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Ciências Morfofuncionais

dos Sistemas Digestório,


Endócrino e Renal
Profa Ana Carolina de Moura
ana.c.moura@anhanguera.com

1º semestre - 2021
Unidade 1: Ciências morfofuncionais dos sistemas
digestório, endócrino e renal

• Seção 1.1 - Sistema urinário e suas funções

• Seção 1.2 - Sistema urinário e a importância funcional das vias urinárias e


dos néfrons

• Seção 1.3 - Fisiologia renal, produção de hormônios e regulação da


pressão arterial

• Seção 1.4 - Sistema urinário - marcadores da função renal e patologias


Seção 1.1

Sistema urinário e suas funções


Sistema Urinário
O desenvolvimento do sistema urinário inicia-se na 3ª semana de
gestação, sendo que os rins e ureteres desenvolvem-se da
mesoderme intermediária em 3 estágios:
pronefros, mesonefrons e metanefros
(os dois primeiros transitórios).

Os rins são formados a par@r dos metanefros; e a produção da urina se


inicia por volta da 6ª semana de gestação.
Sistema Urinário

O sistema urinário é composto:

pelos rins e

pelas vias condutoras de urina

(pelve renal, os ureteres, a bexiga urinária e a uretra).


RINS
• Se localizam logo acima da pelve, entre o peritônio e a parede posterior do
abdome; na sua porção superior está localizada a glândula suprarrenal.

• Estão situados entre as úl1mas vértebras torácicas e terceira vértebra lombar,


protegidos por costelas (11ª e 12ª costelas).

• Em sua margem medial, existe uma depressão denominada hilo renal, local
onde estão localizados a artéria renal, veia renal e o ureter.
RIM
Internamente é dividido em 3 regiões:
• A mais externa = córtex renal, onde se encontram os néfrons, estruturas que
efeNvamente realizam a filtragem do sangue e produção da urina.
• A região intermediária é a medula renal, onde estão localizadas as pirâmides
renais, estruturas que recebem o filtrado glomerular, direcionando-o para a
excreção; e as colunas que servem para delimitar as pirâmides.
• A porção mais interna é o seio renal, em que se localizam os cálices menores
que recebem o filtrado das pirâmides; eles drenam os cálices maiores, que
formarão a pelve renal, local onde terá origem o ureter.
Néfrons:
URETER
• É uma estrutura formada por musculatura lisa visceral,
que tem origem na pelve renal e termina na bexiga urinaria.

• É dividido em porção abdominal e porção pélvica.


Vascularização
do ureter:
BEXIGA URINÁRIA
Está localizada na cavidade pélvica,
onde no interior existe uma região
*Organização das
fibras da bexiga:
chamada de trigono vesical,
em que se localizam os
ósNos dos ureteres,
(trazem a urina produzida no rim)
e o ósNo interno da uretra
(local pelo qual a urina sairá da bexiga)
Bexiga urinária e
uretra femininas:
Bexiga urinária e
uretra masculinas:
URETRA
• É consNtuída por membranas e forma um conduto urinário, que é responsável
por expelir a urina da bexiga urinária para o meio externo.

• A uretra feminina pode medir 4 cm, parNndo da bexiga chegando até o clitóris
e a vagina; carregando somente a urina na função de excreção.

• Já a uretra masculina mede por volta de 16 cm, estendendo-se desde a bexiga


até o final do pênis. É dividida em três partes: prostá1ca, membranosa e
esponjosa. A uretra é parte do sistema urinário e reprodutor, levando tanto a
urina quanto o esperma.
Sistema Urinário e suas Funções
Os rins regulam o volume do líquido,
a pressão do sangue e a osmolalidade;
mantêm o balanço iônico;
regulam o pH;
excretam resíduos e substâncias estranhas;
e par@cipam de vias endócrinas.
Sistema Urinário e suas Funções
• O sistema urinário está associado à excreção, e por isso é muito comum
relacionar a fisiologia ou o funcionamento renal ao sistema excretor.

• De fato, a excreção é uma função importante dos rins, mas há outras funções
tão importantes, como as funções regulatórias exercidas pelos néfrons
(unidades funcionais dos rins).

• Dessa forma, a função renal é vista em dimensões diferentes: funções


excretoras, não excretoras e funções reguladoras.
Sistema Urinário e suas Funções

No corpo humano, os rins recebem


um débito cardíaco de 20%, ou seja,
em uma pessoa de 70 kg,
circula 1,2 litros de sangue por minuto.

• A vascularização do sistema renal está diretamente ligada à circulação


e à importância dos rins na filtração do sangue e produção da urina,
eliminando para o meio externo produtos de excreção do metabolismo celular.
Infecções Urinárias
• Mais comuns no sexo feminino (uretra é menor) = o caminho que bactérias
precisam percorrer para chegar até a bexiga é mais curto.

• Podem exisNr 4 Npos de infecção urinária (de acordo com o local onde há
infecção).

• Geralmente aNngem o trato urinário na parte mais inferior, como no caso da


cis1te (infecção na bexiga), infecção nos ureteres e na uretra.

• O quadro é mais grave quando a infecção aNnge os rins, como é o caso da


pielonefrite.
• Os rins são órgãos altamente vascularizados e uma infecção nessa região,
quando não tratada com cuidado, pode levar à sepJcemia e até à morte.

• Os fatores de risco que podem favorecer as infecções do trato urinário estão


relacionados à supressão do sistema imunológico, impedindo que as defesas
do corpo atuem e protejam o organismo.

• Outro fator que favorece a inflamação ou a infecção dos rins é quando


acontece algum Npo de bloqueio no trato urinário, como a presença de
cálculos renais e aumento do tamanho da próstata.
Cálculos Renais
• São conhecidos popularmente por “pedra no rim”, sendo formações sólidas de sais
minerais e/ou uma série de outras substâncias, como oxalato de cálcio e ácido úrico,
que acabam se cristalizando.

• Essas cristalizações podem se movimentar por vias urinárias, levando a uma


excessiva dor e diversas complicações.

• A falta de uma alimentação saudável, pequena ingestão de água e outros líquidos,


excesso de ingestão de sais minerais, sedentarismo e fatores gené<cos são fortes
parâmetros que favorecem a formação de cálculos renais.
Seção 1.2

Sistema urinário e a
importância funcional
das vias urinárias e dos néfrons
Sistema urinário e a importância funcional
das vias urinárias e dos néfrons
-A urina produzida pelos rins é conduzida pelas vias urinárias:
entrando primeiro nos ureteres,
depois é armazenada na bexiga e, por fim,
é eliminada pela uretra sendo excretada para o exterior do organismo.

-Nos homens, abaixo da bexiga urinária está a próstata:


órgão que produz e armazena um fluido que faz parte do fluido seminal,
que com os espermatozoides cons@tui o sêmen
(função reprodutora masculina).
Fisiologia da Micção

O funcionamento da bexiga é coordenado pelo


Sistema Nervoso Central (SNC),
localizado na medula, na região da ponte, e em
centros superiores por meio de ramificações neurológicas,
tanto excitatórias quanto inibitórias,
que se dirigem aos órgãos do Trato Urinário Inferior (TUI).
Fisiologia da micção
• Perifericamente, o TUI é inervado por 3 Npos de fibras: parassimpá1cas,
simpá1cas e somá1cas.

• A inervação parassimpáNca origina-se de neurônios localizados na coluna


vertebral (segmentos S2 a S4 da medula), sendo conduzida através de fibras
pré-ganglionares pelo nervo pélvico até os gânglios no plexo pélvico.

• Esse plexo localiza-se lateralmente ao reto, originando as fibras parassimpáNcas


pós-ganglionares, que vão para a bexiga.
Inervação da bexiga
urinária e da uretra:

-As fibras simpá-cas pré-


ganglionares dos níveis T11
a L2 ou L3 da medula
espinal par-cipam da
inervação da bexiga urinária,
próstata e parte proximal da
uretra.

-As fibras parassimpá-cas


pré-ganglionares para a
bexiga urinária originam-se
de neurônios nos segmentos
S2–S4 da medula espinal e
seguem até a bexiga
urinária.

-Os nervos somá-cos são


distribuídos para o períneo.
Localização dos receptores
colinérgicos e adrenérgicos no
sistema urinário inferior:

-Para ação de contração de uma


fibra, realiza-se a es0mulação de
receptores alfa (fibras simpá0cas)
ou de receptores colinérgicos
(fibras parassimpá0cas).

-De modo geral, os receptores


colinérgicos são
responsáveis pela micção,
enquanto os receptores
alfa-adrenérgicos,
pela con6nência.
Remoção da urina
• A urina entra nos ureteres pela pelve renal, enquanto os ureteres levam a urina
até a bexiga por movimentos de peristalse.
• A urina entra na bexiga pelo músculo trígono, que serve de esdncter funcional,
impedindo que a urina retorne da bexiga para o ureter.
• A bexiga é inervada pelos nervos pélvicos, além de ser um órgão composto
pelo músculo detrusor (músculo liso).
• O enchimento da bexiga aNva receptores sensoriais de esNramento, gerando
um potencial de ação, que é transmiNdo para a região sacral da medula
espinal.
MICÇÃO:
*** Explicação da figura
anterior:

A micção é um reflexo
espinal sujeito ao controle
de centros encefálicos
superiores:
*** Explicação da figura anterior:
Controle esfincteriano
• Os esJncteres recebem inervação do
sistema nervoso simpáNco (SNS)
e parassimpáNco (SNP).

• O esdncter uretral,
que possui músculos que atuam na função da conNnência urinária,
é composto por músculos
que se localizam abaixo do colo vesical, envolvendo a uretra.
Controle esfincteriano
O esJncter uretral externo (músculo estriado) e o
esJncter interno (musculatura lisa)
controlam a micção ou ato de urinar
(deficiência musculatura = inconJnência urinária = perda involuntária de urina).

• Os músculos estriados são voluntários (dependem de nossa vontade para


funcionar), sendo importantes para iniciar e interromper a micção.

• Os músculos lisos (involuntário) mantêm o tônus muscular, impedindo a perda


urinária sem o nosso controle consciente.
Mecanismo
esfinctérico
uretral na
MULHER:
Mecanismo
esfinctérico
uretral no
HOMEM:
Incon7nência Urinária
• A “bexiga caída” ou incon1nência urinária é a incapacidade voluntária de
prevenção da saída de urina.

• É considerado um sintoma, mas também uma manifestação comum às


condições que alteram a estrutura e função do trato urinário.

• O controle miccional e de armazenamento urinário envolve uma interação


complexa entre diversas áreas do sistema nervoso central e periférico, e sua
sintonia e integridade são fundamentais para o adequado gerenciamento dessas
funções.
Incon<nência Urinária
Podem estar envolvidas contração muscular, transmissão neuronal, esimulo
hormonal e fatores mecânicos que modificam o controle voluntário:
• nas mulheres, o relaxamento pode ocorrer através de algumas patologias que
acometem o trato urinário inferior, em especial após a gestação, devido à
pressão do útero sobre a bexiga. O peso da barriga pode comprometer
musculatura, inervação e funcionalidade da bexiga urinária;
• no homem, o relaxamento pode ser causado por obstrução mecânica na
próstata e uretra peniana. Após formação de tumor na próstata, também pode
haver interferência no controle da micção e ejeção de esperma.
Referências:
-AIRES, M D. Fisiologia, 5ª edição. Grupo GEN, 2018. [Minha Biblioteca].

-SILVERTHORN, D U. Fisiologia Humana. 7ª ed. Grupo A. [Minha Biblioteca].

-COSTANZO, L. Fisiologia, 6ª edição. Grupo GEN, 2015. [Minha Biblioteca].

-TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Grupo GEN, 2016. [Minha


Biblioteca].

-GILROY, A. Atlas de Anatomia, 3ª edição. Grupo GEN, 2017. [Minha Biblioteca].

-MOORE K L, et al. Anatomia Orientada para Clínica, 8ª edição. Grupo GEN, 2018.
[Minha Biblioteca].

ana.c.moura@anhanguera.com

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