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do Sistema
Urinário
PROF. BIANCA PENTEADO
Estadiamento da doença renal
Um sistema de estadiamento para DRC foi proposto pela Sociedade Internacional de Interesse
Renal (IRIS) para DRC canino e felino, refletindo graus de concentração de creatinina com
subestágios sobre proteinúria e pressão arterial.
A insuficiência renal é definida quando 75% dos néfrons em ambos os rins deixam de funcionar.
A insuficiência renal crônica (IRC) refere-se a pacientes com doença renal crônica, com sinais
clínicos significativos (poliúria, polidipsia, perda de peso, diminuição do apetite) e laboratoriais
(azotemia, anemia, proteinúria).
Estadiamento da doença renal
Danos no rim são geralmente irreversíveis porque néfrons são substituídos por tecido
conjuntivo fibroso.
A insuficiência renal aguda (IRA) pode também ser referida como lesão renal aguda (LRA) e
refere-se a pacientes que têm uma queda abrupta da função renal, geralmente causada por
isquemia, agressão tóxica ou infecciosa.
Conduta pré-operatória
As enfermidades renais, ureterais ou uretrais podem causar LRA ou DRC, ou as doenças nestes
órgãos podem estar associadas a IRA ou IRC
Os pacientes renais podem ter alterações metabólicas significativas além da azotemia.
A oligúria pode estar presente na LRA ou na DRC grave; entretanto, tanto a LRA como a DRC
podem estar associadas à poliúria.
Conduta pré-operatória
Fluidoterapia IV pré-operatória é necessária para restabelecer o volume sanguíneo circulante e
a produção de urina; no entanto, os líquidos devem ser administrados criteriosamente para evitar
a sobrecarga dos pacientes.
A hipercalemia frequentemente está presente na LRA devido a alterações obstrutivas,
uroabdome, disfunção parenquimal. A hipocalemia pode ocorrer com DRC e terapia diurética. A
hipercalemia e a hipocalemia predispõem o paciente a arritmias cardíacas e devem ser corrigidas
antes da cirurgia.
Anormalidades no nível de potássio sérico podem conduzir a arritmias cardíacas e morte; essas
anormalidades devem ser corrigidas antes da cirurgia.
Conduta pré-operatória
Hipermagnesemia e hipomagnesemia graves podem causar distúrbios da condução cardíaca e
aberrações do sistema nervoso central (SNC).
Hipocalcemia de importância clínica está ocasionalmente associada à LRA. Hipercalcemia pode
causar LRA ou pode ocorrer em virtude de DRC. Acidose metabólica pode estar presente em
animais com doença renal aguda ou crônica, mas tende a ser pior com lesão aguda.
Animais com estágios mais avançados da DRC são tipicamente anêmicos por causa da
diminuição da produção de eritropoetina renal.
Os animais normalmente hidratados, com hematócrito (VG) abaixo de 20% ou níveis de
hemoglobina abaixo de 5 g/dL podem se beneficiar com transfusões pré-operatórias
Considerações Anestésicas
Animais com DRC podem representar desafios para a anestesia.
Podem ter taquicardia devida à hipovolemia, o que pode mascarar hipertensão concomitante ou
anemia.
Podem estar desnutridos e hipoproteinêmicos, o que pode afetar a forma como eles respondem
aos medicamentos.
Pacientes azotêmicos têm ligação de substâncias alterada secundária às mudanças no pH e
hipoproteinemia, bem como uma alteração de barreira sangue-cérebro; portanto, eles são
particularmente suscetíveis às medicações que causam sedação. Por conseguinte, doses mais
baixas da substância devem ser utilizadas.
Considerações Anestésicas
Os pacientes com LRA (p. ex., animais obstruídos intensamente) muitas vezes são saudáveis.
O paciente obstruído com LRA pode ter distúrbios de sódio e potássio e, possivelmente,
alterações no ECG com risco de vida associados a hipercalemia, hipovolemia, hipotensão,
fraqueza e hipotermia.
A água não deve ser suspensa no pré-operatório em pacientes com doença renal, e uma atenção
especial deve ser dada ao estado de hidratação
Anestesia
Mínimo de medicação pré-anestésica.
Fluidoterpia 5-10mL/kg/h para estimular a diurese, evitar coágulos – cuidado com excesso
ATB
AI
Analgésicos
Nefrectomia
Indicações:
neoplasia renal,
hemorragia incontrolável,
perda de urina persistente,
pielonefrite resistente à terapia médica (p. ex., associado a nefrólitos),
hidronefrose e anormalidades ureterais que desafiam a reparação cirúrgica (p. ex., avulsão, estenose,
ruptura, obstrução devido a cálculos) trauma e hemorragia
Função renal no rim oposto idealmente deve ser avaliada pela determinação da taxa de filtração
glomerular (TFG)
Diagnóstico: US, raio-X simples e urografia excretora, biópsia, exames de sg e urinálise
Nefrectomia -
ureteronecfrectomia
Ureterotomia
Cateter duplo J;
Diâmetro
◦ Medido em French
◦ 1 Fr é 1/3 de mm – logo 3 Fr= 1,00mm
Comprimento
◦ Diversos tamanhos
◦ Mais utilizados 8, 10, 12, 14 cm
Sistema by-pass ureteral subcutâneo (Sub)
Nefrectomia
Cuidados pós-operatórios:
Urinálise e Us semanalmente
Avaliar débito urinário
Sangramentos e infeccções
ATB
AI
Analgésicos
Cistotomia
Acesso ao lúmen vesical
Indicações:
Retirada de cálculos – urólitos
Neoplasias - Coleta de material HP
Rupturas
Correção intravesical de distúrbio ureteral, uretral
Patofisiologia
A obstrução causa distensão da bexiga urinária, azotemia pós-renal e hipercalemia.
A ruptura da bexiga ocorre após trauma por veículo motor, mas também pode ser causada por
necrose da bexiga (p. ex., secundária ao comprometimento do suprimento sanguíneo ou
obstrução uretral prolongada), ou como uma complicação de cirurgia vesical.
O vazamento urinário para a cavidade abdominal causa uremia, desidratação, hipovolemia,
hipercalemia e morte.
Obstrução urinária e uroperitônio são emergências médicas, não emergências cirúrgicas. A
hipercalemia associada a essas condições torna o animal propenso a arritmias cardíacas; dessa
forma, os fluidos e as anormalidades eletrolíticas devem ser corrigidos previamente à anestesia (
Cistotomia – Diagnóstico
Sintomas de disfunção urinária – estrangúria, disúria, hematúria, polaciúria, incontinência,
retenção. A hipercalemia causa bradicardia.
Exames Laboratoriais: Urinálise, Urocultura, Hemograma, bioquímica
Prognóstico
Sutura
Fechar a bexiga usando sutura de padrão contínuo, camada simples, com material absorvível.
Para fechamento de camada dupla, suturar as camadas seromusculares com duas linhas de
sutura contínuas invertidas (p. ex., Cushing, seguido por Lembert)
Se o cão apresentar tendência à hemorragia grave, considere suturar a mucosa como uma
camada separada com padrão de sutura contínua simples.
Cálculos
Vesicais
Cirurgias da Uretra
Uretrotomia Uretrostomia
Pré-escrotal Pré-escrotal
Perineal
Escrotal
Perineal
Pré-púbica
Uretrotomia
Uretrotomia – pré-escrotal ou perineal.
É realizada em cães machos para remover cálculos uretrais que não puderem ser deslocados de
volta para a bexiga por retropropulsão com solução salina, e para facilitar a colocação de cateter
na bexiga.
Uretrostomia pré-escrotal
Indicações:
cálculo obstrutivo recorrente que não pode ser controlado por medicamentos
cálculos que não podem ser removidos por retropropulsão com solução salina ou uretrotomia
estreitamento uretral
Dependendo do lado da lesão, a ureterostomia pode ser pré-escrotal, escrotal, perineal ou prépúbica
nos cães.
Uretrotomia pré-escrotal
Uretrotomia pré-escrotal
Uretrostomia pré-escrotal
Uretrotomia
perineal
Uretrotomi
a perineal
Uretrostomia escrotal
Uretrostomi
a escrotal
Uretrostomi
a perineal
felina
FIG. 26-21 A uretrostomia perineal pode ser
realizada em gatos machos com obstrução
urinária. A, Libertar o pênis e a uretra distal
dos tecidos circundantes. B, Identificar e
seccionar os músculos isquiocavernosos e
isquiouretrais em suas origens no ísquio para
Uretrostomia evitar lesões em ramos do nervo pudendo e
para minimizar a hemorragia. C, Mostrar as
perineal felina glândulas bulbouretrais para utilizar como um
ponto de referência para o nível da extensão
proximal da incisão uretral. D, Identificar a
mucosa uretral e suturar o aspecto mais dorsal
para a pele em primeiro lugar e, depois, colocar
suturas adicionais dos dois terços proximais da
uretra peniana para a pele
Cicatrização da bexiga e da uretra
A bexiga urinária se recupera rapidamente, atingindo 100% do vigor tecidual normal em cerca
de 14 a 21 dias. A completa reepitelização da bexiga ocorre em 30 dias.
A uretra pode cicatrizar por regeneração de mucosa uretral em até sete dias, se a continuidade
uretral não estiver completamente rompida
Materiais de sutura absorvíveis são os preferidos para cirurgia de bexiga e uretral.
Suturas não absorvíveis devem ser evitadas na bexiga ou na uretra, porque elas podem
promover a formação de cálculos.
Cuidados pós-operatórios
A emissão de urina deve ser cuidadosamente monitorada após a cirurgia uretral para detectar
obstrução causada por tecidos edemaciados, fibrose ou necrose.
Os eletrólitos devem ser monitorados (particularmente potássio), porque a hipocalemia pode
ocorrer secundariamente à diurese ou ao tratamento médico da hipercalemia.
Colares elizabetanos devem ser usados em pacientes com cateteres urinários permanentes,
uretrotomias ou uretrostomias, para evitar a remoção do cateter precocemente ou a automutilação
Um cateter permanente pode promover formação de estreitamento e infecção do trato urinário
nos gatos após a cirurgia; portanto, o uso do cateter não é recomendado nessa situação.
Complicações
As complicações mais comuns da cicatrização das feridas uretrais são a formação de estenoses e
o vazamento urinário.
Cateteres permanentes podem permitir infecções bacterianas ascendentes ou podem causar
fibrose e estenose.
A formação de estenose em gatos após uretrostomia perineal geralmente é resultante da
realização de estoma muito pequeno (realização de estoma na uretra peniana proximal, em vez da
uretra pélvica distal), ou vazamento de urina subcutânea no pós-operatório, e subsequente
formação de tecido de granulação
Complicações
Uretrostomias pré-púbica, subpúbica e pélvica devem ser consideradas apenas como
procedimentos de salvamento porque estão associadas a diversas complicações, incluindo
infecção do trato urinário, irritação da pele periestomal ou necrose, e incontinência urinária.