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AULA 02

ANATOMIA E FISIOLOGIA RENAL


Prof. Iury Amancio Paiva
Funções do sistema urinário
➢ Uma vez que filtram o sangue e produzem urina, um líquido que é eliminado do corpo, muitas
pessoas pensam que a única função dos rins é “limpar” o sangue de resíduos.

➢ Entretanto, essa visão subestima as muitas outras funções vitais desempenhadas por esses
órgãos incrivelmente versáteis.

➢ Embora a urina contenha, de fato, subprodutos metabólicos e outras substâncias


apropriadamente descritas como “resíduos”, ela também contém água e solutos (como sódio e
potássio), que precisam ser mantidos em determinados níveis no plasma e em outros líquidos
corporais.

➢ A relevância desse fato é que a taxa na qual esses materiais são eliminados do corpo, ou
excretados, pelos rins tem um impacto significativo no volume e na composição dos líquidos
corporais e, desse modo, é altamente regulada, de acordo com as necessidades corporais.
Funções do sistema urinário
1) Regulação da composição iônica do plasma:

Ao aumentar ou diminuir a excreção de íons específicos na urina, os rins regulam a


concentração dos seguintes íons no plasma: sódio (Na+), potássio (K+), cálcio (Ca2+ ),
magnésio (Mg2+), cloreto (Cl– ), bicarbonato (HCO3– ), hidrogênio (H+) e fosfatos
(HPO42– e H2PO4– ) .
Funções do sistema urinário
2) Regulação do volume plasmático e da pressão arterial:

Ao controlar a taxa em que a água é excretada na urina, os rins regulam o volume


plasmático, o que tem um efeito direto no volume sanguíneo total e, desse modo,
na pressão arterial.

3) Regulação da osmolaridade plasmática


Como os rins variam a taxa em que eliminam água em relação a solutos, eles têm a
capacidade de regular a osmolaridade (concentração de solutos) do plasma.
Funções do sistema urinário
4) Regulação da concentração plasmática de hidrogênio (pH)
Ao regular a concentração de íons bicarbonato e hidrogênio no plasma, os rins
colaboram com os pulmões para regular o pH do sangue.

5) Remoção de produtos residuais do metabolismo e de


substâncias estranhas do plasma
Como os rins eliminam resíduos e outras substâncias indesejáveis na urina, eles limpam o plasma de
impurezas, eliminando-as do corpo. Esses materiais incluem subprodutos metabólicos, como ureia
e ácido úrico, que são gerados durante o catabolismo de proteínas e ácidos nucleicos,
respectivamente, bem como substâncias estranhas, como aditivos alimentares, fármacos ou
pesticidas, que entram no corpo advindos do ambiente externo.
Funções do sistema urinário
➢IMPORTANTE!!

➢Na medida em que água e pequenos solutos são trocados livremente entre o
plasma e o líquido intersticial por quase todo o corpo, enquanto os rins regulam o
volume e a composição do plasma, eles também regulam o volume e a
composição do líquido intersticial.

➢Além disso, trocas no líquido intersticial afetam o líquido intracelular. Dessa


forma, os rins essencialmente controlam o volume e a composição de todos os
líquidos corporais.
Funções do sistema urinário
FUNÇÕES SECUNDÁRIAS DOS RINS:

• São considerados órgãos endócrinos porque secretam o hormônio eritropoietina (que estimula a produção
de eritrócitos pela medula óssea) e a enzima renina (necessária à produção de angiotensina II, um hormônio
importante na regulação do equilíbrio de sal e água para o controle da pressão arterial em longo prazo);

• São necessários para a ativação da vitamina D3 (essencialmente a 1,25-(OH)2 vitamina D3 ), um fator


importante na regulação dos níveis sanguíneos de cálcio e fosfato;

• Adicionalmente, durante períodos de jejum, os rins podem atuar para manter um suprimento constante de
glicose plasmática por meio da gliconeogênese, o processo pelo qual moléculas como glicerol e certos
aminoácidos são usados para sintetizar glicose.
Anatomia do sistema urinário
O sistema urinário consiste em dois rins, dois ureteres, a bexiga urinária e a uretra:

• Uma vez formada pelos rins, a urina é conduzida para a


bexiga pelos ureteres.

• A bexiga armazena urina até o momento de excretá-la;


nesse momento, a urina atravessa a uretra e sai do corpo.

• Às vezes, cristais nos rins se transformam em cálculos, que


também podem descer pelo ureter até a uretra.

Stanfield. Fisiologia Humana. 5º ed.


Anatomia do sistema urinário
O sistema urinário consiste em dois rins, dois ureteres, a bexiga urinária e a uretra:

• Os rins são órgãos pareados dispostos na parede posterior


da cavidade abdominal, pouco acima da linha da cintura,
mais ou menos no nível da 12ª costela.

• Cada rim pesa em média 150g e tem um formato parecido


com o de um grão de feijão e o tamanho de um punho (10 a
13 cm).

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Anatomia do sistema urinário
O sistema urinário consiste em dois rins, dois ureteres, a bexiga urinária e a uretra:

• Os rins recebem suprimento sanguíneo das artérias renais,


que se ramificam a partir da aorta e entram em cada rim em
uma região chamada hilo renal;

• Eles recebem cerca de 20% do débito cardíaco sob


condições normais de repouso.

• Esse rico suprimento sanguíneo é crucial para a função dos


rins, não só porque fornece oxigênio e nutrientes a eles (os
rins respondem por 16% do uso total de ATP do corpo), mas
também porque permite que removam solutos e água
desnecessários do sangue (depurem o sangue)
rapidamente, eliminando-os como urina.
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Anatomia do sistema urinário
• Um corte transversal de um rim revela que ele contém duas
regiões principais: uma camada externa de tom castanho,
denominada córtex, e uma região interna, denominada
medula, mais escura e com uma aparência listrada;

• A medula é subdividida em uma série de seções cônicas


denominadas pirâmides renais;

• Nas pontas das pirâmides renais, nas áreas conhecidas como


papilas, túbulos denominados ductos coletores
desembocam em vias de condução chamadas cálices
menores.

• Os cálices menores convergem formando duas ou três vias


de condução maiores, denominadas cálices maiores, que
drenam em uma única estrutura afunilada, denominada
pelve renal, a porção inicial do ureter.
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Anatomia do sistema urinário

• No interior das muitas pirâmides renais,


encontram-se mais de 1 milhão de
subunidades microscópicas denominadas
néfrons, as unidades funcionais dos rins; eles
fazem o trabalho de filtrar o sangue e formar
a urina;

• A característica mais marcante do néfron é a


existência de um tubo espiralado longo
(denominado túbulo renal), que forma uma
alça em forma de grampo de cabelo (U) a
aproximadamente metade de seu
comprimento.

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Anatomia do sistema urinário

• Durante o processo de formação da urina, o


líquido flui pelos túbulos renais e, durante
esse trajeto, a composição do líquido se
modifica por meio de troca com o líquido
intersticial.

• O líquido de túbulos individuais acaba


drenando em uma série de vias de condução
comuns, denominadas ductos coletores, nos
quais a composição do líquido se modifica
adicionalmente. O líquido que sai dos ductos
coletores e atravessa a pelve renal até os
ureteres é denominado urina

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Anatomia do sistema urinário

• Cada néfron é, em essência, um “minirrim”


independente e completo, que filtra sangue e
forma urina.

• Um néfron individual é composto de duas


partes: um corpúsculo renal, que filtra o
sangue, e um túbulo renal, que o filtrado
percorre e onde se modifica para formar urina

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Anatomia do sistema urinário

• CORPÚSCULO RENAL:

• Um corpúsculo renal consiste em duas partes:

(1) uma estrutura esférica na extremidade de influxo dos


túbulos renais, denominada cápsula de Bowman;

(2) um conjunto de capilares, denominado glomérulo.

• O corpúsculo renal é o local em que o sangue é


filtrado e o líquido tubular, ou filtrado, tem sua
origem. Antes de o sangue ser filtrado, ele entra nos
capilares glomerulares via arteríola aferente.

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Anatomia do sistema urinário
• À medida que o sangue passa pelos capilares
glomerulares, o plasma livre de proteínas atravessa
as paredes dos capilares para dentro da cápsula de
Bowman, por um processo chamado filtração
glomerular (FG).

• O sangue restante deixa o glomérulo por uma


arteríola eferente. Esse arranjo de duas arteríolas em
série com um leito capilar entre elas é singular ao
corpúsculo renal e permite uma regulação maior da
filtração glomerular.
• As paredes das arteríolas aferente e eferente contêm
músculo liso e podem contrair-se ou relaxar em
resposta a agentes parácrinos e a sinais do sistema
nervoso simpático, regulando assim seu diâmetro e,
dessa forma, a filtração glomerular
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Anatomia do sistema urinário

• TÚBULO RENAL:

• À medida que o filtrado glomerular é formado, ele flui


da cápsula de Bowman para a porção inicial do túbulo
renal, denominada túbulo contorcido proximal;

• o líquido, então, move-se para o túbulo reto proximal.


Os dois túbulos, em conjunto, são denominados
túbulo proximal

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Anatomia do sistema urinário

• TÚBULO RENAL:

• O túbulo proximal desemboca na alça de Henle, a


porção do túbulo que forma a alça em grampo (em U)
do néfron.
• A alça de Henle é dividida em três seções:
(1) o ramo descendente;
(2) o ramo ascendente fino;
(3) o ramo ascendente espesso.

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Anatomia do sistema urinário

• TÚBULO RENAL:

• A partir do ramo ascendente da alça de Henle, o


líquido flui para o túbulo contorcido distal, que se
assemelha ao túbulo proximal em aparência, mas é
consideravelmente menor.

• Em seguida, ele entra em uma porção terminal reta e


curta do néfron, denominada túbulo coletor, que une
o néfron ao ducto coletor.

• Vários túbulos escoam seu líquido em um único ducto


coletor. Os ductos coletores, então, desembocam nos
cálices menores.

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Anatomia do sistema urinário

Stanfield. Fisiologia Humana. 5º ed.


Anatomia do sistema urinário

• No local em que a porção inicial do túbulo distal entra em


contato com as arteríolas aferentes e eferentes de um
néfron, encontra-se uma estrutura denominada aparelho
justaglomerular.

• O aparelho justaglomerular tem dois componentes:


(1) um grupo especializado de células epiteliais do túbulo,
denominadas mácula densa, e;
(2) células granulares (ou células justaglomerulares) na parede
das arteríolas aferentes (e, a um grau menor, das eferentes). As
células granulares recebem esse nome devido à presença de
numerosos grânulos secretórios citoplasmáticos que secretam
um produto chamado renina.

Stanfield. Fisiologia Humana. 5º ed.


Processos básicos de troca renal
• Nos rins, água e soluto são trocados entre o plasma e o líquido nos túbulos renais para regular a
composição do plasma. Substâncias por fim removidas do plasma são excretadas na urina. Três processos de
troca ocorrem no interior dos néfrons renais:

(1) Filtração glomerular: é o fluxo em massa de plasma livre de


proteína dos capilares glomerulares para a cápsula de Bowman.

(2) Reabsorção: é o transporte seletivo de moléculas do lúmen do


túbulo renal para o líquido intersticial fora dos túbulos. As
moléculas reabsorvidas entram nos capilares peritubulares por
difusão e depois retornam à circulação geral

(3) Secreção: é o transporte seletivo de moléculas do líquido


peritubular para o lúmen dos túbulos renais. Essas moléculas
secretadas são provenientes do plasma dos capilares peritubulares.

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(1) Filtração glomerular
• A filtração no corpúsculo renal é governada pelas forças de Starling (gradientes de pressão hidrostática e
osmótica) existentes através das paredes dos capilares glomerulares. Essas forças de Starling são as mesmas
que governam a filtração de líquido dos capilares por todo o corpo.

• O filtrado assemelha-se ao plasma quanto à composição, exceto por carecer da maioria das proteínas
encontradas no plasma.

• As paredes da cápsula de Bowman e do túbulo renal são


constituídas por uma camada contínua de células epiteliais.
Na cápsula de Bowman, esse epitélio se dobra em torno de
si mesmo, envolvendo os capilares glomerulares.

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(1) Filtração glomerular
• Abaixo do epitélio, existe uma membrana basal que atua como
barreira de filtração primária para proteínas.

• Para entrar na cápsula de Bowman, o filtrado glomerular deve


atravessar as seguintes barreiras:
(1) a camada de células do endotélio capilar,
(2) a camada de células epiteliais circundante
(3) a membrana basal existente entre as duas camadas anteriores.

• A combinação dessas três camadas compõe o que chamamos de


membrana glomerular ou barreiras de filtração.
• As células epiteliais que revestem os capilares glomerulares têm
extensões especiais ou processos podais, o que lhes concede o
nome de podócitos.
• À medida que o líquido sai dos capilares glomerulares, ele
atravessa junções entre os podócitos, denominadas poros em
fenda.
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(1) Filtração glomerular

• A presença de fenestrações (poros) no endotélio capilar, o


grande número de poros em fenda no epitélio capsular
circundante e a grande área superficial da barreira de filtração
combinam-se, tornando o corpúsculo renal favorável ao fluxo em
massa de líquido livre de proteínas entre o sangue e o lúmen da
cápsula de Bowman.

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(2) Reabsorção

• Reabsorção refere-se ao movimento de água e solutos filtrados do lúmen dos túbulos de volta para o
plasma. Se água e solutos não fossem reabsorvidos, todos os materiais filtrados seriam excretados e
levaria apenas oito minutos para uma pessoa perder um litro de líquido pela urina;

• Considerando-se que 1 litro de líquido equivale a 20% do volume sanguíneo total, a capacidade dos
rins de reabsorver água e solutos filtrados é uma necessidade vital absoluta;

• De fato, 100% de muitas substâncias filtradas no glomérulo são reabsorvidas pelos túbulos renais;

• A reabsorção de outras substâncias é regulada de maneira a variar sua taxa de excreção, o que, por
sua vez, regula a concentração dessas substâncias no plasma.

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(2) Reabsorção
• REABSORÇÃO DE ÁGUA E SOLUTOS:

• Muitos solutos são reabsorvidos ativamente, isto é, eles são transportados contra seus gradientes
eletroquímicos, à medida que se movem do lúmen tubular para o plasma.

Stanfield. Fisiologia Humana. 5º ed.


(2) Reabsorção
• REABSORÇÃO DE ÁGUA E SOLUTOS:

• A reabsorção da maioria dos solutos ocorre nos túbulos contorcidos proximais e distais;

• A arteríola eferente se ramifica em


leitos capilares peritubulares
adjacentes aos túbulos renais no
córtex renal;

• O líquido intersticial entre o epitélio


dos túbulos renais e os capilares
peritubulares (líquido peritubular)
preenche o espaço peritubular.

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(2) Reabsorção
• REABSORÇÃO DE ÁGUA E SOLUTOS:

• Quando uma substância é reabsorvida, ela precisa atravessar duas barreiras: o epitélio tubular e o endotélio capilar;

• Os capilares são uma barreira apenas ao movimento de macromoléculas, como as proteínas, e células. Assim, as
células epiteliais que revestem os túbulos renais formam a barreira primária à reabsorção dos diversos solutos.

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(2) Reabsorção
• REABSORÇÃO ATIVA DE SOLUTOS:

• Algumas moléculas são reabsorvidas passivamente, enquanto outras demandam energia;

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(2) Reabsorção
• REABSORÇÃO DE ÁGUA:
• A difusão da água se baseia em diferenças na osmolaridade. Solutos como X e Y são ativamente reabsorvidos, então
aumentam a osmolaridade do plasma, enquanto diminuem a osmolaridade do líquido tubular. Assim, a água se
difunde a favor de seu gradiente de concentração para uma região de osmolaridade maior;

• Em outras palavras, a reabsorção de água segue a reabsorção ativa dos solutos. Para que a água acompanhe o
soluto, é preciso que ela consiga permear o epitélio tubular (alguma regiões dos túbulos renais são
impermeáveis). Stanfield. Fisiologia Humana. 5º ed.
(2) Reabsorção
• REABSORÇÃO PASSIVA DE SOLUTO:
• Para que esse processo ocorra, é preciso que duas condições estejam presentes:
a concentração de Z deve ser maior no líquido tubular do que no plasma, e Z
deve ser capaz de permear as membranas plasmáticas do epitélio tubular e do
endotélio capilar. O líquido tubular, proveniente do plasma, tem uma
concentração maior de Z do que o líquido no lúmen capilar, porque grande parte
da água filtrada é reabsorvida conforme descrito anteriormente;

• À medida que a água deixa o lúmen dos túbulos e entra no plasma, a


concentração tubular de Z aumenta, enquanto a concentração plasmática desse
soluto diminui.

• Portanto, Z se difunde a favor de seu gradiente de concentração do líquido


tubular para o plasma.

• Dito de outra forma, a reabsorção de moléculas que conseguem permear


membranas segue a reabsorção da água

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(2) Reabsorção
• REABSORÇÃO DA GLICOSE:
• A glicose, que é livremente filtrada no glomérulo, em geral é completamente
reabsorvida por transporte ativo no túbulo proximal, de maneira que nenhuma
glicose é excretada na urina;

• A glicose é ativamente transportada através da membrana apical por um


transporte ativo acoplado ao sódio, ou seja, a glicose é cotransportada com íons
sódio do líquido tubular para a célula epitelial. Esse cotransporte concentra
glicose no interior da célula epitelial.

• Uma proteína transportadora de glicose está localizada na membrana


basolateral. Como a glicose é encontrada em concentração elevada no interior
da célula epitelial, esse soluto é transportado por seu transportador a favor do
gradiente de concentração para o líquido peritubular, de onde se difunde para o
plasma.

Stanfield. Fisiologia Humana. 5º ed.


• No diabetes mellitus não tratado, os níveis plasmáticos de
glicose são elevados, uma condição denominada
hiperglicemia, e podem estar muito acima do valor normal.

• Quando a concentração de glicose excede o limiar renal, a


glicose aparece na urina.

• Antes que os métodos modernos para detectar glicose na


urina fossem inventados, um teste comum para diabetes
mellitus era provar a urina para detectar a presença de
doçura.
• A eliminação de glicose na urina também produz diurese (mais
perda de água ou maior volume urinário). Lembre-se de que a água
atravessa o epitélio por osmose e, geralmente, o movimento de
água segue o transporte ativo de soluto.

• Normalmente, a glicose absorvida ativamente seria seguida pela


reabsorção passiva de água. Entretanto, quando a glicose não é
reabsorvida, mas sim permanece no líquido tubular, ela exerce uma
força osmótica que faz com que a água permaneça nos túbulos
renais e acabe sendo eliminada do corpo na urina.

• Consequentemente, os sintomas iniciais do diabetes incluem sede


e micção excessivas.
(3) SECREÇÃO

• Na secreção tubular, as moléculas se movem do plasma dos capilares tubulares para os túbulos renais, para fazerem parte do filtrado.

• A secreção segue os processos básicos da reabsorção e envolve as mesmas barreiras, exceto pelo fato de que o movimento de moléculas
ocorre na direção inversa.
• Algumas substâncias se difundem do plasma para o filtrado, enquanto outras são ativamente transportadas.

• A secreção por transporte ativo requer que as proteínas na membrana basolateral transportem ativamente o soluto do líquido
intersticial para o interior da célula epitelial, ou que as proteínas na membrana apical transportem ativamente o soluto do interior da
célula epitelial para o filtrado.

• Dentre as substâncias ativamente secretadas pelos túbulos renais estão íons, como potássio e hidrogênio, produtos residuais, como
colina e creatinina, e substâncias estranhas, como o antibiótico penicilina.

• O resultado final da secreção é um aumento na quantidade de soluto excretado na urina, o que diminui a concentração plasmática do
soluto.

Stanfield. Fisiologia Humana. 5º ed.


Fisiologia renal

https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2013/10/renalLiege.pdf
Fisiologia renal

• A taxa de filtração glomerular (TFG) é um parâmetro da função renal e é expressão em


mililitros de filtrado glomerular formado por minuto por quilo de peso corporal
(mL/min/kg).
• Normalmente, todos os componentes celulares e proteínas plasmáticas do tamanho da
albumina ou maiores são retidos na corrente sanguínea, enquanto a água e os solutos são
filtrados.

https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2013/10/renalLiege.pdf
Fisiologia renal
• Os rins convertem 25-
hidroxicolecalciferol
(produzida no fígado) em
1,25-
diidroxicolecalciferol
(calcitriol) nos túbulos
proximais.
• O calcitriol é a forma
ativa da vitamina D e é
essencial para a absorção
de cálcio pelo trato
gastrointestinal e pela
deposição normal de
cálcio nos ossos.
• Essa produção também é
influenciada pelas
concentrações de cálcio
sanguíneo e pela
presença do
paratormônio (PTH).
https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2013/10/renalLiege.pdf
Fisiologia renal
• Os rins convertem 25-
hidroxicolecalciferol
(produzida no fígado) em
1,25-
diidroxicolecalciferol
(calcitriol) nos túbulos
proximais.
• O calcitriol é a forma
ativa da vitamina D e é
essencial para a absorção
de cálcio pelo trato
gastrointestinal e pela
deposição normal de
cálcio nos ossos.
• Essa produção também é
influenciada pelas
concentrações de cálcio
sanguíneo e pela
presença do
paratormônio (PTH).
https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2013/10/renalLiege.pdf
Fisiologia renal
• Os rins mantêm a composição e o
volume do líquido corpóreo,
reabsorvendo água e solutos a
partir do filtrado glomerular.
• A reabsorção de maior volume de
solutos do que de água resulta na
formação de urina diluída e vice-
versa.
• Para que a urina concentrada se
forme, deve haver produção e
liberação de hormônio
antidiurético (ADH) e os túbulos
renais devem ser responsivos a
ele.
• O hormônio antidiurético atua
nos rins promovendo a
reabsorção de água. Esse
hormônio é importante,
pois evita a perda exagerada de
água e garante a osmolaridade
normal do sangue.
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Fisiologia renal

• Células osmorreceptoras no hipotálamo


monitoram a osmolaridade do sangue e
desencadeiam a liberação de ADH a partir da
neuro-hipófise.
• A osmolaridade do sangue aumenta quando
nos alimentamos de alimentos muito salgados
ou perdemos água pelo suor, por exemplo.
• O ADH então é liberado e atua nos túbulos
distais e ductos coletores, promovendo maior
permeabilidade dessas estruturas e permitindo
que maior quantidade de água seja
reabsorvida.
• Desse modo, o ADH garante aumento da
concentração da urina, redução no seu volume,
e diminui a osmolaridade do sangue por
promover a reabsorção de água.
https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2013/10/renalLiege.pdf
Fisiologia renal

• O sistema renina-
angiotensina-
aldosterona é um
importante regulador da
TFG e do fluxo sanguíneo
renal.

https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2013/10/renalLiege.pdf
Fisiologia renal

• A renina é um hormônio produzido pelas


células justaglomerulares e sua liberação é
estimulada pela redução na pressão de
perfusão renal e pela hipotensão sistêmica.
• A renina catalisa a transformação do
angiotensinogênio produzido no fígado em
angiotensina I e está é convertida a
angiotensina II pela enzima conversora de
angiotensina (ECA), que se localiza no
endotélio vascular dos pulmões.
• A angiotensina II é um potente
vasoconstritor que aumenta a pressão
arterial sistêmica e a pressão de perfusão
renal, aumenta a captação de sódio no
túbulo proximal e ducto coletor que por sua
vez estimula a liberação de aldosterona
(pela adrenal) e vasopressina (pela
hipófise).
• Também estimula a produção e a liberação
de duas prostaglandinas renais
vasodilatadoras, causando efeito protetor
contra uma vasoconstrição generalizada. https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2013/10/renalLiege.pdf
Fisiologia renal

• A aldosterona é um hormônio esteróide


segregado pelo córtex supra-renal. A
função da aldosterona no metabolismo é
controlar o sódio e o potássio, regulando
o volume de fluidos.
• A aldosterona atua para diminuir a
excreção de sódio e aumentar a excreção
de potássio no rim, glândulas sudoríparas
e glândulas salivares. A aldosterona
também conserva o sódio no cólon.
• Em cada um destes tecidos, a aldosterona
atua ligando-se aos receptores
mineralocorticóides e, principalmente,
aos ductos colectores corticais do rim.
• A regulação do equilíbrio de sódio e
potássio é conseguida através de um
conjunto complexo de hormônios que
atuam em vários ciclos de realimentação.
https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2013/10/renalLiege.pdf
Fisiologia renal

• O rim é o principal
órgão produtor de
eritropoietina (90%;
sendo os 10%
restantes produzidos
pelo fígado), sendo
secretada pelas
células epiteliais
tubulares em
resposta a baixa
concentração de
oxigênio no sangue
filtrado.
https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2013/10/renalLiege.pdf
Fisiologia renal

• A hipóxia, em outras partes do


organismo, mas não nos rins,
também estimula a secreção renal
de eritropoietina, o que sugere que
exista um sensor extra-renal que
envia um sinal aos rins para que
produza esse hormônio.
• A norepinefrina e a epinefrina, além
de outras prostaglandinas estimula
a produção de eritropoietina.
• A eritropoietina estimula a
produção de proeritroblastos, a
partir das células tronco
hematopoéticas na medula óssea.
• Uma vez formados, a eritropoietina
também estimula a diferenciação
dessas células em eritrócitos que
são liberados na circulação
sanguínea.
https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2013/10/renalLiege.pdf

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