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SE7ECENTROTECNOLOGGICO
Nefrologia

Técnico em Enfermagem
Aula
AULA1 1

Revisão de Anatomia e Fisiologia


Renal
ANATOMIA E FISIOLOGIA
INTRODUÇÃO
• Os nutrientes são utilizados no metabolismo celular, e esse
processo acarreta a produção de substâncias nocivas ao
organismo denominadas toxinas, dentre as quais destacamos o
gás carbônico, a uréia, a creatinina e o ácido úrico, etc.
• Essas substâncias, que constituem o lixo celular, vão para a
corrente sanguínea, de onde são recolhidas para depois serem
eliminados do nosso organismo. Os dois sistemas responsáveis
por esse trabalho são o respiratório, que elimina o gás carbônico, e
o sistema urinário, encarregado das demais substâncias nocivas.
INTRODUÇÃO
• O sistema urinário é formado pelos rins e por um sistema coletor
constituído de pelve renal, ureteres, bexiga e uretra.
• Este aparelho pode ser dividido em órgãos secretores - que
produzem a urina - e órgãos excretores - que são encarregados
de processar a drenagem da urina para fora do corpo.
• Os órgãos urinários compreendem os rins (2), que produzem a
urina, os ureteres (2) ou ductos, que transportam a urina para a
bexiga (1), onde fica retida por algum tempo, e a uretra (1),
através da qual é expelida do corpo.
RINS
• Os rins são dois órgãos localizados
posterior e profundamente no abdômen, na
altura da cintura, com cerca de 10 a 13cm
de comprimento e uma forma que lembra a
de um grão de feijão. Eles são estruturas
que fazem uma espécie de coleta seletiva,
desprezando o lixo propriamente dito e
reabsorvendo o que pode ser reciclado
como a água e os sais minerais.
ESTRUTURA DOS RINS
• O rim tem uma abertura em sua borda
medial. É por essa abertura que passam
a artéria renal e veia renal, por onde o
rim recebe suprimento sanguíneo.

• Por essa mesma abertura passa a pelve


renal, estrutura que coleta a urina
produzida.
FUNÇÕES DOS RINS
• Com a filtração do sangue e a formação da urina, os rins
contribuem para a homeostasia dos líquidos do corpo de várias
maneiras. Além de excretar substâncias tóxicas, os rins também
desempenham muitas outras funções como:
• Eliminar substâncias como uréia e creatinina;
• Manter o equilíbrio de eletrólitos no corpo humano, tais como:
sódio, potássio, cálcio, magnésio, fósforo, bicarbonato, hidrogênio,
cloro e outras;
• Regular o equilíbrio ácido-básico, mantendo constante o pH
sanguíneo;
FUNÇÕES DOS RINS
• Regular o volume de líquido corporal;
• Excreção de substâncias como medicações e antibióticos;
• Produção de hormônios: eritropoietina (estimula a produção de
hemácias), aldosterona (eleva a pressão arterial) entre outros.
• Modificar a forma da vitamina D que chega ao rim depois de ser
convertida em uma forma possível de ser transportada pela
corrente sanguínea no Fígado transformando esta num hormônio
cuja função principal é aumentar a absorção de cálcio no intestino
e facilitar a formação normal dos ossos
• Produção de urina para exercer as suas funções excretoras.
NÉFRONS
• O néfron é a unidade funcional do rim. Cada rim contém cerca
de 1 milhão de néfrons. São responsáveis pela filtração do
sangue e formação da urina. É constituído das seguintes partes:
• Corpúsculo Renal
• Cápsula Glomerular (de Bowman)
• Glomérulo – rede de capilares sanguíneos novelados dentro da
cápsula glomerular.
● Corpúsculo renal: em uma das extremidades do néfron, localiza-se
a cápsula renal ou glomerular, onde em seu interior encontra-se o
glomérulo capilar.
● A cápsula renal é uma camada de células epiteliais que envolve o
glomérulo. O glomérulo capilar é um novelo de capilares sanguíneos.
O conjunto da cápsula renal e glomérulo formam o corpúsculo renal.
● Túbulo néfrico: a cápsula renal liga-se ao tubo néfrico. Este
apresenta três regiões distintas: o túbulo contorcido proximal, a alça
néfrica ou de Henle e o túbulo contorcido distal, que desembocam no
ducto coletor.
● Ducto Coletor: responsável por conduzir a urina produzida até o
ureter.
• Túbulo Renal
• Túbulo contorcido
proximal
• Alça do Néfron (de
Henle)
• Túbulo contorcido distal
• Túbulo coletor
RINS

• Córtex Renal
• Ao corte frontal, que divide o rim em
duas partes, é possível reconhecer
o córtex renal, uma camada mais
externa e pálida, e a medula renal,
uma camada mais interna e escura.
RINS
• Medula Renal

• O córtex renal emite projeções para a


medula, denominadas colunas renais,
que separam porções cônicas da
medula chamadas pirâmides.
RINS
• Pelve Renal

• Pelve renal (ou bacinete) é a porção


proximal do ureter no rim que é
dilatada em forma de funil.
RINS
• Cálice Renal

• A pelve é a extremidade dilatada do


ureter e está dividida em dois ou três
tubos chamados cálices maiores, os
quais subdividem-se em um número
variado de cálices menores.
RINS
• Glomérulo

• É um capilar localizado dentro da


cápsula de Bowman. Ao penetrar
na cápsula de Bowman, a arteríola
aferente divide-se em várias alças
capilares, formando o glomérulo.
Esses capilares voltam a se unir
formando a arteriola eferente que
sai da cápsula de Bowman pelo
pólo vascular.
RINS
• Túbulo Proximal
• Inicia a transformação do filtrado
glomerular em urina;
• Absorve 85% do sódio e água do
filtrado glomerular;
• Absorve potássio, cloro,
bicarbonato, glicose e aminoácidos;
• Secreta creatinina.
RINS
• Túbulo Distal

•Neste segmento ocorre um bombeamento constante de íons sódio


do interior para o exterior do túbulo. Tal bombeamento se deve a uma
bomba de sódio e potássio que, ao mesmo tempo em que transporta
ativamente sódio do interior para o exterior do túbulo, faz o contrário
com íons potássio. Esta bomba de sódio e potássio é mais eficiente
ao sódio do que ao potássio, de maneira que bombeia muito mais
sódio do interior para o exterior do túbulo do que o faz com relação
ao potássio em sentido contrário.
RINS
• Túbulo Coletor
• Neste segmento ocorre também
reabsorção de NaCl acompanhado de
água, como ocorre no túbulo distal. Da
mesma forma como no segmento
anterior, a reabsorção de sal depende
muito do nível do hormônio aldosterona e
a reabsorção de água depende do nível
do ADH. Responsável por coletar,
concentrar e transportar a Urina.
RINS
• Cápsula de Bowman

• É a extremidade dilatada em forma de


taça de um néfron.
• Essa cápsula envolve uma rede de
vasos capilares chamada glomérulo.
RINS
• Alça de Henle ou Ansa de Henle

• É o segmento do néfron que vem logo


após o túbulo contorcido proximal,
sendo uma estrutura tubular em forma
de U. Reabsorve água, contribuindo
para a concentração urinária e
reabsorve sódio, potássio, cálcio,
magnésio.
FORMAÇÃO DA URINA
• Quando o sangue passa pelos capilares glomerulares, água e
outras substâncias saem do sangue, passam através das células
endoteliais e caem no espaço de Bowman, de onde seguem para
os túbulos renais.

• Esse líquido produzido pelo glomérulo recebe o nome de filtrado


glomerular e o processo pelo qual ele se formou chama-se
filtração glomerular. Nos túbulos renais o filtrado glomerular é
processado e transformado em urina.
GLÂNDULA SUPRA-RENAL
• Ou adrenal é uma glândula endócrina com
formato triangular, envolvida por uma
cápsula fibrosa e localizada acima do rim.
• Função - estimular a conversão de
proteínas e de gorduras em glicose,
diminuem a captação de glicose pelas
células, aumentando, assim, a utilização
de gorduras.
• A glândula supra-renal é dividida em córtex
(produz cortisol e aldosterona) e medula
(produz adrenalina e noradrenalina)
URETER
• São dois tubos que transportam a urina
dos rins para bexiga, tem menos de 6
mm de diâmetro e 25 a 30 cm de
comprimento.
• As paredes dos ureteres são formadas
por três camadas: camada interna
(camada mucosa), média (camada
muscular) e externa (camada fibrosa).
Seu trajeto é dividido em duas partes:
abdominal e pélvica, desde a pelve
renal até bexiga.
• Os ureteres são capazes de
realizar contrações rítmicas,
denominadas peristaltismo. A
urina se move ao longo dos
ureteres em resposta a
gravidade e ao peristaltismo.
BEXIGA
• Bolsa muscular que serve de reservatório para a urina.
• Quando o volume de urina chega entre 350 – 650 ml, suas
paredes se distendem, provocando a necessidade de urinar.
Podemos controlar por um certo momento pois temos algum
domínio sobre o esfíncter uretral (só deixa a urina passar quando
está relaxado).
• No adulto a capacidade média da bexiga pode variar de (700 –
800 ml), sendo menor nas mulheres devido à presença do útero
logo acima.
• Ao atravessar o esfíncter uretral,
a urina vai para a uretra sendo
mais longa no homem (18 cm) e
mais curta na mulher (3-4 cm),
facilitando a entrada de
bactérias do exterior para a
bexiga, infecções denominadas
de cistite.
URETRA
• É um tubo muscular, forrado por uma membrana mucosa, que sai
da face inferior da bexiga urinária e transporta a urina desta para o
meio externo.
• Na junção da uretra com a bexiga, a musculatura lisa da bexiga
circunda a uretra e atua como um esfíncter, que tende a manter a
uretra fechada.
• Durante o esvaziamento da bexiga, o esfíncter é aberto pela sua
contração. No sexo feminino a uretra é curta (aproximadamente 4
cm) e na masculina (cerca de 20 cm).
VEIA CAVA INFERIOR
• É a maior veia do corpo, com diâmetro
de cerca de 3,5cm e é formada pelas
duas veias ilíacas comuns que
recolhem sangue da região pélvica e
dos membros inferiores.
VEIA RENAL
• Tem a função de levar o sangue para
fora do rim, em direção ao coração,
isto deve-se aos capilares, que
reabsorvem as substâncias úteis dos
túbulos renais e reúnem-se para
formar um vaso único.
ARTÉRIA RENAL

• O sangue chega ao rim através da


artéria renal, que se ramifica muito no
interior do órgão, originando grande
número de arteríolas aferentes, onde
cada uma ramifica-se no interior da
cápsula de Bowman do néfron,
formando um enovelado de capilares
denominado glomérulo de Malpighi.
Aula
AULA21

Manifestações Clínicas das Doenças


Renais
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DAS
DOENÇAS RENAIS

• O estudo das doenças renais é facilitado pela sua divisão em


doenças que afetam os quatro componentes morfológicos básicos:

• Glomérulos;
• Túbulos;
• Interstício;
• Vasos sanguíneos.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DAS
DOENÇAS RENAIS

• Uremia: É quando azotemia se torna associada a uma constelação


de sinais e sintomas clínicos e anormalidades bioquímicas.

• A uremia é caracterizada não somente pela falência da função


excretora renal, mas também por grande número de alterações
metabólicas e endócrinas que resultam em danos renais.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DAS
DOENÇAS RENAIS

Principais apresentações clínicas da doença Renal:

• Síndrome Nefrótica: É decorrente de uma doença glomerular e é


dominada por um início agudo de uma hematúria geralmente muito
visível, proteinúria branda a moderada e hipertensão arterial.
• Ex. Glomerulonefrite pós estreptocócica aguda
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DAS
DOENÇAS RENAIS
• Glomerulonefrite rapidamente progressiva: É caracterizada como
uma síndrome nefrítica com declínio rápido (desde horas até dias)
na TFG – Taxa de Filtração Glomerular.
• Hematúria ou Proteinúria assintomática: É geralmente uma
manifestação de anormalidades glomerulares suaves ou brandas;
• Insuficiência Renal Aguda: É dominada por oligúria ou anúria
(fluxo reduzido ou ausente) e início recente da azotemia. Pode
resultar de injúrias glomerulares, intersticiais ou vasculares ou de
injúrias tubulares agudas.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DAS
DOENÇAS RENAIS
• Insuficiência Renal Crônica: Caracterizada por sintomas e sinais
prolongados de uremia, é o resultado final de todas as doenças
parenquimatosas renais crônicas.
• Defeitos tubulares renais: São denominados por poliúria (formação
excessiva de urina), noctúria e distúrbios eletrolíticos (ex. acidose
metabólica);
• Infecção do trato urinário: É caracterizada por bacteriúria e piúria
(bactéria e piócitos na urina). A infecção pode ser sintomática ou
assintomática e pode afetar o rim (pielonefrite) ou bexiga (cistite)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DAS
DOENÇAS RENAIS
• Nefrolitíase: (Pedras Renais) é
manifestada por espasmos graves de
dor (cólica renal) e hematúria,
frequentemente com formação de
cálculos recorrentes.
• Obstrução do trato urinário e tumores
renais: Têm manifestações clínicas
variadas, baseadas na localização
anatômica específica e na natureza da
lesão.
Aula
AULA31

Insuficiência Renal Aguda


INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA - IRA
Conceito:

• Caracteriza-se por perda súbita e quase completa da função renal


causada pela diminuição da filtração glomerular, resultando em
retenção de substâncias que normalmente seriam eliminadas na
urina, como a ureia, a creatinina, o excesso de sódio, de potássio,
de água e de outras substâncias tóxicas.
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA - IRA
• Quando os rins deixam subitamente de funcionar, isto é, em caso
de IRA, pode ser que se trate apenas de um problema passageiro,
vindo o paciente a recuperar algum tempo depois.
• A diminuição do débito de sangue fornecido aos rins ou a
obstrução do fluxo urinário são fatores que podem levar a uma
IRA.
• Também a lesão traumática dos rins, por exemplo, em decorrência
de um acidente de transito, pode diminuir a função renal.
• Certas variedades de inflamação renal aparecem por vezes
bruscamente para logo virem a desaparecer.
PRINCIPAIS CAUSAS
• Afluxo insuficiente de sangue: sangue insuficiente devido a uma
perda, desidratação ou lesões físicas que obstruem os vasos
sanguíneos, insuficiência cardíaca, hipotensão arterial externa,
síndrome de insuficiência hepática (hepatorenal)
• Obstrução do fluxo de urina: dilatação da próstata, tumor que
comprime o trato urinário, reações alérgicas
Ex: Substâncias radiopacas, substâncias tóxicas.
• Lesões dentro dos rins: perturbações que afetam as unidades
filtrantes dos rins, artérias ou veias obstruídas dentro dos rins,
cristais, proteínas ou outras substâncias nos rins.
COMPLICAÇÕES

• Cardiovasculares: edema pulmonar, arritmias, hipertensão


arterial, derrame pericárdio, IAM, embolia pulmonar.

• Gastrointestinais:náuseas,vômitos,gastrite,úlcera gastroduodenal,
hemorragia, desnutrição.

• Neurológicas: asterixis, irritabilidade neuromuscular, alterações do


estado mental, sonolência, convulsões, coma.
COMPLICAÇÕES

• Hematológicas: anemia, hemorragia.

• Infecciosas: pneumonia, septicemia, infecção urinária, infecção de


ferida.

• Metabólicas: hiponatremia, hipercalemia, acidose, hipocalcemia,


hiperfosfatemia, hipermagnesemia, hipomagnesemia,
hiperuricemia.
Aula
AULA41

Influência Renal Crônica - IRC


INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA – IRC
• Insuficiência renal crônica é uma deterioração progressiva e
irreversível da função renal. Geralmente ocorre como
consequência da insuficiência renal aguda, de glomerulonefrites e
de intoxicações graves.
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA – IRC
• Quando uma IRA dá origem a uma diminuição persistente da
função renal, passa-se então a falar de IRC.
• A insuficiência renal crônica pode também ser o resultado de uma
redução gradual do funcionamento dos rins durante um largo
período de tempo.
• Em tais situações, os rins sofrem uma lesão irreversível, sendo
impossível à recuperação das suas funções
PRINCIPAIS CAUSAS
• Hipertensão arterial;
• Obstrução do trato urinário;
• Glomerulonefrite;
• Anomalias dos rins, como a doença policística;
• Diabetes Mellitus
• Perturbações auto imunitárias, como o lúpus eritematoso
sistêmico.
ÍNDICE DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR
• O método mais comum para estudar a função renal consiste em
calcular o IFG.

• A creatinina é um produto residual do metabolismo muscular que


é removido do sangue principalmente por ação da filtração nos
glomérulos. A fim de calcular o respectivo clearance, é preciso
conhecer o débito de excreção da creatinina e a concentração da
creatinina no sangue.
ÍNDICE DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR
• Na prática clínica, procede-se à coleta da urina produzida durante
um período de 24 horas, medindo-se em seguida o seu volume
total e a concentração de creatinina;
• Durante o período de coleta, é colhida uma amostra de sangue e
procede-se à análise da concentração de creatinina no plasma. Os
rins em bom estado de funcionamento apresentam um clearance
de creatinina e, portanto, um IFG, de cerca de 120 ml/min. Com o
avanço da idade, o clearance de creatinina vai diminuindo, ficando
reduzida a 50% aos 70 anos de idade;
ÍNDICE DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR
• Os pacientes com doença renal em estágio terminal apresentam
um índice de filtração glomerular entre 10 a 15 ml/min,
necessitando para sobreviver que lhes seja ministrada uma
terapia de substituição renal(TSR), tal como o transplante ou
diálise.
SÍNDROME URÊMICA
• O termo uremia significa urina no sangue, indicando, portanto que
certas substâncias (como a ureia) que normalmente são
excretadas na urina estão sendo retidas na circulação.

• Sinais e sintomas: sonolência, depressão mental, asterixis


(tremor nas mãos), fasciculações musculares e etc.
SINTOMAS DA FALÊNCIA RENAL
• Hálito urêmico (odor semelhante à urina);
• Edema principalmente no rosto, pés e mãos;
• Pressão arterial descompensada (principalmente pressão
elevada);
• Palidez, fraqueza, pele amarelada;
• Fragilidade dos ossos;
• Náuseas, vômito, falta de apetite, levando a estados de
desnutrição.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
É responsabilidade da equipe de enfermagem em relação ao cliente:
• Monitorizar a função renal através do balanço hídrico e da
pesagem diária;
• Avaliar frequentemente seu estado, observando e registrando
sinais de comprometimento cardíaco, como dispnéia, taquicardia
e distensão das veias do pescoço;
• Atenta e preparada para situações de emergências que podem
ocorrer, como arritmias e parada cardíaca;
• Manter a família informada a respeito de suas condições,
auxiliando-os na compreensão do tratamento.
Aula
AULA5 1

Glomerulopatias e Nefropatias
GLOMERULOPATIAS
• As perturbações do rim em que a inflamação afeta principalmente
os glomérulos denominam-se glomerulopatias.

• Embora as causas sejam múltiplas, todas as glomerulopatias são


semelhantes porque os glomérulos respondem sempre de modo
semelhante, independentemente da causa.
GLOMERULOPATIAS
• Quando o glomérulo é lesado, as substâncias da corrente
sanguínea não se filtram, como as proteínas, o sangue, os
glóbulos brancos e os resíduos, passando através do glomérulo e
perdendo-se pela urina.
• Nos capilares que alimentam o glomérulo podem formar-se
minúsculos coágulos sanguíneos (microtrombos); estes,
juntamente com outras alterações, podem reduzir enormemente o
volume de urina produzida.
GLOMERULOPATIAS
• Além disso, os rins podem tornar-se incapazes de concentrar a
urina, e incapaz de excretar o ácido do organismo ou equilibrar a
excreção de sais.
• No princípio, o glomérulo pode compensar esta deficiência
parcialmente tornando-se maior, mas a sua deterioração crescente
provoca a diminuição da produção de urina e a acumulação de
produtos residuais no sangue.
DIAGNÓSTICO
• O diagnóstico preciso de todas as glomerulopatias estabelece-se
mediante a realização de uma biópsia renal, do qual se extrai uma
pequena amostra por meio da inserção de uma agulha através da
pele.
• Um exame de uma amostra de urina (análise de urina) ajuda a
estabelecer o diagnóstico e uma simples análise de sangue indica em
que medida a extensão das lesões afetou a função renal.
• A medição das concentrações de anticorpos no sangue pode ajudar a
determinar a evolução da doença, se os valores aumentam (o quadro
está a agravar-se) ou se diminuem (o quadro está a melhorar).
PROGNÓSTICO E TRATAMENTO
• O curso e o prognóstico de uma glomerulopatia são muito
variáveis e dependem da causa subjacente.

• Embora as reações imunes que causam muitas doenças renais


atualmente sejam conhecidas, na maior parte dos casos não há
tratamento ou então não é específico para essa perturbação
imune.
PROGNÓSTICO E TRATAMENTO
• Os médicos tentam modificar a reação imune eliminando o
antígeno, o anticorpo ou o complexo criado pela união de ambos
com procedimentos como a plasmaférese (que elimina as
substâncias nocivas do sangue) (ou tentam suprimir a reação imune
com medicamentos anti-inflamatórios e imunossupressores, como
os corticosteróides, a azatioprina e a ciclofosfamida.
PROGNÓSTICO E TRATAMENTO
• Em alguns casos, os medicamentos que evitam a coagulação do
sangue também são benéficos. Sempre que possível, deve
administrar-se o tratamento específico para a perturbação
subjacente.

Exemplo: antibióticos no caso de uma infecção.


GLOMERULONEFRITE
• Refere-se a uma resposta inflamatória do glomérulo contra alguma
substância nociva (antígeno) que invade o organismo humano, e
que o sistema imunológico tenta destruir. Ao fazer isso, o sistema
imunológico produz anticorpos que, ao se depararem com o
antígeno, se ligam a ele, formando o que chamamos de complexo
antígeno-anticorpo.
• Este complexo antígeno-anticorpo se adere ao glomérulo,
obstruindo-o e causando inflamação. Quando isso ocorre em
muitos glomérulos, temos a glomerulonefrite aguda.
GLOMERULONEFRITE
CAUSAS
• Substâncias tóxicas, como veneno e toxina liberadas pelo
Streptococo beta-hemolítico do grupo A, atuam como antígenos,
levando a processo inflamatório do rim, portanto, ocasionando a
glomerulonefrite aguda.

• Assim, uma pessoa pode apresentar glomerulonefrite após


faringites e amigdalites, quando não tratadas adequadamente, em
decorrência da circulação das toxinas na corrente sanguínea.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Existem situações em que a glomerulonefrite aguda passa
despercebida pela pessoa, somente sendo descoberta após
exame de urina de rotina.

• A pessoa pode apresentar cefaléia, mal-estar geral, edema facial,


dor no flanco, hipertensão arterial que pode variar de leve à grave,
diminuição da diurese, hematúria e colúria (urina com cor de
Coca-Cola).
TRATAMENTO
• Os objetivos do tratamento são os de proteger os rins insuficientes
da pessoa e cuidar imediatamente das complicações.
• Ela é orientada a permanecer em repouso no leito, geralmente por
período de 2 a 3 semanas, a fazer um mês de repouso relativo e
um ano de atividade física controlada.
• Uso de medicações.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• Durante a hospitalização, a equipe de enfermagem, diariamente,
encaminhará o cliente para pesar e realizará balanços hídricos,
de modo a acompanhar a recuperação da função renal pelo
aumento ou redução do edema.

• Uma dieta com restrição de sódio, água e proteínas deverá ser


oferecida, de modo a diminuir o edema, a pressão arterial e o
risco de uremia.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• Episódios frequentes de glomerulonefrite aguda podem levar à
glomerulonefrite crônica. A principal alteração está no fato de
haver uma redução progressiva do tamanho dos rins, uma vez
que, a cada episódio de glomerulonefrite aguda, ocorrem mortes
de grande número de néfrons.
• Em alguns pacientes, somente se consegue descobrir a
glomerulonefrite crônica devido à hipertensão arterial.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• O tratamento da glomerulonefrite crônica é ambulatorial e baseado
nas complicações que eles apresentam, tais como insuficiência
cardíaca, renal e hipertensão arterial.
• Em nível ambulatorial: acompanhamento e adesão ao tratamento,
bem como orientar quanto ao repouso que deve ser com os
membros inferiores elevados para reduzir o edema e sobre a
necessidade de pesar-se diariamente.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• A pessoa deverá ser instruída a notificar ao profissional que a está
acompanhando sintomas, como fadiga, náuseas, vômitos e
diminuição da urina.
• A família deve ser orientada a participar do tratamento e
acompanhamento, recebendo informações sobre o que está
acontecendo, tendo suas perguntas respondidas e sendo
respeitada a sua liberdade de expor suas preocupações.
• Observações: Uremia é a presença de altas concentrações de
uréia no sangue, causada pela incapacidade dos rins de
eliminá-la através da urina.
NEFROPATIAS
Significa lesão ou doença do rim. Muitas são as doenças ou
medicações que causam lesões ou doenças renais, por exemplo:

• Nefropatia diabética;
• Nefropatia lúpica;
• Nefropatia hipertensiva;
• Nefropatia por analgésicos;
• Nefropatia isquêmica;
• Nefrose é uma nefropatia não inflamatória;
• Nefrite é uma doença renal inflamatória.
NEFROPATIA DIABÉTICA
• A nefropatia diabética (ND) é uma das complicações mais graves
do diabetes mellito. Seu curso é lento e silencioso e os primeiros
sinais laboratoriais costumam aparecer entre 10 e 15 anos após o
início do estado hiperglicêmico.
• A doença renal no diabetes tipo 1 e tipo 2 é semelhante,
compartilhando mecanismos fisiopatológicos, evolução e
tratamento. Entre os principais fatores de risco de progressão da
doença estão o controle glicêmico ruim e a presença de
hipertensão arterial.
NEFROPATIA DIABÉTICA
• Uma vez instalada e se não tratada, a doença tende a ter um
curso progressivo, levando a piora progressiva da função renal,
com necessidade eventual de terapia renal substitutiva (TRS).
• A lesão renal na nefropatia diabética é complexa e multifatorial. De
forma didática, pode-se dividir os insultos iniciais como de origem
hemodinâmica e metabólica. Entretanto, estes dois tipos de
insultos convergem para uma resposta inflamatória no rim, que é a
responsável, em última instância, pela agressão ao glomérulo e ao
túbulo renal.
ACHADOS CLÍNICOS
• A principal característica clínica da nefropatia diabética é seu curso
insidioso.
• Presença de urina espumosa e, a depender do grau de proteinúria,
edema.
• Conforme a doença renal progride, é comum haver agravamento
da hipertensão arterial, com aumento na necessidade de drogas
anti-hipertensivas.
• Os sintomas que surgem posteriormente já são decorrentes mais
da insuficiência renal em si, isto é, sintomas de uremia e
congestão.
DIAGNÓSTICO
• Dois exames fundamentais para isso são a taxa de depuração de
creatinina e a albuminúria.
• Creatinina: pode ser feito de diversas formas, seja por medição em
urina de 24 horas, seja por meio das fórmulas de estimativa de
depuração.
• Albuminúria: pode ser feito de várias formas: em urina de 24
horas, em urina de 12 horas (preferencialmente após repouso).
DIAGNÓSTICO
• Outro dado muito importante no diagnóstico da nefropatia
diabética é a presença das outras complicações microvasculares,
sobretudo da retinopatia diabética, que costuma ser vista em 85 a
90% dos casos de nefropatia diabética macroalbuminúrica.
• O início recente de diabetes, a ausência de retinopatia ou outras
lesões em órgãos-alvo, a presença de hematúria, hepatopatias ou
sinais clínicos de doenças sistêmicas devem ser levadas em
consideração para diagnóstico diferencial com glomerulonefrites
primárias e glomerulonefrites secundárias.
DIAGNÓSTICO
• A investigação não invasiva pode ser feita por meio de
ultrassonografia renal com Doppler, angiorressonância magnética
de artérias renais (para pacientes com clearance superior a 30
mL/min), tomografia computadorizada com contraste ou cintilografia
renal.
• O exame confirmatório é a arteriografia renal. Os exames com uso
de contraste iodado devem ser bem indicados e realizados com o
preparo adequado para prevenção de nefropatia por contraste.
TRATAMENTO
O tratamento da nefropatia diabética está fundamentado em três
medidas essenciais:

• controle da glicemia,
• controle da pressão arterial
• e uso de medicamentos.
Aula
AULA6 1

Farmacologia Aplicada a Nefrologia


DROGAS NEFROTÓXICAS
• Os rins são os principais responsáveis pela filtração e eliminação
de substâncias tóxicas do sangue. Porém, mesmo o rim pode
sofrer efeitos adversos de algumas destas substâncias.
• Vários medicamentos usados frequentemente na prática médica
podem causar lesão nos rins se forem usados de modo
inapropriado. Damos o nome de drogas nefrotóxicas todas
aquelas que apresentam potencial risco de causar lesão nos rins.
DROGAS NEFROTÓXICAS
• Anti – Inflamatórios;
• Antibióticos;
• Analgésicos;
• Contraste de Exame Radiológico;
• Outras Drogas
ANTI-INFLAMATÓRIOS
• O grande vilão dos rins são os anti-inflamatórios não esteroides
(AINES). O principal efeito é a redução da filtração renal, ou seja,
da capacidade dos rins em filtrar o sangue.

• O maior problema ocorre naqueles que têm insuficiência renal


(principalmente em fases avançadas), e portanto, já apresentam
a filtração renal diminuída de base. Esse grupo apresenta grande
risco de falência renal aguda e, muitas vezes, necessitam de
hemodiálise de urgência.
ANTI-INFLAMATÓRIOS
• O risco cresce a partir do 3º dia de uso. O anti-inflamatório é,
portanto, uma droga contra indicada em pacientes com
insuficiência renal.
• Outra lesão relacionada aos anti-inflamatórios é a nefrite
intersticial, uma espécie de reação alérgica localizada no rim. A
nefrite intersticial pode ser causada por várias drogas além dos
anti-inflamatórios e se apresenta principalmente como uma
insuficiência renal aguda, com rápida elevação da creatinina.
ANTI-INFLAMATÓRIOS
• Um terceiro tipo de lesão, mais incomum ainda, é o induzido por
uso crônico de anti-inflamatórios, mesmo em pessoas normais.
Parece que para pessoas com rins normais desenvolveram lesão
renal pelo uso prolongado de AINES, são necessários no mínimo
5000 comprimidos ao longo da vida. Isso equivale a 7 anos de
anti-inflamatórios diários em um regime de 12/12 horas.
• O AAS (aspirina) também é um anti-inflamatório e deve ser usado
com cautela em pacientes com doenças renais.
ANTIBIÓTICOS
• Os antibióticos também são causa de nefrite intersticial.
Diferentemente da nefrite pelos anti-inflamatórios, no caso dos
antibióticos a proteinúria é pequena, mas outros sintomas como
febre e manchas vermelhas pelo corpo associado a insuficiência
renal aguda, ocorrem com maior frequência.
• Vários antibióticos podem causar nefrite intersticial,
principalmente as penicilinas, rifampicina, ciprofloxacino e
trimetoprim/sulfametoxazol (Bactrim®)
ANTIBIÓTICOS NEFROTÓXICOS
Alguns antibióticos são nefrotóxicos por natureza e devem ser
evitados em doente renais crônicos. São eles:
• Aminoglicosídeos: Gentamicina, Amicacina, Estreptomicina,
Tobramicina e Neomicina

• Anfotericina B

• Pentamidina
ANALGÉSICOS
• Causam lesão renal pelo uso prolongado, era muito comum até a
década de 80, e caiu progressivamente após a retirada da
Fenacetina do mercado. Hoje as lesões relacionadas aos
analgésicos são causados pelo uso diário e prolongado do
Paracetamol (acetaminofeno), principalmente se associado ao
ácido acetilsalicílico (AAS). Também são lesões raras, mas que
existem.
• A Dipirona é muito pouco usada na Europa e nos EUA, por isso
existem poucos estudos sobre sua toxicidade renal.
CONTRASTE DE EXAME RADIOLÓGICO
Doentes com insuficiência renal devem evitar contrastes radiológicos
sempre que possível. Se o exame for imprescindível, deve-se realizar
uma preparação do paciente para minimizar os efeitos. Os principais
exames que usam contrastes nefrotóxicos são:
• Tomografia computadorizada
• Cateterismo cardíaco
• Urografia excretora
• Angiografia
• Ressonância magnética (perigoso apenas em insuficiência renal
avançada)
OUTRAS DROGAS
• LÍTIO: usada principalmente no distúrbio bipolar (antigo distúrbio
maníaco-depressivo)
• ACICLOVIR: antiviral
• INDINAVIR: antirretroviral usado na SIDA (AIDS)
• CICLOSPORINA: imunossupressor usado em transplantes e
doenças autoimunes
• TACROLIMUS: igual ciclosporina
• CICLOFOSFAMIDA: imunossupressor usado em doenças
autoimunes e algumas neoplasias
Aula
AULA7 1

Transplante Renal
CONCEITO
• Substituição de um órgão ou tecido que perdeu sua função por um
órgão ou tecido sadio.
• Alguns órgão podem ser doados em vida e outros só após a morte.
TIPOS DE DOADORES
• Doador vivo: órgãos duplos ou partes de órgãos.
Ex: rim, parte do pulmão, parte do fígado, medula óssea.
• Doador cadáver: morte encefálica ou parada cardíaca.
Ex: coração, pulmões, fígado, pâncreas, rins, intestino, ossos, córnea
e pele.
ÓRGÃOS E TECIDOS
Órgão – tecido Tempo p/ retirada Tempo de preservação
extracorpórea

*Córnea 6h pós PC 14 dias


*Coração Antes da PC 4 a 6 horas
*Pulmões Antes da PC 4 a 6 horas
*Rins Até 30 min pós PC Até 48 horas
*Fígado Antes da PC 12 a 24 horas
Pâncreas Antes da PC 12 a 24 horas
Ossos Antes da PC Até 5 anos

*Realizados na Bahia
LEGISLAÇÃO
• Leis n° 9.434 de 04 de fevereiro de 1997
• “Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e parte do corpo
humano para fins de transplantes e tratamento e dá outras
providências.”
• Art. 11 ° “É obrigatório para todos os estabelecimentos de saúde,
notificar às Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de
Órgãos da Unidade Federativa onde ocorrer o diagnóstico de
morte encefálica, feita em paciente por eles atendidos.”
CAPTAÇÃO E DOAÇÃO - CRITÉRIOS
• Idade: 01 mês a 65 anos *
• Ausência de doenças transmissíveis
• Ausência de doenças malignas exceto do SNC
• Ausência de trauma direto no órgão procurado
• Ausência de sepse bacteriana ou fúngica ativa
• História negativa de abuso de drogas ilícitas
MORTE ENCEFÁLICA
Causas
• Trauma Craniano: acidentes automobilísticos e outros traumas;
• Hemorragia Cerebral: sub-aracnóide, intracerebral
• Anoxia Cerebral: overdose, asma, PCR, inalação tóxica, asfixia;
• Tumores cerebrais primários.
MORTE ENCEFÁLICA
Critérios Diagnósticos:
• Lesão intracraniana conhecida e irreversível;
• Ausência de movimentos espontâneos;
• Apneia;
• Ausência de reflexos do tronco cerebral;
• Teste comprobatório: ausência de atividade circulatória elétrica ou
metabólica encefálica.
MORTE ENCEFÁLICA
• Art. 5° Os intervalos mínimos entre as duas avaliações clínicas
necessárias para a caracterização da morte encefálica serão
definidos por faixa etária, conforme abaixo especificado:

• 7 dias a 2 meses incompletos – 48 horas


• 2 meses e 1 ano incompleto – 24 horas
• 1 anos a 2 anos incompletos – 12 horas
• Acima de 2 anos – 6 horas
EXAMES PARA CONSTATAÇÃO
• Art 5° Os exames complementares a serem observados para
constatação de morte encefálica deverão demonstrar de forma
inequívoca:
• Ausência de atividade elétrica cerebral;
• Ausência de atividade metabólica cerebral;
• Ausência de perfusão sanguínea cerebral;
• Após fechado o diagnóstico o Termo de Declaração de Morte
Encefálica deverá ser devidamente arquivado no prontuário do
paciente doador.
OBSTÁCULOS A DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
• Rotina de diagnóstico de morte encefálica;
• Carência de leitos em CTI’s;
• Comprometimento profissional;
• Interiorização da captação.

CAUSAS DE NÃO DOAÇÃO


• Negativa da família;
• Contra indicação;
• Falta de infraestrutura;
• M.E. não confirmada;
• Outros.
TRANSPLANTE RENAL
• É o procedimento médico-cirúrgico no qual um rim, que
anteriormente era de outra pessoa (doador), é colocado em um
indivíduo cujos rins não funcionam mais (receptor).
• Este rim passa a desempenhar todas as funções que os rins
originais não são mais capazes de fazer.
INDICAÇÃO
• Quando houver insuficiência renal crônica em fase terminal,
estando o paciente em diálise ou mesmo em fase pré-dialítica
(paciente que ainda não está em diálise).

• O transplante pré-dialítica pode ser oferecido para todos os


candidatos a transplante renal, mas particularmente para os
pacientes: diabéticos, crianças.
CONTRAINDICAÇÕES PARA RECEBIMENTO
DO ÓRGÃO
Absolutas
• Portadores de neoplasias malignas (ou já tratados, com menos de
2 anos de seguimento);
• Portador de doença pulmonar crônica avança;
• Portador de doença cardíaca avançada grave;
• Portador de vasculopatia periférica grave;
• Portador de cirrose hepática, hepatopatia (alternativa transplante
duplo).
CONTRAINDICAÇÕES PARA RECEBIMENTO DO
ÓRGÃO
Relativas
• Distúrbio metabólico raro;
• Portadores de sorologia positiva para HIV;
• Portador de doença neuropsiquiátrica;
• Portador de anomalias urológicas;
• Obesidade mórbida;
• Ausência de suporte familiar ou pessoal para aderência ao
tratamento;
• Crianças com peso inferior a 8kg;
• Poderão ser aceitos após estudo clínico e cirúrgico do caso.
CONTRAINDICAÇÕES PARA RECEBIMENTO DO
ÓRGÃO
Temporária

• Portadores de infecção em atividade ou com tratamento


incompleto;
• Tuberculose;
• Infecção urinária;
• Gripe.
TIPOS DE DOADOR
• Doador vivo relacionado: (parente) é recomendado sempre que
possível, uma vez que os resultados são melhores com este tipo
de doador.

• Doador vivo não relacionado: (não parente) está justificado se o


doador é o cônjuge, e em algumas situações em casos de amizade
próxima (emocionalmente relacionado) desde que sejam
asseguradas as intenções de doação sejam puramente altruístas,
e que transações comerciais sejam excluídas.
AVALIAÇÃO DO DOADOR VIVO
• Tipagem sanguínea;
• Avaliação renal;
• Avaliação laboratorial;
• Avaliação clínica;
• Avaliação cardiológica;
• Avaliação pulmonar;
• Exames de imagem;
• Outros.
POSIÇÃO DO RIM TRANSPLANTADO

• O rim transplantado é colocado na


fossa ilíaca do paciente e o ureter é
fixado à bexiga e anastomose ao ureter
do receptor.
• A artéria e a veia renais são unidas à
artéria e à veia ilíacas externas,
respectivamente.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• Lavar as mão antes de prestar assistência ao paciente;
• Controlar sinais vitais;
• Observar débito urinário e presença de sangramento pela incisão
cirúrgica;
• Administração de antibioticoterapia profilática, corticosteróide;
• Curativo da incisão;
• Proporcionar conforto;
• Avaliar dor;
• Colher Hb/Ht a cada 6/6 horas.
Aula
AULA81

Gerenciamento em Serviço de Nefrologia


e Legislação em Nefrologia
RESOLUÇÃO – RDC Nº 154, 15 DE JUNHO
DE 2004
• Estabelece o Regulamento Técnico para o funcionamento dos
Serviços de Diálise
• §1º O serviço de diálise deve estar capacitado para oferecer as
seguintes modalidades de diálise:
• hemodiálise, diálise peritoneal ambulatorial contínua (DPAC) e
diálise ambulatorial automatizada (DPA), devendo ter no máximo
200 pacientes em hemodiálise - HD, respeitado o limite do
número máximo de 01 (um) paciente por equipamento instalado
por turno.
RESOLUÇÃO – RDC Nº 154, 15 DE JUNHO DE
2004
• § 2º Quando da necessidade de realização de diálise peritoneal
intermitente (DPI), o serviço deve garantir ao paciente o acesso
ao tratamento em serviço de diálise intra-hospitalar.
• § 3º A modalidade de Hemodiálise pode funcionar em até três
turnos, com intervalo mínimo de uma hora entre as sessões. A
ampliação do número de turnos está condicionada a autorização
do gestor local.
RESOLUÇÃO – RDC Nº 154, 15 DE JUNHO DE 2004
• § 3º A responsabilidade ética, civil e criminal pelas irregularidades
constatadas no serviço de diálise é do médico Responsável Técnico
(RT) pelo serviço.
• 3.2. A escolha e a indicação do tipo de tratamento dialítico, a que
deve ser submetido cada paciente, devem ser efetuadas
ponderando-se o seu estado de saúde e o benefício terapêutico
pretendido, em relação ao risco inerente a cada opção terapêutica.
• 3.2.1. O paciente deve ser informado sobre as diferentes alternativas
de tratamento, seus benefícios e riscos, garantindo-lhe a livre escolha
do método, respeitando as contra indicações.
RESOLUÇÃO – RDC Nº 154, 15 DE JUNHO DE 2004
• 3.7. O serviço de diálise deve realizar periodicamente, em seus
pacientes, os seguintes exames:
▪ a) Exames mensais: medição do hematócrito, dosagem de
hemoglobina, uréia pré e pós a sessão de diálise, potássio, cálcio,
fósforo, transaminase glutâmica pirúvica (TGP), glicemia para
pacientes diabéticos e creatinina durante o primeiro ano;
▪ a.1) Quando houver elevação de TGP, descartadas outras causas,
o médico nefrologista deve solicitar o AntiHBc IgM, HbsAg e
AntiHCV.
RESOLUÇÃO – RDC Nº 154, 15 DE JUNHO DE 2004
▪ b) Exames trimestrais: hemograma completo; medição da
saturação da transferrina; dosagem de ferritina, ferro sérico,
proteínas totais e frações e fosfatase alcalina.

▪ c) Exame semestral: parato-hormônio, AntiHBs, e, para pacientes


susceptíveis (com AntiHBC total ou IgG, AgHBs e AntiHCV
inicialmente negativos), a realização de HbsAG e AntiHCV.
Dosagem de creatinina após o primeiro ano.
RESOLUÇÃO – RDC Nº 154, 15 DE JUNHO DE 2004
▪ d) Exames anuais: colesterol total e fracionado, triglicérides,
dosagem de anticorpos para HIV e do nível sérico de alumínio, Rx
de tórax em PA e perfil.
• 3.7.1. Nos pacientes em Diálise Peritoneal deve-se avaliar a
função renal residual e o ̈clearancë peritoneal anualmente.
• 3.7.2. A continuidade dos exames específicos de anti-HIV, HBsAg
e anti-HCV pode ser dispensada, quando for confirmada a
positividade dos testes sorológicos por três dosagens
consecutivas.
RESOLUÇÃO – RDC Nº 154, 15 DE JUNHO DE 2004

• 3.12. Os serviços de diálise deverão assegurar aos pacientes os


antimicrobianos para tratamento de peritonite e infecções
relacionadas ao uso do cateter.
• 4.1. Os serviços autônomos devem dispor de hospital de
retaguarda que tenha recursos materiais e humanos compatíveis
com o atendimento a pacientes submetidos a tratamento dialítico,
em situações de intercorrência ou emergência, localizado em área
próxima e de fácil acesso.
RESOLUÇÃO – RDC Nº 154, 15 DE JUNHO DE 2004

• 5.3. Os concentrados químicos utilizados para diálise devem


possuir registro no Ministério da Saúde.
• 5.4. Os dialisadores e linhas utilizados no tratamento dialítico
devem possuir registro no Ministério da Saúde.
• 5.5. Os dialisadores e as linhas arteriais e venosas podem ser
utilizadas, para o mesmo paciente até 12 (doze) vezes, quando
utilizado o reprocessamento manual, ou até 20 (vinte) vezes
quando utilizado reprocessamento automático.
RESOLUÇÃO – RDC Nº 154, 15 DE JUNHO DE
2004
• 5.5.1. Só podem ser reutilizados dialisadores que apresentem
capilares construídos com membrana biocompatível.
• 5.5.2. O reuso de dialisadores e das linhas arteriais e venosas não
é permitido para os pacientes portadores de HIV.
• 5.5.3. Para fins de controle do reuso e descarte, dialisadores e
linhas arteriais e venosas devem ser tratados como um único
conjunto.
RESOLUÇÃO – RDC Nº 154, 15 DE JUNHO DE 2004

• 5.5.4. O registro da utilização de um novo conjunto de dialisador


e linha arterial e venosa deve ser assinado pelo paciente e
arquivado.
• 5.6. É obrigatória a medida do volume interno das fibras "priming"
em todos os dialisadores antes do primeiro uso e após cada
reuso subsequente, mantendo arquivados os registros dos dados
referentes a todos os testes.
RESOLUÇÃO – RDC Nº 154, 15 DE JUNHO DE 2004

• 5.6.1. Após a medida do volume interno das fibras, qualquer


resultado indicando uma redução superior a 20% do volume inicial,
torna obrigatório o descarte do dialisador, independentemente do
método empregado para o seu reprocessamento.
• 5.8. A medida do volume interno das fibras deve ser feita por
técnico ou auxiliar de enfermagem treinado na realização deste
procedimento, em conformidade com o item 5.1.f, usando vidraria
graduada íntegra e com boas condições de leitura, sob supervisão
do enfermeiro responsável.
RESOLUÇÃO – RDC Nº 154, 15 DE JUNHO DE 2004

• 5.9. O conjunto do paciente (linhas e dialisador) reutilizável deve


ser acondicionado separadamente em recipiente limpo,
desinfetado, com identificação clara e precisa do nome do
paciente, data da primeira utilização e grupo de reprocessamento,
ou seja, dialisadores de pacientes sem Hepatite, com Hepatite B
ou C, armazenados em áreas separadas e identificadas.
RESOLUÇÃO – RDC Nº 154, 15 DE JUNHO DE 2004
• 5.11.1. É obrigatória a adoção de procedimentos de
monitoramento dos níveis residuais do agente químico empregado
na desinfecção dos dialisadores e linhas, após o enxágue dos
mesmos e antes da conexão do paciente assim como o registro
dos resultados dos testes realizados.
• 5.15. Fica vedada a manipulação de pacientes com sorologia para
Hepatite B e com sorologia não reativa para a referida patologia
pelos mesmos funcionários, no mesmo turno de trabalho,
assegurando-se a estrita observância das normas técnicas e
precauções universais.
RESOLUÇÃO – RDC Nº 154, 15 DE JUNHO DE 2004

• 5.17. Pacientes portadores de antiHCV tratados ou não devem ser


considerados potencialmente infectantes.
• 5.18. A vacinação contra o vírus de hepatite B é obrigatória para
todo o pessoal que atua no serviço de diálise.
• 5.18.1. Os funcionários devem ser imunizados em conformidade
com o Programa Nacional de Imunização no prazo de 30 dias
após admissão.
• 6.3. O programa de hemodiálise deve integrar no mínimo em cada
turno os seguintes profissionais:
RESOLUÇÃO – RDC Nº 154, 15 DE JUNHO DE 2004
▪ a) 01 (um) médico nefrologista para cada 35 (trinta e cinco)
pacientes;
▪ b) 01 (um) enfermeiro para cada 35 (trinta e cinco) pacientes;
▪ c) 01 (um) técnico ou auxiliar de enfermagem para cada 04
(quatro) pacientes por turno de Hemodiálise.

• 6.6.3. O paciente pediátrico terá direito ao acompanhamento de


membro da família ou de responsável durante o atendimento
dialítico.
RESOLUÇÃO – RDC Nº 154, 15 DE JUNHO DE 2004

• 7.7. O serviço de diálise deve dispor para atendimento de


emergência médica, no próprio local ou em área contígua e de
fácil acesso e em plenas condições de funcionamento, no
mínimo, dos seguintes materiais e equipamentos:

▪ a) eletrocardiógrafo;
▪ b) carro de emergência composto de monitor cardíaco e
desfibrilador;
▪ c) ventilador pulmonar manual (AMBU com reservatório);
RESOLUÇÃO – RDC Nº 154, 15 DE JUNHO DE 2004

▪ d) medicamentos para atendimento de emergências;


▪ e) ponto de oxigênio;
▪ f) aspirador portátil;
▪ g) material completo de intubação (tubos endotraqueais, cânulas,
guias e laringoscópio com jogo completo de lâminas).
RESOLUÇÃO – RDC Nº 11, 13 DE MARÇO 2014
• Dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento
para os Serviços de Diálise e dá outras providências.
• Art. 1° Esta Resolução possui o objetivo de estabelecer os
requisitos de Boas Práticas para o funcionamento dos serviços de
diálise.
• Art. 2° Esta Resolução se aplica a todos os serviços de diálise
públicos, privados, filantrópicos, civis ou militares, incluindo
aqueles que exercem ações de ensino e pesquisa .
Aula
AULA9 1

Hemodiálise
INTRODUÇÃO
• Muitas pessoas, em todo o mundo, sofrem de uma doença renal
crônica que leva à perda permanente das funções dos seus rins.
Para sobreviver todas elas necessitam de algum tipo de terapia
renal substitutiva.
• Atualmente só existem dois métodos de tratamento para a
insuficiência renal crônica, o transplante renal e a diálise.
CONCEITOS

• Difusão: Solutos urêmicos e potássio, difundem-se do sangue do


paciente para a solução de diálise, obedecendo a um gradiente de
concentração;
• Ultrafiltração: Uma pressão hidrostática maior no compartimento
do sangue e menor no compartimento do dialisato, favorece a
passagem de líquido do sangue para o dialisato, permitindo a
retirada de volume do paciente.
CONCEITOS
• Diálise: baseia-se na difusão do soluto e remoção de fluidos
entre o sangue e o líquido da diálise, através de uma membrana
natural semipermeável (diálise peritoneal) ou uma membrana
artificial (hemodiálise).

• Existem dois tipos de diálise,


• Diálise peritoneal (membrana peritoneal)
• Hemodiálise (membrana artificial).
HEMODIÁLISE
• A hemodiálise “envolve o desvio de sangue do organismo do
paciente para um dialisador no qual ocorre a difusão e a
ultrafiltração e depois reencaminhá-lo para a circulação do
paciente;
▪ Além de manter a vida e o bem estar ela tem outros objetivos
fundamentais:
▪ Remover do sangue os produtos finais do metabolismo protéico,
tais como uréia e creatinina;
▪ Manter uma concentração segura de eletrólitos séricos;
HEMODIÁLISE
▪ Corrigir a acidose e reabastecer o sistema tampão de bicarbonato
sanguíneo;
▪ Remover do sangue o excesso de fluídos.
▪ A hemodiálise é um processo utilizado em pacientes com doença
aguda e que necessitam da diálise por um curto período de tempo
(dias ou semanas), ou em pacientes com doença crônica que
necessitam de um tratamento prolongado.
HEMODIÁLISE
• Entre os insuficientes renais crônicos cerca de 95 a 98% são
submetidos a este tratamento.
• A hemodiálise permite a correção rápida e eficaz da uremia e dos
desequilíbrios ácido-base de fluidos e eletrólitos.
• Neste processo a circulação é extracorpórea e o sangue, com a
ajuda de uma bomba, passa por dentro de um dialisador –
membrana artificial que em contato com a solução dialisante
preparada na máquina promoverá a filtração do sangue.
HEMODIÁLISE
▪ Este após remoção das substâncias tóxicas vai retornar ao
paciente purificado.
▪ O tempo de hemodiálise normal é cerca de 10 a 15 horas
semanais divididas por três sessões.
▪ O paciente é sempre pesado antes e depois de cada tratamento,
para que se possa avaliar o peso ganho entre cada sessão e o
peso perdido durante a mesma.
HEMODIÁLISE
• A hemodiálise como tratamento para a
insuficiência renal irreversível deve ser
continuada intermitentemente por toda a vida
do paciente, exceto em caso de transplante
renal bem sucedido.
• O circuito do sangue encontra-se dividido em
duas linhas: linha arterial e uma venosa.
• Qualquer uma das linhas de sangue possui
uma “borracha” para administração de
terapêutica.
HEMODIÁLISE
• O dialisante “banho” deve possuir
uma temperatura idêntica à do
corpo humano, e para cada
paciente deverá existir um
dialisante específico, apesar de os
déficits nos doentes renais serem
semelhantes.
HEMODIÁLISE
• Os solutos produzidos quer
industrialmente, quer em central
distribuidora de solutos, podem ser
modificados, adicionando substâncias
necessárias (banhos corrigidos).
• Lembrando: o “banho” é a solução
resultante da mistura de água tratada,
solução ácida (ácido), bicarbonato
sólido.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM DURANTE A
HEMODIÁLISE
Antes da sessão:

• Verificar sinais vitais.


• Verificar peso do paciente.
• Esvaziar a bexiga e medir a diurese.
• Verificar quais os medicamentos o paciente está fazendo uso.
• Administrar a medicação prescrita.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM DURANTE A
HEMODIÁLISE
Durante a sessão:

• Administrar medicação prescrita.


• Ficar atento para sangramento nasal ou cutâneo.
• Observar e relatar presença de: tremores, sonolência, náuseas,
vômitos, tonturas e cãibras musculares.
• Providenciar dieta e hidratação durante a diálise.
• Fazer controle do balanço hídrico.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM DURANTE A
HEMODIÁLISE
Após a sessão:

• Fazer curativo compressivo na região da fístula.


• Pesar o paciente.
• Verificar sinais vitais.
• Administrar medicação prescrita.
• Orientar o paciente a não pegar o peso com o braço do shunt,
não aferir pressão arterial ou administrar medicação neste
membro.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NOS
ACESSOS VASCULARES
• O acesso vascular sempre se faz necessário para realização dos
procedimentos de hemodiálise. Os cateteres de escolha são os
de duplo lúmen (cateter de Sorense), colocados em veias
centrais.
• Os cateteres de duplo lúmen, considerados de curta
permanência, devem permanecer por até 4 semanas, devido às
complicações infecciosas, que podem ocorrer após esse período.
MANUTENÇÃO E MANIPULAÇÃO
Para evitar complicações, deve-se:

• Realizar lavagem das mãos sempre que manipular o cateter;


• Realizar curativo diário ou sempre que necessário;
• Fazer o procedimento de maneira asséptica com:
• Máscara;
• Luvas estéreis;
• Campo fenestrado estéril
• Usar clorexidina alcoólica 0,5% ou álcool a 70%, para limpeza do
óstio e cateter;
MANUTENÇÃO E MANIPULAÇÃO
• Manter extremidades do cateter protegidas;
• Realizar a troca do selo de heparina em dias alternados;
• Retirar o selo de heparina quando iniciar o procedimento.
Após a Hemodiálise, deve-se:
• Lavar com soro fisiológico as duas vias do cateter;
• Heparinizar as vias com o volume descrito no cateter;
• Usar o acesso exclusivamente para hemodiálise.
MANUTENÇÃO E MANIPULAÇÃO
Aula
AULA10 1

Diálise Peritoneal
DIÁLISE PERITONEAL
• É uma modalidade de diálise onde, uma solução hipertônica é
infundida na cavidade peritoneal, tendo como acesso um cateter
(rígido ou flexível) implantado na parede abdominal.
TIPOS
• DPI: 2 vezes na semana – 18 a 24 horas de sessão – 40 litros de
solução.
• DPAC: 24 horas por dia, 7 dias por semana – 4 a 5 trocas de
solução 2,0 a 2,5 litros.
• CCPD ou DPA: similar a DPAC – trocas durante à noite/dia com
cicladora de 4 a 5 ciclos total de 9 a 10 horas – período curto,
intercalando com longo tempo de permanência.
DIÁLISE PERITONEAL INTERMITENTE
• A diálise peritoneal é realizada de 1 a 2 vezes por semana,
perfazendo-se em um total de aproximadamente 48 horas.
• Introduz-se de 1 a 3 litros de solução dialisadora na cavidade
peritoneal, através de um cateter de silicone.
• As toxinas presentes e o excesso de líquido movem-se do
sangue e tecidos circunjacentes para a solução de diálise por
difusão e ultrafiltração, havendo a remoção, quando o dialisato é
drenado.
EXEMPLOS
COMPOSIÇÃO DA SOLUÇÃO
PREPARO DO PACIENTE PARA INSTALAÇÃO DA
DIÁLISE PERITONEAL (DP)
• Orientar o paciente sobre o tratamento;
• Promover esvaziamento vesical e intestinal;
• Pesar o paciente;
• Verificar os sinais vitais;
• Promover tricotomia da região abdominal;
• Promover antissepsia rigorosa da região abdominal com solução
a base de clorexidina alcoólica a 0,5%
TEMPERATURA E VOLUME DA SOLUÇÃO
DIALISADORA

• Deve-se infundir sempre a solução de diálise com uma


temperatura de aproximadamente 37º centígrados, exceto se
houver sangramento na solução drenada.
• Normalmente, utilizam-se 40 a 60ml de solução/Kg de peso.
• A solução drenada deve ser transparente, variando de branco a
amarelo ouro.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
• Avaliar o estado do paciente;
• Proporcionar conforto físico;
• Lavar as mãos e utilizar máscara ao manipular solução de diálise
e curativo;
• Imobilizar o cateter a fim de evitar sua tração e saída do mesmo;
• Avaliar permeabilidade do cateter, infusão e drenagem;
• Observar e anotar intercorrências;
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
• Promover mudanças de decúbito e manter elevação da cabeceira
da cama a 30º;
• Fazer curativo frequente ao redor do cateter, observando sinais
de sangramento e ou vazamento, até completa cicatrização do
óstio;
• Promover controle periódico de glicemia e sinais vitais;
• Coletar amostras do líquido de drenagem para cultura e citológico
quando estiver turvo.
Aula
AULA11 1

Aspectos Nutricionais da Insuficiência


Renal e Terapia Dietética
INTRODUÇÃO
• Quando houver a necessidade de tratamento dialítico,
aproximadamente 90% da função renal estará abolida.

• Isto significa que somente 10% (ou menos) da função renal estará
presente para desempenhar o trabalho de eliminar o excesso de
água e os produtos tóxicos do metabolismo interno do nosso
organismo.
INTRODUÇÃO
• Uma dieta adequada irá reduzir a presença destes produtos
tóxicos prejudiciais no organismo.
• O sentimento de bem-estar dependerá não somente do
acompanhamento do tratamento dialítico e da medicação, mas
também da orientação dietética renal.
• As pessoas que estão adequadamente dialisadas devem
sentir-se bem, ter bom apetite e níveis de pressão normais. O
médico tem meios de checar aquilo que se chama "adequacidade
da diálise".
INTRODUÇÃO
• Sem uma diálise adequada, ocorre perda de apetite e de peso, que
pode levar à hospitalização e diminuição da sobrevida.
• Desta maneira, ele tem uma ideia do que está sendo feito para
alcançar os objetivos.
• A diálise peritoneal (CAPD) permite ao paciente um regime
alimentício mais liberal do que a hemodiálise, pois a CAPD não
causa grande variação na quantidade de líquido retido no corpo,
como acontece na hemodiálise. Isto significa menos esforço para o
coração e vasos sanguíneos e menos restrições na dieta.
CALORIAS
• As calorias estão presentes nos carboidratos, gorduras e
proteínas. Quando o nível de calorias está abaixo da necessidade,
o organismo queima seus próprios tecidos e músculos a fim de
obter a energia necessária.
SÓDIO
• Os rins normais eliminam o excesso de sódio através da urina,
para manter o equilíbrio necessário. O sódio é encontrado
naturalmente na maioria dos alimentos.
• O sal de cozinha é cloreto de sódio. Uma colher de chá de sal
tem 2000 miligramas de sódio. Há necessidade de eliminar o total
da ingestão de sódio e, desta maneira, precisamos estar atentos
para o sódio contido (oculto) nos alimentos.
SÓDIO
• O excesso de sódio causa um aumento na pressão arterial, sede e
retenção de líquido, podendo culminar com a insuficiência cardíaca.
• Algumas comidas são ricas em sódio como o sal, temperos contendo
sal, molhos de soja, sopas enlatadas, picles, azeitonas, bacon, frios e
alguns tipos de queijo;
• Os pacientes em CAPD têm que usar um líquido de diálise com alta
concentração de glicose como de 4,25% para ajudar a tirar o excesso
de líquido que as refeições salgadas fazem reter. O líquido de diálise
de 4,25% de glicose é o que contém mais calorias, isto faz com que o
paciente ganhe peso e assim se forma um círculo vicioso.
POTÁSSIO
• Os rins saudáveis excretam qualquer quantidade excessiva de
potássio. Quando são insuficientes, perde-se a capacidade de
excretar adequadamente o potássio.
• O principal perigo da sobrecarga de potássio é que isto pode
causar uma irregularidade nos batimentos cardíacos. Este fato
pode ocorrer sem um aviso prévio.
• Altos níveis de potássio no sangue podem levar a parada
cardíaca. Níveis muitos baixos de potássio na dieta, também
podem ser prejudiciais.
POTÁSSIO
• As maiores fontes de potássio são o leite, batatas
(especialmente batata frita), bananas, laranjas, frutas secas,
leguminosas, nozes.
• O potássio elevado no sangue pode ser um risco para
manutenção da vida. Isso deve ser tratado como emergência
médica.
• Alguns pacientes, por qualquer razão, são simplesmente
incapazes de manter um nível seguro de potássio no sangue.
POTÁSSIO

• Em casos graves o médico pode prescrever uma combinação de


medicamentos que quelam o potássio no intestino.
• Esta combinação nem sempre é recomendada, porque pode
causar um excesso de acúmulo de sódio.
FÓSFORO
• O fósforo é outro mineral encontrado em todos os alimentos, mas
é especialmente alto no leite, queijo, leguminosas, fígado, nozes
e produtos de laticínio.
• Ele é normalmente eliminado na urina, mas tende a acumular-se
no sangue da pessoa com os rins doentes.
• Um nível alto de fósforo no sangue causa uma redução do cálcio
sanguíneo, que resulta num aumento da atividade das pequenas
glândulas do pescoço, chamadas de paratireoides. No final, isso
pode conduzir à doença óssea.
FÓSFORO
• O efeito colateral do fósforo elevado pode ser a coceira.
• Pelo fato de ser impossível eliminar totalmente o fósforo da dieta,
são usualmente prescritos os demais quelantes de fósforo.
• Estes medicamentos ligam-se ao fósforo dos alimentos no
intestino e, desta forma, este pode ser excretado nas fezes, sem
ser absorvido para o sangue.
• A diálise remove muito pouco do fósforo sanguíneo, portanto é
importante tomar os quelantes conforme prescrição médica. Os
quelantes atuais não mais contêm alumínio na sua composição,
para evitar doença óssea relacionada.
LÍQUIDOS
• Normalmente os pacientes em diálise necessitam de uma
restrição de líquidos na dieta. Quanto menos urina o indivíduo
excreta, menos líquido ele pode beber.
• A sobrecarga de líquidos pode ser perigosa, causando aumento
da pressão arterial, inchaço e insuficiência cardíaca.
• O líquido pode acumular-se nos pulmões, causando dificuldade na
respiração. Isso pode sobrecarregar o coração aumentado e
tornando fraco.
LÍQUIDOS
• Ganhos verdadeiros de peso não ocorrem do dia para a noite. O
peso da sobrecarga de líquidos forma-se rapidamente. Um ganho
rápido de peso pode significar que o paciente está bebendo muito
líquido e/ou ingerindo muito sódio ou sal na alimentação.
• Existem muitos tipos de líquidos além de água. Qualquer coisa que
derreta à temperatura ambiente é líquido. Isso inclui o gelo, sorvete
e gelatina. As frutas e hortaliças contêm 90% de água. Não se
pode esquecer que as sopas também contêm água.
• As recomendações diárias de líquido são individualizadas. Este
montante usualmente é igual ao volume urinário de 24 horas mais
500 ml.
VITAMINAS E MINERAIS
• Deve ser prescrito um suplemento vitamínico contendo ácido
fólico. Como as vitaminas hidrossolúveis são removidas durante a
diálise, é melhor tomá-las após a sessão dialítica. A vitamina A
não é recomendada.
• Adicionalmente às vitaminas hidrossolúveis, um tipo especial de
vitamina D, pode ser prescrita.
• Ela pode melhorar a fraqueza muscular e dores, que
acompanham a doença renal.
VITAMINAS E MINERAIS
• Os produtos de laticínio, leite e queijo são excelentes fontes de
cálcio, mas também são ricos em fósforo.
• Consequentemente estes são limitados ou até evitados
completamente. Um suplemento de cálcio é usualmente prescrito.
• Este cálcio será utilizado para manter os ossos fortes. Ele pode
ser descontinuado se o nível de cálcio sanguíneo elevar-se
excessivamente.
VITAMINAS E MINERAIS
• Frequentemente os pacientes renais crônicos são anêmicos
porque os rins doentes não produzem um outro hormônio especial
(eritropoetina).
• Felizmente, atualmente podemos administrar este medicamento
(eritropoetina) e corrigir a anemia destes pacientes. Suplementos
de ferro são prescritos junto com a eritropoetina para que as
células sanguíneas possam ser produzidas.
• Alguns pesquisadores têm relatado que suplementos de zinco
podem melhorar o apetite e a palatabilidade. Ele pode melhorar a
libido nos homens. Sugere-se que os pacientes em diálise evitem
tomar laxantes ou realizar enemas contendo magnésio.
FIBRAS
• A baixa ingestão de líquidos, falta de exercícios, falta de fibra
alimentar, o uso de suplementos de ferro e de quelantes de
fósforo, podem resultar em obstipação.
• As fibras do farelo de trigo são formas altamente concentradas de
fibras, portanto podem ser efetivas na redução da obstipação.
• Frequentemente, o uso de farelos de cereais é sugerido para
esse tipo de problema. Embora os farelos sejam ricos em
potássio, ele parece não ser absorvido. Laxantes que contém
magnésio devem ser evitados.
FIBRAS

• Não podemos esquecer a importância de incluir uma quantidade


adequada da fibra no regime alimentício do paciente em CAPD.
Se estiverem obstipados, o peritônio não pode funcionar
eficazmente para retirar as toxinas.

• Como os pacientes em CAPD têm menos problemas com o


controle de potássio, incluir frutas frescas e vegetais em sua dieta
é mais indicado do que para pacientes em Hemodiálise.
Aula
AULA12 1

Psiconefrologia
PSICONEFROLOGIA
• É uma área de atuação que se dedica ao estudo e ao trabalho com
pacientes que se encontram com a função renal comprometida,
com relação às suas reações perante a doença, seus conflitos,
suas limitações, suas dificuldades e suas características
peculiares.
PSICONEFROLOGIA

• A doença renal geralmente vem de uma maneira abrupta na vida


de uma pessoa, obrigando o paciente a se adaptar a uma nova
forma de vida, nova rotina diária, novos hábitos de autocuidado,
nova dieta alimentar.
• Tudo isso pode gerar uma fragilidade psicológica e emocional
significativa na vida deste paciente, assim como na vida de sua
família. Essas reações emocionais interferem na adesão e
adaptação ao tratamento, e também nos relacionamentos sociais
e familiares.
PSICONEFROLOGIA
• A doença renal quando diagnosticado o paciente encontra-se
debilitado por conta da patologia;

• Estado emocional influencia no tratamento;

• Conscientização da sua real situação, limitações o paciente pode


apresentar quadros depressivos.
IMPORTÂNCIA DA PSICONEFROLOGIA
• Saber dar o diagnóstico;

• Conscientizar essa paciente de sua situação de forma leve;

• Envolvimento da família;
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

• Boa relação com paciente;

• Um simples toque;

• Gestos de carinho;

• Acolher o paciente e seus


familiares.
CUIDADOS DA EQUIPE

• Envolvimento emocional;
• Amizades;
• Prioridades;
• Ética.
Referências
1. ATUALIDADES EM NEFROLOGIA - Volumes 11, 12 e 13. Editores – Cruz,Jenner; Cruz, Helga Maria
Mazzarolo; Kirsztajn, Gianna Mastroianni, Barros, Rui Toledo; Editora – Sarvier, São Paulo.
2. ÉTICA E LEGISLAÇÃO NA PRÁTICA NEFROLÓGICA - Portaria, Decretos e Leis de Interesse - Portarias
sobre Transplante renal, Diálise e Assuntos gerais. Em: Portal da Sociedade Brasileira de Nefrologia
http://www.sbn.org.br/index.php?portarias&menu=9
3. FISIOPATOLOGIA RENAL - 2ª edição, 2011. Editor - Roberto Zatz; Editora Atheneu, São Paulo.
4. JORNAL BRASILEIRO DE NEFROLOGIA – BRAZILIAN JOURNAL OF NEPHROLOGY – 2010 a 2013.
Edição impressa - Editora Elsevier, São Paulo. Versão online - Acessar: http://www.jbn.org.br/ ou
http://www.scielo.br/scielo (2009 - 2010).
5. MANUAL DE DIÁLISE – 4ª edição, 2008. Editores – Daugirdas, John T.; Blake, Peter G.; Ing, Todd S.
Editora – Guanabara Koogan, Rio de Janeiro.
6. NEFROLOGIA: GUIA DE MEDICINA AMBULATORIAL E HOSPITALAR DA UNIFESP/EPM 3ª edição,
2010. Editores – Ajzen, Horácio; Schor, Nestor. Editora – Manole, São Paulo.
7. O RIM - BRENNER & RECTOR - REFERÊNCIA RÁPIDA – 7ª edição, 2007. Editores – Clarkson, Michael
R.; Brenner, Barry M. Editora – Artmed, São Paulo.
https://www.todamateria.com.br/nefron/ - Acesso 2023

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