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DISFUNÇÕES URINÁRIAS

CUIDADOS DE ENFERMAGEM
SISTEMA URINÁRIO
A eliminação da urina é feita através do sistema urinário. Os órgãos que compõe o
sistema urinário são os rins e as vias urinárias. As vias urinárias compreendem o ureter,
a bexiga e a uretra.

 URINA
A urina é composta de aproximadamente 95% de água. Os principais excretas da urina humana são: a
ureia, o cloreto de sódio e o ácido úrico.
O aparelho urinário tem a tarefa de separar do sangue as substâncias nocivas e de eliminá-las sob a
forma de urina. Compõe-se ele dos rins, que filtram o sangue e são os verdadeiros órgãos ativos no
trabalho de seleção das substâncias de rejeição; dos bacinetes renais com os respectivos ureteres, que
conduzem a urina até a bexiga; da bexiga, que é o reservatório da urina; da uretra, canal mediante o qual a
urina é conduzida para fora.
SISTEMA URINÁRIO
Sistema Urinário Masculino
O sistema urinário masculino, difere do
feminino na medida em que a uretra, canal que
conduz a urina da bexiga para o exterior,
também é utilizado para liberação do esperma
no ato da ejaculação. A uretra masculina mede
aproximadamente 20 cm e estende-se do
orifício uretral interno na bexiga urinária até o
orifício uretral externa na extremidade do pênis.
SISTEMA URINÁRIO
Sistema Urinário Feminino
O canal da uretra no sistema urinário
feminino, que estende-se da bexiga ao orifício
externo no vestíbulo, é bem menor que o
masculino, medindo aproximadamente 5 cm.
Essa característica da anatomia feminina,
canal da uretra curto, facilita a ocorrência de
infecções urinárias nas mulheres.
RETENÇÃO URINÁRIA
A retenção urinária é definida como a incapacidade de esvaziar a bexiga completamente ou
parcialmente. 1 Sofrer de retenção urinária significa que você pode ser incapaz de iniciar a
micção, ou se você é capaz de começar, você não consegue esvaziar completamente a bexiga.
SINTOMAS
Os sintomas da retenção urinária podem incluir:
Dificuldade em começar a urinar
Dificuldade em esvaziar totalmente a bexiga
Gotejamento ou fluxo de urina fraco
Perda de pequenas quantidades de urina durante o dia
Incapacidade de sentir quando a bexiga está cheia
Aumento da pressão abdominal
Falta de vontade de urinar
Tensão e esforço para forçar a saída da urina da bexiga
Micção frequente
Noctúria (acordar mais de duas vezes à noite para urinar)
RETENÇÃO URINÁRIA
CAUSAS
Existem duas causas gerais de retenção urinária: obstrutiva e não obstrutiva. Se houver uma obstrução
(por exemplo, pedras nos rins), a urina não consegue fluir livremente pelo trato urinário. Causas não
obstrutivas incluem músculo fraco da bexiga e problemas nervosos que interferem nos sinais entre o
cérebro e a bexiga. Se os nervos não estão funcionando adequadamente, o cérebro pode não conseguir
receber a mensagem de que a bexiga está cheia.
Algumas das causas mais comuns da retenção urinária não obstrutiva são:
• Acidente Vascular Cerebral
• Parto vaginal
• Lesão ou trauma pélvico
• Comprometimento da função dos músculos ou nervos devido à medicação ou anestesia
• Acidentes que causam lesões no cérebro ou na medula espinhal
• A retenção obstrutiva pode resultar de:
• Câncer
• Pedras nos rins ou na bexiga
• Aumento da próstata (Hiperplasia Prostática Benigna) em homens
RETENÇÃO URINÁRIA
Tratamento

• Cateterização (SONDA VESICAL DE DEMORA)


• Tratamento da causa
• Ocasionalmente, cirurgia

 SONDA VESICAL DE DEMORA (SVD) : Cateter vesical de demora: considera-se aquele que entra
pelo orifício da uretra e permanece.

# Infecção do Trato Urinário Relacionada à Assistência à Saúde Associada a Cateter vesical. (ITU-RAS-
AC): qualquer infecção sintomática de trato urinário em paciente em uso de cateter vesical de demora há
pelo menos 48 horas.
RETENÇÃO URINÁRIA
RETENÇÃO URINÁRIA
CUIDADOS PARA A PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DO TRATO
URINÁRIO RELACIONADO À ASSISTÊNCIA À SAÚDE ASSOCIADA
A CATETER VESICAL
CUIDADOS PARA A PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DO TRATO
URINÁRIO RELACIONADO À ASSISTÊNCIA À SAÚDE ASSOCIADA
A CATETER VESICAL
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
O termo incontinência urinária (IU) refere-se à queixa de qualquer perda de urina, que
pode ser involuntária, provocada pelo indivíduo ou descrita por um cuidador (1-3). Essa
perda involuntária de urina pode estar associada com a urgência e também com esforço
ou esforço físico, incluindo atividades esportivas ou em espirros ou tosse. A IU é uma
condição que afeta dramaticamente a qualidade de vida, comprometendo o bem-estar
físico, emocional, psicológico e social. A IU pode acometer indivíduos de todas as
idades, de ambos os sexos e de todos os níveis sociais e econômicos. Um estudo na
população Norte Americana estimou que 12 milhões de pessoas sofrem de IU naquele
país.
Inúmeras situações podem levar a IU. A identificação da etiologia é
essencial para o tratamento adequado.
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Tipos e Sintomas:

- incontinência urinária de esforço: o sintoma inicial é a perda de urina quando a pessoa


tosse, ri, faz exercício, movimenta-se;
- incontinência urinaria de urgência: mais grave do que a de esforço, caracteriza-se pela
vontade súbita de urinar que ocorre em meio as atividades diárias e a pessoa perde urina
antes de chegar ao banheiro;
- incontinência mista: associa os dois tipos de incontinência acima citados e o sintoma
mais importante é a impossibilidade de controlar a perda de urina pela uretra;
- enurese noturna: é a incontinência que ocorre durante o sono. O exemplo mais típico é
o da criança que faz xixi na cama. Embora a maioria das crianças já tenha aprendido a
controlar a micção em torno dos três aos quatro anos de idade, considera-se normal que
algumas crianças ainda urinem na cama até os cinco ou seis anos.
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
SINTOMAS podem aparecer associados ou de forma isolada.

 Neoplasias vesicais, especialmente carcinoma “in situ” de bexiga;


 Infecções do trato urinário inferior;
 Medicações com efeitos colaterais sobre o trato urinário inferior, como alguns tipos de antidepressivos;
 Litíase vesical;
 Obstrução infravesical (geralmente decorrentes de cirurgias para tratamento de IUE);
 Fatores emocionais.

TRATAMENTO
• Nas mulheres o tratamento conservador incluem mudanças no estilo de vida e fisioterapia.O
tratamento conservador por meio de orientação, exercícios pélvicos
• Os fatores de estilo de vida que podem estar associados à IUE incluem obesidade, dieta, nível de
atividade física, e ingestão de líquidos.
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
• Diagnóstico da Incontinência Urinária de Urgência (IUU)

O diagnóstico da bexiga hiperativa (BH) baseia-se na queixa clínica, exame físico (incluindo
exame ginecológico) e exames laboratoriais de rotina. Tal avaliação em portadores de BH visa
excluir outras condições locais que cursam com os mesmos sintomas.

5.2.1 História
Tipicamente, pacientes portadores de BH apresentam-se as seguintes queixas:  Urgência (imperiosidade
para urinar ou sensação iminente de perda de urina);  Frequência (número de micções diárias superior a
oito);  Noctúria (necessidade de acordar a noite devido a desejo miccional) com ou sem incontinência
de urgência associada (paciente sente vontade de urinar e não consegue chegar à toalete apresentando
perdas) associada.
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Outras causas:
A eliminação da urina é controlada pelo sistema nervoso autônomo, mas pode ser
comprometida nas seguintes situações:
- comprometimento da musculatura dos esfíncteres ou do assoalho pélvico;
- gravidez e parto;
- tumores malignos e benignos;
- doenças que comprimem a bexiga;
- obesidade;
- tosse crônica dos fumantes;
- quadros pulmonares obstrutivos que geram pressão abdominal;
- bexigas hiperativas que contraem independentemente da vontade do portador;
- procedimentos cirúrgicos ou irradiação que lesem os nervos do esfíncter masculino
CISTITE
Cistite é uma infecção e/ou inflamação da bexiga. Em geral, é causada pela bactéria Escherichia coli,
presente no intestino e importante para a digestão. No trato urinário, porém, essa bactéria pode infectar a
uretra (uretrite), a bexiga (cistite) ou os rins (pielonefrite). Outros microorganismos também podem
provocar cistite. Homens, mulheres e crianças estão sujeitos à cistite. No entanto, ela ocorre mais nas
mulheres porque as características anatômicas femininas favorecem sua ocorrência. A uretra da mulher,
além de muito mais curta que a do homem está mais próxima do ânus. Nos homens, depois dos 50 anos,
o crescimento da próstata provoca retenção de urina na bexiga e pode causar cistite.

Sintomas:
- necessidade urgente de urinar com frequência;
- quantidade pequena de urina eliminada em cada micção;
- ardor durante a micção;
- dores na bexiga, nas costas e no baixo ventre;
- febre;
- sangue na urina nos casos mais graves.
CISTITE
Tratamento:
O tratamento das cistites infecciosas requer o uso de antibióticos ou quimioterápicos que serão escolhidos de
acordo com o tipo de bactéria encontrada no exame laboratorial de urina. Especialmente nas mulheres, o
retorno das cistites pode ser frequente e mais grave, mas, se o tratamento for seguido à risca, a probabilidade de
cura é grande. Por isso, é preciso tomar os medicamentos respeitando o tempo recomendado pelo médico
mesmo que os sintomas tenham desaparecido com as primeiras doses.

Prevenção:
- beba muita água. O líquido ajuda a expelir as bactérias da bexiga;
- urine com frequência. Segurar a urina na bexiga por longos períodos é uma contraindicação importante.
Urinar depois das relações sexuais favorece a eliminação das bactérias que se encontram no trato urinário;
- redobre os cuidados com a higiene pessoal. Mantenha limpas as regiões da vagina e do ânus. Depois de
evacuar, passe o papel higiênico de frente para trás e, sempre que possível, lave-se com água e sabão;
- evite roupas íntimas muito justas ou que retenham calor e umidade, porque facilitam a proliferação das
bactérias;
- suspenda o consumo de fumo, álcool, temperos fortes e cafeína. Essas substâncias irritam o trato urinário;
- troque os absorventes higiênicos com frequência para evitar a proliferação de bactérias.
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA
Insuficiência renal é a condição na qual os rins perdem a capacidade de efetuar suas funções
básicas. A insuficiência renal pode ser aguda (IRA), quando ocorre súbita e rápida perda da
função renal, ou crônica (IRC), quando esta perda é lenta, progressiva e irreversível.
Além de eliminar resíduos e líquidos do organismo, os rins executam outras funções
importantes:

- regulam a água do organismo e outros elementos químicos do sangue como o sódio, o


potássio, o fósforo e o cálcio;

- eliminam medicamentos e toxinas introduzidos no organismo;


- liberam hormônios no sangue.
Esses hormônios:
- regulam a pressão sangüínea;
- fabricam células vermelhas do sangue;
- fortalecem os ossos.
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA
Insuficiência renal aguda: ocorre quando há alguma lesão nos rins provocando rápida queda nas suas funções.
Principais causas:
- choque circulatório;
- sepse (infecção generalizada);
- desidratação;
- queimaduras extensas;
- excesso de diuréticos;
- obstrução renal;
- insuficiência cardíaca grave;
- glomerulonefrite aguda (inflamação nas unidades filtrantes do rim, chamadas glomérulos).

Vários medicamentos são tóxicos para os rins, podendo levar à insuficiência renal aguda, dentre eles:
- antiinflamatórios;
- antibióticos;
- alguns quimioterápicos;
- contraste à base de iodo para exames radiológicos.
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA
A recuperação da insuficiência renal aguda depende de vários fatores, entre eles, idade, associação com outras
doenças e função renal prévia antes da lesão. Alguns recuperam a função completamente, outros ficam com função
permanentemente abaixo dos níveis normais e há ainda aqueles que nada recuperam, ficando dependentes de
hemodiálise para o resto da vida.
Qualquer pessoa que apresente alguma agressão renal pode vir a ter insuficiência renal aguda, mas ela é mais
comum e mais grave quando ocorre em pacientes com doença renal prévia.

Prevenção:
Algumas medidas simples podem prevenir o aparecimento de doenças renais:
- controlar a dieta: evitar o excesso de sal, carne vermelha e gorduras;
- evitar excesso de peso;
- fazer exercícios regularmente;
- não fumar;
- controlar a pressão arterial e o diabetes.
Além disso, é necessário fazer uso adequado de medicamentos, evitar remédios que agridam os rins, verificar periodicamente o
níveis de proteinúria e dosagem de creatinina no sangue por meio de exames, consultar regularmente seu clínico e nefrologista.
Pacientes idosos, portadores de doença cardiovascular e pacientes com história de doença renal em familiares têm grande
potencial para desenvolver lesão renal e devem ser investigados com triagem de exames de urina e dosagem de creatinina no
sangue.
REFERÊNCIAS
• https://arquivos.sbn.org.br/uploads/Manual-de-preven%C3%A7%C3%A3o-ITU.pdf

• http://www2.ebserh.gov.br/documents/147715/0/trato+urinario+4.pdf/dd36bfb5-5717-4
3c4-a389-bfad9038d7b8

• http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2019/Relatrio_-Incontinncia_Urinria_
no_Neurognica_CP_47_2019.pdf

• http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2044-cistite

• http://portaldaurologia.org.br/medicos/wp-content/uploads/2017/06/369.pdf

• http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/227_insuf_renal.html

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