína sérica Síntese Valores de Vida Função Limitação


referência
Albumina Hepatócito 18-20 dias Pr. Coloidosm D. hep., inflamação e infecção
> 3, 5g/dl (n. sensível a rápidas variações.
Transf.
Hepatócito Depleção leve 7-8 dias Transp. Fe Aumenta na carência de
no plasma ferro, gestação, hep. aAguda
150-200mg/dl e sangr. Crônicos.

Pré-albumina Hepatócito Normal 20 mg/dl 2-3 dias Transp. Horms. Elevada na IR, reduzida nas
da tireoide d. heps., inflamação, infecção
(sensível para identificação de
restrição proteína/energia).

Hepatócito Normal de 10-12 h Transp vit. A na Elevada na IR e reduzida em


Proteína ligada forma de retinol hepatopatias, carências de vit.
ao retinol 3-5 mg/dl
está ligado à A e zinco, infecção, inflamação.
pré-albumina

As proteínas séricas revelam um bom índice de A competência imunológica possui uma boa relação
avaliação proteico-energética e uma menor biossínte com o estado nutricional. A sua depressão progride
hepática. Também não podemos esquecer que, além com a desnutrição e uma inadequada ingestão de
dos fatores nutricionais, existem vários outros que proteínas e calorias para formar substrato para a
podem interferir na sua concentração, por exemplo, imunoglobulina. Também é utilizada para índice
presença de inflamação, como especificado no de prognóstico. A linfocitometria mede as reservas
quadro acima. imunológicas momentâneas e indica a condição de
defesa celular do indivíduo.
O índice de creatinina/altura é uma característica
importante na desnutrição proteico-energética e Calculada pela fórmula % linfócitos x
pode ser valioso para determinar o estado nutricional. leucócitos/100.
Ele correlaciona-se com o músculo esquelético e
identifica a massa muscular do organismo. Depleção leve: 1.200-2.000 mm³

ICA (%)= Cr urinária de 24 h na urina (mg)/ Cr Moderada: 800-1.199 mm³


urin. ideal X 100.
Grave: <800 mm³
Depleção moderada 60-80%.
Conclusão:
Depleção grave < 60%.
A avaliação nutricional deverá ser realizada durante
Obs: não deve ser usada na IRC ou na fase aguda todo o processo de intervenção, observando sempre a
do trauma e é influenciada por atividade física e tolerância do indíviduo em todos os aspectos, clínicos
ingestão de carnes . e laboratoriais. Os indicadores nutricionais devem ser
utilizados na prática clinica e interpretados sempre
individualmente.

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Terapia nutricional em Nefropatias e Nutrição Hospitalar

Avaliação bioquímica e metabólica vitamina D, osteomalácia, fósforo elevado e má


absorção.
Consta de testes laboratoriais que avaliam o
funcionamento dos órgãos vitais. Consideramos um »» Capacidade total de fixação de ferro
importante meio de avaliação da tolerância da terapia (TIBC): 250-400 mcg/dL. Aumentada na anemia
nutricional instituída. As variações nos valores de ferropriva. Diminuído nos estados inflamatórios e na
referencia dependem do método analítico empregado sobrecarga de ferro.
e do tipo de amostra e devem ser interpretadas
considerando os valores do laboratório e a patologia »» Colesterol: 120-199 mg/dL. Aumentado
que está sendo avaliada. em diabetes mellitus, icterícia obstrutiva, obesidade,
dieta rica em gordura saturada, diminuído em má
absorção, desnutrição, estresse, doença pulmonar
PARÂMETROS DE IMPORTÂNCIA EM obstrutiva crônica.
NUTRIÇÃO
»» CPK (creatina fosfoquinase): M = 55-170
U/l; F = 30-135 U/I. Aumentada em infarto agudo
»» Amilase: 25-125 U/l. Valores elevados em do miocárdio, trauma, acidente vascular cerebral,
pancreatite, caxumba, úlcera, intoxicação por álcool exercício físico extenuante, choque.
e colecistite e diminuídos em hepatite, cirrose e
insuficiência pancreática. »» Creatinina: M=0,6-1,2 mg/dL; F = 0,6-1,1
mg/dL. É um derivado da creatina e fosfocreatina
»» Amônia: 40-80 mcg/dL. Avalia a função muscular. Como está relacionada à massa muscular, e
hepática, produto final do metabolismo das proteínas. seu catabolismo é realizado pelo rim, estará elevada
Aumentada em doença hepática, insuficiência na insuficiência renal crônica, quando ocorrer dano
cardíaca severa e dieta hiperproteica. muscular com ocorre ruptura de fibras musculares,
na ingestão excessiva de carne, no jejum prolongado.
»» HCO3: 21-29 MMOL/L. Aumentado em Estará diminuída quando houver menor quantidade
acidose, insuficiência renal, diarreia e cetoacidose de massa muscular.
diabética, diminuído em alcalose, acidose respiratória
e vômitos. »» Lactato desidrogenase (LD): 100-190 U/l.
Aumentada em IAM, anemia megaloblástica, choque,
»» Bilirrubina: total, 0,2-1,2 mg/dL; direta, 0,1- cirrose, hepatite, obstrução biliar.
0,4 mg/dL. Produto do catabolismo da hemoglobina.
Quando a indireta está aumentada, será relacionada »» Ferritina: M = 15-200 ng/mL; F = 12-150
com problemas hematológicos, e a direta está ng/mL. Avalia as reservas de ferro no organismo,
relacionada com o dano hepático e também com utilizando sangue periférico. Aumentada na doença
obstrução biliar. inflamatória, na DRC e na sobrecarga de ferro,
apresenta-se diminuída na anemia por deficiência de
»» Cálcio: 8,5-10,8 mg/dL (50% proteínas ferro.
séricas). Avalia as alterações de metabolismo do
cálcio, por exemplo, nos cálculos renais. Aumentado »» Ferro: M = 65-175 mcg/dL; F = 50-170
em: câncer, hiperparatireoidismo, imobilização mcg/dL. Aumentado na ingestão excessiva de ferro
prolongada e ingestão excessiva de vitamina D e na anemia hemolítica, ddiminuído em anemia
e diminuído em hipoalbuminemia, deficiência de microcítica, hemorragias e hemólise.

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Terapia nutricional em Nefropatias e Nutrição Hospitalar

»» Fosfatase alcalina: 12-90 U/l. Prova de função desnutrição, uso de diurético, doença hepática com
hepática e doença óssea. ascite.

»» Fósforo: 2, 3-4, 7 mg/dL. Cofator de vários »» Proteína total: 6,0-8,0 g/dL. Aumentada
sistemas enzimáticos, como ATP, e importante na na desidratação e diminuída em deficiência proteica,
mineralização óssea e na síntese de colágeno. Está infecção, edema, queimaduras.
aumentado na DRC, na hipocalcemia, e nos tumores
ósseos, diminuído no hiperparatireoidismo, na »» TGO: 8-33U/l. Pode ser encontrada em
hipovitaminose D e na realimentação dos desnutridos. coração, músculo e células vermelhas. Está presente
no citoplasma e também nas mitocôndrias de fígado,
»» GGT (Gama-glutamil transferase): 5-40 coração e músculo esquelético. É comumente
U/l. Útil na diferenciação entre desordens hepáticas encontrada no infarto agudo do miocárdio.
ou ósseas. Valores aumentados em doença hepática
e obstrução biliar. Também está relacionada ao »» TGP: 4-36 U/l. Encontrada no citoplasma do
consumo crônico de álcool. fígado, está presente no tecido hepático. Aumentada
em hepatite viral, cirrose, IAM, queimaduras severas,
»» Glicose: em jejum, 70-99 mg/dL. Intolerância pancreatite.
a glicose: 99-125 mg/dL. Diabetes mellitus: > 126
mg/dL. Aumentada em DM, trauma severo, infecção, »» Triglicerídeos: 10-190 mg/dL. Aumentados
pancreatite, doença hepática, inatividade, deficiência em hiperlipidemias, deficiência hepática, pancreatite,
de potássio. Diminuída em overdose de insulina, DM, IAM, alcoolismo, alta ingestão de açúcares,
carcinoma, sepse, interrupção abrupta da NPT. diminuídos em desnutrição, síndrome de má
absorção, DPOC.
»» Hemoglobina glicada: < 7%. Avalia a
glicemia nos últimos três meses. »» Zinco: 50-150 mcg/dL. Diminuído em
doença inflamatória, infecções, alcoolismo, diálise,
»» Frutosamina: 0,8-2,6% da proteína total. queimaduras, trauma.
Avalia a glicemia nas últimas três semanas.

»» Globulina: 2,3-3,5 mg/dL. Aumentada em


Leucograma
infecção, desidratação, alcoolismo crônico, diminuída
O leucograma é a série branca do sangue, sendo
na desnutrição.
composta por:

»» Lipase: < 1,5 U/l. Aumentada na pancreatite,


• Linfócitos.
infecção do trato biliar, insuficiência renal.
• Neutrófilos.
»» Magnésio: 1,3-2,1 mEq/l. Avalia a função
muscular e nervosa e atua no controle de CHS, PTNS • Eosionófilos.
e eletrólitos.
• Monócitos.
»» Potássio: 3,5-5,0 mEq/l. Aumentado em
insuficiência renal, trauma, hemorragia, hemólise, Leucócitos: Possuem importante papel nas
DM não controlada, infecção, febre, acidose. defesas do organismo, e os valores de referencia são
Diminuído na presença de vômitos, abuso de álcool, de 5. 000 a 9. 000 células/mm³ ou mais, no 1º ano
de vida.

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Terapia nutricional em Nefropatias e Nutrição Hospitalar

Eosinófilos: correspondem a 2-5% do total de bacterianas, parasitárias crônicas, envenenamento


leucócitos, e estão associados com reação alérgica e por fósforo e tetracloretano.
defesa contra parasitas.
Basopenia: a diminuição do número de basófilos
Monócitos: dão origem aos macrófagos e pode aparecer durante estresses e infecções.
respondem pela defesa de certos invasores. Normalmente, não é clinico.

Basófilos: liberam histaminas., e estão associados Dicas:


a resposta contra antígenos externos como no choque
anafilático , asma. Quando existir desvio por vários dias, a infecção
é grave, e ocorre a destruição de muitos neutrófilos.
Quando, associado a este processo, ocorrer ausência
Interpretação dos desvios do leucograma de eosinófilos, a infecão é muito grave. E, quando
tivermos neutrófilos multissegmentados associados
Leucocitose: Ocorre a elevação do número total
à presença de eosinófilos, teremos um processo
de leucócitos, por conta do aumento de neutrófilos,
crônico, mas benigno.
linfócitos e eosinófilos, acima de 9.000/mm.

Quando temos uma leucocitose moderada, mas


Leucopenia: Quando ocorre diminuição dos
com ausência de desvio e poucos neutrófilos, há a
leucócitos abaixo de 5.000/mm³, por conta dos
possibilidade de uma observação mais prolongada
neutrófilos.
do quadro, não sendo necessário uma intervenção
Desvio para a esquerda: é o surgimento de cirúrgica.
formas imaturas de neutrófilos, que são bastonetes,
Presença de monocitose absoluta pode indicar
células jovens que ainda não amadureceram. N
reação inflamatória local.
normalmente é observada em processos infecciosos
agudos. Quando ocorre infecção crônica, observa-
se aumento de neutrófilos segmentados. Portanto, Hemácias ou eritrócitos
quando ocorrer redução do desvio, existirá um
prognóstico favorável e, quando se mantiverem Eritrograma é o estudo da série vermelha, que
a leucocitose e o desvio, existe o agravamento da são as hemácias. A avaliação dessa série revela a
infecção. presença de anemia. Os valores normais variam
de acordo com o sexo e com a idade. Os valores
Linfopenia: está presente em algumas infecções referência no homem são de 5 milhões-5,5 milhões, e,
como Aids, lúpus, insuficiência renal e carcinomatose. na mulher, de 4,5 milhões a 5 milhões. Seu resultado
é dado em número por litro.
Linfocitose: encontrada em quase todas as
infecções. Hematócrito: é definido pelo volume de total
de hemácias de uma amostra sobre o volume dela e
Monocitopenia: infecções extremamente graves, contém, hemácias, leucócitos, plaquetas e o plasma,
e uso de glicocorticoides. que representa em torno de 50% do total. Os valores
variam com o sexo e com a idade. Valores: homem
Monocitose: aumento da produção e liberação 40-50%, mulher 36-45%.
pela medula óssea, em consequência de infecções

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Terapia nutricional em Nefropatias e Nutrição Hospitalar

Hemoglobina: os valores de referência para um REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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