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EMERGÊNCIAS RENAIS

ENFª. SINEIDE DINIZ


Enfermeira Emergencista
Residência em Enfermagem em Ortopedia e
Trauma 2017 – 2019
Pós-Graduação em Urgência / Emergência e
UTI
Mestranda em Enfermagem – FENSG / UPE
RELEMBRANDO...
SISTEMA URINÁRIO
➢ Os sistema urinário é responsável pela produção da urina, a qual elimina
ANATOMIA BÁSICA
substâncias desnecessárias e realiza o balanço hidroeletrolítico, controlando
níveis de eletrólitos e metabólitos, pH e auxiliar no controle da pressão arterial
ANATOMIA BÁSICA RINS

➢ Os rins são órgão pareados,


localizados acima da cintura, em
posição retroperitoneal, juntamente
com os ureteres e as glândulas
supra-renais.

➢ O rim direito é ligeiramente menor


do que o esquerdo, devido à
localização do fígado
SISTEMA URINÁRIO
➢ Na parte superior de cada rim, localiza-se a glândula supra-renal. Os
ANATOMIA BÁSICA
rins e as glândulas supra-renais são independentes nas suas
funções, suprimentos sanguíneos e inervações.
RINS
➢ Cada rim é composto por três camadas:
Externa – cápsula fibrosa;
ANATOMIA BÁSICA
Média – camada cortical ou córtex renal;
Interna – camada medular.
FISIOLOGIA BÁSICA RINS
A principal finalidade dos sistemas renal e urinário consiste em manter o
estado de homeostasia do corpo através da regulação cuidadosa dos
líquidos e eletrólitos, remoção dos produtos de degradação e
desempenho de outras funções.

O balanço hídrico é regulado pelos rins e resulta na formação de urina.

Fonte: Brunner, 2017.


DOENÇAS RENAIS MAIS
COMUNS NAS EMERGÊNCIAS

Urolitíase

Pielonefrite
UROLITÍASE
• A Urolitíase ou cálculo renal desenvolve-se quando o sal e as substâncias
minerais contidas na urina formam cristais, os quais aderem-se uns aos
outros crescendo em tamanho.
UROLITÍASE
• Os cálculos urinários – classificados - tamanho, localização, características
radiológicas, etiologia da litogênese, composição mineral e risco de
recorrência.

• Aproximadamente 75-80% dos pacientes com urolitíase apresentam cálculos


de cálcio.
INCIDÊNCIA
A recorrência da litíase renal - cerca 50% dos pacientes apresentarão um
segundo episódio de litíase, após 5 a 10 anos do primeiro, se não forem
submetidos a nenhum tipo de tratamento.
ETIOLOGIA
Os principais fatores de risco conhecidos são:

➢ Questões dietéticas (baixa ingestão hídrica, dieta pobre em cálcio e rica


em proteína animal e sódio);
➢ História prévia pessoal ou familiar de nefrolitíase;
➢ Infecção urinária de repetição;
➢ Uso de medicamentos (aciclovir, sulfadiazina e indinavir);
➢ Hipertensão, diabetes e obesidade.
SINAIS E SINTOMAS
• Cólica renal, hematúria, febre e piúria

• Assintomáticos

• Sintomas atípicos: dor abdominal,


náusea, alteração de jato urinário, dor
no pênis ou testículo.

• A cólica renal, ocorre após obstrução


do fluxo urinário e, consequentemente,
hidronefrose (dilatação dos cálices e
pelve renais).

• Pode ocorrer sensação de queimação


e urgência urinária quando o cálculo se
aproxima da bexiga.
CATETER DUPLO J
1. É frequentemente usado após procedimentos por endoscopia na via urinária (sem
cortes), para tratamento de pedras ou estreitamentos do ureter.
2. Comumente é usado após cirurgias para o tratamento de cálculos nos rins e
ureter.
3. O tempo de permanência varia em cada pessoa
4. A retirada do cateter duplo J é um procedimento simples ambulatorial com
anestesia local e uma sedação leve.
5. É comum a ocorrência de pequenos sangramentos após a retirada do catéter, ou
mesmo um desconforto leve durante a micção
6. recomenda-se a ingestão de líquidos, como água e sucos naturais em grande
quantidade.
7. evitar segurar o desejo miccional por muito tempo, evitar atividades físicas
intensas, como corridas e pedaladas extenuantes.
8.
Pode ser necessário a utilização de antibióticos e medicações anti-inflamatórias
durante o uso do dispositivo.
9. Ao utilizar o paciente pode sentir desconforto para urinar, ardência ou mesmo
pequenos sangramentos podem ocorrer durante o uso do cateter.
SINAIS E SINTOMAS
As características da dor renal devido à obstrução ureteral são:
➢ dor em cólica
➢ início súbito
➢ localizada na região lombar do mesmo lado da obstrução
➢ irradiação para testículos, uretra ou lábios vaginais, na mulher
➢ forte intensidade
➢ sem posição que possa diminuir a dor
➢ geralmente é necessária medicação endovenosa para alívio da dor
➢ acompanhada de náuseas e vômitos
➢ acompanhada de sintomas urinários
DIAGNÓSTICO
Anamnese + Exame físico
➢ Ansioso e inquieto devido à dor intensa
➢ Palidez cutânea
➢ Taquicardia
➢ Sinal de giordano positivo (punho percussão
da região lombar)
➢ Durante a palpação abdominal pode apresentar
irritação peritoneal e distensão abdominal

Exames: Urina tipo I, RX simples de abdôme,


Ultra-sonografia de abdômen , Tomografia
Computadorizada, Ressonância Nuclear Magnética
.
TRATAMENTO
O tratamento do cálculo urinário pode ser dividido em 3 etapas:

1- Tratamento da cólica renal


➢ Analgésicos
➢ Antiespasmódicos
➢ Antiinflamatórios não esteróide
➢ Opiáceos (morfina/meperidina).

2- Acompanhamento clínico ou extração do cálculo


➢ Internação, caso não haja melhora da dor
➢ Analgesia contínua por via endovenosa
➢ Investigação através de exames mais detalhados (Ultra-sonografia, Urografia excretora
e Tomografia Computadorizada de abdômen).
➢ Tratamento e acompanhamento do cálculo urinário deverão ser realizados pelo
Urologista.
TRATAMENTO
O tratamento do cálculo urinário pode ser dividido em 3 etapas:

3- Prevenção da formação de novos cálculos


➢ Clínico expectante
➢ Uso de medicações
➢ Litotripsia externa por ondas de choque
➢ Cirurgias endoscópicas: - percutâneas
➢ Ureteroscopia
➢ Cirurgias convencionais
TRATAMENTO
➢ Cálculos ser menor de 5 mm o tratamento clínico expectante ainda é o
mais indicado.

➢ Nessa situação, devemos orientar os pacientes quanto às medicações de uso


domiciliar (analgésicos e antiinflamatórios) e o aumento da hidratação, com o
intuito de promover a diurese e diminuir o tempo de eliminação do cálculo.

➢ Nefrolitotripsia percutânea: 1º opção em caso de insucesso da LEOC.


➢ É a litotripsia direta que consiste de fragmentação direta do cálculo
TRATAMENTO
LITOTRIPSIA EXTERNA POR ONDAS DE CHOQUE (LEOC)
➢ É um método pouco invasivo
➢ Eficaz para cálculos menores de 2 cm
➢ Realizado de forma ambulatorial
➢ Pode ser realizado com ou sem anestesia
➢ 1ª opção em quase todos os cálculos (renais e ureterais)
➢ Consiste de tratamento externo realizado por uma máquina produtora de ondas
de choque, de baixa freqüência e alta energia. As ondas são direcionadas
através de RX ou ultra-som para o cálculo que será posteriormente,
fragmentado e eliminado de forma espontânea.
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO
SUPERIOR
PIELONEFRITE
- Infecção bacteriana da pelve renal, dos túbulos e do tecido intersticial de
um ou de ambos os rins. Pode levar a insuficiência renal crônica se não
tratada.

- Os rins apresentam-se aumentados, com infiltrações intersticiais de células


inflamatórias. Podendo ocorrer abscessos.

“A alta frequência de casos de pielonefrite e infecções urinárias atendidas


pelos serviços de urgência e emergência do sistema de saúde,
desencadeiam custos tanto para o paciente, quanto para o serviço de saúde
(LADOMENOU et al, 2015).”
PIELONEFRITE AGUDA
PIELONEFRITE - ETIOLOGIA
- A disseminação ascendente de bactérias a partir da bexiga ou a
disseminação de fontes sistêmicas, alcançando o rim através da corrente
sanguínea.
PIELONEFRITE –
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
PIELONEFRITE –
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Calafrios, febre, leucocitose, bacteriúria e piúria. Os achados comuns
consistem em dor lombar, dor no flanco, náuseas, vômitos, cefaleia, mal-
estar e micção dolorosa. O exame físico revela dor e hipersensibilidade na
região do ângulo costovertebral. Além disso, são comuns os sintomas de
comprometimento do trato urinário inferior, como disúria e polaciúria.
PIELONEFRITE - DIAGNÓSTICO
❑ CLÍNICO + LABORATORIAL + IMAGEM
➢ EAS, urocultura, hemograma
➢ USG, TC, RNM, urografia excretora

- A cultura de urina e o antibiograma são realizados para determinar o


microrganismo etiológico, de modo que possam ser prescritos agentes
antimicrobianos apropriados
PIELONEFRITE - TRATAMENTO
➢ Pielonefrite aguda não complicada - ambulatório, se não apresentarem
desidratação, náuseas, vômitos ou sintomas de sepse.
➢ Se complicação, internamento hospitalar.
➢ Inicia antibiótico IV e continua via oral a nível ambulatorial quando afebril por
72h.
➢ Urocultura dentro de 2 semanas após o término da antibioticoterapia.
➢ A hidratação com líquidos orais ou parenterais é essencial em todos os
pacientes com ITU quando existe uma função renal adequada.
➢ A hidratação ajuda a facilitar a “lavagem” do trato urinário e reduz a dor e o
desconforto.
PIELONEFRITE – ASSISTÊNCIA
DE ENFERMAGEM

Educação em saúde: alimentação,


esvaziamento da bexiga, higiene
perianal adequada, uso adequado
dos medicamentos, necessidade de
manter consultas de
acompanhamento.
Pois é Deus quem efetua em vocês
tanto o querer quanto o realizar, de
acordo com a boa vontade Dele.
Filipenses 2:13

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