Você está na página 1de 266

ACUPUNCTURA E MOXIBUSTÃO

Princípios – Técnicas – Aplicações

Fernando Costa Silva


ÍNDICE

PREÂMBULO

SIGLAS E ABREVIATURAS

CAPÍTULO I

História da Acupunctura e Moxibustão

CAPÍTULO II

Yin-Yang

Ritmo circadiano

CAPÍTULO III

Wu Xing (cinco elementos)

CAPÍTULO IV

Essências Orgânicas

CAPÍTULO V

Zang-Fu (orgãos e vísceras)

CAPÍTULO VI

Factores Etiológicos

CAPÍTULO VII

Semiologia

CAPÍTULO VIII

Diferenciação das Síndromes

CAPÍTULO IX

Sinartérias e Pontos de Acupunctura

CAPÍTULO X

Trajectos e Pontos das Sinartérias Principais

Shou taiyin (pulmão) Shou yangming cólon) Zu yangming (estômago)


Zu taiyin (baço e pâncreas) Shou shaoyin (coração) Shou taiyang (intestino delgado)
Zu taiyang (bexiga) Zu shaoyin (rim) Shou jueyin (pericárdio)
Shou shaoyang (triplo aquecedor) Zu shaoyang (vesícula biliar) Zu jueyin (fígado)
Du mai (governação) Ren mai (concepção)
CAPÍTULO XI

Sinartérias Acessórias e Pontos Extraordinários

Tou-jing xue (cabeça e pescoço): Xiongbu-fubu xue (região tóraco- Beibu-yaobu xue (região dorso-
– Pontos clássicos abdominal): lombar):
– Pontos contemporâneos – Pontos clássicos – Pontos clássicos
– Pontos contemporâneos – Pontos contemporâneos

Shangzhi xue (membro superior): Xiazhi xue (membro inferior):


– Pontos clássicos – Pontos clássicos
– Pontos contemporâneos – Pontos contemporâneos

CAPÍTULO XII

Técnicas de Punção e Estimulação Manual

CAPÍTULO XIII

Moxibustão, Sucção e Sangria

CAPÍTULO XIV

Auriculoterapia

Pontos auriculares:

Hélix Fossa escafóide Antihelix Tragus e antitragus Fossa triangular


Concha auricular Lobo auricular Região posterior Secundários

CAPÍTULO XV

Acupunctura Craniana e Mano-Podal

Áreas e pontos:

Áreas cranianas Pontos da mão Pontos do pé

CAPÍTULO XVI

Terapêutica

Problemas do sistema respiratório Problemas do metabolismo Problemas ginecológicos e


Asma Diabetes mellitus obstétricos
Bronquite Disfunções da tiróide Amenorreia primária
Pneumonia Dismenorreia primária
Rinite Problemas dermatológicos Indução do parto
Sinusite Acne Leucorreia
Dermatite Malposição fetal
Problemas do sistema Erisipela Mastite aguda
cardiovascular Zona Menometrorragias
Acidente vascular cerebral Menstruação irregular
Hipertensão arterial Problemas oftalmológicos Síndrome menopáusico
Insuficiência cardíaca crónica Atrofia do nervo óptico Vaginites
Tromboangeíte obliterante Estrabismo Vómitos da gravidez
Glaucoma
Problemas do sistema digestivo Miopia Problemas musculo-
Disfunção biliar Papilite esqueléticos
Enterite crónica Bloqueio lombar agudo
Gastrite Problemas neuro-psiquiátricos Dor crónica na região
Gastrite hipertrófica Cefaleias lombar
Gastroenterite aguda Epilepsia e episódios epileptiformes Dor na região braço-ombro
Ptose gástrica Neurastenia Dor na região coxofemural
Úlcera péptica Neurose histérica Dor na região do joelho
Transtornos afectivos Dor na região do tornozelo
Problemas do sistema nervoso Dor na região plantar
Ciática Problemas urológicos Epicondilite
Doença de Meniére Cólica renal Tenosinovites na região do
Hipoacusia e tinitus Disfunção sexual primária punho
Nevralgia do trigémio Enurese Torcicolite
Nevralgia intercostal Espermatorreia Sequelas de poliomielite
Paralisia do facial Incontinência urinária paralítica
Polinevrite Prostatite crónica Síndromes bi −artrites
Singultos Retenção urinária

Outros tratamentos
Coma espástico Anexite Distonia neurovegetativa
Coma flácido Cistite Insónias
Convulsões febris Hemorróides Tonturas e vertigens
Convulsões não febris Prolapso rectal Cólica intestinal
Golpe de calor superficial Prolapso uterino Diarreia
Golpe de calor profundo Alopécia seborreica Dispepsia
Lipotímia Celulite nadegueira e coxo-femural Náuseas e vómitos
Dispareunia Chalázio e terçol Obstipação
Dor escrotal, inguinal e Escaras, úlceras cutâneas e Dependência alcoólica
suprapúbica quelóides Dependência tabágica
Odontalgias Excesso ponderal e obesidade Dependência de drogas
Precordialgias Galactoforite ilícitas
Porofoliculite

APÊNDICE

Transcrição Fonética Pinyin–Português

BIBLIOGRAFIA
PREÂMBULO

Após "séculos de silêncio", constata-se nos nossos dias, paralelamente a um desenvolvimento técnico e
científico nunca antes atingido, um reavivar do interesse pelo mais ancestral processo terapêutico de que
há conhecimento – a acupunctura.

Embora muitas sejam as conclusões sobre as indicações e os mecanismos de acção da acupunctura, existe
ainda um longo e sinuoso caminho a percorrer até que, finalmente, se possa "fazer luz" nos espíritos, não
só daqueles que escrupulosa e metodicamente procuram as respostas desconhecidas, como dos que
constantemente pondo em causa a eficácia de tal processo terapêutico (indirectamente favorecendo o
charlatanismo de inúmeros oportunistas), acabarão por se render à veracidade dos factos.

Por muitas que sejam as contestações, dúvidas não existem já sobre a eficácia da acupunctura analgésica
que, através de mecanismos opióides (endorfinas) e não opióides, exerce uma acção supressora a nível da
dor, ocupando os neurotransmissores um papel inquestionável na regulação dos diferentes aparelhos e
sistemas.

Inúmeros trabalhos de investigação clínica comprovaram já a eficácia da acupunctura e alguns dos seus
mecanismos de acção, quer através da estimulação manual, quer da estimulação eléctrica (electro-
acupunctura e estimulação transcutânea), sendo incontáveis as experiências e conclusões sobre o papel do
sistema nervoso, central e periférico, nos mecanismos de percepção e modulação da dor, variando a sua
acção em função das diferentes frequências e intensidade das estimulações utilizadas.

Com o presente trabalho, não se pretende mistificar a acupunctura nem relegar para plano secundário a
Medicina Hipocrática. Antes pelo contrário, a sua finalidade é facilitar uma prática clínica integrada e
minimizar os anseios de todos aqueles que acreditam na eficácia (e eficiência) da acupunctura e que
responsavelmente a aplicam.

Começando pela história da acupunctura e moxibustão e introduzindo as bases filosóficas da Medicina


Tradicional Chinesa, sistematizadamente descrevem-se cerca de cem patologias e problemas comuns,
incluindo a sua etiologia, fisiopatologia, semiologia e diversas alternativas terapêuticas. Descreve-se
ainda a nomenclatura, localização, técnicas de punção e indicações de mais de mil pontos de acupunctura,
objectivamente referenciados em mais de cem esquemas e, para os mais utilizados, as respectivas acções
segundo a racionalização da Medicina Tradicional Chinesa. No fim do livro existe ainda um apêndice
com a transcrição fonética para a língua portuguesa, dos termos chineses romanizados (pinyin) mais
importantes e mais frequentemente utilizados na prática clínica da acupunctura.

Macau, 15 de Fevereiro de 1997


O autor
SIGLAS E ABREVIATURAS

AC Antes de Cristo
AD Anno Domini (era cristã)
AH Antihelix
AT Antitragus
B Bexiga
BY Região dorso-lombar (bei yaobu)
CV Meridiano da concepção (conception vessel)
G Vesícula (gall)
GB Vesícula biliar (gall bladder)
GV Meridiano da governação (governing vessel)
H Coração (heart)
IC Cavum conchae (inferior conchae)
J Ponto clássico (jiuxue)
K Rim (kidney)
L Pulmão (lung)
LI Cólon (large intestine)
Liv Fígado (liver)
Lu Pulmão (lung)
MTC Medicina Tradicional Chinesa
NA Nomina anatómica (nomenclatura
anatómica)
P Pericárdio
RPC República Popular da China
S Estômago (stomach)
SC Cymba conchae (superior conchae)
SF Fossa escafóide (scaphoid fossa)
SI Intestino delgado (small intestine)
SJ Triplo aquecedor (san jiao)
Sp Baço (spleen)
St Estômago (stomach)
SZ Membro superior (shang zhi)
TE Triplo aquecedor (triple warmer)
TF Fossa triangular (triangular fossa)
TJ Cabeça e pescoço (tou jing)
UB Bexiga (urinary bladder)
X Ponto contemporâneo (xinxue)
XF Região tóraco-abdominal (xiong fubu)
XZ Membro inferior (xia zhi)
CAPÍTULO I - HISTÓRIA DA ACUPUNCTURA E MOXIBUSTÃO

A acupunctura e moxibustão constitui um ramo especial e importante da Medicina Tradicional Chinesa


(MTC), não podendo deixar de se realçar as suas inúmeras indicações clínicas. Sendo uma ciência e ao
mesmo tempo uma arte, caracteriza-se por possuir profundos substratos teóricos, simplistas e empíricos,
várias técnicas de manipulação e uma vasta aplicação clínica. Cada vez mais aceite pelas populações
ocidentais e com eficácia universalmente reconhecida, actualmente a acupunctura é parte integrante da
Medicina Alopática ("medicina científica ocidental") na maior parte dos países desenvolvidos,
constituindo um processo terapêutico alternativo ou até, como acontece em muitas patologias, sendo
considerada como prescrição de primeira linha.

Origem da Acupunctura e Moxibustão

Estudos de pesquisa sobre a literatura médica tradicional e inúmeros achados arqueológicos,


demonstraram que a acupunctura era já praticada nos sistemas comunais de clãs das sociedades primitivas
(6000-5000 AC), estando a moxibustão primitiva relacionada com o aparecimento do fogo, há mais de
oito mil anos.

Numerosos livros e tratados históricos referem lendas relacionadas com a origem da acupunctura e
moxibustão, tais como "Diwang Shiji" (Séculos dos Imperadores) e "Zhenjiu Jiayi Jing" (Clássico de
Acupunctura e Moxibustão), escritos no século III AD, "Beiji Qianjin Yaofan" (Mil Prescrições de Ouro
para Emergências) e "Xinxiao Beiji Qiajin Yaofan" (Nova Colecção das Mil Prescrições de Ouro para
Emergências), respectivamente dos séculos VII e XI AD e "Lu Shi" (História dos Caminhos), escrito em
finais do século XII AD. Nomes como Tai Hao, chefe da lendária tribo Yi da província de Shandong
(tribo da Idade da Pedra que fabricou a primeira bian), Fu Xi, o primeiro agricultor da história chinesa e
"Huang Di", o famoso Imperador Amarelo, encontram-se frequentemente relacionados com as origens da
acupunctura e moxibustão.

De acordo com inúmeros textos escritos nos séculos V AC-I AD, os instrumentos para a prática de
acupunctura das sociedades primitivas eram feitos de pedra (pedra Bian), tal como a maior parte dos
utensílios de então. Em "Zuo Zhuan" (Comentário aos Anais da Primavera e do Outono), escrito por Zang
Sun no ano 550 AC, pode ler-se: "o sofrimento provocado pela doença custa mais que a picada da Bian";
também em "Shuowen Jiezi" (Dicionário Analítico dos Caracteres), escrito por Fu Wen no ano 100 AD,
se mencionam as bian como sendo pedras muito pontiagudas utilizadas para "puncionar doenças".
Também os achados arqueológicos no distrito de Duolun, na Mongólia Interior, e de Rizhao, na província
de Shandong, reforçam a teoria de que as origens da acupunctura remontam à Idade da Pedra.

Em "Huang-di Neijing" (Tratado de Medicina Interna do Imperador Amarelo), escreve-se que a


acupunctura teve a sua origem numa região de pescadores da costa oriental da China, e a moxibustão no
norte, numa região onde as populações viviam da caça e utilizavam o fogo para se protegerem do frio.

Coincidindo com o aparecimento da escravatura na China, durante os períodos de Xia, Shang, Zhou do
Poente, Primavera e Outono, nos séculos XXI-III AC, surge a Era do Bronze e com ela a progressiva
introdução do bronze no fabrico das bian. Objectos recentemente descobertos, tais como ossos e
carapaças de tartaruga, com origem aproximada nos séculos XIII-VIII AC, evidenciaram inscrições
hieroglíficas sobre a prática da acupunctura com agulhas de bronze e de tratamentos com moxibustão.
Referências a acupunctores então famosos, como Yi Huan e Yi He, do século VI AC e Qin Yueren, do
século V AC, foram frequentemente encontradas. Em "Zuozhuan", escrito há cerca de 2500 anos, relata-
se a morte do imperador Jing ocorrida em 581 AC, após ter sido tratado por Yi Huan: "a doença penetrou
profundamente no gao huang (ravina vital) e a acupunctura e moxibustão não conseguiram ser
benéficas".

Durante aquele período, surgem as teorias filosóficas de Yin-Yang, ou "Harmonia Taoista dos Opostos" e
de Wu Xing, ou teoria dos "Cinco Elementos" (madeira, fogo, terra, metal e água). Termos como qi
(energia vital), jing (meridianos), shen (rim), pangguang (bexiga), xin (coração), fei (pulmão) e outros,
começam a ser utilizados na clínica quotidiana, o estudo do pulso ganha cada vez mais entusiastas e a
teoria do "Equilíbrio harmonioso homem-natureza" (teoria da adaptação do homem ao ambiente que o
rodeia) começa a delinear-se.
Entre o Período dos Estados Guerreiros e a Dinastia Han do Poente (475 AC-21 AD), estabeleceu-se e
fortificou-se o sistema feudal na China, tendo o aumento da força laboral e as alterações ocorridas no
sistema social promovido o aprofundamento dos conhecimentos médicos e farmacológicos até então
existentes.

Escrito há mais de 4500 anos sob a forma de diálogo entre o imperador Huang Di, um dos três lendários
grandes imperadores da China (além de Fu Xi e Sha Nang), e o seu primeiro ministro Chi Po, "Huang-di
Neijing" tornou-se um marco na história da civilização chinesa, sendo o maior tratado histórico de
medicina actualmente existente. Originalmente em dois volumes, "Lingshu" (Portão Misterioso) e
"Suwen" (Assuntos Importantes), contém as teorias Yin-Yang e Wu Xing, Zang-Fu (vísceras maciças e
ocas), jingluo (sinartérias), espírito e mente, qi, sangue e fluidos corporais, cinco emoções, etc., referindo-
se a acupunctura e moxibustão como as principais técnicas terapêuticas. Durante o mesmo período
escreveram-se ainda "Shi Yi" (Anais Históricos), "Huang-di Bashiyi Nanjing" (Tratado Imperial de
Oitenta e Um Problemas Difíceis) e "Mintang Kongxue Zhenjiu Zhiyao" (Atlas dos Principais Pontos de
Acupunctura e Moxibustão).

Entre a Dinastia Han do Nascente (256 AC) e o Período dos Três Estados (25 AC), procedeu-se à
sumarização e compilação de todos os conhecimentos sobre a MTC. Hwa Tuo, estudioso do fenómeno
jingluo, ou fenómeno da propagação dos estímulos ao longo das sinarterias, e autor de "Zhenzhong Jiuci
Jing", descobriu inúmeros pontos de acupunctura (os Hwatuo Jiaji) e foi o pioneiro da anestesia com
acupunctura, combinando esta com ervas medicinais.

Durante as dinastias Jin do Norte e Jin do Sul, nos anos 215-581 AD, enquanto o país era assolado por
guerras sem fim e se encontrava no caos económico e político, a acupunctura continuou o seu progresso e
evolução, quer pela sua utilização no tratamento de várias patologias, quer através da publicação de
numerosas obras, tanto originais como de compilação e revisão bibliográfica. Entre os anos 256 e 260 da
Era Cristã, Huangfu Mi escreveu "Zhenjiu Dacheng" (Compêndio de Acupunctura e Moxibustão),
constituído por doze volumes formados de estratos de livros anteriores, como "Huang-di Neijing" e
"Mintang Kongxue Zhenjiu Zhiyao", e fazendo referência a mais de trezentos pontos de acupunctura.

Com o sistema feudal das dinastias Sui e Tang (589-907), a China entrou num período de prosperidade
cultural e económica, tendo Zhen Quan efectuado, entre 627 e 649, a revisão e actualização de todos as
grandes obras e textos de acupunctura então conhecidos. Também Sun Simiao compilou "Beiji Qianjin
Yaofan" em 650-652, "Qianjin Yifan" (Mil Prescrições Suplementares para Emergências) em 680 e
"Mintang Sanren Tu" (Diagrama das Três Figuras) em 682-685, este último com os doze meridianos
regulares, os oito meridianos secundários e cerca de seiscentos e cinquenta pontos de acupunctura.

Durante estes períodos apareceram outros trabalhos de valor, nomeadamente "Guzhengbing Yinfang"
(Moxibustão em Doenças Mortais), de Cui Zhiti, em que se fazia referência à etiopatogenia e tratamento
da actual tuberculose pulmonar. No ano de 862 surge "Xinji Beiji Jinjing" (Novas Terapêuticas de
Emergência com Moxibustão), o primeiro livro da história da humanidade a ser impresso manualmente.

Ainda durante a Dinastia Tang é fundado o primeiro Colégio Médico Imperial, com seis especialidades
médicas, incluindo a acupunctura e moxibustão, com um professor de medicina, um doutor em
acupunctura, dez instrutores, vinte técnicos auxiliares e vinte alunos.

Durante o Período dos Cinco Estados e das dinastias Song, Yin e Yuan (907-1368), a técnica de
impressão popularizou-se e facilitou o desenvolvimento e disseminação da MTC por toda a China. Com o
apoio do Governo Song do Norte, o célebre médico acupuncturista Wang Weiyi reviu e actualizou as
localizações de todos os jingxue, bem como as suas relações com os orgãos zang e vísceras fu. Em 1026,
o mesmo autor publicou um "Manual Ilustrado dos Pontos de Acupunctura e Moxibustão" e em 1027
mandou moldar duas figuras de bronze com um metro e oitenta centímetros de altura (presentemente no
Museu da História do Homem, em Nanjing e Beijing), onde era possível observar a relação interna dos
zang-fu e a distribuição superficial de todos os jingluo e jingxue. Em 1341, durante a Dinastia Yuan, Hwa
Shou (o pai da actual Teoria dos Jingluo) publicou "Shisi Jing Fahui" (Melhor Conhecimento dos
Catorze Meridianos), depois de investigar e actualizar as localizações de todos os pontos e meridianos de
acupunctura.

Testemunhando o progresso então atingido, ainda durante o último daqueles períodos teve início a
hiperdiferenciação da acupunctura, com vários médicos a aprofundarem os conhecimentos que possuíam
e a dedicarem-se a campos muito delimitados e específicos. Assim surgiram várias sub-especialidades tais
como a acupunctura mano-podal, a acupunctura craniana, a acupunctura nasal, a auriculoterapia, a
acupunctura pediátrica, etc.. Inúmeros e preciosos trabalhos foram publicados, como "Xiaoer Mintang
Zhenjiujing" (Tratado de Acupunctura e Moxibustão Pediátrica), "Yongju Shenmi Jiujing" (Tratado de
Moxibustão para Úlceras e Abcessos) e "Beiji Jiufa" (Moxibustão em Emergências Médicas), e várias
técnicas de manipulação foram testadas e divulgadas, tanto no âmbito da acupunctura terapêutica como
no da acupunctura anestésica (anestesia pré e per-operatória).

Até à Dinastia Ming (1368-1644), a acupunctura atingiu o seu clímax, sendo o principal processo
terapêutico em toda a China. Nomes como Chen Hui, Ling Yun e Yang Jizhou, tiveram uma importância
fundamental na difusão de todos os conhecimentos até então obtidos e uma enorme influência na
introdução e disseminação da acupunctura na Europa. É a esta dinastia que remontam os mais variados e
completos trabalhos sobre o assunto, sendo ainda possível consultarem-se numerosos tratados históricos
como por exemplo, "Puji Fang" (Cura Universal) e "Zhenjiu Men" (Portão da Acupunctura e
Moxibustão), escritos em 1406, "Zhenjiu Daquan" (Colecção Completa de Acupunctura e Moxibustão)
escrito por Xu Feng, "Zhenjiu Juying Fahui" (Actualização em Acupunctura e Moxibustão) escrito por
Gao Wu em 1529, "Zhenjiu Wendui" (Perguntas e Respostas sobre Acupunctura e Moxibustão) de Wang
Ji (1530), "Zhenfang Liuji" (Seis Volumes com Prescrições em Acupunctura) escrito em 1618 por Wu
Kun, e "Zhenjiu Dacheng" que foi impresso em 1601 e cujo conteúdo se baseava essencialmente no
original de Yang Jizhou, escrito durante a Dinastia Jing.

Declínio e Ressurgimento da Acupunctura e Moxibustão

Com o início da Dinastia Qing (1644-1912), começou o declínio desta terapia multimilenar.
Progressivamente substituída pela "jovem" medicina científica ocidental, a MTC (e mais especificamente
a acupunctura) entrou numa era de proibicionismo que se prolongou por cerca de três séculos. Com uma
história de mais de 1200 anos, em 1822 foi encerrado o Colégio Médico Imperial, fundado no reinado dos
Tang. Porém, a acupunctura não morreu por completo, e devido à subsistência de alguns focos de
resistência conservadora, que se opunham à ocidentalização do império, foram ainda publicados alguns
livros. Assim surgiu "Yizong Jinjian Cijiu Xinfa" (Acupunctura, o Espelho de Ouro da Medicina), escrito
por Wu Qian, em 1742, e "Zhenjiu Fengyuan" (As Origens da Acupunctura e Moxibustão), escrito por Li
Xuechuan e publicado em 1817.

Após o início da Guerra do Ópio, em 1840, e com ela o aparecimento de um sistema semi-feudal e semi-
colonial na China, ocorreu a imposição da Medicina Alopática e a total proibição da acupunctoterapia. A
partir de então a acupunctura começou a ser utilizada quase exclusivamente como método de tortura, de
tal forma que as agulhas anteriormente utilizadas como salvadoras e agentes da saúde e bem-estar da
população, passaram a ser denominadas "agulhas da morte".

Com a implantação da República da China (primeira república), em 1912, atenuou-se um pouco o


proibicionismo anterior, sendo a acupunctura utilizada somente nos meios rurais, como "medicina do
povo, mas sempre longe dos olhares dos senhores do poder". Porém, com o início das primeiras
movimentações anti-governamentais, vislumbrava-se uma nova era para o reaparecimento da
acupunctura. Inicialmente praticada nos campos revolucionários do recém criado partido comunista,
rapidamente a sua utilização se alargou a todas as regiões libertadas.

Em Outubro de 1944, após as palestras proferidas por Mao Zedong nas regiões de Shaanxi, Gansu e
Ningxia, numerosos médicos ocidentais que prestavam assistência aos jovens revolucionários iniciaram a
sua aprendizagem de acupunctura, sendo muitas as áreas de investigação a que se dedicaram. Em Abril de
1945, no Hospital Internacional da Paz, na província de Yunan, inaugurou-se a primeira clínica de
acupunctura da "nova era", com o nome de Clínica Norman Bethuman. Em 1947, na região de Jinan,
publicou-se o "Guia de Acupunctura e Moxibustão" e, em 1948, sob os auspícios do Ministério da Saúde
do Governo Popular da China do Norte, teve início o primeiro curso de acupunctura daquela que em
breve daria origem à actual República Popular da China (RPC).

Como pequenas sementes, todos aqueles acontecimentos contribuíram para a promoção, compreensão e
disseminação das técnicas de acupunctura e moxibustão no mundo ocidental. Após a fundação da RPC,
um dos lemas e preocupações do novo governo foi a integração das medicinas ocidental e tradicional
chinesa, razão porque a partir de Outubro de 1949, marco do início da nova era da acupunctura e
moxibustão, estas técnicas conheceram uma promoção e popularidade sem precedentes.
Assim, em 1951 foi fundada a Clínica Experimental de Acupunctura e Moxibustão, logo a seguir
denominada Instituto de Acupunctura e Moxibustão, o qual deu origem em 1955, à actual Academia de
Medicina Tradicional Chinesa de Beijing. Durante a década de cinquenta, inúmeras organizações e
instituições surgiram por toda a China, quer a nível de municípios e de províncias como de regiões
autónomas, dedicando-se sobretudo a trabalhos de investigação sobre a farmacopeia e medicina
tradicionais, tendo sido criados departamentos de herbologia e de acupunctologia, tanto em comunas
como nos grandes centros urbanos de Beijing (Pequim), Nanjing (Nanquim), Shanghai (Xangai), Xian e
Guangzhou (Cantão).

Até aos nossos dias, a "acupunctura da nova era" passou por três estádios evolutivos. Durante os anos
cinquenta, efectuou-se a sistematização da filosofia da MTC, reavaliaram-se as indicações clínicas da
acupunctura e moxibustão e actualizaram-se os conceitos da acupunctura histórica. Na década de
sessenta, todos os grandes tratados foram profundamente revistos, actualizados e resumidos, estudaram-se
e compararam-se diferentes técnicas em inúmeras patologias, a anestesia com acupunctura ganhou
popularidade e iniciaram-se incontáveis estudos de investigação sobre os possíveis mecanismos de acção
da acupunctura. A partir dos anos setenta, aprofundou-se o estudo da acupunctura analgésica e anestésica,
sendo incontáveis as conclusões surgidas até hoje, no campo da neuroanatomia, da bioquímica, da
fisiologia da analgesia, da anestesiologia, da cirurgia, etc..

Com o início da década de oitenta, pode-se dizer que a acupunctura entrou no seu quarto estádio
evolutivo. Investigadores dos cinco continentes têm estudado atentamente o "fenómeno de propagação
dos estímulos nas sinartérias" (fenómeno jingluo), referenciado por Hwa Tuo há mais de dois mil anos,
sem menosprezar os conceitos clássicos que, sendo ancestrais, se tem comprovado permanecerem actuais.
Embora a substituição total da tradicional "técnica das agulhas" seja muito improvável, numerosos
ensaios clínicos utilizando novos processos de tratamento, nomeadamente pressão digital, estimulação
nervosa transcutânea, microondas e laser, bem como estudos fisiológicos com agatermografia, são
frequentes nos nossos dias.

Disseminação da Acupunctura e Moxibustão pelo Mundo

Actualmente integrando a denominada Medicina Han, a acupunctura foi introduzida na Coreia no ano 541
da Era Cristã, tendo-se conferido o primeiro título de professor em acupunctura em 693. Ainda durante o
reinado dos Jin, foi introduzida no Japão, tendo o governo chinês oferecido ao Mikado, em 552, o
"Grande Tratado de Acupunctura".

No decurso do século VII, numerosos médicos japoneses foram enviados para a China, com objectivo de
se familiarizarem e de aprofundarem os seus conhecimentos e com a finalidade de mais tarde se adoptar o
sistema médico chinês da Dinastia Tang, tal como foi decretado em 702. A partir de então tornou-se
obrigatório o estudo da acupunctura em todas as escolas médicas do país e a MTC no Japão passou a ser
conhecida como Medicina Kampo.

Com o intercâmbio cultural entre a China e os países do Sudeste Asiático, a acupunctura espalhou-se
rapidamente por todo o continente asiático. No século XVI, durante o reinado dos Ming, a acupunctura foi
introduzida na Europa, tendo a França desempenhado um papel fundamental na sua disseminação e
aceitação pelo mundo. Após a fundação da RPC (1 de Outubro de 1949) e devido aos acordos de
cooperação sino-soviéticos, a acupunctura foi introduzida em todos os países de ideologia comunista.

Com a acção dinamizadora dos líderes Mao Zedong e Hwa Kofeng, e após três séculos de estagnação e
proibicionismo, a acupunctura readquiriu a sua merecida dignidade, sendo actualmente os institutos de
acupunctura da Academia de Beijing e dos Colégios de Medicina Tradicional de Nanjing e de Shanghai,
os grandes mestres do ensino da acupunctura em todo o mundo.

Em finais da década de setenta, sob o lema da "saúde para todos no ano 2000", a Organização Mundial de
Saúde começou a patrocinar cursos de acupunctura e moxibustão para a médicos estrangeiros, tendo-se
até hoje graduado mais de dez mil acupuncturistas com formação básica em "medicina científica
ocidental".

Finalizando, e para confirmar o apogeu que a acupunctura atingiu antes do término do século XX,
paralelamente ao aparecimento de algumas instituições idóneas para formação de técnicos acupunctores e
de médicos acupuncturistas, integrando escolas e universidades de renome internacional, fundaram-se a
Associação Chinesa de Acupunctura e Moxibustão, em 1979, a Associação Internacional de Médicos
Acupuncturistas, em 1985 (Gotemburgo, Suécia) e, em Novembro de 1987, a Federação Mundial das
Sociedades de Acupunctura.

Sinopse histórica do "Império do Meio" (China)


Sinjantropus 1700000 – 500000 AC
Homem de Pequim 500000 - 250 00 0 AC
Homem de Neanderthal 250000 – 100000 AC
Homo Sapiens 100000 – 25000 AC

Primeiros agricultores 15000 – 5000 AC


… Aparecimento da moxibustão 10000 – 8000 AC
… Aparecimento da acupunctura 8000 – 5000 AC
Primeiras aldeias de agricultores 5000 – 3200 AC
Primeiras cidades da Era do Bronze 2000 – 1000 AC

Dinastia Xia 2205 – 1766 AC


Dinastia Shang (Yin) 1766 – 1122 AC
Dinastia Zhou do Este 1122 – 770 AC
Dinastia Zhou do Oeste 1066 – 221 AC
… Período da Primavera e do Outono 770 – 476 AC
… Período dos Estados Guerreiros 476 – 221 AC
Dinastia Qin 221 – 206 AC
Dinastia Han do Oeste 206 AC – 23 AD
Dinastia Han do Este 25 – 220 AD
Período dos Três Reinos 220 – 265 AD
Dinastia Jin do Este 265 – 316 AD
Dinastia Jin do Oeste 317 – 420 AD
Dinastias Liang do Norte e do Sul 420 – 589 AD
Dinastia Sui 589 – 618 AD
Dinastia Tang 618 – 907 AD
Período das Cinco Dinastias 907 – 960 AD
Dinastia Song do Norte 960 – 1127 AD
Dinastia Jin (Tártara) 1115 – 1234 AD
… Dinastias Liao do Norte e Song do Sul 1127 – 1279 AD
Dinastia Yuan (Mongol) 1280 – 1368 AD
Dinastia Ming 1368 – 1644 AD
Dinastia Qing (Manchu) 1644 – 1911 AD

República da China 1912 – 1949 AD


República Popular da China (Continental) 1949 AD – …
… República da China-Taiwan (Formosa) 1949 AD – …
AC: antes de Cristo; AD: anno domini
CAPÍTULO II - YIN-YANG
"Aqueles que seguirem Tao obterão a
fórmula da juventude eterna e, ainda
que sobrecarregados com o peso dos
anos, serão sempre florescentes"
Huangdi Neijing

Em Huangdi Neijing, as numerosas as referências a Tao (ente supremo da filosofia Taoista, cujo patriarca
foi Lao Tze) raramente aparecem isoladas, mas antes em conjunto com os dois componentes básicos do
universo — Yin e Yang.

Embora desde tempos imemoriais o Paraíso tivesse sido sempre considerado o poder supremo, nunca foi
reconhecido como sendo o criador do universo. No conceito chinês da criação não existe lugar para a
mitologia, tendo-se desenvolvido uma interpretação cosmológica mais científica. Segundo Lao Tze, a
criação teve lugar a partir do "Caos" quando os três elementos primários do universo — força, forma e
substância — se encontravam ainda por dividir. O segundo estádio ou "Grande Princípio", caracterizou-
se pela separação da força, seguindo-se o "Grande Começo" com o aparecimento da forma. Finalmente,
durante o quarto estádio ou estádio da "Grande Homogeneidade", surgiram as coisas ou substâncias
visíveis. Originou-se então o Paraíso, proveniente da ascensão das substâncias puras e leves, tendo as
substâncias mistas e pesadas originado a Terra - Quadro 2.1. Esta divisão das substâncias em
componentes leves e pesados não passa de uma das muitas características de Yin-Yang, o poder dualista
da crença chinesa.

Quadro 2.1 - Estádios da Criação do Universo


Caos Grande Grande Grande
Princípio Começo Homogeneidade

Sendo Yin e Yang os elementos primogénitos do universo, é natural que possuam inúmeras qualidades
sendo, em conjunto, a base de todo o universo, o princípio da criação de todas as coisas, a raiz e a fonte
da vida e da morte.

Yin-Yang, termos cuja tradução fiel é praticamente impossível, são simultaneamente vagos para o
pensamento ocidental e extremamente precisos para a filosofia Taoista, caracterizando Yin toda a
inactividade e Yang todos os princípios activos da existência. A teoria de Yin-Yang representa pois a lei
universal governando os mundos material e imaterial.

Segundo Neijing, o homem divide-se em três grandes regiões — inferior, média e superior —
subdividindo-se cada uma delas num elemento paraíso, terra e homem, os quais se subdividem ainda nos
componentes Yin e Yang ou, por outras palavras, pode-se dizer que o corpo humano é constituído por três
componentes Yin e por três componentes Yang. Uma vez que o tratamento de uma determinada doença ou
orgão dependerá essencialmente da sua localização em determinada parte de Yin ou de Yang, o
conhecimento daquelas subdivisões é muito importante para o diagnóstico e tratamento das diferentes
patologias da MTC.

Para melhor se poder compreender o dualismo Yin-Yang, no quadro 2.2. referem-se alguns dos seus
inúmeros atributos.

Quadro 2.2 - Dualismo Yin-Yang


YIN YANG YIN YANG YIN YANG
Noite Dia Passivo Activo Esquerda Direita
Escuridão Claridade (luz) Negativo Positivo Terra Paraíso (céu)
Inverno Verão Mal Bem Baixo Alto
Frio Calor Água Fogo Pesado Leve
Humidade Secura Lua Sol Anterior Posterior
Interno Externo Morte Vida Inibição Estimulação
Mulher Homem Repressão Liberdade Défice Excesso
Repouso Trabalho Fêmea Macho Contractilidade Expansividade

A interrelação cosmológica de Yin-Yang pode também ser transferida para a estrutura humana. Assim,
considera-se que "Yin activo no interior é o guardião de Yang, e Yang activo no exterior é o regulador de
Yin", razão porque a abordagem holística do corpo humano (o corpo humano como um todo em
permanente sinergismo), estabelece a correspondência de Yin com o seu interior e de Yang com o seu
exterior.

Porém, a correspondência acabada de referir é insuficiente, uma vez que não é possível estabelecer e
compreender o interior (Yin) e o exterior (Yang), ou o inferior (Yin) e o superior (Yang) em termos
absolutos, pois sendo Yin-Yang relativos na essência haverá obrigatoriamente que se dispor de uma
referência ou padrão.

Assim, tal como o tórax (homem-neutro) é superior em relação ao abdómen (Yin-terra-negativo) e inferior
em relação à cabeça (Yang-paraíso-positivo), cada um dos outros segmentos do corpo humano encerrarão
os três elementos principais da filosofia da MTC - terra (Yin), homem (neutro) e paraíso (Yang).

Se a segmentação dos membros superiores e inferiores é fácil (Quadro 2.3), o mesmo não se aplica às
restantes regiões do corpo humano. A cabeça, que na consideração holística do corpo humano é Yang,
subdivide-se em três planos: a) um plano superior, celestial e subtil (Yang), onde se encontram os olhos,
os quais só conseguem apreender o imaterial (luz, cor), sendo incapazes de absorver as substâncias
materiais; b) um plano intermédio, simultaneamente subtil e material (neutro), onde se encontra o nariz, o
qual é capaz de absorver uma parte material do meio ambiente (ar) e de apreender igualmente o subtil e
imaterial (odores); e c) um plano inferior, terrestre e material (Yin), representado pela boca, a qual é capaz
de absorver muitas substâncias materiais (alimentos).

Quadro 2.3 - Segmentação dos membros do corpo humano


Membros Superiores Membros Inferiores
YIN Neutro YANG YIN Neutro YANG
Mão Antebraço Braço Pé Perna Coxa

O tronco, pertencente ao elemento homem (neutro), subdivide-se também em três planos: a) um plano
superior, correspondendo ao tórax (Yang), o qual contém os únicos orgãos animados de um movimento
periódico e ritmado (coração e pulmões), lembrando a revolução dos corpos celestes; b) um plano
inferior, ou abdómen (Yin), correspondendo ao mesogastro, hipogastro, flancos e fossas ilíacas, o qual
contém as vísceras com capacidade de eliminação, devolvendo à terra os produtos não assimilados
(intestinos, rins e bexiga); e c) um plano intermédio (neutro), equivalente ao epigastro e hipocôndrios,
encerrando orgãos cuja principal função é a selecção, transformação e síntese de substâncias materiais
essenciais (estômago, baço/pâncreas e fígado).

Pode-se portanto concluir que cada segmento do corpo humano se divide em três planos, que por sua vez
são constituídos por três elementos básicos. Na verdade, sejam quais forem os planos considerados,
encontrar-se-ão sempre aqueles três elementos essenciais. Os olhos, apreendendo a luz e as cores (céu),
apercebem-se também das formas e do espaço (terra), efectuando a síntese (homem) das suas percepções
(identificação). A boca, recebendo os alimentos (terra), apreende neles o gosto (céu) e efectua a síntese
(homem) do alimento, que depois de identificado é absorvido ou rejeitado. O pulmão, orgão de natureza
Yin e pertencendo a uma região Yang, é igualmente constituído pelos três elementos anteriores: a) o
parênquima pulmonar (céu), em contacto com o ar; b) os vasos sanguíneos (terra); e c) a região alvéolo-
capilar (homem), que efectua as trocas de oxigénio e dióxido de carbono.

A nível do átomo ou da galáxia, do homem ou do universo, da saúde ou da doença, a matéria reduz-se


única e exclusivamente à tríade positivo  neutro  negativo. Os exemplos anteriores reflectem a razão
porque foi possível aos chineses, desde tempos imemoriais, interpretar, desenvolver e aprofundar uma
teoria que só neste século a medicina científica ocidental reconheceu e desenvolveu: inicialmente a) a
Tríade Ecológica de Saúde (agente causal  ambiente  homem); e recentemente b) o Modelo
Plurietiológico, o qual considera as interrelações ecológicas (biofísicas e sociais), fisiológicas e
psicológicas (factores de risco exógenos  homem  factores de risco endógenos).

Yin e Yang constituem pois os pratos de uma balança cujo fulcro é o homem, sendo o seu equilíbrio
harmonioso indispensável à existência da humanidade. Tudo o que estiver relacionado com Yin-Yang
implica indivisibilidade, interdependência e interrelacionamento, factores que norteiam a liberdade de
Lao Tze e a metafísica de Chuang Tze.
Correspondendo respectivamente aos "Shiva" e "Shakti" do Hinduísmo, os termos Yin-Yang representam
ainda as divisões e complexidades da Existência, tal como refere Lao Tze no seguinte estrato de "Tao Teh
Jing" :

"Tao era no princípio o Inominado;


Tao era a Virtualidade, a Via, a Norma de todo o vir-a-ser.
Forma sem forma, imagem sem imagem,
Tao incriado, era das formas e das imagens a Possibilidade.
Quem O olhasse não O veria; alguém que O escutasse não O ouviria.
Ele é, nas paragens ignotas do mistério, a Confusão!
É o não-Ser, o nada-Positivo, a Origem, a Razão e a Verdade.
Ponto incoactivo do porvir, da existência a Condição.
Para além do tempo, Tao é Virtualidade,
Para os seres, nos tempos, é a Virtude, o Mistério dos mistérios!
Tao é o Nada e a Existência, é vivido sonho no meio da ilusão,
De Yin-Yang modelado pela norma eterna e universal.
É a ilusão palpável e viva, é a ilusão sentida;
É do Tudo e do Nada a realidade;
É o não-Ser em ser, o Nada em vida!
Tao é vácuo, omnipotente e omnipresente,
É a forma e a vida que tomaram céu e terra,
E tudo quanto este binómio encerra:
Forma fugaz, ilusória e impermanente;
Vida de sonho, transitória e irreal;
Aspectos vãos de Yin-Yang alternantes, dando aos seres
Reflexos fugitivos, de Existência efectiva e nominal!
Tudo é Tao e tudo é um na evolução universal.
Nenhum ente senão Tao sustem a vida.
Vede a terra e os astros, o raio e a luz, a tempestade e a aurora,
Tudo o que vai pela existência fora, como em uma alma só se continua!
Essa alma é Tao, a alma universal;
Da vida a eterna fonte, una na essência e múltipla na aparência
Das formas vãs em que se gera o Mal.
Tao bom, liberal, benemérito, como a água,
Humilde se conforma a toda a posição e toda a forma.
Tao, é dos seres o grande senhor.
Ele é a eterna norma, a luz da vida consumada,
É o mar e o navegante;
Tao é vida e também o viandante,
Tao é Tudo e também a expressão do Nada."

Constituindo o substrato de todas as transformações e transmutações, Yin e Yang são simultaneamente


antagónicos e sinérgicos, não podendo contudo existir isoladamente.

Tal como a água (Yin) e o fogo (Yang) são neutros em si próprios, todas as coisas podem ser boas ou más,
com efeitos relativamente benéficos ou deletéricos, os quais dependem unicamente do seu dualismo
relativo. Yin-Yang representam pois a singularidade e a complexidade das coisas interdependentes e
interactuantes.

Também ao ritmo circadiano se pode aplicar a "Teoria da Harmonia Taoista dos Opostos", pois Yin-Yang
não são estáticos, encontrando-se em permanente movimento. Como à noite (Yin) sucede o dia (Yang),
também ao dia se segue a noite - Figura 2.1.
Figura 2.1 - Nictemera e Yin-Yang

As considerações anteriores permitem compreender o dinamismo binário da sucessão Yin-Yang como


princípios opostos e alternantes, interdependentes, interactuantes e de suporte recíproco, dentro da
estrutura ternária céu-homem-terra - Figura 2.2.

Figura 2.2 - Yin-Yang

Yin-Yang imutável Yin-Yang mutante


e absoluto e relativo

A forma e natureza de Yin-Yang podem ainda ser representadas pelo Tai Ji, o qual é alternadamente claro
e escuro, contráctil e expansivo, inactivo e activo - Figura 2.3. O término e o começo são indistintos nas
suas origens, pelo que o início de uma coisa pode ser considerado o fim de outra, ou o fim de uma coisa a
origem da seguinte. São pois indistintos mas bem delimitados.

Figura 2.3 - Tai Ji

Podendo representar a inofensividade ou a inocência, a agressividade ou o sofrimento, Tai Ji simboliza a


unidade primordial, cuja interacção dos seus elementos é responsável por todos os fenómenos do
universo. Em conjunto, os dois elementos da unidade primordial e todas as combinações possíveis da sua
interacção constituem o Pa Kua - Figura 2.4.

Figura 2.4 - Pa Kua

Segundo a MTC, cada orgão ou tecido, independentemente da sua natureza Yin ou Yang, é constituído por
um elemento Yin e um elemento Yang. Enquanto que as estruturas histológicas e as substâncias orgânicas
são Yin, as actividades funcionais (fisiologia) pertencem ao elemento Yang. Do mesmo modo, qualquer
situação patológica é sempre resultado de uma rotura do equilíbrio harmonioso Yin-Yang, quer seja por
excesso (shi) ou por défice (xu) de qualquer um daqueles elementos - Figura 2.5.
Figura 2.5 - Síndromes Shi e Xu

: nível de equilíbrio harmonioso


A: síndrome de calor B: síndrome de frio
: excesso primário : défice primário
: excesso secundário : défice secundário

Shi (excesso) e Xu (défice) representam dois princípios gerais da MTC, extremamente importantes para o
diagnóstico diferencial. Enquanto que o último representa geralmente uma hipofunção, um défice
orgânico ou uma resistência corporal diminuída, os síndromes shi estão de um modo geral relacionados
com uma hiperfunção, ou traduzem a existência de factores etiológicos exógenos, numa fase em que os
mecanismos de defesa do organismo ainda não se encontram diminuídos.

Ritmo Circadiano

O ritmo do dia e da noite, nictemera, ou ritmo circadiano, faz parte da cronobiologia e estuda os ritmos
biológicos e as variações fisiológicas do organismo em função das horas do dia. Em MTC, cada ciclo
biológico é constituído por doze horas, correspondendo cada um dos períodos (horas) da nictemera
chinesa a duas unidades horárias "ocidentais" - Figura 2.6.

Figura 2.6 - Ritmo Circadiano

A: Fei-pulmão (Shou Taiyin) G: Pangguang-bexiga (Zu Taiyang)


B: Dachang-cólon (Shou Yangming) H: Shen-rim (Zu Shaoyin)
C: Wei-estômago (Zu Yangming) I: Xinbao-pericárdio (Shou Jueyin)
D: Pi-baço (Zu Taiyin) J: Sanjiao-triplo aquecedor (Shou Shaoyang)
E: Xin-coração (Shou Shaoyin) L: Dan-vesícula (Zu Shaoyang)
F: Xiaochang-intestino (Shou Taiyang) M: Gan-fígado (Zu Jueyin)
: Nictemera ocidental : Nictemera da MTC
: Sentido do fluxo de Qi nos Jingluo (sinartérias)

Cada sinartéria específica terá assim, em condições de normofunção, períodos de hiperactividade,


hipoactividade e inactividade, os quais regulam e influenciam a circulação de energia vital (qi).

Ao primeiro intervalo da nictemera chinesa, entre as 23 e a 1 hora, corresponde o período de


hiperactividade do Zu Shaoyang (Yang menor do pé), ou meridiano Dan-vesícula, e ao intervalo seguinte
corresponde o período de actividade máxima do Zu Jueyin (Yin absoluto do pé), ou meridiano Gan-
fígado, o que justifica, por exemplo, as perturbações do sono nos indivíduos com problemas hepáticos
e/ou vesiculares.
Ao terceiro intervalo, entre as 3 as 5 horas, corresponde a máxima actividade do Shou Taiyin (Yin maior
da mão), ou meridiano Fei-pulmão, o que permite explicar a maior frequência de crises asmáticas durante
este período. O Shou Yangming (Yang da luz solar da mão), ou meridiano Dachang-cólon, encontra-se
hiperactivo no quarto intervalo da nictemera chinesa, entre as 5 e as 7 horas, razão porque neste período
se verifica a maior utilização matinal dos sanitários (os chineses iniciam geralmente as suas actividades
diárias por volta das 5-6 horas da manhã).

Durante o quinto intervalo, o Zu Yangming (Yang da luz solar do pé), ou meridiano Wei-estômago, está
hiperactivo, sendo este o intervalo ideal para a ingestão alimentar, razão porque inúmeros nutricionistas
recomendam um pequeno almoço abundante para a prevenção das crises hipoglicémicas, mais frequentes
entre as 9 e as 11 horas, ou seja, durante o período de maior actividade do Zu Taiyin (Yin maior do pé) ou
meridiano do Pi-baço / pâncreas.

Às 11 horas inicia-se o período mais activo do Shou Shaoyin (Yin menor da mão), ou meridiano Xin-
coração, pelo que as perturbações do comportamento terão a sua maior expressividade durante o sexto
intervalo da nictemera chinesa. O Shou Taiyang (Yang maior da mão), ou meridiano Xiaochang-intestino
delgado, estará hiperactivo entre as 13 e as 15 horas, sendo este o período ideal para a assimilação dos
nutrientes essenciais.

O nono intervalo será o período mais activo do Zu Taiyang (Yang maior do pé), ou meridiano
Pangguang-bexiga, muito importante para a distribuição dos fluidos corporais. Assim, a desregulação
naquela distribuição pode originar a deplecção de fluidos ou, pelo contrário, a sua acumulação em
determinadas regiões, conduzindo esta ao aparecimento de edemas. Entre as 17 e as 19 horas, ou período
Zu Shaoyin (Yin menor do pé), ocorrerá a "actividade suprarrenal-gónadas" caracterizada pela maturação
Shen-rim que habitualmente antecede o coito ou qualquer outra actividade sexual.

Durante o décimo primeiro intervalo estará activo o Shou Jueyin (Yin absoluto da mão), ou meridiano
Xinbao-pericárdio, sendo o período de maior vulnerabilidade cardíaca. Finalmente, entre as 21 e as 23
horas, com a hiperactividade do Shou Shaoyang (Yang menor da mão), ou meridiano Sanjiao-triplo
aquecedor, surge o último intervalo da nictemera chinesa, e com ele a maior parte das manifestações de
disfunção parassimpática.

No tratamento de doenças graves ou de doenças crónicas, devem considerar-se os períodos de maior


actividade dos meridianos, de modo a facilitar-se a regularização funcional dos respectivos zang-fu.

Assim, um indivíduo com síndrome shi (de excesso) do Dan-vesícula, que apresente, por exemplo,
perturbações do sono, irritabilidade fácil, taquicardia, cefaleias e perturbações digestivas, deverá ser
tratado durante o primeiro intervalo da nictemera chinesa, pois será o período ideal para a "dispersão"
(redução do excesso) do referido meridiano. Se o quadro clínico apresentado sugerir a existência de um
síndrome xu, deverá efectuar-se a "tonificação" (atenuação do défice) do mesmo meridiano. Caso não seja
possível fazer-se acupunctura naquele período (entre as 23 e a 1 hora), esta poderá ser efectuada no
intervalo oposto, ou seja, entre as 11 e as 13 horas, período em que a tonificação do Xin-coração exercerá
um efeito dispersante sobre o Dan-vesícula.

A estratégia alternativa acabada de referir tem como base a relação cronobiológica inter-sinartérias e pode
ser utilizada no tratamento de todas as patologias, directa ou indirectamente relacionadas com os
diferentes zang-fu.
CAPÍTULO III - WU XING
"Vede a terra e os astros,
o raio e a luz,
o sol e a lua,
a tempestade e a aurora,
tudo o que vai pela existência fora,
como em uma alma só se continua!"
Tao Teh Jing

Embora alguns autores questionem a origem da "Teoria dos Cinco Elementos", alguns dos quais a
relacionam com o Hinduísmo, ela é sem dúvida alguma oriunda da China e surgiu por volta do ano 500
AC. Tendo surgido como uma tentativa de interpretação das capacidades de adaptação do homem ao seu
meio ambiente, aquela teoria procurou estabelecer a correspondência e interdependência entre homem e
natureza, bem como classificar e sistematizar em diferentes categorias todos os fenómenos naturais.
Segundo Tao, também os elementos primários da natureza (terra, metal, água, madeira e fogo) resultaram
da divisão de Yin-Yang - Figura 3.1.

Figura 3.1 - Wu Xing: os cinco elementos

Ta - Terra: domina os pi-baço/pâncreas e wei-estômago


Ml - Metal: domina os fei-pulmão e dachang-colon
Aa - Água: domina os shen-rim e pangguang-bexiga
Ma - Madeira: domina os gan-fígado e dan-vesícula
Fo - Fogo: domina os xin-coração e xiaochang-intestino
e os xinbao-pericárdio e sanjiao-triplo aquecedor
══ : interpromoção ou criação
─── : subjugação ou interacção e hiperacção sinérgica
- - - - : antagonismo

Sendo o homem um dos produtos da natureza, fruto da Terra e do Paraíso e resultado da interacção Yin-
Yang, compreende-se e aceita-se a sua íntima relação com os Cinco Elementos, embora dependente de
factores naturais tais como as condições climatéricas e geográficas, as estações do ano, etc..

Para melhor compreensão da inter-relação entre Yin-Yang e os Cinco Elementos, e destes com o homem e
a natureza, no quadro 3.1 referem-se algumas das suas inúmeras correspondências.

Quadro 3.1 - Relação entre Yin-Yang, Wu Xing, Homem e Natureza


Madeira Fogo Terra Metal Água
h Zang Gan-fígado Xin-coração Pi- Fei-pulmão Shen-rim
o baço/pâncreas
m Fu Dan-vesícula Xiaochang- Wei-estômago Dachang- Pangguang-
e intestino cólon bexiga
m Orgão dos Olhos Língua Boca Nariz Ouvidos
sentidos
Tecido Tendões e Vasos Músculos Pele e cabelos Ossos
ligamentos sanguíneos
Excreção Lágrimas Suor Saliva Expectoração Urina
Emoção Agressividade, Alegria e Meditação e Melancolia e Receio, angústia
ódio e cólera mania obsessão tristeza e ansiedade
Som Grito Riso Canto Choro Suspiro
n Estação do Primavera Verão Verão terminal Outono Inverno
a ano
t Ponto Este Sul Centro Oeste Norte
u cardeal
r Condição Vento Calor Humidade Secura Frio
e climática
z Cor Verde Vermelho Amarelo Branco Preto
a Sabor Ácido Amargo Doce Picante Salgado
(pungente)
Odor Lascivo Queimado Fragrância Rançoso Pútrido
(caprino)
Processo Germinação Crescimento Transformação Colheita Armazenamento
Planeta Júpiter Marte Saturno Vénus Mercúrio
Número 3e8 2e7 5 e 10 4e9 1e6
Yang │ Yin

A ordenação dos cinco elementos varia segundo a enumeração inicial, originando-se e destruindo-se
reciprocamente de modo a que o equilíbrio harmonioso Yin-Yang seja mantido permanentemente.

Figura 3.2 - Wu Xing: ciclos da criação e da subjugação

── : ciclo da criação
- - - : ciclo da subjugação

De acordo com Huangdi Neijing, a interacção essencial ao equilíbrio entre os Cinco Elementos pode ser
dividida em dois ciclos básicos, tal como a figura 3.2 permite objectivar:

a) o ciclo da criação ou da inter-promoção, implica origem e crescimento, e cada elemento individual é


simultaneamente induzido (consequência) e indutor (causa) de outro. Em MTC, esta relação de
causalidade é conhecida como "relação mãe-filho" e a sua sequência normal é a seguinte:

Metal → Água → Madeira → Fogo → Terra → Metal ...


ciclo constante e interminável: o elemento Metal origina a Água,
o elemento Água origina a Madeira, o elemento Madeira origina o Fogo,
o elemento Fogo origina a Terra, o elemento Terra origina o Metal, e
assim sucessivamente

b) o ciclo da subjugação ou da interacção, implica controlo e cada elemento actua como controlador,
sendo simultaneamente subjugado por outro. A sua sequência é a seguinte:

Metal → Madeira → Terra → Água → Fogo → Metal ...


ciclo constante e interminável: o elemento Metal subjuga a Madeira,
o elemento Madeira subjuga a Terra, o elemento Terra subjuga a Água,
o elemento Água subjuga o Fogo, o elemento Fogo subjuga o Metal, e
assim sucessivamente
Nenhum dos ciclos anteriores pode existir de modo independente, e embora diferentes são
imprescindíveis tanto à manutenção da saúde como ao aparecimento, crescimento e morte de tudo o que
constitui a existência.

Ainda segundo Huangdi Neijing, com o aparecimento de excessos ou défices no ciclo da subjugação,
surgirão fenómenos anormais responsáveis pelo desequilíbrio na "inter-relação homem-natureza", os
quais constituem basicamente: o a) o ciclo da hiper-acção sinérgica em que o Metal destrói a Madeira, a
Água extingue o Fogo, a Madeira penetra a Terra, o Fogo dissolve o Metal e a Terra absorve a Água; e o
b) ciclo da hiper-acção antagónica em que o Metal abafa o Fogo, a Água inunda a Terra, a Madeira
destrói o Metal, o Fogo evapora a Água e a Terra extermina a Madeira - Figura 3.3.

Figura 3.3 - Wu Xing: ciclos das hiperacções, sinérgica e antagónica

── : ciclo da hiperacção sinérgica


- - - : ciclo da hiperacção antagónica

Quando um elemento pertencente a determinada estação do ano se encontra no seu apogeu (na primavera
será a madeira), o elemento relacionado com a estação anterior (no inverno será a água) estará em
expansão, o elemento da estação seguinte (no verão será o fogo) estará em declínio e o elemento seguinte
(será a terra, relativamente aos exemplos anteriores) ficará eclipsado temporariamente.

Com base na teoria Wu Xing, a MTC estabeleceu a relação homem-natureza e estudou a "fisiopatologia"
dos zang-fu. Quando determinado zang ou fu é afectado por um desequilíbrio, outros orgãos e vísceras
podem ser também atingidos, podendo a patologia disseminar-se ou mudar de características clínicas.
Assim, por exemplo, se o Fei-pulmão for influenciado de um problema originário do Pi-baço/pâncreas, a
doença será referida como "mãe afectando o filho", tal como se referiu anteriormente a propósito da
relação de causalidade no ciclo da criação. Porém, se o mesmo zang sofrer a influência de uma alteração
do Shen-rim, então será "o filho a afectar a mãe".

Considerando as doenças pulmonares, estas podem ser devidas a várias causas, como por exemplo
problemas cardíacos ou disfunção hepática. No primeiro caso existirá uma hiper-acção sinérgica do Fogo
(coração) em relação ao Metal (pulmão), enquanto que na segunda hipótese a relação causal pode ser
estabelecida com base numa hiper-acção antagónica na relação Metal-Madeira.

Quando surgir uma tonalidade cutânea amarelo-esverdeada, associada a desejos de ingestão de alimentos
ou de bebidas ácidas, a primeira suspeita de diagnóstico deverá recair numa hepatopatia. Se o sinais e
sintomas anteriores ocorrerem na primavera, principalmente durante períodos ventosos, maior será a
hipótese de desequilíbrio no Zu Jueyin (meridiano Gan-fígado).

Se um doente com problemas cardíacos apresentar cútis escura e alterações na coloração e volume
urinários, muito provavelmente a patologia cardíaca será devida a hiper-acção sinérgica do elemento
Água (rim) relativamente ao elemento Fogo (coração).

Na prática clínica, as teorias Yin-Yang e Wu Xing complementam-se, não devendo ser dissociadas, tanto
na interpretação da etiopatogenia das doenças, como nas metodologias de diagnóstico e de orientação
terapêutica. Presentemente, a teoria dos Cinco Elementos é pouco utilizada como método exclusivo de
diagnóstico e de selecção de pontos de acupunctura.
CAPÍTULO IV - ESSÊNCIAS ORGÂNICAS

"Todo o nascimento é uma condensação,


toda a morte uma dispersão da matéria.
O nascimento não é um ganho,
a morte não é uma perda...
Condensada a matéria, sobrevem um ser,
rarefeita, será o substrato das mutações."
Nan Hua Jing

Essência vital (qi), sangue e fluidos orgânicos, são as substâncias fundamentais para as actividades
fisiológicas dos zang-fu e tecidos corporais.

Segundo a MTC, toda a fisiologia do corpo humano assenta na inter-relação funcional dos jingluo
(sinartérias), zang-fu (orgãos maciços e vísceras ocas), qi (essência e energia vital), sangue, espírito e
fluidos orgânicos.

Qi - Essência Vital

Qi, termo intraduzível do léxico médico chinês, tem como base a filosofia da "Harmonia Taoista dos
Opostos" e pode ser interpretado como função, movimento, tendência e energia.

Existem duas variedades de qi. Enquanto que uma está relacionada com a matéria sem forma e é
responsável pelo aparecimento de determinados sinais e sintomas resultantes da rotura do equilíbrio Yin-
Yang, a outra diz respeito ao aspecto funcional do corpo humano. Existe pois uma dicotomia indivisível
entre matéria e energia. Segundo Huangdi Neijing, substância e função são dois conceitos diferentes mas
intimamente relacionados, não podendo ser dissociados, pois cada função está alicerçada em
determinadas substâncias e certas substâncias específicas interligadas representam uma determinada
função. Na MTC estas duas variantes são os "qi-substância e "qi-função", relacionados respectivamente
com as substâncias nutrientes e as actividades funcionais.

Tudo no universo é constituído por qi, o qual é também a essência base na constituição do corpo humano.
No corpo humano existem diferentes tios de qi, que variam consoante a sua origem, distribuição e
funções - Quadro 4.1.

O Yuan-qi ou Shen-qi, representa a energia base do organismo. Podendo traduzir-se respectivamente por
"qi-origem da vida" e "qi-renal", aqueles termos referem-se ao qi congénito e estão relacionados com o
crescimento e desenvolvimento e, principalmente, com a função reprodutora e o sistema imunológico.

O Zong-qi, "qi-essencial" ou "qi-ancestral", resulta da junção do Qing-qi, fracção límpida do "qi-


atmosférico", com o Fan-qi, ou "qi-essência alimentar". Enquanto que Qing-qi pode ser equiparado ao ar
(oxigénio) que respiramos, o último termo está mais relacionado com os nutrientes alimentares. Segundo
Huangdi Neijing, aquela junção dá-se na região torácica, em shanzhong (Ren 17), ascendendo então o
Zong-qi até à orofaringe e descendo de seguida para a região abdominal. Como principais funções e
atributos referem-se a alimentação dos xin-coração e fei-pulmão, o controlo do coração e a promoção das
funções ascendente e dispersante do pulmão, as quais se podem comparar à capacidade da fala e à
fisiologia da respiração e da circulação no âmbito da medicina ocidental (controlo da respiração e dos
vasos sanguíneos, regulação dos batimentos cardíacos e da circulação sanguínea).

Quadro 4.1 - Principais tipos de Energia Vital - Qi.


Qi Congénito Qi Adquirido
Yuan-qi (qi origem da Zong-qi (qi essencial)
vida) Ying-qi (qi nutriente)
Wei-qi (qi defensivo)

O Ying-qi, ou "qi-nutriente", proveniente de nutrientes essenciais, circula com o sangue dentro dos vasos
sanguíneos e tem como principais funções a formação e transformação do sangue, coadjuvando-o ainda
na nutrição dos tecidos do organismo. Pode ser comparado ao soro, plasma e elementos figurados do
sangue, da medicina ocidental.
O Wei-qi, ou "qi-defensivo", proveniente dos nutrientes essenciais, alguns dos quais são transportados
pelos alimentos, aquece e alimenta os músculos e tecido celular subcutâneo, regula a abertura das
porosidades, protege e humedece a pele e os cabelos e defende o organismo contra a invasão dos agentes
patogénicos exógenos. Não circula dentro dos vasos sanguíneos. Está parcialmente relacionado com a
imunidade adquirida.

O Zhen-qi, ou "qi-genuino", é uma variante do Ying-qi e está sobretudo relacionado com a imunidade
congénita e adquirida. Também denominado "qi antipatogénico", circula nos meridianos yang durante o
período diurno e nos meridianos yin no período nocturno da nictemera chinesa.

De todos os tipos de qi, o mais importante é o Yuan-qi, o qual constitui a fonte de excitação de orgãos e
tecidos do organismo sendo também a energia de suporte da vida de cada indivíduo.

Dependendo da sua localização, o Yuan-qi subdivide-se ainda em: a) zangfu-qi, que representa a
actividade fisiológica dos diferentes orgãos e vísceras, e b) jingluo-qi, relativo às funções de transporte
das sinartérias.

Qi e Sangue

Na MTC o conceito de sangue é bastante mais vasto que na medicina científica ocidental, sendo também
considerado uma "força" e um nível de actividade orgânica, suportadas pelos nutrientes alimentares.
Segundo Huangdi Neijing, os alimentos são digeridos e absorvidos pelos pi-baço e wei-estômago e os
seus nutrientes transformados e transportados para os xin-coração e fei-pulmão. Nestes zang-fu,
pertencendo respectivamente aos zhongjiao e shangjiao ("aquecedor intermédio" e "aquecedor superior"),
o sangue é manufacturado a partir daqueles nutrientes e do qi proveniente dos pulmões (oxigénio).

Qi e sangue estão intimamente relacionados e, tal como na Teoria Yin-Yang, na ausência de um deles o
outro não pode existir. Qi pertence ao elemento yang e o sangue ao elemento yin - Figura 4.1.

Figura 4.1 - Qi e Sangue na forma de Yin-Yang.

De acordo com a filosofia da MTC, qi comanda o sangue e este é o substrato daquele. Enquanto que o
sangue depende de qi para a sua formação, a vitalidade deste depende do poder nutritivo daquele.

Clinicamente, um síndrome qi-xu (défice de qi) origina invariavelmente sangue-xu, e um défice de sangue
resulta sempre em défice de qi. Do mesmo modo, uma estagnação de qi acarreta geralmente estagnação
de sangue, e uma diminuição na velocidade de circulação do sangue origina fenómeno idêntico na
circulação de qi.

O shen-rim produz e armazena essência vital (qi), ou essência renal, a qual produz a medula óssea, que
por sua vez origina o sangue. Os pi-baço e wei-estômago digerem e absorvem os nutrientes essenciais dos
alimentos que, depois de transportados aos xin-coração e fei-pulmão são transformados em sangue. A
essência renal do shen-rim, promove as funções yun-hua (transporte e transformação) dos pi-baço e wei-
estômago e reforça as funções de transformação dos xin-coração e fei-pulmão. O sangue é pois
constituído por qi (Ying-qi) e fluidos corporais, sendo o shen-qi o substrato para a manufactura e
desempenho das funções do sangue. Ainda segundo Huangdi Neijing, a formação e circulação do sangue
dependem de qi, enquanto que a formação e distribuição de qi dependem do sangue.
Essência e Espírito

Na MTC a "essência" pertence ao elemento yin e é a base da concepção, do crescimento, do


desenvolvimento e da sexualidade. A "essência congénita", herdada dos progenitores, nunca pode ser
substituída e determina os padrões individuais dos aspectos acabados de referir. Não podendo ser
substituída, pode contudo ser constantemente reforçada e alimentada pela "essência adquirida". Em
sentido restrito corresponde ao sémen reprodutor e, em sentido amplo, à força motriz do Universo.

O "espírito" pertence ao elemento yang e pode ser equiparado a uma força omnipotente que controla
todas as acções e estados mentais. De um modo geral, pode-se dizer que todas as formas de consciência e
de pensamento são manifestações do espírito.

Fluidos Orgânicos

Na MTC os fluidos orgânicos incluem a saliva, o suor, a urina, as lágrimas e todas as secreções do
organismo. Provêm dos alimentos e bebidas que são ingeridos, absorvidos e transformados, e existem em
todos os interstícios e tecidos do organismo.

Os fluidos jing, límpidos e finos, pertencem ao elemento yang e aquecem e alimentam os músculos e as
membranas dos orifícios dos órgãos dos sentidos e dos orgãos excretores, e humedecem a superfície
corporal.

Os fluidos ye, turvos e espessos, pertencem ao elemento yin e permeiam o cérebro e os órgãos internos e
lubrificam os ossos, articulações e todos os orifícios orgânicos.
CAPÍTULO V - ZANG−FU

O termo zang-fu não abarca unicamente as estruturas anatómicas da Medicina Hipocrática, uma vez que
também pretende traduzir, filosoficamente, as funções fisiológicas do organismo. Se não se compreender
e interpretar correctamente o conceito zang-fu, qualquer tentativa terapêutica com os métodos tradicionais
− ervanária, qicong, acupunctura e moxibustão − terá grandes probabilidades de fracassar.

Zang-fu é um termo semi-abstracto e complexo que interrelaciona as funções dos diferentes órgãos e
sistemas do organismo. Pode não corresponder inteiramente às estruturas anatómicas da medicina
ocidental, tal como acontece com o sanjiao, ou "triplo aquecedor", que representa a generalização das
funções dos zang-fu localizados nas três regiões do tronco. Por esta razão, nunca se devem referir
unicamente como pulmão ou coração, mas serem sempre precedidos da respectiva terminologia chinesa
(pinyin), como por exemplo, para os órgãos acabados de mencionar, fei-pulmão e xin-coração − Quadro
5.1.

Quadro 5.1 - Zang-fu: classificação e terminologia.


ZANG – Yin FU – Yang
= Órgãos = = Vísceras =
Gan - fígado Dan - vesícula biliar
Xin - coração Xiaochang - intestino
Pi - baço e pâncreas delgado
Fei - pulmão Wei - estômago
Shen - rim Dachang - intestino grosso
Xinbao - pericárdio Pangguang - bexiga
Sanjiao - "triplo aquecedor"

De acordo com as suas funções, os zang (órgãos maciços) pertencem ao elemento yin e os fu (vísceras
ocas) ao elemento yang:

a) os zang (yin) produzem e armazenam as substâncias essenciais (essência vital, energia vital, sangue e
fluidos orgânicos), e
b) os fu (yang) recebem, digerem e absorvem as substâncias essenciais, e transportam e eliminam os
excreta (fezes, urina, expectoração, etc.).

Segundo a abordagem holística do corpo humano, entre os zang-fu existe uma inter-relação específica de
pares (cada zang relaciona-se interna-externamente com um fu específico), estrutural e funcionalmente, e
uma inter-relação colectiva (todos os zang e fu estão relacionados uns com os outros).

As inter-relações acabadas de mencionar verificam-se não só a nível dos zang-fu, como entre estes e os
"cinco orgãos dos sentidos" − olhos, língua, boca, nariz e ouvidos − e de todos os anteriores com os
"cinco tecidos orgânicos" − tendões, vasos sanguíneos, músculos, pele e cabelos.

Para que melhor se compreenda a relação existente entre as terminologias da MTC e da Medicina
Hipocrática, no quadro seguinte apresentam-se as correspondências possíveis entre os diferentes órgãos,
aparelhos e sistemas − Quadro 5.2.
Quadro 5.2 - Correspondências entre os Zang-Fu e os orgãos, aparelhos e sistemas da Medicina
Hipocrática.
Zang-Fu Jingluo Correspondência
(órgãos e vísceras) (sinartérias)
Yin (Zang):
Gan-fígado Zu Jueyin Fígado; vascularização hepática; metabolismo hepático.
Xin-coração Shou Shaoyin Bomba cardíaca (músculo e câmaras); tensão arterial.
Pi-baço/pâncreas Zu Taiyin Sistema linfóide; pâncreas endócrino, secretor de insulina (ilhéus
de Langerhans).
Fei-pulmão Shou Taiyin Parênquima pulmonar; brônquios; traqueia; irrigação sanguínea
e aérea dos pulmões.
Shen-rim Zu Shaoyin Glândula supra-renal, secretora de adrenalina, cortisona e
hormonas sexuais.
Xinbao-pericárdio Shou Jueyin Pericárdio; circulação sanguínea.
Yang (Fu):
Dan-vesícula Zu Shaoyang Vesícula biliar; canais cístico, hepático e colédoco.
Xiaochang-intestino Shou Taiyang Jejuno e íleo.
Wei-estômago Zu Yangming Glândulas salivares; esófago; estômago; duodeno; pâncreas
exócrino, secretor de pancreatina.
Dachang-cólon Shou Cólon ascendente, transverso e descendente; ampola rectal e
Yangming ânus.
Pangguang-bexiga Zu Taiyang Rins; ureteres; bexiga; uretra.
Sanjiao-triplo Shou Representa a generalização das funções de todos os zang-fu
aquecedor: Shaoyang localizados no tronco:
− shangjiao “aquecedor superior”, representa a fisiologia dos órgãos da
cavidade torácica
− zhongjiao “aquecedor intermédio”, representa a fisiologia dos órgãos
intraperitoneais
− xiajiao “aquecedor inferior”, representa a fisiologia dos órgãos
extraperitoneais

GAN-fígado e DAN-vesícula biliar

Estão relacionados interna-externamente e pertencem ao elemento madeira. Abrem nos olhos, controlam
os tendões e os ligamentos, e o seu estado de desequilíbrio reflecte-se sobretudo nas unhas. O
restabelecimento do equilíbrio yin-yang, faz-se essencialmente através dos zu jueyin e zu shaoyang.
Relacionam-se ainda com a primavera, o vento, a agressividade, o ódio e a cólera e com os odores
lascivos - Quadro 3.1.

As principais funções do gan-fígado são: a) o armazenamento de sangue, durante o repouso do


organismo; b) a regulação do volume de sangue circulante, de acordo com as necessidades fisiológicas; c)
a promoção das funções vitais, garantindo a manutenção da livre circulação de qi; d) a produção de bile;
e) o controlo dos tendões, garantindo a sua contracção e relaxamento normais; e f) a garantia das funções
oculares.

As principais funções do dan-vesícula são o armazenamento e a excreção de bile, garantindo a digestão


dos alimentos.

Segundo Huangdi Neijing, gan e dan são os principais responsáveis pela livre circulação de energia vital
(qi), a qual facilita o equilíbrio funcional de todos os zang-fu e jingluo, principalmente as funções yun hua
dos pi-baço e wei-estômago.

O gan relaciona-se ainda com as emoções, principalmente com a depressão, o ódio e a cólera. Não só
eventuais episódios de cólera ou de depressão, enfraquecem o gan e a circulação normal de qi, como
desequilíbrios primários deste zang acompanham-se geralmente de perturbações emocionais, sobretudo
cólera e depressão mental.
Embora todos os zang-fu exerçam alguma influência nos orgãos da visão, as funções oculares dependem
essencialmente da normalidade funcional do gan (equilíbrio yin-yang), uma vez que este zang não só
armazena o sangue, como as suas sinartérias comunicam directamente com os olhos.

XIN-coração e XIAOCHANG-intestino delgado

Estão relacionados interna-externamente e pertencem ao elemento fogo. Abrem na língua, controlam os


vasos sanguíneos, e o seu estado de desequilíbrio reflecte-se sobretudo na face. O restabelecimento do
equilíbrio yin-yang, faz-se essencialmente através dos shou shaoyin e shou taiyang. Relacionam-se ainda
com o verão, o calor, a alegria e com o sabor amargo - Quadro 3.1.

As principais funções do xin-coração são: a) o controlo do sangue e dos vasos sanguíneos; b) a regulação
da actividade cardíaca; c) a promoção das faculdades mentais e das funções fisiológicas do cérebro; e d) o
controlo da motilidade da língua.

As principais funções do xiaochang-intestino são: a) a recepção e o armazenamento temporário dos


alimentos parcialmente digeridos pelo estômago; b) a digestão e absorção de nutrientes essenciais; e c) o
transporte para o cólon, de alguns produtos resultantes do catabolismo.

Segundo Huangdi Neijing, "o xin-coração domina os vasos sanguíneos, e estes alimentam o espírito", ou
seja, o xin é responsável pelas actividades mentais. O xin-coração é também o principal responsável pela
irrigação adequada de todos os órgãos e tecidos do organismo, ou seja, pela sua nutrição e funcionamento
harmonioso. No que se refere ao órgãos dos sentidos, a actividade funcional do coração pode ser
analisada através da observação da cor, forma, motilidade e capacidades gustativas da língua, pois esta é
"o espelho do coração".

PI-baço e WEI-estômago

Estão relacionados interna-externamente e pertencem ao elemento terra, abrem na boca e controlam os


músculos. O tratamento de desequilíbrios nestes zang-fu, faz-se sobretudo através dos zu taiyin e zu
yangming. Relacionam-se ainda com o período terminal do verão, com a humidade e com a meditação -
Quadro 3.1.

As principais funções do pi-baço/pâncreas são: a) o controlo da boca na recepção dos alimentos; b) a


transformação e o transporte dos nutrientes essenciais dos alimentos (função yun hua); c) o controlo da
circulação sanguínea; d) o domínio dos músculos, através da sua nutrição adequada; e e) o suporte e
suspensão de todos os zang-fu.

As principais funções do wei-estômago são: a) a recepção dos alimentos; e b) a decomposição parcial e


armazenamento temporário dos alimentos, e o seu envio posterior para o intestino delgado.

Segundo Huangdi Neijing, a energia vital do pi-baço mantém todos os órgãos e vísceras nas posições
adequadas. Pi-baço e wei-estômago são a fonte de saúde de todos os organismos vivos e como tal não
devem ser considerados separadamente.

FEI-pulmão e DACHANG-cólon

Estão relacionados interna-externamente e pertencem ao elemento metal. Abrem no nariz, controlam a


superfície corporal, e o seu estado de desequilíbrio reflecte-se sobretudo na pele. O restabelecimento do
equilíbrio yin-yang, faz-se essencialmente através dos shou taiyin e shou yangming. Relacionam-se ainda
com o outono, a secura, a melancolia e com o sabor pungente - Quadro 3.1.

As principais funções do fei-pulmão são: a) o controlo do qing qi e da respiração; b) a recepção da energia


atmosférica; c) a regulação das passagens de água e a promoção do seu metabolismo; e d) o domínio da
superfície corporal.

As principais funções do dachang-cólon são: a) a recepção dos produtos enviados pelo intestino delgado;
b) a absorção da matéria líquida contida nos produtos anteriores; e c) o transporte e eliminação das
excreções sólidas (fezes).
Segundo Huangdi Neijing, "o fei-pulmão domina as funções vitais do organismo". Devido às suas
características descendentes e dispersantes, aquele zang inala qing-qi (qi límpido) e elimina zhu-qi (qi
turvo), contribuindo para a existência de um estado energético equilibrado em todo o organismo.
Enquanto que pela acção dispersante, o fei-pulmão excreta uma parte da água sob a forma de suor, pela
sua acção descendente grande parte dos líquidos corporais são enviados para o shen-rim, sendo depois
excretados pelo pangguang-bexiga, sob a forma de urina. Através daquela acção dispersante dissemina
ainda os nutrientes essenciais, sobretudo alimentares, pela pele e cabelos, e regula o fecho e a abertura
dos poros.

SHEN-rim e PANGGUANG-bexiga

Estão relacionados interna-externamente e pertencem ao elemento água. Abrem no ouvido, controlam a


medula óssea, e o seu estado de desequilíbrio reflecte-se sobretudo nos cabelos. O restabelecimento do
equilíbrio yin-yang, faz-se essencialmente através dos zu shaoyin e zu taiyang. Relacionam-se ainda com
o inverno, o frio, o receio e o terror, com o sabor salgado e o odor pútrido - Quadro 3.1.

As principais funções do shen-rim são: a) o armazenamento de energia vital; b) a produção de medula


óssea; c) o domínio do metabolismo da água; d) a nutrição dos ouvidos em geral e da capacidade auditiva
em particular; e e) o controlo da recepção de qing qi.

Coadjuvado pelo qi-função do shen-rim, as principais funções do pangguang-bexiga são a produção,


armazenamento temporário e eliminação de urina.

Segundo Huangdi Neijing, o shen-rim representa a origem de yin-yang do corpo humano, dominando e
controlando a reprodução, o crescimento e o desenvolvimento de todos os seres vivos. Origina ainda a
medula que alimenta os ossos, que produz o sangue e que enche a cavidade craniana. Em relação à
capacidade auditiva, esta depende da capacidade nutritiva do shen qi.

Em conjunto, fei-pulmão e shen-rim controlam e regulam os fluidos orgânicos. Através da sua acção
descendente, o fei-pulmão envia uma parte dos fluidos orgânicos para o shen-rim, para que este, através
da sua função yang, efectue a separação das fracções límpida e turva daqueles fluidos. Enquanto que a
primeira é retida no organismo, a fracção turva é excretada pela bexiga. A acção combinada daqueles
zang é ainda responsável pela distribuição de qing qi por todo o organismo, sendo o qing qi (qi
atmosférico límpido) inalado pelo fei-pulmão e controlando o shen-rim a sua recepção.

XINBAO-pericárdio e SANJIAO-triplo aquecedor

Estão relacionados interna-externamente. Enquanto que o xinbao-pericárdio tem uma função protectora
específica sobre a bomba cardíaca, o sanjiao-triplo aquecedor é o grande enigma da MTC, pois representa
a "generalização das actividades fisiológicas dos zang-fu" até aqui descritos. O tratamento dos seus
desequilíbrios yin-yang, faz-se sobretudo através dos shou jueyin e shou shaoyang. Xinbao e sanjiao
relacionam-se ainda com o fogo ministerial, ou fogo divinal da Filosofia Taoista.

Segundo Huangdi Neijing, "sanjiao-triplo aquecedor é o fu com nome e sem forma". Funcionalmente
subdivide-se em: a) shangjiao, ou "aquecedor superior", que representa a região torácica e está
relacionado essencialmente com as funções de transporte de qi e sangue pelos xin-coração e fei-pulmão;
b) zhongjiao, ou "aquecedor intermédio", que representa a cavidade abdominal superior e as funções yun
hua dos pi-baço e wei-estômago; e c) xiajiao, ou "aquecedor inferior", que representa a cavidade
abdominal inferior, mais concretamente os órgãos extraperitoneais, e generaliza as funções dos shen-rim e
pangguang-bexiga relativas ao metabolismo da água.

Órgãos Secundários

De acordo com a MTC, o cérebro e o útero são "órgãos secundários" da estrutura humana, uma vez que
resultaram da ascensão e da descida da essência do shen-rim.

Segundo Huangdi Neijing, a essência do shen-rim produz medula que, depois de ascender, forma o
cérebro, sendo o xin-coração o "guardião do espírito (mente)" e o gan-fígado o responsável pela
manutenção do livre fluxo de essência e energia vital. Assim, estes zang são os principais responsáveis
pela origem e actividades mentais do cérebro, cuja actividade fisiológica respeita sobretudo o pensamento
e a memorização.

Resultante da descida de shen qi, o útero, tem como principais funções a regulação da menstruação e a
nutrição fetal após a concepção. Está relacionado com os shen-rim e gan-fígado, com os doze meridianos
regulares e é a origem dos meridianos "penetrante" (chong mai) e da "concepção" (ren mai). O ren mai
regula as funções de todos os meridianos yin e é responsável pela nutrição fetal, o chong mai regula o qi e
sangue dos doze meridianos regulares. Enquanto que o shen-rim regula o volume do fluxo menstrual e é
responsável pela fecundação e crescimento fetal, o gan-fígado, através das suas funções de
armazenamento de sangue e de regulação do volume de sangue circulante, regula e controla os períodos
menstruais (periodicidade). O ciclo menstrual é ainda influenciado pelo qi e sangue dos doze meridianos
regulares, uma vez que todos eles estão directa ou indirectamente relacionados com o útero.

Zang-Fu e Essências Orgânicas

Embora os zang-fu e órgãos secundários necessitem de todas as essências orgânicas para as suas
actividades fisiológicas, algumas delas estão directamente relacionadas com determinados zang - Quadro
5.3. Não só os desequilíbrios essência orgânica originam perturbações nos zang de que dependem
directamente, como perturbações primárias de um zang se repercutem de imediato nas suas essências
específicas.

Enquanto que os fei-pulmão, gan-fígado e shen-rim, em conjunto controlam, disseminam e armazenam


essência e energia vital, já os gan-fígado e shen-rim estão intimamente relacionados na fisiologia da
sexualidade, mormente na função reprodutiva, através da circulação de qi nas suas sinartérias (zu jueyin e
zu shaoyin), as quais se entrecruzam inúmeras vezes.

Os pi-baço, gan-fígado e xin-coração, estão directamente relacionados com o sangue. Assim, qualquer
distúrbio nesta essência orgânica será causa de desequilíbrio em qualquer daqueles zang.

Quadro 5.3 - Relação funcional entre Zang e Essências Orgânicas.


Essências Zang Funções
Qi Fei-pulmão Controla o qi e a respiração.
Gan-fígado Promove e regula a circulação de qi.
Shen-rim Controla a recepção de qi e armazena essência vital.
Sangue Pi-baço Controla o sangue e a sua circulação nos vasos sanguíneos.
Gan-fígado Armazena sangue e controla o volume de sangue circulante.
Xin-coração Controla o sangue e os vasos sanguíneos.
Água Fei-pulmão Regula as passagens de água e promove o seu metabolismo.
Shen-rim Controla o metabolismo da água.
Espírito Shen-rim Produz medula que ascende e forma o cérebro.
Xin-coração É o guardião do espírito.

Finalmente, xin-coração e shen-rim, localizados nos shangjiao-"aquecedor superior" e xiajiao-"aquecedor


inferior" e pertencendo respectivamente aos elementos fogo e água, são interdependentes na manutenção
das capacidades mentais.
CAPÍTULO VI - FACTORES ETIOLÓGICOS

De acordo com a filosofia Taoista, a saúde é um estado que resulta do equilíbrio harmonioso entre as duas
forças do universo e o corpo humano, ou seja, no processo de saúde-doença, yin-yang constituem os dois
pratos de uma balança cujo fulcro é o homem, e qualquer rotura no equilíbrio yin-yang conduzirá
inevitavelmente ao aparecimento de um "estado de não saúde".

A prevenção das doenças através da promoção da saúde e do tratamento precoce das desarmonias, ocupa
deste tempos imemoriais um papel de relevo na MTC, tal como se infere do seguinte estrato de Huangdi
Neijing: "tratar as doenças após o aparecimento dos sintomas, é como escavar a terra à procura de água
somente quando se tem sede".

Em MTC, a capacidade de defesa do organismo contra a acção dos inúmeros agentes patogénicos deve-se
ao factor antipatogénico, ou qi-antipatogénico, o qual é responsável pela manutenção do balanço relativo
entre o exterior e o interior do corpo humano e, entre este e o meio ambiente.

Sempre que houver perda do equilíbrio harmonioso yin-yang, com preponderância de um ou outro,
surgirão os processos patológicos. Assim, a doença será o resultado da derrota do factor antipatogénico
perante os factores patogénicos.

No processo de saúde-doença, o factor antipatogénico é o elemento-chave para a ocorrência de um estado


de saúde ou de um processo patológico, sendo os agentes patogénicos factores externos ou secundários.

A eficácia da acupunctura e moxibustão não se limita à terapêutica curativa, possuindo também, pelas
suas acções reguladora e revitalizadora de qi-antipatogénico, um papel preventivo inquestionável,
permitindo a manutenção ou o restabelecimento do equilíbrio no corpo humano e entre este e o meio
ambiente.

Existem três grandes grupos de factores patogénicos: a) factores exógenos ("os seis excessos"), b)
factores emocionais ("as sete emoções"), e c) factores heterogéneos ("os seis heterogéneos") – Quadro
6.1.

A análise dos factores patogénicos, com base nas manifestações clínicas é muito importante para o
diagnóstico correcto das diferentes patologias e para as respectivas orientações terapêuticas.

Segundo Huangdi Neijing, "o tratamento deve ser feito com base na diferenciação das síndromes", ou
seja, as causas das doenças devem ser determinadas através do estudo e caracterização dos sinais e
sintomas que constituem os diferentes quadros clínicos, e o tratamento deve ser instituído com base
nessas mesmas causas.

Factores Patogénicos Exógenos

Os factores patogénicos exógenos, ou "seis excessos", são o vento, o frio, o calor estival, a humidade, a
secura e o calor, fogo e aquecimento – Quadro 6.1.

De um modo geral, são factores em relação aos quais o organismo não apresenta capacidade de adaptação
e caracterizam-se essencialmente por:

a) existirem permanentemente no universo,


b) apresentarem predomínio sazonal específico,
c) favorecerem o aparecimento de outros factores patogénicos,
d) invadirem o organismo através dos orifícios orgânicos e da superfície corporal, e
e) darem origem a doenças exógenas que podem evoluir posteriormente para doenças endógenas.
Quadro 6.1 – Factores patogénicos.
Os Seis Excessos As Sete Emoções Os Seis Heterogéneos
Vento Alegria Ingestão alimentar inadequada
Calor estival Ódio e cólera Pestilência
Humidade Melancolia Fleuma
Secura Meditação Sangue estagnado
Frio Tristeza Traumatismos
Fogo, calor e aquecimento Medo e receio Actividade física desequilibrada
Terror

Vento

É um factor patogénico que pertence ao elemento yang e é preponderante durante a Primavera.


Etiologicamente, é o agente patogénico mais importante e as suas principais características são:

a) dispersão ascendente e externa,


b) intermitência e mudanças rápidas,
c) movimento constante, e
d) capacidade de associação a outros factores patogénicos, como o frio, a humidade, a secura, o calor e a
fleuma.

Este agente patogénico invade sobretudo a região superior (yang) do corpo, enfraquecendo o wei qi (qi
defensivo) e desregulando a abertura e o fecho das porosidades orgânicas.

As doenças causadas pelo vento têm geralmente início súbito e o seu quadro clínico altera-se muito
rapidamente. Os sinais e sintomas mais frequentes são:

a) cefaleias, obstrução nasal e dor faríngea;


b) vertigens, prurido, espasmos e dor com diferentes localizações;
c) hipersudorese e reacções urticariformes;
d) poliartralgias e alterações da mobilidade do tronco e dos membros.

As doenças provocadas pelo vento exógeno, geralmente afectam em primeiro lugar o fei-pulmão e a pele,
cabeça e garganta. As doenças provocadas pelo vento endógeno, são quase sempre devidas a
hiperactividade de yang do gan-fígado e podem dar origem a tonturas, convulsões e hiperpirexia.

Calor Estival

É um factor patogénico que pertence ao elemento yang e surge exclusivamente nos dias quentes de Verão.
As suas principais características são:

a) capacidade de consumir qi e yin,


b) direcção e dispersão ascendente, com acção perturbadora sobre a mente,
c) capacidade de combinação com outros factores patogénicos, principalmente com a humidade. Esta
combinação de calor estival com humidade é denominada "calidez".

Os sinais e sintomas mais frequentes são:

a) hipersudorese, polidipsia, astenia, hipertermia, astenia, oligúria e pele vermelha e seca;


b) perturbações do comportamento, delírio e coma;
c) tonturas, sensação de cabeça pesada, sensação de plenitude torácica, anorexia e náuseas;
d) náuseas, sensação de plenitude abdominal, meteorismo e calidez.

Humidade

É um factor patogénico que pertence ao elemento yin, surgindo sobretudo na estação chuvosa do período
terminal do Verão. As suas principais características são:

a) viscosidade e estagnação,
b) turvação, lentidão e peso,
c) conspurcamento e nocividade,
d) capacidade de obstrução das passagens de qi,
e) capacidade de destruição de yang do pi-baço/pâncreas.

Os sinais e sintomas que pode originar são:

a) tonturas, sensação de cabeça pesada e astenia;


b) sensação de opressão e plenitude torácica;
c) epigastralgias e sensação de plenitude epigástrica;
d) náuseas, vómitos, diarreia ou fezes pastosas e meteorismo;
e) poliartralgias, sobretudo devidas a artrite reumatóide;
f) abcessos e úlceras de pele, leucorreia purulenta e urina com sedimento. Estes sinais devem-se às
características de turvação e de nocividade deste "excesso".

Secura

É um factor patogénico que pertence ao elemento yang e predomina no Outono. Caracteriza-se


essencialmente por consumir os fluidos yin, principalmente yin do fei-pulmão.

Clinicamente, pode originar:

a) tosse irritativa ("tosse canina") e prurido orofaríngeo;


b) secura da garganta e do nariz, lábios gretados e pele seca.

Frio

É um factor patogénico que pertence ao elemento yin e é preponderante durante o Inverno. As suas
principais características são:

a) capacidade de consumir yang qi (perda da capacidade de auto-regulação térmica do corpo humano),


b) capacidade de contrair os jingluo e consequentemente originar estagnação na circulação de qi e sangue.

Os sinais e sintomas mais frequentes são:

a) arrepios de frio, trémulo e arrefecimento das extremidades;


b) palidez, dor e parestesias nos membros;
c) diarreia, poliúria e anidrose.

Fogo, Calor e Aquecimento

Pertencem ao elemento yang e não têm relação com as quatro estações. Embora sejam da mesma
natureza, são diferentes em intensidade, sendo o factor fogo o elemento mais grave e o factor
aquecimento, ou calor ligeiro, o menos grave. As suas principais características são:

a) dispersão ascendente, com acção perturbadora sobre a mente,


b) capacidade de consumir yin,
c) capacidade de impulsionar o vento,
d) capacidade de perturbar o sangue,
e) capacidade de alterar a humidificação da pele.

Clinicamente, podem originar:

a) perturbações do comportamento, convulsões, delírio e coma;


b) rigidez da nuca, opistótonos e fixação permanente dos globos oculares, sendo possível apenas a
visualização das escleróticas;
c) hipertermia marcada, polidipsia intensa e oligoanúria;
d) epistaxis, hemoptises e hematemeses.
FACTORES EMOCIONAIS

As "sete emoções", são os principais factores etiológicos para o aparecimento das doenças endógenas e
reflectem o estado mental (espírito) do homem perante as diferentes solicitações ambientais. Estão
directamente relacionadas com os wu xing e em condições de equilíbrio não são causa de doenças.
Porém, perante uma grande hipersensibilidade individual, quando a sua intensidade e persistência são
acentuadas, podem romper o equilíbrio yin-yang e originar alterações patológicas nos zang-fu e na
circulação de qi e sangue.

Os principais grupos de factores emocionais são a alegria, o ódio e cólera, a melancolia, a meditação, a
tristeza, o terror, o medo e receio – Quadro 6.1.

Cada um dos grupos de factores emocionais apresenta determinada apetência para zang-fu específicos –
Quadro 6.2. Contudo, as perturbações mais observadas na clínica respeitam sobretudo os xin-coração,
gan-fígado e pi-baço/pâncreas.

A frustração, embora não integre as "sete emoções", é a precursora da cólera e ódio, uma vez que,
perturbando as funções do gan-fígado, dificulta a livre circulação de qi.

Quadro 6.2 – Zang-fu e factores emocionais.


Factores Zang Fu
Alegria Xin-coração Xiaochang-
intestino
Melancolia Fei-pulmão Dachang-cólon
Tristeza
Ódio e Cólera Gan-fígado Dan-vesícula
Meditação Pi-baço / Wei-estômago
pâncreas
Medo e Receio Shen-rim Pangguang-
Terror bexiga

Considerando os respectivos zang-fu, os sete grupos de factores emocionais podem ser causa de (Quadro
6.3):

a) palpitações, insónias, ansiedade e perturbações do comportamento (xin-coração e xiaochang-intestino;


shen-rim e pangguang-bexiga);
b) sensação de plenitude torácica, dificuldade respiratória e astenia (fei-pulmão e dachang-cólon);
c) depressão mental, doenças mentais, dor nos hipocôndrios e irregularidades menstruais (gan-fígado e
dan-vesícula);
d) enfartamento pós-pandreal, anorexia, azia e pirose, náuseas e vómitos (pi-baço/pâncreas e wei-
estômago).

Quadro 6.3 – Manifestações clínicas dos factores emocionais.


Factores Sinais e Sintomas
Alegria Palpitações, insónias, ansiedade e perturbações do comportamento
Medo e Receio
Terror
Ódio e Cólera Depressão mental, doenças mentais, dor nos hipocôndrios e irregularidades menstruais
Melancolia Sensação de plenitude torácica, dificuldade respiratória e astenia
Tristeza
Meditação Enfartamento pós-pandreal, anorexia, azia e pirose, náuseas e vómitos

FACTORES HETEROGÉNEOS

Os factores patogénicos heterogéneos, ou "seis heterogéneos", são a pestilência, a fleuma, o sangue


estagnado, a ingestão alimentar desequilibrada, a actividade física desregrada e os traumatismos – Quadro
6.1.
Pestilência

Actualmente raro, este factor pernicioso é ainda muitas vezes fatal, sendo o causador das grandes
epidemias e pandemias, nomeadamente de cólera, peste, febre amarela e SIDA. As infecções de
transmissão sexual e a maior parte das doenças infecciosas, transmissíveis ou não, são, segundo a MTC,
devidas a este agente patogénico.

Embora as suas características sejam idênticas às do calor patogénico, este agente é mais pernicioso e
combina-se frequentemente com a humidade tóxica.

Fleuma

Em MTC, o termo fleuma não se refere unicamente às secreções expelidas pelo pulmão, mas sobretudo à
retenção hídrica no organismo e a qualquer outro desequilíbrio no balanço hidro-electrolítico.
Perturbações e desequilíbrios na fisiologia normal dos fei-pulmão e shen-rim, e principalmente na função
yun hua do pi-baço, originam alterações no metabolismo da água.

Segundo Huangdi Neijing, o "pi-baço é a grande fonte de fleuma do organismo", a qual tanto pode ser
causa como consequência de desequilíbrios orgânicos. Quando se verifica estagnação prolongada da água
corporal, devida sobretudo a qi xu (défice de qi) e xu de calor, esta transforma-se geralmente em fleuma.

Consoante o local onde ocorre a acumulação de fleuma, assim podem surgir diversas manifestações
clínicas:

a) a acumulação de fleuma e humidade no fei-pulmão origina dispneia e tosse produtiva, sendo esta
geralmente mucopurulenta;
b) o excesso de fleuma no wei-estômago provoca eructações frequentes, regurgitação, náuseas e vómitos;
c) a invasão dos jingluo dá origem ao aparecimento de edemas, hemiparesias e hemiplegia;
d) o aparecimento de rouquidão, delírio e coma pode ser devido ao obscurecimento do xin-coração por
excesso de fleuma;
e) a sua acumulação no tecido celular subcutâneo facilita a formação de tumorações, tanto de nódulos
benignos como de tumores malignos.

Sangue Estagnado

Como já se referiu em capítulos anteriores, na MTC o conceito de sangue é mais vasto que na medicina
ocidental. Segundo Zhongguo Zhenjiu Gaoyao (Bases da Acupunctura e Moxibustão Chinesa), o sangue
estagnado abarca dois conceitos distintos mas indissociáveis, o "sangue substancial" e o "sangue
imaterial". Enquanto que o último se refere aos sintomas relacionados com a patologia do sangue
substancial, este respeita o líquido vermelho que circula dentro dos vasos sanguíneos.

A redução acentuada da velocidade de circulação do sangue pode conduzir à sua estagnação, com o
consequente extravasamento para diferentes regiões do organismo. Caso tal extravasamento de sangue se
verifique, além de focos hemorrágicos, equimoses, ptéquias e púrpuras, podem ainda ocorrer outras
disfunções, manifestadas sobretudo por tumorações abdominais e diversa sintomatologia dolorosa.

Dieta Desiquilibrada

A ingestão alimentar desequilibrada refere-se sobretudo ao não cumprimento das Leis da Alimentação
Racional, as quais, além de incluírem as actualmente chamadas "leis de Escudero", realçam ainda a
importância da adequação dos intervalos pandreais.

Quadro 6.4 – Leis de Escudero.


Lei da quantidade: a ingestão diária de alimentos deve cobrir as exigências energéticas do organismo e
manter o seu balanço;
Lei da qualidade: o regime alimentar deve ser higiénico e completo na sua composição;
Lei da harmonia: os nutrientes alimentares devem manter entre si proporções convenientes; e
Lei da adequação: a alimentação deve ser adequada ao estado de funcionamento dos aparelhos digestivo,
circulatório e renal.
O não cumprimento daquelas leis conduzirá, inicialmente, ao desequilibro funcional dos pi-baço e wei-
estômago, principalmente das suas funções de transporte e transformação (yun hua). O aporte inadequado
de fan qi (essência alimentar), resultante de yun hua xu, originará qi xu, sobretudo ying qi xu (défice de qi
nutriente), os quais darão origem a perturbações e desequilíbrios noutros zang-fu. Poderá em surgir uma
miríade de sinais e sintomas, isolados ou em síndromas, nomeadamente enfartamento pós-pandreal,
eructações frequentes, azia e pirose, náuseas, vómitos, dor e distensão abdominal, meteorismo, diarreia,
parasitoses intestinais, edemas, astenia, tonturas e vertigens, perturbações da visão, palpitações e reacções
urticariformes.

Actividade Física Desregrada

O exercício físico é um factor importante na manutenção do equilíbrio harmonioso yin-yang, mas a sua
inexistência ou os excessos na sua prática conduzem inevitavelmente ao aparecimento de doenças.

O esforço físico intenso e prolongado, pode consumir o agente antipatogénico e dar origem a astenia,
hipersudorese, palpitações, tonturas e obnubilação. A ausência de prática de exercício físico moderado,
pode causar uma redução na velocidade de circulação de qi e sangue, com o consequente
enfraquecimento de qi-antipatogénico e aparecimento de lassidão, astenia generalizada, dispneia fácil,
obesidade e doenças debilitantes.

Segundo a filosofia chinesa, o excesso de actividade sexual perturba o qi do shen-rim (no homem) e o qi
do gan-fígado (na mulher), destruindo o equilíbrio yin-yang destes zang e alterando as características
congénitas do yuan qi. No homem podem surgir tinitus, tonturas, amnésia, lombalgias, fraqueza dos
membros (sobretudo inferiores), lassidão astenia, oligospermia e impotência sexual. Na mulher podem
ocorrer tonturas, amnésia, perturbações do comportamento, astenia, irritabilidade, dismenorreia e
irregularidade menstruais.

Traumatismos

Termo do léxico médico chinês contemporâneo, engloba todas as lesões traumáticas de origem exógena,
tais como ferimentos perfurantes, incisões, contusões, mordeduras de animais, picadas de insectos, etc. Os
traumatismos são os factores patogénicos menos importantes da MTC.
CAPÍTULO VII – SEMIOLOGIA

De acordo com a filosofia Taoista da MTC, a doença é um estado que resulta da preponderância relativa
dos factores patogénicos, em relação ao agente anti-patogénico, com consequente desequilíbrio no
balanço energético do organismo. É no reconhecimento e análise desse desequilíbrio que assenta o
diagnóstico da medicina chinesa.

Qualquer que seja o tipo de medicina praticada, o diagnóstico deve ser sempre o elo de ligação entre os
conhecimentos teóricos e o tratamento e, embora por processos diferentes, tanto a MTC como a Medicina
Hipocrática propõem-se atingir os mesmos objectivos: "o restabelecimento do equilíbrio".

Qualquer técnico responsável, seja médico acupuncturista ou terapeuta acupunctor, para a prática idónea
da acupunctura, deve formular o seu diagnóstico com base em três aspectos fundamentais:

a) a anamnese, ou inquérito ao doente;


b) o exame objectivo, que é o aspecto mais importante; e
c) os exames complementares de diagnóstico, quando necessários.

Só a combinação sistemática e pormenorizada dos dois primeiros, complementada por exames


laboratoriais e imagiológicos apropriados, orientará para um diagnóstico correcto e confiável.

Anamnese

O inquérito ao doente, ou interrogatório sobre a história da sua doença actual e sobre os antecedentes
pessoais e familiares, é muito importante. Contudo, não deve ser considerado de modo isolado, mas
sempre em combinação com os outros aspectos referidos anteriormente, principalmente com o exame
objectivo.

Segundo Huangdi Neijing, existem oito aspectos da anamnese que devem ser exaustivamente analisados,
alguns dos quais estão relacionados com os orgãos dos sentidos, com as características da dieta, ou com
os hábitos e características psicológicas dos indivíduos.

Arrepios e Febre

A ocorrência simultânea de arrepios de frio e febre, no estádio inicial de uma doença, permite formular a
hipótese de uma "síndrome exterior", em que os agentes patogénicos não invadiram o interior do
organismo, encontrando-se ainda na superfície corporal. Enquanto que a preponderância relativa de
arrepios de frio aponta para uma síndrome causada por vento-frio, o predomínio de febre orienta para uma
síndrome originada por vento-calor. A alternância entre aqueles sinais, com uma distribuição temporal
idêntica, é patognomónica da invasão do interior do organismo por uma "síndrome exterior".

Se os arrepios ocorrerem na ausência de febre, a hipótese de diagnóstico a considerar será um yang qi xu


(défice de yang qi), devido a frio exógeno. A existência simultânea de extremidades frias, dor e sensação
de frio na região epigástrica, esteatorreia e fezes com alimentos mal digeridos sugerem uma síndrome
yang qi xu atingindo os pi-baço e shen-rim, isoladamente ou em conjunto.

Hiperpirexia persistente, não acompanhada de arrepios, indica geralmente "síndrome interior", devida a
invasão dos wei-estômago, xiaochang-intestino e dachang-cólon, por calor patogénico exógeno. Se a
hipertermia se acentuar durante o período nocturno, a doença terá um prognóstico reservado.

Temperatura sub-febril ou febre ligeira, inferior a trinta e oito graus centígrados, ocorrendo geralmente ao
fim da tarde ou no início do período nocturno, não acompanhada de arrepios, mas com sudorese nocturna
profusa e sensação de calor nas regiões palmar e plantar, levanta a suspeita de síndrome de calor
endógeno por yin xu (défice de yin). Períodos irregulares de alternância entre apirexia e temperaturas sub-
febris, orientam para qi xu (défice de qi).
Sudorese

As características da sudorese e a análise dos períodos em que ocorre, complementam o estudo dos
restantes sinais e sintomas que constituem o quadro clínico de uma doença.

Se numa "síndrome exterior", não ocorrer transpiração, deverá pensar-se em wei qi xu (défice de qi
defensivo) com incapacidade das defesas orgânicas para repelirem a invasão de um dos factores
patogénicos exógenos.

Enquanto que a hipersudorese nocturna não acompanhada de redução progressiva da temperatura corporal
indica deplecção ou enfraquecimento acentuado de wei qi, a transpiração espontânea durante o dia é
geralmente devida a yang qi xu e a fraqueza ligeira de wei qi.

A hipersudorese nocturna ocorre de um modo geral nas síndromes yin xu devidas a yang shi, ou
síndromes de calor em excesso por hiperactividade de yang.

Em síndromes exteriores, a transpiração indica geralmente invasão do organismo por vento-calor e a sua
ausência sugere invasão por vento-frio.

Nas síndromes interiores de longa duração, a hipersudorese fria é patognomónica de colapso de yang qi,
situação que conduz inevitavelmente à morte.

Apetite e Sede

Existe uma relação estreita entre os factores patogénicos exógenos e as características individuais do
apetite e da sede.

De um modo geral, a sede acompanhada de polidipsia observa-se em síndromes interiores de calor,


enquanto que nas patologias originadas por frio-humidade a polidipsia não é originada pela sede.
Enquanto que o desejo de bebidas e alimentos frios caracteriza as síndromes de calor, já nas síndromes de
frio os doentes preferem alimentos e bebidas quentes.

Se por um lado a polifagia e polidipsia, em conjunto, caracterizam as síndromes de calor dos pi-baço e
wei-estômago − como por exemplo na diabetes mellitus da Medicina Hipocrática − já a anorexia e a
parosmia, acompanhadas de enfartamento pós-pandreal, orientam para patologias xu daqueles zang-fu.
Eructações pútridas repetidas, anorexia e azia, sugerem síndromes shi de retenção alimentar.

Também os diferentes sabores, relacionados com os wu xing, permitem caracterizar as disfunções dos
zang-fu. Assim, por exemplo, a ausência de paladar acompanhada de anorexia, orienta o diagnóstico para
um estado de calidez no zhongjiao, ou seja, para "retenção de humidade-calor no aquecedor intermédio".

Visão e Audição

Segundo a MTC, os orgãos da visão estão associados ao gan-fígado. Se por um lado a hiperactividade
yang do gan-fígado pode originar congestão e hiperemia conjuntival, já a diminuição da visão, associada
a perda do brilho dos olhos, é consequência os da audição são orgãos sensoriais relacionados com o shen-
rim.

Os orgãos sensoriais relacionados com o shen-rim são os ouvidos. A diminuição progressiva da audição,
tinitus e zumbidos, são quase sempre sinais prodrómicos de uma síndrome xu daquele zang que, quando
invadido por calor exógeno, pode conduzir a uma redução irreversível da capacidade auditiva.

Secreções e Excreções

A análise das secreções e excreções constituem outro aspecto semiológico importante para o diagnóstico
em MTC. Estes dois termos referem-se sobretudo às fezes, urina, secreções vaginais e fluxo menstrual,
embora a rinorreia e expectoração também se possam considerar.
Genericamente, pode-se dizer que as secreções e excreções claras e de tonalidade esbranquiçada são
características das síndromes xu (défice) e de frio, enquanto que as turvas e de tonalidade amarelada
indicam síndromes shi (excesso) e de calor.

Quando o calor exógeno invade o organismo, penetrando nos wei-estômago, xiaochang-intestino e


dachang-cólon, pode originar obstipação, dor e distensão abdominal. A ocorrência de obstipação, com
ausência dos outros sintomas, é característica das síndromes yin xu. Fezes sanguíno-purulentas,
acompanhadas de tenesmo, apontam para síndrome shi por retenção de humidade-calor, ou excesso de
calidez, no dachang-cólon.

Enquanto que um quadro clínico com diarreia maciça de início súbito, significa desequilíbrio shi, já a
existência de diarreia crónica orienta o diagnóstico para uma síndrome xu por défice de yang dos shen-
rim e pi-baço. Nas pessoas de idade avançada, a diarreia que ocorre no início da madrugada − conhecida
como "diarreia do cantar do galo" − faz parte de um quadro diarreico crónico que é consequência de yang
qi xu dos pi-baço e wei-estômago.

Se a diarreia se acompanhar de dor abdominal que alivia com a defecação, a causa provável será uma
patologia shi originada por desequilíbrio na função yun hua dos pi-baço e wei-estômago, com a
consequente retenção alimentar. Existem ainda situações de desequilíbrio entre pi-baço e wei-estômago,
em que diarreia e a dor abdominal não aliviam com a defecação, como é o caso das diarreias originadas
por situações estressantes, ou "diarreias do stress".

Quando à observação macroscópica se verifica que a urina é escura e concentrada, o diagnóstico mais
provável será uma síndrome de calor do tipo shi. Se houver referência a poliúria, com urina clara e pouco
concentrada, deve-se considerar em primeiro lugar a existência de uma síndrome de frio do tipo xu.

Sempre que houver referência a polaquiúria, deve-se confirmar a coloração da urina. Enquanto que uma
urina de tonalidade amarelo-escura faz pensar, em primeiro lugar, numa síndrome shi devida a
acumulação de humidade-calor no xiajiao-"aquecedor inferior", já uma tonalidade amarelo-clara orienta o
diagnóstico para uma síndrome xu, por excesso de frio nos shen-rim e pangguang-bexiga.

Disúria, tenesmo, urgência ou retenção urinárias, são geralmente devidas a yang xu do shen-rim ou a
estagnação de sangue. Qi xu dos shen-rim e pi-baço, podem também originar retenção de fluidos e
oligoanúria.

Se o doente for do sexo feminino, a sua história ginecológica deve também ser analisada. Interlúnios
curtos com cataménios excessivos, de cor vermelho-escura, orientam o diagnóstico para uma síndrome de
calor do tipo shi. Interlúnios irregulares e prolongados, com cataménios escassos e de cor vermelho-clara,
sugerem uma síndrome de frio do tipo xu.

Um quadro clínico de dismenorreia pré-menstrual, agravada com a pressão hipogástrica, seguida de


cataménios de cor vermelho-púrpura e com coágulos sanguíneos, é patognomónico de uma síndrome shi
devida a estagnação de qi e sangue. O aparecimento de dismenorreia terminal ou pós-menstrual, com
cataménios de fluxo reduzido e de coloração avermelhada, indica uma síndrome xu por défice de sangue.

O aparecimento de leucorreia espessa e amarelada, com cheiro intenso, aponta para uma síndrome shi,
devida a invasão do xiajiao-"aquecedor inferior" por humidade-calor. Leucorreia esbranquiçada e
inodora, acompanhada de lombalgias, sugere uma síndrome yang xu dos shen-rim e pi-baço, por
acumulação de frio endógeno. A ocorrência de leucorreia sanguíno-purulenta ou de metrorragias pós-
menopausicas, indicará, respectivamente, invasão do útero por um factor pestilento ou por humidade
tóxica.

Sintomatologia Dolorosa

De um modo geral, as dores localizadas acima da região diafragmática sugerem desequilíbrios do


shangjiao, as dores na região abdominal superior apontam para alterações do zhongjiao, manifestando-se
as perturbações do xiajiao por dores na região abdominal inferior.

As dores agravadas com a pressão são características das síndromes do tipo shi, devidas a invasão do
organismo por factores patogénicos exógenos ou heterogéneos, podendo ainda ser devidas a estagnação
de qi e sangue e obstrução dos jingluo. As dores que aliviam com a pressão, indicam quase sempre
síndromes do tipo xu, causadas por défice ou fraqueza de yin, ou por insuficiência de qi e sangue.

Enquanto que as cefaleias paroxísticas são geralmente devidas a invasão por agentes patogénicos
exógenos, as cefaleias intermitentes estão relacionadas com a invasão do espírito por fleuma e com a
estagnação do sangue circulante. Cefaleias constantes, acompanhadas de perturbações da visão e de
"sensação de vazio cerebral", podem ser devidas a défice acentuado de yin (yin xu), ou a défice de qi e
sangue (qi-sangue xu).

Enquanto que as cefaleias agravadas pelo calor são devidas a hiperactividade de yang do gan-fígado, as
cefaleias agravadas pelo frio são originadas quase sempre pela invasão das sinartérias cranianas por
vento-frio.

Relativamente à localização, as cefaleias são classificadas em frontais, interparietais ou do vértex


craniano, occipitais e hemicranias. Enquanto que as primeiras estão relacionadas com as sinartérias
yangming, as cefaleias interparietais são devidas a problemas no seio das sinartérias jueyin. Se as
cefaleias occipitais se devem a disfunções das sinartérias taiyang, já as cefaleias occipitais ocorrem
quando surgem alterações nas sinartérias shaoyang.

Características do Sono

Segundo a MTC, as perturbações do sono são devidas a xu de sangue ou a desarmonias do espírito.

Enquanto que um quadro clínico de insónias, irritabilidade fácil, palpitações e tonturas é geralmente
consequência de uma síndrome yin xu do xin-coração, já a ocorrência de insónias e pesadelos,
acompanhada de perturbações do comportamento, sugere uma síndrome shi por hiperactividade do fogo
do xin-coração.

Finalmente, estados de vigília ou de letargia podem ser devidos, respectivamente, a uma síndrome shi por
excesso de calor no xinbao-pericárdio, ou a uma síndrome yang xu dos xin-coração e shen-rim.

Hábitos e Características Psicológicas

A análise dos hábitos e das características psicológicas dos indivíduos, complementa os restantes aspectos
semiológicos e contribui para a formulação de hipóteses de diagnóstico. Dependem dos wu xing e têm
como base o relacionamento homem-natureza - Quadro 3.1.

Exame Objectivo

Em MTC, o exame objectivo é o aspecto mais importante para a formulação de um diagnóstico correcto.
O exame objectivo estrutura-se fundamentalmente na inspecção, palpação, auscultação e olfacto - Quadro
7.1.

Quadro 7.1 - O exame objectivo na Medicina Tradicional Chinesa.


Inspecção Palpação Auscultação e Olfacto
Expressão Pulso Fala
Constituição Sinartérias (jingluo) Respiração
Superfície corporal Pontos de acupunctura (jingxue) Tosse
Língua Secreções e excreções

Inspecção

A "interpretação exterior do espírito", constitui o primeiro passo do exame objectivo e refere-se


concretamente à observação e análise de vários aspectos individuais relacionados com a expressão, a
constituição, a coloração da superfície corporal e, principalmente, com a inspecção da língua. A
inspecção da língua e a palpação do pulso, são os elementos mais importantes do exame objectivo do
doente e a sua análise exaustiva é imprescindível à formulação de um diagnóstico correcto.
 Análise da Expressão:

A análise da expressão individual engloba sobretudo o estudo das características da fala, do fácies e do
estado de espírito e de consciência. Se um indivíduo se encontrar num estado de equilíbrio orgânico, ou
for portador de uma moléstia sem gravidade, apresentará um fácies normal com expressão natural, os
olhos estarão brilhantes e claros e responderá lúcida e prontamente às questões que lhe forem formuladas.
Para a MTC, a expressão é uma manifestação exterior do zong qi (qi essencial) e traduz as características
das actividades vitais dos qi, sangue e zang-fu - Quadro 7.2.

 Análise da Constituição:

A análise da constituição engloba essencialmente o estudo do biótipo, da postura e da mobilidade da


cabeça, tronco e membros.

Enquanto que a obesidade é quase sempre consequência de qi xu, ou shi de fleuma-humidade, já os


estados de emaciação podem indicar síndromes de calor interior ou síndromes xu. Nestes estados, as
síndromes de tipo xu são devidas a hiperactividade de yang, a qual consome yin qi, traduzindo-se o
excesso de yang por síndromes do tipo shi.

O aparecimento de desvios da comissura labial ou dos olhos, de convulsões ou de contracturas


musculares, isolada ou simultaneamente, sugerem estados de malnutrição dos jingluo e dos tendões. As
síndromes xu ou shi ocorrerão sempre que houver, respectivamente, um estado de défice de yin e sangue,
ou acumulação de vento patogénico no interior do corpo.

Se um indivíduo se encontrar num estado de equilíbrio orgânico, apresentará uma postura normal, sem
desvios comissurais e não será obeso nem excessivamente magro. Para a MTC, a constituição é uma
manifestação exterior da vitalidade dos zang-fu - Quadro 7.2.

Quadro 7.2 - Manifestações exteriores das actividades vitais.


Parâmetros Equilíbrio Desequilíbrio
(normalidade) (anormalidade)
Espírito: Bom Ausente
Consciência: Boa Vaga
Resposta: Rápida e clara Lenta e confusa
Fácies: Natural Indiferente
Olhos: Brilhantes Tristes
Mobilidade: Coordenada Descoordenada

 Análise da Superfície Corporal:

A análise da superfície corporal respeita sobretudo a coloração da pele, a qual, apesar de uma certa
variabilidade individual, depende dos diferentes padrões rácicos. O seu estudo permite também tirar
algumas conclusões sobre as actividades vitais dos qi e zang-fu.

Os desvios da normalidade mais frequentes são:

a) tonalidade avermelhada, devida à hiperemia característica das síndromes de calor, pode indicar (1)
patologia yin xu, ou (2) patologia yang shi. No primeiro caso existirá ruborização malar e no segundo
ruborização generalizada;

b) tonalidade pálida, característica das síndromes de frio, pode indicar (1) xu de sangue, (2) yang xu ,
casos em a coloração é branco-pálida, ou (3) patologia shi por excesso de frio, com tonalidade cinzenta.
Enquanto que o frio de intensidade moderada pode originar estagnação de qi e sangue, por contracção dos
vasos sanguíneos, o frio extremo e prolongado pode consumir yang qi, causando síndromes do tipo xu;

c) tonalidade azul-púrpura, também característica das síndrome de frio, pode indicar (1) xu de yang qi, ou
(2) patologia shi por estagnação de qi. Na primeira a pele está cianosada e na segunda, além de dor
acentuada, a pele apresenta uma tonalidade azul-púrpura esbatida;
d) tonalidade amarelada, embora não seja característica de uma síndrome específica, pode indicar (1)
patologia qi xu do pi-baço, sendo a tonalidade branco-amarelada, ou (2) patologia shi por excesso de
humidade, em que existe uma tonalidade ictérica generalizada.

 Exame da Língua:

A língua está relacionada com todos os zang-fu, jingluo e fluidos orgânicos em geral, e com o sangue,
xin-coração e pi-baço em particular, reflectindo as características das suas actividades vitais. A inspecção
desta estrutura anátomo-funcional inclui a observação do corpo e revestimento glossiano e deve efectuar-
se em ambientes com luminosidade natural adequada. A inspecção da língua é a componente mais
importante do exame objectivo, fornecendo dados semióticos extremamente importantes para a
classificação das doenças segundo "os seis excessos" (factores patogénicos exógenos) e "os oito
princípios" (referidos no capítulo VIII).

Em condições de normalidade fisiológica, o corpo lingual não apresenta limitações da mobilidade nem
desvios, tem uma tonalidade ligeiramente avermelhada e o seu revestimento é fino, esbranquiçado e
ligeiramente húmido. Antes do início da inspecção, deve-se proceder ao despiste da ingestão de alimentos
e bebidas contendo substâncias artificiais ou corantes, as quais podem mascarar ou alterar
temporariamente aquelas características.

A inspecção da língua assenta fundamentalmente na análise da coloração, forma e mobilidade do corpo


glossiano, bem como na análise da coloração, espessura e viscosidade do seu revestimento. Outro aspecto
a considerar, diz respeito à correspondência anátomo-funcional entre língua e zang-fu - Figura 7.1.

Figura 7.1 - Correspondência entre áreas glossianas e zang-fu.


 Gan-fígado e dan-vesícula
 Xin-coração
 Wei-estômago
 Fei-pulmão
 Shen-rim

Em relação à coloração do corpo glossiano, as alterações mais frequentes são:

a) língua pálida, devida geralmente à invasão de frio patogénico exógeno, pode indicar (1) patologia qi
xu, (2) xu de sangue, ou (3) patologia yang qi xu. Nos dois primeiros casos existirão lábios e gengivas
pálidas, palpitações e tonturas; no último caso aparecerão também arrepios de frio, extremidades frias e
fezes pastosas;

b) língua vermelha, característica das síndromes de calor, pode indicar (1) xu de fluidos yin, ou (2)
patologia shi por invasão de calor patogénico exógeno ou endógeno. Enquanto que os estados shi
provocados por calor patogénico exógeno se acompanham de hipertermia, arrepios e revestimento lingual
fino, os provocados por calor endógeno acompanham-se geralmente de hiperpirexia, sede e revestimento
lingual amarelado. As doenças do tipo xu, devidas a consumo de fluidos yin, exteriorizam-se geralmente
através de uma redução do revestimento lingual e de hipersudorese e febre nocturnas;

c) língua vermelho-carmim, também característica das síndromes de calor, pode indicar (1) patologia xu,
devida a consumo de fluidos yin, por hiperactividade do fogo endógeno, o qual ascende e perturba a
mente, (2) patologia shi, por invasão de calor patogénico exógeno (moderado), que penetra no interior do
organismo e atinge sobretudo o xin-coração, ou (3) síndrome de calor extremo, devida a invasão de calor
patogénico exógeno (extremo). A primeira acompanha-se de insónias e irritabilidade, na segunda existe
delírio e coma e a terceira está geralmente associada a doenças febris graves;
d) língua púrpura, que pode traduzir (1) síndromes shi, por estagnação de qi e sangue, (2) síndromes de
frio, por yang xu, com predomínio relativo de frio endógeno, ou (3) síndromes de calor, por yin xu, com
consumo de fluidos yin. No primeiro a língua apresenta nódulos de tonalidade púrpura-escura, existindo
ainda dor nos hipocôndrios e na região costal, agravada com a pressão. Enquanto que nas síndromes yang
xu a língua apresenta um revestimento viscoso escasso e uma tonalidade purpura-pálida, nas síndromes
yin xu a língua não tem qualquer revestimento e a sua tonalidade é vermelho-púrpura.

Quanto à forma, as situações patológicas mais frequentes, são:

a) língua edemaciada, que pode indicar (1) yang qi xu do pi-baço, com acumulação de fleuma-humidade
no interior do corpo, ou (2) síndrome shi, com excesso de calor patogénico endógeno, devido a
hiperactividade do fogo no xin-coração. Se no primeiro caso a língua apresenta uma coloração branco-
pálida com revestimento viscoso e espesso, no último terá uma coloração carmim, sendo frequentes as
ulcerações do corpo glossiano;

b) língua emagrecida, característica das síndromes xu, pode ser devida a (1) défice de qi e sangue, ou a (2)
síndrome de calor que, consumindo os fluidos orgânicos, conduz a alterações no seu estado de nutrição.
Embora o revestimento seja fino em ambos os casos, no primeiro a coloração do corpo é branco-pálida e
no segundo é vermelha, existindo ainda, na primeira situação, insónias, palpitações e tonturas;

c) língua fendida, que pode ser devida a (1) yin xu por hiperactividade do fogo, com revestimento fino-
viscoso e corpo vermelho, a (2) síndrome de calor tipo xu, devido a preponderância de calor que consome
os fluidos yin, não existindo qualquer tipo de revestimento a cobrir um corpo lingual vermelho, ou a (3) qi
xu, ou a sangue xu, apresentando-se o corpo com uma tonalidade pálida e com revestimento fino. Na
ausência de outros sinais ou sintomas, as gretas e fendas glossianas podem ser devidas a características
congénitas, não reflectindo necessariamente uma situação patológica;

d) língua espinhosa ou gomosa, indicando uma síndrome shi complicada de xu, devida a hiperactividade
do calor patogénico, é uma língua vermelha com papilas hipertrofiadas.

Relativamente ao revestimento do corpo lingual, são dois os parâmetros que se devem analisar: a sua
espessura e a sua viscosidade - Quadro 7.3.

Quadro 7.3 - Análise e diferenciação dos revestimentos glossianos patológicos.


Parâmetro Quantidade Patologia Importância Clínica
Espessura Ligeira (fino) Síndrome exterior Indica que o factor patogénico se encontra ainda
Síndrome xu na superfície corporal
Excessiva Síndrome interior Indica que o factor patogénico invadiu o interior
(espesso) Síndrome shi do organismo
Viscosidade Inexistente Síndrome shi ou xu Indica que houve alteração no equilíbrio dos
(1) fluidos orgânicos:
Excessiva Síndrome shi (1) consumo excessivo, ou
interior (2) (2) retenção de água-humidade.

Em relação à coloração do revestimento, pode-se dizer que:

a) os revestimentos brancos, sugerem geralmente síndromes exteriores de frio, embora estejam por vezes
relacionados com síndromes de calor;

b) os revestimentos amarelos, estão quase sempre relacionados com síndromes de calor, podendo a
intensidade da coloração dar uma ideia aproximada da gravidade da doença (a doença será tanto mais
grave, quanto mais intensa for a coloração);

c) os revestimentos cinzentos, apontam geralmente para uma síndrome interior de prognóstico reservado,
que poderá ser de frio ou de calor.
Considerando a coloração, espessura e viscosidade, as alterações mais frequentes dos revestimentos
glossianos são:

a) revestimento branco-fino, que pode indicar (1) normalidade, (2) síndrome exterior de vento-frio com
invasão do fei-pulmão, o qual de acompanha de arrepios, ou (3) síndrome exterior de vento-calor, o qual
origina hipertermia;

b) revestimento branco-espesso, relacionado algumas vezes com as síndromes de retenção alimentar;

c) revestimento branco-viscoso, consequência de (1) invasão de frio-humidade exógena, ou (2) retenção


interior de fleuma-humidade;

d) revestimento branco-seco, que indica geralmente (1) invasão do organismo por um factor pernicioso,
(2) síndrome de calor, ou, menos frequentemente, (3) síndrome xu de yin ou yang;

e) revestimento amarelo-fino, indicando síndrome exterior de vento-calor com invasão do fei-pulmão;

f) revestimento amarelo-espesso, indicando geralmente uma síndrome interior de retenção alimentar;

g) revestimento amarelo-viscoso, que pode ser consequência de (1) síndrome interior de acumulação de
humidade-calor, ou (2) síndrome de fleuma-calor com obstrução do fei-pulmão;

h) revestimento amarelo-seco, que traduz geralmente uma síndrome interior de acumulação de calor nos
wei-estômago, xiaochang-intestino e dachang-cólon, com destruição de yin;

i) revestimento cinzento-viscoso, que pode indicar (1) síndrome interior de frio, com retenção e
acumulação de frio-humidade, ou (2) síndrome yang xu, devida a estase de frio endógeno extremo;

j) revestimento cinzento-seco, consequência de síndromes interiores de calor, que podem ser devidas a (1)
deplecção dos fluidos yin, ou (2) défice de yin por hiperactividade do fogo;

l) revestimento pelado, indica destruição de qi e de yin e o exame objectivo pode revelar (1) "língua
geográfica" ou (2) "língua espelhada". Enquanto que a primeira é característica de uma síndrome interior
de fraqueza de qi e yin do wei-estômago, apresentando o corpo glossiano uma tonalidade amarelada, com
um revestimento parcialmente "pelado", a segunda traduz uma destruição irreversível daquelas essências
vitais, apresentando-se o corpo glossiano vermelho e completamente despapilado;

m) revestimento gorduroso, indica, geralmente, (1) acumulação de fleuma-humidade no interior do


organismo ou, mais raramente, (2) síndrome de retenção alimentar.

Palpação

A segunda etapa semiológica engloba a pesquisa de sinais através da palpação (A) do pulso, (B) dos
jingluo e jingxue e (C) de áreas dolorosas, edemaciadas ou ruborizadas, quentes e tumefactas.

A última, serve sobretudo para a detecção de pontos dolorosos, ou ahshixue, os quais não têm
nomenclatura nem localização específicas e engloba a palpação de regiões anatómicas que apresentam
sinais inflamatórios idênticos aos "sinais cardinais de Celso" (tumor, calor, rubor e dor), da Medicina
Hipocrática.

A palpação dos jingluo e jingxue, embora deva ser efectuada nas três grandes regiões anatómicas, é
particularmente importante no tronco e nos membros.

Segundo Huangdi Neijing, a palpação do pulso, ou análise dos kou, é a etapa mais importante do
diagnóstico, sendo necessária uma longa e dedicada prática clínica para se conseguir uma interpretação
adequada das suas inúmeras variantes. De acordo com a MTC contemporânea, a palpação e interpretação
adequadas dos kou e o exame exaustivo do corpo e revestimento glossianos, constituem os aspectos
semiológicos mais importantes para a formulação de um diagnóstico correcto.
 Palpação do Pulso:

A palpação e estudo do pulso, compreende a análise dos três kou − cunkou, guankou e chikou −
localizados simétrica e bilateralmente na região radial distal do antebraço, próximo da articulação radio-
cárpica − Figura 7.2.

Figura 7.2 - Palpação do pulso e correspondência entre kou e zang.


D: mão direita
cun: fei-pulmão
guan: pi-baço/pâncreas
chi: yang do shen-rim
E: mão esquerda
cun: xin-coração
guan: gan-fígado
chi: yin do shen-rim

O pulso deve ser analisado com o doente sentado, com os membros superiores em supino e formando um
ângulo de noventa graus entre braço e antebraço, encontrando-se as regiões kou e pré-cordial ao mesmo
nível. Os kou das mãos direita e esquerda do doente devem ser palpados, respectivamente, com os dedos
das mãos esquerda e direita do médico. Os dedos indicador, médio e anelar do médico devem ser
colocados, nesta sequência, respectivamente sobre as regiões cun, guan e chi, aumentando-se
progressivamente a pressão digital.

A análise global, ou seja, o "diagnóstico do pulso" deve considerar a observação dos kou, individualmente
e em conjunto, segundo as diferentes pressões utilizadas. As regiões cun, guan e chi correspondem,
respectivamente, aos fei-pulmão, pi-baço e yang do shen-rim, na mão direita, e aos xin-coração, gan-
fígado e yin do shen-rim, na mão esquerda do doente.

O pulso normal é rítmico, vigoroso e regular, deve ser detectado com uma pressão ligeira a moderada e a
sua frequência pode variar entre sessenta e noventa batimentos por minuto (média de setenta), ou entre
quatro e cinco batimentos por movimento respiratório. Na interpretação do pulso, além das variações
individuais relacionadas com o biótipo, devem-se considerar ainda o grau de actividade física do
indivíduo e as condições atmosféricas, as quais têm grande influência sobre o tipo e características do
pulso, no momento da observação.

Segundo a MTC, existem vinte e quatro tipos diferentes de pulso, cuja classificação depende dos
parâmetros que devem ser sempre analisados, nomeadamente (1) profundidade, (2) frequência, (3)
amplitude, (4) tonicidade, (5) forma e (6) ritmo - Quadro 7.4.

Quadro 7.4 - Parâmetros de análise e nomenclatura dos kou.


Profundidade Frequência Amplitude Tonicidade Forma Ritmo
Superficial Lento Longo Forte Regular Rítmico
Escorregadio
Intermédio Moderado Normal Vigoroso Agitado Impetuoso
Fibroso
Profundo Rápido Curto Fraco Firme Nodoso
Filiforme
Vasto Intermitente
Fino

Os diferentes tipos de pulso e as diversas situações que podem traduzir, são:

a) pulso superficial, ou flutuante, é perceptível à pressão ligeira, desaparece com a pressão moderada e
pode ser (1) vigoroso, como nas síndromes exteriores, ou (2) fraco, sugerindo uma síndrome xu por défice
de yin e yang qi, como acontece nas doenças debilitantes. Como nas síndromes exteriores o primeiro zang
a ser atingido é o fei-pulmão, a observação atenta do cunkou direito permitirá fazer o seu diagnóstico
precoce;
b) pulso intermédio, que traduz uma situação de normalidade fisiológica, se não existirem associados
dados semiológicos patológicos;

c) pulso profundo, perceptível somente com a pressão acentuada, indica que a doença invadiu o interior
do organismo e traduz, geralmente, síndromes interiores (1) do tipo xu, (2) do tipo shi, e, mais raramente,
(3) síndrome de retenção alimentar, ou (4) de estagnação de qi e sangue. No primeiro caso o pulso é forte
e no segundo é fraco;

d) pulso lento, com uma frequência inferior a sessenta batimentos por minuto, ou a quatro batimentos por
movimento respiratório, indica geralmente uma síndrome de frio por yang xu;

e) pulso moderado, característico das situações fisiológicas normais, tem uma frequência que varia entre
sessenta e noventa batimentos por minuto;

f) pulso rápido, com uma frequência superior a noventa batimentos por minuto ou a cinco batimentos por
movimento respiratório, pode indicar síndromes de calor (1) do tipo xu, por défice de yin, ou (2) do tipo
shi, por excesso de yang;

g) pulso longo, perceptível a montante e a jusante dos três kou, pode ser considerado um pulso normal se
não existir qualquer sintomatologia associada. Num indivíduo doente, pode traduzir (1) uma síndrome de
calor do tipo xu, por consumo de yin, ou (2) uma síndrome xu por défice de sangue yin;

h) pulso curto, perceptível somente em guankou, indica geralmente uma síndrome xu por défice de qi e
sangue;

i) pulso normal, tal como o nome indica é um pulso que não é longo nem curto, sendo o padrão da
normalidade em relação à amplitude;

j) pulso forte, perceptível ao contacto superficial, pode corresponder a uma situação normal quando não
houver suspeita de patologia, ou quando de trate de praticantes de desporto de competição. Num
indivíduo doente, este tipo de pulso sugere a existência de uma síndrome shi devida a (1) estagnação de qi
e sangue, ou a (2) retenção alimentar;

k) pulso vigoroso, é o padrão de normalidade na classificação dos kou quanto à tonicidade;

l) pulso fraco, ou "pulso xu", é um pulso dificilmente perceptível à palpação, mesmo com a aplicação de
pressão acentuada e é característico das síndromes xu por (1) défice de sangue, (2) défice de qi, ou por (3)
défice combinado de qi e sangue;

m) pulso regular, é o padrão de normalidade dos kou (quanto à forma);

n) pulso escorregadio, ou pulso rolante, é facilmente perceptível, suave, vigoroso, mas de limites
imprecisos, lembrando "o deslizar de uma pequena bola num líquido viscoso". Numa mulher, quando os
três kou apresentarem bilateralmente aquelas características, deve-se suspeitar de gravidez. Embora por
vezes se palpe em pessoas saudáveis, nos homens e nas mulheres não grávidas traduz geralmente uma (1)
síndrome shi por excesso de fleuma ou, mais raramente, uma (2) síndrome shi de retenção alimentar;

o) pulso agitado, é um pulso rítmico, mas com ondas de forma irregular e pode indicar (1) síndrome shi
devida a estagnação de qi, (2) síndrome shi devida a estagnação de sangue, ou (3) síndrome xu por défice
de sangue;

p) pulso fibroso, é um pulso tenso e longo, lembrando ao toque "a palpação de uma corda de violino", que
geralmente traduz (1) uma síndrome shi, devida a hiperactividade de yang do gan-fígado, ou, mais
raramente, (1) uma síndrome xu por défice de yin;

q) pulso firme, é semelhante ao pulso fibroso, mas


mais tenso e rápido, com ondas mais curtas, as quais se tornam imperceptíveis com a pressão acentuada.
Indica geralmente uma síndrome de frio excessivo;
r) pulso filiforme, é um pulso fino, perceptível à pressão ligeira, que traduz quase sempre uma síndrome
xu de qi e sangue;

s) pulso fino, é semelhante ao pulso filiforme, mas perceptível somente ao toque superficial e traduz
geralmente uma síndrome xu por défice de sangue e yin;

t) pulso vasto, é um pulso de mau prognóstico, perceptível com as diferentes intensidades de pressão
digital e embora traduza geralmente uma (1) síndrome de colapso de qi, também pode orientar o
diagnóstico para uma (2) síndrome de calor excessivo;

u) pulso rítmico, é o padrão dos pulsos quanto ao ritmo e apresenta ondas de frequência e amplitude
normais. Não tem significado patológico;

v) pulso impetuoso, é um pulso rápido, arrítmico e irregular, em que as ondas de sucedem de forma rápida
e irregular, com ausências irregulares de batimentos. Pode indicar (1) síndrome shi por excesso de yang
do xin-coração, (2) síndrome shi por estagnação de qi e sangue no shangjiao, (3) síndrome shi por
excesso de fleuma, (4) síndrome shi de retenção alimentar, ou (5) síndrome xu por colapso de qi e sangue,
com desequilíbrio irreversível de yin-yang. A última situação corresponde ao estádio terminal da doença;

w) pulso nodoso, é um pulso lento, arrítmico e irregular e pode indicar (1) síndrome interior do tipo shi,
devido a retenção de frio-fleuma no xinbao-pericárdio, (2) síndrome interior do tipo shi, devido a
estagnação de sangue no xin-coração, (3) síndrome interior do tipo shi, devido a excesso de yin, ou (5)
síndrome exterior de frio; e

x) pulso intermitente, é um pulso lento, com ondas de forma regular e com ausências regulares de
batimentos. Pode indicar uma (1) síndrome xu, por défice de qi e sangue, ou uma (2) síndrome xu por
consumo de yang qi.

 Palpação dos Jingluo e Jingxue:

O exame objectivo dos jngluo e jingxue deve efectuar-se de modo sistemático nas três grandes regiões
anatómicas, sendo particularmente importante a sua palpação no tronco e nos membros.

A prática clínica de milhares de anos demonstrou que as sinartérias podem apresentar reacções anormais
como consequência de estados de desequilíbrio yin-yang, tanto na superfície corporal como no interior do
organismo. Embora algumas vezes a observação macroscópica dos trajectos sinarterianos revele
ruborizações ou despigmentações cutâneas, a maior daquelas reacções traduzem-se em fenómenos
dolorosos, exacerbados pela palpação dos jingluo e jingxue.

No quadro seguinte sistematizam-se algumas situações frequentes de reactividade sinarteriana dolorosa,


de acordo com as patologias dos respectivos zang-fu, e segundo a terminologia da medicina ocidental -
Quadro 7.5.

Quadro 7.5 - Patologias dos zang-fu e reactividade sinarteriana dolorosa.


Patologia Jingxue dolorosos
Pulmonar (tuberculose) Zhongfu (Lu.1), Kongzui (Lu.6),
Feishu (UB.13), Jiehexue (Ex.)
Hepática Ganshu (UB.18), Qimen (Liv.14),
Vesicular (colecistite-colelitíase) Dannangxue (M-LE.23)
Gástrica (úlcera péptica) Weishu (UB.21), Zusanli (St.36),
Zhongwan (Ren.12)
Intestinal Dachangshu (UB.25), Xiaochangshu (UB.27),
Tianshu (St.25), Guanyuan (Ren.4)
Apendicular Lanweixue (M-LE.13)

Auscultação e Olfacto

A última etapa do exame objectivo deve ter em atenção as características da fala e da respiração do
indivíduo, bem como a tosse, pois são dados importantes para a avaliação das condições energéticas do
organismo.
De um modo geral, a respiração superficial e suave é característica das patologias do tipo xu, e a
respiração profunda e pesada está mais vezes associada às do tipo shi. Enquanto que nas síndromes shi do
fei-pulmão, por fleuma-calor ou por fleuma-humidade, a respiração é estertorosa, com marcada
dificuldade expiratória, nas síndromes xu do shen-rim a respiração é silenciosa, com dificuldade
inspiratória. Nas síndromes com qi xu dos xin-coração e fei-pulmão existe dificuldade inspiratória,
dispneia e sudorese profusa com os pequenos esforços.

Também as características da fala e da tosse ajudam a diferenciar as síndromes entre shi e xu. Se uma voz
débil ou indistinta orienta para uma síndrome xu, já uma voz forte e viva é mais sugestiva das síndromes
shi. Enquanto que a gaguez sugere obstrução das colaterais sinarterianas por vento-fleuma, os murmúrios,
resmungos frequentes ou a verborreia sem sentido orientam para um desequilíbrio da mente, traduzindo o
delírio um obscurecimento do xin-coração por excesso de fleuma. Se a tosse produtiva e borbulhante está
geralmente associada a uma síndrome shi por excesso de fleuma e/ou humidade, já a tosse improdutiva e
irritativa, ou tosse canina, é característica das síndromes de calor do fei-pulmão, originadas por yin xu.

Os odores sentidos pelo observador, e relativos às secreções e excreções do doente, também podem
fornecer dados importantes para o diagnóstico. Assim, se por um lado as secreções e excreções inodoras
caracterizam as síndromes de frio, do tipo xu, já os odores pútridos são característicos das síndromes de
tipo shi, de calor, de fleuma ou de humidade.
CAPÍTULO VIII - DIFERENCIAÇÃO DOS SÍNDROMES

Após a pesquisa exaustiva de sinais e sintomas, a etapa seguinte é a diferenciação dos síndromes, a qual
antecede a formulação do diagnóstico definitivo. Esta etapa tem como pilares fundamentais a observação
e a investigação empíricas, alicerçadas na racionalização da filosofia Taoista da MTC.

Embora a semiologia permita identificar a maior parte das doenças, o diagnóstico definitivo só pode ser
formulado após a avaliação do seu estádio evolutivo, da sua localização e do grau de preponderância
relativa entre os factores patogénico e anti-patogénico.

Segundo Huangdi Neijing, existem três campos analíticos fundamentais para a diferenciação dos
síndromes que, apesar de específicos, devem ser sempre considerados e avaliados em conjunto:

a) a teoria dos oito parâmetros;


b) a teoria dos jingluo; e
c) a fisiopatologia dos zang-fu.

TEORIA DOS OITO PARÂMETROS

A análise dos "oito parâmetros" ou dos "oito princípios", tem como base a descrição preliminar dos
quatro pares de polaridades opostas, relativas à profundidade, ao tipo de agente, à intensidade e à natureza
de uma doença – Quadro 8.1.

Quadro 8.1 – Os Oito Parâmetros da Medicina Tradicional Chinesa.


Profundidade Tipo de Agente Intensidade Natureza
Exterior Calor Excesso (shi) Yin
Interior Frio Défice (xu) Yang

Síndromes Exteriores e Interiores

Os síndromes exteriores são consequência de desequilíbrios que ocorrem na superfície corporal,


originados pela invasão de agentes patogénicos exógenos. Clinicamente são doenças de início súbito e
desaparecimento rápido, pouco graves e com bom prognóstico – Quadro 8.2.

Os síndromes interiores são geralmente originadas pela invasão de agentes patogénicos exógenos que
ultrapassam as barreiras defensivas da superfície corporal e penetram no interior do organismo, podendo
ainda ser consequência do ataque directo dos zang-fu. São doenças de gravidade variável, sendo o
prognóstico reservado caso a instituição da terapêutica adequada não se faça atempadamente.

Quadro 8.2 – Sinais e sintomas mais frequentes nos síndromes exteriores e interiores.
Síndromes Exteriores Síndromes Interiores
Febre com arrepios de frio, rinorreia, Febre sem arrepios de frio, cefaleias,
prurido orofaríngeo, obstrução nasal, tosse produtiva, dor orofaríngea,
intolerância ao frio. intolerância ao frio ou ao calor.
Pulso superficial e vigoroso. Pulso intermédio ou profundo.
Língua normal com revestimento Alterações do revestimento lingual.
branco.

Os sinais e sintomas dos síndromes exteriores e interiores constituem quadros gerais de referência, que
complementam a análise dos outros três pares de polaridades opostas, não servindo, "per si", para
formular um diagnóstico definitivo. Também a profundidade de uma síndrome não permite, só por si,
emitir considerações sobre o seu prognóstico.

Síndromes de Calor e de Frio

Estes síndromes estão relacionados com a presença de factores patogénicos exógenos. Quando o
organismo é invadido por um agente de natureza yang (calor, secura, calor estival, etc.), ou quando ocorre
um défice de yin, surgirão sinais e sintomas relacionados com o calor. Quando ocorrerem sinais e
sintomas relacionados com o frio, estes podem ser devidos à invasão de agentes patogénicos de natureza
yin, principalmente de frio, ou a um défice relativo das actividades yang do corpo humano.
Ocasionalmente, a preponderância prolongada de frio pode dar origem a uma transmutação em calor.

Uma vez que os seus agentes são de natureza oposta, e como tal originam quadros clínicos distintos, o
diagnóstico diferencial entre os síndromes de calor e de frio é relativamente fácil – Quadro 8.3.

Quadro 8.3 – Sinais e sintomas mais frequentes nos síndromes de calor e de frio.
Síndromes de Calor Síndromes de Frio
Febre elevada e persistente; Febre ligeira ou apirexia;
Sede com desejos de bebidas frias; Desejo de bebidas quentes;
Fácies ruborizada e olhos congestionados; Fácies pálido;
Irritabilidade, delírio ou coma; Serenidade ou lassidão;
Sensação generalizada de calor; Membros e extremidades frias;
Dor agravada com o calor; Dor localizada e agravada com o frio;
Obstipação e / ou fezes duras; Diarreia e / ou fezes pastosas;
Secreções e excreções turvas, com mau cheiro; Secreções e excreções límpidas e inodoras;
Oligúria ou oligoanúria; Poliúria ou diurese normal;
Pulso rápido; Pulso lento;
Língua vermelha com revestimento amarelado. Língua pálida com revestimento esbranquiçado

Os síndromes de calor ou de frio devem ser sempre avaliadas de acordo com o estado fisiológico do
interior do organismo e relacionadas com a intensidade do factor patogénico, ou seja, com a sua
preponderância (shi) ou com o seu défice (xu) relativo – Figura 8.1.

Figura 8.1 – Relação entre síndromes de calor e de frio e estados de défice e de excesso.

   
 

Yin Yang

Xu Shi Equilíbrio Shi Xu

Síndrome de Calor Normalidade Síndrome de Frio

Legenda: : nível de "equilíbrio harmonioso" : défice (xu) : excesso (shi)

Síndromes de Défice e de Excesso

Estas síndromes traduzem a preponderância ou défice relativos dos factores patogénico e anti-patogénico.
Na prática clínica, os síndromes puras de tipo shi ou de tipo xu são muito raras, sendo mais frequentes os
síndromes xu complicadas de shi – Figura 8.2.
Figura 8.2 – Síndromes puras de défice (xu) e de excesso (shi), e síndromes complicadas (xu-shi).

   
 

a b a b a b

Xu Shi Xu-Shi

Legenda: : nível de "equilíbrio harmonioso" : défice (xu) : excesso (shi) A: Qi anti-


patogénico B: factor patogénico

Nos síndromes xu, a causa primária da doença é um desequilíbrio interno de yin-yang, que origina um
défice nas capacidades defensivas do organismo, ou seja, um défice de qi anti-patogénico. Embora não
estejam em excesso, os agentes patogénicos são contudo preponderantes em relação ao agente
antipatogénico (qi).

Quando os agentes patogénicos existem em excesso (preponderância absoluta), ou se apresentam


hiperactivos (preponderância relativa), o factor antipatogénico, embora mantenha as suas potencialidades
defensivas, pode não ter capacidade para manter o equilíbrio harmonioso, surgindo então uma síndrome
do tipo shi.

Enquanto que a causas primárias dos síndromes xu podem ser estados de malnutrição adquirida ou
deficiências congénitas, os síndromes shi são geralmente devidas à invasão de factores patogénicos
exógenos ou a disfunções primárias dos zang-fu.

Procurando estabelecer um paralelismo entre os diferentes síndromes da MTC e da Medicina Hipocrática,


pode-se dizer que, de um modo geral, os síndromes xu correspondem a uma hipofunção e os síndromes
shi a uma hiperfunção.

No quadro seguinte apresentam-se os sinais e sintomas mais frequentes dos síndromes xu e shi – Quadro
8.4.

Quadro 8.4 – Sinais e sintomas mais frequentes nos síndromes de défice e de excesso.
Síndromes de Défice - Xu Síndromes de Excesso - Shi
Doença de longa duração; Doença aguda ou recente;
Palidez, apatia, insónias; Rubor facial, agitação, nervosismo;
Amnésia, incapacidade de concentração; Perturbações do comportamento, exaltação;
Respiração superficial, dificuldade expiratória; Respiração estertorosa, dificuldade inspiratória;
Tinitus, obnubilação, voz fraca, palpitações; Sensação de plenitude torácica, voz pesada;
Dor aliviada com a pressão; Dor agravada com a pressão;
Hipersudorese nocturna, fezes pastosas; Hipersudorese, obstipação ou tenesmo;
Poliúria, urina de baixa densidade, enurese; Polaquiúria, disúria;
Ejaculação precoce, impotência sexual; Ejaculação nocturna frequente;
Pulso fino e fraco (tipo xu); Pulso forte (tipo shi);
Língua pálida com revestimento fino. Língua vermelha com revestimento espesso.

Consoante de trate de síndromes puras, xu ou shi, ou de síndromes xu complicadas de shi, assim variam
os métodos de estimulação das agulhas, para a "chegada de qi". Enquanto que nos síndromes xu e shi se
aplicam, respectivamente, os método de reforço (shi) e de redução (xu), nos síndromes complicadas
podem ser utilizados os métodos regular e de reforço-redução (shi-xu).
Como se compreende facilmente, na prática clínica é frequente encontrar-se uma correlação entre os
síndromes de tipo shi e os síndromes de calor, e entre os síndromes de tipo xu e os síndromes de frio.

Síndromes Yin e Yang

Segundo Huangdi Neijing, as polaridades yin-yang constituem o substrato da teoria dos oito princípios,
permitindo classificar as doenças quanto à sua natureza, considerando-se ou não os restantes parâmetros
utilizados na sua nomenclatura.

Enquanto que os síndromes exteriores, de calor e de excesso estão geralmente correlacionadas com yang,
os síndromes interiores, de frio e de défice correspondem a yin. Naturalmente que esta correspondência é
relativa, pois yin-yang não são entidades absolutas e dependem de inúmeras condições e variáveis
relacionadas com determinado momento.

Quadro 8.5 – Sinais e sintomas mais frequentes nos síndromes yang xu e yin xu.
Síndromes Yang Xu Síndromes Yin Xu
Arrepios de frio, extremidades frias; Febre nocturna, rubor facial;
Ausência de sede; Boca seca e prurido orofaríngeo;
Edemas, sensação de frio; Sensação de calor nas regiões plantar e
Lassidão, incapacidade de concentração; palmar;
Hipersudorese espontânea, fezes pastosas; Irritabilidade, insónias;
Poliúria e urina pouco concentrada; Hipersudorese nocturna, obstipação;
Pulso profundo de tipo xu; Oligúria e urina concentrada;
Língua pálida com revestimento branco. Pulso filiforme e rápido de tipo xu;
Língua vermelha com revestimento escasso.

Como se referiu anteriormente, quanto à localização os síndromes exteriores e interiores correspondem,


respectivamente, a yang e a yin. Enquanto que o calor e o frio endógenos são entidades yin, já os mesmos
agentes são entidades yang quando originados exogenamente, independentemente da sua natureza,
respectivamente, yang e yin.

Quadro 8.6 – Sinais e sintomas mais frequentes nos síndromes colapsantes de yin e yang.
Síndromes de Yin Colapsante Síndromes de Yang Colapsante
Ruborização malar, aversão ao calor; Palidez, aversão ao frio;
Sensação generalizada de calor; Sensação generalizada de frio;
Dificuldade respiratória, agitação; Respiração superficial, apatia;
Sudorese espessa e pegajosa; Hipersudorese fria;
Sede intensa com desejo de bebidas frias; Sede com desejo de bebidas quentes;
Pulso filiforme e rápido de tipo xu; Pulso fino de tipo xu;
Língua vermelha com revestimento Língua pálida e húmida.
escasso

De acordo com a natureza yin ou yang, os síndromes de tipo xu subdividem-se ainda em síndromes de
défice não complicadas e em síndromes colapsantes, sendo estas mais graves e com pior prognóstico –
Quadros 8.5 e 8.6.

Durante a evolução de uma doença pode ocorrer uma alteração no balanço relativo de yin-yang. Enquanto
que a mutação de yin em yang tem prognóstico favorável, a mutação de yang em yin aponta para um
prognóstico reservado.

No quadro seguinte apresentam-se os sinais e sintomas mais importantes para o diagnóstico diferencial
entre os síndromes de calor e de frio e os síndromes de défice de yang e de yin – Quadro 8.7.
Quadro 8.7 – Diagnóstico diferencial entre síndromes de calor e de frio e síndromes de défice de yang e
de yin.
Parâmetro Yang Xu Frio Yin Xu Calor
Estado geral: Lassidão Apatia Agitação; insónias Irritabilidade;
delírio
Face: Pálida e Pálida Rubor malar Rubor generalizado
edemaciada
Membros: Frios Frios Calor plantar e Quentes
palmar
Corpo glossiano: Pálido Pálido ou normal Vermelho Vermelho
Revestimento Presente, por Presente, Escasso Amarelado
glossiano: vezes normal geralmente
normal
Pulso: Profundo, lento, Lento Filiforme, rápido, Rápido
tipo xu tipo xu
Sudorese: Espontânea Ausente Nocturna Acentuada
Sede: Ausente Ausente Marcada; boca Marcada
seca
Termia: Aversão ao frio Arrepios de frio Temperatura sub- Hipertermia
febril persistente
Urina: Pouco Poliúria Concentrada Concentrada;
concentrada oligúria
Fezes: Pastosas Pastosas Obstipação Obstipação

TEORIA DOS JINGLUO

A diferenciação dos síndromes segundo a teoria dos jingluo, tem por base a distribuição anatómica das
sinartérias, a sua fisiologia e o seu relacionamento com os zang-fu.

Segundo Huangdi Neijing, o aparecimento de determinados sinais e sintomas permite avaliar o estado
fisiológico dos canais e colaterais e tirar conclusões sobre os zang-fu que apresentam alterações ou
desequilíbrios yin-yang. Em cada sinartéria, a circulação de energia vital (qi) é bem definida, e qualquer
alteração ao seu livre fluxo repercute-se em zang-fu específicos e origina perturbações generalizadas ou
localizadas, que variam de acordo com as sinartérias que estão atingidas.

Com base na teoria dos jingluo, indicam-se de seguida as principais manifestações clínicas das disfunções
nos doze meridianos regulares e nos meridianos da concepção e da governação.

Síndromes dos Shou Taiyin e Shou Yangming

As manifestações clínicas mais frequentes nas disfunções dos meridianos fei-pulmão e dachang-cólon,
são: prurido e dor orofaríngea, odinofagia, rinorreia mucopurulenta ou mucosa, epistaxis, hemoptises,
odontalgias, meteorismo e flatulência, diarreia ou obstipação, cólicas abdominais, sensação de plenitude
torácica, espasmo cervical (torcicolo), dispneia e dores articulares no membro superior.

Síndromes dos Zu Yangming e Zu Taiyin

As manifestações clínicas mais frequentes nas disfunções dos meridianos do wei-estômago e do pi-
baço/pâncreas, são: meteorismo e dispepsia, distensão e dores na região abdominal, náuseas e vómitos,
disfagia e congestão orofaríngea, icterícia, epistaxis, cefaleias, disartria, pré-cordialgias, ptose palpebral,
edemas, desvio da comissura labial, perturbações mentais e alterações na mobilidade dos membros.

Síndromes dos Shou Shaoyin e Shou Taiyang

As manifestações clínicas mais frequentes dos xin-coração e xiaochang-intestino delgado, são:


palpitações e pré-cordialgias ou angor pectoris, tonturas e vertigens, distonia neurovegetativa, dor e
distensão abdominal, dor no hipocôndrio direito e icterícia, polidipsia e poliúria, dor orofaríngea,
perturbações do sono com hipersudorese nocturna e problemas articulares e musculares nos membros
superiores.
Síndromes dos Zu Shaoyin e Zu Taiyang

As manifestações clínicas mais frequentes dos shen-rim e pangguang-bexiga, são: retenção ou


incontinência urinária, disúria e tenesmo urinário, polaquiúria ou poliúria, enurese, impotência sexual
primária, emissão seminal nocturna frequente, irregularidades menstruais, perturbações do
comportamento, epistaxis ou hemoptises, rinosinusite crónica, lombalgias, hipersudorese plantar, dor na
região postero-interna dos membros inferiores, dor nadegueira e coccidinea e, nas grávidas, malposição
fetal frequente.

Síndromes dos Shou Jueyin e Shou Shaoyang

As manifestações clínicas mais frequentes dos xinbao-pericárdio e sanjiao-triplo aquecedor, são:


palpitações e pré-cordialgias, rubor facial, perturbações do comportamento, espasmos musculares nos
membros superiores, sensação de plenitude torácica e distensão abdominal, edemas ou anasarca, enurese,
disúria, hipoacusia ou surdez, tinitus e zumbidos, dor na região rectro-auricular, linfadenite axilar,
orofaringite e dor na face externa do braço e da região articular do cotovelo.

Síndromes dos Zu Jueyin e Zu Shaoyang

As manifestações clínicas mais frequentes dos gan-fígado e dan-vesícula biliar, são: cefaleias e
obnubilação, azia e soluços, dor mandibular, sensação de plenitude torácica e dor torácica (lateral), dor no
hipocôndrio e região hipogástrica, disuria, enurese, dor nos membros inferiores e problemas mentais.

Síndromes do Du Mai

As manifestações clínicas mais frequentes nas disfunções do meridiano da governação são: cefaleias,
dismenorreia, opistótonus, problemas mentais e alterações nos tecidos e doenças dos zang-fu adjacentes.

Síndromes do Ren Mai

As manifestações clínicas mais frequentes nas disfunções do meridiano da concepção são: leucorreia,
irregularidades menstruais, herniações ou eventrações, alterações nos tecidos e doenças dos zang-fu
adjacentes, nomeadamente, problemas cardíacos, pulmonares, urinários e intestinais.

FISIOPATOLOGIA DOS ZANG-FU

A diferenciação dos síndromes segundo a teoria dos zang-fu, tem por base a fisiopatologia dos diferentes
orgãos e vísceras e constitui a pedra angular para a formulação de um diagnóstico definitivo correcto, e
consequente instituição da terapêutica adequada.

Síndromes dos Fei-pulmão e Dachang-cólon

Os principais síndromes destes zang-fu são: a) défice de qi do fei-pulmão, ou fei qi xu, b) défice de yin do
fei-pulmão, ou fei yin xu, c) invasão do fei-pulmão por vento-frio, d) invasão do fei-pulmão por vento-
calor, e) acumulação de fleuma-humidade no fei-pulmão, f) retenção de fleuma-calor no fei-pulmão, g)
invasão do fei-pulmão por secura, h) retenção de humidade-calor no dachang-cólon, i) estagnação de
sangue com acumulação de calor no dachang-cólon, j) estase no dachang-cólon, l) défice de yang no
dachang-cólon, ou dachang yang xu, e m) excesso de frio no dachang-cólon.

 Défice de Qi do Fei-pulmão:
Corresponde à bronquite crónica, ao enfisema pulmonar ou à tuberculose pulmonar da Medicina
Hipocrática.
QUADRO CLÍNICO: tosse, dispneia com polipneia, astenia, hipersudorese espontânea, voz débil,
aversão ao vento; língua pálida com revestimento fino esbranquiçado e pulso fraco e filiforme.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: tonificar o qi do fei-pulmão.

 Défice de Yin do Fei-pulmão:


Na Medicina Hipocrática, corresponde à tuberculose pulmonar ou à fase de convalescença após uma
pneumonia.
QUADRO CLÍNICO: tosse seca improdutiva ou tosse com escassa expectoração sanguino-purulenta de
expulsão difícil, rubor malar, febre nocturna, sensação de calor nas regiões palmar e plantar,
hipersudorese nocturna, sensação de calor generalizado durante o período circadiano do yin absoluto e
boca seca; língua vermelha com pouco revestimento e pulso rápido, fino e filiforme.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: tonificar o yin e revitalizar o fei-pulmão.

 Invasão do Fei-pulmão por vento-frio:


Corresponde à bronquite aguda ou a uma síndrome gripal após exposição ao vento e ao frio.
QUADRO CLÍNICO: tosse com expectoração mucosa, febre ligeira acompanhada (por vezes) de
arrepios, cefaleias, obstrução nasal, rinorreia mucosa, prurido orofaríngeo, dificuldade respiratória e
sensação de opressão torácica (por vezes); língua com revestimento branco fino e pulso superficial ou
intermédio.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: dispersar o vento, eliminar o frio, aquecer e promover as funções
descendente e dispersante do fei-pulmão.

 Invasão do Fei-pulmão por vento-calor:


Na Medicina Hipocrática corresponde a síndrome gripal, bronquite aguda, sinusite, amigdalite aguda,
pneumonia, asma brônquica, abcesso pulmonar ou bronquiectasias infectadas.
QUADRO CLÍNICO: tosse com expectoração purulenta ou sanguino-purulenta de expulsão difícil,
rinorreia muco-purulenta, congestão e prurido orofaríngeo, febre e aversão ao vento; língua com
revestimento amarelado e pulso rápido, superficial ou intermédio.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: dispersar o vento, atenuar o calor e promover as funções descendente e
dispersante do fei-pulmão.

 Acumulação de fleuma-humidade no Fei-pulmão:


Corresponde à bronquite crónica da Medicina Hipocrática.
QUADRO CLÍNICO: tosse intermitente, dispneia, expectoração branco-amarelada e sensação de
plenitude torácica; língua com revestimento branco espesso e pulso rolante.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: eliminar a humidade e remover a fleuma, reforçando as funções
descendente e dispersante do fei-pulmão.

 Retenção de fleuma-calor no Fei-pulmão:


Na Medicina Hipocrática pode corresponder a pneumonia, bronquite crónica, abcesso pulmonar ou a
bronquiectasias infectadas.
QUADRO CLÍNICO: tosse intermitente com expectoração purulenta e numular, de cheiro fétido e de
expulsão difícil, febre e arrepios de frio; língua vermelha com revestimento amarelado e pulso rápido e
forte.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: atenuar o calor, remover a fleuma e reactivar as funções descendente e
dispersante do fei-pulmão.

 Invasão do Fei-pulmão por secura:


Corresponde aos vários problemas sazonais das vias respiratórias superiores, na Medicina Hipocrática.
QUADRO CLÍNICO: tosse irritativa e improdutiva, prurido nasal e orofaríngeo, dispneia (por vezes),
lábios gretados e pele seca; língua vermelha com escasso revestimento amarelado e pulso normal.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: lubrificar o fei-pulmão.

 Retenção de humidade-calor no Dachang-cólon:


Na Medicina Hipocrática pode corresponder a desinteria bacilar aguda, desinteria amebiana, enterite
aguda ou febre tifóide.
QUADRO CLÍNICO: febre, dor abdominal, diarreia ou fezes pastosas de cheiro fétido e de coloração
amarelada, ardor anal e, por vezes, esteatorreia sanguinolenta e tenesmo; língua vermelha com
revestimento amarelado viscoso e pulso rápido e rolante.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: eliminar o calor e remover a humidade do dachang-cólon.

 Estagnação de sangue e acumulação de calor no Dachang-cólon:


Corresponde à apendicite aguda da Medicina Hipocrática.
QUADRO CLÍNICO: dor contínua na região abdominal inferior, principalmente na fossa ilíaca direita,
agravada com a pressão e a descompressão brusca e aliviada com o frio, febre ligeira ou moderada,
náuseas e obstipação ou diarreia; língua vermelha com revestimento amarelo viscoso e pulso rápido ou
moderado.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: eliminar o calor e remover a estagnação de sangue do dachang-cólon.

 Estase no Dachang-cólon:
Corresponde à oclusão ou à sub-oclusão intestinal da Medicina Hipocrática.
QUADRO CLÍNICO: dor abdominal agravada com a pressão, obstipação, náuseas e vómitos, mal estar
geral e, por vezes, febre ligeira ou moderada; língua com revestimento branco viscoso e pulso profundo
ou intermédio e forte.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: remover a estase e promover as funções de transporte e de eliminação do
dachang-cólon.

 Défice de Yang no Dachang-cólon:


Na Medicina Hipocrática pode corresponder a desinteria crónica, enterite crónica ou a tuberculose
intestinal.
QUADRO CLÍNICO: dor na região abdominal inferior com sensação de peso, aliviada com o calor e a
pressão, meteorismo, lassidão, membros e extremidades frias, anorexia e, por vezes, prolapso rectal;
língua pálida com revestimento branco seco e pulso fraco.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: aquecer os zhongjiao e xiajiao (aquecedores intermédio e inferior).

 Excesso de frio no Dachang-cólon:


Corresponde à banal disfunção intestinal da Medicina Hipocrática.
QUADRO CLÍNICO: distensão abdominal com sensação de frio interior, diarreia e dor abdominal
aliviada com o calor; língua com revestimento branco e pulso lento.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: eliminar o frio e aquecer o zhongjiao.

Síndromes dos Pi-baço/pâncreas e Wei-estômago

Os principais síndromes destes zang-fu são: a) défice de qi do pi-baço, pi qi xu ou zhongjiao qi xu, b)


fraqueza de yang do pi-baço, ou pi yang xu, c) invasão do pi-baço por frio-humidade, d) acumulação de
humidade-calor no pi-baço, e) falência do pi-baço no controlo do sangue, f) colapso de qi do pi-baço, g)
retenção de calor no wei-estômago, h) retenção de frio no wei-estômago, i) retenção alimentar no wei-
estômago, e j) défice de yin do wei-estômago.

 Défice de Qi do Pi-baço:
Na Medicina Hipocrática pode corresponder a prolapso visceral, enterite crónica, hemorragia
gastrintestinal ou disfunção do peristaltismo intestinal.
QUADRO CLÍNICO: emaciação, lassidão, anorexia, enfartamento pós-pandreal e distensão epigástrica,
fezes pastosas ou diarreia crónica, hematemeses e/ou melenas, menorragia, prolapso rectal, prolapso
uterino, leucorreia esbranquiçada e excessiva, desidratação e, por vezes, gotejo urinário terminal; língua
pálida com revestimento normal ou escasso e pulso fraco e nodoso.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: revitalizar o zhongjiao e tonificar o qi do pi-baço.

 Fraqueza de Yang do Pi-baço:


Na Medicina Hipocrática pode corresponder a disenteria crónica, enterite crónica ou a tuberculose
intestinal.
QUADRO CLÍNICO: palidez, distensão abdominal com sensação de frio interior, azia e pirose,
regurgitação ácida, anorexia, desejo de bebidas quentes, fezes pastosas, arrepios de frio e extremidades
frias, urina pouco densa e, por vezes, edemas; língua pálida com revestimento esbranquiçado e pulso
profundo e filiforme.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: aquecer e tonificar o yang do zhongjiao.

 Invasão do Pi-baço por frio-humidade:


Na Medicina Hipocrática pode corresponder a enterite crónica, hepatite crónica, cirrose hepática ou a
nefrite crónica.
QUADRO CLÍNICO: sensação de plenitude torácica, distensão epigástrica, anorexia, náuseas e vómitos,
fezes pastosas ou diarreia, astenia, sensação de peso na cabeça e tonturas, boca pegajosa, dor e distensão
abdominal, meteorismo, edema das extremidades, oligúria e urina escura; língua com revestimento
espesso esbranquiçado e pulso filiforme.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: eliminar a humidade, dispersar o frio e promover a função yun hua do pi-
baço/pâncreas.
 Acumulação de humidade-calor no Pi-baço:
Corresponde à hepatite ictérica aguda ou à colecistite aguda da Medicina Hipocrática.
QUADRO CLÍNICO: temperatura febril ou sub-febril, tonalidade amarelada (icterícia)
generalizadamente, distensão abdominal sobretudo nas regiões epigástrica e dos hipocôndrios, anorexia,
náuseas e vómitos, intolerância a alimentos gordos, boca seca e com sabor amargo, obstipação ou
defecação difícil com fezes descoradas, débito urinário reduzido e urina escura; língua com revestimento
amarelado espesso e pulso flutuante (superficial) rápido e fino.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: eliminar o calor e remover a humidade do pi-baço .

 Falência do Pi-baço no controlo do sangue:


Corresponde à cirrose hepática descompensada da Medicina Hipocrática.
QUADRO CLÍNICO: palidez e tonalidade ictérica ou sub-ictérica generalizada, atrofia muscular, trémulo
e fraqueza dos membros, anorexia, dispneia, letargia, distensão abdominal com retenção de fluidos
(ascite), diarreia ou fezes pastosas, hemorragias digestivas (melenas) e vaginais, circulação venosa
colateral (abdominal), equimoses fáceis e, por vezes, hematúria; língua pálida espelhada ou com
revestimento amarelado parcialmente pelado e pulso filiforme.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: tonificar o pi-baço / pâncreas e preservar o sangue.

 Colapso de Qi do Pi-baço:
Corresponde à cirrose hepática da Medicina Hipocrática.
QUADRO CLÍNICO: dispepsia, palidez e tonalidade sub-ictérica generalizada, atrofia muscular,
distensão abdominal, diarreia crónica, prolapso rectal e, por vezes, prolapso uterino; língua pálida com
revestimento esbranquiçado muito viscoso e pulso fino ou filiforme.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: tonificar a energia vital (qi) e revitalizar os pi-baço e wei-estômago.

 Retenção de calor no Wei-estômago:


Na Medicina Hipocrática pode corresponder a patologias muito diferentes, tais como (1) úlcera péptica ou
gastrite aguda, (2) diabetes mellitus, ou (3) processos de estomatite.
QUADRO CLÍNICO: (1) gastralgias que aliviam com a ingestão de alimentos ou bebidas frias, sensação
de mal-estar epigástrico, azia e pirose, regurgitação ácida, hálito fétido, obstipação ou fezes escuras e
pastosas e, por vezes, dor epigástrica com sensação de facada ou de queimadura; língua vermelha com
revestimento seco de tonalidade amarelo-escuro e pulso forte e vasto. (2) Polifagia, polidipsia, poliuria e
hipermotilidade intestinal ou obstipação; língua com revestimento seco de tonalidade amarelada e pulso
normal. (3) Edema, ulceração e dor nas gengivas; língua normal ou vermelha com revestimento
amarelado e pulso normal.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: apaziguar o wei-estômago, para atenuar o calor ou para eliminar o fogo.

 Retenção de frio no Wei-estômago:


Esta patologia é devida à retenção de fluidos no wei-estômago, por acção do frio. Na Medicina
Hipocrática pode corresponder a gastroneurose, gastrite crónica, estenose pilórica, ptose gástrica ou a
úlcera péptica.
QUADRO CLÍNICO: dispepsia, dor contínua ("em facada") na região epigástrica, com sensação de frio
palidez e tonalidade sub-ictérica generalizada, atrofia muscular, distensão abdominal, diarreia crónica,
prolapso rectal e, por vezes, prolapso uterino; língua pálida com revestimento esbranquiçado muito
viscoso e pulso fino ou filiforme.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: tonificar a energia vital (qi) e revitalizar os pi-baço e wei-estômago.

 Retenção alimentar no Wei-estômago:


Na Medicina Hipocrática pode corresponder a gastroneurose, gastroptose ou a disfunção gástrica.
QUADRO CLÍNICO: distensão epigástrica, dor epigástrica exacerbada com a pressão, azia e pirose,
eructações fétidas, anorexia e, por vezes, vómitos alimentares; língua com revestimento espesso de
coloração branco-amarelada e pulso forte e rolante.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: tonificar o wei-estômago e revitalizar a função yun hua dos pi-
baço/pâncreas e wei-estômago.

 Défice de Yin do Wei-estômago:


Corresponde à gastrite atrófica da Medicina Hipocrática.
QUADRO CLÍNICO: dor ou mal-estar epigástrico, pirose, anorexia, náuseas e enfartamento pós-
pandreal; língua avermelhada com pouco revestimento (cinzento-amarelado) e pulso rápido e filiforme.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: tonificar o yin do wei-estômago.
Síndromes dos Xin-coração e Xiaochang-intestino delgado

Os principais síndromes destes zang-fu são: a) défice de qi do xin-coração, ou xin qi xu, que pode ser
devido a défice ou a colapso de yang, b) défice de yin do xin-coração, ou xin yin xu, c) estagnação de
sangue no xin-coração, d) hiperactividade do fogo do xin-coração, e) calor no xiaochang-intestino
delgado, e f) calidez no xiaochang-intestino delgado.

 Défice de Qi do Xin-coração:
Corresponde à insuficiência cardíaca.
QUADRO CLÍNICO: palpitações, pré-cordialgias e dispneia agravada com o esforço; língua pálida e
pulso fraco, fino ou intermitente. Quando houver défice de yang, o doente apresenta ainda palidez,
cianose, arrepios e extremidades frias. Se o défice de qi for devido a colapso de yang, existirá ainda
hipersudorese, obnubilação e coma.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: aquecer e tonificar o yang do xin-coração.

 Défice de Yin do Xin-coração:


Pode corresponder a cardiopatias, anemia ou a neurastenia.
QUADRO CLÍNICO: palpitações, agitação, perturbações do sono, hipersudorese nocturna, dificuldade de
concentração, amnésia, sede, febre ligeira (por vezes) e palidez com rubor malar; língua pálida ou
levemente avermelhada e pulso fino, fraco ou filiforme.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: tonificar o yin e o sangue, tranquilizar o xin-coração e apaziguar a mente.

 Estagnação de sangue no Xin-coração:


Na Medicina Hipocrática pode corresponder a insuficiência cardíaca, cardiopatia aterosclerótica ou a
cardiopatia reumática.
QUADRO CLÍNICO: palpitações, pré-cordialgias, taquicardia paroxística e dispneia; língua púrpura e
pulso curto, nodoso ou intermitente.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: promover a circulação de qi e sangue e remover a obstrução do jingluo do
xin-coração.

 Hiperactividade do fogo do Xin-coração:


Pode corresponder a cardiopatias, neurose ou a distonia neurovegetativa.
QUADRO CLÍNICO: palpitações, pré-cordialgias, irritabilidade fácil, perturbações do sono, dificuldade
de concentração, sede, azia e pirose, sensação generalizada de calor, rubor facial e urina quente e escura;
língua vermelha com revestimento amarelado e pulso rápido e forte.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: dispersar o fogo e apaziguar o xin-coração.

 Calor no Xiaochang-intestino delgado:


Pode corresponder a distonia neurovegetativa ou a febre intestinal.
QUADRO CLÍNICO: palpitações, irritabilidade fácil, sede, sensação generalizada de calor, rubor facial,
estomato-gengivite aftosa e, por vezes, disúria; língua vermelha com revestimento amarelado e pulso
rápido e forte.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: eliminar o fogo do xiaochang-intestino delgado e apaziguar o xin-coração.

 Calidez no Xiaochang-intestino delgado:


Esta patologia é devida à acumulação de calor-humidade no xiaochang e corresponde à infecção urinário
da Medicina Hipocrática.
QUADRO CLÍNICO: disúria, polaquiúria, oligúria, piúria, urina concentrada e, por vezes, tenesmo
urinário e palpitações; língua vermelha sem revestimento e pulso rápido e fraco.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: atenuar o calor e remover a humidade do jingluo do xiaochang-intestino
delgado.

Síndromes dos Shen-rim e Pangguang-bexiga

Os principais síndromes destes zang-fu são: a) défice de qi do shen-rim, ou shen qi xu, b) défice de yang
do shen-rim, ou shen yang xu, c) défice de yin do shen-rim, ou shen yin xu, d) síndrome de retenção de
água por défice de shen yang, e) síndrome de fogo excessivo por fraqueza de shen yin, f) retenção de
humidade-calor no pangguang-bexiga, g) acumulação de calor no pangguang-bexiga, e h) acumulação de
frio por fraqueza de pangguang yang.
 Défice de Qi do Shen-rim:
Corresponde à involução senil.
QUADRO CLÍNICO: dispneia inspiratória agravada com o esforço, voz débil, tosse e soluços frequentes,
arrepios e hipersudorese, palidez e edema facial, dor e fraqueza na região lombar, dor e falta de forças na
região articular do joelho, polaquiúria ou poliúria, enurese e gotejo urinário terminal, incontinência
urinária, tinitus e hipoacusia e, por vezes, emissão seminal nocturna; língua pálida com algum
revestimento viscoso e pulso fraco e filiforme.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: reforçar a função de captação de energia vital do shen-rim.

 Défice de Yang do Shen-rim:


Pode corresponder a nefropatia diabética, nefrite crónica ou a hipoadrenocorticismo.
QUADRO CLÍNICO: além das manifestações clínicas de défice de qi do shen-rim, existe ainda sensação
generalizada de frio, impotência sexual, infertilidade, poliúria com urina pouco concentrada, disúria e
edema dos membros inferiores; língua pálida e pulso profundo e rápido.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: aquecer o shen-rim e tonificar o yang.

 Défice de Yin do Shen-rim:


Também corresponde à involução senil da Medicina Hipocrática.
QUADRO CLÍNICO: além das manifestações clínicas de défice de qi do shen-rim, ocorrem ainda
tonturas e vertigens, obnubilação, amnésia, amenorreia, sensação de calor nas regiões palmar e plantar,
rubor facial, prurido orofaríngeo e sensação de boca seca, hipersudorese nocturna e poliúria com urina
quente e escura; língua vermelha com pouco revestimento e pulso fino e rápido.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: tonificar o yin do shen-rim.

 Síndrome de retenção de água por défice de Yang do Shen-rim:


Pode corresponder a insuficiência cardíaca congestiva ou a nefrite crónica.
QUADRO CLÍNICO: arrepios de frio, membros frios, anasarca, oligúria com urina pouco concentrada,
dispneia, palpitações, tonturas e vertigens, edema maleolar acentuado, tosse com expectoração abundante
e, por vezes, soluços; língua pálida e pulso profundo.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: aquecer o shen-rim e regular as passagens de água.

 Síndrome de fogo excessivo por fraqueza de Yin do Shen-rim:


Pode corresponder a pielonefrite crónica, tuberculose renal ou a hipertensão arterial.
QUADRO CLÍNICO: boca seca e com mau sabor, lombalgias, nervosismo, sensação generalizada de
calor, rubor malar e labial, urina quente e escura, perturbações do sono e, por vezes, também do
comportamento; língua vermelha com revestimento amarelado e pulso rápido e filiforme.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: eliminar o fogo e tonificar o yin do shen-rim.

 Retenção de humidade-calor no Pangguang-bexiga:


Na Medicina Hipocrática corresponde a uma infecção urinária.
QUADRO CLÍNICO: poliúria, disúria e urgência urinária, uretralgia marcada e, por vezes, hematúria;
língua vermelha com revestimento amarelado espesso e pulso rápido.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: eliminar o fogo e tonificar o yin do shen-rim.

 Acumulação de calor no Pangguang-bexiga:


Corresponde à litíase reno-ureteral da Medicina Hipocrática.
QUADRO CLÍNICO: dor intensa nos flancos, uni ou bilateral, que pode irradiar para a região inguino-
escrotal. Podem ainda existir associados os sinais e sintomas característicos da retenção de humidade-
calor no pangguang-bexiga e, por vezes, pode ocorrer a expulsão espontânea de cálculos. A língua é
geralmente vermelha com revestimento amarelado e seco, e o pulso é rápido e agitado.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: remover o calor do pangguang-bexiga.

 Acumulação de frio por fraqueza de Yang do Pangguang-bexiga:


Pode corresponder a involução senil ou a infecção urinária.
QUADRO CLÍNICO: sensação generalizada de frio com intolerância ao frio, palidez, lombalgias e dor na
região articular do joelho, polaquiúria e gotejo urinário terminal e, por vezes, retenção urinária; língua
pálida com revestimento branco e pulso profundo e fraco.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: tonificar o yang dos shen-rim e pangguang-bexiga.
Síndromes dos Xinbao-pericárdio e Sanjiao-triplo aquecedor

Os principais síndromes destes zang-fu são a invasão do xinbao-pericárdio por calor e a disfunção geral
ou parcial do sanjiao-triplo aquecedor.

 Calor no Xinbao-pericárdio:
Pode corresponder a esquizofrenia, neurose, delírio febril ou a acidente vascular cerebral.
QUADRO CLÍNICO: depressão mental, melancolia, murmúrios, resmungos, exaltação e euforia
frequentes, incoerência verbal, mania e, por vezes, inconsciência e coma; língua vermelha e pulso normal
ou impetuoso.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: eliminar o calor e apaziguar a mente e o espírito.

 Disfunção do Sanjiao-triplo aquecedor:


A disfunção do sanjiao-triplo aquecedor pode ser devida a: a) défice de qi do fei-pulmão, ou fei qi xu, por
obstrução do shangjiao-aquecedor superior, b) síndromes xu dos pi-baço e wei-estômago, por défice de qi
do zhongjiao-aquecedor intermédio, ou c) acumulação de humidade-calor no xiajiao-aquecedor inferior,
que origina a síndrome do mesmo nome no pangguang-bexiga.

Síndromes dos Gan-fígado e Dan-vesícula

Os principais síndromes destes zang-fu são: a) depressão de qi do gan-fígado, com estagnação de qi no zu


jueyin (meridiano yin absoluto do pé), b) ascensão do fogo do gan-fígado, c) activação do vento do gan-
fígado, por acção do calor extremo, d) activação do vento por ascensão de yang do gan-fígado, e)
activação do vento do gan-fígado, por défice de sangue, f) défice de yin do gan-fígado, por
hiperactividade de gan yang, g) acumulação de humidade-calor nos gan-fígado e dan-vesícula, e h)
estagnação de frio no zu jueyin.

 Depressão de Qi do Gan-fígado:
Pode corresponder a neurose, distonia neurovegetativa (geralmente) ou a disfunção menstrual.
QUADRO CLÍNICO: dor e distensão nas regiões hipogástrica e dos hipocôndrios, sensação de incómodo
e de opressão torácica, suspiros e eructações frequentes, sensação de corpo estranho orofaríngeo,
irritabilidade fácil, flatulência, dismenorreia e irregularidades menstruais; revestimento glossiano fino e
pulso fibroso (longo e tenso).
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: regularizar a circulação de qi e normalizar as funções do gan-fígado.

 Ascensão do fogo do Gan-fígado:


Pode corresponder a hipertensão arterial, hipertiroidismo, síndrome pré-menopausico (geralmente),
hemorragia digestiva alta ou a colecistite infecciosa.
QUADRO CLÍNICO: cefaleias, tonturas, irritabilidade fácil, congestão ocular, rubor malar, sensação de
distensão intracraniana, prurido faríngeo, obstipação ou fezes pastosas, urina escura e, algumas vezes,
hematemeses e melenas; língua com revestimento amarelado e pulso fibroso (longo e tenso) e rápido.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: dispersar o fogo e apaziguar o gan-fígado.

 Activação do vento do Gan-fígado por acção do calor extremo:


Corresponde a meningite ou a doenças febris agudas e graves.
QUADRO CLÍNICO: hipertermia, convulsões, rigidez da nuca, imobilidade ocular e coma; língua com
tonalidade vermelho-escura e pulso fibroso (longo e tenso) e rápido.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: dispersar o calor extremo, eliminar o vento e apaziguar o gan-fígado.

 Activação do vento por ascensão de Yang do Gan-fígado:


Pode corresponder a hipertensão arterial, acidente vascular cerebral ou a neuropatias.
QUADRO CLÍNICO: cefaleias, tonturas e vertigens, obnubilação, disartria, anemia, parestesias e trémulo
das extremidades e rigidez dos membros; língua vermelha e pulso fibroso.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: eliminar o vento e apaziguar o gan-fígado.

 Activação do vento por défice de sangue no Gan-fígado:


Na Medicina Hipocrática corresponde a problemas dermatológicos vários.
QUADRO CLÍNICO: prurido, desidratação cutânea, erupções cutâneas e, por vezes, parestesias nas
extremidades; língua pálida com revestimento ausente ou fino e pulso rápido.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: tonificar o sangue e apaziguar o vento do gan-fígado.
 Défice de Yin por hiperactividade do Yang do Gan-fígado:
Pode corresponder a hipertensão arterial, síndrome menopausico (geralmente) ou a neurastenia.
QUADRO CLÍNICO: cefaleias, palpitações, tonturas, hipersudorese, congestão ocular, palidez,
perturbações do sono, espasmos musculares frequentes, polidipsia e interlúnios prolongados e irregulares,
com cataménios reduzidos e de cor clara; língua vermelha e pulso fibroso e fino.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: tonificar o shen-rim e fortalecer o gan-fígado.

 Acumulação de humidade-calor nos Gan-fígado e Dan-vesícula:


Corresponde a hepatite ou a colecistite.
QUADRO CLÍNICO: febre acompanhada de arrepios de frio, dor no hipocôndrio direito, náuseas com ou
sem vómitos, amargor, regurgitação ácida e alimentar, mal-estar torácico e abdominal, pele e escleras
geralmente com tonalidade ictérica e urina escura.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: remover a humidade e dispersar o calor dos gan-fígado e dan-vesícula.

 Estagnação de frio no Zu Jueyin:


Corresponde a orquite, epididimite ou a hidrocele.
QUADRO CLÍNICO: dor na região abdominal inferior, tumefacção testicular ou escrotal dolorosa; língua
pálida com revestimento esbranquiçado e pulso fibroso, profundo e lento.
PRINCÍPIO TERAPÊUTICO: aquecer o zu jueyin e activar a circulação de qi.
CAPÍTULO IX – SINARTÉRIAS E PONTOS DE ACUPUNCTURA

Os meridianos ou sinartérias (jingluo) estabelecem a conexão não só entre os tecidos, orgãos maciços
(zang) e vísceras ocas (fu) do organismo, como entre estes e a superfície corporal. Enquanto que os
troncos principais das diferentes sinartérias irrigam e fornecem os nutrientes essenciais aos respectivos
zang-fu, as suas colaterais efectuam a irrigação de toda a superfície corporal.

Existem catorze sinartérias principais, seis sinartérias acessórias e quinze colaterais, bem como trezentos
e sessenta e cinco pontos principais de acupunctura (jingxue), inúmeros pontos dolorosos (ahshixue) e
mais de mil pontos extraordinários. As sinartérias principais podem ser subdivididas ainda em dois
grupos: o grupo dos doze pares de meridianos regulares, distribuídos simetricamente ao longo do corpo, e
o grupo dos dois meridianos secundários (du mai e ren mai), que percorrem a cabeça e o tronco ao longo
da sua região mediana.

NOMENCLATURA E FUNÇÕES DAS SINARTÉRIAS

De acordo com a terminologia pinyin (romanização da fonética mandarim), a denominação dos doze
pares de meridianos regulares deve considerar sempre a estrutura anatómica onde terminam ou onde têm
a sua origem (cabeça, tórax, pé ou mão), a natureza yin-yang dos seus trajectos, a sua categoria (segundo
a nomenclatura de Huangdi Neijing) e, opcionalmente, a designação do zang ou fu a que dizem respeito –
Quadros 9.1 e 9.2.

Quadro 9.1 – Nomenclatura das doze sinartérias regulares e sequência da circulação de qi.
Shou taiyin (fei-pulmão) Zu Jueyin (gan-fígado)

Shou yangming (dachang-cólon) Zu shaoyang (dan-vesícula)

Zu yangming (wei-estômago) Shou shaoyang (sanjiao-tiplo aquecedor)

Zu taiyin (pi-baço/pâncreas) Shou jueyin (xinbao-pericárdio)

Shou shaoyin (xin-coração) Zu shaoyin (shen-rim)

Shou taiyang (xiaochang-intestino) Zu taiyang (pangguang-bexiga)

Quadro 9.2 – Nomenclatura das sinartérias principais e seu significado em português


Nomenclatura Significado em Português
1- Shou taiyin (fei) 1- Yin maior da mão (pulmão)
2- Shou yangming (dachang) 2- Yang da luz solar da mão (cólon)
3- Zu yangming (wei) 3- Yang da luz solar do pé (estômago)
4- Zu taiyin (pi) 4- Yin maior do pé (baço/pâncreas)
5- Shou shaoyin (xin) 5- Yin menor da mão (coração)
6- Shou taiyang (xiaochang) 6- Yang maior da mão (intestino delgado)
7- Zu taiyang (pangguang) 7- Yang maior do pé (bexiga)
8- Zu shaoyin (shen) 8- Yin menor do pé (rim)
9- Shou jueyin (xinbao) 9- Yin absoluto da mão (pericárdio)
10- Shou shaoyang (sanjiao) 10- Yang menor da mão (triplo aquecedor)
11- Zu shaoyang (dan) 11- Yang menor do pé (vesícula biliar)
12- Zu jueyin (gan) 12- Yin absoluto do pé (fígado)
13- Du mai 13- Meridiano da governação
14- Ren mai 14- Meridiano da concepção

Os três meridianos shou yin são originários do tórax e terminam na mão, os três shou yang têm origem na
mão e terminam na cabeça, os três zu yang têm a sua origem e o seu término, respectivamente, na cabeça
e no pé, e os três meridianos zu yin terminam no tórax, sendo os respectivos trajectos originários de
determinados artelhos – Figuras 9.1, 9.2 e 9.3.
FIGURA 9.1
SINARTÉRIAS QUE PERCORREM A REGIÃO LATERAL DO CORPO
LI: Shou yangming jing (dachang),
sinartéria yang da luz solar da mão
(cólon);

SI: Shou taiyang jing (xiaochang),


sinartéria yang maior da mão
(intestino delgado);

SJ: Shou shaoyang jing (sanjiao),


sinartéria yang menor da mão
(triplo aquecedor);

GB: Zu shaoyang jing (dan),


sinartéria yang menor do pé
(vesícula biliar).
FIGURA 9.2
SINARTÉRIAS QUE PERCORREM A REGIÃO ANTERIOR DO CORPO
LU: Shou taiyin jing (fei),
sinartéria yin maior da mão
(pulmão);

ST: Zu yangming jing (wei),


sinartéria yang da luz solar do pé
(estômago);

SP: Zu taiyin jing (pi),


sinartéria yin maior do pé
(baço/pâncreas);

H: Shou shaoyin jing (xin),


sinartéria yin menor da mão
(coração);

UB: Zu taiyang jing (pangguang),


sinartéria yiang maior do pé
(bexiga);

K: Zu shaoyin jing (shen),


sinartéria yin menor do pé
(rim);

P: Shou jueyin jing (xinbao),


sinartéria yin absoluto da mão
(pericárdio);

LIV: Zu jueyin jing (gan),


sinartéria yin absoluto do pé
(fígado);

DU: Du mai, sinartéria da governação;

REN: Ren mai, sinartéria da concepção.


FIGURA 9.3
SINARTÉRIAS QUE PERCORREM A REGIÃO POSTERIOR DO CORPO
SI: Shou taiyang jing (xiaochang),
sinartéria yang maior da mão
(intestino delgado);

UB: Zu taiyang jing (pangguang),


sinartéria yiang maior do pé
(bexiga);

SJ: Shou shaoyang jing (sanjiao),


sinartéria yang menor da mão
(triplo aquecedor);

DU: Du mai,
sinartéria da governação.

A energia vital (qi) e o sangue circulam nos meridianos regulares, sendo estes os responsáveis pela
ocorrência de doenças e pela sua transmissão aos zang-fu e restantes tecidos orgânicos.

As seis sinartérias acessórias estabelecem a conexão entre o grupo dos doze pares de sinartérias
principais, e destas com o grupo de sinartérias secundárias – Quadro 9.3. Existem ainda doze colaterais
pertencentes às doze sinartérias principais, duas colaterais pertencentes às duas sinartérias secundárias e
uma "colateral major" do zu taiyin.

Enquanto que os jngluo estabelecem interna-externamente a conexão entre os zang-fu e a superfície


corporal, os jingxue são os locais específicos através dos quais se efectua o transporte de qi, proveniente
dos zang-fu, para a superfície corporal.

NOMENCLATURA E FUNÇÕES DOS PONTOS DE ACUPUNCTURA

No âmbito das prevenções primária, secundária e terciária, é possível obterem-se bons resultados
terapêuticos, desde que a regulação da circulação de energia vital e sangue no interior dos jingluo se faça
através da estimulação adequada de jingxue criteriosamente seleccionados.
Quadro 9.3 – Nomenclatura das sinartérias acessórias e seu significado em português.
Nomenclatura Significado em Português
1- Chong mai 1- Meridiano penetrante
2- Dai mai 2- Meridiano da cintura
3- Yinqiao mai 3- Meridiano yin do calcanhar
4- Yangqiao mai 4- Meridiano yang do calcanhar
5- Yinwei mai 5- Meridiano de conexão yin
6- Yangwei mai 6- Meridiano de conexão yang

Existem diferentes tipos de jingxue, que podem ser classificados de acordo com a sua localização,
características específicas e indicações. No quadro seguinte, apresenta-se a nomenclatura internacional
dos jingxue pertencentes aos catorze jingluo principais. Aquela nomenclatura normalizada inclui sempre o
nome dos pontos em fonética pinyin, seguido do respectivo código alfanumérico – Quadro 9.4.

Quadro 9.4 - Nomenclatura internacional dos pontos de acupunctura.


JINGXUE CÓDIGO ALFA- JINGXUE CÓDIGO ALFA-
( pinyin ) NUMÉRICO ( pinyin ) NUMÉRICO
(A-B) (A-B)
( A- código alfa inglês — B- código alfa português )
B
Baihuanshu B 30 ( UB - B ) Binao LI 14 ( LI - IG )
Baihui Du 20 ( GV - G ) Bingfeng SI 12 ( SI - ID )
Baohuang B 53 ( UB - B ) Bulang K 22 ( K - R )
Benshen G 13 ( GB - V ) Burong S 19 ( St - E )
Biguan S 31 ( St - E )

C
Changqiang Du 1 ( GV - G ) Chengshan B 57 ( UB - B )
Chengfu B 36 ( UB - B ) Chize L 5 ( Lu - Pl )
Chengguang B 6 ( UB - B ) Chimai SJ 18 ( TB - TA )
Chengjiang Ren 24 ( CV - C ) Chongmén Sp 12 ( Sp - BP )
Chengjin B 56 ( UB - B ) Chongyang S 42 ( St - E )
Chengling G 18 ( GB - V ) Ciliao B 32 ( UB - B )
Chengman S 20 ( St - E ) Cuanzhu B 1 ( UB - B )
Chengqi S 1 ( St - E )

D
Dabao Sp 21 ( Sp - BP ) Daying S 5 ( St - E )
Dachangshu B 25 ( UB - B ) Dazhong K4 (K-R)
Dadu Sp 2 (Sp - BP ) Dazhu B 11 ( UB - B )
Dadun Liv 1 ( Liv - F ) Dazhui Du 14 ( GV - G )
Dahe K 12 ( K - R ) Dicang S 4 ( St - E )
Daheng Sp 15 ( Sp - BP ) Diji Sp 8 ( Sp - BP )
Daimai G 26 ( GB - V ) Diwuhui G 42 ( GB - V )
Daju S 27 ( St - E ) Dubi S 35 ( St - E )
Daling P7 (P-P) Duiduan Du 27 ( GV - G )
Danshu B 19 ( UB - B ) Dushu B 16 ( UB - B )

E
Erheliao SJ 22 ( TB - TA ) Ermen SJ 21 ( TB - TA )
Erjian LI 2 ( LI - IG )

F
Feishu B 13 ( UB - B ) Fufen B 41 ( UB - B )
Feiyang B 58 ( UB - B ) Fujie Sp 14 ( Sp - BP )
Fengchi G 20 ( GB - V ) Fuliu K7 (K-R)
Fengfu Du 16 ( GV - G ) Fushe Sp 13 ( Sp - BP )
Fenglong S 40 ( St - E ) Futonggu K 20 ( K - R )
Fengmen B 12 ( UB - B ) Futu S 32 ( St - E )
Fengshi G 31 ( GB - V ) Futuu LI 18 ( LI - IG )
Fuai Sp 16 ( Sp - BP ) Fuxi B 38 ( UB - B )
Fubai G 10 ( GB - V ) Fuyang B 59 ( UB - B )

G
Ganshu B 18 ( UB - B ) Guangming G 37 ( GB - V )
Gaohuangshu B 43 ( UB - B ) Guanmen S 22 ( St - E )
Geguan B 46 ( UB - B ) Guanyuan Ren 4 ( CV - C )
Geshu B 17 ( UB - B ) Guanyuanshu B 16 ( UB - B )
Gongsun Sp 4 ( Sp - BP ) Guilai S 29 ( St - E )
Guanchong SJ 1 ( TB - TA )

H
Hanyan G 4 ( GB - V ) Huangshu K 16 ( K - R )
Hegu LI 4 ( LI - IG ) Huantiao G 30 ( GB - V )
Henggu K 11 ( K - R ) Huaroumen S 24 ( St - E )
Heyang B 55 ( UB - B ) Huiyang B 35 ( UB - B )
Houding Du 19 ( GV - G ) Huiyin Ren 1 ( CV - C )
Houxi SI 3 ( SI - ID ) Huizong SJ 7 ( TB - TA )
Huagai Ren 20 ( CV - C ) Hunmen B 54 ( UB - B )
Huangmen B 51 ( UB - B )

J
Jiache S 6 ( St - E ) Jingmen G 25 ( GB - V )
Jianjing G 21 ( GB - V ) Jingming B 1 ( UB - B )
Jianli Ren 11 ( CV - C ) Jingqu L 8 ( Lu - Pl )
Jianliao SJ 14 ( TB - TA ) Jinmen B 63 ( UB - B )
Jianshi P5 (P-P) Jinsuo Du 8 ( GV - G )
Jianwaishu SI 14 ( SI - ID ) Jiquan H 1 ( H - Co )
Jianyu LI 15 ( LI - IG ) Jiuwei Ren 15 ( CV - C )
Jianzhen SI 9 ( SI - ID ) Jizhong Du 6 ( GV - G )
Jianzhongshu SI 15 ( SI - ID ) Juegu G 39 ( GB - V )
Jiaosun SJ 20 ( TB - TA ) Jueyinshu B 14 ( UB - B )
Jiaoxin K8 (K-R) Jugu LI 16 ( LI - IG )
Jiexi S 41 ( St - E ) Juliao G 29 ( GB - V )
Jimai Liv 12 ( Liv - F ) Juliao S 3 ( St - E )
Jimen Sp 11 ( Sp - BP ) Juque Ren 14 ( CV - C )
Jinggu B 64 ( UB - B )

K
Kezhuren G 3 ( GB - V ) Kufang S 14 ( St - E )
Kongzhui L 6 ( Lu - Pl ) Kunlun B 60 ( UB - B )
Kouheliao LI 19 ( LI - IG )

L
Laogong P8 (P-P) Lingdao H 4 ( H - Co )
Liangmen S 21 ( St - E ) Lingtai Du 10 ( GV - G )
Liangqiu S 34 ( St - E ) Lingxu K 24 ( K - R )
Lianquan Ren 23 ( CV - C ) Lougu Sp 7 ( Sp - BP )
Lidui S 45 ( St - E ) Luoque B 8 ( UB - B )
Lieque L 7 ( Lu - Pl ) Luxi SJ 19 ( TB - TA )
Ligou Liv 5 ( Liv - F )
M
Meichong B 3 ( UB - B ) Muchuang G 16 ( GB - V )
Mingmen Du 4 ( GV - G )

N
Naohu Du 17 ( GV - G ) Naoshu SI 10 ( SI - ID )
Naohui SJ 13 ( TB - TA ) Neiguan P6 (P-P)
Naokong G 19 ( GB - V ) Neiting S 44 ( St - E )

P
Pangguangshu B 28 ( UB - B ) Pohu B 42 ( UB - B )
Pianli LI 6 ( LI - IG ) Pucan B 61 ( UB - B )
Pishu B 20 ( UB - B ) Pushen B 61 ( UB - B )

Q
Qianding Du 21 ( GV - G ) Qiuxu G 40 ( GB - V )
Qiangjian Du 18 ( GV - G ) Qixue K 13 ( K - R )
Qiangu SI 2 ( SI - ID ) Quanliao SI 18 ( SI - ID )
Qichong S 30 ( St - E ) Qubin G 7 ( GB - V )
Qihai Ren 6 ( CV - C ) Quchai B 4 ( UB - B )
Qihaishu B 24 ( UB - B ) Quchi LI 11 ( LI - IG )
Qihu S 13 ( St - E ) Quepen S 12 ( SI - ID )
Qimai SJ 18 ( TB - TA ) Qugu Ren 2 ( CV - C )
Qimen Liv 14 ( Liv - F ) Ququan Liv 8 ( Liv - F )
Qinglengyuan SJ 11 ( TB - TA ) Quyuan SI 13 ( SI - ID )
Qingling H 2 ( H - Co ) Quze P3 (P-P)
Qishe S 11 ( SI - ID )

R
Rangu K2 (K-R) Riyue G 24 ( GB - V )
Renying S 9 ( St - E ) Rugen S 18 ( St - E )
Renzhong Du 26 ( GV - G ) Ruzhong S 17 ( St - E )

S
Sanjian LI 3 ( LI - IG ) Shenque Ren 8 ( CV -- C )
Sanjiaoshu B 22 ( UB - B ) Shenshu B 23 ( UB -- B )
Sanyangluo SJ 8 ( TB - TA ) Shentang B 44 ( UB -- B )
Sanyinjiao Sp 6 ( Sp - BP ) Shenting Du 24 ( GV -- G )
Shangguan G 3 ( GB - V ) Shenzhu Du 12 ( GV -- G )
Shangjuxu St 37 ( St - E ) Shidou Sp 17 ( Sp - BP )
Shanglian LI 9 ( LI - IG ) Shiguan K 18 ( K - R )
Shangliao B 31 ( UB - B ) Shimen Ren 5 ( CV - C )
Shangqiu Sp 5 ( Sp - BP ) Shousanli LI 10 ( LI - IG )
Shangqu K 17 ( K - R ) Shouwuli LI 13 ( LI - IG )
Shangwan Ren 13 ( CV - C ) Shuaigu G 8 ( GB - V )
Shangxing Du 23 ( GV - G ) Shufu K 27 ( K - R )
Shangyang LI 1 ( LI - IG ) Shugu B 65 ( UB - B )
Shanzhong Ren 17 ( CV - C ) Shuidao S 26 ( St - E )
Shaochong H 9 ( H - Co ) Shuifen Ren 9 ( CV - C )
Shaofu H 8 ( H - Co ) Shuigou Du 26 ( GV - G )
Shaohai H 3 ( H - Co ) Shuiquan K5 (K-R)
Shaoshang L 11 ( Lu - Pl ) Shuitu S 10 ( St - E )
Shaoze SI 1 ( SI - ID ) Sibai S 2 ( St - E )
Shencang K 25 ( K - R ) Sidu SJ 9 ( TB - TA )
Shendao Du 11 ( GV - G ) Siman K 14 ( K - R )
Shenfeng K 23 ( K - R ) Sizhukong SJ 23 ( TB - TA )
Shenmai B 62 ( UB - B ) Suliao Du 25 ( GV - G )
Shenmen H 7 ( H - Co )

T
Taibai Sp 3 ( Sp - BP ) Tianshu S 25 ( St - E )
Taichong Liv 3 ( Liv - F ) Tiantu Ren 22 ( CV - C )
Taixi K3 (K-R) Tianxi Sp 18 ( Sp - BP )
Taiyi S 23 ( St - E ) Tianyou SJ 16 ( TB - TA )
Taiyuan L 9 ( Lu - Pl ) Tianzhu B 10 ( UB - B )
Tanzhong Ren 17 ( CV - C ) Tianzhong SI 11 ( SI - ID )
Taodao Du 13 ( GV - G ) Tiaokou S 38 ( St - E )
Tianchi P1 (P-P) Tinggong SI 19 ( SI - ID )
Tianchong G 9 ( GB - V ) Tinghui G 2 ( GB - V )
Tianchuang SI 16 ( SI - ID ) Tongli H 5 ( H - Co )
Tianding LI 17 ( LI - IG ) Tongtian B 7 ( UB - B )
Tianfu L 3 ( Lu - Pl ) Tongziliao G 1 ( GB - V )
Tianjing SJ 10 ( TB - TA ) Toulinqi G 15 ( GB - V )
Tianliao SJ 15 ( TB - TA ) Touqiaoyin G 11 ( GB - V )
Tianquan P2 (P-P) Touwei S 8 ( St - E )
Tianrong SI 17 ( SI - ID )

W
Waiguan SJ 5 ( TB - TA ) Weishu B 21 ( UB - B )
Wailing S 26 ( St - E ) Weiyang B 39 ( UB - B )
Waiqiu G 36 ( GB - V ) Weizhong B 40 ( UB - B )
Wángu G 12 ( GB - V ) Wenliu LI 7 ( LI - IG )
Wàngu SI 4 ( SI - ID ) Wuchu B 5 ( UB - B )
Weicang B 50 ( UB - B ) Wushu G 27 ( GB - V )
Weidao G 28 ( GB - V ) Wuyi S 15 ( St - E )

X
Xiabai L 4 ( Lu - Pl ) Ximen P4 (P-P)
Xiaguan S 7 ( St - E ) Xingjian Liv 2 ( Liv - F )
Xiajuxu S 39 ( St - E ) Xinhui Du 22 ( GV - G )
Xialian LI 8 ( LI - IG ) Xinshu B 15 ( UB - B )
Xialiao B 34 ( UB - B ) Xiongxiang Sp 19 ( Sp - BP )
Xiangu S 43 ( St - E ) Xiyangguan G 33 ( GB - V )
Xiaochangshu B 27 ( UB - B ) Xuanji Ren 21 ( CV - C
)
Xiaohai SI 8 ( SI - ID ) Xuanli G 6 ( GB - V )
Xiaoluo SJ 12 ( TB - TA ) Xuanlu G 5 ( GB - V )
Xiaxi G 43 ( GB - V ) Xuanshu Du 5 ( CV - C )
Xiawan Ren 10 ( CV - C Xuanzhong G 39 ( GB - V )
)
Xiguan Liv 7 ( Liv - F ) Xuehai Sp 10 ( Sp - BP )

Y
Yamen Du 15 ( GV - G ) Yingxiang LI 20 ( LI - IG )
Yangbai G 14 ( GB - V ) Yinjiao Ren 7 ( CV - C )
Yangchi SJ 4 ( TB - TA ) Yinjiao Du 28 ( GV - G )
Yangfu G 38 ( GB - V ) Yinlian Liv 11 ( Liv - F )
Yanggang B 48 ( UB - B ) Yinlingquan Sp 9 ( Sp - BP )
Yanggu SI 5 ( SI - ID ) Yinmen B 37 ( UB - B )
Yangjiao G 35 ( GB - V ) Yinshi S 33 ( St - E )
Yanglao SI 6 ( SI - ID ) Yinxi H 6 ( H - Co )
Yanglingquan G 34 ( GB - V ) Yishe B 49 ( UB - B )
Yangxï LI 5 ( LI - IG ) Yixi B 45 ( UB - B )
Yaoshu Du 2 ( GV - G ) Yongquan K1 (K-R)
Yaoyangguan Du 3 ( GV - G ) Youmen K 21 ( K - R )
Yemen SJ 2 ( TB - TA ) Yuanye G 22 ( GB - V )
Yifeng SJ 17 ( TB - TA ) Yuji L 10 ( Lu - Pl )
Yinbai Sp 1 ( Sp - BP ) Yunmen L 2 ( Lu - Pl )
Yinbao Liv 9 ( Liv - F ) Yutang Ren 18 ( CV - C
)
Yindu K 19 ( K - R ) Yuzhen B 9 ( UB - B )
Yingchuang S 16 ( St - E ) Yuzhong K 26 ( K - R )
Yingu K 10 ( K - R )

Z
Zanzhu (zhanzhu) B 2 ( UB - B ) Zhongji Ren 3 ( CV - C )
Zhangmen Liv 13 ( Liv - F ) Zhongliao B 33 ( UB - B )
Zhaohai K6 (K-R) Zhonglushu B 29 ( UB - B )
Zhejin G 23 ( GB - V ) Zhongzhu Du 7 ( GV - G )
Zhengying G 17 ( GB - V ) Zhongting Ren 16 ( CV - C )
Zhibian B 54 ( UB - B ) Zhongwan Ren 12 ( CV - C )
Zhigou SJ 6 ( TB - TA ) Zhongzhu SJ 3 ( TB - TA )
Zhishi B 52 ( UB - B ) Zhongzhu K 15 ( K - R )
Zhiyang Du 9 ( GV - G ) Zhouliao LI 12 ( LI - Pl )
Zhiyin B 67 ( UB - B ) Zhubin K9 (K-R)
Zhizheng SI 7 ( SI - ID ) Zigong Ren 19 ( CV - C )
Zhongchong P9 (P-P) Zulinqi G 41 ( GB - V )
Zhongdu Liv 6 ( Liv - F ) Zuqiaoyin G 44 ( GB - V )
Zhongdu G 32 ( GB - V ) Zusanli S 36 ( St - E )
Zhongfeng Liv 4 ( Liv - F ) Zutonggu B 66 ( UB - B )
Zhongfu L 1 ( Lu - Pl ) Zuwuli Liv 10 ( Liv - F )

Os pontos localizados ao longo das catorze sinartérias principais são denominados pontos de acupunctura
principais e distribuem-se simetricamente ao longo da cabeça, tronco e membros, nas doze sinartérias
regulares, e ao longo da parte média da cabeça e do tronco nas sinartérias secundárias.

Existem ainda pontos acessórios de acupunctura, que podem ser pontos extraordinários ou pontos
dolorosos, não apresentando estes localizações definidas ou nomes específicos. A existência de pontos
dolorosos, ou ahshixue, fundamenta-se na filosofia de Huangdi Neijing de que "aonde existe um ponto
doloroso, existe um ponto de acupunctura que necessita de ser tratado". Os pontos extraordinários,
descobertos ao longo de milhares de anos de prática clínica, têm nomenclatura específica mas não
pertencem a nenhuma das catorze sinartérias principais.

Como se referiu anteriormente, a diferenciação das síndromes antecede sempre a instituição de


terapêuticas específicas e deve ser efectuada com base nas teorias dos oito princípios e dos jingluo, bem
como na fisiopatologia dos zang-fu. Depois de analisados todos os sinais e sintomas e formulado o
diagnóstico definitivo, segue-se a etapa de selecção dos jingxue passíveis de acupunctoterapia.
Seleccionados os mais indicados e eficazes para as diferentes situações, avaliam-se os métodos de
tratamento e de estimulação mais adequados, que variam de acordo com a natureza shi ou xu da doença e
com o tipo de factores envolvidos na sua etiologia. Pode-se utilizar a acupunctura e a moxibustão,
isoladamente ou em conjunto, e a estimulação das agulhas filiformes pode ser de reforço-redução
(estimulação regular), de reforço ou de redução.

De um modo geral, os jingxue de um determinado jingluo estão indicados no tratamento de doenças,


sinais e sintomas relacionados com disfunções desse jingluo, principalmente os que se encontram a
jusante das regiões articulares do cotovelo e do joelho.

Relativamente às três sinartérias yin do membro superior, os xue do shou taiyin utilizam-se no tratamento
de problemas da garganta, tórax e pulmão, os xue do shou jueyin servem para tratar principalmente
problemas mentais, do tórax, do coração e do estômago, e os xue do shou shaoyin são utilizados no
tratamento de problemas mentais, do tórax e do coração.
Em relação às três sinartérias yang do membro superior, os xue do shou taiyang utilizam-se no tratamento
de problemas da cabeça, sobretudo patologias da região occipital e dos foros oftálmico e
otorrinolaringológico, problemas mentais e doenças febris, os xue do shou shaoyang tratam problemas do
tórax e hipocôndrios, doenças febris, patologias dos olhos e da garganta, bem como patologias da região
parieto-temporal, nomeadamente as do foro auditivo, e os xue do shou yangming são utilizados no
tratamento de doenças febris e de problemas da cabeça, sobretudo da região frontal, da face, olhos, nariz,
garganta, dentes e ouvidos.

Nas três sinartérias yang do membro inferior, os xue do zu taiyang utilizam-se no tratamento de
problemas dos olhos, ouvidos e da região occipital, bem como de doenças febris e mentais e de problemas
genitais e do aspecto posterior do corpo, os xue do zu shaoyang servem para tratar patologias oftálmicas e
otorrinolaringológicas, problemas do tórax e hipocôndrios (sobretudo do aspecto lateral do corpo) e
doenças febris, e os xue do zu yangming são utilizados no tratamento de doenças do estômago e
intestinos, de doenças febris e mentais e de problemas da região anterior do corpo, principalmente da
face, nariz, garganta e dentes.

Em relação às sinartérias yin do membros inferior, os xue do zu taiyin utilizam-se no tratamento de


problemas genito-urinários e gastrintestinais, os xue do zu jueyin, além de problemas genito-urinários
servem para tratar doenças oculares e problemas do tórax e hipocôndrios, e os xue do zu shaoyin são
utilizados no tratamento de doenças genito-urinárias e de problemas da garganta.

Finalmente, os xue dos ren mai e du mai são utilizados sobretudo no tratamento de problemas locais e dos
zang-fu com que estão relacionados.

Localizados sobretudo no tronco e membros, existem pontos de acupunctura que, além das indicações
gerais anteriormente referidas, têm características e funções bem definidas; são denominados "xue
específicos", ou "xue especiais". Segundo Huangdi Neijing, existem nove categorias de xue especiais,
nomeadamente:

— os xue shu, relacionados com a teoria wu xing (teoria dos cinco elementos) e utilizados de acordo com
o princípio da "relação mãe-filho", em que "numa síndrome xu se deve tonificar (reforçar) a mãe" e,
"numa síndrome shi, enfraquecer (reduzir) o filho". Em cada sinartéria existem cinco xue shu,
respectivamente os pontos (1) jing-origem, "pontos onde o qi sinarteriano começa a borbulhar" e que
estão indicados no tratamento de doenças mentais, (2) rong-fonte, "pontos onde o qi sinarteriano inicia o
seu florescimento" e que servem principalmente para o tratamento de doenças febris, (3) shu-corrente,
"pontos onde se dá o amadurecimento do qi sinarteriano", que servem essencialmente para tratar as
doenças provocadas pelo vento e/ou humidade, (4) jing-rio, "local onde o qi sinarteriano aumenta em
caudal", indicados principalmente no tratamento de doenças do fei-pulmão e, (5) he-oceano, "pontos onde
o qi sinarteriano atinge a maturidade", indicados na correcção de disfunções das vísceras fu específicas.
Os pontos he-oceano representam, de acordo com a filosofia da MTC, o local de confluência de todas os
vasos por onde circula a energia vital e são simbolicamente comparados ao estuário de um rio, depois
deste receber todos os seus afluentes e subafluentes equiparados. Os cinco xue shu localizam-se nos
membros, no sentido distal-proximal, segundo a sequência acabada de referir;

— os yuan-nascente, ou yuan-fonte da vida, "pontos onde se origina o qi primário dos zang-fu", estão
indicados no tratamento das doenças dos cinco zang e dos seis fu. Nas sinartérias yin estes pontos são
coincidentes com os xue shu-corrente;

— os luo-conexão, que fazem a conexão externa-interna dos zang-fu, estão indicados no tratamento de
patologias que afectam as respectivas "sinartérias opostas", como por exemplo, as patologias do fei-
pulmão, zang a que pertence a sinartéria shou taiyin, podem ser tratadas através do xue luo-conexão do
shou yangming, pertencente ao fu dachang-cólon, tal como as patologias deste fu podem ser tratadas
através do xue luo-conexão do shou taiyin;

— os xi-convergentes, ou xi-chave, "pontos onde o qi das diferentes sinartérias se encontra em maior


concentração", que estão indicados no tratamento de doenças agudas e graves das respectivas sinartérias,
pois têm acção promotora na circulação de qi e sangue;

— os shu-posteriores, "pontos onde o qi dos zang-fu é introduzido", devem ser utilizados no tratamento
de doenças profundas que afectam os respectivos zang-fu;
— os mu-anteriores, "pontos onde o qi dos zang-fu se encontra em maior concentração", estão indicados
no tratamento de doenças crónicas dos zang-fu respectivos. Enquanto que os xue mu-anteriores são de
natureza yin, os xue shu-posteriores são de natureza yang;

— os xue-influentes, em número de oito, são pontos importantes e efectivos que devem ser utilizados no
tratamento de todo o tipo de disfunções dos respectivos orgãos e tecidos orgânicos – Quadro 9.5; e

— os xue-confluentes, também em número de oito, são os "locais onde as doze sinartérias regulares
comunicam com as duas sinartérias secundárias e as seis acessórias". Estes pontos pertencem às doze
sinartérias regulares mas podem ser utilizados no tratamento de patologias das respectivas confluências –
Quadro 9.6.

Quadro 9.5 – Os oito xue-influentes.


Jingxue Orgãos - Tecidos Jingxue Orgãos - Tecidos
Zhangmen (Liv 13) Zang Dashu (B 11) Ossos
Zhongwan (Ren 12) Fu Xuanzhong (G 39) Medula
Shanzhong (Ren 17) Qi Yanglingquan (G 34) Tendões
Geshu (B 17) Sangue Taiyuan (L 9) Vasos sanguíneos

Quadro 9.6 – Os oito xue-confluentes


Jingxue Conexão Indicações
Gongsun (Sp 4) Chong mai Doenças cardíacas
Neiguan (P 6) Yinwei mai Problemas torácicos
Problemas gástricos
Houxi (SI 3) Du mai Doenças do ouvido
Shenmai (B 62) Yangqiao mai Problemas do intestino delgado
Problemas da bexiga
Problemas da nuca e do pescoço
Problemas do canto interno do olho
Zulinqi (G 41) Dai mai Problemas retro-auriculares
Waiguan (SJ 5) Yangwei mai Problemas do canto externo do olho
Problemas do pescoço e do ombro
Lieque (L 7) Ren mai Doenças respiratórias
Zhaohai (K 6) Yinqiao mai Problemas da garganta

SELECÇÃO DOS PONTOS DE ACUPUNCTURA

Na prática clínica, a selecção dos pontos de acupunctura pode efectuar-se de três modos: (1) através da
selecção de pontos locais, (2) através da selecção de pontos localizados ao longo dos trajectos das
sinartérias e (3) através da selecção de pontos com propriedades específicas. O primeiro método diz
essencialmente respeito ao modo de selecção de ahshixue, de pontos adjacentes (proximais e distais), de
xue mu-anteriores e de xue shu-posteriores.

Selecção de pontos locais

A selecção de pontos locais utiliza-se sobretudo para o tratamento de doenças localizadas, devidas a
disfunções dos jingluo. É um processo de selecção simples, que pode ser utilizado isoladamente ou em
combinação com o outro método.

Selecção de ahshixue:

A selecção destes pontos fundamenta-se no princípio da MTC de que "aonde existe dor existe um ponto
que necessita de tratamento". Estes pontos são efectivos no tratamento sintomático.

Selecção de pontos adjacentes:

A principal aplicação deste método respeita sobretudo a selecção de pontos para o tratamento de doenças
localizadas quando, por qualquer motivo, não for possível puncionarem-se os ahshixue ou quaisquer
outros pontos de acupunctura relacionados directamente com a região ou com os orgãos afectados.
Assim, por exemplo, os pontos zanzhu (B 1) e jingming (B 2), são pontos adjacentes próximos do olho
que podem ser utilizados no tratamento de patologias deste orgão, os pontos juliao (S 3) e yingxiang (LI
20) são efectivos no tratamento de problemas nasais, e os pontos tinggong (SI 19) e tinghui (G 2) são
muito usados em patologias do ouvido. Também os pontos shangxing (Du 23) e tongtian (B 7) são úteis
no tratamento de disfunções nasais, os pontos fengchi (G 20) e fengfu (Du 16) são fundamentais no
tratamento de cefaleias e enxaquecas, e os pontos zhangmen (Liv 13) e tianshu (S 25) são muito usados
no tratamento de problemas gástricos. Enquanto que os primeiros três grupos de pontos são denominados
"pontos adjacentes proximais", por estarem muito próximo dos órgãos ou tecidos que se pretende tratar,
os últimos três grupos são denominados "pontos adjacentes distais".

Selecção de pontos mu-anteriores e shu-posteriores:

A selecção destes pontos, baseia-se no princípio da aplicação de xue específicos dos zang-fu,
independentemente do tipo de patologia. São geralmente usados em combinação com outros pontos,
como é o caso de zhongwan (Ren 12) e weishu (B 21) que são, respectivamente, os mu-anterior e shu-
posterior do wei-estômago.

Selecção de pontos localizados ao longo das sinartérias

A selecção de pontos localizados ao longo do trajecto das sinartérias, embora seja o método mais
complicado de selecção, é o que dá melhores resultados na prática clínica. É utilizado para o tratamento
de doenças tanto superficiais como profundas e requer uma boa compreensão da fisiopatologia dos zang-
fu, das vias energéticas do organismo, das relações internas-externas dos jingluo, das características e
funções dos jingxue, bem como das teorias yin-yang e wu xing.

Selecção de pontos do meridiano afectado:

A selecção destes pontos baseia-se nas funções e características comuns dos pontos de um mesmo
jingluo, especialmente dos que estão situados a jusante do cotovelo e do joelho. Assim, por exemplo, tal
como os problemas pulmonares podem ser tratados exclusivamente com pontos localizados no shou taiyin
(fei-pulmão), como taiyuan (L 9), jingqu (L 8), lieque (L 7), kongzui (L 6), chize (L 5), etc., também nas
disfunções do zu yangming (wei-estômago), se podem usar zusanli (S 36), shangjuxu (S 37), xiajuxu (S
39), etc..

Selecção de pontos de meridianos diferentes:

Este é o método de selecção mais complicado e moroso, principalmente se não houver um domínio
completo da filosofia da MTC, sobretudo da teoria wu xing.

Assim, por exemplo, as doenças do fei-pulmão (shou taiyin), podem ser tratadas através da punção de
pontos seleccionados na sinartéria shou yangming (dachang-cólon), ou nas sinartérias zu yangming e/ou
zu taiyin, ou nas sinartérias zu taiyang e/ou zu shaoyin. Enquanto que a selecção de pontos do shou
yangming, se fundamenta na sua relação interna-externa com o shou taiyin, já a selecção de pontos das
outras quatro sinartérias, se baseia exclusivamente na teoria wu xing, em que o elemento "terra" promove
o elemento "metal", gerando este o elemento "água" — uma vez que o fei-pulmão pertence ao elemento
"metal", os wei-estômago e pi-baço ao elemento "terra" e os shen-rim e pangguang-bexiga ao elemento
"água".

Selecção de pontos shu:

Este método de selecção tem por base a "relação mãe-filho", segundo a qual nas síndromes xu se devem
"reforçar os pontos-mãe" e nas síndromes shi se devem "reduzir os pontos-filho". Utilizam-se pois os
métodos de estimulação de reforço ou de redução, nos pontos jing-origem, rong-fonte, shu-corrente, jing-
rio e he-oceano – Quadros 9.7 e 9.8.

Selecção simultânea de pontos de vários meridianos:

Este método de selecção pode ser utilizado quando se verificar o atingimento simultâneo de duas ou mais
sinartérias. Assim, por exemplo, quando ocorrer uma situação extrema de síncope ou de colapso, devida
à acção do calor ou do vento, devem seleccionar-se os doze jing-origem, ou, quando ocorrerem sequelas
originadas por um "golpe de vento" (sequelas de acidente vascular cerebral), devem seleccionar-se
simultaneamente pontos das três sinartérias yin e yang, tanto da mão como do pé.

Porém, muitas vezes não é possível puncionarem-se os pontos mais indicados, das várias sinartérias.
Sempre que tal se verifique, devem-se seleccionar pontos situados na trajectória dos troncos principais
dos meridianos afectados, ou das suas colaterais. Assim, por exemplo, se as sinartérias dos fei-pulmão, pi-
baço, shen-rim e do ren mai se encontrarem simultaneamente afectadas por uma determinada patologia
comum, o ponto a seleccionar em primeiro lugar deverá ser zhongji (Ren 3).

Quadro 9.7 - Xue especiais das sinartérias yin.


* JINGLUO WU JING-origem RONG- SHU- YUAN- JING-rio
XING fonte corrente nascente
A Fei-pulmão MetalShaoshang (L Yuji (L 10) Taiyuan Taiyuan (L Jingqu (L
11) (L 9) 9) 8)
B Xin-coração Fogo Shaochong Shaofu (H Shenmen Shenmen Lingdao (H
(H 9) 8) (H 7) (H 7) 4)
C Gan-fígado Madeira Dadun (Liv Xingjian Taichong Taichong Zhongfeng
1) (Liv 2) (Liv 3) (Liv 3) (Liv 4)
D Pi- Terra Yinbai (Sp 1) Dadu (Sp Taibai (Sp Taibai (Sp Shangqiu
baço/pâncreas 2) 3) 3) (Sp 5)
E Shen-rim Água Yongquan (K Rangu (K Taixi (K 3) Taixi (K 3) Fuliu (K 7)
1) 2)
F Xinbao- Fogo Zhongchong Laogong Daling (P Daling (P Jianshi (P
pericárdio (P 9) (P 8) 7) 7) 5)
Relacionamento Wu Xing Madeira Fogo Terra --- Metal

(continuação)
* JINGLUO WU HE-oceano XI-chave LUO- MU-anterior SHU-
XING conexão posterior
A Fei-Pulmão Metal Chize (L 5) Kongzui Lieque (L Zhongfu (L Feishu (B
(L 6) 7) 1) 13)
B Xin-Coração Fogo Shaohai (H Yinxi (H 6) Tongli (H Juque (Ren Xinshu (B
3) 5) 14) 15)
C Gan-fígado Madeira Ququan (Liv Zhongdu Ligou (Liv Qimen (Liv Ganshu (B
8) (Liv 6) 5) 14) 16)
D Pi- Terra Yinlingquan Diji (Sp 8) Gongsun Zhangmen Pishu (B
baço/pâncreas (Sp 9) (Sp 4) (Liv 13) 20)
E Shen-rim Água Yingu (K 10) Shuiquan Dazhong Jingmen (G Shenshu (B
(K 5) (K 4) 25) 23)
F Xinbao- Fogo Quze (P 3) Yimen (P Neiguan Tanzhong Jueyinshu
pericárdio 4) (P 6) (Ren 17) (B 14)
Relacionamento Wu Xing Água --- --- --- ---

*
Meridianos relacionados interna-externamente: A-A'; B-B'; C-C'; D-D'; E-E'; F-F' (comparar com o
Quadro 9.8 – xue especiais das sinartérias yang)
Dabao (Sp 21): é o luo-conexão da colateral major do pi-baço/pâncreas
Nos meridianos yin os pontos shu-corrente e yuan-nascente são coincidentes

Selecção combinada de pontos yuan-nascente e luo-conexão:

Este método de selecção deve reservar-se para a escolha de pontos destinados ao tratamento de patologias
que afectam simultâneamente sinartérias relacionadas interna-externamente. Os pontos yuan-nascente
são seleccionados como pontos principais e os pontos luo-conexão como pontos acessórios. Assim, por
exemplo, se uma patologia afectar simulta-neamente os fei-pulmão e dachang-cólon, mas mais
marcadamente o primeiro, o ponto principal a seleccionar será taiyuan (L 9), ponto yuan-nascente do fei-
pulmão, e o ponto acessório será pianli (LI 6), ponto luo-conexão do dachang-cólon. Se o dachang-cólon
for mais afectado que o fei-pulmão, então o ponto principal a seleccionar será hegu (LI 4), ponto yuan-
nascente do dachang-cólon, e o ponto acessório será lieque (L 7), ponto luo-conexão do fei-pulmão.

Selecção de pontos influentes:

Como já se referiu, estes pontos são utilizados no tratamento de quaisquer disfunções que afectem os
orgãos e tecidos orgânicos sem que exercem a sua "influência" – Quadro 9.5.

Assim, nas doenças do qi, como por exemplo a asma brônquica e a dispneia da Medicina Hipocrática,
deve seleccionar-se shanzhong (Ren 17), o ponto influente sobre aquela energia vital, nas doenças do
sangue, como hemoptises, rectorragias ou hemorragias uterinas funcionais, o ponto influente será geshu
(B 17), nas doenças dos ossos será dashu (B 11) e nos problemas dos vasos sanguíneos será taiyuan (L 9).

Quadro 9.8 - Xue especiais das sinartérias yang.


* JINGLUO WU JING-origem RONG- SHU- YUAN- JING-rio
XING fonte corrente nascente
A' Dachang- Metal Shangyang Erjian Sanjian (LI Hegu (LI Yangxi (LI 5)
cólon (LI 1) (LI 2) 3) 4)
B' Xiaochang- Fogo Shaoze (SI 1) Qiangu Houxi (SI Wangu (SI Yanggu (SI 5)
intestino (SI 2) 3) 4)
C' Dan-vesícula Madeira Zuqiaoyin (G Xiaxi (G Zulinqi (G Qiuxu (G Yangfu (G 38)
44) 43) 41) 40)
D' Wei- Terra Lidui (S 45) Neiting Xiangu (S Chongyang Jiexi (S 41)
estômago (S 44) 43) (S 42)
E' Pangguang- Água Zhiyin (B 67) Zutonggu Shugu (B Jinggu (B Kunlun (B 60)
bexiga (B 66) 65) 64)
F' Sanjiao-triplo Fogo Guangchong Yemen Zhongzhu Yangchi Zhigou (SJ 6)
aquecedor (SJ 1) (SJ 2) (SJ 3) (SJ 4)
Relacionamento Wu Madeira Fogo Terra --- Metal
Xing

(continuação)
* JINGLUO WU HE-oceano XI-chave LUO- MU- SHU-posterior
XING conexão anterior
A' Dachang- Metal Quchi (LI 11) Wenliu Pianli (LI Tianshu (S Dachangshu
cólon (LI 7) 6) 25) (B 13)
B' Xiaochang- Fogo Xiaohai (SI Yanglao Zhizheng Guanyuan Xiaochangshu
intestino 18) (SI 6) (SI 7) (Ren 4) (B 27)
C' Dan-vesícula Madeira Yanglingquan Waiqiu Guangming Riyue (G Danshu (B 19)
(G 34) (G 36) (G 37) 24)
D' Wei- Terra Zusanli (S Liangqiu Fenglong Zhongwan Weishu (B 21)
estômago 36) (S 34) (S 40) (Ren 12)
E' Pangguang- Água Weizhong (B Jinmen Feiyang (B Zhongji Pangguangshu
bexiga 40) (B 63) 58) (Ren 3) (B 28)
F' Sanjiao-triplo Fogo Tianjing (SJ Huizong Waiguan Shimen Sanjiaoshu (B
aquecedor 10) (SJ 7) (SJ 5) (Ren 5) 22)
Relacionamento Wu Água --- --- --- ---
Xing
*
Meridianos relacionados interna-externamente: A-A'; B-B'; C-C'; D-D'; E-E'; F-F' (comparar com o
Quadro 9.7 – xue especiais das sinartérias yin)

Selecção de pontos confluentes:

Já mencionados anteriormente, estes pontos estabelecem a conexão entre as doze sinartérias regulares e as
restantes vias energéticas do organismo e são efectivos no tratamento de inúmeras patologias – Quadro
9.6. Devem ser sempre seleccionados em grupos de dois. Assim, por exemplo, neiguan (P 6) e gongsun
(Sp 4) devem ser seleccionados para o tratamento de doenças cardíacas, lieque (L 7) e zhaohai (K 6) para
tratar doenças respiratórias houxi (SI 3) e shenmai (B 62) para tratar doenças do intestino delgado e
waiguan (SJ 5) e zulinqi (G 41) devem ser seleccionados para o tratamento de problemas rectro-
auriculares ou de problemas da região do pescoço e do ombro.

Selecção de pontos de cruzamento:

Com base no princípio da MTC de que "doenças localizadas e unilaterais também podem ser tratadas
através da punção de pontos contralaterais", este método de selecção deve reservar-se para a utilização
terapêutica de pontos que pertencem a sinartérias que se cruzam. Assim se compreende a efectividade de
hegu (LI 4) direito na analgesia de uma odontalgia direita e vice-versa.

Selecção de pontos segundo as suas propriedades específicas

Estes pontos de acupunctura podem ou não pertencer aos vários tipos de sinartérias e a sua selecção faz-se
exclusivamente com base na investigação empírica de centenas de anos e na sua eficácia comprovada no
tratamento de inúmeras disfunções ou desequilíbrios orgânicos, por défice (xu) ou por excesso (shi).
Assim, hegu (LI 4) é utilizado no controlo da hipersudorese, neiguan (P 6) é capaz de induzir ou de inibir
o vómito (dependendo do método de estimulação), qihai (Ren 6) e guanyuan (Ren 4) são utilizados para
revitalizar o qi (energia vital), zusanli (S 36) tem acção tonificadora, renzhong (Du 26) usa-se em
ressuscitação, liangquan (Ren 23) serve para corrigir a gaguez primária, yingtang (Extra) é utilizado na
frenação de crises convulsivas, taiyang (Extra) é um ponto indispensável no tratamento de qualquer tipo
de cefaleias e dingchuan (Extra) é eficaz no controlo de crises asmáticas.

MÉTODOS DE LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE ACUPUNCTURA

Os músculos e os ossos são as referências anatómicas mais importantes para a localização dos pontos de
acupunctura, uma vez que os pontos mais utilizados na prática clínica estão geralmente localizados nas
proximidades de depressões musculares e articulares.

Além da pesquisa de locais hipersensíveis ou dolorosos à palpação, existem três métodos principais de
localização dos pontos de acupunctura:

a) localização segundo estruturas anatómicas específicas,


b) medição proporcional, e
d) medição digital.

Porém, para a localização acurada de alguns pontos é necessária a utilização combinada de dois ou três
daqueles métodos.

Localização segundo as estruturas anatómicas

As estruturas anatómicas são marcos importantes para a localização dos xue e incluem saliências e
depressões ósseas, articulares, musculares e tendinosas, pregas cutâneas, rebordos e leitos ungueais,
linhas de delimitação do couro cabeludo, mamilos, umbigo, pavilhões auriculares, olhos, nariz e boca. Os
pontos de acupunctura situados em tais estruturas, ou na sua proximidade, podem ser localizados fácil e
directamente.

Medição proporcional

A unidade de medição padrão é o cun ("tsun" em português), o qual varia de acordo com a constituição
do indivíduo e que corresponde, grosseiramente, à polegada (cerca de 2,4 centímetros).

Com base nas estruturas anatómicas anteriores, a unidade padrão cun é sobretudo utilizada na localização
de pontos distais, e permite fazer medições transversais e longitudinais, sem esquecer que esta unidade de
medida é proporcional à compleição do indivíduo a tratar e não à constituição do acupuncturista ou do
técnico acupunctor – Quadro 9.9 e Figura 9.4.
FIGURA 9.4
MEDIÇÃO PROPORCIONAL E DIGITAL – CUN

Quadro 9.9 – Medição proporcional cun.


Cabeça:
Entre os limites anterior e posterior do couro cabeludo, ao longo da sua linha média = 12 cun
Entre a glabela e o limite posterior do couro cabeludo, ao longo da sua linha média = 15 cun
Entre a glabela e o limite anterior do couro cabeludo = 3 cun
Entre a glabela e a apófise espinhosa da sétima vértebra cervical = 18 cun
Entre o limite posterior do couro cabeludo e a apófise espinhosa da sétima vértebra cervical = 3 cun
Entre os pontos touwei (S 8), bilateralmente = 9 cun
Tronco:
Entre os dois mamilos = 8 cun
Entre o apêndice xifóide e o centro do umbigo = 8 cun
Entre o centro do umbigo e o bordo superior da sínfise púbica = 5 cun
Entre a prega axilar anterior e a extremidade da décima primeira costela = 12 cun
Entre o bordo interno das omoplatas, bilateralmente = 6 cun
Membro superior:
Entre a prega axilar transversa (centro do cavado axilar) e a prega transversal do cotovelo (centro do
cavado cubital) = 9 cun
Entre a prega transversal do cotovelo e a prega transversal do punho (cavado rádio-cárpico) = 12 cun
Membro inferior:
Entre o bordo superior da sínfise púbica e o côndilo interno do fémur (região interna da coxa) = 18 cun
Entre a proeminência do grande trocanter e a região mediana da rótula (região externa da coxa) = 19 cun
Entre o bordo inferior da tuberosidade tibial interna e a proeminência maleolar interna (região interna da
perna) = 13 cun
Entre a região mediana da rótula e a proeminência do maléolo externo (região externa da perna) = 16 cun
Medição digital

A medição digital tem como padrão os dedos do doente (e não os do acupuncturista ou os do terapeuta
acupunctor), devendo portanto ter em consideração o seu biótipo. Utiliza também como unidade de
medida o cun – Figura 9.4 e Quadro 9.10.

Quadro 9.10 – Medição digital cun.


Distância entre as regiões articulares da primeira articulação interfalângica, dos segundo e terceiro dedos
(dedos indicador e médio) justapostos = 1,5 cun
Distância entre as regiões articulares da primeira articulação interfalângica, dos segundo e quinto dedos
(dedos indicador e mínimo) justapostos = 3 cun
Distância entre as regiões articulares da segunda articulação interfalângica, dos segundo e terceiro dedos
(dedos indicador e médio) ligeiramente afastados = 2 cun
Distância entre as primeira e segunda pregas do terceiro dedo (primeira e segunda articulações
interfalângicas do dedo médio), com estas regiões articulares em flexão de noventa graus = 1 cun
Distância entre a primeira articulação interfalângica e a extremidade da terceira falange do segundo dedo,
encontrando-se este em extensão; esta mediação deve ser efectuada na região dorsal do dedo indicador =
2 cun
CAPÍTULO X – TRAJECTOS E PONTOS DAS SINARTÉRIAS
PRINCIPAIS

Shou Taiyin – Pulmão

O shou taiyin jing, meridiano yin maior da mão, ou sinartéria do fei-pulmão, é utilizado sobretudo para o
tratamento de problemas pulmonares.

1. Esta sinartéria tem origem na região torácica, no zhongjiao (aquecedor médio), cavidade orgânica onde
a ramificação interna, no seu trajecto descendente, comunica com o dachang-cólon − Figura 10.1.

2. Depois de comunicar com aquela víscera fu, a mesma ramificação ascende até ao cárdia, atravessa o
diafragma e penetra no zang que domina, o fei-pulmão.

3. Em zhongfu (L 1), o shou taiyin torna-se superficial e desce ao longo do aspecto medial (região interna)
do braço, em frente às sinartérias dos xin-coração e xinbao-pericárdio, até à fossa cubital.

4. A jusante da fossa cubital continua o seu trajecto descendente, ao longo do bordo anterior do rádio, no
aspecto medial do antebraço, até atingir a região cunkou (uma das três regiões para análise do pulso da
MTC); passa por yuji (L 10) e termina na última falange do primeiro dedo da mão, em shaoshang (L 11).

5. Em lieque (L 7), na região articular do punho, emerge uma bifurcação que, depois de percorrer o
aspecto radial do segundo dedo da mão, comunica com a sinartéria do dachang-cólon, a qual está
relacionada interna-externamente com a sinartéria do fei-pulmão.

Figura 10.1
Shou taiyin jing − Sinartéria do fei-pulmão
L 1 - Zhongfu
Denominação: "mansão do meio" ou "entrada do grande yin".
Localização: debaixo da extremidade acromial da clavícula, 1 cun directamente abaixo de yunmen (L 2) e
6 cun lateral ao du mai − Figura 10.2.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1 cun. Pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): dispersar a sensação de distensão do peito.
Indicações: tosse, asma, dor torácica e sensação de distensão torácica.
Características: é um xue mu-anterior.

Figura 10.2
Shou taiyin xue − Pontos de acupunctura da sinartéria do fei-pulmão

L 2 - Yunmen
Denominação: "portão nebuloso".
Localização: no rebordo inferior da clavícula, entre os músculos grande peitoral e deltóide − Figura 10.2.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun.
Indicações: tosse, asma, dor torácica ou sensação de opressão torácica e inflamação da região articular do
ombro.

L 3 - Tianfu
Denominação: "mansão paradisíaca" ou "janela celestial".
Localização: no aspecto medial do braço, 3 cun abaixo da prega axilar, na face radial do músculo bicípite
braquial, 6 cun acima de chize (L 5).
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun.
Indicações: asma, epistaxis e dor na face interna do braço.

L 4 - Xiabai
Denominação: "aparência vistosa".
Localização: no aspecto antero-lateral do braço, 1 cun abaixo de tianfu (L 3).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun.
Indicações: embora tenha as mesmas indicações que tianfu, é um ponto pouco utilizado.

L 5 - Chize
Denominação: "pé pantanoso".
Localização: no cavado cubital, no aspecto radial do tendão do músculo bicípite braquial; deve ser
localizado com o cotovelo em flexão ligeira − Figura 10.3.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun.
Acção (MTC): eliminar calor do fei-pulmão e acalmar a ascensão turbulenta de qi.
Indicações: tosse, asma, hemoptises e dor espástica do cotovelo.
Características: é um xue he-oceano.
Figura 10.3
Shou taiyin xue − Pontos de acupunctura da sinartéria do fei-pulmão

L 6 - Kongzui
Denominação: "orifício supremo".
Localização: na face palmar (anterior) do antebraço, 7 cun acima de taiyuan (L 9) e 5 cun abaixo de chize
(L 5) − Figura 10.4.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun. Pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): regular o qi do fei-pulmão, promover a descida de qi do fei-pulmão, eliminar calor, atenuar
a dor e controlar hemorragias.
Indicações: tosse, asma, hemoptises, prurido orofaríngeo e dor do braço e cotovelo com limitação dos
movimentos. É eficaz no tratamento de doenças agudas.
Características: é um xue xi-chave.

Figura 10.4
Shou taiyin xue − Pontos de acupunctura da sinartéria do fei-pulmão

L 7 - Lieque
Denominação: "deficiência auditiva".
Localização: acima do processo estilóide do rádio, 1,5 cun acima da prega transversal do punho − Figura
10.4.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun. Pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): reforçar a função dispersante do fei-pulmão, eliminar vento, principalmente vento-frio e
remover a obstrução nos jingluo e activar a circulação de qi.
Indicações: tosse, asma, hemoptises, cefaleias, rigidez da nuca, paralisia facial, trismus, fraqueza na
região do punho e prurido orofaríngeo.
Características: é um xue luo-conexão.
L 8 - Jingqu
Denominação: "meridiano escavado".
Localização: 1,0 cun acima da prega transversal do punho, no rebordo interno do rádio − Figura 10.4.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun.
Indicações: tosse, asma e dor torácica.
Características: é um xue jing-rio.

L 9 - Taiyuan
Denominação: "grande abismo".
Localização: na depressão da prega transversal do punho, no aspecto radial da artéria radial − Figura 10.4.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun. Pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): tonificar o yin e reforçar a função dispersante do fei-pulmão, eliminar vento e remover
fleuma.
Indicações: tosse, asma, hemoptises, palpitações, acrotismo, dores de garganta, dor torácica e dores na
face anterior do antebraço.
Características: é um xue shu-corrente e yuan-nascente, bem como um xue-influente nos vasos
sanguíneos.

L 10 - Yuji
Denominação: "fronteira do peixe".
Localização: a meio do primeiro metacarpiano, na sua região radial, na zona de transição entre as regiões
palmar e dorsal (na linha de junção das peles branca e vermelha) − Figura 10.4.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun. Pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar calor do fei-pulmão, eliminar o fogo da cabeça causado por depressão mental e
acalmar a garganta.
Indicações: tosse, hemoptises, dores de garganta, febre e edema da faringe.
Características: é um xue rong-fonte.

L 11 - Shaoshang
Denominação: "jovem mercador".
Localização: na face radial do quinto dedo, 0,1 cun posterior ao canto da unha − Figura 10.4.
Técnica: punção oblíqua a 0,1 cun. Pode ser submetido a sangria.
Acção (MTC): além de ter a mesma acção que yuji (L 10), serve ainda para eliminar vento quente e todos
os sintomas externos de disfunção da sinartéria do fei-pulmão.
Indicações: dor e edema da faringe, amigdalite, perda do conhecimento, doenças mentais, epistaxis e
contracturas dolorosas dos dedos.
Características: é um xue jing-origem e é muito utilizado em emergências.

Notas:
Em conjunto, lieque (L 7) e zhaohai (K 6) servem para tonificar yin, possuindo para este efeito, uma
acção mais marcada que taiyuan (L 9) isoladamente. São ainda eficazes na activação da função
descendente do pulmão e na atenuação de dores de garganta. Se as agulhas forem inseridas no sentido
ascendente, servem para tratar cefaleias e tonificar o qi do fei-pulmão; se forem inseridas no sentido
descendente, permitem tratar situações de dor no dedo polegar.

Shou Yangming – Cólon

O shou yangming jing, meridiano yang da luz solar da mão, ou sinartéria do dachang-cólon, é utilizado
sobretudo no tratamento de problemas das extremidades superiores e da cabeça, incluindo os da face,
nariz, orofaringe e pescoço.

1. Esta sinartéria tem origem em shangyang (LI 1), na terceira falange do segundo dedo. Ascende ao
longo do lado radial do dedo indicador, atravessa o primeiro espaço intermetacarpiano e atinge a
depressão entre os tendões dos músculos extensor pollicis longus e brevis do punho. Percorre a face
antero-lateral do antebraço e braço e atinge jianyu (LI 15), o ponto mais elevado da região articular do
ombro – Figura 10.5.

2. Segue o bordo anterior do acrómio até ao nível da sétima vértebra cervical, dazhui (Du 14), aonde
inflecte anteriormente para a fossa supraclavicular.
3. Penetrando na fossa supraclavicular, comunica com o fei-pulmão, atravessa o diafragma e penetra no
intestino grosso.

4. Da fossa supraclavicular emerge uma bifurcação sinarteriana, a qual ascende ao longo do pescoço até à
goteira mentolabial, circunda os lábios, cruza o meridiano contralateral no philtrum e termina em
yingxiang (LI 20), na asa do nariz, aonde comunica com o zu yangming jing, ou sinartéria do wei-
estômago.

5. Finalmente, de shangjuxu (S 37) ascende uma colateral que termina na região distal do cólon
descendente.

Figura 10.5
Shou yangming jing − Sinartéria do dachang-cólon

LI 1 - Shangyang
Denominação: "intercâmbio yang".
Localização: no lado radial do dedo indicador, 0,1 cun posterior ao canto da unha – Figura 10.6.
Técnica: punção oblíqua a 0,1 cun. Pode ser submetido a sangria.
Acção (MTC): eliminar vento-calor.
Indicações: edema e dor orofaríngea, odontalgias, doenças febris e parestesias nos dedos; é um ponto
muito utilizado na recuperação da consciência em caso de lipotímia.
Características: é um xue jing-origem.
Figura 10.6
Shou yangming xue − Pontos de acupunctura da sinartéria do dachang-cólon

LI 2 - Erjian
Denominação: "segundo intervalo".
Localização: no lado radial da depressão distal da articulação metacarpofalângica do segundo dedo; deve
ser localizado com a mão relaxada – Figura 10.6.
Técnica: punção perpendicular a 0,1-0,2 cun.
Indicações: edema e dor orofaríngea, odontalgias, epistaxis, paralisia do facial, nevralgia do trigémio e
doenças febris.
Características: é um xue rong-fonte.

LI 3 - Sanjian
Denominação: "terceiro intervalo".
Localização: no lado radial da depressão proximal da articulação metacarpofalângica do segundo dedo;
deve ser localizado com a mão relaxada – Figura 10.6.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: edema e dor orofaríngea, odontalgias, nevralgia do trigémio, dor e irritação ocular e
inflamação da região dorsal da mão.
Características: é um xue shu-corrente.

LI 4 - Hegu
Denominação: "entroncamento dos vales".
Localização: entre o primeiro e o segundo metacarpianos, na proeminência muscular quando os dedos
indicador e polegar se encontram justapostos – Figura 10.6.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento, principalmente vento-calor, eliminar sintomas exteriores, atenuar a febre
devida a invasão de agentes patogénicos exógenos e activar a função dos intestinos; deve ser utilizado no
tratamento de sinais e sintomas da face.
Indicações: cefaleias, odontalgias, paralisia do facial, edema da face, epistaxis, problemas do foro
otorrinolaringológico, trismus, contractura dos dedos, dores no braço, hipertermia com anidrose,
amenorreia, indução do trabalho de parto, dor abdominal, obstipação e disenteria.
Contra-indicações: punção durante a gravidez, uma vez que tem acção abortiva.
Características: é um xue yuan-nascente.

LI 5 - Yangxi
Denominação: "corrente ascendente".
Localização: no lado radial do punho, na tabaqueira anatómica, entre os músculos extensor pollicis longus
e brevis – Figura 10.6.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): tratamento de problemas locais.
Indicações: dor no lado radial do punho.
Características: é um xue jing-rio.

LI 6 - Pianli
Denominação: "passagem inclinada".
Localização: no lado radial do antebraço, 3 cun acima de yangxi (LI 5) – Figura 10.7.
Técnica: punção perpendicular ou oblíqua a 0,3-0,7 cun.
Indicações: epistaxis, edema e dor orofaríngea, paralisia do facial e nevralgia do antebraço.
Características: é um xue luo-conexão.
Figura 10.7
Shou yangming xue − Pontos de acupunctura da sinartéria do dachang-cólon

LI 7 - Wenliu
Denominação: "encosta quente".
Localização: no lado radial do antebraço, 5 cun acima de yangxi (LI 5) – Figura 10.7.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun.
Indicações: edema e dor orofaríngea, estomatite, gengivite e paralisia do facial.
Características: é um xue xi-chave.

LI 8 - Xialian
Denominação: "ângulo inferior" ou "integridade inferior".
Localização: no lado radial do antebraço, 4 cun abaixo de quchi (LI 11) – Figura 10.7.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun.
Indicações: cefaleias e vertigens, dor e irritação ocular, mastite, dor abdominal e dor no braço e região
articular do cotovelo.

LI 9 - Shanglian
Denominação: "ângulo superior" ou "integridade superior".
Localização: no lado radial do antebraço, 3 cun abaixo de quchi (LI 11) – Figura 10.7.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun.
Indicações: hemiplegia, parestesias nos membros e dor abdominal.

LI 10 - Shousanli
Denominação: "terceira medida do membro superior".
Localização: no lado radial do antebraço, 2 cun abaixo de quchi (LI 11) – Figura 10.7.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,2 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): tratamento do edema do braço e de outros problemas locais.
Indicações: dor, hemiplegia e paresia do membro superior.
LI 11 - Quchi
Denominação: "charco tortuoso".
Localização: com a região do cotovelo em flexão de 90-100 graus, este ponto encontra-se a meia distância
entre o ponto terminal da prega do cotovelo e o epicôndilo umeral; com o membro superior em extensão,
é equidistante de chize (L 5) e da proeminência do epicôndilo umeral – Figura 10.7.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,2 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento-calor, regular a circulação de qi e sangue, remover calor do dachang-cólon,
remover a obstrução e lubrificar a articulação do cotovelo.
Indicações: dor, hemiplegia e paresia do membro superior, hipertensão. Sequelas de acidente vascular
cerebral, hipertermia, urticária, orofaringite e dores no pescoço e no ombro.
Características: é um xue he-oceano. O xue xiahe-oceano inferior do dachang-cólon é shangjuxu (S 37), o
qual também é utilizado no tratamento de problemas do intestino grosso.

LI 12 - Zhouliao
Denominação: "junção do cotovelo".
Localização: com a região do cotovelo flectida a 90 graus, encontra-se 1 cun acima de quchi (LI 11), no
rebordo do úmero.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun.
Indicações: problemas musculo-esqueléticos locais.

LI 13 - Shouwuli
Denominação: "quinta medida do membro superior".
Localização: no lado radial do braço, 3 cun acima de quchi (LI 11).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,2 cun; evitar a punção da artéria.
Indicações: dor no braço e no cotovelo, escrófula, pneumonia e hemoptises.

LI 14 - Binao
Denominação: "quinta medida do membro superior".
Localização: ligeiramente anterior ao ponto de inserção do músculo deltóide, na linha que une quchi (LI
11) a jianyu (LI 15) – Figura 10.7.
Técnica: punção perpendicular ou oblíqua a 0,5-0,7 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: dor no braço e ombro.

LI 15 - Jianyu
Denominação: "osso do ombro".
Localização: antero-inferior relativamente à articulação acrómio-clavicular; este ponto situa-se na
depressão mais anterior formada pela abdução completa do braço – Figura 10.8.
Técnica: punção perpendicular ou oblíqua a 0,5-1,2 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento, remover a obstrução do jingluo e lubrificar a articulação.
Indicações: dor no braço e ombro, diminuição da mobilidade do membro superior (AVC).
Figura 10.8
Shou yangming xue − Pontos de acupunctura da sinartéria do dachang-cólon

LI 16 - Jugu
Denominação: "grande osso".
Localização: na depressão entre a extremidade acromial da clavícula e a espinha da omoplata.
Técnica: punção ligeiramente oblíqua a 0,5-1,2 cun.
Indicações: problemas musculo-esqueléticos da região articular do ombro.

LI 17 - Tianding
Denominação: "vaso do paraíso".
Localização: no bordo posterior do músculo esternocleidomastoideu, equidistante de futu (LI 18) e
quepen (S 12).
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun.
Indicações: amigdalite, faringite, escrófula e paralisia do músculo hioglosso.

LI 18 - Futu
Denominação: "suporte da proeminência".
Localização: 3 cun lateral ao pomo de Adão, entre os feixes esternal e clavicular do músculo
esternocleidomastoideu.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: disfagia e tosse; é um ponto pouco utilizado.

LI 19 - Heliao
Denominação: "sulco da semente".
Localização: ao nível de renzhong (Du 26), abaixo do orifício nasal.
Técnica: punção horizontalizada a 0,3-0,5 cun, no sentido externo-interno; não deve ser aplicada
moxibustão.
Indicações: rinite, epistaxis e paralisia do facial.

LI 20 - Yingxiang
Denominação: "fragrância hospitaleira".
Localização: a meio da goteira nasolabial, 0,5 cun lateralmente à asa do nariz – Figura 10.9.
Técnica: punção perpendicular ou oblíqua a 0,3 cun.
Acção (MTC): eliminar vento-calor e remover a obstrução nasal.
Indicações: rino-sinusite, rinorreia, epistaxis, obstrução nasal, paralisia do facial, prurido e edema da face.
Características: é o ponto de conexão entre o dachang-cólon e o wei-estômago.

Figura 10.9
Shou yangming xue − Pontos de acupunctura da sinartéria do dachang-cólon

Zu Yangming – Estômago

O zu yangming jing, sinartéria do wei-estômago, ou meridiano yang da luz solar do pé, é utilizado no
tratamento de patologias do sistema digestivo e de problemas locais ao longo do seu trajecto,
nomeadamente da cabeça, face, tórax, abdómen e face anterior das extremidades inferiores.

1. Esta sinartéria tem origem em yingxiang (LI 20), lateralmente à ala nasi, ascende ao longo da base do
nariz e comunica com jingming (B 1), o primeiro ponto do zu taiyang jing, ou sinartéria do pangguang-
bexiga – Figura 10.10.

2. De chengqi (S 1) desce e penetra na região gengival do maxilar superior, circunda a região labial e
converge com o ren mai na goteira mentolabial. Circunda a região mandibular inferior e ascende até
touwei (S 8), no limite anterior do couro cabeludo, depois de cruzar com o zu shaoyang jing na região
anterior do pavilhão auricular.

3. Em daying (S 5), o seu ramo principal bifurca-se e desce ao longo da região antero-lateral do pescoço
até à fossa supraclavicular. Depois de atravessar a região mamilar continua o seu trajecto descendente,
paralelamente à linha branca abdominal, até qichong (S 30).

4. Na fossa supraclavicular uma colateral profunda descendente atravessa o diafragma, penetra no


estômago, comunica com o baço e percorre longitudinalmente a região abdominal até emergir em qichong
(S 30), aonde se reúne ao seu ramo superficial.

5. Depois de atravessar biguan (S 21) e futu (S 32), na região femural anterior, atinge a região anterior do
joelho.

6. Na perna, o ramo principal continua o seu trajecto descendente ao longo do bordo anterior da tíbia e
depois de atravessar a região dorsal do pé termina no aspecto lateral do segundo artelho. De zusanli (S
36) emerge uma colateral tibial que termina no aspecto lateral do terceiro artelho.

7. Na região dorsal do pé, em chongyang (S 42), emerge uma outra colateral que termina em yinbai (Sp
1), no aspecto medial da segunda falange do hallux, ponto onde se estabelece a conexão entre o zu
yangming e o zu taiyin jing (sinartéria do pi-baço/pâncreas).
Figura 10.10
Zu yangming jing − Sinartéria do wei-estômago

S 1 - Chengqi
Denominação: "receptáculo de lágrimas".
Localização: entre o globo ocular e o ponto médio do rebordo inferior da cavidade orbitaria – Figuras
10.11 e 10.12.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun, tangencialmente ao rebordo inferior da cavidade orbitaria.
Acção (MTC): eliminar vento, dar brilho aos olhos e relaxar os tendões.
Indicações: cegueira nocturna, retinite pigmentosa (ou retinite degenerativa pigmentar primária, doença
progressiva crónica com resultados terapêuticos duvidosos), congestão ocular, dor nos olhos, trémulo
palpebral, lacrimação excessiva e paralisia do facial.
Contra-indicações: moxibustão e manipulação.
Figura 10.11
Zu yangming jing − Sinartéria do wei-estômago

Figura 10.12
Zu yangming jing − Sinartéria do wei-estômago

S 2 - Sibai
Denominação: "quatro alvuras".
Localização: 0,7 cun directamente abaixo de chengqi (S 1), no foramen infraorbitário – Figuras 10.11 e
10.12.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun.
Acção (MTC): eliminar vento, dar brilho aos olhos e aliviar a dor.
Indicações: edema e congestão ocular, lacrimação excessiva e paralisia do facial (mais eficaz que chengqi
para o tratamento da paralisia de Bell).
Contra-indicações: punção profunda e moxibustão.

S 3 - Juliao
Denominação: "grande osso".
Localização: 1,0 cun directamente abaixo de sibai (S 2), no sulco nasolabial (lateral à ala nasi) – Figuras
10.11 e 10.12.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,4 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento, eliminar calor e remover obstruções do jingluo.
Indicações: epistaxis, odontalgias, obstrução nasal, rinorreia anterior, trémulo palpebral, edema labial e
paralisia do facial.

S 4 - Dicang
Denominação: "celeiro terrestre".
Localização: directamente abaixo de juliao, ao nível da comissura labial – Figuras 10.11 e 10.12.
Técnica: punção oblíqua a 0,5-1,0 cun, direccionada a jiache (S 6); pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento patogénico, revitalizar o zu yangming jing e remover a obstrução articular.
Indicações: odontalgias, desvio da comissura labial, salivação excessiva, trémulo palpebral, nevralgia do
trigémio e paralisia do facial (a electro-acupunctura é eficaz no tratamento destas patologias).

S 5 - Daying
Denominação: "boas vindas".
Localização: 0,5 cun anterior a jiache (S 6) – Figuras 10.11 e 10.12.
Técnica: punção horizontalizada ou oblíqua a 0,3-0,7 cun.
Indicações: odontalgias, bloqueio mandibular e paralisia do facial.

S 6 - Jiache
Denominação: "coche da mandíbula".
Localização: 1,0 cun antero-superior ao ângulo mandibular inferior, na proeminência do músculo
masseter; localiza-se com os dentes fortemente cerrados – Figuras 10.11 e 10.12.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun, ou punção oblíqua a 0,6-1,0 cun direccionada para dicang;
pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): remover a obstrução do jingluo, apaziguar o vento, reajustar a circulação de qi e eliminar
calor do zu yangming jing.
Indicações: odontalgias, espasmo masseteriano, bloqueio mandibular, trismus, paralisia do facial,
nevralgia do trigémio, torcicolite, trasorelho e edema da face. Em conjunto, jiache (S 6) e hegu (LI 4) são
geralmente eficazes no tratamento de problemas osteo-articulares da região mandibular.

S 7 - Xiaguan
Denominação: "portão inferior".
Localização: anterior ao processo condilóide da mandíbula, na depressão do rebordo zigomático inferior.
Deve ser localizado com a boca fechada – Figuras 10.11 e 10.12.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento patogénico, revitalizar o zu yangming e amaciar as articulações.
Indicações: artrite mandibular, tinitus, hipoacusia, otorreia, odontalgias, paralisia do facial e nevralgia do
trigémio. A combinação de xiaguan e neiting (S 44) é muito utilizada no tratamento de problemas
mandibulares.

S 8 - Touwei
Denominação: "cinta craniana".
Localização: 0,5 cun posterior ao limite anterior do couro cabeludo e 4,5 cun lateral ao du mai. A
distância entre os dois xue touwei, direito e esquerdo, é de 9 cun – Figura 10.12.
Técnica: punção horizontalizada, ascendente ou descendente, a 0,5-1,0 cun.
Acção (MTC): eliminar vento, dar brilho aos olhos e aliviar a dor.
Indicações: cefaleias, obnubilação, lacrimação excessiva e dor no globo ocular.

S 9 - Renying
Denominação: "homem bem-vindo".
Localização: 1,5 cun lateral ao pomo de Adão, muito próximo do trajecto da artéria carótida comum, no
bordo anterior do músculo esternocleidomastoideu – Figura 10.12.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun. A punção deve ser cuidadosa devido à proximidade da
artéria carótida.
Acção (MTC): eliminar calor, remover obstruções do jingluo e activar a circulação de qi e sangue.
Indicações: orofaringite, dispneia, tonturas, rubor facial e crise hipertensiva. Na crise hipertensiva a
manipulação deve ser redutora (manipulação vigorosa no sentido inverso à rotação dos ponteiros do
relógio).
S 10 - Shuitu
Denominação: "avanço da água".
Localização: no bordo anterior do músculo esternocleidomastoideu, equidistante de renying (S 9) e qishe
(S 11).
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,7 cun.
Indicações: orofaringite, bronquite, disfunção das cordas vocais e bócio normotiroideu.

S 11 - Qishe
Denominação: "residência da energia".
Localização: directamente abaixo de renying (S 9), no extremo interno da clavícula entre as inserções dos
dois tendões do músculo esternocleidomastoideu.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun.
Indicações: orofaringite, bronquite, bócio normotiroideu e escrófula.

S 12 - Quepen
Denominação: "vaso vazio".
Localização: na depressão existente a meio do rebordo superior da clavícula, directamente acima do
mamilo (4 cun lateral à linha torácica mediana).
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun. A punção deve ser cuidadosa devido à proximidade da veia
jugular.
Indicações: bronquite, espasmo diafragmático (soluços) e escrófula.

S 13 - Qihu
Denominação: "guarida da energia".
Localização: a meio do rebordo inferior da clavícula, 4 cun lateral a xuanji (Ren 21).
Técnica: punção horizontalizada a 0,3-0,7 cun.
Indicações: bronquite, espasmo diafragmático (soluços) e nevralgia intercostal.
Contra-indicações: punção profunda.

S 14 - Kufang
Denominação: "armazém".
Localização: na linha mamilar, segundo espaço intercostal, 4 cun lateral a huagai (Ren 20).
Técnica: punção horizontalizada a 0,3-0,7 cun.
Indicações: bronquite, mastite e nevralgia intercostal.

S 15 - Wuyi
Denominação: "compartimento do rastreio-separação".
Localização: na linha mamilar, segundo espaço intercostal, 4 cun lateral a zigong (Ren 19).
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,7 cun.
Indicações: bronquite, mastite e nevralgia intercostal.

S 16 - Yingchuang
Denominação: "postigo do peito".
Localização: na linha mamilar, terceiro espaço intercostal, 4 cun lateral a yutang (Ren 18).
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun.
Indicações: bronquite, mastite, nevralgia intercostal e borborigmos abdominais.

S 17 - Ruzhong
Denominação: "centro do peito".
Localização: no centro do mamilo. É apenas um ponto de referência anatómica, sem qualquer indicação
terapêutica – Figura 10.13.
Contra-indicações: punção, manipulação e moxibustão.
Figura 10.13
Zu yangming jing − Sinartéria do wei-estômago

S 18 - Rugen
Denominação: "raiz do peito".
Localização: directamente abaixo do mamilo, no quinto espaço intercostal – Figura 10.13.
Técnica: punção oblíqua a 0,3 cun.
Acção (MTC): regular a circulação de qi.
Indicações: bronquite, dispneia, mastite, défice de lactação (nas mulheres) e dor torácica.
Contra-indicações: punção profunda.

S 19 - Burong
Denominação: "entrada proibida".
Localização: 6 cun acima do umbigo e 2 cun lateral a juque (Ren 14) – Figura 10.13.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,7 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): impedir a ascensão de wei qi.
Indicações: distensão abdominal, epigastralgias, vómitos, anorexia e nevralgia intercostal.

S 20 - Chengman
Denominação: "receptáculo da plenitude".
Localização: 5 cun acima do umbigo e 2 cun lateral a shangwan (Ren 13) – Figura 10.13.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,7 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: distensão abdominal, epigastralgias, vómitos, anorexia, dispepsia, cólicas intestinais e
borborigmos.

S 21 - Liangmen
Denominação: "portão do feixe".
Localização: 4 cun acima do umbigo e 2 cun lateral a zhongwan (Ren 12) – Figura 10.13.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun.
Acção (MTC): regular a função yun hua dos pi-baço e wei-estômago.
Indicações: epigastralgias, vómitos, anorexia e diarreia.

S 22 - Guanmen
Denominação: "portão".
Localização: 3 cun acima do umbigo e 2 cun lateral a jianli (Ren 11) – Figura 10.13.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun.
Indicações: distensão abdominal, anorexia, dispepsia, borborigmos e diarreia.
S 23 - Taiyi
Denominação: "grande secundário".
Localização: 2 cun acima do umbigo e 2 cun lateral a xiawan (Ren 10) – Figura 10.13.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun.
Indicações: epigastralgias, cólicas intestinais, enurese e problemas mentais.

S 24 - Huaroumen
Denominação: "portão da carne escorregadia".
Localização: 1 cun acima do umbigo e 2 cun lateral a shuifen (Ren 9) – Figura 10.13.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun.
Indicações: epigastralgias e problemas mentais.

S 25 - Tianshu
Denominação: "eixo do paraíso".
Localização: 2 cun lateral ao centro do umbigo.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,2 cun; pode ser aplicada moxibustão – Figura 10.13.
Acção (MTC): regular as funções intestinal e menstrual e remover a estase de qi e sangue.
Indicações: distensão e dor abdominal, diarreia, obstipação, meteorismo, edema abdominal e
irregularidades menstruais.
Características: é o xue mu-anterior do dachang-cólon.

S 26 - Wailing
Denominação: "colina exterior".
Localização: 1 cun abaixo do umbigo e 2 cun lateral a yinjiao (Ren 7) – Figura 10.13.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,2 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: dor abdominal e dismenorreia.

S 27 - Daju
Denominação: "o maior dos grandes".
Localização: 2 cun abaixo do umbigo e 2 cun lateral a shimen (Ren 5) – Figura 10.13.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,2 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): regular a função intestinal e remover a estase de qi e sangue.
Indicações: dor abdominal inferior, oclusão intestinal, obstipação, diarreia, disúria, ejaculação precoce e
espermatorreia.

S 28 - Shuidao
Denominação: "via aquosa".
Localização: 3 cun abaixo do umbigo e 2 cun lateral a guanyuan (Ren 4) – Figura 10.13.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,2 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar calidez do xiajiao (aquecedor inferior).
Indicações: distensão abdominal inferior, ascite, retenção urinária, tenesmo, disúria e orquite.

S 29 - Guilai
Denominação: "regresso".
Localização: 3 cun abaixo do umbigo e 2 cun lateral a zhongji (Ren 3) – Figura 10.13.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,2 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar a estase de qi e sangue e remover a estase de sangue no útero.
Indicações: dor abdominal inferior, dismenorreia, amenorreia e prolapso uterino.
Contra-indicações: punção durante a gravidez, uma vez que tem acção abortiva.

S 30 - Qichong
Denominação: "manancial de energia".
Localização: 1 cun abaixo de guilai (S 29) e 2 cun lateral à linha branca abdominal (Ren mai) – Figura
10.13.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,5 cun.
Indicações: problemas genitais (do sistema reprodutor, masculino e feminino) e herniações.
Contra-indicações: punção profunda, devido à proximidade do cordão espermático (no homem) ou do
ligamento redondo (na mulher).
S 31 - Biguan
Denominação: "charneira da coxa".
Localização: directamente abaixo da espinha ilíaca antero-superior, na depressão existente no lado
externo do músculo costureiro. Deve ser localizado com a coxa em flexão.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento e activar a circulação de qi e sangue.
Indicações: hemiplegia, paresias na região inguinal e no membro inferior, atrofia muscular nadegueira e
da coxa.

S 32 - Futu
Denominação: "lebre misteriosa".
Localização: 6 cun acima do rebordo superior da rótula, na linha entre a espinha ilíaca antero-superior e o
ângulo superior externo da rótula.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): activar a circulação de qi e sangue no zu yangming jing, no seu trajecto ao longo do
membro inferior.
Indicações: hemiplegia, paresias no membro inferior, atrofia muscular da coxa, dor nas regiões ilíaca e
lombar e problemas musculo-esqueléticos da região articular do joelho.

S 33 - Yinshi
Denominação: "mercado de yin".
Localização: 3 cun acima do rebordo superior da rótula, entre os músculos recto femural e vasto lateral da
coxa.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,2 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: hemiplegia, atrofia muscular da coxa e problemas musculo-esqueléticos da região articular do
joelho.

S 34 - Liangqiu
Denominação: "cume da colina".
Localização: na depressão existente 2 cun acima do ângulo superior externo da rótula – Figura 10.14.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): remover a estase e activar a circulação de qi e sangue no zu yangming jing.
Indicações: hemiplegia, problemas musculo-esqueléticos da região articular do joelho, epigastralgias e
mastite. É um ponto eficaz no tratamento de patologias agudas; tem acção analgésica mais acentuada que
zusanli (S 36) ou gongsun (sp 4), em casos de sintomatologia dolorosa aguda.
Características: é um xue xi-chave.

S 35 - Dubi
Denominação: "focinho de bezerro". Para este xue também se utiliza a nomenclatura de xiyan, ou "olho
do joelho" – Figura 10.14.
Localização: na depressão existente no rebordo externo do ligamento rotuliano externo, imediatamente
abaixo da rótula. Deve ser localizado com o joelho em flexão de noventa graus.
Técnica: punção ligeiramente oblíqua a 0,7-1,0 cun e direccionada antero-posteriormente e externa-
internamente; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): aliviar a dor, remover a obstrução e revitalizar a circulação de qi e sangue no zu yangming
jing.
Indicações: hemiplegia, paresia e problemas musculo-esqueléticos da região articular do joelho.

S 36 - Zusanli
Denominação: "terceira milha da perna".
Localização: 3 cun abaixo de dubi (S 35), ou neixiyan, e 1 cun lateral à crista tibial anterior – Figura
10.14.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,3 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento e humidade, remover a estase e activar a circulação de qi e sangue no zu
yangming jing, regular a função yun hua dos pi-baço e wei-estômago e atenuar a fraqueza física e
psíquica.
Indicações: náuseas, vómitos, dispepsia, epigastralgias, distensão abdominal, meteorismo, obstipação,
mastite, tonturas e vertigens, depressão, problemas mentais, astenia, anorexia, artralgias, hemiplegia, dor
no membro inferior, lombalgias, problemas musculo-esqueléticos da região articular do joelho,
convalescença pós-operatória e convalescença de doenças crónicas e debilitantes.
Características: é um xue he-oceano. Tem acção tonificante acentuada e generalizada e, segundo huangdi
neijing, a aplicação diária de moxibustão permite prolongar a longevidade; é o xue mais utilizado em
acupunctura.

Figura 10.14
Zu yangming jing − Sinartéria do wei-estômago

S 37 - Shangjuxu
Denominação: "lacuna superior".
Localização: 6 cun abaixo de dubi (S 35), ou neixiyan, e 1 cun lateral à crista tibial anterior – Figura
10.14.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,3 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): remover calidez, eliminar plenitude torácica e tratamento de doenças crónicas do
dachang-cólon.
Indicações: distensão e dor abdominal, meteorismo, diarreia, obstipação, hemiplegia e hemiparesia.
Características: é o xue xiahe-oceano inferior do dachang-cólon, sendo o ponto principal no tratamento de
disfunções do intestino grosso.

S 38 - Tiaokou
Denominação: "abertura linear".
Localização: equidistante de dubi e jiexi (S 41), 2 cun abaixo de shangjuxu e 8 cun abaixo de dubi (S 35),
ou neixiyan – Figura 10.14.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento, remover a estase de qi no zu yangming jing e activar a circulação de qi e
sangue.
Indicações: hemiplegia e paresia dos membros inferiores, dor nas pernas e problemas musculo-
esqueléticos da região escápulo-umeral, incluindo o bloqueio agudo do ombro. No bloqueio agudo do
ombro a manipulação deve ser redutora (vigorosa e no sentido inverso à rotação dos ponteiros do relógio),
com punção a 2,0-2,5 cun direccionada a chengshan (B 57)

S 39 - Xiajuxu
Denominação: "lacuna inferior".
Localização: 9 cun abaixo de dubi (S 35), ou neixiyan, ou 3 cun abaixo de shangjuxu (S 37) e 1 cun
lateral à crista tibial anterior – Figura 10.14.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): remover a estase de qi e sangue e activar a circulação de qi no zu taiyang jing.
Indicações: distensão e dor hipogástrica, dor flanco-lombar com irradiação testicular (cólica renal), atrofia
muscular e hemiplegia e hemiparesia do membro inferior.
Características: é o xue xiahe-oceano inferior do xiaochang-intestino delgado, sendo o ponto principal no
tratamento de disfunções do intestino delgado.

S 40 - Fenglong
Denominação: "abundância e prosperidade".
Localização: 8 cun abaixo de dubi e 1 cun posterior a tiaokou (S 38), ou 8 cun antero-superior ao maléolo
externo – Figura 10.14.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar fleuma, apaziguar o xin-coração e tranquilizar a mente, eliminar fleuma-fogo do
wei-estômago, tonificar e eliminar humidade do zu taiyin jing.
Indicações: dor torácica, expectoração excessiva, tosse, dispneia, orofaringite, cefaleias, atrofia muscular,
hemiplegia e hemiparesia do membro inferior, tonturas e vertigens, epilepsia, histeria e outros problemas
mentais.
Características: é um xue luo-conexão.

S 41 - Jiexi
Denominação: "córrego livre".
Localização: na prega intermaleolar da junção do dorso do pé com a perna, equidistante dos dois
maléolos, entre os tendões dos músculos longo extensor dos artelhos e longo do grande artelho – Figura
10.14.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar frio-humidade e tonificar o zu yangming jing.
Indicações: edema da face, cefaleias, tonturas e vertigens, distensão abdominal, obstipação, atrofia
muscular, hemiplegia e paresia dos membros inferiores e psicose maníaco-depressiva.
Características: é um xue jing-rio.

S 42 - Chongyang
Denominação: "manancial de yang".
Localização: 1,5 cun a jusante de jiexi (S 41), na proeminência do dorso do pé, na depressão existente
entre os segundo e terceiro metatarsianos e o osso cuneiforme – Figura 10.15.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar calor e vento e remover a estase de qi e sangue.
Indicações: paralisia do facial, hemiplegia, paresias e atrofia muscular do pé.
Contra-indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração da artéria dorsal do pé.
Características: é um xue yuan-nascente.

Figura 10.15
Zu yangming jing − Sinartéria do wei-estômago
S 43 - Xiangu
Denominação: "vale escavado".
Localização: 1 cun a jusante de chongyang (S 42), na depressão entre o segundo e o terceiro
metatarsianos, directamente acima da face externa do segundo artelho – Figura 10.15.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,7 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: meteorismo, edema e dor na região dorsal do pé.
Características: é um xue shu-corrente.

S 44 - Neiting
Denominação: "pátio interior".
Localização: entre os segundo e terceiro metatarsianos, 0,5 cun proximal ao limite da prega interdigital –
Figura 10.15.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento e a sensação de plenitude no wei-estômago, atenuar o calor, remover a
obstrução dos shou yangming, zu yangming e shou taiyang jing, reajustar a circulação de qi e promover a
função yun hua dos pi-baço e wei-estômago.
Indicações: cefaleias, orofaringite, odontalgias, epistaxis, desvio da comissura labial, dor e distensão
abdominal, diarreia, dor e edema na região dorsal do pé e doenças febris.
Características: é um xue rong-fonte.

S 45 - Lidui
Denominação: "permuta austera".
Localização: 0,1 cun posterior ao ângulo postero-externo do leito ungueal do segundo artelho – Figura
10.15.
Técnica: punção oblíqua a 0,1 cun; pode ser aplicada moxibustão e sangria.
Acção (MTC): eliminar calor dos yangming jing e eliminar vento do zu yangming jing.
Indicações: odontalgias, epistaxis, desvio da comissura labial, edema da face e da região dorsal do pé,
sensação de distensão tóraco-abdominal, perturbações do sono e doenças febris.
Características: é um xue jing-origem.

Zu Taiyin – Baço e Pâncreas

O zu taiyin jing, meridiano yin maior do pé, ou sinartéria do pi-baço/pâncreas, é utilizado sobretudo no
tratamento de problemas dos sistemas gastrintestinal e geniturinário.

1. Tem origem na face interna da segunda falange do hallux, em yinbai (Sp 1). Depois de percorrer a
região interna do pé (aspecto medial), ao longo da junção das epidermes branca e vermelha, ascende pela
região maleolar anterior e pelo rebordo tibial posterior − Figura 10.16. No terço inferior da perna cruza o
zu jueyin jing, ou sinartéria do gan-fígado.

2. Depois de atravessar as faces interna da região articular do joelho e antero-interna da região femural,
atinge a região abdominal.

3. Percorre a região abdominal, penetra no pâncreas e no baço, comunica com o estômago, atravessa o
diafragma, ascende ao longo do esófago e atinge a base da língua, em cuja estrutura se dissemina.

4. No zhongjiao-aquecedor intermédio, uma colateral proveniente do wei-estômago penetra no xin-


coração, zang onde se estabelece a conexão entre os zu taiyin e shou shaoyin jing (sinartéria do xin-
coração).
Figura 10.16
Zu taiyin jing − Sinartéria do pi-baço/pâncreas

Sp 1 - Yinbai
Denominação: "brancura misteriosa".
Localização: 0,1 cun posterior ao ângulo postero-interno do leito ungueal do hallux − Figura 10.17.
Técnica: punção oblíqua a 0,1 cun; pode ser aplicada moxibustão e sangria.
Acção (MTC): tonificar o pi-baço, controlar o sangue, regular a menstruação e apaziguar a mente.
Indicações: dor e distensão abdominal, metrorragias, hematemeses e melenas, perturbações do sono,
convulsões e psicose maníaco-depressiva. Nas hemorragias e perturbações do sono, a acupunctoterapia
deve ser complementada com moxibustão; a sangria pode ser efectuada em casos de convulsões ou de
psicose maníaco-depressiva.
Características: é um xue jing-origem.

Figura 10.17
Zu taiyin jing − Sinartéria do pi-baço/pâncreas
Sp 2 - Dadu
Denominação: "grande metrópole".
Localização: na junção das epidermes branca e vermelha, no aspecto medial do hallux e antero-inferior à
primeira articulação metatarsofalângica − Figura 10.17.
Técnica: punção perpendicular a 0,1-0,2 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): tonificar o pi-baço.
Indicações: dor e distensão abdominal, epigastralgias, diarreia, febre, edema do membro inferior e dor
local.
Características: é um xue rong-fonte.

Sp 3 - Taibai
Denominação: "brancura suprema".
Localização: postero-inferior à cabeça do primeiro metatarsiano, na junção das epidermes branca e
vermelha − Figura 10.17.
Técnica: punção perpendicular a 0,3 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): tonificar o pi-baço e eliminar humidade endógena.
Indicações: dor e distensão abdominal, epigastralgias, diarreia, obstipação, vómitos, astenia e sensação de
grande peso físico e dor local.
Características: é um xue shu-corrente e yuan-nascente.

Sp 4 - Gongsun
Denominação: "neto do avô".
Localização: na depressão antero-inferior à articulação metatarsofalângica do hallux, na junção das
epidermes branca e vermelha − Figura 10.17.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): regular a função yun-hua dos pi-baço e wei-estômago e revitalizar o chong mai.
Indicações: dor e distensão abdominal, epigastralgias, meteorismo, diarreia, vómitos e dor local. Tem
maior acção analgésica que taibai.
Características: é um xue luo-conexão. É um ponto de confluência com o chong mai.

Sp 5 - Shangqiu
Denominação: "colina do mercador".
Localização: na depressão antero-inferior ao rebordo do maléolo interno, equidistante da tuberosidade
navicular e proeminência maleolar − Figura 10.17.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): regular a função yun-hua dos pi-baço e wei-estômago, eliminar humidade e amaciar as
articulações.
Indicações: dor e rigidez glossianas, dor e distensão abdominal, diarreia, obstipação, e artralgias.
Características: é um xue jing-rio.

Sp 6 - Sanyinjiao
Denominação: "cruzamento dos três yin".
Localização: no rebordo tibial posterior, 3 cun directamente acima da proeminência do maléolo interno −
Figuras 10.17 e 10.18.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão e sangria.
Acção (MTC): regular a função yun-hua dos pi-baço e wei-estômago, remover a obstrução do zu taiyin
jing e revitalizar a circulação de qi e sangue, coadjuvar o gan-fígado na manutenção e promoção do livre
fluxo de energia vital, reforçar a função do shen-rim e eliminar humidade.
Indicações: a) dor e distensão abdominal, meteorismo, fezes pastosas e doenças gastrintestinais,
sobretudo patologias crónicas; b) impotência sexual primária, esterilidade, irregularidades menstruais,
metrorragias, amenorreia, leucorreia prolapso uterino, parto difícil e dor na região genital; c) disúria,
polaquiúria, enurese e retenção urinária; d) perturbações do sono e neurastenia; e) hemiplegia,
hemiparesia e atrofias musculares no membro inferior; e f) convalescença pós-operatória e convalescença
de doenças crónicas e debilitantes.
Contra-indicações: punção durante a gravidez, uma vez que tem acção abortiva.
Características: é o xue de interligação entre os três zu yin jing (sinartérias yin do membro inferior).
Figura 10.18
Zu taiyin jing − Sinartéria do pi-baço/pâncreas

Sp 7 - Lougu
Denominação: "vale vazio".
Localização: no rebordo tibial posterior, 3 cun directamente acima de sanyinjiao (Sp 6) − Figura 10.18.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: dor e distensão abdominal, meteorismo, disúria, polaquiúria e hematúria, hemiplegia,
hemiparesia e atrofias musculares no membro inferior.

Sp 8 - Diji
Denominação: "mecanismo terreno".
Localização: 3 cun abaixo do côndilo interno da tíbia, 3,5 cun abaixo de yinlingquan (Sp 9) − Figura
10.18.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): regular o sangue e o útero.
Indicações: dor e distensão abdominal, irregularidades menstruais, dismenorreia, disúria, diarreia e
anorexia. A combinação de diji e hegu (LI 4) é eficaz no tratamento de problemas menstruais.
Características: é um xue xi-chave.

Sp 9 - Yinlingquan
Denominação: "fonte yin da colina".
Localização: na depressão do rebordo inferior do côndilo tibial interno, entre o rebordo tibial posterior e o
músculo gastrocnemius − Figura 10.18.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): activar a circulação de qi e sangue no zu taiyin jing, ajustar e eliminar calidez do xiajiao-
aquecedor inferior.
Indicações: dor e edema na região articular do joelho, dor e distensão abdominal, diarreia, disúria,
incontinência urinária, ejaculação nocturna frequente e dor na região genital.
Características: é um xue he-oceano.

Sp 10 - Xuehai
Denominação: "oceano de sangue".
Localização: 2 cun acima do rebordo superior da rótula, na proeminência da região média do músculo
quadricípete femural. Deve ser localizado com o joelho em flexão (noventa graus) − Figura 10.18.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,2 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento e calor do sangue e regular a circulação de ying qi e sangue.
Indicações: irregularidades menstruais, dismenorreia, amenorreia, metrorragias, urticária, eczema, artrite
da região articular do joelho e dor na região interna da coxa. Este ponto é muito utilizado no tratamento
de problemas do foro urogenital, em conjunto com sanyinjiao (Sp 6) e yinlingquan (Sp 9).
Contra-indicações: punção durante a gravidez, uma vez que tem acção abortiva.

Sp 11 - Jimen
Denominação: "portão do cesto".
Localização: 6 cun acima de xuehai na região medial do músculo costureiro − Figura 10.16.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun.
Indicações: uretrites, enurese e linfadenite inguinal.

Sp 12 - Chongmen
Denominação: "portão da torrente".
Localização: no rebordo superior da sínfise púbica, 4 cun lateral a qugu (Ren 2) − Figura 10.16.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun.
Indicações: retenção urinária, endometrite e orquite.
Contra-indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração das artéria e veia femurais.

Sp 13 - Fushe
Denominação: "mansão do campo".
Localização: 0,7 cun acima de chongmen (Sp 12), 4 cun lateral à linha branca abdominal − Figura 10.16.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun.
Indicações: linfadenite inguinal, anexite e dor hipogástrica.

Sp 14 - Fujie
Denominação: "nó abdominal".
Localização: 3 cun acima de fushe, 4 cun lateral à linha branca abdominal − Figura 10.16.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: dor na região umbilical e diarreia.

Sp 15 - Daheng
Denominação: "grande horizontal".
Localização: 4 cun lateral ao umbigo, na linha mamilar − Figura 10.16.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar calidez e regular o xiajiao.
Indicações: distensão e dor meso-hipogástrica, diarreia e obstipação.
Contra-indicações: gravidez, pelo perigo de perfuração uterina.
Características: é um xue do yin wei mai.

Sp 16 - Fuhai
Denominação: "lamento abdominal".
Localização: 3 cun acima de daheng (Sp 15) e 4 cun lateral à linha mesosternal − Figura 10.16.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: dispepsia, dor na região umbilical, diarreia e obstipação.

Sp 17 - Shidou
Denominação: "cavidade alimentar".
Localização: no quinto espaço intercostal, 6 cun lateral à linha mesosternal − Figura 10.16.
Técnica: punção oblíqua a 0,2-0,5 cun.
Indicações: nevralgia intercostal, epigastralgias, retenção urinária e ascite.
Contra-indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração da membrana pleural (à direita), ou do
músculo cardíaco (à esquerda).

Sp 18 - Tianxi
Denominação: "corrente paradisíaca".
Localização: no quarto espaço intercostal, 6 cun lateral à linha mesosternal − Figura 10.16.
Técnica: punção oblíqua a 0,2-0,5 cun.
Indicações: bronquite, dispneia, espasmo diafragmático e mastite.
Contra-indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração da membrana pleural (à direita), ou do
músculo cardíaco (à esquerda).
Sp 19 - Xiongxiang
Denominação: "guarida do peito".
Localização: no terceiro espaço intercostal, 6 cun lateral à linha mesosternal − Figura 10.16.
Técnica: punção oblíqua a 0,2-0,5 cun.
Indicações: nevralgia intercostal.
Contra-indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração da membrana pleural (à direita), ou do
músculo cardíaco (à esquerda).

Sp 20 - Zhourong
Denominação: "glória circundante".
Localização: no segundo espaço intercostal, 6 cun lateral à linha mesosternal − Figura 10.16.
Técnica: punção oblíqua a 0,2-0,5 cun.
Indicações: nevralgia intercostal, pleurisia, bronquite, dispneia.
Contra-indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração da membrana pleural (à direita), ou do
músculo cardíaco (à esquerda).

Sp 21 - Dabao
Denominação: "grande envolvimento".
Localização: na linha axilar média, no sexto espaço intercostal (entre o centro da cavidade axilar e a
décima primeira costela) − Figura 10.16.
Técnica: punção oblíqua a 0,2-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): revitalizar a circulação de qi e sangue.
Indicações: nevralgia intercostal, dispneia, dor hemitorácica, dor no hipocôndrio e astenia.
Contra-indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração da membrana pleural (à direita), ou do
músculo cardíaco (à esquerda).
Características: é um xue da luo-conexão major.

Shou Shaoyin – Coração

O shou shaoyin jing, meridiano yin menor da mão, ou sinartéria do xin-coração, é utilizado sobretudo para
tratar perturbações mentais e problemas do sistema cardiovascular.

1. Tem origem na bomba cardíaca e difunde-se por todo o sistema cardiovascular. Ainda no xin-coração,
bifurca-se e emite duas colaterais internas − Figura 10.19.

2. A colateral descendente atravessa o diafragma e termina no xiaochang-intestino delgado.

3. A colateral ascendente percorre a região para-esofágica e comunica com o sistema visual.

4. O ramo principal, depois de atravessar o fei-pulmão, emerge na região axilar em jiquan (H 1).

5. Desce ao longo da face antero-interna do braço e antebraço, entre as regiões axilar e pisiforme, sendo o
mais posterior dos três meridianos yin do membro superior (shou taiyin, shou jueyin e shou shaoyin).
Atravessa a região palmar e termina na face radial da última falange do quinto dedo, em shaochong (H 9),
onde comunica com o shou taiyang jing, ou sinartéria do xiaochang-intestino delgado.
Figura 10.19
Shou shaoyin jing − Sinartéria do xin-coração

H 1 - Jiquan
Denominação: "fonte suprema".
Localização: no centro do cavado axilar. Deve ser localizado com o braço levantado e formando um
ângulo de noventa graus com a região do tronco − Figura 10.19.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun.
Indicações: angor pectoris, nevralgia intercostal e inflamação perifocal da articulação escápulo-umeral.
Contra-indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração da artéria axilar.

H 2 - Qingling
Denominação: "espírito pleno de juventude".
Localização: 3 cun acima de shaohai (H 3) − Figura 10.19.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,5 cun.
Indicações: dor no braço e na região articular do ombro.

H 3 - Shaohai
Denominação: "oceano menor".
Localização: na depressão anterior ao côndilo umeral médio, na porção terminal interna da prega cubital.
Deve ser localizado com o cotovelo em flexão de noventa graus − Figura 10.20.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): revitalizar as colaterais, relaxar os tendões e regular o xin qi (energia vital do coração).
Indicações: angor pectoris, precordialgias, cotovelo de tenista e outros problemas articulares do cotovelo.
Contra-indicações: pressão acentuada e punção profunda, pois podem provocar inanição.
Características: é um xue he-oceano.
Figura 10.20
Shou shaoyin jing − Sinartéria do xin-coração

H 4 - Lingdao
Denominação: "via dos espíritos".
Localização: 1,5 cun acima de shenmen (H 7), no aspecto radial do tendão do músculo flexor cubital do
carpo. Deve ser localizado com a face palmar da mão virada para cima − Figura 10.20.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): revitalizar as colaterais e regular o xin qi (energia vital do coração).
Indicações: angor pectoris, precordialgias, convulsões e dor local.
Características: é um xue jing-rio.

H 5 - Tongli
Denominação: "abertura interior".
Localização: 1 cun acima de shenmen (H 7), no aspecto radial do tendão do músculo flexor cubital do
carpo. Deve ser localizado com a face palmar da mão virada para cima − Figura 10.20.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC):: regular o xin qi (energia vital do coração) e tranquilizar a mente.
Indicações: tonturas, palpitações, obnubilação, afasia, rigidez da língua e dor no antebraço e na região
articular do punho.
Características: é um xue luo-conexão.

H 6 - Yinxi
Denominação: "acumulação de yin".
Localização: 0,5 cun acima da prega transversal do punho, no aspecto radial do tendão do músculo flexor
cubital do carpo. Localiza-se com a face palmar da mão virada para cima − Figura 10.20.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): remover fleuma do xin-coração.
Indicações: angor pectoris, histeria e hipersudorese nocturna. Associado a fuliu (K 7) é muito utilizado
para reduzir a hipersudorese nocturna.
Características: é um xue xi-chave.
H 7 - Shenmen
Denominação: "portão dos espíritos".
Localização: na prega transversal do punho, entre os ossos pisiforme e cúbito, numa depressão existente
no aspecto radial do tendão do músculo flexor cubital do carpo. Deve ser localizado com a face palmar
da mão virada para cima − Figura 10.20.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): remover obstruções no shou shaoyin jing e apaziguar o xin-coração.
Indicações: insónia, palpitações, irritabilidade fácil, amnésia, sensação de calor palmar, icterícia, dor no
hipocôndrio e precordialgias.
Características: é um xue shu-corrente e yuan-nascente da vida.

H 8 - Shaofu
Denominação: "mansão menor".
Localização: na região palmar, entre os quarto e quinto metacarpianos e 1,5 cun distal à prega interdigital
− Figura 10.20.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: palpitações, prurido e sensação de calor palmar, trémulo e contractura do quinto dedo. Muito
utilizado em acupunctura manopodal.
Características: é um xue rong-fonte.

H 9 - Shaochong
Denominação: "torrente menor".
Localização: no aspecto radial do quinto dedo, 0,1 cun posterior ao ângulo da curvatura ungueal − Figura
10.19.
Técnica: punção oblíqua 0,1 cun; pode ser aplicada moxibustão e sangria.
Acção (MTC): remover estase de qi e sangue, eliminar calor e tonificar o xin qi.
Indicações: palpitações, precordialgias, perturbações mentais, perda da consciência, coma, angor pectoris,
golpe de calor e hipertermia. É muito utilizado em emergências.
Características: é um jing-origem.

Shou Taiyang – Intestino Delgado

O shou taiyang jing, meridiano yang maior da mão, ou sinartéria do xiaochang-intestino delgado, é
utilizado sobretudo no tratamento de problemas em regiões adjacentes ao seu trajecto, nomeadamente
região periorbitária, nuca, região dorsal superior e face interna do membro superior.

1. Origina-se em shaoze (SI 1), no aspecto cubital da última falange do quinto dedo, percorre o bordo
lateral da mão e emerge na apófise estilóide do cúbito, entre yanggu (SI 5) e yanglao (SI 6) − Figura
10.21.

2. Ascende ao longo do aspecto postero-externo do antebraço, cotovelo e braço até à região do ombro,
onde circunda as fossas infra e suprascapular, para depois atingir o cavado supraclavicular.

3. Na região do ombro cruza o zu taiyang jing, ou sinartéria do pangguang-bexiga, e comunica com o du


mai, ou meridiano da governação.

4. Do cavado supraclavicular desce uma colateral interna que, depois de comunicar com o coração, desce
ao longo do esófago, atravessa o diafragma, penetra no estômago e termina no xiaochang-intestino
delgado.

5. No cavado supraclavicular o ramo principal ascende ao longo do pescoço e da mandíbula, atravessa a


região periorbitária infero-externa e termina no sistema auditivo, em tinggong (SI 19).

6. De quanliao (SI 18), na região infraorbitária, uma ramificação ascende até ao canto interno do olho e,
em jingming (B 1), comunica com o zu taiyang jing, ou sinartéria do pangguang-bexiga.

7. Do xiajiao parte uma colateral que desce ao longo do membro inferior e termina em xiajuxu (S 39), o
xue xiahe-oceano inferior do xiaochang-intestino delgado.
Figura 10.21
Shou taiyang jing − Sinartéria do xiaochang-intestino delgado

SI 1 - Shaoze
Denominação: "charco menor".
Localização: 0,1 cun posterior ao ângulo postero-externo da curvatura ungueal do quinto dedo − Figura
10.22.
Técnica: punção oblíqua a 0,1 cun; pode ser aplicada moxibustão e sangria.
Acção (MTC): dispersar vento-calor e promover o fluxo lácteo.
Indicações: mastite, hipolactação, orofaringite, lipotímias e cervicalgias.
Características: é um xue jing-origem.

SI 2 - Qiangu
Denominação: "vale dianteiro".
Localização: no aspecto cubital da articulação metacarpofalângica do quinto dedo, na junção das
epidermes branca e vermelha − Figura 10.22.
Técnica: punção perpendicular a 0,1-0,2 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: mastite, tinitus, parestesias no dedo e inflamação faríngea.
Características: é um xue rong-fonte.

SI 3 - Houxi
Denominação: "córrego posterior".
Localização: na depressão proximal à cabeça do quinto metacárpio, na junção das epidermes branca e
vermelha − Figura 10.22.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode ser aplicada moxibustão e sangria.
Acção (MTC): dispersar vento-calor, relaxar os tendões e os músculos, remover obstruções do du mai e
clarificar a mente.
Indicações: cefaleias, congestão ocular, epilepsia, hipersudorese nocturna, hipoacusia, tinitus, tonturas,
doenças febris, torcicolite, nevralgia intercostal, cotovelo de tenista e contractura do antebraço e dedos.
Características: é um xue shu-corrente e um ponto confluente com o du mai.
Figura 10.22
Shou taiyang jing − Sinartéria do xiaochang-intestino delgado

SI 4 - Wangu
Denominação: "osso do punho".
Localização: no aspecto cubital da mão, na depressão entre a base do quinto metacárpio e o osso
pisiforme − Figura 10.22.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): dispersar humidade-calor e revitalizar o shou taiyang jing.
Indicações: cefaleias, doenças febris, vómitos, dor no hipocôndrio, torcicolite e problemas articulares do
cotovelo, punho e articulações interfalângicas.
Características: é um xue yuan-nascente.

SI 5 - Yanggu
Denominação: "vale do yang".
Localização: no aspecto cubital do punho, na depressão entre o processo estilóide do cúbito e o osso
pisiforme − Figura 10.22.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,4 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): dispersar humidade-calor e regular o shou taiyang qi.
Indicações: dor na região articular do punho e no aspecto cubital do antebraço.
Características: é um xue jing-rio.

SI 6 - Yanglao
Denominação: "nutrição do idoso".
Localização: na chanfradura óssea do aspecto radial do processo estilóide do cúbito. Deve ser localizado
com a região palmar virada para o tórax − Figuras 10.22 e 10.23.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): dar brilho aos olhos, relaxar os tendões e remover obstruções das colaterais.
Indicações: obnubilação e dor no membro superior.
Características: é um xue xi-chave.

SI 7 - Zhizheng
Denominação: "ramo erecto".
Localização: no rebordo cubital posterior e 5 cun acima do punho, na linha entre yanggu (SI 5) e xiaohai
(SI 8) − Figura 10.23.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): apaziguar a mente e revitalizar o shou taiyang jing.
Indicações: neurastenia e outros problemas mentais, torcicolite, dor e problemas articulares do cotovelo e
dedos.
Características: é um xue luo-conexão.
Figura 10.23
Shou taiyang jing − Sinartéria do xiaochang-intestino delgado

SI 8 - Xiaohai
Denominação: "pequeno oceano".
Localização: entre o olecrâneo e o epicôndilo umeral. Deve ser localizado com o cotovelo em flexão,
formando os braço e antebraço um ângulo de cerca de sessenta graus − Figuras 10.23 e 10.24.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,7 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): remover obstruções do shou taiyang jing.
Indicações: dores no membro superior, nevralgia e parestesias do nervo cubital e dor na região escápulo-
umeral.
Características: é um xue he-oceano.

Figura 10.24
Shou taiyang jing − Sinartéria do xiaochang-intestino delgado

SI 9 - Zianzhen
Denominação: "virtude escapular".
Localização: postero-inferior à articulação escápulo-umeral e 1 cun directamente abaixo da prega axilar
posterior − Figura 10.24.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): activar a circulação de qi no shou taiyang jing.
Indicações: problemas articulares na região do ombro, paralisia e paresias do membro superior e
hipersudorese axilar.

SI 10 - Naoshu
Denominação: "buraco da omoplata".
Localização: com o braço em adução, está directamente acima de zianzhen (SI 9) e no bordo inferior da
espinha da omoplata − Figura 10.24.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): remover a estase de qi no shou taiyang jing.
Indicações: problemas articulares na região escápulo-umeral, paralisia e paresias do membro superior,
hipertensão arterial e hipersudorese axilar.

SI 11 - Tianzhong
Denominação: "paraíso ancestral".
Localização: no centro da fossa infra-escapular.
Técnica: punção oblíqua ascendente a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão − Figura 10.24.
Acção (MTC): remover a estase de qi na região do ombro e dispersar a sensação de plenitude torácica.
Indicações: problemas articulares na região escápulo-umeral e hipolactação.

SI 12 - Binfeng
Denominação: "barreira do vento".
Localização: directamente acima de tianzhong, no centro da fossa supra-escapular, na depressão que se
forma com a abdução completa do braço − Figura 10.24.
Técnica: punção oblíqua ascendente a 0,5-0,7 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): promover a circulação de qi e sangue no shou taiyang jing.
Indicações: problemas articulares na região escápulo-umeral e parestesias no membro superior.

SI 13 - Quyuan
Denominação: "parede arqueada".
Localização: na fossa supra-escapular, na depressão distal da espinha da omoplata − Figura 10.24.
Técnica: punção oblíqua ascendente a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): promover a circulação de qi e sangue no shou taiyang jing.
Indicações: dor e espasmos musculares na região escápulo-umeral.

SI 14 - Jianwaishu
Denominação: "buraco externo da omoplata".
Localização: 3 cun lateral ao bordo inferior do processo espinhoso da primeira vértebra torácica,
tangencialmente ao bordo interno da omoplata − Figura 10.24.
Técnica: punção oblíqua ascendente ou descendente a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): promover a circulação de qi e sangue no shou taiyang jing.
Indicações: dor e parestesias na região articular posterior do ombro.

SI 15 - Jianzhongshu
Denominação: "buraco médio da omoplata".
Localização: 2 cun lateral a dazhui (Du 14) − Figura 10.24.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,4 cun.
Indicações: dor e parestesias na região articular do ombro, torcicolite, bronquite e dispneia.

SI 16 - Tianchuang
Denominação: "janela do paraíso".
Localização: 3,5 cun lateral à protuberância laríngea (pomo de Adão), no rebordo posterior do músculo
esternocleidomastoideu, 0,5 cun posterior a futu (LI 18) − Figura 10.25.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,7 cun.
Indicações: torcicolite, orofaringite, bócio normotiroideu, tinitus e hipoacusia.
Figura 10.25
Shou taiyang jing − Sinartéria do xiaochang-intestino delgado

SI 17 - Tianrong
Denominação: "recheio do paraíso".
Localização: posterior ao ângulo da mandíbula, na depressão do bordo anterior do músculo
esternocleidomastoideu − Figura 10.25.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): remover calor-humidade do shou taiyang jing.
Indicações: dispneia, orofaringite, sensação de corpo estranho na orofaringe e torcicolite.

SI 18 - Quanliao
Denominação: "sulco da maçã do rosto".
Localização: directamente abaixo do canto externo do olho, na depressão do bordo inferior do osso
zigomático − Figura 10.25.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento do shou taiyang jing.
Indicações: odontalgias, espasmos dos músculos da face, nevralgia do trigémio e paralisia do facial.

SI 19 - Tinggong
Denominação: "palácio da audição".
Localização: na depressão entre o tragus e a articulação temporo-mandibular, anteriormente ao hélix −
Figura 10.25.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): acalmar os ouvidos e remover obstruções do shou taiyang jing.
Indicações: otorreia, hipoacusia, tinitus e zumbidos.

Zu Taiyang – Bexiga

O zu taiyang jing, meridiano yang maior do pé, ou sinartéria do pangguang-bexiga, é utilizado no


tratamento de patologias que afectam os zang-fu ao longo do seu trajecto, bem como de problemas
oculares.

1. Origina-se em jingming (B 1), no canto interno do olho. Ascende até ao vértex e, em baihui (Du 20),
comunica com o meridiano contralateral e penetra no cérebro. Do vértex continua o trajecto antero-
posterior até à região da nuca. Em baihui origina-se uma colateral que desce até à região temporal
− Figura 10.26.

2. Na região posterior do pescoço o tronco principal bifurca-se e desce paralelamente à coluna vertebral
até atingir a região lombo-sagrada.
3. Na região lombar comunica com o shen-rim e penetra no pangguang-bexiga.

4. A bifurcação interna atravessa as regiões nadegueira e posterior da coxa, terminando no cavado


poplíteo.

5. A bifurcação externa, depois de atravessar a região nadegueira e de comunicar com o zu taiyang


(sinartéria do dan-vesícula biliar), em huantiao (G 30), cruza a bifurcação interna no terço inferior da face
posterior da coxa.

6. No cavado poplíteo a bifurcação interna junta-se à externa, originando um único tronco descendente.

7. Depois do cavado poplíteo o tronco principal desce ao longo da face posterior da perna, atravessa a
região posterior do maléolo externo e, depois de percorrer a região dorsal do pé, ao longo do quinto
metatarsiano, termina na face externa da última falange do quinto artelho. Aqui comunica com zu
shaoyin jing, ou sinartéria do shen-rim.

Figura 10.26
Zu taiyang jing − Sinartéria do pangguang-bexiga

B 1 - Jingming
Denominação: "brilho dos olhos".
Localização: 0,1 cun superior ao canto interno do olho. Deve ser localizado com as pálpebras fechadas e
relaxadas (como a "pálpebra do olho perdido de Camões") − Figura 10.27.
Técnica: punção perpendicular a 0,3 cun.
Acção (MTC): dispersar vento, eliminar calor e dar brilho aos olhos.
Indicações: conjuntivite, cegueira nocturna, daltonismo, estrabismo, retinite, atrofia do nervo óptico e
trémulo palpebral recorrente.
Contra-Indicações: punção profunda, manipulação e moxibustão.
Figura 10.27
Zu taiyang jing − Sinartéria do pangguang-bexiga

B 2 - Zanzhu
Denominação: "bambu enrugado".
Localização: na região terminal interna da sobrancelha, directamente acima de jingming (B 1) − Figura
10.27.
Técnica: punção horizontalizada descendente ou lateral, respectivamente a 0,3 cun e 0,5 cun; pode ser
aplicada sangria.
Acção (MTC): dispersar vento, dar brilho aos olhos e apaziguar o gan-fígado yang.
Indicações: cefaleias, nevralgia do trigémio, paralisia do facial, dor na região periorbitária supero-interna,
e trémulo palpebral recorrente.

B 3 - Meichong
Denominação: "emanação da sobrancelha".
Localização: na linha que delimita anteriormente o couro cabeludo, directamente acima da região
terminal interna da sobrancelha, entre shenting (Du 24) e quchai (B 4) − Figura 10.27.
Técnica: punção horizontalizada a 0,2-0,3 cun.
Indicações: cefaleias, obstrução nasal e vertigens.

B 4 - Quchai
Denominação: "discrepância".
Localização: na linha que delimita anteriormente o couro cabeludo, 1,5 cun lateral a shenting (Du 24)
− Figura 10.27.
Técnica: punção horizontalizada a 0,2-0,3 cun.
Indicações: cefaleias, obstrução nasal, epistaxis e problemas oculares.

B 5 - Wuchu
Denominação: "cinco lugares".
Localização: 1 cun acima da linha que delimita anteriormente o couro cabeludo, 1,5 cun lateral a
shangxing (Du 23) − Figura 10.27.
Técnica: punção horizontalizada a 0,2-0,3 cun.
Indicações: cefaleias, vertigens e rinite.

B 6 - Chengguang
Denominação: "suporte luminoso".
Localização: 1 cun acima da linha que delimita anteriormente o couro cabeludo, 1,5 cun posterior a
wuchu (B 5) − Figura 10.26.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun.
Indicações: cefaleias, vertigens, rinite e coriza.
B 7 - Tongtian
Denominação: "paraíso aberto".
Localização: 1 cun anterior e 1,5 cun lateral a baihui (Du 20) − Figura 10.26.
Técnica: punção horizontalizada a 0,3-0,5 cun, no sentido antero-posterior.
Acção (MTC): eliminar vento.
Indicações: cefaleias, tonturas e vertigens, obstrução nasal e rino-sinusite.

B 8 - Luoque
Denominação: "declive".
Localização: no vértex, 1,5 cun posterior a tongtian (B 7) − Figura 10.26
Técnica: punção horizontalizada a 0,2-0,3 cun.
Indicações: cefaleias, vertigens, vómitos, paralisia do facial e rinite.

B 9 - Yuzhen
Denominação: "almofada de jade".
Localização: lateral ao rebordo superior da protuberância occipital externa, 1,3 cun lateral a naohu (Du
17) − Figura 10.26.
Técnica: punção horizontalizada a 0,2-0,3 cun.
Indicações: cefaleias e vertigens.

B 10 - Tianzhu
Denominação: "pilar do paraíso".
Localização: na região posterior do pescoço, 1,5 cun lateral a yamen (Du 15) − Figura 10.26.
Técnica: punção perpendicular a 0,5 cun. Não se deve aplicar moxibustão.
Acção (MTC): dispersar vento, dar brilho aos olhos e activar a circulação de qi e sangue no zu taiyang
jing.
Indicações: torcicolite, obstrução nasal, orofaringite, cefaleias, diplopia, tonturas e vertigens.

B 11 - Dazhu
Denominação: "grande nave".
Localização: 1,5 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da primeira vértebra dorsal − Figura
10.28.
Técnica: punção oblíqua descendente a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento e remover a estase de qi no zu taiyang jing.
Indicações: dores na região cervical posterior, cefaleias, tosse e hipertermia.

B 12 - Fengmen
Denominação: "portão do vento".
Localização: 1,5 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da segunda vértebra dorsal − Figura
10.28.
Técnica: punção oblíqua descendente a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento, atenuar os sintomas exteriores, regular a circulação de qi e reforçar a
função dispersante do fei-pulmão.
Indicações: cefaleias, bronquite asmática, sinusite crónica, rinite, obstrução nasal, tosse, torcicolite e
problemas musculo-esqueléticos da coluna dorsal. É utilizado frequentemente em anestesia para
intervenções cirúrgicas cranianas.
Contra-Indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração pleuro-pulmonar.

B 13 - Feishu
Denominação: "ravina do pulmão".
Localização: 1,5 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da terceira vértebra dorsal − Figura
10.28.
Técnica: punção oblíqua descendente a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento, atenuar o calor, regular a circulação de qi e activar a função dispersante do
fei-pulmão.
Indicações: bronquite asmática, tosse, obstrução nasal, hipersudorese nocturna e problemas musculo-
esqueléticos da coluna dorsal.
Contra-Indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração pleuro-pulmonar.
Características: é o xue shu-posterior do fei-pulmão.
Figura 10.28
Zu taiyang jing − Sinartéria do pangguang-bexiga

B 14 - Jueyinshu
Denominação: "ravina do yin absoluto".
Localização: 1,5 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da quarta vértebra dorsal − Figura
10.28.
Técnica: punção oblíqua descendente a 0,5 cun.
Acção (MTC): apaziguar o fogo do xin-coração, regular o qi do xinbao-pericárdio, tranquilizar a mente e
remover obstruções do zu taiyang jing.
Indicações: precordialgias, angor pectoris, taquidisritmia cardíaca, epilepsia, histeria e perturbações do
sono.
Contra-Indicações: punção profunda, moxibustão e electro-acupunctura.
Características: é o xue shu-posterior do xin-coração.

B 15 - Xinshu
Denominação: "ravina do coração".
Localização: 1,5 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da quinta vértebra dorsal − Figura
10.28.
Técnica: punção oblíqua descendente a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): tranquilizar a mente, apaziguar o xin-coração e activar a circulação de qi e sangue.
Indicações: precordialgias, palpitações, amnésia, epilepsia, neurastenia, perturbações do sono e problemas
musculo-esqueléticos da coluna dorsal.
Contra-Indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração pleuro-pulmonar.
Características: é o xue shu-posterior do xin-coração.

B 16 - Dushu
Denominação: "ravina da governação".
Localização: 1,5 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da sexta vértebra dorsal − Figura
10.28.
Técnica: punção oblíqua descendente a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: dor abdominal, meteorismo, espasmo diafragmático e alopécia.
Contra-Indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração pleuro-pulmonar.

B 17 - Geshu
Denominação: "ravina do diafragma".
Localização: 1,5 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da sétima vértebra dorsal − Figura
10.28.
Técnica: punção oblíqua descendente a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): apaziguar o qi do wei-estômago e eliminar a sensação de plenitude gástrica, diminuir a
fraqueza e regular a circulação de sangue.
Indicações: eructações frequentes, espasmo diafragmático, vómitos, disfagia, dispneia, e doenças
hemorrágicas crónicas.
Contra-Indicações: punção profunda, moxibustão e electro-acupunctura.
Características: é o xue shu-posterior do ge-diafragma. É um dos oito pontos influentes e domina e
sangue.

B 18 - Ganshu
Denominação: "ravina do fígado".
Localização: 1,5 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da nona vértebra dorsal − Figura
10.28.
Técnica: punção oblíqua descendente a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): apaziguar os gan-fígado e dan-vesícula, eliminar calidez, remover a estagnação de qi e dar
brilho aos olhos.
Indicações: problemas hepáticos e vesiculares, epigastralgias, hematemeses, hemoptises, epistaxis,
perturbações da visão e problemas musculo-esqueléticos da coluna dorsal.
Características: é o xue shu-posterior do gan-fígado.

B 19 - Danshu
Denominação: "ravina da vesícula biliar".
Localização: 1,5 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da décima vértebra dorsal − Figura
10.28.
Técnica: punção oblíqua descendente a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar calor dos gan-fígado e dan-vesícula, atenuar a ascensão turbulenta de qi do wei-
estômago e dar brilho aos olhos.
Indicações: problemas hepáticos e vesiculares, epigastralgias, gastrite, úlcera gástrica, hematemeses,
hemoptises, epistaxis, conjuntivite e cegueira nocturna.
Características: é o xue shu-posterior do dan-vesícula biliar.

B 20 - Pishu
Denominação: "ravina do baço".
Localização: 1,5 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da décima primeira vértebra dorsal
− Figura 10.28.
Técnica: punção oblíqua descendente a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): promover a função yun hua e regular o qi do pi-baço, eliminar humidade devida a yang xu
do pi-baço, apaziguar o qi do wei-estômago e revitalizar o sangue.
Indicações: edema e distensão abdominal, vómitos, diarreia, dispepsia, gastrite, úlcera péptica e
problemas hemorrágicos agudos e crónicos.
Características: é o xue shu-posterior do pi-baço / pâncreas.

B 21 - Weishu
Denominação: "ravina do estômago".
Localização: 1,5 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da décima segunda vértebra dorsal
− Figura 10.28.
Técnica: punção oblíqua descendente a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar humidade e regular o qi do wei-estômago
Indicações: distensão abdominal, azia e pirose, náuseas, regurgitação alimentar e vómitos, epigastralgias,
dor no hipocôndrio e diarreia crónica.
Características: é o xue shu-posterior do wei-estômago.
B 22 - Sanjiaoshu
Denominação: "ravina do triplo aquecedor".
Localização: 1,5 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da primeira vértebra lombar − Figura
10.28.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): regular as passagens de água, principalmente as do xiajiao-aquecedor inferior.
Indicações: distensão abdominal, náuseas, regurgitação alimentar e vómitos, epigastralgias, dor no
hipocôndrio e diarreia crónica.
Características: é o xue shu-posterior do sanjiao-triplo aquecedor.

B 23 - Shenshu
Denominação: "ravina do rim".
Localização: 1,5 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da segunda vértebra lombar − Figura
10.28.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar humidade, regular a circulação de qi e clarificar os olhos e os ouvidos.
Indicações: hipoacusia, tinitus, zumbidos, perturbações da visão, trémulo e fraqueza na região articular do
joelho, disúria, polaquiúria, tenesmo, retenção urinária, enurese, impotência sexual primária,
irregularidades menstruais, leucorreia e problemas musculo-esqueléticos da região lombo-sagrada.
Características: é o xue shu-posterior do shen-rim.

B 24 - Qihaishu
Denominação: "ravina do oceano de energia vital".
Localização: 1,5 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da terceira vértebra lombar − Figura
10.28.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): tonificar as costas e os joelhos e revitalizar a energia vital.
Indicações: astenia generalizada, obstipação, dor e distensão abdominal.
Características: é o xue shu-posterior do qi-energia vital.

B 25 - Dachangshu
Denominação: "ravina do grande intestino".
Localização: 1,5 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da quarta vértebra lombar − Figura
10.28.
Técnica: punção perpendicular descendente a 1,0-1,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): regular a circulação de qi e sangue e regular a função do dachang-cólon.
Indicações: dor e distensão abdominal, meteorismo, obstipação, diarreia e dor na região lombo-sagrada.
Características: é o xue shu-posterior do dachang-cólon.

B 26 - Guanyuanshu
Denominação: "ravina da charneira primária".
Localização: 1,5 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da quinta vértebra lombar − Figura
10.28.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): regular as passagens de água e de energia e revitalizar o zu taiyang jing.
Indicações: distensão abdominal, diarreia, enurese, polidipsia, polaquiúria, disúria e dor na região lombo-
sagrada.

B 27 - Xiaochangshu
Denominação: "ravina do pequeno intestino".
Localização: 1,5 cun lateral ao du mai, a nível do primeiro foramen sagrado − Figura 10.28.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): promover a função do xiaochang-intestino delgado e regular a circulação de qi e sangue
no zu taiyang jing.
Indicações: obstipação, diarreia, hematúria, piorreia, ciatalgia e dor lombo-sagrada.
Características: é o xue shu-posterior do xiaochang-intestino delgado.

B 28 - Pangguangshu
Denominação: "ravina da bexiga".
Localização: 1,5 cun lateral ao du mai, a nível do segundo foramen sagrado − Figura 10.28.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): promover a função do pangguang-bexiga, regular a circulação de qi e sangue no zu
taiyang jing e fortalecer as costas.
Indicações: diarreia, obstipação, lombalgias, enurese, tenesmo, urgência urinária, disúria e polaquiúria.
Características: é o xue shu-posterior do pangguang-bexiga.

B 29 - Zhonglushu
Denominação: "ravina do meio da coluna".
Localização: 1,5 cun lateral ao du mai, a nível do terceiro foramen sagrado − Figura 10.28.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): regular o xiajiao-aquecedor inferior e a circulação de qi e sangue no zu taiyang jing.
Indicações: dor hipogástrica, diarreia, lombalgias e ciatalgia.

B 30 - Baihuanshu
Denominação: "ravina do círculo alvo".
Localização: 1,5 cun lateral ao du mai, a nível do quarto foramen sagrado − Figura 10.28.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: dor hipogástrica, diarreia, lombalgias e ciatalgia.

B 31 - Shangliao
Denominação: "junção do osso de cima".
Localização: no primeiro foramen sagrado, a nível de xiaochangshu (B 27) − Figura 10.28.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): tonificar a cintura e os joelhos, remover a estase de sangue no útero, regular o xiajiao-
aquecedor inferior e revitalizar o qi do shen-rim.
Indicações: dor lombo-sagrada, obstipação, prolapso rectal, prolapso uterino, irregularidades menstruais,
menometrorragias, leucorreia, impotência sexual primária, polaquiúria e disúria.
Características: shangliao, ciliao (B 32), zhongliao (B 33) e xialiao (B 34), fazem parte das oito junções
sagradas – baliao.

B 32 - Ciliao
Denominação: "junção do segundo osso".
Localização: no segundo foramen sagrado, a nível de pangguangshu (B 28) − Figura 10.28.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,2 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): idêntica à de shangliao.
Indicações: as mesmas que shangliao.

B 33 - Zhongliao
Denominação: "junção do osso do meio".
Localização: no terceiro foramen sagrado, a nível de zhonglushu (B 29) − Figura 10.28.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,2 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): idêntica à de shangliao e ciliao.
Indicações: as mesmas que shangliao e ciliao.

B 34 - Xialiao
Denominação: "junção do osso de baixo".
Localização: no quarto foramen sagrado, a nível de baihuanshu (B 30) − Figura 10.28.
Técnica: punção perpendicular a 0,8-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): idêntica à de shangliao, ciliao e zhongliao.
Indicações: as mesmas que shangliao, ciliao e zhongliao.

B 35 - Huiyang
Denominação: "encontro do yang".
Localização: a nível do vértice coccígeo, 0,5 cun lateral à linha dorsal mediana − Figura 10.28.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: dismenorreia, leucorreia, impotência sexual primária, diarreia e hemorróides.

B 36 - Chengfu
Denominação: "receptáculo do suporte".
Localização: na região coxal posterior, no ponto médio da prega nadegueira − Figura 10.29.
Técnica: punção perpendicular a 0,8-1,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): activar a circulação de qi e tonificar o zu taiyang jing.
Indicações: dor nadegueira e lombo-sagrada, ciatalgia, hemiplegia, hemiparesia, obstipação, retenção
urinária e hemorróides.
Figura 10.29
Zu taiyang jing − Sinartéria do pangguang-bexiga

B 37 - Yinmen
Denominação: "portão da abundância".
Localização: na região coxal posterior, 6 cun directamente abaixo de chengfu (B 36), na linha entre este
ponto e weizhong (B 40) − Figura 10.29.
Técnica: punção perpendicular a 0,8-1,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): activar a circulação de qi e tonificar o zu taiyang jing.
Indicações: dor nadegueira e lombo-sagrada, ciatalgia, hemiplegia, hemiparesia, espasmos dos músculos
semitendinoso e bicípite femural, obstipação, hemorróides e retenção urinária.

B 38 - Fuxi
Denominação: "xi flutuante".
Localização: 1 cun directamente acima de weiyang (B 39) − Figura 10.29.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: hemiplegia, obstipação e diarreia.

B 39 - Weiyang
Denominação: "comando do yang".
Localização: no cavado poplíteo, 1 cun lateral a weizhong (B 40) − Figuras 10.29 e 10.30.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): regular o transporte de água no xiajiao-aquecedor inferior.
Indicações: distensão hipogástrica, obstipação, disúria, bloqueio da coluna lombo-sagrada, lombalgias e
espasmos dos músculos bicípite femural e gémeos.
Características: é o xue xiahe-oceano inferior do sanjiao-triplo aquecedor.
Figura 10.30
Zu taiyang jing − Sinartéria do pangguang-bexiga

B 40 - Weizhong
Denominação: "comando do meio".
Localização: no centro da prega transversal do cavado poplíteo, entre os tendões dos músculos
semitendinoso e bicípite femural. Este ponto está situado entre as artéria e veia poplíteas − Figuras 10.29
e 10.30.
Técnica: punção perpendicular a 0,8-1,5 cun; pode ser aplicada moxibustão e sangria.
Acção (MTC): relaxar os tendões, tonificar as cruzes (região lombo-sagrada), revitalizar as colaterais,
dispersar o calor estival e eliminar o calor do sangue.
Indicações: bloqueio da coluna lombo-sagrada, lombalgias, ciatalgia, espasmos e atrofia dos músculos
bicípite femural e gémeos, hemiplegia e hemiparesia, dor hipogástrica, vómitos, diarreia, impotência
sexual primária e disúria.
Características: é um xue he-oceano.

B 41 - Fufen
Denominação: "suplemento".
Localização: 3 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da segunda vértebra dorsal − Figura
10.26.
Técnica: punção oblíqua descendente a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: problemas musculo-esqueléticos das regiões do pescoço, ombro, cotovelo, braço e terço
superior da região dorsal.
Contra-Indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração pleuro-pulmonar.

B 42 - Pohu
Denominação: "guarita da alma".
Localização: 3 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da terceira vértebra dorsal − Figura
10.26.
Técnica: punção oblíqua descendente a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: bronquite asmática, tosse e problemas musculo-esqueléticos do terço superior da região
dorsal.
Contra-Indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração pleuro-pulmonar.
B 43 - Gaohuangshu
Denominação: "ravina vital do diafragma".
Localização: 3 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da quarta vértebra dorsal − Figura
10.26.
Técnica: punção oblíqua descendente, orientada interna-externamente, a 0,5 cun; pode ser aplicada
moxibustão.
Acção (MTC): regular o qi do fei-pulmão e tonificar o corpo.
Indicações: bronquite asmática, tosse, hipersudorese nocturna, perturbações da memória e problemas
musculo-esqueléticos na metade superior da região dorsal.
Contra-Indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração pleuro-pulmonar.

B 44 - Shentang
Denominação: "átrio dos espíritos".
Localização: 3 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da quinta vértebra dorsal − Figura
10.26.
Técnica: punção oblíqua descendente a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: precordialgias, bronquite asmática e nevralgia intercostal.
Contra-Indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração pleuro-pulmonar.

B 45 - Yixi
Denominação: "surpresa".
Localização: 3 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da sexta vértebra dorsal − Figura
10.26.
Técnica: punção oblíqua descendente a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: precordialgias, bronquite asmática, espasmo diafragmático, nevralgia intercostal e problemas
musculo-esqueléticos no terço médio da região dorsal.
Contra-Indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração pleuro-pulmonar.

B 46 - Geguan
Denominação: "charneira do diafragma".
Localização: 3 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da sétima vértebra dorsal − Figura
10.26.
Técnica: punção oblíqua descendente ou lateral a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: espasmo diafragmático, espasmo esofágico, nevralgia intercostal e problemas musculo-
esqueléticos no terço médio da região dorsal.
Contra-Indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração pleuro-pulmonar.

B 47 - Hunmen
Denominação: "portão da alma".
Localização: 3 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da nona vértebra dorsal − Figura
10.26.
Técnica: punção oblíqua descendente ou lateral a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: neurastenia, epigastralgias e problemas do fígado e vesícula biliar.
Contra-Indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração pleuro-pulmonar.

B 48 - Yanggang
Denominação: "parâmetro do yang".
Localização: 3 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da décima vértebra dorsal − Figura
10.26.
Técnica: punção oblíqua descendente ou lateral a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: epigastralgias e problemas do fígado e vesícula biliar.

B 49 - Yishe
Denominação: "residência da vontade".
Localização: 3 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da décima primeira vértebra dorsal
− Figura 10.26.
Técnica: punção oblíqua descendente ou lateral a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: epigastralgias e problemas do fígado e vesícula biliar.
B 50 - Weicang
Denominação: "celeiro do estômago".
Localização: 3 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da décima segunda vértebra dorsal
− Figura 10.26.
Técnica: punção oblíqua descendente ou lateral a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: epigastralgias, dor abdominal e dor no terço inferior da região dorsal.

B 51 - Huangmen
Denominação: "portão vital".
Localização: 3 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da primeira vértebra lombar − Figura
10.26.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: dor mesogástrica, dorsolombalgias, hemiplegia do membro inferior.
Contra-Indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração renal.

B 52 - Zhishi
Denominação: "compartimento da ambição".
Localização: 3 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da segunda vértebra lombar − Figura
10.26.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): regular o qi do shen-rim e remover obstruções do zu taiyang jing.
Indicações: lombalgias, impotência sexual primária, enurese, irregularidades menstruais e disúria.

B 53 - Baohuang
Denominação: "placenta vital".
Localização: 3 cun lateral ao du mai, a nível do segundo foramen sagrado − Figura 10.26.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: lombalgias, ciatalgia, retenção urinária, meteorismo e dor abdominal.

B 54 - Zhibian
Denominação: "limite da sequência".
Localização: 3 cun lateral ao du mai, a nível do quarto foramen sagrado − Figura 10.26.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): regular os jingluo e remover obstruções do zu taiyang jing.
Indicações: lombalgias, ciatalgia, hemiplegia, atrofia muscular, hemorróides e disúria.

B 55 - Heyang
Denominação: "confluência de yang".
Localização: 2 cun abaixo de weizhong, entre os dois feixes do músculo gémeos − Figuras 10.29 e 10.30.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: menometrorragias e parestesias nas regiões sagrada e femural posterior.

B 56 - Chengjin
Denominação: "tendões de suporte".
Localização: no centro da proeminência muscular dos gémeos, equidistante de heyang e chengshan (B
57) − Figura 10.30.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: cefaleias, hemorróides, lombalgias, caibras e hemiplegia do membro inferior.

B 57 - Chengshan
Denominação: "suporte da montanha".
Localização: inferior à proeminência muscular dos gémeos (barriga da perna), 8 cun directamente abaixo
de weizhong, equidistante deste ponto e de kunlun (B 60) − Figuras 10.29 e 10.30.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): promover a função dos chang-intestinos, relaxar os tendões e revitalizar as colaterais.
Indicações: lombo-sacralgias, ciatalgia, caibras, obstipação, hemorróides e prolapso rectal.
B 58 - Feiyang
Denominação: "elevador".
Localização: 7 cun directamente acima de kunlun (B 60) e 1 cun lateral a chengshan − Figuras 10.29 e
10.30.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento, apaziguar a mente e promover a função dos chang-intestinos.
Indicações: cefaleias, cervicalgias, lombo-sacralgias, ciatalgia, caibras, artrite reumatóide, caibras,
confusão mental, epilepsia, histeria e hemorróides.
Características: é um xue luo-conexão.

B 59 - Fuyang
Denominação: "yang do tarso".
Localização: 3 cun directamente acima de kunlun (B 60) − Figuras 10.29 e 10.30.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): remover obstruções e activar a circulação de qi no zu taiyang jing.
Indicações: sensação de peso na cabeça, cefaleias, cervicalgias, lombalgias, dor na região maleolar
externa e hemiplegia do membro inferior.
Características: é o xue xi-chave do yanqiao mai, ou meridiano yang do calcanhar.

B 60 - Kunlun
Denominação: "montanhas sagradas Kun e lun".
Localização: na depressão existente entre o maléolo externo e o tendão calcaneano − Figuras 10.29 e
10.30.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,6 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento, apaziguar a mente, promover a função uterina, relaxar os tendões, reforçar
a cintura, remover obstruções e activar a circulação de qi no zu taiyang jing.
Indicações: cefaleias, perturbações da visão, histeria, epilepsia, torcicolite, cervicalgias, lombalgias
crónicas, ciatalgia, dor na região maleolar externa, hemiplegia do membro inferior e indução do trabalho
de parto.
Contra-Indicações: punção durante a gravidez, uma vez que acção abortiva.

B 61 - Pushen
Denominação: "servo do conselheiro".
Localização: 1,5 cun directamente abaixo de kunlun − Figuras 10.29 e 10.30.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: lombalgias, ciatalgia, dor tibiotársica e hemiplegia do membro inferior.

B 62 - Shenmai
Denominação: "extensão do meridiano".
Localização: na depressão directamente abaixo do maléolo externo − Figura 10.31.
Técnica: punção perpendicular a 0,3 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): clarificar a mente, relaxar os tendões e remover obstruções do yangquiao mai.
Indicações: histeria, epilepsia, confusão mental, demência, perturbações do sono, cefaleias, tonturas,
lombo-sacralgias, artrite tibiotársica e outros problemas musculo-esqueléticos do membro inferior.
Características: é um dos oito xue confluentes e comunica com o yanqiao mai.

B 63 - Jinmen
Denominação: "portão dourado".
Localização: antero-inferior ao maléolo externo, na depressão lateral ao osso cubóide e posterior à
tuberosidade do quinto metatarsiano − Figura 10.31.
Técnica: punção perpendicular a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): apaziguar e clarificar a mente e regular a circulação de qi no zu taiyang jing.
Indicações: histeria, epilepsia, confusão mental, demência, distonia neurovegetativa, cefaleias lombo-
sacralgias, hemiplegia, artrite tibiotársica e outros problemas musculo-esqueléticos do membro inferior.
Características: é um xue xi-chave.

B 64 - Jinggu
Denominação: "osso fundamental".
Localização: postero-inferior à tuberosidade do quinto metatarsiano, na junção das epidermes branca e
vermelha − Figura 10.31.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): apaziguar e clarificar a mente e regular a circulação de qi no zu taiyang jing.
Indicações: histeria, epilepsia, cefaleias, torcicolite, lombo-sacralgias, artrite e problemas musculo-
esqueléticos do membro inferior.
Características: é um xue yuan-nascente.

Figura 10.31
Zu taiyang jing − Sinartéria do pangguang-bexiga

B 65 - Shugu
Denominação: "osso limite".
Localização: postero-inferior à cabeça do quinto metatarsiano, na junção das epidermes branca e
vermelha − Figura 10.31.
Técnica: punção perpendicular a 0,3 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): clarificar a mente, dar brilho aos olhos e remover obstruções no jingluo.
Indicações: epilepsia, confusão mental, demência, perturbações da visão, cefaleias, torcicolite e
problemas musculo-esqueléticos do pé.
Características: é um xue shu-corrente.

B 66 - Zutonggu
Denominação: "vale de conexão do pé".
Localização: na depressão antero-inferior à quinta articulação metatarsofalângica − Figura 10.31.
Técnica: punção perpendicular a 0,2 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): apaziguar e clarificar a mente, dar brilho aos olhos e remover obstruções no zu taiyang
jing.
Indicações: perturbações mentais, perturbações da visão, cefaleias, tonturas, bronquite asmática, epistaxis
e torcicolite.
Características: é um xue rong-fonte.

B 67 - Zhiyin
Denominação: "término do yin".
Localização: 0,1 cun posterior ao ângulo postero-externo da curvatura do leito ungueal do quinto artelho
− Figura 10.31.
Técnica: punção oblíqua antero-posterior a 0,1 cun; pode ser aplicada moxibustão e sangria.
Acção (MTC): clarificar a mente, dar brilho aos olhos, promover a função do útero e remover obstruções
à circulação de energia vital.
Indicações: distonia neurovegetativa, perturbações da visão, cefaleias, obstrução nasal, epistaxis, sensação
de calor na região plantar, correcção de malposições fetais (moxibustão) e indução do trabalho de parto.
Contra-Indicações: punção durante a gravidez, uma vez que acção abortiva.
Características: é um xue jing-origem.

Zu Shaoyin – Rim

O zu shaoyin jing, meridiano yin menor do pé, ou sinartéria do shen-rim, é utilizado sobretudo no
tratamento de problemas do sistema geniturinário.
1. Tem origem na face plantar do pequeno artelho, percorre obliquamente a região plantar no sentido
antero-posterior e, depois de atravessar yongquan (K 1), atinge o bordo inferior da tuberosidade do osso
navicular, emergindo em rangu (K 2) − Figura 10.32.

2. Depois de circundar o maléolo interno ascende ao longo da região interna da perna e do cavado
poplíteo.

3. Percorre a região interna da coxa e atinge a cavidade abdominal.

4. Na região abdominal, depois de penetrar no rim e de comunicar com a bexiga atinge o fígado e a região
diafragmática.

5. Atravessa o diafragma e a região pulmonar, ascende ao longo da região para-esofágica e termina na


base da língua.

6. Do pulmão emerge uma colateral que se difunde por toda a superfície pulmonar e que se liga ao shou
jueyin jing, sinartéria do xinbao-pericárdio, depois de atravessar o coração.

Figura 10.32
Zu shaoyin jing − Sinartéria do shen-rim

K 1 - Yongquan
Denominação: "fonte dos sentimentos".
Localização: entre os segundo e terceiro metatarsianos, na junção do terço anterior com o terço médio da
região plantar − Figura 10.32.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão e sangria.
Acção (MTC): tonificar o yin, atenuar o fogo, tranquilizar a mente e acalmar o xin-coração.
Indicações: dor no vértex, obnubilação, vertigens, lipotímia, convulsões, coma e sensação de calor na
região plantar. A terapêutica sangrativa é geralmente eficaz no tratamento de convulsões e lipotímias,
bem como na recuperação da consciência em estados pré-comatosos.
Características: é um xue jing-rio.
K 2 - Rangu
Denominação: "vale ardente".
Localização: antero-inferior ao maléolo interno na depressão inferior à tuberosidade navicular − Figura
10.33.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,4 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar o fogo do sangue, revitalizar o yinqiao mai e amaciar a garganta.
Indicações: hemoptises, prurido vulvar, prolapso uterino, irregularidades menstruais, emissão seminal
nocturna, diarreia, artralgias, edema e dor na região dorsal do pé.
Características: é um xue rong-fonte.

Figura 10.33
Zu shaoyin jing − Sinartéria do shen-rim

K 3 - Taixi
Denominação: "grande enseada".
Localização: na depressão entre a o maléolo interno e o tendão calcaneano − Figura 10.33.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,4 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): tonificar o shen qi, eliminar fogo, promover a função do útero e reforçar as regiões
lombar, da cintura e dos joelhos.
Indicações: odontalgias, hipoacusia, hemoptises, tonturas, insónias, bronquite, dispneia, faringite, dor
lombo-sagrada, irregularidades menstruais, poliúria, enurese, ejaculação precoce e impotência sexual
primária.
Características: é um xue shu-corrente e yuan-nascente.

K 4 - Dazhong
Denominação: "grande cálice".
Localização: 0,5 cun postero-inferior a taixi (K 3), entre o osso calcâneo e o rebordo interno do tendão
calcaneano − Figura 10.33.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar fogo do sangue e activar a circulação de qi no zu shaoyin.
Indicações: hemoptises e dor local e lombo-sagrada.
Características: é um xue luo-conexão.

K 5 - Shuiquan
Denominação: "fonte da água".
Localização: 1 cun directamente abaixo de taixi (K 3) − Figura 10.33.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): promover a função do útero e revitalizar o yinqiao mai.
Indicações: dismenorreia, irregularidades menstruais e prolapso uterino.
Características: é um xue xi-chave.

K 6 - Zhaohai
Denominação: "oceano resplandecente".
Localização: na depressão 1 cun directamente abaixo da proeminência do maléolo interno − Figura
10.33.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar calor, acalmar a mente, promover a função do útero, tonificar o fei yin e remover
obstruções no yinqiao mai.
Indicações: epilepsia, insónias, faringite, prurido orofaríngeo, bronquite crónica, disúria, polaquiúria,
irregularidades menstruais, prolapso uterino e prurido vulvar. Em conjunto com lieque (L 7) é muito
utilizado na tonificação de yin.

K 7 - Fuliu
Denominação: "corrente de retorno".
Localização: 2 cun directamente acima de taixi (K 3) − Figura 10.34.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): regular o shen qi, eliminar calidez e tonificar as costas.
Indicações: diarreia, meteorismo, distensão abdominal, edema das pernas, atrofia muscular, hipersudorese
nocturna, hemiplegia e hemiparesia e lombalgias.
Características: é um xue jing-rio.

Figura 10.34
Zu shaoyin jing − Sinartéria do shen-rim

K 8 - Jiaoxin
Denominação: "comunicação da crença".
Localização: anterior a fuliu (K 7), 2 cun directamente acima da proeminência do maléolo interno
− Figura 10.34.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: irregularidades menstruais, hemorragia uterina, retenção urinária, diarreia, obstipação e dor na
região interna do membro inferior.
Características: é o xue xi-chave do yinqiao mai, ou meridiano yin do calcanhar.

K 9 - Zhubin
Denominação: "hospedaria".
Localização: 5 cun acima de taixi (K 3) e 2 cun posterior ao rebordo tibial interno − Figura 10.34.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: espasmo do músculo gémeos, disúria, polaquiúria, tenesmo urinário e orquite.
Características: é o xue xi-chave do yinwei mai, ou meridiano de conexão yin.

K 10 - Yingu
Denominação: "vale do yin".
Localização: a nível de weizhong (B 40), na região interna do cavado poplíteo, entre os tendões dos
músculos semitendinoso e semimembranoso. Deve ser localizado com o joelho em flexão de noventa
graus − Figura 10.34.
Técnica: punção perpendicular a 0,8-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): tonificar o shen-rim, dispersar calor e regular o xiajiao.
Indicações: impotência sexual primária, hemorragia uterina e artrite do joelho.
Características: é um xue he-oceano.

K 11 - Henggu
Denominação: "osso horizontal".
Localização: na região hipogástrica, 0,5 cun lateral a qugu (Ren 2) − Figura 10.32.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: uretrites, incontinência urinária, espermatorreia e impotência sexual primária.

K 12 - Dahe
Denominação: "grande claridade".
Localização: na região hipogástrica, 0,5 cun lateral a zhongji (Ren 3) − Figura 10.32.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: leucorreia, espermatorreia e nevralgia do cordão espermático.

K 13 - Qixue
Denominação: "ponto da energia vital".
Localização: na região hipogástrica, 0,5 cun lateral a guanyuan (Ren 4) − Figura 10.32.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: leucorreia, irregularidades menstruais, amenorreia, disúria, polaquiúria e diarreia.

K 14 - Siman
Denominação: "quatro plenitudes".
Localização: na região hipogástrica, 0,5 cun lateral a shimen (Ren 5) − Figura 10.32.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: leucorreia, irregularidades menstruais, amenorreia, disúria, polaquiúria e diarreia.

K 15 - Zhongzhu
Denominação: "fluxo do meio".
Localização: na região hipogástrica, 0,5 cun lateral a yinjiao (Ren 7) − Figura 10.32.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: lombalgias, dor abdominal, obstipação e irregularidades menstruais.

K 16 - Huangshu
Denominação: "orifício vital".
Localização: 0,5 cun lateral a shenque (Ren 8) − Figura 10.32.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: espasmo diafragmático, gastralgias, dor mesogástrica e obstipação crónica.

K 17 - Shangqu
Denominação: "curva do mercador".
Localização: 0,5 cun lateral a xiawan (Ren 10) − Figura 10.32.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: dor e cólicas abdominais.

K 18 - Shiguan
Denominação: "charneira de pedra".
Localização: 0,5 cun lateral a jianli (Ren 11) − Figura 10.32.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: espasmo esofágico, espasmo diafragmático, gastralgias e obstipação.

K 19 - Yindu
Denominação: "metrópole de yin".
Localização: 0,5 cun lateral a zhongwan (Ren 12) − Figura 10.32.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: ptose gástrica, distensão e dor abdominal.
K 20 - Futonggu
Denominação: "vale de conexão do abdómen".
Localização: 0,5 cun lateral a shangwan (Ren 13) − Figura 10.32.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: nevralgia intercostal, palpitações, convulsões, vómitos e diarreia.

K 21 - Youmen
Denominação: "portão isolado (piloro)".
Localização: 0,5 cun lateral a juque (Ren 14) − Figura 10.32.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: nevralgia intercostal, gastrite crónica, dor e distensão gástrica.
Contra-indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração hepática.

K 22 - Bulang
Denominação: "orifício vital".
Localização: no quinto espaço intercostal, 2 cun lateral a zhongting (Ren 16) − Figura 10.32.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: nevralgia intercostal, gastrite, bronquite e rinite.
Contra-indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração pleuro-pulmonar.

K 23 - Shenfeng
Denominação: "sinete dos espíritos".
Localização: no quarto espaço intercostal, 2 cun lateral a zhanzhong (Ren 17) − Figura 10.32.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: nevralgia intercostal, mastite e bronquite.
Contra-indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração cardíaca (à esquerda) e pleuro-pulmonar.

K 24 - Lingxu
Denominação: "ruínas dos espíritos".
Localização: no terceiro espaço intercostal, 2 cun lateral a yutang (Ren 18) − Figura 10.32.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: nevralgia intercostal, mastite, bronquite e vómitos.
Contra-indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração cardíaca (à esquerda) e pleuro-pulmonar.

K 25 - Shencang
Denominação: "celeiro dos espíritos".
Localização: no segundo espaço intercostal, 2 cun lateral a zigong (Ren 19) − Figura 10.32.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: nevralgia intercostal, bronquite e vómitos.
Contra-indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração pleuro-pulmonar.

K 26 - Yuzhong
Denominação: "elegância intermédia".
Localização: no primeiro espaço intercostal, 2 cun lateral a huagai (Ren 20) − Figura 10.32.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: nevralgia intercostal, bronquite e vómitos.
Contra-indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração pleuro-pulmonar.

K 27 - Shufu
Denominação: "residência no desfiladeiro".
Localização: 2 cun lateral a xuanji (Ren 21), na depressão abaixo do rebordo inferior da extremidade
interna da clavícula − Figura 10.32.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun.
Indicações: dor torácica, bronquite, dispneia, vómitos e distensão abdominal.

Shou Jueyin – Pericárdio

O shou jueyin jing, meridiano yin absoluto da mão, ou sinartéria do xinbao-pericárdio, é utilizado no
tratamento de disfunções cardiovasculares e de problemas mentais e gástricos.
1. Origina-se na região torácica e comunica com o xinbao-pericárdio − Figura 10.35.

2. A bifurcação interna descendente atravessa o diafragma e os shang, zhong e xiajiao.

3. O ramo principal atravessa transversalmente a região hemitorácica e torna-se superficial 3 cun abaixo
da prega axilar anterior, em tianchi (P 1).

4. Depois de contornar a região axilar anterior, desce ao longo da face antero-interna do braço e
antebraço, entre os shou taiyin jing (fei-pulmão) e shou shaoyin jing (xin-coração), atingindo depois a
região palmar.

5. Em laogong (P 8), na região palmar, emerge uma colateral que depois de atingir a última falange do
quarto dedo comunica com o shou shaoyang jing, ou sinartéria do sanjiao-triplo aquecedor.

6. Esta sinartéria termina na região distal da última falange do terceiro dedo.

Figura 10.35
Shou jueyin jing − Sinartéria do xinbao-pericárdio

P 1 - Tianchi
Denominação: "lagoa do paraíso".
Localização: no quarto espaço intercostal, 1 cun lateral ao mamilo − Figura 10.35.
Técnica: punção oblíqua a 0,2 cun no sentido interno-externo; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): abrir o peito e libertar o xin qi.
Indicações: precordialgias, nevralgia intercostal, dor e edema na região axilar.
Contra-indicações: sangria e punção profunda, pelo perigo de perfuração pleural.

P 2 - Tianquan
Denominação: "fonte do paraíso".
Localização: na face antero-interna do braço, 2 cun abaixo da axila, entre os dois feixes do músculo
bicípite braquial − Figura 10.36.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: precordialgias, tosse e dor ao longo da face interna do braço.

Figura 10.36
Shou jueyin jing − Sinartéria do xinbao-pericárdio

P 3 - Quze
Denominação: "curvatura do charco".
Localização: na prega do cotovelo, na face interna do tendão do músculo bicípite braquial − Figura 10.36.
Acção (MTC): libertar o xin qi, dispersar o calor do sangue e regular os chang-intestinos.
Indicações: epigastralgias, vómitos, irritabilidade, precordialgias, palpitações, hipertermia, trémulo do
membro superior e dor no cotovelo e braço.
Características: é um xue he-oceano.

P 4 - Ximen
Denominação: "entrada da fenda".
Localização: 7 cun abaixo de quze e 5 cun acima da prega transversal do punho, entre os tendões dos
músculos grande palmar e flexor radial do carpo − Figura 10.36.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): acalmar a mente, apaziguar o xin-coração, abrir o peito e eliminar calor.
Indicações: precordialgias, palpitações, epistaxis e hematemeses. Está indicado no tratamento de
problemas agudos.
Características: é um xue xi-chave.

P 5 - Jianshi
Denominação: "intermediário".
Localização: 3 cun acima da prega transversal do punho, entre os tendões dos músculos grande palmar e
flexor radial do carpo − Figura 10.36.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): acalmar a mente, abrir o peito, regular o wei-estômago, dispersar o calor endógeno e
eliminar fleuma do xin-coração.
Indicações: precordialgias, palpitações, epigastralgias, vómitos, irritabilidade, problemas mentais, trémulo
do antebraço, dor e contractura do membro superior.
Características: é um xue jing-rio.
P 6 - Neiguan
Denominação: "portão interior".
Localização: 2 cun acima da prega transversal do punho, entre os tendões dos músculos grande palmar e
flexor radial do carpo − Figura 10.36.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): acalmar a mente, abrir o peito, regular a circulação de qi no shou jueyin jing, promover a
função yunhua do wei-estômago, regular o zhongjiao e abrir o yin wei mai ou meridiano yin de conexão.
Indicações: precordialgias, palpitações, epigastralgias, vómitos, espasmo diafragmático, irritabilidade,
convulsões epileptiformes, histeria, psicose maníaco-depressiva, esquizofrenia, distonia neurovegetativa,
dor e contractura do membro superior, hemiplegia e hemiparesia. A estimulação deste ponto exerce uma
acção acentuada nos sistemas nervoso, cardiovascular e digestivo, realçando-se a sua acção indutora ou
frenadora do vómito, a qual depende do tipo de estimulação utilizada.
Características: é um da xue luo-conexão e um dos oito pontos confluentes, comunicando com o win wei
mai.

P 7 - Daling
Denominação: "grande túmulo".
Localização: a meio da prega transversal do punho, entre os tendões dos músculos grande palmar e flexor
radial do carpo − Figura 10.36.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): dispersar o fogo e apaziguar o xin-coração, clarificar a mente e abrir o peito.
Indicações: precordialgias, palpitações, histeria e pânico injustificado.
Características: é um xue shu-corrente e yuan-nascente da vida.

P 8 - Laogong
Denominação: "palácio dos trabalhadores".
Localização: na face palmar, entre o segundo e o terceiro metacarpianos e tangencialmente ao rebordo
interno do último; está localizado na região central da mão − Figura 10.36.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): acalmar a mente, apaziguar o xin-coração, eliminar calor e humidade do zu yangming e
regular o wei-estômago.
Indicações: precordialgias, distonia neurovegetativa, estomatite aftosa, halitose e furunculose
Características: é um xue rong-fonte.

P 9 - Zhongchong
Denominação: "torrente do meio".
Localização: na ponta da última falange do terceiro dedo, ou 0,1 cun posterior ao canto radial do leito
ungueal − Figura 10.36.
Técnica: punção oblíqua ou perpendicular a 0,1 cun; pode ser aplicada moxibustão e sangria.
Acção (MTC): acalmar a mente e dispersar o fogo do xin-coração.
Indicações: precordialgias, palpitações, afasia, rigidez glossiana, hipersudorese e sensação de calor
palmar, hipertermia, convulsão infantil, lipotímia e coma. A terapêutica sangrativa está indicada em
ressuscitação.
Características: é um xue jing-origem

Shou Shaoyang – Triplo Aquecedor

O shou shaoyang jing, meridiano yang menor da mão, ou sinartéria do sanjiao-triplo aquecedor, é
utilizado no tratamento de problemas relacionados com os sistemas visual e auditivo e de problemas
musculo-esqueléticos ao longo do seu trajecto.

1. Tem a sua origem no aspecto cubital da última falange do quarto dedo, em guanchong (SJ 1), atravessa
a face dorsal da mão, entre os quarto e quinto metacarpianos, e atinge a região dorsal do punho − Figura
10.37.

2. Ascende ao longo do aspecto lateral do antebraço e do braço, entre os shou taiyang e shou yangming
jing, e atinge a região articular do ombro.

3. Na região do ombro, depois de cruzar o zu shaoyang jing, ou sinartéria do dan-vesícula, inflecte


anteriormente e atinge a fossa supraclavicular.
4. Da fossa supraclavicular o meridiano penetra na região torácica, comunica com o pericárdio, atravessa
o diafragma e liga-se sucessivamente aos shang, zhong e xiajiao.

5. Com origem na cavidade torácica, uma colateral emerge da fossa supraclavicular, a qual ascende ao
longo do pescoço e se bifurca na região auricular inferior.

6. Na região auricular, uma das bifurcações circunda posteriormente o pavilhão auricular e a outra
contorna a região anterior do mesmo pavilhão, terminando no canto externo do olho, em sizhukong (SJ
23), onde se liga à sinartéria do dan-vesícula.

7. Uma colateral proveniente de weiyang (B 39), ascende ao longo da coxa e comunica com o sanjiao-
triplo aquecedor.

Figura 10.37
Shou shaoyang jing − Sinartéria do sanjiao-triplo aquecedor

SJ 1 - Guanchong
Denominação: "portão da torrente".
Localização: no aspecto cubital da última falange do quarto dedo, 0,1 cun posterior à curvatura do leito
ungueal − Figura 10.38.
Técnica: punção oblíqua a 0,1 cun; pode ser aplicada moxibustão e sangria.
Acção (MTC): activar a circulação de energia vital, eliminar calor e acalmar a mente.
Indicações: cefaleias, orofaringite, congestão ocular, doenças febris e irritabilidade.
Características: é um xue jing-origem.

SJ 2 - Yemen
Denominação: "porta dos fluidos".
Localização: proximal à quarta prega interdigital. Deve ser localizado com a mão fechada − Figura
10.38.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): regular a circulação de qi e sangue e atenuar o calor endógeno.
Indicações: cefaleias, congestão ocular, hipoacusia e dor nas regiões da mão e do punho.
Características: é um xue rong-fonte.

Figura 10.38
Shou shaoyang jing − Sinartéria do sanjiao-triplo aquecedor

SJ 3 - Zhongzhu
Denominação: "ilhota do meio", ou "ilhota do meio da mão" (shou zhongzhu) − Figura 10.38.
Localização: no quarto espaço intermetacárpico, proximal à articulação metacarpofalângica.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): regular a circulação de energia vital, eliminar calor e acalmar o ouvido.
Indicações: cefaleias, tinitus, hipoacusia e dor no membro superior.
Características: é um xue shu-corrente.

SJ 4 - Yangchi
Denominação: "reservatório de yang".
Localização: na prega dorsal do punho, numa depressão existente entre os tendões dos músculos extensor
comum dos dedos e extensor do quinto dedo − Figura 10.38.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): relaxar os tendões, revitalizar as colaterais, reforçar o sanjiao e promover as funções dos
chong e ren mai, de revitalização da circulação de qi e sangue.
Indicações: tinitus, hipoacusia e problemas articulares da região do punho.
Características: é um xue yuan-nascente.

SJ 5 - Waiguan
Denominação: "portão exterior".
Localização: entre o cúbito e o rádio, 2 cun acima da prega dorsal do punho − Figura 10.39.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento, relaxar os tendões, revitalizar as colaterais e remover obstruções do
yangwei mai.
Indicações: enxaqueca, tinitus, hipoacusia, doenças febris devidas a invasão de agentes patogénicos
exógenos, v.g. gripe e pneumonia, trémulo da mão e problemas articulares do membro superior.
Características: é um xue luo-conexão e um xue de confluência com o yangwei mai, ou meridiano yang
de conexão.

SJ 6 - Zhigou
Denominação: "suporte do canal".
Localização: entre o cúbito e o rádio, 3 cun acima da prega dorsal do punho − Figura 10.39.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): regular a circulação de qi, remover obstruções dos chang-intestinos e arrefecer o sanjiao,
principalmente os shang e zhongjiao.
Indicações: tinitus, hipoacusia, vómitos, obstipação, rouquidão e torcicolite. É muito utilizado no
tratamento da zona (herpes zoster), em conjunto com yanglingquan (G 34).
Características: é um xue jing-rio

Figura 10.39
Shou shaoyang jing − Sinartéria do sanjiao-triplo aquecedor

SJ 7 - Huizong
Denominação: "reunião dos ancestrais".
Localização: no antebraço, 0,5 cun lateral a zhigou e tangencial ao rebordo interno do cúbito − Figura
10.39.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: tinitus, hipoacusia e dor no membro superior.
Características: é um xue xi-chave.

SJ 8 - Sanyangluo
Denominação: "conexão dos três yang".
Localização: entre o cúbito e o rádio, 1 cun acima de zhigou (SJ 6) − Figura 10.39.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): remover obstruções do jingluo e dos orifícios dos orgãos sensoriais.
Indicações: tinitus, hipoacusia, afasia e dor no membro superior.

SJ 9 - Sidu
Denominação: "quarto fosso".
Localização: entre o cúbito e o rádio, 5 cun abaixo do cotovelo. Deve ser localizado com o antebraço em
supinação − Figura 10.39.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,2 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): regular a circulação de qi e remover obstruções dos orifícios sensoriais.
Indicações: cefaleias, vertigens, tinitus, hipoacusia, odontalgias, e dor no membro superior.

SJ 10 - Tianjing
Denominação: "fonte do paraíso".
Localização: no braço, 1 cun acima do olecrâneo, na depressão que surge com o cotovelo em flexão de
noventa graus − Figura 10.39.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): activar a circulação de qi e remover obstruções do jingluo.
Indicações: hemicrania, cefaleias, torcicolite e problemas musculo-esqueléticos da região articular do
cotovelo.
Características: é um xue he-oceano.

SJ 11 - Qinglengyuan
Denominação: "golfo do arrefecimento".
Localização: 1 cun acima de tianjing (SJ 10) − Figura 10.39.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: cefaleias, dor no globo ocular e dor no braço e na região articular do ombro.

SJ 12 - Xiaoluo
Denominação: "degelo do luo".
Localização: no braço, equidistante de qinglengyuan (SJ 11) e naohui (SJ 13) − Figura 10.37.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: cefaleias, torcicolite, odontalgias e dor no braço.

SJ 13 - Naohui
Denominação: "encontro da articulação".
Localização: 3 cun abaixo de jianliao (SJ 14), no rebordo posterior do músculo deltóide − Figura 10.37.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: dor no braço e na região articular do ombro.

SJ 14 - Jianliao
Denominação: "osso do ombro".
Localização: 1 cun posterior a jianyu (LI 15), com o braço em adução, ou na depressão postero-inferior
ao acrómio, com o braço em abdução − Figura 10.37.
Técnica: punção perpendicular ou oblíqua a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): relaxar os tendões, revitalizar as colaterais e amaciar as articulações.
Indicações: hipersudorese, hemiplegia, dor na região escápulo-umeral e inflamação perifocal da região
articular do ombro.

SJ 15 - Tianliao
Denominação: "osso do paraíso".
Localização: na fossa suprascapular, equidistante de jianjing (G 21) e quyuan (SI 13).
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun, em direcção à espinha da omoplata; pode ser aplicada
moxibustão − Figura 10.37.
Indicações: tendinite do músculo supra-espinhoso e dor na região escapular.

SJ 16 - Tianyou
Denominação: "janela do paraíso".
Localização: postero-inferior ao processo mastoideu, no rebordo posterior do músculo
esternocleidomastoideu − Figura 10.37.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun.
Acção (MTC): activar a circulação de qi e remover obstruções do jingluo.
Indicações: tinitus, hipoacusia, orofaringite e torcicolite.

SJ 17 - Yifeng
Denominação: "barreira do vento".
Localização: posterior ao lóbulo auricular, na depressão entre o processo mastoideu e a mandíbula −
Figura 10.37.
Técnica: punção perpendicular ou oblíqua, respectivamente a 0,3-0,5 cun e 0,7-1,0 cun; pode ser aplicada
moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento, revitalizar as colaterais e regular a audição e a visão.
Indicações: tinitus, hipoacusia, problemas oculares (punção oblíqua), paralisia do facial e artrite
mandibulotemporal (punção perpendicular).

SJ 18 - Qimai
Denominação: "nutrição do meridiano".
Localização: próximo da inserção do pavilhão auricular, a um terço da distância entre yifeng (SJ 17) e
jiaosun (SJ 20) − Figura 10.37.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun.
Indicações: cefaleias, tinitus e hipoacusia.

SJ 19 - Luxi
Denominação: "repouso do crânio".
Localização: posterior ao pavilhão auricular, 1 cun acima de qimai (SJ 18) − Figura 10.37.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun.
Indicações: cefaleias, otalgias, tinitus e hipoacusia.

SJ 20 - Jiaosun
Denominação: "ângulo da regeneração".
Localização: a nível do vértice do pavilhão auricular, no delimitação do couro cabeludo − Figura 10.37.
Técnica: punção horizontalizada a 0,2-0,3 cun.
Indicações: odontalgias, pannus e edema do pavilhão auricular.

SJ 21 - Ermen
Denominação: "porta do ouvido".
Localização: anterior ao tubérculo supratragico, ligeiramente acima do côndilo mandibular. Deve ser
localizado com a boca aberta − Figura 10.37.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): regular a audição e activar a circulação de qi.
Indicações: tinitus, hipoacusia, otorreia e artrite mandibulotemporal.

SJ 22 - Erheliao
Denominação: "osso da harmonia do ouvido".
Localização: antero-superior a ermen, na delimitação do couro cabeludo − Figura 10.37.
Técnica: punção oblíqua a 0,2-0,3 cun.
Indicações: cefaleias, tinitus, artrite mandibulotemporal e paralisia do facial.

SJ 23 - Sizhukong
Denominação: "orifício do bambu sedoso".
Localização: na depressão existente na porção terminal externa da sobrancelha − Figura 10.37.
Técnica: punção horizontalizada a 0,3 cun. A moxibustão está contra-indicada.
Acção (MTC): dispersar vento, eliminar fogo e dar brilho aos olhos.
Indicações: cefaleias, problemas oculares e paralisia do facial.

Zu Shaoyang – Vesícula Biliar

O zu shaoyang jing, meridiano yang menor do pé, ou sinartéria do dan-vesícula biliar, é utilizado
sobretudo no tratamento de disfunções do sistema biliar e de problemas em regiões adjacentes ao seu
trajecto, nomeadamente olhos, ouvidos e hipocôndrios.

1. Origina-se em tongziliao (G 1), no canto externo do olho, ascende e circunda as regiões supra e retro
auricular e a região lateral do crânio, desce através do aspecto lateral e posterior do pescoço,
anteriormente ao shou shaoyang e atinge a região do ombro, onde cruza esta sinartéria, inflecte
anteriormente e atinge o cavado supraclavicular − Figura 10.40.

2. A sua primeira colateral parte da região auricular posterior, penetra no ouvido, atravessa a região pré-
auricular e termina no canto externo do olho.

3. Do canto externo do olho, a mesma colateral desce até daying (S 5), cruza o shou shaoyang na região
infra-orbitária e atinge a fossa supraclavicular, onde comunica com o ramo principal. Continua o seu
trajecto descendente e, depois do seu percurso intratorácico, atravessa o diafragma, comunica com o
fígado e penetra na vesícula biliar. Atravessa depois o hipocôndrio e a região inguinal e termina em
huantiao (G 30).

4. A partir do cavado supraclavicular, o ramo principal desce ao longo da região toraco-abdominal lateral
e atinge huantiao, onde se une à colateral profunda acabada de descrever.
5. Desce depois ao longo do aspecto lateral da coxa, do joelho e da perna, atravessa anteriormente a
região maleolar externa, percorre a região dorsal do pé e termina na região externa da última falange do
quarto artelho, em zuqiaoyin (G 44).

6. Na região dorsal do pé, em zulinqi (G 41), emerge uma colateral que percorre o primeiro espaço
intermetatarsiano e, em dadun (Liv 1), na última falange do grande artelho, estabelece a conexão entre o
zu shaoyang e o zu jueyin jing, ou sinartéria do gan-fígado.

Figura 10.40
Zu shaoyang jing − Sinartéria do dan-vesícula biliar

G 1 - Tongziliao
Denominação: "osso do aluno".
Localização: 0,5 cun lateral ao canto externo do olho, na depressão que existe no rebordo peri-orbitário −
Figura 10.41.
Técnica: punção horizontalizada a 0,2-0,3 cun, no sentido antero-posterior. A moxibustão está contra-
indicada.
Acção (MTC): dispersar vento-calor, eliminar fogo e dar brilho aos olhos.
Indicações: atrofia do nervo óptico, miopia, conjuntivite e hemicrania.

G 2 - Tinghui
Denominação: "confluência da audição".
Localização: directamente abaixo de tinggong (SI 19), no rebordo posterior do côndilo mandibular (na
depressão anterior ao nó intertragico). Deve ser localizado com a boca aberta − Figura 10.41.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode ser aplicada moxibustão. Deve ser puncionado com a
boca ligeiramente aberta.
Acção (MTC): activar a circulação de qi e regular a audição.
Indicações: odontalgias, tinitus, hipoacusia e artrite mandibulotemporal.
Figura 10.41
Zu shaoyang jing − Sinartéria do dan-vesícula biliar

G 3 - Shangguan
Denominação: "portão de cima".
Localização: directamente acima de xiaguan (S 7), no rebordo superior do arco zigomático − Figura
10.41.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun.
Indicações: odontalgias, tinitus, hipoacusia, otorreia, artrite mandibulotemporal e paralisia do facial.

G 4 - Hanyan
Denominação: "aversão da mandíbula".
Localização: na têmpora, a um quarto da distância entre touwei (S 8) e qubin (G 7) − Figura 10.41.
Técnica: punção horizontalizada a 0,5-0,7 cun.
Indicações: hemicrania, cefaleias e tinitus.

G 5 - Xuanlu
Denominação: "crânio suspenso".
Localização: na têmpora, equidistante de touwei (S 8) e qubin (G 7) − Figura 10.41.
Técnica: punção horizontalizada a 0,5-0,7 cun.
Indicações: hemicrania, cefaleias, odontalgias, edema da face e neurastenia.

G 6 - Xuanli
Denominação: "milímetro suspenso".
Localização: a três quartos da distância entre touwei (S 8) e qubin (G 7) − Figura 10.41.
Técnica: punção horizontalizada a 0,5-0,7 cun.
Indicações: hemicrania, cefaleias, odontalgias, edema da face e neurastenia.

G 7 - Qubin
Denominação: "sutura da têmpora".
Localização: a nível do vértice do pavilhão auricular, 1 cun anterior a jiaosun (SJ 20) − Figura 10.41.
Técnica: punção horizontalizada a 0,5-0,7 cun.
Indicações: hemicrania, cefaleias, nevralgia do trigémio e espasmo do músculo temporal.

G 8 - Shuaigu
Denominação: "rumo ao vale".
Localização: directamente por cima do vértice do pavilhão auricular − Figura 10.41.
Técnica: punção horizontalizada a 0,3-0,5 cun, no sentido antero-posterior.
Acção (MTC): dispersar vento e atenuar vento-calor.
Indicações: hemicrania, cefaleias, vertigens e problemas oculares.

G 9 - Tianchong
Denominação: "torrente do paraíso".
Localização: 0,5 cun posterior a shuaigu (G 8) − Figura 10.41.
Técnica: punção horizontalizada a 0,3-0,5 cun.
Indicações: hemicrania e cefaleias.

G 10 - Fubai
Denominação: "brancura sobrenadante".
Localização: 1,0 cun postero-inferior a tianchong (G 9), na parte superior do processo mastoideu − Figura
10.41.
Técnica: punção horizontalizada a 0,3-0,5 cun.
Indicações: hemicrania, cefaleias, odontalgias, tinitus e hipoacusia.

G 11 - Touqiaoyin
Denominação: "cavidade craniana do yin".
Localização: na base do processo mastoideu, 1,0 cun abaixo de fubai (G 10) − Figura 10.41.
Técnica: punção horizontalizada a 0,3-0,5 cun.
Indicações: cefaleias, otalgias, tinitus, hipoacusia e torcicolite.

G 12 - Wangu
Denominação: "osso completo".
Localização: a nível de fengfu (Du 16), na depressão inferior ao rebordo posterior do processo mastoideu
e a 0,7 cun abaixo de touqiaoyin (G 11) − Figura 10.41.
Técnica: punção horizontalizada descendente a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento.
Indicações: cefaleias, odontalgias, edema da face e paralisia do facial.

G 13 - Benshen
Denominação: "origem do espírito".
Localização: na região frontal, 3 cun lateral a shenting (Du 24) − Figura 10.41.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: cefaleias, vertigens, torcicolite e hemiplegia.

G 14 - Yangbai
Denominação: "brancura yang".
Localização: na região frontal, a nível da pupila e 1 cun acima do meio da sobrancelha − Figura 10.41.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento e dar brilho aos olhos.
Indicações: cefaleias, trémulo e ptose palpebral, nevralgia supra-orbitária e perturbações da visão.

G 15 - Toulinqi
Denominação: "vizinhança das lágrimas cranianas".
Localização: directamente acima de yangbai (G 14), 0,5 cun acima da delimitação do couro cabeludo e
equidistante de shenting (Du 24) e touwei (S 8) − Figura 10.41.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun.
Indicações: vertigens, obstrução nasal, pannus e perturbações da visão.

G 16 - Muchuang
Denominação: "janela da visão".
Localização: 1,5 cun acima de toulinqi (G 15) − Figura 10.41.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun.
Indicações: odontalgias, cefaleias, vertigens e edema da face.

G 17 - Zhengying
Denominação: "bivaque direito".
Localização: 1,5 cun acima de muchuang (G 16) − Figura 10.41.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun.
Indicações: odontalgias, cefaleias, vertigens, vómitos e torcicolite.

G 18 - Chengling
Denominação: "suporte do espírito".
Localização: 1,5 cun atrás de zhengying (G 17) − Figura 10.41.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun.
Indicações: cefaleias, epistaxis, obstrução nasal e problemas da visão.

G 19 - Naokong
Denominação: "cavidade do cérebro".
Localização: na região occipital, a nível de naohu (Du 17) e directamente acima de fengchi (G 20) −
Figura 10.41.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun.
Indicações: cefaleias, palpitações, tinitus e perturbações mentais.

G 20 - Fengchi
Denominação: "reservatório do vento".
Localização: na região infra-occipital, a nível de fengfu (Du 16), na depressão entre os músculos trapézio
e esternocleidomastoideu − Figura 10.41.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): apaziguar o yang e o gan-fígado, dispersar vento, eliminar calor, dar brilho aos olhos e
clarificar a mente.
Indicações: cefaleias, vertigens, rinite, tinitus, hipoacusia, torcicolite, perturbações do sono, problemas da
visão, doenças cerebrais e problemas mentais.

G 21 - Jianjing
Denominação: "fonte do ombro".
Localização: na proeminência do ombro, entre o acrómio e dazhui (Du 14) − Figura 10.41.
Técnica: punção perpendicular a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): activar a circulação de qi.
Indicações: problemas musculo-esqueléticos na região articular do ombro.

G 22 - Yuanye
Denominação: "golfo dos fluidos".
Localização: a meio da linha axilar média, no quinto espaço intercostal e 3 cun abaixo do centro do
cavado axilar − Figura 10.40.
Técnica: punção oblíqua a 0,2-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: nevralgia intercostal, linfadenite axilar e dor na região do ombro e no braço.
Contra-indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração pulmonar.

G 23 - Zhejin
Denominação: "nervo do flanco".
Localização: no quinto espaço intercostal, 1 cun anterior a yuanye − Figura 10.40.
Técnica: punção oblíqua a 0,2-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: nevralgia intercostal, linfadenite axilar e dor na região do ombro e no braço.
Contra-indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração pulmonar.

G 24 - Riyue
Denominação: "lua do sol".
Localização: no sétimo espaço intercostal, directamente abaixo do mamilo, ou 1 costela abaixo de qimen
(Liv 14) − Figura 10.40.
Técnica: punção oblíqua descendente e antero-posterior, a 0,2-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: epigastralgias, vómitos, espasmo diafragmático, problemas hepatobiliares e nevralgia
intercostal.
Contra-indicações: punção perpendicular ou profunda.
Características: é o xue mu-anterior do dan-vesícula biliar (ponto de alarme).

G 25 - Jingmen
Denominação: "porta da capital".
Localização: no rebordo inferior da porção terminal da décima segunda costela − Figura 10.40.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: distensão abdominal, meteorismo, diarreia, nevralgia intercostal e lombalgias.
Características: é o xue mu-anterior do shen-rim (ponto de alarme).

G 26 - Daimai
Denominação: "meridiano da cintura".
Localização: ao nível do umbigo, directamente abaixo de zhangmen (Liv 13) − Figura 10.40.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): regular o meridiano da cintura e atenuar o calor-humidade.
Indicações: paraplegia pós traumática, irregularidades menstruais e problemas urinários.

G 27 - Wushu
Denominação: "cinco eixos".
Localização: anterior à espinha ilíaca antero-superior, ao nível de guanyuan (Ren 4) − Figura 10.40.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: lombalgias e problemas útero-vaginais ou escrotais.

G 28 - Weidao
Denominação: "manutenção do caminho".
Localização: anterior e ligeiramente inferior à espinha ilíaca antero-superior, 0,5 cun inferior a wushu −
Figura 10.40.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: obstipação crónica, prolapso uterino e dor abdominal.

G 29 - Juliao
Denominação: "osso imóvel".
Localização: equidistante da espinha ilíaca antero-superior e do grande trocanter. Deve ser localizado
com o indivíduo em decúbito lateral − Figura 10.40.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun, ou oblíqua a 1,0-1,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): remover obstruções do jingluo e activar a circulação de qi.
Indicações: epigastralgias, dor hipogástrica, lombalgias e problemas musculo-esqueléticos da região
coxo-femural.

G 30 - Huantiao
Denominação: "salto circundante".
Localização: na junção do terço médio com o terço externo de uma linha imaginária unindo o grande
trocanter e o hiato sagrado (hiaoshu - Du 2). Deve ser localizado com o indivíduo em decúbito lateral e
com a articulação coxo-femural em flexão, formando um ângulo de cerca de sessenta graus (os joelhos
também devem estar em flexão) − Figura 10.40.
Técnica: punção perpendicular a 1,5-2,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): remover obstruções do jingluo, activar a circulação de qi e tonificar as costas.
Indicações: lombalgias e atrofias musculares lombares, ciatalgia, parestesias lombares e nos membros
inferiores, hemiplegia e problemas musculo-esqueléticos da região coxo-femural.

G 31 - Fengshi
Denominação: "mercado do vento".
Localização: no aspecto lateral da coxa, 7 cun acima do rebordo superior da rótula − Figura 10.43.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento, relaxar os tendões, revitalizar as colaterais e tonificar a cintura e os
joelhos.
Indicações: lombalgias e atrofias musculares lombares, ciatalgia, parestesias lombares e nos membros
inferiores, hemiplegia e problemas musculo-esqueléticos da região femural.

G 32 - Zhongdu
Denominação: "fosso do meio".
Localização: 2 cun abaixo de fengshi e 0,5 cun acima do rebordo superior da rótula − Figura 10.43.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento, relaxar os tendões e tonificar os joelhos.
Indicações: ciatalgia, hemiplegia e parestesias nos membros inferiores.
Figura 10.43
Zu shaoyang jing − Sinartéria do dan-vesícula biliar

G 33 - Xiyangguan
Denominação: "portão yang do joelho".
Localização: 3 cun acima de yanglingquan (G 34), na depressão antero-superior ao côndilo lateral do
fémur − Figura 10.43.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: ciatalgia, hemiplegia e parestesias nos membros inferiores.

G 34 - Yanglingquan
Denominação: "túmulo do yang primaveril".
Localização: na depressão antero-inferior à cabeça do perónio − Figura 10.43.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): apaziguar os gan-fígado e dan-vesícula, atenuar a humidade-calor, remover obstruções do
jingluo e activar a circulação de qi, tonificar os tendões e os ossos, eliminar fleuma-fogo do wei-estômago
e subjugar o yang do gan-fígado.
Indicações: hemiplegia e hemiparesia, atrofias musculares, artralgias e disfunções biliares.
Características: é um xue he-oceano e um dos oito pontos influentes (domina os tendões).

G 35 - Yangjiao
Denominação: "intersecção do yang".
Localização: 7 cun acima do maléolo externo, no rebordo peronial posterior − Figura 10.43.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: hemiplegia, hemiparesia e dor na face externa da perna.

G 36 - Waiqiu
Denominação: "colina externa".
Localização: equidistante de yanglingquan (G 34) e do maléolo externo, anterior a yangjiao (G 35), no
rebordo peronial anterior − Figura 10.43.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: cefaleias, hemiplegia e hemiparesia do membro inferior.
Características: é um xue xi-chave.

G 37 - Guangming
Denominação: "brilho da luz solar".
Localização: 5 cun acima do maléolo externo, no rebordo peronial anterior − Figura 10.43.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): activar a circulação de qi, eliminar vento e dar brilho aos olhos.
Indicações: cefaleias, hemicrania, cegueira nocturna, atrofia do nervo óptico e problemas musculo-
esqueléticos na região lateral do tornozelo.
Características: é um xue luo-conexão.

G 38 - Yangfu
Denominação: "socorro yang".
Localização: 4 cun acima do maléolo externo, no rebordo peronial anterior.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): remover obstruções do jingluo e activar a circulação de qi, eliminar vento e apaziguar o
yang − Figura 10.43.
Indicações: hemicrania, hemiplegia, hemiparesia e problemas musculo-esqueléticos da região articular do
joelho.
Características: é um xue jing-rio.

G 39 - Xuanzhong (ou juegu)


Denominação: "tempo suspenso".
Localização: 3 cun directamente acima da proeminência do maléolo externo, entre o rebordo peronial
posterior e o tendão do músculo grande peronial − Figura 10.43.
Técnica: punção perpendicular a 0,4-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): remover obstruções do jingluo e activar a circulação de qi, eliminar vento e humidade e
tonificar a medula óssea.
Indicações: hemiplegia e hemiparesia, torcicolite, distensão abdominal, sensação de plenitude torácica,
ciatalgia, dor no hipocôndrio e problemas musculo-esqueléticos do tornozelo e da região articular do
joelho.

G 40 - Qiuxu
Denominação: "colina das ruínas".
Localização: antero-inferior ao maléolo externo, na depressão lateral ao tendão do músculo longo
extensor dos artelhos − Figuras 10.43 e 10.44.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): remover obstruções do jingluo e activar a circulação do qi do gan-fígado.
Indicações: problemas musculo-esqueléticos da região do pescoço, regurgitação alimentar e vómitos,
atrofias musculares, hemiparesia e edema maleolar.
Características: é um xue yuan-nascente.

G 41 - Zulinqi
Denominação: "vizinhança das lágrimas podais".
Localização: na depressão anterior à junção dos quarto e quinto metatarsianos − Figura 10.44.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): remover obstruções do jingluo e activar a circulação do qi do gan-fígado, eliminar
humidade-calor e dar brilho aos olhos.
Indicações: cefaleias, dor na região adjacente ao canto externo do olho, obnubilação, dor no hipocôndrio,
dor e edema na região dorsal do pé.
Características: é um xue shu-corrente e um ponto confluente com o dai mai, ou meridiano da cintura.

G 42 - Diwuhui
Denominação: "quinto encontro terrestre".
Localização: 1 cun acima de xiaxi (G 43), entre os quarto e quinto metatarsianos − Figura 10.44.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: lombalgias e problemas musculo-esqueléticos da região dorsal do pé.
Figura 10.44
Zu shaoyang jing − Sinartéria do dan-vesícula biliar

G 43 - Xiaxi
Denominação: "córrego nobre".
Localização: 0,5 cun posterior à prega interdigital entre os quarto e quinto metatarsianos − Figura 10.44.
Técnica: punção oblíqua antero-posterior, a 0,2-0,3 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): activar a circulação do qi, desobstruir os ouvidos e dar brilho aos olhos.
Indicações: cefaleias, tinitus, dor na região adjacente ao canto externo do olho e obnubilação
Características: é um xue rong-fonte.

G 44 - Zuqiaoyin
Denominação: "cavidade yin do pé".
Localização: 0,1 cun posterior ao ângulo externo do leito ungueal do quarto artelho − Figura 10.44.
Técnica: punção oblíqua a 0,1-0,2 cun; pode ser aplicada moxibustão e sangria.
Acção (MTC): remover obstruções do jingluo e activar a circulação do qi e sangue, eliminar calor,
acalmar a mente, desobstruir os ouvidos e dar brilho aos olhos.
Indicações: cefaleias, hemicrania, hipoacusia, perturbações do sono e doenças febris.
Características: é um xue jing-origem.

Zu Jueyin – Fígado

O zu jueyin jing, meridiano yin absoluto do pé, ou sinartéria do gan-fígado, é utilizado sobretudo no
tratamento de problemas hepáticos, vesiculares e geniturinários.

1. Tem a sua origem em dadun (Liv 1), na face dorsal da última falange do grande artelho, percorre a
região dorsal do pé, ao longo do primeiro espaço intermetatarsiano e atinge zhongfeng (Liv 4), na região
anterior do maléolo interno − Figura 10.45.

2. Cruza o zu taiyin jing, ou sinartéria do pi-baço, ascende ao longo da face interna da perna e da coxa, e
atinge a zona perineal, onde circunda a região genital externa.

3. Ascende ao longo do abdómen e no zhongjiao infecte internamente, tornando-se profundo, contorna o


estômago, penetra no fígado e comunica com a vesícula biliar. Depois de atravessar o diafragma atinge o
hipocôndrio, onde se bifurca.

4. Uma das bifurcações continua o seu trajecto profundo ascendente até à nasofaringe e comunica com o
sistema visual.

5. Emerge na região frontal e, no vértex da calote craniana, comunica com o du mai, ou meridiano da
governação.
6. Uma colateral, proveniente do sistema visual, desce até ao maxilar superior e circunda a região labial
interna.

7. Finalmente, uma segunda bifurcação, proveniente do fígado, atravessa o diafragma e penetra no


pulmão, onde se liga ao shou taiyin, ou sinartéria do fei-pulmão.

Figura 10.45
Zu jueyin jing − Sinartéria do gan-fígado

Liv 1 - Dadun
Denominação: "grande honestidade".
Localização: no aspecto lateral do hallux, 0,1 cun posterior ao ângulo do leito ungueal − Figura 10.46.
Técnica: punção oblíqua a 0,1-0,2 cun; pode ser aplicada moxibustão e sangria.
Acção (MTC): regular o xiajiao e activar a circulação de qi.
Indicações: dor originada por hérnias, enurese, orquite, prolapso uterino e metrorragias.
Características: é um xue jing-origem.

Liv 2 - Xingjian
Denominação: "caminhada intermédia".
Localização: proximal ao rebordo da primeira prega interdigital − Figura 10.46.
Técnica: punção oblíqua a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão e sangria.
Acção (MTC): eliminar fogo do gan-fígado, regular o xiajiao e activar a circulação de qi.
Indicações: cefaleias, vertigens, obnubilação, diplopia, congestão conjuntival, perturbações do sono,
hipersudorese nocturna, convulsões epileptiformes infantis, desvio da comissura labial, enurese, disúria,
hematúria, retenção urinária e hemorragia uterina.
Características: é um xue rong-fonte.

Liv 3 - Taichong
Denominação: "grande torrente".
Localização: na depressão proximal à junção dos primeiro e segundo metatarsianos, 0,5-1,0 cun acima da
primeira prega interdigital − Figura 10.46.
Técnica: punção perpendicular ou oblíqua a 0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar fogo, apaziguar os gan-fígado e dan-vesícula, remover obstruções do jingluo e
regular a circulação de qi e sangue.
Indicações: cefaleias, vertigens, obnubilação, diplopia, congestão conjuntival, perturbações do sono,
hipersudorese nocturna, convulsões, desvio da comissura labial, enurese, disúria, hematúria, retenção
urinária, hemorragia uterina, sensação de enfartamento e dor na região antero-interna do pé.
Características: é um xue shu-corrente e yuan-nascente da vida.

Figura 10.46
Zu jueyin jing − Sinartéria do gan-fígado

Liv 4 - Zhongfeng
Denominação: "marco do meio".
Localização: 1 cun anterior ao limite inferior do maléolo interno, equidistante de jiexi (S 41) e shangqiu
(Sp 5) e proximal ao tendão do músculo tibial anterior − Figura 10.46.
Técnica: punção perpendicular ou oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): remover obstruções do jingluo e activar a circulação de qi e sangue.
Indicações: dor originada por hérnias, dor na região genital e retenção urinária.
Características: é um xue jing-rio.

Liv 5 - Ligou
Denominação: "gruta do predador de insectos".
Localização: 5 cun acima da protuberância maleolar interna, tangencial ao rebordo tibial interno − Figura
10.47.
Técnica: punção perpendicular ou oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar calidez, remover obstruções do jingluo e activar a circulação de qi.
Indicações: dor na face interna da perna e na região genital, disúria e metrorragias.
Características: é um xue luo-conexão.

Liv 6 - Zhongdu
Denominação: "capital do meio".
Localização: 7 cun acima do maléolo interno, próximo ao rebordo interno da tíbia − Figura 10.47.
Técnica: punção perpendicular ou oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): remover a estase de sangue e activar a circulação de qi.
Indicações: paralisia do membro inferior e hemorragia uterina.
Características: é um xue xi-chave.

Liv 7 - Xiguan
Denominação: "portão do joelho".
Localização: na perna, 1 cun posterior a yinlingquan (Sp 9) − Figura 10.47.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: cefaleias e problemas musculo-esqueléticos da região articular do joelho.

Figura 10.47
Zu jueyin jing − Sinartéria do gan-fígado

Liv 8 - Ququan
Denominação: "fonte arqueada".
Localização: posterior ao côndilo tibial interno, no limite interno do cavado poplíteo − Figura 10.47.
Técnica: punção perpendicular 0,5-0,8 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): eliminar calidez, regular o xiajiao, relaxar os tendões e os canais musculares.
Indicações: dor muscular, hipogástrica e genital, disúria, prolapso uterino e prurido vulvar.
Características: é um xue he-oceano.

Liv 9 - Yinbao
Denominação: "invólucro do yin".
Localização: na região interna da coxa, 4 cun acima de ququan (Liv 8) − Figura 10.47.
Técnica: punção perpendicular a 0,8-1,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: lombalgias, enurese, retenção urinária e menstruação irregular.

Liv 10 - Zuwuli
Denominação: "quinta milha da perna".
Localização: na região interna da coxa, 1 cun abaixo de yinlian (Liv 11) − Figura 10.45.
Técnica: punção perpendicular a 0,8-1,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: dor na região interna da coxa, lassidão, enurese e retenção urinária.

Liv 11 - Yinlian
Denominação: "modéstia do yin".
Localização: na região interna da coxa, 2 cun abaixo de qichong (S 30) − Figura 10.45.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: dor na região interna da coxa, dor originada por hérnias e menstruação irregular.

Liv 12 - Jimai
Denominação: "pulso de urgência".
Localização: abaixo da sínfise púbica e 2,5 cun lateral à linha meso-abdominal − Figura 10.45.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: dor originada por hérnias, dor peniana, dor escrotal e prolapso uterino.
Contra-indicações: punção oblíqua profunda, pelo perigo de perfuração da artéria femural.
Liv 13 - Zhangmen
Denominação: "porta do sistema".
Localização: na linha axilar média, imediatamente por baixo da ponta da décima segunda costela − Figura
10.45.
Técnica: punção perpendicular ou oblíqua a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): promover a função do gan-fígado, regular a circulação de qi e sangue, eliminar a retenção
alimentar e reforçar a função yun hua dos pi-baço e wei -estômago.
Indicações: dor e sensação de opressão torácica, distensão abdominal, vómitos, diarreia, espasmo
diafragmático, dor no hipocôndrio e problemas hepáticos e esplénicos.
Contra-indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração do lobo direito do fígado ou da região
inferior do baço.
Características: é o xue mu-anterior do pi-baço e um ponto influente nos zang.

Liv 14 - Qimen
Denominação: "porta da esperança".
Localização: na linha mamilar, no sexto espaço intercostal, ou 6 cun acima do umbigo e 3,5 cun lateral a
juque (Ren 14) − Figura 10.45.
Técnica: punção oblíqua a 0,3 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): promover a função dos gan-fígado e dan-vesícula biliar, regular a circulação de qi e
sangue e reforçar a função yun hua dos pi-baço e wei -estômago.
Indicações: nevralgia intercostal, sensação de opressão torácica, espasmo diafragmático, vómitos,
distensão abdominal, vómitos, dor no hipocôndrio e problemas hepatobiliares.
Contra-indicações: punção profunda, pelo perigo de perfuração hepática ou esplénica.
Características: é o xue mu-anterior do gan-fígado.

Du Mai – Meridiano da Governação

O du mai, meridiano da governação ou sinartéria posterior do corpo, é utilizado sobretudo no tratamento


de problemas mentais e musculo-esqueléticos da cabeça, das regiões dorso-lombar e sacro-coccígea, bem
como de patologias dos tecidos e zang-fu adjacentes ao seu trajecto.

1. Origina-se na cavidade pélvica, desce anteriormente ao cóccix e, depois de inflectir posteriormente,


emerge na região perineal − Figura 10.48.

2. Ascende ao longo da coluna vertebral até à região da nuca e, em fengfu (Du 16), uma colateral
profunda penetra no cérebro. No início do seu trajecto ascendente, emite ainda duas colaterais que
comunicam com o shen-rim.

3. Na cabeça percorre a linha média da região craniana, no sentido antero-posterior e, a partir do vértex,
desce pela região frontal e columella nasi até atingir a goteira nasolabial e, em yinjiao (Du 28), penetra no
freio do lábio superior.
Figura 10.48
Du mai − Meridiano da governação

Du 1 - Changqiang
Denominação: "grande suporte".
Localização: a meia distância entre o orifício anal e o vértice do cóccix − Figura 10.49.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,5 cun. Pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): desobstruir e regular os du e ren mai e os chang-intestinos.
Indicações: obstipação, diarreia, rectorragias, hemorróides, prolapso rectal, impotência sexual primária e
indução do trabalho de parto.
Características: é um xue luo, fazendo a conexão entre os du e ren mai.

Du 2 - Yaoshu
Denominação: "orifício coccígeo".
Localização: no hiato sagrado, abaixo da quarta vértebra sagrada − Figura 10.49.
Técnica: punção oblíqua a 0,5-1,0 cun, em direcção ao hiato sagrado; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: rectorragias, hemorróides, menstruação irregular, enurese, incontinência urinária, lombo-
sacralgias e paralisia do membro inferior.

Du 3 - Yaoyangguan
Denominação: "portão do yang lombar".
Localização: entre as apófises espinhosas das quarta e quinta vértebras lombares − Figura 10.49.
Técnica: punção perpendicular ou ligeiramente oblíqua (em direcção à coluna vertebral) a 0,5-1,0 cun;
pode aplicar-se moxibustão.
Acção (MTC): regular o shen qi, eliminar frio-humidade e amaciar a cintura e os joelhos.
Indicações: lombalgias, paralisia e parestesias dos membros inferiores, menstruação irregular, exudado
vaginal sanguinolento, espermatorreia, impotência sexual primária e diarreia crónica.

Du 4 - Mingmen
Denominação: "porta da vida".
Localização: entre as apófises espinhosas das segunda e terceira vértebras lombares − Figura 10.49.
Técnica: punção perpendicular ou ligeiramente oblíqua (em direcção à coluna vertebral) a 0,5-1,0 cun;
pode aplicar-se moxibustão.
Acção (MTC): regular o shen qi, eliminar calor-humidade, amaciar a cintura e acalmar a mente.
Indicações: lombalgias e bloqueio da coluna lombar, ciatalgia, sequelas de paralisia infantil, leucorreia,
espermatorreia, impotência sexual primária, enurese e diarreia crónica.

Figura 10.49
Du mai − Meridiano da governação

Du 5 - Xuanshu
Denominação: "eixo suspenso".
Localização: inferior à apófise espinhosa da primeira vértebra lombar − Figura 10.49.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: lombalgias, bloqueio da coluna lombar, diarreia, dor abdominal e prolapso rectal.

Du 6 - Jizhong
Denominação: "meio da espinha".
Localização: inferior à apófise espinhosa da décima primeira vértebra torácica − Figura 10.49.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: lombalgias e paralisia dos membros inferiores.

Du 7 - Zhongzhu
Denominação: "eixo do meio".
Localização: inferior à apófise espinhosa da décima vértebra torácica − Figura 10.49.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: lombalgias, epigastralgias e diminuição da visão.

Du 8 - Jinsuo
Denominação: "músculo contraído".
Localização: inferior à apófise espinhosa da nona vértebra torácica − Figura 10.49.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: nevralgia intercostal, problemas hepatobiliares e histeria.

Du 9 - Zhiyang
Denominação: "yang alcançado".
Localização: entre as apófises espinhosas das sétima e oitava vértebras torácicas, a nível do ângulo
inferior da omoplata − Figura 10.49.
Técnica: punção oblíqua ascendente a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Acção (MTC): atenuar a calidez, regular a circulação e a função de qi, apaziguar os gan-fígado e dan-
vesícula e eliminar a sensação de plenitude torácica.
Indicações: nevralgia intercostal, lombalgias, epigastralgias, problemas hepatobiliares e dispneia.

Du 10 - Lingtai
Denominação: "plataforma do espírito".
Localização: entre as apófises espinhosas das sexta e sétima vértebras torácicas − Figura 10.49.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: epigastralgias, problemas hepatobiliares e dispneia.

Du 11 - Shendao
Denominação: "caminho do espírito".
Localização: inferior à apófise espinhosa da quinta vértebra torácica − Figura 10.49.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun.
Indicações: nevralgia intercostal, palpitações e hipertermia.

Du 12 - Shenzhu
Denominação: "pilar do corpo".
Localização: entre as apófises espinhosas das terceira e quarta vértebras torácicas − Figura 10.49.
Técnica: punção oblíqua ascendente a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Acção (MTC): eliminar calidez, regular a circulação de qi e apaziguar a mente.
Indicações: tosse, dispneia, dor torácica e lombar, epilepsia e outros problemas mentais.

Du 13 - Taodao
Denominação: "caminho da felicidade".
Localização: entre as apófises espinhosas das primeira e segunda vértebras torácicas − Figura 10.49.
Técnica: punção perpendicular, ou ligeiramente oblíqua e ascendente, a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada
moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento-frio, regular os yang jingluo e apaziguar a mente.
Indicações: cefaleias, hipertermia e problemas musculares da cabeça e do pescoço.

Du 14 - Dazhui
Denominação: "grande vértebra".
Localização: entre as apófises espinhosas da sétima vértebra cervical e da primeira vértebra torácica, ao
nível do ombro − Figura 10.49.
Técnica: punção perpendicular, ou ligeiramente oblíqua e ascendente, a 0,5-0,8 cun; pode ser aplicada
moxibustão.
Acção (MTC): eliminar vento-frio, remover obstruções à circulação de qi, regular os yang jingluo,
apaziguar a mente e atenuar os sintomas exteriores.
Indicações: cefaleias, epilepsia, hipertermia, tosse, dispneia, coriza e torcicolite.

Du 15 - Yamen
Denominação: "porta da mudez".
Localização: entre as apófises espinhosas das primeira e segunda vértebras cervicais, 0,5 cun abaixo de
fengfu (Du 16) e 0,5 cun acima da delimitação do couro cabeludo − Figura 10.50.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun.
Acção (MTC): remover obstruções nas colaterais, apaziguar a mente e clarificar os sentidos.
Indicações: rigidez da língua e afasia, cefaleias occipitais, convulsões e problemas mentais.
Contra-indicações: punção profunda ou oblíqua ascendente, pelo perigo de atingimento ou de perfuração
da medula espinal; punção mais profunda que 1,5 cun pode ser fatal. Também a moxibustão e a electro-
acupunctura estão contra-indicadas neste ponto.
Figura 10.50
Du mai − Meridiano da governação

Du 16 - Fengfu
Denominação: "mansão do vento".
Localização: directamente abaixo da protuberância occipital externa, na depressão existente entre os
músculos trapézios − Figura 10.50.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun.
Acção (MTC): eliminar vento, apaziguar a mente e clarificar os sentidos.
Indicações: cefaleias, obnubilação, epistaxis, rigidez da nuca, rigidez da língua e afasia após acidente
vascular cerebral, hemiplegia e problemas mentais.
Contra-indicações: punção profunda, pelo perigo de atingimento da medula espinal; punção superior a 1,0
cun pode ser fatal. Também a moxibustão e a electro-acupunctura estão contra-indicadas neste ponto.

Du 17 - Naohu
Denominação: "abrigo do cérebro".
Localização: no rebordo superior da protuberância occipital externa, cerca de 1,5 cun acima de fengfu (Du
16) − Figura 10.50.
Técnica: punção oblíqua ou horizontalizada a 0,3-0,5 cun.
Indicações: cefaleias, rigidez da nuca e perturbações do sono.

Du 18 - Qiangjian
Denominação: "suporte intermédio".
Localização: na região posterior do crânio, 1,5 cun acima de naohu − Figura 10.50.
Técnica: punção oblíqua ou horizontal a 0,3-0,5 cun.
Indicações: cefaleias, rigidez da nuca e perturbações do sono.

Du 19 - Houding
Denominação: "atrás do topo".
Localização: próximo do vértex, 1,5 cun atrás de baihui (Du 20) − Figura 10.50.
Técnica: punção oblíqua ou horizontal a 0,2-0,5 cun.
Indicações: hemicrania, convulsões e perturbações do sono.

Du 20 - Baihui
Denominação: "cem encontros".
Localização: na linha média do crânio, equidistante dos vértices dos pavilhões auriculares, ou 7 cun acima
da delimitação posterior do couro cabeludo − Figura 10.50.
Técnica: punção horizontal a 0,3-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Acção (MTC): erradicar o vento do gan-fígado, bloquear a ascensão de yang, clarificar os sentidos e
apaziguar o espírito.
Indicações: cefaleias, obnubilação, tonturas, tinitus, apoplexia, obstrução nasal, problemas mentais. A
moxibustão está indicada sobretudo no tratamento dos prolapsos rectal e uterino.
Contra-indicações: punção em indivíduos com hidrocefalia ou em crianças que ainda apresentem
afastamento da sutura interparietal.

Du 21 - Qianding
Denominação: "antes do topo".
Localização: na linha média do crânio, 1 cun anterior a baihui (Du 20) − Figura 10.50.
Técnica: punção oblíqua ou horizontal a 0,2-0,5 cun.
Indicações: cefaleias, vertigens, rinite crónica e convulsões infantis.

Du 22 - Xinhui
Denominação: "antes do topo".
Localização: na linha média do crânio, 2 cun anterior a baihui (Du 20) − Figura 10.50.
Técnica: punção oblíqua ou horizontal a 0,2-0,5 cun.
Indicações: cefaleias, vertigens, rinite crónica e convulsões infantis.

Du 23 - Shangxing
Denominação: "astro superior".
Localização: na linha média do crânio, 4 cun anterior a baihui (Du 20), ou 1 cun posterior à delimitação
anterior do couro cabeludo − Figura 10.50.
Técnica: punção oblíqua ou horizontal a 0,3-0,5 cun; moxibustão e sangria podem ser aplicadas.
Acção (MTC): eliminar vento-calor e desobstruir a cavidade nasal.
Indicações: cefaleias frontais, problemas mentais (moxibustão), obstrução nasal, rinorreia e epistaxis
(sangria).

Du 24 - Shenting
Denominação: "pátio do espírito".
Localização: na linha média do crânio, 0,5 cun posterior à delimitação anterior do couro cabeludo −
Figura 10.50.
Técnica: punção oblíqua ou horizontal a 0,2-0,4 cun.
Indicações: cefaleias, vertigens, rinorreia e estomatite.

Du 25 - Suliao
Denominação: "osso íntegro".
Localização: na ponta do nariz.
Técnica: punção perpendicular a 0,1 cun, oblíqua ou horizontal ascendente a 0,2-0,4 cun − Figura 10.50.
Acção (MTC): activar a circulação de qi e tonificar yang, eliminar calor e clarificar os sentidos.
Indicações: bradicardia, choque, lipotímia e perda da consciência.

Du 26 - Renzhong
Denominação: "meio do homem". Também é denominado shuigou (philtrum) − Figura 10.50.
Localização: na união do terço superior com o terço médio da goteira nasolabial, cerca de 0,2 cun abaixo
do nariz.
Técnica: punção oblíqua ou horizontal ascendente a 0,2-0,5 cun.
Acção (MTC): tonificar yang, eliminar calor e vento, apaziguar a mente e o espírito.
Indicações: problemas mentais, epilepsia, convulsões, coma, trismus, paralisia do facial e bloqueio agudo
da coluna lombo-sagrada.

Du 27 - Duiduan
Denominação: "término das permutas".
Localização: no vértice do philtrum − Figura 10.50.
Técnica: punção oblíqua a 0,1-0,2 cun.
Indicações: vómitos, obstrução nasal, convulsões e estomatite.

Du 28 - Yinjiao
Denominação: "junção das gengivas".
Localização: no meio do freio labial superior − Figura 10.48.
Técnica: punção oblíqua ascendente a 0,1-0,2 cun.
Indicações: estomatites, gengivorragias, odontalgias e problemas mentais.
Ren Mai – Meridiano da Concepção

O ren mai, meridiano da concepção ou sinartéria anterior do corpo, é utilizado no tratamento de


patologias urinárias, intestinais, gástricas, cardíacas e pulmonares, bem como de problemas locais ao
longo do seu trajecto.

1. Origina-se na cavidade pélvica e emerge na região perineal − Figura 10.51.

2. Percorre longitudinalmente a zona púbica, ascende anteriormente ao longo da região média do tronco e
atinge a mandíbula.

3. Contorna os lábios e penetra na região infra-orbitária e, em chengqi (S 1), comunica com o zu


yangming jing, ou sinartéria do wei-estômago.

Figura 10.51
Ren mai − Meridiano da concepção

Ren 1 - Huiyin
Denominação: "períneo".
Localização: no centro do períneo, entre o escroto e o anus, ou entre o anus e a comissura labial posterior
da vagina − Figura 10.52.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Acção (MTC): eliminar calidez, promover a função do útero e regular o xiajiao.
Indicações: menstruação irregular, prurido vulvar, prostatismo, retenção urinária, enurese, hemorróides e
perturbações mentais.
Figura 10.52
Ren mai − Meridiano da concepção

Ren 2 - Qugu
Denominação: "osso tortuoso".
Localização: por cima da sínfise pública e 5 cun directamente abaixo do umbigo − Figura 10.52.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: menstruação irregular, prolapso uterino, disúria, polaquiúria e orquite.

Ren 3 - Zhongji
Denominação: "cume intermédio".
Localização: na linha branca abdominal, 4 cun directamente abaixo do umbigo − Figura 10.52.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Acção (MTC): eliminar calidez, promover a função do útero e regular o xiajiao. Em conjunto com ligou
(Liv 5) serve para dispersar fogo do zu jueyin.
Indicações: dismenorreia, menstruação irregular, hemorragia uterina, prolapso uterino, leucorreia, prurido
vulvar, retenção urinária, enurese, disúria, polaquiúria, impotência sexual primária, ejaculação precoce,
dor genital e dor hipogástrica.
Características: é o xue mu-anterior da bexiga.

Ren 4 - Guanyuan
Denominação: "portão das origens".
Localização: na linha branca abdominal, 3 cun directamente abaixo do umbigo − Figura 10.52.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Acção (MTC): revitalizar o yang, regular o shen-rim e tonificar o yuan qi.
Indicações: dismenorreia, amenorreia, menstruação irregular, hemorragia uterina, prolapso uterino,
leucorreia, retenção urinária, enurese, disúria, polaquiúria, poliúria, impotência sexual primária,
espermatorreia, ejaculação precoce, dor genital, diarreia e dor hipogástrica.
Características: é o xue mu-anterior do intestino delgado.
Ren 5 - Shimen
Denominação: "porta de pedra".
Localização: na linha branca abdominal, 2 cun directamente abaixo do umbigo − Figura 10.52.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Acção (MTC): eliminar calidez e regular a circulação de qi.
Indicações: amenorreia, menstruação irregular, hemorragia uterina, hemorragia pós-parto, prolapso
uterino, leucorreia, retenção urinária, enurese e anasarca.
Contra-indicações: não deve ser puncionado durante a gravidez, pois tem acção abortiva, e em indivíduos
do sexo masculino pode causar impotência sexual. Segundo Huangdi Neijing, a sua punção pode originar
esterilidade.
Características: é o xue mu-anterior do sanjiao-triplo aquecedor.

Ren 6 - Qihai
Denominação: "oceano de energia vital".
Localização: na linha branca abdominal, 1,5 cun directamente abaixo do umbigo − Figura 10.52.
Técnica: punção perpendicular a 1,0 cun, ou oblíqua descendente a 1,0-1,5 cun; pode ser aplicada
moxibustão.
Acção (MTC): eliminar humidade, regular a circulação de qi e revitalizar o shen qi.
Indicações: leucorreia, menstruação irregular, hemorragia uterina, hemorragia pós-parto, enurese,
impotência sexual primária, espermatorreia, obstipação, diarreia, astenia e neurastenia Tem uma marcada
acção tonificante.
Contra-indicações: não deve ser puncionado durante a gravidez, pois tem acção abortiva, e em indivíduos
com bexiga neurogénica.

Ren 7 - Yinjiao
Denominação: "junção yin".
Localização: na linha branca abdominal, 1 cun directamente abaixo do umbigo − Figura 10.52.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: leucorreia, menstruação irregular, hemorragia uterina e prolapso uterino.

Ren 8 - Shenque
Denominação: "santuário do espírito". Também é designado qizhong (centro do umbigo) − Figura 10.52.
Localização: no centro do umbigo.
Técnica: moxibustão indirecta ou directa não escarificante, durante 5-15 minutos.
Indicações: meteorismo, prolapso uterino e diarreia.
Contra-indicações: acupunctura.

Ren 9 - Shuifen
Denominação: "componente aquoso".
Localização: na linha branca abdominal, 1 cun directamente acima do umbigo − Figura 10.52.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: vómitos, diarreia e ascite.

Ren 10 - Xiawan
Denominação: "cavidade inferior".
Localização: na linha branca abdominal, 2 cun directamente acima do umbigo − Figura 10.52.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Acção (MTC): promover a função yun hua dos zang-fu pi-baço e wei-estômago.
Indicações: dispepsia, epigastralgias, distensão abdominal, meteorismo, vómitos, diarreia, síndrome de
malabsorção intestinal e ptose gástrica.

Ren 11 - Jianli
Denominação: "milha estabelecida".
Localização: na linha branca abdominal, 3 cun directamente acima do umbigo − Figura 10.52.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dispepsia, epigastralgias, meteorismo, ascite e dor abdominal.

Ren 12 - Zhongwan
Denominação: "cavidade intermédia".
Localização: na linha branca abdominal, 4 cun directamente acima do umbigo − Figura 10.52.
Técnica: punção perpendicular, oblíqua ou horizontal a 0,5-1,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): promover a função yun hua dos zang-fu pi-baço e wei-estômago, regular o wei qi e
impedir a sua ascensão, tonificar o pi-baço e eliminar humidade.
Indicações: anorexia, azia, pirose, regurgitação alimentar, vómitos, hematemeses, dor e distensão
abdominal, epigastralgias, ptose gástrica, meteorismo, síndrome de malabsorção intestinal e obstipação ou
diarreia.
Características: é o xue mu-anterior do wei-estômago e um ponto influente nos orgãos fu.

Ren 13 - Shangwan
Denominação: "cavidade superior".
Localização: na linha branca abdominal, 5 cun directamente acima do umbigo − Figura 10.52.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): promover a função yun hua dos zang-fu pi-baço e wei-estômago, regular o wei qi e
impedir a sua ascensão, tonificar o pi-baço, apaziguar o xin-coração e eliminar humidade.
Indicações: azia, pirose, regurgitação alimentar, vómitos, epigastralgias, distensão gástrica, precordialgias
e epilepsia.

Ren 14 - Juque
Denominação: "santuário imponente".
Localização: na linha branca abdominal, 6 cun directamente acima do umbigo, ou 2 cun abaixo do
apêndice xifóide − Figura 10.52.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Acção (MTC): regular o wei qi, acalmar o xin-coração e apaziguar o espírito.
Indicações: precordialgias, epilepsia, histeria e problemas mentais, perturbações do sono, anorexia,
disfagia e globo histérico, náuseas e problemas hepáticos.
Contra-indicações: punção superior a 0,7 cun, em indivíduos com hepatomegalia ou com cardiomegalia.
Características: é o xue mu-anterior do xin-coração.

Ren 15 - Jiuwei
Denominação: "cauda do pombo selvagem".
Localização: na linha branca abdominal, 7 cun directamente acima do umbigo, ou 1 cun abaixo do
apêndice xifóide. Deve ser localizado em decúbito dorsal, com os membros superiores em elevação e
extensão − Figura 10.52.
Técnica: punção oblíqua descendente a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Acção (MTC): regular o wei qi e acalmar o xin-coração e apaziguar o espírito.
Indicações: precordialgias, espasmo diafragmático, regurgitação alimentar, epilepsia, histeria e problemas
mentais.
Contra-indicações: punção superior a 0,3 cun, em indivíduos com hepatomegalia ou com cardiomegalia.
Características: é um xue luo-conexão.

Ren 16 - Zhongting
Denominação: "pátio do meio".
Localização: 1,5 cun abaixo de shanzhong (Ren 17), ao nível do quinto espaço intercostal − Figura
10.52.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dispneia, vómitos e globo histérico.

Ren 17 - Shanzhong
Denominação: "plataforma do meio".
Localização: na linha mesosternal e equidistante dos mamilos.
Técnica: punção horizontal ascendente ou transversa, a 0,3-0,7 cun; pode ser aplicada moxibustão −
Figura 10.52.
Acção (MTC): regular o wei qi e impedir a sua ascensão, diluir fleuma e tonificar a função do fei-pulmão,
amaciar o diafragma, atenuar a sensação de plenitude torácica e regular a circulação de essência vital.
Indicações: dispneia, espasmo diafragmático, precordialgias, nevralgia intercostal, mastites e défice de
lactação.
Características: é o xue mu-anterior do xinbao-pericárdio e um ponto influente no qi.
Ren 18 - Yutang
Denominação: "recinto de jade".
Localização: 1,5 cun acima de shanzhong, ao nível do terceiro espaço intercostal − Figura 10.52.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dispneia e nevralgia intercostal.

Ren 19 - Zigong
Denominação: "palácio púrpura".
Localização: 1,5 cun acima de yutang, ao nível do segundo espaço intercostal − Figura 10.52.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dispneia.

Ren 20 - Huagai
Denominação: "cobertura reluzente".
Localização: 1 cun abaixo de xuanji (Ren 21), ao nível do primeiro espaço intercostal − Figura 10.52.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dispneia, nevralgia intercostal e problemas faríngeos.

Ren 21 - Xuanji
Denominação: "estrela setentrional".
Localização: 1 cun abaixo de tiantu (Ren 22), na linha mesosternal − Figura 10.52.
Técnica: punção horizontal descendente a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dispneia e espasmos esofágico e do cárdia.

Ren 22 - Tiantu
Denominação: "proeminência do paraíso".
Localização: no centro do cavado suprasternal, 1 cun acima do esterno − Figuras 10.52 e 10.53.
Técnica: punção transversa descendente ou oblíqua, dirigida à região postero-inferior do estômago, a 0,3-
0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): diluir fleuma e promover a função dispersante do fei-pulmão, regular a circulação de qi e
impedir a sua ascensão descontrolada, arrefecer a garganta e tonificar a voz.
Indicações: tosse, dispneia, espasmo esofágico, espasmo diafragmático, problemas faríngeos, rouquidão e
outros problemas das cordas vocais.

Figura 10.53
Ren mai − Meridiano da concepção

Ren 23 - Lianquan
Denominação: "fonte da modéstia".
Localização: na depressão entre o rebordo inferior do osso hióide e o pomo de Adão − Figura 10.53.
Técnica: punção horizontal ascendente, dirigida à base da língua, a 0,5-0,7 cun.
Acção (MTC): eliminar vento, amaciar a garganta e tonificar a língua.
Indicações: dispneia, afasia, paralisia do músculo hioglosso, rouquidão, edema de Quinck, disfagia e
outros problemas faríngeos.
Ren 24 - Chengjiang
Denominação: "receptáculo de fluidos".
Localização: no centro do cavado mentolabial − Figura 10.53.
Técnica: punção oblíqua ascendente a 0,2-0,3 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: nevralgia do trigémio, paralisia do facial, odontalgias e estomatites.
CAPÍTULO XI – SINARTÉRIAS ACESSÓRIAS E PONTOS
EXTRAORDINÁRIOS

Sinartérias Acessórias

Chong Mai

O chong mai, ou meridiano penetrante, origina-se na região abdominal inferior e emerge na região
perineal, onde se bifurca em dois ramos. Enquanto que o ramo posterior ascende ao longo da coluna
vertebral, o ramo anterior ascende ao longo do abdómen e da região cervical antero-lateral, terminando na
face, onde circunda os lábios. O trajecto abdominal da bifurcação anterior é coincidente com o trajecto zu
shaoyin, ou sinartéria do shen-rim − Figura 11.1.

Indicações: epigastralgias, dispepsia, enfartamento pós-pandreal, vómitos, meteorismo e eructações


frequentes, diarreia ou fezes pastosas, melenas, perda de consciência após o parto, espasmo e dor
abdominal.

Pontos: huiyin (Ren 1), qichong (S 30), henggu, dahe, qixue, siman, zhongzhu, huangshu, shangqu,
shiguan, yindu, tonggu e youmen (K 11-21).

Figuras 11.1 e 11.2


Chong Mai (meridiano penetrante) e Dai Mai (meridiano da cintura)

Dai Mai

O dai mai, ou meridiano da cintura, tem origem no hipocôndrio, a nível da segunda vértebra lombar e
circunda transversalmente a cintura − Figura 11.2.
Indicações: cefaleias, vertigens, hipoacusia, hipertermia, leucorreia, menstruação irregular, dor
abdominal, sequelas de acidente vascular cerebral e reacções urticariformes.

Pontos: daimai, wushu e weidao (G 26-28).

Yinqiao Mai

O yinqiao mai, ou meridiano yin do calcanhar, origina-se na região posterior do osso navicular, ascende
ao longo da face interna da perna e da coxa, atravessa as regiões genital, abdominal e torácica, e atinge o
cavado supraclavicular. Ascende ainda ao longo do pescoço e da face, e termina no canto interno do
olho, onde comunica com o yangqiao mai − Figura 11.3.

Indicações: dor no hipocôndrio, meteorismo e eructações frequentes, regurgitação alimentar, vómitos,


diarreia, obstipação, melenas e hipersonolência.

Pontos: zhaohai, jiaoxin (K 6, 8) e jingming (B 1).

Figuras 11.3 e 11.4


Yinqiao Mai (meridiano yin do calcanhar) e Yangqiao Mai (meridiano yang do calcanhar)

Yangqiao Mai

O meridiano yang do calcanhar, tem a sua origem na região postero-inferior do maléolo externo, ascende
ao longo do rebordo posterior do perónio e da face externa da coxa e, antes de atingir a prega axilar
posterior, atravessa a região lateral do flanco e do tórax. No ombro, inflecte antero-superiormente,
ascende ao longo da face antero-lateral do pescoço, atravessa a comissura labial e termina no canto
interno do olho, onde comunica com o yinqiao mai. Finalmente, uma colateral continua o trajecto do zu
taiyang, ou sinartéria do dan-vesícula, e termina em fengchi (G 20) − Figura 11.4.

Indicações: cefaleias, hipersudorese craniana, dor na região das sobrancelhas, hipoacusia, epistaxis,
congestão ocular e problemas musculo-esqueléticos ao longo do seu trajecto.
Pontos: shenmai, pushen, fuyang (B 62, 61, 59), juliao (G 29), naoshu (SI 10), jianyu, jugu (LI 15, 16),
dicang, erjuliao, chengqi (S 4, 3, 1), jingming (B 1) e fengchi (G 29).

Yinwei Mai

O meridiano de conexão yin, origina-se na face interna da perna, na junção do terço médio com o terço
inferior, ascende ao longo da face interna da coxa, na região abdominal comunica com o zu taiyin,
atravessa obliquamente a região torácica e, em tiantu (Ren 22), na fossa suprasternal, comunica com o ren
mai − Figura 11.5.

Indicações: precordialgias, dispepsia, regurgitação alimentar e meteorismo.

Pontos: zhubin (K 9), fushe, daheng, fuhai (Sp 13, 15, 16), qimen (Liv 14), tiantu e lianquan (Ren 22,
23).

Figuras 11.5 e 11.6


Yinwei Mai (meridiano de conexão yin) e Yangwei Mai (meridiano de conexão yang)

Yangwei Mai

O meridiano de conexão yang origina-se na região calcaneana externa e ascende ao longo da face externa
do membro inferior. No tronco ascende até à prega axilar posterior, atravessa a região escápulo-umeral e
a face postero-lateral do pescoço, atinge a região frontal e, inflectindo posteriormente, a região occipital,
onde comunica com o du mai − Figura 11.6.

Indicações: hipertermia, cefaleias, cervicalgias, parestesias e hipersudorese nocturna.

Pontos: jinmen (B 63), yangjiao (G 35), naoshu (SI 10), tianliao (SJ 15), jianjing (G 21), touwei (S 8),
benshen, yangbai, toulinqi, muchuang, zhengying, chengling, naokong, fengchi (G 13-20), fengchu e
yamen (Du 16, 15).
Pontos Extraordinários

Como se referiu no Capítulo IX, além dos jingxue pertencentes aos catorze jingluo principais, existem
ainda pontos acessórios que podem ser classificados em ahshixue (pontos dolorosos) e xue
extraordinários. Enquanto que os primeiros não têm nomes específicos nem localizações definidas, os
últimos, embora não pertençam a nenhuma das sinartérias principais ou acessórias anteriormente
descritas, possuem nomenclatura específica e subdividem-se em "xue clássicos" e "xue contemporâneos".
A sua nomenclatura está normalizada e inclui o nome específico, em fonética pinyin, antecedido do
respectivo código alfanumérico  Quadro 11.1.

Quadro 11.1  Código alfanumérico dos xue extraordinários.


Estrutura Pinyin Significado em Português
J- Jiude xue ponto clássico
X- Xinde xue ponto contemporâneo
- TJ . Tou-Jing cabeça-pescoço
- XF . Xiongbu-Fubu (região) tóraco-abdominal
- BY . Beibu-Yaobu (região) dorso-lombar
- SZ . Shangzhi membro superior
- XZ . Xiazhi membro inferior
.x --- (código numérico)
Exemplos:
J-SZ.33 - Zhongquan: Ponto clássico nº 33 do membro superior ("fonte do meio")
X-XF.18 - Weishangxue: Ponto contemporâneo nº 18 da região tóraco-abdominal ("acima do orifício do
estômago")

Os pontos extraordinários são descritos nas páginas seguintes deste capítulo (acesso através do índice).

Pontos Extraordinários Clássicos

Cabeça e Pescoço

Figura 11.7
PONTOS CLÁSSICOS − CABEÇA E PESCOÇO
J-TJ.1 - Sishencong
Denominação: "quatro inteligências".
Localização: grupo de quatro pontos equidistantes, localizados antero-postero-lateralmente a 1 cun de
baihui (Du 20).
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: cefaleias, tonturas, vertigens, amnésia, neurastenia e perturbações do sono.

J-TJ.2 - Ezhong
Denominação: "meio do fronte".
Localização: 1 cun acima de yintang (J-TJ.3).
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: cefaleias, tonturas, vertigens, palpitações e sinusite.

J-TJ.3 - Yintang
Denominação: "átrio do selo".
Localização: equidistante das duas sobrancelhas.
Técnica: punção oblíqua ou horizontal a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Acção (MTC): dispersar vento-calor e apaziguar o espírito.
Indicações: cefaleias, vertigens, rinite, sinusite, congestão ocular e perturbações do sono.

J-TJ.4 - Shangen
Denominação: "sopé do mote".
Localização: na columella nasi, equidistante dos dois epicantos.
Técnica: punção oblíqua a 0,2-0,3 cun.
Indicações: sinusite e perturbações do sono.

J-TJ.5 - Touguangming
Denominação: "portão craniano da luminosidade".
Localização: 0,3 cun directamente acima de yuyao (J-TJ.6).
Técnica: punção oblíqua a 0,2-0,3 cun.
Indicações: nevralgia do nervo supraorbitário e ptose palpebral.

J-TJ.6 - Yuyao
Denominação: "cintura do peixe".
Localização: directamente acima da pupila, na depressão existente no meio da sobrancelha.
Técnica: punção horizontal a 0,3-0,5 cun.
Indicações: trémulo e ptose palpebral, nevralgia do nervo supraorbitário e paralisia do facial.

J-TJ.7 - Yuwei
Denominação: "cauda do peixe".
Localização: 0,1 cun lateral ao canto externo do olho.
Técnica: punção oblíqua a 0,2-0,3 cun.
Indicações: hemicrania e paralisia do facial.

J-TJ.8 - Qiuhou
Denominação: "atrás da bola".
Localização: no rebordo periorbitário inferior, na junção do quarto externo com os restantes três quartos
da distância entre os cantos interno e externo do olho.
Técnica: punção perpendicular a 0,8-1,0 cun.
Indicações: inflamação ou atrofia do nervo óptico, retinite pigmentosa, opacidade do corpo vítreo,
esotropia e miopia.

J-TJ.9 - Taiyang
Denominação: "esposa do yang - sol".
Localização: na têmpora, numa depressão 1 cun posterior ao ponto médio da distância entre o canto
externo do olho e a ponta da sobrancelha.
Técnica: punção perpendicular ou horizontal, respectivamente a 0,3-0,5 cun e 0,5-1,0 cun; pode ser
aplicada sangria (em problemas agudos).
Acção (MTC): dispersar vento, arrefecer e dar brilho aos olhos.
Indicações: hemicrania, cefaleias, nevralgia do trigémio, paralisia do facial e problemas oculares.
J-TJ.10 - Erjian
Denominação: "ponta da orelha".
Localização: no vértice auricular. Deve ser localizado com o pavilhão auricular dobrado no sentido
postero-anterior.
Técnica: punção perpendicular a 0,1 cun; pode ser aplicada sangria.
Indicações: hipertermia, pannus e outros problemas oculares.

J-TJ.12 - Erbeijingmaisantiao
Denominação: "três bifurcações da veia dorsal da orelha".
Localização: nas três veias visíveis na região posterior do pavilhão auricular.
Técnica: sangria.
Indicações: problemas oculares, hipertensão arterial e problemas dermatológicos.

J-TJ.13 - Yiming
Denominação: "barreira brilhante".
Localização: 1 cun posterior a yifeng (SJ 17)ás do pavilhão auricular.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: cefaleias, vertigens, tinitus, zumbidos, miopia, hipermetropia, cegueira nocturna, atrofia do
nervo óptico, perturbações do sono e problemas mentais.

J-TJ.14 - Bitong
Denominação: "passagem nasal".
Localização: no limite superior do sulco nasolabial, na base dos ossos próprios do nariz.
Técnica: punção horizontal ascendente a 0,2-0,4 cun.
Indicações: sinusite e rinites alérgica, atrófica ou hipertrófica.

J-TJ.16 - Biliu
Denominação: "corrimento nasal".
Localização: no rebordo lateral da narina, entre o septo nasal e a ala nasi.
Técnica: punção horizontal a 0,2-0,3 cun.
Indicações: rinite, nevralgia do trigémio e paralisia do facial.

J-TJ.17 - Sanxiao
Denominação: "sorriso contagiante".
Localização: no meio do sulco nasolabial, lateral e posterior a yingxiang (LI 20).
Técnica: punção horizontal a 0,2-0,3 cun.
Indicações: rinite e paralisia do facial.

J-TJ.18 - Jiachengjiang
Denominação: "avidez do receptáculo de fluidos".
Localização: no foramen mandibular, directamente abaixo de dicang (S 4).
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun.
Indicações: nevralgia do trigémio e paralisia do facial. Em conjunto com xiaguan (S 7) e hegu (LI 4), dá
bons resultados no tratamento da nevralgia mandibular do trigémio.

J-TJ.19 - Dihe
Denominação: "união terrestre".
Localização: no vértice mentoniano da mandíbula.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: odontalgias mandibulares e paralisia do facial.

J-TJ.20 - Jinjin, yuye


Denominação: "fluido de ouro e fluido de jade".
Localização: nas veias de ambos os lados do freio glossiano. Jinjin (à esquerda) e yuye (à direita), são
dois pontos que devem ser localizados com o corpo glossiano em retroversão.
Técnica: sangria.
Indicações: estomatite, glossite e afasia.
J-TJ.21 - Shanglianquan
Denominação: "fonte superior da modéstia".
Localização: 1 cun acima do pomo de Adão, na depressão entre a mandíbula e o osso hióide.
Técnica: punção oblíqua a 0,5-0,8 cun, em direcção à base da língua.
Indicações: disartria, estomatite e salivação excessiva.

J-TJ.22 - Waijinjin, waiyuye


Denominação: "fluido de ouro externo e fluido de jade externo".
Localização: 0,3 cun lateral a shanglianquan (D-TJ.21). Waijinjin (à esquerda) e waiyuye (à direita), são
dois pontos que devem ser localizados com a cabeça inclinada para trás.
Técnica: punção oblíqua a 0,5-0,8 cun, em direcção à base da língua.
Indicações: estomatite, afasia ou disartria após acidente vascular cerebral e paralisia dos músculos
glossianos.

J-TJ.23 - Hongyin
Denominação: "som imenso".
Localização: 0,5 cun lateral ao pomo de Adão.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun.
Indicações: problemas das cordas vocais.

J-TJ.24 - Panglianquan
Denominação: "fonte lateral da modéstia".
Localização: 0,5 cun lateral a lianquan (Ren 23).
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun.
Indicações: edema glossiano e problemas das cordas vocais.

J-TJ.25 - Yaxue
Denominação: "orifícios da mudez".
Localização: são dois pares de pontos. O primeiro par encontra-se a 0,2 cun, lateralmente, de um ponto
equidistante de renying (S 9) e shuitu (S 10); o segundo par encontra-se 0,5 cun acima de fengchi (G 20).
Técnica: punção perpendicular a 0,5 cun, para o par da região anterior do pescoço, e 0,5-0,8 cun para o
par da região da nuca.
Indicações: disartria e problemas das cordas vocais.
Contra-indicações: punção oblíqua no par da região anterior, pelo perigo de perfuração da artéria carótida.

J-TJ.26 - Biantao
Denominação: "amigdalino".
Localização: anterior à artéria carótida, por baixo do rebordo inferior do ângulo da mandíbula.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: inflamação amigdalina e outros processos inflamatórios da faringe.

J-TJ.27 - Luojing
Denominação: "pescoço rígido".
Localização: abaixo de ronghou (X-TJ.24), no meio do músculo esternocleidomastoideu.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: torcicolite.

J-TJ.28 - Fengyan
Denominação: "rochedo do vento".
Localização: 0,5 cun anterior ao ponto médio de uma linha imaginária entre yamen (Du 15) e o rebordo
inferior do pavilhão auricular.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun.
Indicações: problemas mentais, cefaleias e sequelas de doenças cerebrais.

J-TJ.29 - Xinxi
Denominação: "novo reconhecimento".
Localização: 1,5 cun lateral à ponta da apófise espinhosa da terceira vértebra dorsal.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: cefaleias occipitais e torcicolite.
J-TJ.30 - Bailiao
Denominação: "cem fainas".
Localização: 2 cun acima e 1 cun lateral a dazhui (Du 14).
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: tosse e torcicolite.

J-TJ.31 - Chonggu
Denominação: "osso sublime".
Localização: abaixo da apófise espinhosa da sexta vértebra cervical.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: torcicolite e problemas respiratórios relacionados com as vias aéreas superiores.

J-TJ.32 - Muming
Denominação: "visão resplandecente".
Localização: directamente acima da pupila, na delimitação do couro cabeludo, ou 0,5 cun abaixo de linqi
(G 15).
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun.
Indicações: diminuição da acuidade visual, congestão ocular e cefaleias.

J-TJ.33 - Neijingming
Denominação: "brilho interno dos olhos".
Localização: no canto interno do olho, imediatamente acima da carúncula lacrimal e internamente em
relação a jingming (B 1).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun.
Indicações: hemorragia retiniana, atrofia do nervo óptico e congestão ocular.

J-TJ.34 - Yankou
Denominação: "boca da andorinha".
Localização: na comissura labial.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: nevralgia do trigémio e paralisia do facial.

J-TJ.35 - Neiyingxiang
Denominação: "fragrância hospitaleira interior".
Localização: no rebordo superior da mucosa nasal, próximo da abertura da narina.
Técnica: sangria.
Indicações: golpe de calor, inflamação laríngea e congestão ocular.

J-TJ.36 - Juquan
Denominação: "fonte da arrecadação".
Localização: no centro da região dorsal do corpo glossiano.
Técnica: punção perpendicular a 0,1-0,2 cun.
Indicações: paralisia dos músculos glossianos, edema glossiano e dispneia.

J-TJ.37 - Haiquan
Denominação: "fonte do oceano".
Localização: no centro do freio glossiano.
Técnica: sangria.
Indicações: espasmo diafragmático e edema glossiano.

J-TJ.38 - Sheshu
Denominação: "pilar da língua".
Localização: no ponto de intersecção do freio com a prega glossiana.
Técnica: sangria.
Indicações: disartria e edema glossiano.

J-TJ.39 - Zhuding
Denominação: "cume da pérola".
Localização: no vértice do tragus auricular.
Técnica: punção perpendicular a 0,1-0,2 cun.
Indicações: odontalgias e problemas auditivos.

J-TJ.40 - Damen
Denominação: "grande porta".
Localização: no vértex, na linha mesocraniana, 0,5 cun posterior a qiangjian (Du 18).
Técnica: punção oblíqua ou horizontal a 0,3-0,5 cun.
Indicações: cefaleias occipitais e hemiplegia por acidente vascular cerebral.

Região Tóraco-Abdominal

Figura 11.8
PONTOS CLÁSSICOS − REGIÃO TÓRACO-ABDOMINAL

J-XF.1 - Chixue
Denominação: "orifício vermelho".
Localização: 1 cun lateral a xuanji (Ren 21).
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: tosse, dispneia e nevralgia intercostal.

J-XF.2 - Tanchuan
Denominação: "fleuma e chiadeira".
Localização: 1,5 cun lateral a yingchuang (S 16).
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: dispneia e bronquite crónica ou asmatiforme.

J-XF.3 - Longhan
Denominação: "mandíbula do dragão".
Localização: 1,5 cun directamente abaixo de jiuwei (Ren 15).
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: precordialgias e epigastralgias.
J-XF.4 - Zuoyi, youyi
Denominação: "propriedade da direita e propriedade da esquerda".
Localização: 1 cun lateral à base da mama.
Técnica: punção oblíqua a 0,2-0,3 cun; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: nevralgia intercostal e problemas inflamatórios da glândula mamária.

J-XF.5 - Meihua
Denominação: "flor de ameixeira".
Localização: conjunto de dois pares de pontos simétricos, com zhongwan (Ren 12) no centro, 0,5 cun
acima e abaixo de yindu (K 19).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dispepsia, úlcera péptica e gastrite crónica.

J-XF.6 - Sicang
Denominação: "celeiro".
Localização: 3 cun lateral a zhongwan (Ren 12).
Técnica: punção horizontal a 3,0-5,0 cun, dirigida ao aspecto lateral do umbigo, ou perpendicular a 0,5-
0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: epigastralgias e ptose gástrica.

J-XF.7 - Shiguan
Denominação: "portão da nutrição".
Localização: 1 cun lateral a jianli (Ren 11).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dispepsia, gastrite e diarreia.

J-XF.8 - Qisibian
Denominação: "quatro lados do umbigo".
Localização: são dois pares de pontos, equidistantes 1 cun do centro do umbigo.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se sucção e moxibustão.
Indicações: disfunção gástrica.

J-XF.10 - Qizhong
Denominação: "centro da energia vital - qi".
Localização: 1,5 cun lateral a qihai (Ren 6).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dor e distensão abdominal, meteorismo e anemia.

J-XF.11 - Jingzhong
Denominação: "centro do meridiano".
Localização: 3 cun lateral a qihai (Ren 6).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: disfunção gástrica, menstruação irregular e retenção urinária.

J-XF.12 - Waisiman
Denominação: "quatro plenitudes externas".
Localização: 1 cun lateral a siman (K 14).
Técnica: moxibustão indirecta durante 20-30 minutos.
Indicações: menstruação irregular.

J-XF.13 - Jueyun
Denominação: "malogro".
Localização: 0,5 cun abaixo de shimen (Ren 5).
Técnica: moxibustão indirecta durante 20-30 minutos.
Indicações: menstruação irregular e prevenção de abortamentos espontâneos recurrentes.

J-XF.14 - Yijing
Denominação: "espermatorreia".
Localização: 1 cun lateral a guanyuan (Ren 4).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: espermatorreia, ejaculação precoce e impotência sexual primária.

J-XF.15 - Qimen
Denominação: "porta da energia vital - qi".
Localização: 3 cun lateral a guanyuan (Ren 4).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: hemorragia uterina e cólicas abdominais.

J-XF.16 - Weibao
Denominação: "sustentáculo uterino".
Localização: 6 cun lateral a guanyuan (Ren 4).
Técnica: punção horizontal, ao longo do ligamento inguinal, a 1,0-1,5 cun.
Indicações: disfunção intestinal e prolapso uterino.

J-XF.17 - Changyi
Denominação: "retalho intestinal".
Localização: 2,5 cun lateral a zhongji (Ren 3).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: menstruação irregular, anexite, orquite e dor peniana.

J-XF.18 - Zigong
Denominação: "palácio das crianças".
Localização: 4 cun abaixo do umbigo e 3 cun lateral a zhongji (Ren 3).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dismenorreia, menstruação irregular, prolapso uterino e orquite.

J-XF.19 - Tingtou
Denominação: "cabeça erecta".
Localização: 0,5 cun abaixo de dahe (K 12).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: prolapso uterino.

J-XF.20 - Xinleitou
Denominação: "cabeça da nova costela".
Localização: dois pares de pontos simétricos do rebordo esternal, localizados no primeiro e no segundo
espaço intercostal.
Técnica: punção oblíqua a 0,2-0,3 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dispneia, nevralgia intercostal e processos inflamatórios cartilagíneos.

J-XF.21 - Eni
Denominação: "soluços".
Localização: no sétimo espaço intercostal, directamente abaixo do mamilo.
Técnica: punção oblíqua a 0,2-0,3 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: espasmo diafragmático.

J-XF.22 - Xiaoerjixiong
Denominação: "peito de galinha infantil".
Localização: são três pares de pontos simétricos nos segundo, terceiro e quarto espaços intercostais, 2,5
cun lateralmente à linha mesotorácica.
Técnica: moxibustão indirecta, em sessões terapêuticas de 20-30 minutos.
Indicações: peito de galinha (protraimento torácico geralmente devido a patologia obstrutiva respiratória
ocorrida durante a infância).

J-XF.23 - Sanjiaojiu
Denominação: "triângulo da moxibustão".
Localização: é um conjunto de três pontos localizados nos cantos de um triângulo equilátero, com o
umbigo por vértice.
Técnica: moxibustão indirecta, em sessões terapêuticas de 20-30 minutos.
Indicações: diarreia crónica, cólicas abdominais e espasmo gástrico.
J-XF.24 - Longmen
Denominação: "porta do dragão".
Localização: no rebordo inferior da sínfise pública.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão indirecta.
Indicações: hemorragia uterina, infertilidade feminina e incontinência urinária.

Região Dorso-Lombar

Figura 11.9
PONTOS CLÁSSICOS − REGIÃO DORSO-LOMBAR

J-BY.1 - Dingchuan
Denominação: "término da chiadeira".
Localização: 0,5 cun ou 1 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da sétima vértebra cervical,
respectivamente em crianças e adultos.
Técnica: punção ligeiramente oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: tosse, dispneia e torcicolite.

J-BY.2 - Baizhongfeng
Denominação: "cem espécies de vento".
Localização: 2,5 cun lateral a dazhui (Du 14).
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: apoplexia e problemas musculo-esqueléticos da região posterior do ombro.

J-BY.3 - Liuhua
Denominação: "seis flores".
Localização: é um conjunto de três pares equidistantes de pontos, entre as segunda e quarta vértebras
dorsais, 1 cun lateralmente à coluna vertebral.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: astenia generalizada (devida a doenças crónicas) e dispneia.
J-BY.4 - Bahua
Denominação: "oito flores".
Localização: é um conjunto de quatro pares equidistantes de pontos, entre as quinta e sétima vértebras
dorsais, 1 cun lateralmente à coluna vertebral.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: astenia generalizada (devida a doenças crónicas) e dispneia.

J-BY.5 - Erzhuixia
Denominação: "abaixo da segunda vértebra".
Localização: abaixo da apófise espinhosa da segunda vértebra dorsal.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: convulsões epileptiformes e problemas mentais.

J-BY.6 - Huanmen
Denominação: "porta da aflição".
Localização: 0,3 cun acima de xinshu (B 15).
Técnica: moxibustão indirecta, em sessões terapêuticas de 20-30 minutos.
Indicações: astenia generalizada (devida a doenças crónicas) e dispneia.

J-BY.7 - Juqueshu
Denominação: "canal do grande palácio".
Localização: abaixo da apófise espinhosa da quarta vértebra dorsal.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dispneia, neurastenia e problemas gástricos.

J-BY.9 - Qichuan
Denominação: "chiadeira da energia vital - qi".
Localização: 2 cun lateral à apófise espinhosa da sétima vértebra dorsal.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dispneia.

J-BY.10 - Yinkou
Denominação: "boca de prata".
Localização: no ângulo inferior da omoplata.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: nevralgia intercostal e problemas musculares locais.

J-BY.11 - Bazhuixia
Denominação: "abaixo da oitava vértebra".
Localização: abaixo da apófise espinhosa da oitava vértebra dorsal.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: nevralgia intercostal e problemas hepáticos.

J-BY.12 - Yishu
Denominação: "canal do pâncreas".
Localização: 1,5 cun lateral à apófise espinhosa da oitava vértebra dorsal.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: nevralgia intercostal e problemas gástricos e pancreáticos.

J-BY.13 - Shubian
Denominação: "ao lado do eixo".
Localização: 1 cun lateral à apófise espinhosa da décima vértebra dorsal.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas gástricos e hepatobiliares.

J-BY.14 - Zhuogu
Denominação: "lavagem do conspurcado".
Localização: 2,5 cun lateral à apófise espinhosa da décima vértebra dorsal.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: anorexia e problemas hepatobiliares.
J-BY.15 - Jiegu
Denominação: "osso de conexão".
Localização: abaixo da apófise espinhosa da décima segunda vértebra dorsal.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: epigastralgias, diarreia e dorsolombalgias.

J-BY.16 - Pigen
Denominação: "raiz da inchação".
Localização: 3,5 cun lateral à apófise espinhosa da primeira vértebra lombar.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas gástricos e ptose renal.

J-BY.17 - Xuechou
Denominação: "preocupação do sangue".
Localização: acima da apófise espinhosa da segunda vértebra lombar.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: doenças hemorrágicas.

J-BY.18 - Changfeng
Denominação: "vento intestinal".
Localização: 1 cun lateral à apófise espinhosa da segunda vértebra lombar.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: espermatorreia, enurese e problemas gastrintestinais.

J-BY.19 - Xuefu
Denominação: "residência do sangue".
Localização: 4 cun lateral à apófise espinhosa da segunda vértebra lombar.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: amenorreia e espermatorreia.

J-BY.20 - Zhuzhang
Denominação: "cana de bambu".
Localização: acima da apófise espinhosa da terceira vértebra lombar.
Técnica: moxibustão indirecta, em sessões de 20-30 minutos.
Indicações: diarreia, hemorróides e prolapso rectal.

J-BY.21 - Xiajishu
Denominação: "canal do nível inferior".
Localização: abaixo da apófise espinhosa da terceira vértebra lombar.
Técnica: punção oblíqua a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: disúria, polaquiúria, lombalgias e paralisia do membro inferior.

J-BY.23 - Yaoyi
Denominação: "propriedade lombar".
Localização: 3 cun lateral à apófise espinhosa da quarta vértebra lombar.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas musculares da região lombo-sagrada.

J-BY.24 - Yaoyan
Denominação: "olho do lombo".
Localização: na depressão entre as apófises transversas da quarta e da quinta vértebras lombares.
Técnica: punção perpendicular ou oblíqua a 0,8-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: menstruação irregular, orquite, ptose renal e problemas musculares locais.

J-BY.25 - Shiqizhuixia
Denominação: "abaixo da décima sétima vértebra".
Localização: na depressão abaixo da apófise espinhosa da quinta vértebra lombar.
Técnica: punção perpendicular a 0,8-1,2 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dismenorreia, menstruação irregular, hemorragia uterina, ciatalgia, problemas musculo-
esqueléticos da região lombo-sagrada, paraplegia pós-traumática e problemas anais.
J-BY.26 - Zhongkong
Denominação: "espaço intermédio".
Localização: 3,5 cun lateral à apófise espinhosa da quinta vértebra lombar.
Técnica: punção perpendicular a 0,8-1,2 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas musculo-esqueléticos da região lombo-sagrada.

J-BY.27 - Yaogen
Denominação: "raiz do lombo".
Localização: 3 cun lateral à apófise espinhosa da primeira vértebra sagrada.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas musculo-esqueléticos da região sacro-ilíaca.

J-BY.28 - Jiuqi
Denominação: "salgueiro do pombo selvagem".
Localização: abaixo da apófise espinhosa da primeira vértebra sagrada.
Técnica: moxibustão indirecta, em sessões de 20-30 minutos.
Indicações: hemorragia uterina.

J-BY.29 - Yaoqi
Denominação: "miscelânea do lombo".
Localização: abaixo da apófise espinhosa da segunda vértebra sagrada.
Técnica: punção horizontal ascendente a 1,0-1,5 cun.
Indicações: convulsões epileptiformes.

J-BY.30 - Xiazhui
Denominação: "vértebra inferior".
Localização: abaixo da apófise espinhosa da terceira vértebra sagrada.
Técnica: punção oblíqua a 0,2-0,3 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: menstruação irregular e problemas inflamatórios da região pélvica.

J-BY.31 - Yutian
Denominação: "campo de jade".
Localização: abaixo da apófise espinhosa da quarta vértebra sagrada.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: lombo-sacralgias e trabalho de parto prolongado.

J-BY.32 - Pinxueling
Denominação: "inspiração dos anémicos".
Localização: 0,3 cun abaixo de yutian.
Técnica: moxibustão indirecta, em sessões de 20-30 minutos.
Indicações: anemia crónica.

J-BY.33 - Tunzhong
Denominação: "meio das nádegas".
Localização: 3,5 cun lateral à apófise espinhosa da quarta vértebra sagrada.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: ciatalgia e paraplegia dos membros inferiores.

J-BY.34 - Huanzhong
Denominação: "meio do círculo".
Localização: equidistante de huantiao (G 30) e yaoshu (Du 2).
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: lombalgias, ciatalgia e dor no membro inferior.

J-BY.35 - Huatuo jiaji


Denominação: "paravertebrais de Hua Tuo".
Localização: conjunto de vinte e três pares de pontos dispostos simetricamente ao longo da coluna
vertebral, entre a segunda vértebra cervical e a quinta lombar, a 0,5 cun das respectivas apófises
espinhosas.
Técnica: punção perpendicular a 0,5 cun, 0,5-1,0 cun ou 1,2-2,0 cun, respectivamente para os pontos
cervicais, dorsais e lombares; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: variam segundo a localização dos pontos. Assim, para os problemas da região craniana
puncionam-se os jiaji xue da segunda à quarta vértebra cervical (C2-C4), para os problemas da região
cervical os pontos de C2 a C7, para os problemas dos membros superiores os pontos de C3 a C7, para os
problemas da parede e da cavidade torácica os pontos da terceira cervical à nona dorsal (C3-D9), para os
problemas dos orgãos da cavidade abdominal os pontos da quarta dorsal à quarta lombar (D4-L4), para os
problemas lombo-sagrados os pontos de D11 a L5, para os problemas da cavidade pélvica os pontos de
L1 a L5 e para os problemas do membro inferior os pontos de L2 a L5.

J-BY.36 - Dianxian
Denominação: "epilepsia".
Localização: equidistante de dazhui (Du 14) e do vértice coccígeo.
Técnica: moxibustão indirecta, em sessões de 20-30 minutos, ou moxibustão directa não escarificante, em
ciclos de 2-3 minutos intercalados de ciclos de 10-15 minutos de moxibustão indirecta, em sessões de 45-
50 minutos.
Indicações: prevenção de convulsões epilépticas.

J-BY.37 - Jisanxue
Denominação: "três orifícios vertebrais".
Localização: conjunto de três pontos paravertebrais simétricos. O primeiro encontra-se 1 cun abaixo e 0,5
cun lateral a yamen (Du 15), o segundo 0,5 cun lateral à apófise transversa da segunda vértebra dorsal e o
terceiro 0,5 cun lateral à apófise transversa da segunda vértebra lombar.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: espondilite anquilosante, mielite e radiculalgias.

J-BY.38 - Jifeng
Denominação: "osso vertebral".
Localização: conjunto de dezassete pontos dispostos lateral e simetricamente, a 4,5 cun, ao longo das
vértebras dorsais e lombares.
Técnica: punção oblíqua a 0,2-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: espondilite, mielite e radiculalgias.
Contra-Indicações: punção perpendicular ou profunda, pelo perigo de perfuração de alguns zang-fu,
principalmente se houver organomegalias.
Membro Superior

Figura 11.10
PONTOS CLÁSSICOS − MEMBRO SUPERIOR

J-SZ.1 - Shixuan
Denominação: "dez declarações".
Localização: grupo de cinco pares de pontos localizados no centro da extremidade distal dos dedos (um
ponto por dedo), cerca de 0,1 cun abaixo do leito ungueal.
Técnica: sangria ou punção perpendicular a 0,1 cun.
Indicações: lipotímia, choque, coma, hipertermia, histeria, epilepsia e parestesias nos dedos.

J-SZ.6 - Muzhijiehengwen
Denominação: "prega transversa da articulação do polegar".
Localização: na face palmar do polegar, no centro da prega interfalângica.
Técnica: ciclos de 1-2 minutos de moxibustão directa não escarificante, em sessões de 15-20 minutos.
Indicações: panus.

J-SZ.7 - Fengyan
Denominação: "olhos do vento".
Localização: na face palmar do polegar, na extremidade radial da prega interfalângica.
Técnica: sangria.
Indicações: cegueira nocturna.

J-SZ.8 - Mingyan
Denominação: "olhos brilhantes".
Localização: na face palmar do polegar, na extremidade cubital da prega interfalângica.
Técnica: sangria.
Indicações: cegueira nocturna. e congestão ocular
J-SZ.9 - Sifeng
Denominação: "quatro junções".
Localização: na face palmar dos quatro primeiros dedos (polegar excluído), no centro das respectivas
pregas interfalângicas proximais.
Técnica: punção exsudativa, com extravasamento de pequenas quantidades de linfa, e ciclos de 1-2
minutos de moxibustão directa não escarificante, em sessões de 20-30 minutos.
Indicações: artrite dos dedos.

J-SZ.10 - Shouzhongping
Denominação: "nível do meio da mão".
Localização: na face palmar do terceiro dedo, no centro da prega metacarpofalângica.
Técnica: punção perpendicular a 0,1-0,2 cun.
Indicações: estomatite e artrite metacarpofalângica do terceiro dedo.

J-SZ.11 - Panglaogong
Denominação: "lateral ao palácio dos trabalhadores".
Localização: 0,5 cun internamente a laogong (P 8).
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun.
Indicações: odontalgias e parestesias nos dedos.

J-SZ.12 - Neiyangchi
Denominação: "reservatório de yang interno".
Localização: 1 cun distal ao ponto médio da prega transversal do punho.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun.
Indicações: estomatite.

J-SZ.13 - Banmen
Denominação: "porta da prancha".
Localização: no limite cubital da eminência tenar a 1 cun do seu ponto mais elevado.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun.
Indicações: dispneia e problemas orofaríngeos.

J-SZ.14 - Sanshang
Denominação: "três mercadores".
Localização: grupo de três pontos adjacentes à raiz ungueal do polegar.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun.
Indicações: hipertermia.

J-SZ.15 - Dagukong
Denominação: "espaço do grande osso".
Localização: no centro da prega interfalângica dorsal do polegar, oposto a muzhijiehengwen
Técnica: ciclos de 1 minuto de moxibustão directa não escarificante, em sessões de 20-30 minutos.
Indicações: vómitos. diarreia e problemas oculares.

J-SZ.16 - Zhjongkui
Denominação: "eminência do meio".
Localização: na face dorsal do terceiro dedo, no centro da primeira prega interfalângica.
Técnica: moxibustão directa não escarificante.
Indicações: espasmo diafragmático e esofágico, epistaxis e vómitos.

J-SZ.17 - Xiaogukong
Denominação: "espaço do pequeno osso".
Localização: na face dorsal do quinto dedo, no centro da primeira prega interfalângica.
Técnica: moxibustão directa não escarificante.
Indicações: problemas oculares e artrite do quinto dedo.

J-SZ.21 - Quanjian
Denominação: "ponta do punho".
Localização: no ponto mais elevado do nó do terceiro dedo.
Técnica: sangria ou moxibustão directa não escarificante.
Indicações: problemas oculares.

J-SZ.22 - Baxie
Denominação: "oito demónios".
Localização: grupo de quatro pontos na face dorsal da mão, próximo da inserção das pregas interdigitais e
equidistantes das cabeças metacarpianas, quando a mão se encontra fechada.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-1,0 cun; a mão deve estar fechada.
Indicações: torcicolite, odontalgias, cefaleias, problemas articulares e parestesias nos dedos.

J-SZ.24 - Luozhen
Denominação: "torcicolo".
Localização: na face dorsal da mão, 0,5 cun proximal e equidistante das articulações metacarpofalângicas
do segundo e terceiro dedos.
Técnica: punção perpendicular ou oblíqua a 0,3-0,5 cun.
Indicações: dor no ombro e no braço, hemicrania, torcicolite e epigastralgias.

J-SZ.27 - Shoujinmen
Denominação: "porta dourada da mão".
Localização: 3,5 cun directamente acima do ponto médio da prega transversal do punho.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun.
Indicações: escrófula (eficácia terapêutica duvidosa).

J-SZ.28 - Dingshu
Denominação: "vale do carbúnculo".
Localização: 4 cun acima da extremidade cubital da prega transversal do punho.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dor e parestesia na face anterior do antebraço.

J-SZ.29 - Erbai
Denominação: "duas brancuras".
Localização: 4 cun directamente acima de daling (P 7).
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: hemorróides, prolapso rectal e nevralgia do mediano.

J-SZ.30 - Bizhong
Denominação: "meio do antebraço".
Localização: equidistante dos pontos médios das pregas transversais do punho e cotovelo.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: hemiplegia, espasmos musculares do membro superior e nevralgia do mediano.

J-SZ.31 - Zexia
Denominação: "abaixo do pântano".
Localização: 2 cun abaixo de chize (L 5).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: odontalgias e dor no antebraço.

J-SZ.32 - Zeqian
Denominação: "antes do pântano".
Localização: 1 cun acima de chize (L 5).
Técnica: punção perpendicular ou oblíqua a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia do membro superior.

J-SZ.33 - Zhongquan
Denominação: "fonte do meio".
Localização: equidistante de yangxi (LI 5) e yangchi (SJ 4).
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun.
Indicações: dispneia, epigastralgias e problemas musculo-esqueléticos locais.
J-SZ.34 - Cunping
Denominação: "polegada".
Localização: 1 cun acima e 0,5 cun lateral ao ponto médio da prega transversal dorsal do punho.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun.
Indicações: choque e parestesias na face posterior do antebraço.

J-SZ.35 - Xiawenliu
Denominação: "encosta quente inferior".
Localização: 2 cun acima da extremidade radial da prega transversal dorsal do punho.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun.
Indicações: odontalgias mandibulares.

J-SZ.36 - Cirao
Denominação: "cúbito e rádio".
Localização: 6 cun acima do ponto médio da prega transversal dorsal do punho.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas mentais, paralisia do membro superior e nevralgia do mediano.

J-SZ.38 - Sanchi
Denominação: "três reservatórios".
Localização: conjunto de três pontos, sendo um coincidente com quchi (LI 11) e os outros localizados
respectivamente 1 cun acima e 1 cun abaixo do primeiro.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dor no cotovelo e no braço.

J-SZ.39 - Zhoushu
Denominação: "desfiladeiro do cotovelo".
Localização: entre o olecrâneo e o epicôndilo umeral.
Técnica: punção perpendicular a 0,2 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas musculo-esqueléticos da região articular do cotovelo.

J-SZ.40 - Yeling
Denominação: "espírito axilar".
Localização: 0,5 cun directamente acima da prega axilar anterior.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas musculo-esqueléticos locais.

J-SZ.41 - Tianling
Denominação: "espírito do paraíso".
Localização: 1 cun acima da prega axilar anterior.
Técnica: punção oblíqua, dirigida externamente, a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas musculo-esqueléticos locais.

J-SZ.45 - Wuhu
Denominação: "cinco tigres".
Localização: no ponto mais elevado dos nós dos segundo e quarto dedos.
Técnica: moxibustão não escarificante.
Indicações: problemas articulares locais.

J-SZ.46 - Zhoujian
Denominação: "ponta do cotovelo".
Localização: na proeminência olecraneana. Deve se localizado com o cotovelo em flexão.
Técnica: moxibustão não escarificante.
Indicações: problemas articulares locais.

J-SZ.47 - Xiaotianxin
Denominação: "coração do pequeno paraíso".
Localização: 0,5 cun directamente abaixo de neiyangchi (J-SZ.12), ou 1,5 cun distal ao ponto médio da
prega transversal do punho.
Técnica: punção perpendicular a 0,1-0,3 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: febre reumática e palpitações.

J-SZ.48 - Jianneiling
Denominação: "túmulo interior do ombro".
Localização: no ombro, equidistante de jianyu (LI 15) e da prega axilar anterior.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas musculo-esqueléticos da região articular do ombro, hemiplegia e hipersudorese.

J-SZ.49 - Shiwang
Denominação: "dez príncipes".
Localização: grupo de dez pontos, localizando-se cada um no centro da raiz ungueal.
Técnica: sangria.
Indicações: lipotímia por golpe de calor.

J-SZ.50 - Shangbaxie
Denominação: "por cima dos oito demónios".
Localização: grupo de quatro pares de pontos, 0,5 cun acima de baxie (J-SZ.22).
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: torcicolite, odontalgias, cefaleias, problemas articulares e parestesias dos dedos.

Membro Inferior

Figura 11.11
PONTOS CLÁSSICOS − MEMBRO INFERIOR

J-XZ.1 - Lineiting
Denominação: "dentro do pátio interior".
Localização: na região plantar, na depressão anterior à articulação metatarsofalângica dos segundo e
terceiro artelhos.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: convulsões epileptiformes, dor nos artelhos e parestesias no pé.
J-XZ.2 - Muzhilihengwen
Denominação: "prega transversal do dedo grande".
Localização: na região plantar, no centro da prega transversal da articulação metatarso-falângica do
grande artelho.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: orquite e problemas articulares locais.

J-XZ.3 - Qianhouyinzhu
Denominação: "pérolas escondidas à frente e atrás".
Localização: grupo de dois pontos a 0,5 cun de yongquan (K 1), sendo um anterior e outro posterior.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: hipertensão arterial, convulsões epileptiformes, dor plantar e problemas articulares locais.

J-XZ.4 - Zuxin
Denominação: "planta do pé".
Localização: 1 cun posterior a yongquan (K 1).
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: cefaleias, hemorragia uterina, dor plantar e problemas articulares locais.

J-XZ.5 - Shimian
Denominação: "insónia".
Localização: na face plantar, no centro da região calcaneana.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: perturbações do sono e dor no calcanhar.

J-XZ.6 - Qiduan
Denominação: "extremidade da energia vital - qi".
Localização: grupo de dez pontos (cinco por pé), localizando-se cada ponto no centro da ponta dos
artelhos.
Técnica: punção perpendicular a 0,1 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: coma, paralisia dos artelhos e edema do pé, devidos a acidente vascular cerebral.

J-XZ.8 - Bafeng
Denominação: "oito ventos".
Localização: grupo de oito pontos (quatro por pé), localizando-se cada ponto no centro das pregas
interdigitais. Três deles correspondem a xinjian (Liv 2), neiting (S 44) e xiaxi (G 43).
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dor e edema na região dorsal do pé, e as mesmas que xinjian, neiting e xiaxi.

J-XZ.9 - Nuxi
Denominação: "joelho de mulher".
Localização: na região posterior do calcanhar, no centro do calcâneo.
Técnica: punção perpendicular a 0,1-0,2 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dor na região calcaneana, devida a traumatismo ou degenerescência óssea.

J-XZ.10 - Quanshengzu
Denominação: "fonte podal".
Localização: no tendão calcaneano, a nível do rebordo superior do calcâneo.
Técnica: punção perpendicular a 0,1-0,2 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dor na região calcaneana, lombalgias, espasmo esofágico e doenças cerebrais.

J-XZ.11 - Taiyinqiao
Denominação: "yin maior do calcanhar".
Localização: na depressão imediatamente abaixo do rebordo inferior do maléolo interno.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: infertilidade feminina, menstruação irregular, prolapso e hemorragia uterinas.

J-XZ.12 - Xiakunlun
Denominação: "inferior às montanhas sagradas Kun e Lun".
Localização: 1 cun abaixo de kunlun (B 60).
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: lombalgias, paraplegia e artrite tibiotársica.

J-XZ.13 - Lanweixue
Denominação: "orifício apendicular".
Localização: 2 cun directamente abaixo de zusanli (S 36).
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dispepsia, apendicite crónica e paralisia do membro inferior.

J-XZ.14 - Zuzhongping
Denominação: "nível intermédio da perna".
Localização: 1 cun directamente abaixo de zusanli (S 36).
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia do membro inferior.

J-XZ.15 - Xixia
Denominação: "abaixo do joelho".
Localização: no ligamento patelar, abaixo do ponto médio do rebordo inferior da rótula.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas musculo-esqueléticos da região articular do joelho.

J-XZ.16 - Neixiyan
Denominação: "olho interno do joelho".
Localização: na depressão existente no rebordo interno do ligamento rotuliano interno, imediatamente
abaixo da rótula. Deve ser localizado com o joelho em flexão de noventa graus.
Técnica: punção ligeiramente oblíqua a 0,7-1,0 cun, direccionada antero-posteriormente e interna-
externamente; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: hemiplegia e problemas musculo-esqueléticos da região articular do joelho.

J-XZ.17 - Neihuaijian
Denominação: "cume do maléolo interno".
Localização: no centro da proeminência do maléolo interno.
Técnica: moxibustão indirecta ou directa não escarificante.
Indicações: espasmos musculares no aspecto interno do pé.

J-XZ.18 - Zhizhuanjin
Denominação: "controlo do entorse" ou "controlo do músculo com entorse".
Localização: no ponto médio do contorno superior do maléolo interno.
Técnica: moxibustão indirecta ou directa não escarificante.
Indicações: lombalgias, espasmos musculares dos gémeos e entorses.

J-XZ.19 - Shaoyangwei
Denominação: "conexão yang menor".
Localização: 1 cun acima do ângulo póstero-superior do maléolo interno, entre taixi (K 3) e fuliu (K 7).
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia do membro inferior.

J-XZ.20 - Chengming
Denominação: "sustentáculo da vida".
Localização: 3 cun acima de taixi (K 3).
Técnica: punção oblíqua a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: edema e paralisia do membro inferior.

J-XZ.21 - Jiaoyi
Denominação: "cerimónia do intercâmbio".
Localização: 5 cun acima da proeminência do maléolo interno, tangencial ao rebordo tibial.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: leucorreia, menstruação irregular, edema e paralisia do membro inferior.
J-XZ.22 - Waihuaijian
Denominação: "cume do maléolo externo".
Localização: no centro da proeminência do maléolo externo.
Técnica: sangria; pode aplicar-se moxibustão indirecta ou directa não escarificante.
Indicações: cefaleias intensas e refractárias a outras terapêuticas, odontalgias e paraplegia.

J-XZ.23 - Dannangxue
Denominação: "orifício da vesícula biliar".
Localização: 1 ou 2 cun directamente abaixo de yanglingquan (G 34), respectivamente em crianças e em
adultos.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas biliares, dor no hipocôndrio, paresias e paralisia do membro inferior.

J-XZ.24 - Linghou
Denominação: "atrás da tumba".
Localização: abaixo do joelho, na depressão posterior à cabeça do perónio.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: ciatalgia, paralisia do membro inferior e artrite do joelho.

J-XZ.25 - Linghouxia
Denominação: "abaixo e atrás da tumba".
Localização: 0,5 cun abaixo de linghou.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: ciatalgia, nevralgia do peronial, paralisia do membro inferior e artrite do joelho.

J-XZ.26 - Xiwai
Denominação: "fora do joelho".
Localização: ligeiramente anterior a weiyang (B 39), na extremidade externa da prega transversal do
cavado poplíteo.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas musculo-esqueléticos da região articular externa do joelho.

J-XZ.27 - Heding
Denominação: "topo da grua".
Localização: na depressão acima do ponto médio do rebordo superior da rótula.
Técnica: punção perpendicular ou oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas musculo-esqueléticos da região articular do joelho.

J-XZ.28 - Kuangu
Denominação: "rótula".
Localização: grupo de dois pontos, 1,5 cun à direita e à esquerda de liangqiu (S 34).
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia do membro inferior e artrite do joelho.

J-XZ.29 - Shenxi
Denominação: "conexão do rim".
Localização: 1 cun abaixo de futu (S 32).
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia do membro inferior.

J-XZ.30 - Guantu
Denominação: "portão do coelho".
Localização: equidistante de biguan (S 31) e futu (S 32).
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: epigastralgias, diarreia e sequelas de paralisia infantil.

J-XZ.31 - Liaoliao
Denominação: "junção das junções".
Localização: na proeminência do côndilo femural interno.
Técnica: punção oblíqua a 0,7-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: menstruação irregular e hemorragia uterina.

J-XZ.32 - Dalun
Denominação: "grande roda".
Localização: no côndilo femural interno, 0,5 cun directamente acima de liaoliao.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: menstruação irregular, febre puerperal e artrite do joelho.

J-XZ.33 - Zuming
Denominação: "brilho da perna (pé)".
Localização: 1,5 cun directamente acima de liaoliao, ou 1 cun acima de dalun.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: menstruação irregular, febre puerperal e artrite do joelho.

J-XZ.34 - Baichongwo
Denominação: "ninho dos cem insectos".
Localização: 1 cun directamente acima de xuehai (Sp 10).
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: reacções urticariformes e eczematosas.

J-XZ.35 - Zuluo
Denominação: "laço da perna (pé)".
Localização: 3 cun directamente acima de dalun.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: menstruação irregular, febre puerperal e dor na coxa e no joelho.

J-XZ.36 - Chenggu
Denominação: "osso completo".
Localização: na proeminência do côndilo femural externo.
Técnica: sangria; pode aplicar-se moxibustão indirecta, ou directa não escarificante.
Indicações: lombalgias e problemas musculo-esqueléticos da região articular do joelho.

J-XZ.37 – Yinwei
Denominação: "delegação de yin".
Localização: grupo de três pontos localizados a 1, 2 e 3 cun acima da extremidade externa da prega
transversal do cavado poplíteo.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas mentais e problemas musculo-esqueléticos da região do joelho.

J-XZ.38 - Silian
Denominação: "quarta conexão".
Localização: 4 cun acima da extremidade externa da prega transversal do cavado poplíteo.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas mentais e problemas musculo-esqueléticos da região do joelho.

J-XZ.39 - Wuling
Denominação: "quinto espírito".
Localização: 5 cun acima da extremidade externa da prega transversal do cavado poplíteo.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas mentais e problemas musculo-esqueléticos da região do joelho.

J-XZ.40 - Lingbao
Denominação: "tesouro do espírito".
Localização: 6 cun acima da extremidade externa da prega transversal do cavado poplíteo.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas mentais e problemas musculo-esqueléticos da região do joelho.
J-XZ.41 - Shangbafeng
Denominação: "acima dos oito ventos".
Localização: grupo de quatro pontos em cada pé, localizados 0,5 cun acima dos respectivos bafeng (J-
XZ.8). Três deles correspondem a taichong (Liv 3), xiangu (S 43) e dihuwui (G 42).
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: edema na região dorsal do pé e as mesmas que taichong, xiangu e dihuwui.

Pontos Extraordinários Contemporâneos

Cabeça e Pescoço

Figura 11.12
PONTOS CONTEMPORÂNEOS − CABEÇA E PESCOÇO

X-TJ.1 - Shangjingming
Denominação: "acima do brilho dos olhos".
Localização: 0,2 cun acima de jingming (B 1). Deve ser localizado com as pálpebras fechadas e relaxadas
(como a "pálpebra do olho perdido de Camões").
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun.
Indicações: conjuntivite, ametropia, estrabismo, retinite e atrofia do nervo óptico.
Contra-indicações: punção profunda e moxibustão.

X-TJ.2 - Xiagjingming
Denominação: "abaixo do brilho dos olhos".
Localização: 0,2 cun abaixo de jingming (B 1). Deve ser localizado com as pálpebras fechadas e
relaxadas (como a "pálpebra do olho perdido de Camões").
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun.
Indicações: conjuntivite, ametropia, estrabismo, retinite e atrofia do nervo óptico.
Contra-indicações: punção profunda e moxibustão.
X-TJ.3 - Jianming
Denominação: "brilho reforçado".
Localização: 0,4 cun abaixo de jingming (B 1), tangencialmente ao rebordo inferior da cavidade
orbitaria. Deve ser localizado com as pálpebras fechadas e relaxadas.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun.
Indicações: dacrocistite, panus, cegueira nocturna, ametropia, estrabismo, atrofia do nervo óptico, retinite
e retinite pigmentosa.
Contra-indicações: punção profunda e moxibustão.

X-TJ.4 - Shangming
Denominação: "brilho superior".
Localização: directamente abaixo do ponto médio da sobrancelha, tangencial ao rebordo superior da
cavidade orbitaria. Deve localizar-se com as pálpebras fechadas e relaxadas.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun.
Indicações: ametropia, opacidade do corpo vítreo, atrofia do nervo óptico e retinite.
Contra-indicações: punção profunda e moxibustão.

X-TJ.5 - Zengming
Denominação: "brilho aumentado".
Localização: grupo de dois pontos distanciados 0,2 cun de shangming, interna e externamente. Devem
ser localizados com as pálpebras fechadas e relaxadas.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun.
Indicações: ametropia, opacidade da córnea, atrofia do nervo óptico e retinite.
Contra-indicações: punção profunda e moxibustão.

X-TJ.6 – Waiming
Denominação: "brilho externo".
Localização: 0,3 cun directamente acima do canto externo do olho. Deve ser localizado com as pálpebras
fechadas e relaxadas.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun.
Indicações: ametropia, opacidade da córnea, atrofia do nervo óptico e retinite.
Contra-indicações: punção oblíqua ou profunda e moxibustão.

X-TJ.8 - Tingxue
Denominação: "orifício auditivo".
Localização: equidistante de tinggong (SI 19) e tinghui (G 2).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; deve ser puncionado com a boca entreaberta.
Indicações: tinitus, zumbidos e hipoacusia.

X-TJ.9 - Tingling
Denominação: "inspiração auditiva".
Localização: equidistante de tingxue e tinghui (G 2).
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; deve ser puncionado com a boca entreaberta.
Indicações: tinitus, zumbidos e hipoacusia.

X-TJ.10 - Tingcong
Denominação: "audição".
Localização: 0,2 cun directamente abaixo de tinghui (G 2).
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: hipoacusia.

X-TJ.11 - Tingmin
Denominação: "sensibilidade auditiva".
Localização: no ponto mais inferior da inserção do pavilhão auricular.
Técnica: punção perpendicular a 0,7 cun
Indicações: hipoacusia.

X-TJ.12 - Shangergen
Denominação: "acima da raiz da orelha".
Localização: no ponto mais superior da inserção do pavilhão auricular.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun.
Indicações: esclerose lateral e hipoacusia.

X-TJ.13 - Houtinggong
Denominação: "palácio posterior da audição".
Localização: ponto retroauricular na raiz do pavilhão, a nível de tinggong (SI 19).
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun.
Indicações: hipoacusia.

X-TJ.14 - Houtingxue
Denominação: "orifício posterior da audição".
Localização: equidistante de tinggong (SI 19) e yilong (X-TJ.15).
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun.
Indicações: hipoacusia.

X-TJ.15 - Yilong
Denominação: "barreira da surdez".
Localização: na depressão retroauricular 0,5 cun acima de yifeng (SJ 17).
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun.
Indicações: tinitus, zumbidos e hipoacusia.

X-TJ.16 - Houcong
Denominação: "audição posterior".
Localização: na raiz do pavilhão auricular, equidistante de shangergen e houtinggong.
Técnica: punção oblíqua a 0,2-0,3 cun.
Indicações: hipoacusia.

X-TJ.17 - Ciqian
Denominação: "antes do reservatório".
Localização: 0,5 cun anterior a fengchi (G 20).
Técnica: punção oblíqua a 0,5-1,0 cun, dirigida a yifeng (SJ 17).
Indicações: tinitus e hipoacusia.

X-TJ.18 - Yimingxia
Denominação: "abaixo da barreira brilhante".
Localização: 0,5 cun abaixo de yiming (J-TJ.13).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: cefaleias, vertigens, tinitus, zumbidos, hipoacusia, cegueira nocturna e atrofia do nervo
óptico.

X-TJ.19 - Tianting
Denominação: "audição do paraíso".
Localização: 0,5 cun abaixo de eranmian (X-TJ.22).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: tinitus, zumbidos e hipoacusia.

X-TJ.20 - Qianzheng
Denominação: "tracção correcta".
Localização: anterior ao lobo auricular, 0,5 cun anterior e superior a tingmin (X-TJ.11).
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun, dirigida anteriormente.
Indicações: inflamação da parótida e paralisia do facial.

X-TJ.21 - Yanchi
Denominação: "rochedo do reservatório".
Localização: na delimitação do couro cabeludo, no ponto mais elevado da mastóide.
Técnica: punção oblíqua a 0,5-0,7 cun, dirigida posteriormente.
Indicações: hipertensão arterial e vertigens.
X-TJ.22 - Anmian (yianmian, eranmian)
Denominação: "sono pacífico (primeiro e segundo)".
Localização: grupo de dois pontos equidistantes de yifeng (SJ 17) e yiming (D-TJ.13), e de fengchi (G
20) e yiming e denominados, respectivamente, yianmian e eranmian.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun.
Indicações: hipertensão arterial, hemicrania, insónias, tinitus, palpitações e vertigens.

X-TJ.23 - Xingfen
Denominação: "excitação".
Localização: 0,5 cun directamente acima de eranmian.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun.
Indicações: bradicardia, idiotia e hipersonolência secundárias.

X-TJ.24 - Ronghou
Denominação: "atrás da contenção".
Localização: posterior a tianrong (SI 17) e 1,5 cun abaixo de yifeng (SJ 17).
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun.
Indicações: odontalgias, cefaleias e hipoacusia.

X-TJ.25 - Qiangyin
Denominação: "som forte".
Localização: 2 cun lateral ao pomo de Adão, póstero-superior a renying (S 9).
Técnica: punção oblíqua a 0,5 cun, dirigida à base da língua; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: afasia devida a problemas das cordas vocais.

X-TJ.26 - Zengyin
Denominação: "som aumentado".
Localização: equidistante do pomo de Adão e do ângulo mandibular.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun, dirigida à laringofaringe; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: afasia devida a problemas das cordas vocais.

X-TJ.27 - Xiafutu
Denominação: "abaixo da lebre misteriosa".
Localização: 0,5 cun directamente abaixo de futu (S 32).
Técnica: punção oblíqua ascendente a 0,2-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: bócio normotiroideu, trémulo e paralisia do membro superior.

X-TJ.28 - Jingzhong
Denominação: "meio do pescoço".
Localização: no rebordo posterior do esternocleidomastoideu, 2 cun abaixo de eranmian.
Técnica: punção oblíqua ascendente a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: torcicolite, rigidez da nuca e hemiplegia.

X-TJ.29 - Jianei
Denominação: "dentro da face".
Localização: na mucosa bucal, ao nível do primeiro molar.
Técnica: sangria ou punção horizontal ascendente a 0,3-0,5 cun, dirigida à orelha.
Indicações: paralisia do facial e hipoacusia.

X-TJ.30 - Sizhong
Denominação: "quatro no meio".
Localização: conjunto de quatro pontos a 2 cun de baihui (Du 20), anterior, posterior e lateralmente.
Técnica: punção horizontal a 0,5-1,0 cun.
Indicações: hidrocefalia (resultados duvidosos).

X-TJ.31 - Tounie
Denominação: "templo da cabeça".
Localização: 1 cun posterior a taiyang (D-TJ.9).
Técnica: punção oblíqua a 0,7-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: amnésia e perda progressiva da memória.
X-TJ.32 - Dingshen
Denominação: "espírito fixo".
Localização: na junção do terço inferior com o terço médio da goteira nasolabial, cerca de 0,4 cun abaixo
do nariz.
Técnica: punção oblíqua ascendente a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas mentais, epilepsia, convulsões e dismenorreia.

X-TJ.33 - Guancai
Denominação: "portão luxuriante".
Localização: 0,2 cun anterior a jiaosun (SJ 20).
Técnica: moxibustão indirecta ou directa.
Indicações: inflamação da parótida.

X-TJ.34 - Xinzanzhu
Denominação: "novo bambu enrugado".
Localização: 0,5 cun acima e lateralmente a shangjingming (X-TJ.1).
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun.
Indicações: nevralgia supraorbitária e rinite.

X-TJ.35 - Tongming
Denominação: "brilho da pupila".
Localização: 0,5 cun directamente abaixo de tongziliao (G 1).
Técnica: punção oblíqua a 0,5-0,7 cun.
Indicações: ametropia.

X-TJ.36 - Tingxiang
Denominação: "audição do som".
Localização: 0,1 cun directamente acima de ermen (SJ 21).
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: hipoacusia.

X-TJ.37 - Shanglong
Denominação: "surdez de cima".
Localização: equidistante de ermen (SJ 21) e tinggong (SI 19).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun, com a boca entreaberta; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: mutismo e surdez.

X-TJ.38 - Tinglongqian
Denominação: "entre a audição e a surdez".
Localização: equidistante de tingxue (X-TJ.8) e tinggong (SI 19).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun, com a boca entreaberta; pode ser aplicada moxibustão.
Indicações: hipoacusia e surdez.

X-TJ.39 - Yaming
Denominação: "chamada muda".
Localização: 1 cun anterior a fengchi (G 20).
Técnica: punção oblíqua a 0,5-1,0 cun, dirigida à ponta do nariz; pode aplicar-se moxibustão
Indicações: inflamação laríngea, hipoacusia e surdez.

X-TJ.40 - Chixia
Denominação: "abaixo do reservatório".
Localização: 0,5 cun directamente abaixo de fengchi (G 20).
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: cefaleias occipitais, vertigens, problemas da visão e retinite pigmentosa.

X-TJ.41 - Tongerdao
Denominação: "através do canal auditivo".
Localização: 1 cun directamente abaixo de yiming (D-TJ.13).
Técnica: punção oblíqua a 0,5-1,0 cun, em direcção ao tímpano; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: tinitus, hipoacusia, surdez e mudez.
X-TJ.42 - Waierdaokou
Denominação: "abertura do canal auditivo".
Localização: no meio do contorno superior do orifício do canal auditivo externo.
Técnica: punção perpendicular a 0,1-0,3 cun.
Indicações: tinitus, hipoacusia e surdez.

X-TJ.43 - Qiying
Denominação: "inchaço de energia vital".
Localização: 0,2 cun anterior e superior a shuitu (S 10).
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,7 cun.
Indicações: bócio normo ou hipertiroideu.

X-TJ.44 - Shangtianzhu
Denominação: "acima do pilar do paraíso".
Localização: na região posterior do pescoço, 0,5 cun acima de tianzhu (B 10).
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun.
Indicações: hipertiroidismo, cefaleias e tonturas.

X-TJ.45 - Xiayamen
Denominação: "abaixo da porta da mudez".
Localização: 1 cun directamente abaixo de yamen (Du 15).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun.
Indicações: cefaleias occipitais, convulsões, problemas mentais e sequelas de acidente vascular cerebral.

X-TJ.46 - Fuyamen
Denominação: "porta secundária da mudez".
Localização: 1 cun abaixo e 0,5 cun lateral a yamen (Du 15).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun.
Indicações: cefaleias occipitais, convulsões, problemas mentais e sequelas de acidente vascular cerebral.

X-TJ.47 - Xinyi
Denominação: "um novo".
Localização: entre as apófises espinhosas da quinta e da sexta vértebras cervicais.
Técnica: punção oblíqua ascendente a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas mentais e convulsões.

X-TJ.48 - Xiaxinshi
Denominação: "novo reconhecimento inferior".
Localização: 0,5 cun abaixo de xinshi (J-TJ.29).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas hipofisários e cefaleias occipitais.

X-TJ.49 - Zhongjie
Denominação: "conexão intermédia".
Localização: 0,5 cun directamente acima de fengfu (Du 16).
Técnica: punção oblíqua lateral a 0,3-0,5 cun.
Indicações: cefaleias, obnubilação, epistaxis e problemas mentais.

X-TJ.50 - Dijia
Denominação: "bócio endémico".
Localização: 0,5 cun acima e lateralmente a dazhui (Du 14).
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: bócio endémico.

X-TJ.51 - Zhinao
Denominação: "cérebro curado".
Localização: grupo de cinco pontos equidistantes e localizados no ponto médio de uma linha imaginária
entre a base das apófises espinhosas da segunda à sétima vértebras cervicais.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: sequelas de doenças cerebrais.
X-TJ.52 - Huxi
Denominação: "respiração".
Localização: 0,5 cun abaixo do ponto de cruzamento da veia jugular com o rebordo posterior do músculo
esternocleidomastoideu.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dispneia, apneia, paralisia dos músculos respiratórios e espasmo diafragmático.

X-TJ.53 - Zhiou
Denominação: "paragem do vómito".
Localização: equidistante de lianquan (Ren 23) e tiantu (Ren 22).
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun, dirigida a tiantu; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: vómitos e excesso de expectoração.

X-TJ.54 - Anmian (sananmian)


Denominação: "sono pacífico (terceiro)".
Localização: equidistante de fengchi (G 20) e yifeng (SJ 17).
Técnica: punção oblíqua a 0,5-0,7 cun.
Indicações: cefaleias, vertigens, palpitações, insónias e problemas mentais.

Região Tóraco-Abdominal

Figura 11.13
PONTOS CONTEMPORÂNEOS − REGIÃO TÓRACO-ABDOMINAL

X-XF.1 - Shuishang
Denominação: "acima da água".
Localização: 0,5 cun acima de shuifen (Ren 9).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dor e distensão abdominal, diarreia e hiperacidez gástrica.
X-XF.2 - Weile
Denominação: "felicidade gástrica".
Localização: 0,2 cun acima e 4 cun lateral a shuifen (Ren 9).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: epigastralgias e ptose gástrica.

X-XF.3 - Zhixie
Denominação: "paragem da diarreia".
Localização: 2,5 cun directamente abaixo do umbigo.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: enurese, retenção urinária e diarreia.

X-XF.4 - Titouxue
Denominação: "orifício de sustentação e elevação".
Localização: 4 cun lateral a guanyuan (Ren 4).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dor hipogástrica e e prolapso uterino.

X-XF.5 - Chongjian
Denominação: "entre aguaceiros".
Localização: 3 cun lateral a qugu (Ren 2).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia das pernas e prolapso uterino.

X-XF.6 - Shuxi
Denominação: "caminho do rato".
Localização: 3 cun inferior e 1 cun lateral a titouxue (X-XF.4).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: fraqueza dos músculos adutores da coxa.

X-XF.7 - Xiongdaji
Denominação: "grande peitoral".
Localização: 1,5 cun lateral ao mamilo.
Técnica: punção oblíqua a 0,2-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: atrofia do músculo grande peitoral.

X-XF.8 - Ganshi
Denominação: "domicílio do fígado".
Localização: no sexto espaço intercostal, directamente abaixo do mamilo.
Técnica: punção oblíqua a 0,2-0,3 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dor no hipocôndrio.

X-XF.9 - Chuangxinmen
Denominação: "porta recém-criada".
Localização: 4 cun lateral e 3 cun acima do umbigo, tangencialmente ao rebordo inferior da grade costal.
Técnica: punção oblíqua a 0,2-0,4 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas hepáticos ou esplénicos, meteorismo e parasitoses intestinais.

X-XF.10 - Tiwei
Denominação: "elevador do estômago".
Localização: 4 cun lateral a zhongwan (Ren 12).
Técnica: punção oblíqua a 1,5-2,0 cun dirigida a tianshu (S 25); pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dispepsia e ptose gástrica.

X-XF.11 - Tongbian
Denominação: "borborigmos".
Localização: 3 cun lateral ao umbigo.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: obstipação e sub-oclusão intestinal.
X-XF.12 - Xinqixue
Denominação: "orifício da nova energia vital - qi".
Localização: 0,5 cun acima e 1,5 cun lateral a qihai (Ren 6).
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: infertilidade feminina e problemas inflamatórios dos orgãos da cavidade pélvica.

X-XF.13 - Xiazhongji
Denominação: "abaixo do cume intermédio".
Localização: 0,5 cun abaixo de zhongji (Ren 3).
Técnica: punção oblíqua a 1,0-1,2 cun dirigida ao púbis; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: incontinência urinária por acidente vascular cerebral.

X-XF.14 - Yeniao
Denominação: "urina nocturna".
Localização: 1 cun lateral a xiazhongji.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun.
Indicações: enurese e incontinência urinária.

X-XF.15 - Zigongjing
Denominação: "colo uterino".
Localização: grupo de dois pontos localizados nas extremidades do diâmetro transversal do orifício do
colo uterino, ou seja, "às três e às nove horas".
Técnica: punção perpendicular a 0,3 cun.
Indicações: cervicite crónica.
Contra-Indicações: punção profunda, retenção e manipulação da agulha filiforme.

X-XF.16 - Tigangjixue
Denominação: "elevador do orifício anal".
Localização: na comissura vaginal posterior, 0,5 cun anterior e lateral a huiyin (Ren 1).
Técnica: punção perpendicular do músculo elevador do ânus, a 1,0-1,5 cun.
Indicações: prolapso uterino.

X-XF.17 - Yinbian
Denominação: "lateral aos orgãos genitais".
Localização: no rebordo inferior da sínfise púbica, 0,5 cun lateral a longmen (J-XF.24).
Técnica: punção oblíqua ascendente a 0,3-0,5 cun.
Indicações: problemas funcionais da bexiga, devidos a acidente vascular cerebral.

X-XF.18 - Weishangxue
Denominação: "acima do orifício do estômago".
Localização: 3 cun lateral a xiawan (Ren 10).
Técnica: punção horizontal a 1,0-1,5 cun, dirigida ao umbigo; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: distensão abdominal e ptose gástrica.
Região Dorso-Lombar

Figura 11.14
PONTOS CONTEMPORÂNEOS − REGIÃO DORSO-LOMBAR

X-BY.1 - Liujingzhuipang
Denominação: "lateral à sexta vértebra cervical".
Localização: 0,5 cun lateral à apófise espinhosa da sexta vértebra cervical.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: rinite e parosmia.

X-BY.2 - Xueyadian
Denominação: "ponto da pressão sanguínea".
Localização: 2 cun lateral à apófise espinhosa da sexta vértebra cervical.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: hipertensão arterial e crise hipotensiva.

X-BY.3 - Qijingzhuipang
Denominação: "lateral à sétima vértebra cervical".
Localização: 0,5 cun lateral à apófise espinhosa da sétima vértebra cervical.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: processos inflamatórios da orofaringe.

X-BY.4 - Dingchuan
Denominação: "término da chiadeira".
Localização: 0,5 cun ou 1 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da sétima vértebra cervical,
respectivamente em crianças e adultos.
Técnica: punção ligeiramente oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: tosse, dispneia e torcicolite.
X-BY.5 - Waidingchuan
Denominação: "exterior ao término da chiadeira".
Localização: 1,5 cun lateral a dazhui (Du 14).
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun, dirigida à coluna; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: tosse e dispneia.

X-BY.6 - Jiehexue
Denominação: "orifício da tuberculose".
Localização: 3,5 cun lateral a dazhui (Du 14).
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,4 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: tuberculose, tosse, dispneia e outros problemas pulmonares.

X-BY.7 - Weirexue
Denominação: "orifício do calor do estômago".
Localização: 0,5 cun lateral à apófise espinhosa da quarta vértebra dorsal. É um dos huatuo jiaji xue (J-
BY.35).
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun, dirigida à coluna; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: epigastralgias e vómitos.

X-BY.8 - Ganrexue
Denominação: "orifício do calor do fígado".
Localização: 0,5 cun lateral à apófise espinhosa da quinta vértebra dorsal. É um huatuojiaji.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun, dirigida à coluna; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dispneia, nevralgia intercostal e problemas hepatobiliares.

X-BY.9 - Jiantongdian
Denominação: "ponto da dor no ombro".
Localização: no ponto médio do rebordo lateral da omoplata.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas musculo-esqueléticos da região articular do ombro.

X-BY.10 - Pirexue
Denominação: "orifício do calor do baço".
Localização: 0,5 cun lateral à apófise espinhosa da sexta vértebra dorsal. É um huatuojiaji.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun, dirigida à coluna; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas hepatobiliares, esplénicos e pancreáticos.

X-BY.11 - Shenrexue
Denominação: "orifício do calor do rim".
Localização: 0,5 cun lateral à apófise espinhosa da sétima vértebra dorsal. É um huatuojiaji.
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun, dirigida à coluna; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: disúria, polaquiúria e outros problemas nefro-urológicos.

X-BY.12 - Jianming (erjianming)


Denominação: "brilho reforçado (dois)".
Localização: 1,5 cun lateral à apófise espinhosa da nona vértebra dorsal, 0,5 cun abaixo de ganshu (B
18).
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun, dirigida à coluna; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: retinite e atrofia do nervo óptico.

X-BY.13 - Kuiyangxue
Denominação: "orifício da úlcera".
Localização: 1,5 cun lateral a weicang (B 50).
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: úlcera péptica e dispepsia.

X-BY.14 - Weishu
Denominação: "conforto do estômago".
Localização: 4,5 cun lateral à apófise espinhosa da segunda vértebra lombar.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: epigastralgias, úlcera péptica e dispepsia.

X-BY.15 - Shenji
Denominação: "coluna do rim".
Localização: 0,5 cun lateral à apófise espinhosa da segunda vértebra lombar.
Técnica: punção perpendicular a 0,8-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: espondilite, inflamação dos ligamentos vertebrais e paralisia do membro inferior.

X-BY.16 - Tiaoyue
Denominação: "salto".
Localização: 2 cun posterior e inferior ao ponto mais elevado da espinha ilíaca.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: sequelas de paralisia infantil.

X-BY.17 - Zuogu
Denominação: "ísquion".
Localização: 1 cun abaixo do ponto médio entre o grande trocanter e a ponta do cóccix.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: ciatalgia e paralisia do membro inferior.

X-BY.18 - Pangqiang
Denominação: "ao lado do suporte".
Localização: 1,5 cun lateral a changqiang (Du 1).
Técnica: punção oblíqua ascendente a 1,5-2,0 cun.
Indicações: prolapso rectal e uterino.

X-BY.19 - Juguxia
Denominação: "abaixo do grande osso".
Localização: 2 cun abaixo de jugu (LI 16).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas musculo-esqueléticos da região articular do ombro.

X-BY.20 - Feirexue
Denominação: "orifício do calor do pulmão".
Localização: 0,5 cun lateral à apófise espinhosa da terceira vértebra dorsal. É um dos huatuo jiaji xue (J-
BY.35).
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun, dirigida à coluna; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dorsalgias, dispneia e outros problemas respiratórios.

X-BY.21 - Anmian (sianmian)


Denominação: "sono pacífico (quatro)".
Localização: 0,5 cun lateral a geshu (B 17).
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: irritabilidade, insónias e dispneia.

X-BY.22 - Zhongjiaoshu
Denominação: "sulco do aquecedor intermédio".
Localização: 2 cun lateral à apófise espinhosa da décima segunda vértebra dorsal.
Técnica: punção oblíqua ascendente a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: parasitoses intestinais.

X-BY.23 - Shenxin
Denominação: "novo rim".
Localização: 0,5 cun lateral a shenshu (B 23).
Técnica: punção oblíqua a 0,7-1,0 cun, dirigida à coluna; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: febre reumática.

X-BY.24 - Zhantan
Denominação: "combate à paralisia".
Localização: 2,5 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da segunda vértebra lombar.
Técnica: punção oblíqua a 1,5-2,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paraplegia.

X-BY.25 - Xishang
Denominação: "acima do córrego".
Localização: 0,5 cun lateral ao rebordo inferior da apófise espinhosa da quarta vértebra lombar. É um dos
huatuo jiaji xue (J-BY.35).
Técnica: punção perpendicular a 1,2-2,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dor no membro inferior e problemas musculo-esqueléticos da região lombar.

X-BY.26 - Zhigao
Denominação: "no mais alto".
Localização: grupo de pontos que variam de acordo com a localização das raízes nervosas que se
pretendem estimular. Estão localizados duas vértebras acima dos locais atingidos, no ponto médio dos
corpos vertebrais.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paraplegia.

X-BY.27 - Gaoweishu
Denominação: "sulco do mais alto".
Localização: 1,5 cun lateral a qualquer um dos zhigao.
Técnica: punção oblíqua a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paraplegia.

X-BY.28 - Diwei
Denominação: "posição baixa".
Localização: grupo de pontos que variam de acordo com a localização das raízes nervosas que se
pretendem estimular. Estão localizados duas vértebras abaixo dos locais atingidos, no ponto médio dos
corpos vertebrais.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paraplegia.

X-BY.29 - Diweishu
Denominação: "sulco da posição baixa".
Localização: 1,5 cun lateral a qualquer um dos diwei.
Técnica: punção oblíqua a 0,5-0,8 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paraplegia.

X-BY.30 - Juejin
Denominação: "escavação anterior".
Localização: grupo de quatro pares de pontos dispostos simetricamente ao longo da coluna lombar, 2 cun
lateralmente e 1 cun abaixo do rebordo inferior das apófises espinhosas, respectivamente da primeira,
segunda, terceira e quarta vértebras.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,2 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paraplegia.

X-BY.31 - Maigen
Denominação: "raiz dos vasos".
Localização: 3 cun lateral e 0,5 cun abaixo do segundo foramen sagrado.
Técnica: punção perpendicular a 1,5-2,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: na síndrome constituída por fadiga fácil, cãibras nas pernas, parestesias nos pés e dor limitada
a um dos artelhos, a qual é geralmente devida a doença vascular oclusiva crónica das veias e artérias
periféricas das extremidades inferiores (doença de Buerger).

X-BY.32 - Dayan
Denominação: "golpe no olho".
Localização: 2,5 cun lateral e 0,5 cun abaixo de yaoshu (Du 2).
Técnica: punção perpendicular a 1,5-2,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: incontinência de urina e fezes devida a paraplegia por acidente vascular cerebral.
X-BY.33 - Libian
Denominação: "regulador das excreções".
Localização: 1 cun lateral ao vértice coccígeo.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: incontinência de urina e fezes devida a paraplegia por acidente vascular cerebral.

X-BY.34 - Bikong
Denominação: "buraco fechado".
Localização: 2 cun lateral ao vértice coccígeo.
Técnica: punção perpendicular a 1,5-2,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: ciatalgia e paralisia dos membros inferiores.

X-BY.35 - Weigupang
Denominação: "lateral ao cóccix".
Localização: 0,5 cun posterior a huiyin (Ren 1).
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: incontinência de urina e fezes devida a paraplegia por acidente vascular cerebral.

X-BY.36 - Qiaohoushangji
Denominação: "espinha ilíaca póstero-superior".
Localização: na espinha ilíaca póstero-superior.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia dos membros inferiores.

X-BY.37 - Huanyue
Denominação: "cerco".
Localização: no ponto de cruzamento de duas linhas imaginárias, uma traçada entre o grande trocanter e a
apófise espinhosa da quinta vértebra lombar, e outra entre a espinha ilíaca antero-superior e o vértice do
cóccix.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,2 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia dos membros inferiores.

X-BY.38 - Xiajiaoshu
Denominação: "sulco do aquecedor inferior".
Localização: equidistante de changqiang (Du 1) e do orifício anal.
Técnica: punção oblíqua ascendente a 1,0-1,5 cun.
Indicações: incontinência de fezes e parasitoses intestinais.

X-BY.39 - Gangmensixue
Denominação: "quatro orifícios do ânus".
Localização: grupo de quatro pontos equidistantes 0,5 cun do ânus; o orifício anal ocupa a posição
central e os pontos estão localizados antero-postero-lateralmente.
Técnica: punção oblíqua ascendente a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: incontinência de urina e fezes devida a paraplegia por acidente vascular cerebral.
Membro Superior

Figura 11.15
PONTOS CONTEMPORÂNEOS − MEMBRO SUPERIOR

X-SZ.1 - Yatong
Denominação: "odontalgia".
Localização: na face palmar, entre o terceiro e o quarto dedos, 1 cun acima da articulação
metacarpofalângicas.
Técnica: punção perpendicular a 0,3 cun; pode aplicar-se moxibustão directa ou indirecta.
Indicações: odontalgia.

X-SZ.2 - Nuemen
Denominação: "porta da malária".
Localização: na face dorsal, entre o terceiro e o quarto dedos, na junção das epidermes branca e vermelha.
Técnica: punção oblíqua a 0,5-0,8 cun.
Indicações: problemas oculares e acessos febris originados pela malária.

X-SZ.3 - Luolingwu
Denominação: "metade do torcicolo".
Localização: na face dorsal da mão, 0,5 cun acima de luozhen (J-SZ.24).
Técnica: punção oblíqua a 0,5-0,8 cun.
Indicações: hipertensão arterial, epigastralgias e torcicolite.

X-SZ.4 - Shanghouxi
Denominação: "acima do córrego posterior".
Localização: na face dorsal da mão, equidistante de houxi (SI 3) e wangu (SI 4).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: hipoacusia, tinitus e parestesias dos dedos.

X-SZ.5 - Xishang
Denominação: "acima da fenda".
Localização: no antebraço, 3 cun acima de ximen (P 4).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: palpitações e problemas musculares locais.

X-SZ.6 - Luoshang
Denominação: "acima da conexão".
Localização: no antebraço, 3 cun acima de waiguan (SJ 5).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: hipoacusia e paralisia do membro superior.

X-SZ.7 - Yingxia
Denominação: "abaixo do olecrâneo".
Localização: entre o cúbito e o rádio, 3 cun abaixo do olecrâneo.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: hipoacusia e paralisia do membro superior.

X-SZ.8 - Niushangxue
Denominação: "orifício do entorse que bloqueia".
Localização: 1,5 cun abaixo de quchi (LI 11).
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: bloqueio agudo da coluna lombar.

X-SZ.9 - Gongzhong
Denominação: "meio do úmero".
Localização: no braço, 2,5 cun abaixo de tianquan (P 2).
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia do membro superior, ombro congelado, pulso caído e palpitações.

X-SZ.10 - Jubi
Denominação: "elevador do braço".
Localização: na região do ombro, 2 cun abaixo de taijian (X-SZ.11).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: sequelas de paralisia infantil.

X-SZ.11 - Taijian
Denominação: "ombro levantado".
Localização: na região do ombro, 1,5 cun antero-inferior ao acrómio.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: sequelas de paralisia infantil.

X-SZ.12 - Yingshang
Denominação: "acima do olecraneo".
Localização: 4 cun directamente acima do olecraneo.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: palpitações e sequelas de paralisia infantil.

X-SZ.13 - Jianming
Denominação: "ver o brilho".
Localização: 0,5 cun posterior à inserção umeral do deltóide.
Técnica: punção oblíqua ascendente a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas visuais e paralisia do membro superior.

X-SZ.14 - Naoshang
Denominação: "acima da omoplata".
Localização: na proeminência do músculo deltóide.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia do membro superior e problemas musculo-esqueléticos da região escápulo-umeral.

X-SZ.15 - Hubian
Denominação: "ao lado do tigre".
Localização: na face dorsal da mão, equidistante de sanjian (LI 3) e hegu (LI 4).
Técnica: punção oblíqua a 0,5-1,0 cun, dirigida a houxi (SI 3); pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: convulsões, histeria e outros problemas mentais.

X-SZ.16 - Zhizhang
Denominação: "palma do dedo".
Localização: na face palmar, entre as articulações metacarpofalângicas do terceiro e do quarto dedos.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: insónias, perda progressiva da memória e convulsões.

X-SZ.17 - Neihegu
Denominação: "interior ao entroncamento dos vales".
Localização: na face palmar, proximal à cabeça do segundo metacarpiano.
Técnica: punção oblíqua a 0,5-0,7 cun, dirigida a hegu (LI 4); pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: torcicolite.

X-SZ.18 - Tongling
Denominação: "interior ao entroncamento dos vales".
Localização: na face dorsal da mão, entre o terceiro e o quarto metacarpianos, 1 cun posterior ao nó dos
dedos.
Técnica: punção oblíqua ascendente a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: cefaleias, odontalgias e epigastralgias.

X-SZ.19 - Yaotong
Denominação: "lombalgia".
Localização: na face dorsal da mão, entre o terceiro e o quarto metacarpianos.
Técnica: punção oblíqua ascendente a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: lombalgias pós traumáticas.

X-SZ.20 - Sanliwai
Denominação: "fora da terceira milha".
Localização: no antebraço, 1 cun lateral e 2 cun abaixo de quchi (LI 11).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: distensão do cotovelo e paralisia do membro superior.

X-SZ.21 - Xinquchi
Denominação: "novo charco tortuoso".
Localização: no braço, 0,5 cun directamente acima de quchi (LI 11).
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: hipertensão arterial.

X-SZ.22 - Shangquchi
Denominação: "acima do charco tortuoso".
Localização: no braço, 1,5 cun directamente acima de quchi (LI 11).
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia do membro superior.

X-SZ.23 - Zhiyang
Denominação: "paragem da comichão".
Localização: no braço, 1 cun directamente acima de zhouliao (LI 12).
Técnica: punção oblíqua ascendente a 0,7-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: prurido e reacções urticariformes.

X-SZ.24 - Shenzhou
Denominação: "extensão do cotovelo".
Localização: no aspecto cubital do braço, 1,5 cun acima do olecraneo.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: rigidez da articulação do cotovelo após imobilização prolongada.
X-SZ.25 - Xiaxiabai
Denominação: "aparência vistosa inferior".
Localização: no braço, 3 cun abaixo de xiabai (L 4).
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: palpitações e febre reumática.

X-SZ.26 - Xiaokuai
Denominação: "eliminação do inchaço".
Localização: na extremidade apical da prega axilar anterior.
Técnica: punção oblíqua ascendente a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão indirecta ou directa não
escarificante.
Indicações: tumefacções e tumorações mamarias.

X-SZ.27 - Zhitan
Denominação: "controlo da paralisia".
Localização: na depressão inferior à extremidade acromial da clavícula.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: hemiplegia por acidente vascular cerebral e problemas musculo-esqueléticos da região
articular do ombro.

Membro Inferior

Figura 11.16
PONTOS CONTEMPORÂNEOS − MEMBRO INFERIOR

X-XZ.1 - Zhiping
Denominação: "ao nível do dedo".
Localização: na face dorsal dos artelhos, no ponto médio da prega transversal da articulação
metatarsofalângica.
Técnica: punção oblíqua a 0,1-0,2 cun; pode aplicar-se moxibustão directa ou indirecta.
Indicações: paraplegia e sequelas de paralisia infantil.
X-XZ.2 - Panggu
Denominação: "vale vizinho".
Localização: na face dorsal do pé, 1 cun proximal à prega interdigital entre o terceiro e o quarto artelhos.
Técnica: punção perpendicular a 0,2-0,3 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: sequelas de paralisia infantil.

X-XZ.3 - Genping
Denominação: "ao nível do tornozelo".
Localização: no centro do tendão de Aquiles, a nível das proeminências maleolares.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,4 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: pé caído, como consequência de paralisia infantil.

X-XZ.4 - Naoqing
Denominação: "cérebro desobstruído".
Localização: 1,5 cun acima de jiexi (S 41).
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: lassidão, vertigens, amnésia e pé caído, como consequência de paralisia infantil.

X-XZ.5 - Jingxia
Denominação: "abaixo da tíbia".
Localização: 3 cun acima de jiexi (S 41) e 1 cun lateral à crista tibial anterior.
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: pé caído, como consequência de paralisia infantil e paralisia do membro inferior.

X-XZ.6 - Wanli
Denominação: "dez mil milhas".
Localização: 0,5 cun directamente abaixo de zusanli (S 36).
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: ametropia, cegueira nocturna e atrofia do nervo óptico.

X-XZ.7 - Liwai
Denominação: "fora da milha".
Localização: 1 cun lateral a zusanli (S 36).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: sequelas de paralisia infantil.

X-XZ.8 - Lishang
Denominação: "acima da milha".
Localização: 1 cun acima de zusanli (S 36).
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: sequelas de paralisia infantil.

X-XZ.9 - Genjin
Denominação: "calcanhar rígido".
Localização: 9 cun directamente abaixo do ponto médio da prega do cavado poplíteo.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: pé caído, como consequência de paralisia infantil.

X-XZ.10 - Jiuwaifan
Denominação: "correcção da rotação externa".
Localização: 0,5 cun directamente abaixo de sanyinjiao (Sp 6).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: pé em rotação externa, como consequência de paralisia infantil.

X-XZ.11 - Jiuneifan
Denominação: "correcção da rotação interna".
Localização: 1 cun lateral a chengshan (B 57).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: pé em rotação interna, como consequência de paralisia infantil.
X-XZ.12 - Chengjian
Denominação: "entre os suportes".
Localização: equidistante de chengshan (B 57) e chengjin (B 56).
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: sequelas de paralisia infantil.

X-XZ.13 - Shangxi
Denominação: "enseada de cima".
Localização: 0,5 cun acima de taixi (K 3).
Técnica: punção perpendicular a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: pé em rotação externa.

X-XZ.14 - Ganyandian
Denominação: "ponto da hepatite".
Localização: 2 cun acima do maléolo interno.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas hepáticos, dismenorreia e enurese.

X-XZ.15 - Dijian
Denominação: "força terrena".
Localização: 1 cun abaixo de diji (Sp 8).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: pé em rotação externa.

X-XZ.16 - Zuyicong
Denominação: "audição beneficiada da perna".
Localização: 3 cun abaixo da cabeça do perónio.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: tinitus, zumbidos, hipoacusia e surdez.

X-XZ.17 - Lingxia
Denominação: "abaixo da tumba".
Localização: 2 cun abaixo de yanglingquan (G 34).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: tinitus, zumbidos, hipoacusia e surdez.

X-XZ.18 - Jianxi
Denominação: "reforço do joelho".
Localização: 3 cun acima do ponto médio do rebordo superior da rótula.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia do membro inferior e artrite do joelho.

X-XZ.19 - Siqiang
Denominação: "quatro forças".
Localização: 4 cun acima do ponto médio do rebordo superior da rótula.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia do membro inferior.

X-XZ.20 - Jixia
Denominação: "abaixo do cesto".
Localização: 2 cun abaixo de jimen (Sp 11).
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia do membro inferior e fraqueza dos músculos adutores da perna.

X-XZ.21 - Xinfutu
Denominação: "nova lebre misteriosa".
Localização: 0,3 cun lateral a futu (S 32).
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia do membro inferior e artrite do joelho.
X-XZ.22 - Maibu
Denominação: "passo largo".
Localização: no músculo recto femural, 3 cun directamente acima de futu (S 32).
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: hemiplegia e sequelas de paralisia infantil.

X-XZ.24 - Jiaoling
Denominação: "inspiração reforçada".
Localização: 3 cun directamente abaixo de wuli (Liv 10).
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: hemiplegia e sequelas de paralisia infantil.

X-XZ.25 - Weishang
Denominação: "acima do comando".
Localização: 3 cun directamente acima de weizhong (B 40).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dor na perna e sequelas de paralisia infantil.

X-XZ.26 - Zhili
Denominação: "erecto".
Localização: 4 cun acima e 0,5 cun lateral a weizhong (B 40).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: sequelas de paralisia infantil.

X-XZ.27 - Waizhili
Denominação: "erecto externo".
Localização: 4 cun acima e 1,5 cun lateral a weizhong (B 40).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: sequelas de paralisia infantil.

X-XZ.28 - Yinshang
Denominação: "acima da abundância".
Localização: 2 cun acima de yinmen (B 37).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: cefaleias, lombalgias e ciatalgia.

X-XZ.29 - Yinkang
Denominação: "excesso de yin".
Localização: 1,5 cun lateral a chengfu (B 36).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: sequelas de paralisia infantil e ciatalgia.

X-XZ.30 - Houxuehai
Denominação: "mar de sangue posterior".
Localização: 1,5 cun posterior a xuehai (Sp 10).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: andar de tesoura, devido a paralisia cerebral.

X-XZ.31 - Jiejian
Denominação: "tesoura aberta".
Localização: 4 cun acima de houxuehai (X-XZ.30).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: andar de tesoura, devido a paralisia cerebral.

X-XZ.32 - Houyangguan
Denominação: "portão posterior do yang".
Localização: 1 cun posterior a xiyangguan (G 33).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: problemas mentais, gonalgias e paralisia do membro inferior.
X-XZ.33 - Shangyangguan
Denominação: "portão superior do yang".
Localização: 1 cun acima de xiyangguan (G 33).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia do membro inferior e problemas musculo-esqueléticos da região articular do joelho.

X-XZ.34 - Shangfengshi
Denominação: "mercado superior do vento".
Localização: 2 cun acima de fengshi (G 31).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: ciatalgia, hemiplegia e sequelas de paralisia infantil.

X-XZ.35 - Qianjin
Denominação: "avanço".
Localização: 2,5 cun acima de fengshi (G 31).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paraplegia, hemiplegia e sequelas de paralisia infantil.

X-XZ.36 - Zhiwen
Denominação: "prega do dedo".
Localização: na face plantar, no ponto médio da prega transversal da articulação metatarsofalângica do
grande artelho.
Técnica: sangria ou punção perpendicular a 0,1-0,2 cun.
Indicações: correcção de posições defeituosas do grande artelho, como flexão ou torção.

X-XZ.37 - Sili
Denominação: "quatro milhas".
Localização: 1,5 cun abaixo de zusanli (S 36) e 2 cun lateral à crista tibial anterior.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: sequelas de paralisia infantil, hemiplegia e paraplegia.

X-XZ.38 - Zhitan (liuzhitan)


Denominação: "tratamento da paralisia (seis)".
Localização: 1,5 cun abaixo de lanwei (J-XZ.13).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia do membro inferior.

X-XZ.39 - Tanfu
Denominação: "convalescença da paralisia".
Localização: 2,5 cun acima do ângulo supero-externo da rótula.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia do membro inferior.

X-XZ.40 - Tanli
Denominação: "erecto por paralisia".
Localização: 4 cun acima do ângulo supero-externo da rótula.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,2 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia do membro inferior.

X-XZ.41 - Tankang
Denominação: "saúde da paralisia".
Localização: 6 cun acima do ângulo supero-externo da rótula.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia do membro inferior.

X-XZ.42 - Qiabinzhong
Denominação: "entre o íleo e o joelho".
Localização: 3 cun acima e 1 cun lateral a futu (S 32).
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia do membro inferior, artrite do joelho e lombalgias.
X-XZ.43 - Xiachengshan
Denominação: "suporte inferior da montanha".
Localização: 0,5 cun directamente abaixo de chengshan (B 57).
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: pé de atleta.

X-XZ.44 - Weixia
Denominação: "abaixo do comando".
Localização: 4 cun abaixo e 1,5 cun lateral a weizhong (B 40).
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: atrofia do músculo gémeos e sequelas de paralisia infantil.

X-XZ.45 - Yinxia
Denominação: "abaixo da abundância".
Localização: equidistante de chengfu (B 36) e weizhong (B 40).
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: lombalgias, ciatalgia e paralisia do membro inferior.

X-XZ.46 - Yangkang
Denominação: "excesso de yang".
Localização: 1,5 cun lateral a chengfu (B 36).
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: ciatalgia e sequelas de paralisia infantil.

X-XZ.47 - Xinhuantiao
Denominação: "novo salto circundante".
Localização: 3 cun lateral ao vértice do cóccix.
Técnica: punção perpendicular a 1,5-2,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: ciatalgia e paralisia do membro inferior.

X-XZ.48 - Chuqixue
Denominação: "orifício de saída da energia vital - qi".
Localização: 0,5 cun posterior a rangu (K 2).
Técnica: punção oblíqua a 0,3-0,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: dor e distensão gastrintestinal.

X-XZ.49 - Yiniao
Denominação: "incontinência".
Localização: 1 cun directamente acima de sanyinjiao (Sp 6).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-0,7 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: incontinência de esfíncteres.

X-XZ.50 - Anmian (wuanmian)


Denominação: "sono pacífico (cinco)".
Localização: 1,5 cun directamente acima de sanyinjiao (Sp 6).
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: irritabilidade e perturbações do sono.

X-XZ.51 - Lijiminggandian
Denominação: "ponto sensível da disenteria".
Localização: é um ahshixue entre yinlingquan (Sp 9) e o maléolo interno.
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: sequelas de paralisia infantil e diarreia.

X-XZ.52 - Shangququan
Denominação: "fonte arqueada superior".
Localização: na face interna da coxa, 3 cun acima da extremidade interna da prega do cavado poplíteo.
Técnica: punção perpendicular a 1,5-2,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: as mesmas que maigen (X-BY.31) - doença de Buerger.
X-XZ.53 - Xinsheng
Denominação: "vida nova".
Localização: 3 cun acima de shangququan (X-XZ.52).
Técnica: punção perpendicular a 1,5-2,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: doença de Buerger - as mesmas que maigen (X-BY.31) e shangququan.

X-XZ.54 - Shangxuehai
Denominação: "oceano de sangue superior".
Localização: 3 cun acima de xuehai (Sp 10).
Técnica: punção perpendicular a 0,5-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paralisia do membro inferior e dificuldade em efectuar a elevação da coxa.

X-XZ.55 - Jiankua
Denominação: "coxa fortalecida".
Localização: abaixo da crista ilíaca e 1,5 cun directamente acima do grande trocanter.
Técnica: punção perpendicular a 1,0-1,5 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paraplegia e hemiplegia.

X-XZ.56 - Kuanjiu
Denominação: "acetábulo".
Localização: 0,5 cun directamente acima do grande trocanter.
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: flacidez da região articular coxofemural, como consequência de paralisia infantil.

X-XZ.57 - Qiangkua
Denominação: "coxa reforçada".
Localização: no rebordo femural posterior, 2 cun directamente abaixo do grande trocanter.
Técnica: punção perpendicular a 1,5-2,0 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: paraplegia.

X-XZ.58 - Waiyinlian
Denominação: "modéstia exterior do yin".
Localização: no ligamento inguinal, 1 cun lateral ao ponto de percepção do pulso femural.
Técnica: punção ligeiramente oblíqua a 0,5-0,7 cun, dirigida externamente.
Indicações: dor e paralisia do membro inferior, nevralgia do femural e lombalgias.
Contra-Indicações: punção profunda, perpendicular ou oblíqua interna, pelo perigo de perfuração da
artéria femural.

X-XZ.59 - Erliban
Denominação: "duas milhas e meia".
Localização: 0,5 cun directamente acima de zusanli (S 36).
Técnica: punção perpendicular a 0,7-1,2 cun; pode aplicar-se moxibustão.
Indicações: vómitos, diarreia, dor e distensão abdominal, devidas a gastrenterite aguda.
CAPÍTULO XII – TÉCNICAS DE PUNÇÃO E ESTIMULAÇÃO.
POSICIONAMENTO DO DOENTE.

As agulhas mais utilizadas em acupunctura são em aço inoxidável e filiformes. O aço, pela sua
resistência, maleabilidade, durabilidade e, sobretudo, pelo seu preço, substituiu o ouro e a prata na
confecção das agulhas clássicas. Porém, ainda hoje algumas patologias, como por exemplo a escrófula,
são tratadas com agulhas fabricadas com aqueles metais nobres.

Estruturalmente a agulha filiforme é constituída por cinco partes: a cauda, o cabo, a raiz, o corpo e a
ponta − Figura 12.1.

FIGURA 12.1
ESTRUTURA DA AGULHA FILIFORME DE ACUPUNCTURA

Embora possam ter comprimentos e diâmetros variáveis (Quadro 12.1), as boas agulhas devem ser em
material imperecível, resistente e flexível, o seu corpo deve ser liso e a ponta filiforme e fina, sem estrias
ou angulações. As agulhas não descartáveis devem ainda ser inspeccionadas com regularidade,
eliminando-se aquelas que apresentarem fendas, angulações ou pontas demasiado rombas.

Em moxibustão e electro-acupunctura, o material das agulhas a utilizar também deve ser bom condutor do
calor e da electricidade.

Quadro 12.1 - Dimensões das agulhas filiformes mais utilizadas.


Comprimento Cun 0,5 1 1,5 2 2,5 3 4 5 8
Milímetros 12,7 25,4 38,1 50,8 63,5 76,2 101,6 127 203
Diâmetro Calibre 22 24 26 28 30 32 34 36 38
Milímetros 0,58 0,52 0,45 0,39 0,32 0,26 0,19 0,13 0,06

Para que seja possível evitar-se qualquer tipo de infecções secundárias, só devem ser utilizadas agulhas
devidamente esterilizadas, descartáveis ou não. As agulhas não descartáveis devem ser esterilizadas
depois de cada utilização, bem como todo o material acessório, nomeadamente tubos guia e recipientes de
acondicionamento. A esterilização em água em ebulição (durante uma hora), em autoclave a 150 graus
centígrados (durante vinte minutos), ou em óxido de etileno, são suficientes para se garantir a sua
assepsia.

Métodos de Punção

A punção pode ser efectuada com ou sem o auxílio de um "tubo guia". Como a agulha filiforme é
geralmente muito fina e flexível, a sua introdução sem tubo guia requer uma certa perícia e rapidez, as
quais só se adquirem através de treino contínuo e persistente.
De modo a minimizar-se a dor eventual do doente, originada pela punção, a força posta nos dedos do
técnico acupunctor, ou do médico acupuncturista, e a velocidade de inserção da agulha, são aspectos que
devem ser completamente dominados antes da realização de qualquer tipo de sessões terapêuticas.
O treino inicial pode consistir na inserção de agulhas de calibre sucessivamente maior, num pequeno
novelo de algodão comprimido ou num conjunto de folhas de papel justapostas, aumentando-se
progressivamente a sua consistência e resistência – Figura 12.2.

FIGURA 12.2
TREINO DE PUNÇÃO COM A AGULHA FILIFORME

A inserção numa superfície de cartão, de uma agulha de calibre trinta e dois, com 2 cun de comprimento,
sem torções do seu corpo, é geralmente um indicador de aptidão para a punção no doente. Contudo, será
boa prática se, antes do primeiro tratamento no doente, qualquer iniciado se autopuncionar, por exemplo
em hegu (LI 4), quchi (LI 11), neiguan (P 6), waiguan (SJ 5) ou zusanli (S 36) e praticar os diferentes
métodos de estimulação possíveis.

Os diferentes métodos de inserção utilizados na prática clínica dependem sobretudo da experiência


pessoal e da região do corpo a puncionar. Contudo, nunca deve ser esquecido que a solução de
continuidade das camadas superficiais da pele geralmente origina dor, pelo que deve haver uma perfeita
coordenação entre as mãos "activa" e "passiva" do técnico, e a inserção deve processar-se com a maior
rapidez possível – Figura 12.3.
FIGURA 12.3
MÉTODOS DE PUNÇÃO COM A AGULHA FILIFORME
A: método da pressão ungueal
B: método simples

C: método do estiramento
D: método combinado

E: método do pregueamento

F: método do tubo guia


G: método rápido

Os métodos de inserção mais utilizados são:

Método da pressão ungueal. A unha do primeiro dedo da mão auxiliar comprime a zona desejada e a mão
activa introduz a agulha. É utilizado sobretudo com agulhas de 0,5-1,0 cun.

Método simples. Envolvido em algodão esterilizado, o corpo da agulha é segurado entre o primeiro e o
segundo dedos da mão auxiliar e a mão activa introduz a agulha. É muito utilizado com agulhas de 1,5-
2,5 cun.

Método do estiramento. Enquanto que dois dedos da mão auxiliar estiram a pele suprajacente ao ponto
que se quer puncionar, a mão activa introduz rapidamente a agulha. É um método que facilita a inserção
indolor de agulhas com 0,5-2,0 cun;

Método combinado. Enquanto que o primeiro e o terceiro dedos da mão auxiliar estiram a pele, o segundo
dedo comprime a zona adjacente ao ponto e a mão activa introduz rapidamente a agulha. É muito
utilizado com agulhas de 0,5-2,0 cun;

Método do pregueamento. O primeiro e o segundo dedos da mão auxiliar levantam e pregueiam a pele e o
tecido subjacente da zona a puncionar. É o método de eleição para a punção horizontal e para a punção de
zonas com pequena quantidade de tecido subcutâneo, como por exemplo zanzhu (B 2), dicang (S 4) ou
yintang (J-TJ.3);
Método do tubo guia. Enquanto que a mão auxiliar segura o tubo sobre o ponto desejado, exercendo uma
ligeira pressão, o segundo dedo da mão activa martela a cauda da agulha. Naturalmente que o calibre e o
comprimento do tubo guia devem ser adequados às dimensões da agulha;

Método rápido. É idêntico ao método simples, mas enquanto que a mão auxiliar estira a pele da zona a
puncionar, a mão activa segura o corpo da agulha próximo da sua ponta e insere-a no ponto desejado.
Apesar de ser um método clássico, o acupunctor deve ter cuidados especiais de higiene com as suas mãos.
Deve ser reservado para agulhas superiores a 3,0 cun, salvaguardando-se as necessárias condições de
assepsia.

O ângulo de punção depende da localização do ponto e dos objectivos do tratamento, podendo variar
entre zero e noventa graus − Figura 12.4.

FIGURA 12.4
ÂNGULOS DE INSERÇÃO MAIS UTILIZADOS EM ACUPUNCTURA

Em relação ao ângulo entre a agulha e a superfície corporal, são quatro os tipos de punção mais
utilizados:

Punção perpendicular. A agulha forma um ângulo de noventa graus com a superfície cutânea. É a mais
utilizada.

Punção oblíqua. O ângulo de inserção é superior a quarenta e inferior a sessenta graus. Esta angulação é
utilizada sobretudo quando a distância entre o local de punção e os órgãos ou vísceras do corpo é
relativamente reduzida, ou quando o tecido celular subcutâneo é pouco abundante.

Punção oblíqua-horizontalizada. O ângulo de inserção varia entre os quinze e os trinta graus. É o ângulo
ideal para a punção na face e no crânio, ou quando se pretende mobilizar o qi numa determinada direcção.

Punção horizontal. A agulha forma com a área a puncionar um ângulo inferior a quinze graus. Utiliza-se
sobretudo em pontos da face e do crânio, ou quando se pretender estimular simultaneamente dois ou mais
pontos.

A profundidade da punção varia com a localização do ponto e depende do estado físico do doente e da
natureza da doença, bem como do balanço entre a intensidade da sensação referida pelo doente e a
intensidade de estimulação pretendida.

Para a remoção da agulha, deve utilizar-se uma pressão digital ligeira em redor da área puncionada,
evitando-se o contacto do orifício punctiforme com os dedos do acupunctor. Durante a remoção a agulha
deve ser ligeiramente rodada nos dois sentidos e, no final, a superfície cutânea deve ser limpa com um
desinfectante ou um anti-séptico, como por exemplo uma solução de cloreto de benzalcónio (cetavlon,
savlon, etc.).

Métodos de Estimulação Manual

Após a inserção da agulha deve-se procurar a "chegada de qi", a qual pode ser traduzida pelo doente
como uma sensação ligeira de dor, choque, queimadura, formigueiro, peso, distensão, repuxamento ou,
mais frequentemente, como uma impressão estranha de difícil caracterização. A obtenção desta sensação
é extremamente importante para o sucesso terapêutico e só após a "chegada de qi" se deve efectuar a
manipulação da agulha. Convém portanto não confundir a "chegada de qi" com eventuais sensações
resultantes da manipulação, processos de estimulação estes que são distintos – Figura 12.5.

FIGURA 12.5
MÉTODOS DE ESTIMULAÇÃO PARA SE OBTER A "CHEGADA DE QI"
PRINCIPAIS:
1- método da
ascensão-pressão
2- método da rotação

ALTERNATIVOS:
3A- método da
raspagem do cabo
3B- método da
agitação unidireccional
3C- método pendular
(simples e misto)
3D- método do
piparote
3E- método da
vibração

Os principais métodos para a obtenção da "chegada de qi" são:

Método da ascensão-pressão. Após a sua inserção, a agulha deve ser movimentada para cima e para
baixo, com uma amplitude vertical que não deve exceder 0,5 cun. Quanto mais activa for a
movimentação, mais forte será a estimulação, desaconselhando-se contudo quaisquer movimentos
vigorosos. Se com este método não se conseguir a sensação desejada, pode-se recorrer a um dos métodos
alternativos, mormente o método pendular, da agitação unidireccional ou da raspagem.

Método da rotação. Após a punção efectua-se a rotação lenta da agulha, no sentido dos ponteiros do
relógio e inversamente, com ângulos entre cento e oitenta e duzentos e setenta graus. Rotações superiores
a trezentos graus ou num único sentido não são aconselháveis.

Métodos alternativos. Os principais métodos alternativos são seis:

método da raspagem do cabo da agulha, com o a unha do segundo ou do terceiro dedo da mão activa, que
permite reforçar a expansão da sensação da "chegada de qi";

método da agitação unidireccional da agulha, com o primeiro e o segundo dedo da mão activa;

método pendular, que pode ser simples ou misto, respectivamente com rotação ou com vibração da
agulha;
método da vibração, idêntico ao método da ascensão-pressão, mas mais rápido e vigoroso, e de menor
amplitude;

método do piparote no cabo da agulha; e

método do meridiano, em que se pressiona ligeiramente a pele a montante e a jusante do ponto, mas
sempre no trajecto da sinartéria a que ele pertence. É o método ideal para se obter a "chegada de qi" em
indivíduos pouco reactivos.

Algumas vezes a sensação da "chegada de qi" é espontânea, não sendo necessária qualquer estimulação.
Este facto significa, geralmente, que estamos em presença de um indivíduo hiper-reactivo, com grandes
probabilidades de resposta favorável ao tratamento logo nas primeiras sessões terapêuticas.

A ausência da sensação anterior pode ser devida a: (1) punção fora do local adequado, (2) ângulo e
direcção impróprios, (3) profundidade inadequada da inserção, (4) método de estimulação incorrecto, (5)
obstrução à circulação de qi, devendo neste caso seleccionar-se outro xue, (6) doente muito debilitado ou
idoso, com qing qi xu.

Embora a sensação da "chegada de qi" seja importante, o método e o tipo de manipulação constituem os
pilares fundamentais do sucesso terapêutico.

Após a punção e a obtenção daquela sensação, a agulha é retida por períodos de tempo que variam com o
tipo de patologia, e que podem ser de alguns segundos ou de uma ou duas horas, sendo então manipulada
de acordo com a natureza da doença. Os métodos de manipulação mais utilizados em acupunctoterapia
são:

Método de reforço (bu). A agulha é movimentada para cima e para baixo, com rotações de pequena
amplitude e de baixa frequência, sendo o movimento ascendente suave e lento e o descendente pesado e
vigoroso. É o método de eleição em síndromas xu, em doentes nervosos, debilitados e com baixa
tolerância ao tratamento, sendo muito utilizado na estimulação dos xue mu-anteriores e shu-posteriores;

Método de redução (xie). É o oposto do método anterior. A agulha é movimentada para cima e para baixo
com rotações de elevada frequência e de grande amplitude, o movimento ascendente é rápido e o
descendente é suave e lento. É o método de eleição em síndromas shi, desde que os doentes apresentem
boa constituição física e boa tolerância aos tratamentos. Enquanto que os métodos de reforço e regular são
utilizados essencialmente no controlo dos ben, ou seja da etiologia e das causas precipitantes e
agravantes, o método de redução está indicado sobretudo na atenuação ou eliminação dos sinais e
sintomas agudos que constituem os síndromas shi-excesso;

Método regular. É um método intermédio em relação aos anteriores, com rotações de média amplitude e
movimentos ascendentes e descendentes suaves. É o método de eleição em síndromas xu complicados de
shi;

Método da "querela dragão-tigre". Após a "chegada de qi" a agulha é rodada nove vezes no sentido dos
ponteiros do relógio ("ataque do dragão") e seis vezes no sentido inverso ("defesa do tigre"), efectuando-
se um movimento ascendente-descendente nos intervalos das rotações. É um método de estimulação
intensa, muito utilizado em síndromas shi, sobretudo nos devidos a acumulação excessiva de calidez
(calor-humidade) e é o método de eleição para a atenuação da dor em cólicas renais ou vesiculares. Este
tipo de manipulação implica a estimulação contínua até ao alívio dos sintomas e dá melhores resultados
que a estimulação com electro-acupunctura.

Quanto ao tipo, a manipulação poder ser (1) intermitente ou (2) contínua. Enquanto que na segunda a
manipulação pode ir de alguns minutos a várias horas, sem qualquer interrupção, na primeira efectuam-se
várias manipulações com intervalos que podem variar entre trinta segundos e alguns minutos. A
estimulação intermitente é a mais frequente, sendo utilizada sobretudo para a obtenção de sedação,
analgesia ou de efeito anti-inflamatório. A estimulação contínua, embora seja utilizada algumas vezes
para a obtenção de um efeito analgésico marcado, é o método de eleição em ressuscitação e anestesia.
Embora os estimuladores eléctricos possam ser utilizados para os dois tipos de estimulação, estão mais
indicados para a estimulação contínua.
Posicionamento do Doente e Complicações

A posição do doente é importante para o sucesso terapêutico da acupunctura e deve variar de acordo com
as regiões a puncionar – Figura 12.6.

FIGURA 12.6
POSTURAS IDEAIS DO DOENTE
A- sentado com o tronco em extensão

B- sentado com os membros superiores


em relaxamento completo

C- sentado com o tronco e a cabeça


em anteroflexão ligeira

D- decúbito lateral (direito ou esquerdo)

E- decúbito dorsal (supino)

F- decúbito ventral (prono)

As posições ideais são seis, devendo facilitar o relaxamento completo do doente e permitir a livre
circulação do terapeuta acupunctor e do médico acupuncturista.

A primeira sessão de um doente que se submeta pela primeira vez a este processo de tratamento, deve ser
efectuada em decúbito e num compartimento com ventilação adequada, de modo a evitar-se a sua queda
inesperada.

Sem se considerar eventuais complicações terapêuticas resultantes de uma prática clínica irresponsável
(conhecimentos insuficientes, inépcia, charlatanismo, etc.), os efeitos colaterais e acidentes mais
frequentes com a acupunctura são:

- Lipotímia. Ocorre geralmente quando o indivíduo se encontra em jejum, ou demasiado ansioso.


Náuseas, palidez, suores frios, tonturas, vertigens, irritabilidade e obnubilação, em associação ou
isoladamente, são sinais prodrómicos que alertam para a necessidade de se retirarem as agulhas. O choque
e a perda do conhecimento são complicações muito raras. Na maior parte dos casos, os sinais e sintomas
inicialmente referidos desaparecem após um breve período de repouso, durante o qual se podem
administrar líquidos aquecidos. Nos casos mais graves pode-se estimular renzhong (Du 26) ou
zhongchong (P 9) e aplicar-se moxibustão em zusanli (S 36) ou baihui (Du 20). Se mesmo assim o doente
não recuperar a consciência, deve-se recorrer à “medicina alopática”, efectuando-se manobras de
reanimação;

- Hematoma. Ocorre por vezes, não significando necessariamente inserção descuidada. Enquanto persistir
não se deve efectuar qualquer punção na área atingida;
- Sensação "a posteriori". Traduz-se numa ligeira sensação de desconforto após a remoção da agulha,
sendo devida geralmente a estimulação exagerada. A massagem do local e a aplicação de termoterapia
superficial (moxibustão) permite atenuar o desconforto;

- Agulha retida. Após a punção, pode acontecer que a manipulação da agulha seja difícil ou, quiçá,
impossível. Tal situação pode ser consequência de um espasmo muscular acentuado ou do envolvimento
da agulha por tecido fibroso. A interrupção da manipulação durante alguns minutos, a massagem da área
circundante, a aplicação de calor no local, ou a inserção de outras agulhas a cerca de 1 cun de distância
permitem solucionar o problema;

- Agulha angulada ou partida. Material de má qualidade, espasmo muscular acentuado, mudança da


posição ou mobilização brusca de um segmento do corpo do doente, ou punção com má técnica, por
descuido ou inexperiência do acupunctor, são algumas das razões que originam a angulação ou a quebra
das agulhas de acupunctura. Caso se trate de uma agulha com angulações, esta deve ser removida com os
devidos cuidados para não partir, considerando-se, na medida do possível, os ângulos que apresenta. Caso
se trate de uma agulha partida com extremidade visível, a sua remoção deve efectuar-se com o auxílio de
uma pinça, mantendo-se o doente completamente imobilizado. Se a extremidade mais superficial não
estiver visível e se a pressão em redor do local não permitir a sua visualização, terá que se recorrer a uma
pequena cirurgia para a sua extracção.
CAPÍTULO XIII – MOXIBUSTÃO, SUCÇÃO E SANGRIA

"Aos bons faz sempre o bem,


Aos não bons fá-lo também"
Lao Tze

A origem da moxibustão (termoterapia com lã de moxa), ou jiu em fonética pinyin, remonta à época do
aparecimento do fogo e a sua eficácia tem sido demonstrada ao longo de milhares de anos de prática
clínica. Também a sucção, ou baohuoguan em pinyin, tem uma longa história como um dos métodos
terapêuticos complementares da acupunctura e, de acordo com alguns clássicos da literatura médica
chinesa, já na Dinastia Tang era utilizada no tratamento de determinadas pneumopatias. A sangria venosa,
outra técnica complementar com uma história de pelo menos três mil anos, consiste na punção de
pequenos vasos superficiais do corpo com propósitos terapêuticos.

Técnicas de Moxibustão

Para se tentar compreender o mecanismo de acção da moxibustão, os conceitos fisiológicos não podem
ser dissociados dos metafísicos, nem o modo de racionalização ocidental deve colidir com o do
pensamento oriental tradicional. Também a moderna medicina ocidental não se pode considerar mais
racional que a medicina chinesa, embora a primeira possa ser mais facilmente analisada e interpretada.

Embora as terminologias das duas medicinas sejam distintas, tem sido possível o estabelecimento de
paralelismos e aproximações entre os conceitos fisiológicos da medicina ocidental e a terminologia
essencialmente filosófica da MTC.

Assim, os principais mecanismos de acção da moxibustão, de (a) remoção de obstruções dos jingluo, de
(b) regulação da circulação de sangue, de (c) tonificação ou revitalização do yang, de (d) eliminação de
calidez, ou de (e) activação da circulação de qi e sangue, podem ser interpretados em termos médicos
ocidentais, como (a) estimulação do sistema nervoso central, (b) estimulação da circulação sanguínea, (c)
estimulação das funções corticais, (d) promoção do metabolismo orgânico, ou (e) estimulação
imunológica.

As folhas secas de artemísia, cujo princípio activo é a artemisina, constituem a matéria prima mais
utilizada no fabrico da "lã de moxa". Brotando espontaneamente, a artemísia vulgaris distribui-se por
toda a Europa e Médio Oriente, onde pode ser encontrada em inúmeros terrenos baldios e nas bermas de
estradas. Mais aromática, a artemísia veriotorum encontra-se sobretudo no norte e centro da China.
Outras espécies, como a artemísia abrotanum ou a artemísia cappilaris, podem ser encontradas na Índia,
na costa meridional da China e no Japão. Todas estas variedades podem ser utilizadas em moxibustão.

Muito utilizada no fortalecimento da saúde e na profilaxia de algumas doenças crónicas, a moxibustão


apresenta algumas vantagens e inconvenientes relativos, não devendo ser aplicada indiscriminadamente a
todo o tipo de doentes – Quadro 13.1.

Quadro 13.1 – Vantagens e inconvenientes da moxibustão.


Vantagens Inconvenientes
Fácil aplicação Tratamentos muito prolongados
Ausência de efeitos colaterais graves Aroma pouco agradável e não tolerado por alguns
Não requer posturas especiais do doente doentes
Baixo custo dos tratamentos Maior dispêndio de tempo com os doentes
Tratamento ideal para: Risco de queimaduras involuntárias
- problemas de frio e humidade, Necessidade de cuidados especiais em doentes com
- doenças crónicas (longos períodos de hipostesias (diabéticos, hemiplégicos, etc.)
tratamento),
- latentes, crianças muito jovens e idosos,
- doentes com baixa tolerância às agulhas
Na prática clínica com moxibustão existem alguns aspectos que devem ser observados, nomeadamente:

● se na mesma sessão terapêutica houver necessidade da sua aplicação em várias partes do corpo, a região
posterior do tronco deverá ser tratada primeiro que a região tóraco-abdominal, a cabeça e o tronco
primeiro que os membros e, nestes, a parte final do tratamento deve ser nos inferiores;

● numa sessão terapêutica não se devem aplicar mais que nove cones grandes de moxa;

● em cada sessão terapêutica, o tempo máximo recomendado de moxibustão contínua com cilindro é de
trinta minutos;

● em shenque (Ren 8), a única terapêutica aconselhada é a moxibustão;

● em síndromas yin xu ou yang shi, originados pela a invasão de agentes patogénicos exógenos e
acompanhados de hipertermia, não se deve aplicar moxibustão;

● se houver necessidade de se aplicar moxibustão em doentes com hipostesias, em latentes ou em


crianças muito jovens e em doentes com sinais de involução senil, durante as sessões terapêuticas estes
deverão ser continuamente observados.

Segundo Huangdi Neijing, existem também algumas contra-indicações específicas da moxibustão,


mormente no que se refere à sua aplicação em:

● vasos sanguíneos superficiais, sobretudo se forem veias varicosas;

● áreas isquémicas, ulceradas ou edemaciadas;

● tianfu (L 3), jingqu (L 8), yingxiang (LI 20), touwei (S 8), renying (S 9), ruzhong (S 17), jingming (B
1), meichong (B 3), wuchu (B 5), chengguang (B 6), sizhukong (SJ 23), yamen, (Du 15), fengfu (Du 16),
suliao (Du 25) e renzhong (Du 26).

Depois de preparada, a lã de moxa pode ser obtida no mercado em três formas de apresentação: (a) bruta
ou desfiada, (b) cones pré-moldados e (c) charutos ou cilindros.

Os cones de moxa podem ser moldados a partir da forma bruta e, apesar de poderem ter diversas
formatações e dimensões, os tamanhos mais utilizados na clínica são: (A) cone pequeno, com 0,5
centímetros de base e 1 centímetro de altura, (B) cone médio, com 1x1,5 centímetros e (C) cone grande,
com 1,5x2 centímetros. O tamanho médio dos charutos de moxa é de 1,5 centímetros de diâmetro por 20
centímetros de comprimento – Figura 13.1.

FIGURA 13.1
CONES E CILINDROS DE MOXA PARA TERMOTERAPIA

A dimensão dos cones depende da área da zona a tratar e do tempo de combustão pretendido, sendo
preferível utilizarem-se os cones pequenos e médios na moxibustão directa e os cones grandes na
moxibustão indirecta. Os charutos mais utilizados são os de combustão moderada.
Os métodos de moxibustão mais utilizados na prática clínica são cinco e dependem do tipo de tratamento
que se pretende aplicar, do local e da área a tratar – Quadro 13.2.

Quadro 13.2 - Métodos de moxibustão.


Moxibustão Directa Moxibustão Indirecta
Escarificante: Cone de moxa sobre gengibre, alho ou sal
Cone de moxa fixo Cilindro de moxa estático ou móvel
Cilindro de moxa estático Caixetas de moxa com lã desfiada ou cilindros fragmentados
Não Escarificante: Cachimbo de moxa com lã desfiada
Cone de moxa fixo
Cilindro de moxa estático ou móvel
Agulha aquecida com moxa

 Moxibustão escarificante

A moxibustão escarificante, yu banhen jiufa em fonética pinyin, também denominada moxibustão


supurativa, é utilizada sobretudo no tratamento de coccidínias, odontalgias, tonturas e vertigens. Segundo
alguns clássicos chineses está indicada também no tratamento da chistosomíase, da tuberculose pulmonar
e da hipertensão arterial. Neste tipo de moxibustão utilizam-se geralmente os cones de moxa – Figura
13.2.

FIGURA 13.2
TERMOTERAPIA COM CONES DE ARTEMISIA
MOXIBUSTÃO DIRECTA:
Escarificante – yu banhen
jiufa
Não escarificante – wu
banhen jiufa

MOXIBUSTÃO INDIRECTA
Com gengibre – gejiang
jiufa
Com alho – gesuan jiufa

Em cada sessão terapêutica seleccionam-se 2-3 xue e depois da desinfecção da pele aplicam-se 6-9 cones
pequenos de moxa, até à sua combustão completa. Um ciclo terapêutico é constituído em média por sete
sessões diárias ou em dias alternados. No final de cada sessão faz-se o emplastramento dos respectivos
locais com danshuigao, produto da ervanária chinesa com acção anti-infecciosa e anti-inflamatória. Antes
do término do ciclo terapêutico aparece geralmente uma supuração que não deve ser tratada e que
resolverá espontaneamente cerca de um mês depois, deixando uma pequena cicatriz.

 Moxibustão directa não escarificante com cones de moxa

A moxibustão directa não escarificante com cones de moxa, ou wu banhen jiufa, é utilizada sobretudo no
tratamento de asma bronquica, diarreia crónica, dispepsia e síndromas de frio do tipo xu.

Em cada sessão terapêutica seleccionam-se 3-4 xue e depois da limpeza da pele aplicam-se 3-6 cones
médios ou grandes de moxa. A sua combustão não deve ser completa, substituindo-se os cones logo que o
doente referir a mais pequena sensação de queimadura. Um ciclo terapêutico é geralmente constituído por
doze sessões, diárias ou em dias alternados.

 Moxibustão indirecta com cones de moxa

Na moxibustão indirecta com cones de moxa pode utilizar-se o gengibre, o alho ou o sal, sendo cada ciclo
terapêutico constituído por uma média de quinze sessões, efectuadas diariamente ou em dias alternados.
Em cada sessão terapêutica aplicam-se em cada xue, 5-6 cones médios ou grandes de moxa, devendo
estes ser substituídos logo que o doente referir calor muito intenso ou uma ligeira sensação de
queimadura.
Na moxibustão com gengibre, ou gejiang jiufa, utilizam-se pequenas rodelas de gengibre com dez ou
vinte milímetros de espessura. Este tipo de termoterapia superficial está indicado sobretudo no tratamento
de artralgias, paralisia de Bell, diarreia crónica, hipertensão arterial e síndromas yang xu.

Na moxibustão com alho, ou gesuan jiufa, utilizam-se pequenas fatias de alho com cerca de dez
milímetros de espessura. Está indicada no tratamento de mordeduras de insectos.

O método da moxibustão indirecta com cones e sal, ou geyan jiufa, é idêntico aos anteriores e está
indicado sobretudo no tratamento de diarreia, vómitos e mastites.

 Moxibustão indirecta com charutos de moxa

A moxibustão indirecta com cilindros de moxa, ou aijuan jiu, surgiu durante a Dinastia Ming e desde logo
se revelou como sendo o método ideal de moxibustão, pela facilidade na sua aplicação e no controlo da
temperatura desejada.

Em cada sessão terapêutica o seu tempo de aplicação varia geralmente entre quinze e trinta minutos,
sendo cada ciclo terapêutico constituído em média por quinze sessões, efectuadas diariamente ou em dias
alternados.

Existem duas variantes principais deste método de moxibustão indirecta: (a) com cilindro estático, ou
wenhe jiufa e (b) com cilindro móvel, ou gezhuo jiufa. A última variante pode ainda ser subdividida,
segundo o tipo de movimento, em: (A) tipo rotativo, em que se descrevem movimentos circulares, num
diâmetro de um centímetro em redor do ponto e no sentido dos ponteiros do relógio e (B) tipo "pardal
pequinês", com movimentos pendulares sobre o ponto, com amplitudes que variam entre meio e cinco
centímetros – Figura 13.3.

FIGURA 13.3
TERMOTERAPIA COM CHARUTOS DE ARTEMISIA – AIJUAN JIU
MOXIBUSTÃO
INDIRECTA
Charuto
estático –
wenhe jiufa
Charuto móvel
– gezhuo jiufa:
A: tipo
rotativo
B: tipo pardal
pequinês

 Moxibustão indirecta com cachimbos e caixetas

A aplicação de moxibustão, com cachimbos de bambu para moxa, em orifícios naturais, como por
exemplo no canal auditivo externo, foi descrita pela primeira vez por Sun Simiao, no seu livro de "Qianjin
Yifang", escrito durante a Dinastia Tang.

Com cinco ou seis centímetros de comprimento total e com cerca de seis milímetros de diâmetro na sua
parte central, o cachimbo para moxa apresenta uma das extremidades cortada em "bico de pato", sendo a
outra circular e com um diâmetro médio de quatro milímetros. Enquanto que a última se introduz num
orifício do corpo, na extremidade em bico de pato coloca-se a lã de artemísia incandescente – Figura
13.4.
FIGURA 13.4
TERMOTERAPIA COM CACHIMBO "BICO DE PATO"

Actualmente este tipo de instrumento é utilizado sobretudo no tratamento da paralisia do facial. Dois ou
três ciclos terapêuticos, constituídos em média por vinte sessões, com cerca de trinta minutos cada, são
geralmente suficientes para tratar esta patologia; naturalmente que a acupunctura é o método principal de
tratamento.

FIGURA 13.5
RECIPIENTES METÁLICOS PARA TERMOTERAPIA COM LÃ DE ARTEMISIA

Para a aplicação de moxibustão indirecta em áreas que excedem os diâmetros dos cones e charutos
referidos anteriormente, ou quando se pretende abarcar simultaneamente vários pontos, podem-se utilizar
vasos metálicos idênticos aos da Figura 13.5, disponíveis no mercado, ou pequenas caixas de madeira
semelhantes à exemplificada na Figura 13.6.

FIGURA 13.6
CAIXAS DE MADEIRA PARA TERMOTERAPIA COM LÃ DE ARTEMISIA

Interiormente as caixas de madeira devem possuir uma rede metálica de malha fina, a cerca de três
centímetros de distância da zona que está em contacto com corpo, para evitar a queda de moxa
incandescente, ou das suas cinzas.

 Agulha aquecida com lã de moxa

Utilizada desde o início da Dinastia Han do Poente, a agulha aquecida com lã de moxa incandescente é o
método de eleição para a aplicação simultânea de acupunctura e moxibustão.

Após a punção, fixa-se um pequeno fragmento de cilindro de artemísia, com cerca de dois centímetros de
comprimento, na cauda do cabo da agulha filiforme. O fragmento de moxa deve ser acesso na sua
extremidade proximal, relativamente ao local de inserção – Figura 13.7.
FIGURA 13.7
AGULHA AQUECIDA COM LÃ DE ARTEMISIA

A utilização combinada de acupunctura e moxibustão está indicada sobretudo no tratamento de problemas


originados pelo frio e humidade, isoladamente ou em associação, bem como na remoção de obstruções
dos jingluo.

Técnicas de Sucção e Sangria

A sucção, processo simples e prático, tem como princípio terapêutico a congestão sanguínea local e
obtém-se através da aplicação de ventosas de borracha, ou da criação de vácuo num pequeno recipiente
que adere à superfície cutânea que se pretende tratar. As ventosas clássicas eram em bambu, sendo as de
vidro mais recentes – Figura 13.8.

FIGURA 13.8
VENTOSAS E SUCÇÃO COMBINADA COM ACUPUNCTURA

As suas principais indicações terapêuticas são:

● cefaleias: taiyang (J-TJ.9) e fengchi (G 20);


● dor na região escápulo-umeral: ahshixue;
● reumatismo articular e artralgias: ahshixue;
● lombalgias: shenshu (B 23) e dachangshu (B 25);
● dismenorreia: guanyuan (Ren 4) e guilai (S 29);
● dor abdominal: tianshu (S 25) e zhongwan (Ren 12); e
● bronquite asmática: feishu (B 13) e dingchuan (J-BY.1).

Embora simples e praticamente sem efeitos colaterais, a sucção apresenta algumas contra-indicações:

● síndromas febris e estados convulsivos;


● manifestações cutâneas de processos alérgicos;
● zonas edemaciadas, hematomas e ulcerações cutâneas;
● gravidez (contra-indicada a sucção na região abdominal); e
● aplicações por períodos superiores a trinta minutos.

Outro processo milenar utilizado como complemento da acupunctura é a terapêutica sangrativa. Segundo
os tratados clássicos da MTC, a sangria tem como finalidade restabelecer o equilíbrio yin-yang, regular o
fluxo de qi, promover a sua circulação nos jingluo e atenuar ou eliminar os factores patogénicos
endógenos e exógenos.
Os materiais mais utilizados nas terapêuticas sangrativas são: (A) agulhas lanceoladas, (B) agulhas
filiformes de 1,5 cun e calibre 20-22, (C) escalpelos com calibre 12-14, (D) agulhas estreladas de sete
pontas, (E) garrotes de diferentes tamanhos, (F) ventosas, (G) algodão com álcool e (H) soluto de álcool
iodado a 2% – Figura 13.9.

FIGURA 13.9
MATERIAL PARA TERAPÊUTICA SANGRATIVA
A: agulhas lanceoladas
B: agulhas filiformes
C: escalpelos
D: agulhas de sete pontas
E: algodão
F: ventosas
G: garrotes

Embora em desuso, os métodos clássicos de sangria actualmente mais utilizados são: (a) luoci, ou punção
de pequenas colaterais, (b) zanci, ou punção perpendicular repetida e (c) baowena, ou punção de canais e
colaterais em redor da área afectada.

Após a selecção dos xue, a desinfecção adequada dos locais de punção e a garrotagem, podem utilizar-se
várias técnicas de sangria:

 Punção lenta, a cerca de 0,1 cun, corresponde ao método clássico luoci e efectua-se com uma agulha
lanceolada que é retirada de imediato após a punção. Com a desgarrotagem sairá uma pequena quantidade
de sangue vermelho-claro, devendo-se limpar e comprimir o local puncionado com algodão alcoolizado,
logo que o volume de sangue perdido for considerado suficiente. Esta técnica é utilizada sobretudo na
punção de pequenas veias e de pontos como, por exemplo, taiyang (J-TJ.9), weizhong (B 40) ou quze (P
3);

 Punção rápida, a cerca de 0,1 cun, efectua-se perpendicularmente com um escalpelo ou uma agulha
lanceolada, a qual é retirada de imediato, comprimindo-se simultaneamente toda a área adjacente. Esta
técnica é utilizada na sangria de shaoshang (L 11), para o catarro orofaríngeo, de shixuan (J-SZ.1), no
tratamento da insolação, ou dos doze xue jing-origem para a recuperação da consciência após acidente
vascular cerebral (fase aguda);

 Punção regular, é efectuada obliquamente com uma agulha lanceolada, devendo-se comprimir
simultaneamente toda a área adjacente. É a técnica aconselhada para as sangrias na cabeça, no tórax e em
regiões com massas musculares reduzidas;

 Punção circunjacente, é idêntica ao método clássico baowena e é efectuada com uma agulha
lanceolada ou filiforme. Após a selecção e punção de 10-30 pequenas áreas em redor da zona afectada,
aplica-se sucção de modo a provocar a vasodilatação local para aumentar o débito da sangria. Esta técnica
é utilizada sobretudo no tratamento de artralgias e de edemas;

 Punção superficial, semelhante ao método clássico zanci, é efectuada com uma agulha estrelada de
sete pontas, sendo a profundidade de inserção de 0,01-0,05 cun. É utilizada quase exclusivamente no
tratamento de problemas cutâneos, mormente da alopécia seborreica.

Para evitar o aparecimento de complicações é fundamental que o doente esteja deitado e completamente
relaxado; antes da realização de cada sangria, o doente deve permanecer em repouso por um período de
tempo não inferior a dez minutos. Se ocorrerem tonturas, o tratamento deve ser imediatamente suspenso;
se houver perda do conhecimento, deve-se estimular renzhong (Du 26) ou recorrer-se à medicina
alopática, efectuando-se as manobras de reanimação necessárias.
A frequência deste tipo de tratamentos depende do tipo de patologia, podendo variar entre sangrias diárias
e sangrias mensais. De um modo geral, um ciclo terapêutico é constituído por 3-7 sessões de terapêutica
sangrativa.
CAPÍTULO XIV – AURICULOTERAPIA

Muitos textos chineses atribuem as origens da acupunctura auricular às mesmas fontes históricas que
conduziram ao desenvolvimento da acupunctura corporal.

Embora alguns clínicos e investigadores ocidentais considerem a auriculoterapia um processo terapêutico


contemporâneo, a verdade é que inúmeros pontos específicos localizados no pavilhão auricular têm sido
utilizados, há mais de quatro mil anos, no tratamento de vários problemas orgânicos. Já em "Huangdi
Neijing", escrito por volta do ano 2700 AC, se descreviam alguns sistemas sinarterianos que convergiam
na região auricular e se indicavam determinados pontos que podiam ser puncionados, com o objectivo de
se restabelecer o equilíbrio yin-yang em várias disfunções orgânicas.

Segundo a MTC, o pavilhão auricular é parte integrante do todo orgânico, estando estreitamente
relacionado com os zang-fu e jingluo. Ao contrário dos jingxue, a nomenclatura dos pontos auriculares
está relacionada principalmente com as suas indicações específicas ou com as estruturas anatómicas que
representam. Assim, por exemplo, enquanto que os pontos Hipertensão ou Odontalgia estão indicados no
tratamento das patologias ou problemas específicos, já os pontos Pulmão e Estômago se utilizam no
tratamento de disfunções dos respectivos zang-fu.

Neste capítulo descrevem-se cerca de duas centenas de pontos, áreas e segmentos auriculares, muitos
deles de fácil localização e memorização se for considerada a relação que existe entre as estruturas
auriculares e a anatomia fetal de "feto invertido". Contudo, a representação somatológica clássica do feto
invertido não corresponde totalmente à que parece de facto existir e que foi demonstrada recentemente
(década de oitenta), através de trabalhos de investigação efectuados por cientistas americanos. Embora a
posição invertida e a proporção entre as áreas das várias regiões fetais se tenham confirmado, as
conclusões daquelas investigações indicam que o "homunculus auricular representa um feto com o tronco
e a cabeça em hiperextensão", negando-se portanto a posição fetal característica, ou seja, o seu
posicionamento de torção em anteroflexão.

Tal como acontece com os jingxue e os pontos extraordinários referidos nos capítulos anteriores, também
a nomenclatura dos pontos auriculares, ou erxue, está normalizada e inclui o nome específico, em pinyin,
antecedido do respectivo código alfanumérico. Porém, naquele código não se considera a fonética pinyin
do nome da região onde se encontra o ponto, mas sim as siglas relativas às áreas auriculares principais
(segundo a terminologia inglesa) – Quadro 14.1.

Quadro 14.1 - Código alfanumérico dos xue auriculares.


Estrutura Significado Estrutura Significado
H. Hélix SC. Concha superior
SF. Fossa escafóide IC. Concha inferior
AH. Anti-hélix L. Lobo
TF. Fossa triangular P. Região posterior
T. Tragus S. Pontos secundários
AT. Anti-tragus .x Código numérico

Procurando facilitar a sua esquematização e localização, a referência que antecede o código alfanumérico
de cada ponto ou área representa o seu número de ordem nos diagramas apresentados (Figuras 14.1 e
14.2).

DETECÇÃO E SELECÇÃO DOS PONTOS AURICULARES

Mais importante que a exploração individual de cada erxue, o exame minucioso das diferentes áreas
auriculares facilitará não só a formulação de um diagnóstico correcto como a detecção e selecção
adequada dos pontos que devem ser puncionados. Se a perspicácia e a experiência clínica do
acupuncturista não permitirem a detecção das alterações auriculares geralmente associadas às diferentes
patologias, dever-se-á então recorrer à selecção de pontos segundo as suas indicações específicas e de
acordo com o quadro clínico referido pelo doente.

Os principais métodos de detecção dos pontos auriculares são o exame auricular macroscópico, a
palpação de pontos dolorosos com um ponteiro de pressão e a medição da resistência eléctrica dos pontos
auriculares. Embora o primeiro seja o mais importante, sempre que possível devem utilizar-se
conjuntamente os três métodos.

Exame macroscópico

Procura detectar e avaliar eventuais alterações na morfologia e coloração da superfície cutânea. As duas
orelhas devem ser examinadas e comparadas antes da limpeza da pele e as conclusões devem considerar a
idade, a ocupação e o meio ambiente habitual do doente.

Consideram-se "sinais positivos":

● as alterações na coloração, comparativamente à zona circunjacente e à região auricular contralateral


(zonas mais pálidas, escuras ou avermelhadas), que se modificam com a pressão;

● as alterações morfológicas, nomeadamente a existência de nódulos, protuberâncias ou depressões;

● as alterações permanentes na tonalidade, mormente a existência de rash, ptéquias, máculas ou


despigmentações;

● as acumulações anormais, de descamações ou de outras substâncias de eliminação difícil.

Palpação de pontos dolorosos

Consiste na pressão ligeira das áreas suspeitas com um ponteiro de pressão auricular, procurando-se os
pontos mais dolorosos passíveis de tratamento. A pressão nos erxue deve ser uniforme e constante, em
termos de força e de tempo de aplicação. O diagnóstico e a selecção dos pontos para tratamento só se
deve efectuar após a comparação com a região auricular contralateral. A reactividade dolorosa, moderada
ou intensa, deve considerar-se como um "sinal positivo".

Medição da resistência eléctrica

É um método simples e indolor que utiliza um ponteiro capaz de medir a resistência eléctrica de um ponto
cutâneo e de assinalar, luminosa ou sonoramente, eventuais reduções. Estas reduções da resistência
eléctrica cutânea, podem indicar pontos passíveis de tratamento. Embora a maior parte dos estimuladores
eléctricos actualmente disponíveis no mercado incorporem este tipo de ponteiro, existem ainda aparelhos,
como o punctoscópio e o diascópio, destinados exclusivamente à detecção de pontos auriculares
susceptíveis de tratamento. De um modo geral este método de detecção de erxue dá um grande número de
falsos positivos, pois a resistência eléctrica da pele varia muito com o seu grau de humidificação, com as
condições atmosféricas e com a própria localização dos pontos. A pressão repetida ou prolongada induz
igualmente em erro, pois também altera a resistência eléctrica dos pontos.

Para se tentar reduzir o número de sinais positivos falsos, existem alguns aspectos que devem ser
considerados antes de se iniciar a detecção eléctrica dos pontos auriculares:

● a região auricular deve ser limpa com algodão alcoolizado e só cerca de cinco minutos depois se deve
iniciar a detecção eléctrica;

● o meio ambiente da clínica deve ser sossegado e os níveis de humidade devem ser inferiores a 60%;

● o ponteiro deve ser colocado nos pontos retro-auriculares da Medula Espinal (159-160), efectuando-se
então o ajustamento inicial da corrente eléctrica necessária, a qual deve ser aumentada lenta e
progressivamente até o doente referir uma sensação muito ligeira de picada;

● depois de regulada a intensidade da corrente, inicia-se a detecção dos pontos auriculares.


Relativamente ao processo de selecção dos pontos auriculares, os métodos mais utilizados, em conjunto
ou isoladamente, são quatro:

● selecção de pontos segundo a localização da doença: por exemplo os pontos Estômago (108), Cotovelo
(23) ou Artelhos (34), podem ser seleccionados para o tratamento de epigastralgias, dor na região articular
do cotovelo ou nos dedos do pés;
● selecção de pontos segundo a fisiopatologia da doença: como por exemplo a selecção dos pontos
Simpático (42) e Boca (105), para o tratamento de ulcerações na mucosa bucal, ou dos pontos Endócrino
(83) e Útero (92) para a regulação dos períodos menstruais;

● selecção de pontos segundo a filosofia da MTC: exemplificada pela selecção do ponto Fígado (125)
para o tratamento de problemas oftalmológicos, uma vez que o gan-fígado abre nos olhos;

● selecção de pontos não específicos, cuja denominação não tem qualquer relação com a região
anatómica ou a doença específica, mas que a experiência clínica acumulada ao longo dos anos
demonstrou serem eficazes no tratamento de determinadas patologias, como por exemplo o tratamento da
neurodermatite pela punção do ponto Parótida (76), ou a utilização do ponto Ápex (11) para atenuação da
febre.

MÉTODOS DE TRATAMENTO

Dependendo da patologia específica e também da experiência e preferência individuais, os métodos de


tratamento mais utilizados em auriculoterapia são: (1) a punção e estimulação regular com agulhas
filiformes, (2) a punção e estimulação com agulhas semipermanentes, (3) a electro-acupunctura, (4) a
estimulação por punctopressão com grânulos, (5) a sangria e (6) a moxibustão.

Punção regular

A punção e estimulação regular com agulhas filiformes é o método de eleição para a analgesia em
processos dolorosos crónicos. É utilizada igualmente com bons resultados no tratamento da hipoacusia e
da dor musculo-esquelética, bem como na redução da obesidade e nos tratamentos de desabituação para
toxicodependentes e fumadores.

Após a detecção e selecção dos erxue, deve-se efectuar a desinfecção adequada da pele para a profilaxia
de condrites e de processos infecciosos secundários. A punção é efectuada com agulhas de 0,5 cun, com
calibre 32-38 e a profundidade de inserção pode variar entre 0,1 e 0,3 cun. O tempo de retenção da
agulha, após a "chega da de qi", depende do tipo de patologia a tratar, variando geralmente entre quinze e
sessenta minutos; em alguns casos de dor refractária o tempo necessário para a indução de analgesia,
através de estimulação manual, pode ser superior. A manipulação deve efectuar-se com a periodicidade
de 5-10 minutos.

Quanto à frequência, as sessões terapêuticas são geralmente diárias ou em dias alternados. Cada ciclo
terapêutico é constituído em média por quinze sessões, as quais devem ser suspensas, ou os pontos
seleccionados reavaliados, se não se obtiver qualquer melhoria após a realização das cinco primeiras
sessões terapêuticas. O intervalo de repouso interciclos pode variar entre uma e quatro semanas e um
programa terapêutico não deve exceder os seis ciclos.

Punção com agulhas semipermanentes

Este método requer cuidados especiais de assepsia pois a permanência relativamente prolongada das
agulhas favorece o aparecimento de processos infecciosos. Embora menos eficaz que o método clássico
das agulhas filiformes, a punção com agulhas semipermanentes dá resultados satisfatórios no tratamento
da dor crónica, na desabituação tabágica e na redução da obesidade.

A punção é efectuada com agulhas de calibre 36-38 e 0,1-0,2 cun, não devendo o seu período de retenção
exceder os cinco dias; durante a estação quente e húmida aquele período deve ser reduzido para três dias.
Não se devem tratar simultaneamente mais que três erxue, recomendando-se igualmente a alternância dos
pontos a puncionar. Depois da sua inserção, as agulhas devem ser fixas com um pequeno penso plástico
esterilizado e estimuladas várias vezes por dia, pelo próprio doente. Este tipo de tratamento não deve ser
aplicado a crianças muito jovens, grávidas e idosos com sinais marcados de involução senil.

Electro-acupunctura

A electro-acupunctura auricular é utilizada sobretudo em anestesia, tanto local como regional.


Como método de tratamento ordinário é utilizada quase exclusivamente na analgesia de processos
dolorosos, agudos ou crónicos. Em cada sessão terapêutica efectua-se geralmente a punção de dois pares
de erxue, cuja estimulação eléctrica não deve exceder os trinta minutos.

Pressão com grânulos

A acupressão auricular pode ser efectuada com sementes de "vaccaria segetalis", com grânulos de
chumbo ou com magnetes de cobalto. As duas primeiras variantes implicam uma estimulação manual
frequente, efectuada diariamente pelo doente, e estão indicadas no tratamento da dor e de processos
inflamatórios crónicos. Os magnetes de cobalto devem ser reservados para o tratamento de problemas
musculares e constituem um processo de tratamento que, além de cómodo, não requer da parte do doente
qualquer tipo de preocupação.

Enquanto que os grânulos de chumbo são usados principalmente no Japão, Europa e América, as
sementes de "vaccaria" são utilizadas na maior parte dos países do norte e centro do continente asiático.
A "vaccaria segetalis", wangbu liuxing em pinyin, é uma herbácea da família das carophyllaceæ e faz
parte da herbologia da MTC, sendo as suas folhas, depois de secas, muito utilizadas na preparação de um
chá medicinal para o tratamento de infecções urinárias, perturbações menstruais, mormente amenorreia e
menometrorragias, bem como para a dissolução de cálculos renais e ureterais.

Ao contrário das agulhas semipermanentes, as sementes de "vaccaria" e os grânulos de chumbo podem


ser usados sem qualquer risco em crianças, grávidas e idosos, devendo ser massajados vigorosamente de
duas em duas horas, durante 1-2 minutos, e removidos cerca de cinco dias após a sua aplicação.

Os magnetes de cobalto devem emitir um fluxo magnético superior a mil gauss e ser fixados com um
penso plástico de modo a manter-se uma pressão constante até à sua remoção. A remoção respeita
unicamente os pensos e deve efectuar-se cada 2-3 dias; os magnetes são reutilizáveis por períodos que
podem ir até vinte dias, dependendo da sua qualidade. A estimulação contínua que exercem pode ainda
ser reforçada pela massagem ou pela pressão manual.

Punção sangrativa

Obedecendo aos princípios referidos no capítulo anterior, a sangria auricular pode ser efectuada com
escalpelos e agulhas lanceoladas ou filiformes.

É utilizada principalmente no tratamento de processos inflamatórios agudos e a frequência das sessões


pode variar entre sangrias diárias e mensais. De um modo geral, um ciclo terapêutico é constituído por 3-
5 sessões, com sangrias de 3-5 gotas de sangue por sessão; os diferentes programas terapêuticos não
devem exceder os três ciclos.

Moxibustão

A moxibustão auricular é utilizada sobretudo no tratamento de ciatalgia, reumatismo e síndromas de yin


shi ou yang xu.

Os métodos mais usados na prática clínica respeitam a moxibustão directa não escarificante, com charutos
ou agulhas aquecidas, embora por vezes também se aplique a moxibustão indirecta com cachimbos, como
por exemplo no tratamento coadjuvante da paralisia facial periférica (paralisia de Bell).

ESTRUTURAS NERVOSAS E ANATÓMICAS

O pavilhão auricular é constituído por uma placa cartilagínea, circundada por uma fina camada de tecido
adiposo e conjuntivo, intrincadamente enervada por:

● nervos grande auricular e occipital menor, provenientes dos segundo e terceiro nervos espinocervicais;

● ramo auriculotemporal do nervo trigémio (V par craniano), proveniente do tronco terminal posterior do
seu ramo mandibular;
● ramo auricular posterior no nervo facial (VII par craniano), proveniente do seu ramo colateral
extrapetroso;

● ramo misto, resultante da junção do ramo anastomótico do VII par craniano proveniente da fossa
jugular, ou ramo de Curveiller, com o ramo cervical do nervo pneumogástrico (X par craniano) e com o
ramo anastomótico do nervo glossofaríngeo (IX par craniano), ou asa de Haller.

Considerando-se a sua estrutura anatómica, a região auricular pode ser subdividida em dezanove regiões:

1) hélix (erlun): proeminência que contorna externamente o pavilhão auricular;


2) hélix crus (erlunjiao): proeminência na região terminal interna do contorno externo do pavilhão
auricular;
3) tubérculo auricular (erjiejielun): pequena protuberância na região póstero-superior do hélix, que
corresponde ao tubérculo de Darwin;
4) hélix cauda (erlunshui): segmento terminal inferior do hélix, na junção deste com o lobo auricular;
5) antihelix (duierlun): proeminência grosseiramente circular, anterior e paralela ao hélix;
6) antihelix crus superior (shang duierlun): bifurcação póstero-superior do antihelix;
7) antihelix crus inferior (xia duierlun): bifurcação antero-superior do antihelix;
8) fossa triangular (sanjiaowo): depressão triangular entre os dois antihelix crus;
9) fossa escafóide (erzhou): depressão entre o hélix e o antihelix;
10) tragus (erping): pequena protuberância da região auricular, imediatamente anterior ao orifício do
canal auditivo externo;
11) antitragus (duierping): proeminência oposta ao tragus, na região inferior do antihelix;
12) chanfradura intertragus (erpingjiang qieji): chanfradura na concha inferior, entre o tragus e o
antitragus;
13) chanfradura supratragus (erpingshang qieji): pequena chanfradura entre o hélix crus e o rebordo
superior do tragus;
14) concha superior (erjiating), ou "cimba conchae": concavidade auricular acima do hélix crus;
15) concha inferior (erjiaqiang), ou "cavum conchae": concavidade auricular inferior ao hélix crus;
16) lobo ou lóbulo (ershui): na região auricular inferior sem tecido cartilaginoso;
17) orifício do canal auditivo (waierdao): posteriormente ao tragus, na concha auricular inferior;
18) chanfradura entre antitragus e antihelix (duierping duierlun qieji): chanfradura muito pequena situada
entre o limite superior do antitragus e o rebordo anterior do limite inferior do antihelix;
19) região auricular posterior (erbei): como o nome sugere, é toda a região posterior do pavilhão
auricular.

Na Figura 14.1 encontram-se representadas as regiões anatómicas e os pontos auriculares anteriores.


FIGURA 14.1
REGIÕES ANATÓMICAS, PONTOS E ÁREAS DA REGIÃO AURICULAR ANTERIOR
Na Figura 14.2 encontram-se representados os pontos localizados na região auricular posterior.

FIGURA 14.2
PONTOS E ÁREAS DA REGIÃO AURICULAR POSTERIOR

Pontos auriculares

Pontos Auriculares: Hélix

1 - Auricular Mediano (A-H.1 - Erzhong)


Localização: no centro do hélix crus.
Indicações: prurido e problemas hemorrágicos cutâneos.

2 - Energia Vital (A-H.2 - Qi)


Localização: no hélix crus, equidistante de pangguang-bexiga (118) e naogan-cérebro (77).
Indicações: enurese e incontinência urinária.

3 - Diafragma (A-H.3 - Ge)


Localização: no hélix crus.
Indicações: espasmo diafragmático, prurido e problemas cutâneos hemorrágicos.

4 - Disfunção Nervosa (A-H.4 - Shenjing)


Localização: próximo do vértice e do rebordo superior do hélix crus.
Indicações: distonia neurovegetativa e outros problemas nervosos.

5 - Recto Distal 1 (A-H.5 - Yizhichang xiaduan)


Localização: no hélix ao nível de dachang-cólon (112).
Indicações: diarreia, obstipação e hemorróides.

6 - Uretra 1 (A-H.6 - Yiniaodao)


Localização: no hélix ao nível de pangguang-bexiga (118).
Indicações: incontinência urinária, disúria e polaquiúria.

7 - Ânus (A-H.7 - Ganmen)


Localização: no hélix, equidistante dos pontos yizhichang xiaduan-recto distal (5) e yiniaodao-uretra (6).
Indicações: prurido perianal e hemorróides.

8 - Genital Externo 1 (A-H.8 - Waishengzhiqi)


Localização: no hélix, ao nível do antihelix crus inferior.
Indicações: dispareunia, cervicite, balanite, orquite, lombalgias e ciatalgia.
9 - Gripe (A-H.9 - Ganmao)
Localização: no rebordo do hélix, anterior ao rebordo anterior do antihelix crus superior.
Indicações: gripe, rinorreia e coriza (terapêutica sangrativa).

10 - Hemorróides (A-H.10 - Ganchuxue)


Localização: no hélix, proximal à delimitação superior da fossa triangular.
Indicações: hemorróides.

11 - Vértice Auricular (A-H.11 - Erjian)


Localização: no ponto mais elevado do hélix; deve ser localizado com o pavilhão auricular dobrado
anteriormente.
Indicações: hipertermia e hipertensão arterial (sangria), problemas hepáticos (moxibustão), dor e insónias.

12 - Amígdala 1 (A-H.12 - Yibiantaoti)


Localização: na região apical do hélix, posterior a erjian-vértice auricular (11).
Indicações: problemas inflamatórios da orofaringe.

13 - Yang Hepático 1 (A-H.13 - Yiganyang)


Localização: no limite superior do tubérculo de Darwin.
Indicações: "transaminasites" e outros problemas hepáticos.

14 - Yang Hepático 2 (A-H.14 - Erganyang)


Localização: no limite inferior do tubérculo de Darwin.
Indicações: "transaminasites" e outros problemas hepáticos.

15 - Hélix (A-H.15 - Erlun)


Localização: grupo de seis pontos equidistantes localizados no hélix, entre o limite inferior do tubérculo
de Darwin e a região inferior do lobo auricular.
Indicações: problemas inflamatórios da orofaringe.

16 - Amígdala 2 (A-H.16 - Erbiantaoti)


Localização: na região média do hélix, ao nível de jian-ombro (22).
Indicações: problemas inflamatórios da orofaringe.

17 - Amígdala 3 (A-H.17 - Sanbiantaoti)


Localização: no hélix cauda.
Indicações: problemas inflamatórios da orofaringe.

Pontos Auriculares: Fossa Escafóide

18 - Apêndice 1 (A-SF.1 - Yilanwei)


Localização: próximo do vértice da fossa escafóide, equidistante de shouzhi-dedos (19) e zuzhi-artelhos
(34).
Indicações: processos inflamatórios do apêndice.

19 - Dedos (A-SF.2 - Shouzhi)


Localização: no centro da fossa escafóide, ligeiramente acima do limite superior do tubérculo de Darwin.
Indicações: dor e problemas neuro-musculo-esqueléticos dos dedos.

20 - Punho (A-SF.3 - Wan)


Localização: no centro da fossa escafóide, ao nível da região central do tubérculo de Darwin.
Indicações: dor e problemas articulares da região radiocárpica.

21 - Alergia (A-SF.4 - Guominzheng)


Localização: no centro da fossa escafóide, ligeiramente acima de wan-punho (20).
Indicações: reacções urticariformes e alérgicas.

22 - Ombro (A-SF.5 - Jian)


Localização: no centro da fossa escafóide, ao nível da chanfradura supratragus.
Indicações: dor e problemas musculo-esqueléticos da região do ombro.
23 - Cotovelo (A-SF.6 - Zhou)
Localização: no centro da fossa escafóide, equidistante de wan-punho (20) e jian-ombro (22).
Indicações: dor e problemas articulares da região do cotovelo.

24 - Apêndice 2 (A-SF.7 - Erlanwei)


Localização: no centro da fossa escafóide e equidistante dos pontos zhou-cotovelo (23) e jian-ombro (22).
Indicações: processos inflamatórios do apêndice.

25 - Articulação Escápulo-Umeral (A-SF.8 - Jianguanjie)


Localização: no centro da fossa escafóide e equidistante dos pontos jian-ombro (22) e suogu-clavícula
(26).
Indicações: dor e problemas musculo-esqueléticos da região escápulo-umeral.

26 - Clavícula (A-SF.9 - Suogu)


Localização: no centro da fossa escafóide, ao nível de jing-pescoço (53).
Indicações: dor e problemas musculo-esqueléticos da região articular acrómio-clavicular.

27 - Dor no Ombro (A-SF.10 - Jiantongdian)


Localização: na fossa escafóide, supero-internamente a jianguanjie-articulação escápulo-umeral (25).
Indicações: dor na região articular do ombro.

28 - Axila (A-SF.11 - Ye)


Localização: na fossa escafóide, acima de jiantongdian-dor no ombro (27).
Indicações: edema e adenites do cavado axilar.

29 - Tórax 1 (A-SF.12 - Yixiong)


Localização: no centro da fossa escafóide, acima de jianguanjie-articulação do ombro (25).
Indicações: dor torácica e nevralgia intercostal.

30 - Abdómen (A-SF.13 - Fu)


Localização: antero-superior a zhou-cotovelo (23), na junção entre da fossa escafóide com o antihelix.
Indicações: cólica renal e dor abdominal.

31 - Nefrite (A-SF.14 - Shenzangyan)


Localização: na depressão inferior da fossa escafóide, abaixo de suogu-clavícula (26).
Indicações: nefrite, pielonefrite e cólica renal.

32 - Tiróide 1 (A-SF.15 - Yijiazhuangxian)


Localização: equidistante de shenzangyan-nefrite (31) e suogu-clavícula (26), no limite anterior da fossa
escafóide.
Indicações: choque hipovolémico, crise hipotensiva e regulação da função tiroideia.

33 - Apêndice 3 (A-SF.16 - Sanlanwei)


Localização: na junção da fossa escafóide com o antihelix, antero-inferior a jiahuangxian-tiróide 1 (32).
Indicações: processos inflamatórios do apêndice.

Pontos Auriculares: Antihelix

34 - Artelhos (A-AH.1 - Zuzhi)


Localização: no ângulo póstero-superior do antihelix crus superior.
Indicações: dor e problemas musculo-esqueléticos dos artelhos.

35 - Tornozelo (A-AH.2 - Huai)


Localização: no antihelix crus superior.
Indicações: dor e problemas musculo-esqueléticos da região tibiotársica.

36 - Calcanhar (A-AH.3 - Gen)


Localização: no antihelix crus superior, antero-superior a huan-tornozelo (35).
Indicações: dor e problemas musculo-esqueléticos da região calcaneana.
37 - Joelho (A-AH.4 - Xi)
Localização: no antihelix crus superior, ao nível do limite superior do antihelix crus inferior.
Indicações: dor e problemas musculo-esqueléticos da região rotuliana.

38 - Articulação do Joelho (A-AH.5 - Xiguanjie)


Localização: no antihelix crus superior, imediatamente abaixo de zuzhi-artelhos (34).
Indicações: dor e problemas musculo-esqueléticos da região rotuliana.

39 - Articulação Coxo-Femural 1 (A-AH.6 - Yikuanguanjie)


Localização: no antihelix crus superior, anterior e ligeiramente superior a xi-joelho (37).
Indicações: dor e problemas musculo-esqueléticos da região coxo-femural.

40 - Músculo Gémeos (A-AH.7 - Feichangji)


Localização: no antihelix crus superior, anterior a xiguanjie-articulação do joelho (38).
Indicações: dor e espasmo do músculo gémeos.

41 - Cavado Poplíteo ou Atrás do Joelho (A-AH.8 - Xihou)


Localização: no antihelix crus superior, anterior a xi-joelho (37).
Indicações: dor na região poplítea.

42 - Simpático (A-AH.9 - Jiaogan)


Localização: no rebordo superior do antihelix crus inferior, no sulco formado pela junção deste com o
hélix.
Indicações: problemas do sistema nervoso autónomo, tanto simpático como parassimpático, epigastralgias
por gastrite e úlcera péptica, cólicas por litíase vesicular e ureteral, problemas circulatórios e
oftalmológicos e hipersudorese. Tem um efeito analgésico marcado e é um ponto chave em acupunctura
anestésica. É um dos pontos mais utilizados em auriculoterapia.

43 - Nervo Ciático (A-AH.10 - Zuogu shenjing)


Localização: no antihelix crus inferior, no ponto médio da junção do terço superior com o terço médio.
Indicações: ciatalgia.

44 - Nadegueiro (A-AH.11 - Tun)


Localização: no terço inferior do antihelix crus inferior, próximo da junção deste com a bifurcação
superior do antihelix crus.
Indicações: dor sacro-ilíaca e íliofemural e atrofia dos músculos nadegueiros.

45 - Calor (A-AH.12 - Re)


Localização: na junção dos dois antihelix crus, imediatamente abaixo de xihou-cavado poplíteo (41).
Indicações: hipertermia ligeira a moderada.

46 - Abdómen Inferior (A-AH.13 - Xiafu)


Localização: na junção dos dois antihelix crus, póstero-inferior a xi-joelho (37).
Indicações: dor na região hipogástrica.

47 - Vértebra Lombar 1 (A-AH.14 - Yiyaozhui)


Localização: na proeminência do antihelix, ao nível de yizhichang xiaduan-recto distal (5).
Indicações: lombalgias.

48 - Abdómen 1 (A-AH.15 - Yifu)


Localização: no antihelix, ao nível do limite inferior do antihelix crus inferior.
Indicações: dor mesogástrica e hipogástrica.

49 - Lumbago (A-AH.16 - Yaotongdian)


Localização: no antihelix, ao nível do limite inferior do antihelix crus inferior.
Indicações: lombalgias e bloqueio agudo da coluna lombar.

50 - Tórax 2 (A-AH.17 - Erxiong)


Localização: no antihelix, ao nível da chanfradura supratragus.
Indicações: dor torácica, sensação de opressão precordial e nevralgia intercostal.
51 - Abdómen 2 (A-AH.18 - Erfu)
Localização: equidistante de yiyaozhui-vértebra lombar (47) e erxiong-tórax (50).
Indicações: dor epigástrica, mesogástrica, nos flancos e hipocôndrios.

52 - Glândula Mamária (A-AH.19 - Ruxian)


Localização: conjunto de dois pontos abaixo de erxiong-tórax (50), ao nível do tragus (50).
Indicações: displasia mamária.

53 - Pescoço (A-AH.20 - Jing)


Localização: na região inferior do antihelix, ao nível da chanfradura entre este e o antitragus.
Indicações: cervicalgias e problemas musculo-esqueléticos da região cervical.

54 - Tiróide 2 (A-AH.21 - Erjiazhuangxian)


Localização: no rebordo da chanfradura entre o antihelix e o antitragus, anterior a jing-pescoço (53).
Indicações: choque hipovolémico, crise hipotensiva e regulação da função tiroideia.

55 - Vértebra Sacrococcígea (A-AH.22 - Dizhui)


Localização: "área D" localizada no rebordo inferior do antihelix crus inferior.
Indicações: dor e problemas musculo-esqueléticos da região sacrococcígea.

56 - Vértebra Lombar 2 (A-AH.23 - Eryaozhui)


Localização: "área C" localizada ao longo do rebordo inferior do antihelix crus inferior e do rebordo
anterior do antihelix.
Indicações: dor e problemas musculo-esqueléticos da região sacrolombar.

57 - Vértebra Torácica (A-AH.24 - Xiongzhui)


Localização: "área B" localizada ao longo do rebordo anterior do antihelix.
Indicações: dor e problemas musculo-esqueléticos da região dorsal.

58 - Vértebra Cervical (A-AH.25 - Jingzhui)


Localização: "área A" localizada no rebordo anterior da região inferior do antihelix.
Indicações: dor e problemas musculo-esqueléticos da região cervical.

Pontos Auriculares: Tragus e Antitragus

59 - Ouvido Externo (A-T.1 - Waier)


Localização: no tragus, antero-superior à chanfradura supratragus.
Indicações: tinitus, zumbidos e hipoacusia.

60 - Coração 1 (A-T.2 - Yixin)


Localização: anterior à chanfradura supratragus.
Indicações: disritmias cardíacas, principalmente taquicardia paroxística.

61 - Vértice do Tragus (A-T.3 - Duipingjian)


Localização: na proeminência superior do tragus.
Indicações: processos inflamatórios e dolorosos, hipertermia e hipertensão arterial (sangria).

62 - Adrenal (A-T.4 - Shenshangxian)


Localização: na proeminência inferior do tragus.
Indicações: processos inflamatórios e dolorosos, incluindo os problemas reumáticos, reacções alérgicas,
hipertermia, hemorragias, regulação dos valores da tensão arterial, dispneia, hipo ou hipercapnia, choque
hipovolémico e estimulação da secreção de adrenalina e de hormonas adrenocorticais. É um ponto muito
utilizado em auriculoterapia.

63 - Nariz Externo (A-T.5 - Waibi)


Localização: na região central do tragus, equidistante de kedian-sede (64) e jidian-fome (65).
Indicações: rinorreia e acne rosácea.

64 - Sede (A-T.6 - Kedian)


Localização: no tragus, superior a waibi-nariz externo (63).
Indicações: polidipsia e poliúria, características da diabetes mellitus.

65 - Fome (A-T.7 - Jidian)


Localização: no tragus, inferior a waibi-nariz externo (63).
Indicações: polifagia característica da diabetes mellitus e excesso ponderal.

66 - Naso-Oftálmico (A-T.8 - Bimu)


Localização: no tragus, póstero-inferior a kedian-sede (64).
Indicações: rinite e congestão ocular.

67 - Hipertensão (A-T.9 - Gaoxueyadian)


Localização: no tragus, antero-inferior a shenshangxian-adrenal (63).
Indicações: hipertensão arterial.

68 - Faringo-Laringe (A-T.10 - Yanhou)


Localização: na região superior da face interna do tragus, ao nível de kedian-sede (64).
Indicações: processos inflamatórios da faringe e da laringe, nomeadamente rouquidão e edema da úvula.

69 - Nariz Interno (A-T.11 - Neibi)


Localização: na região inferior da face interna do tragus, ao nível de jidian-fome (65).
Indicações: rinite e epistaxis.

70 - Tiróide 3 (A-T.12 - Sanjiazhuangxian)


Localização: na região superior da face interna do tragus, póstero-superior a de yanhou (68).
Indicações: choque hipovolémico, crise hipotensiva e regulação da função tiroideia.

71 - Frontal (A-AT.1 - E)
Localização: na região anterior e inferior do antitragus.
Indicações: cefaleias frontais e rinite.

72 - Occipital (A-AT.2 - Zhen)


Localização: na região anterior e superior do antitragus.
Indicações: cefaleias occipitais, alterações do comportamento, excitação, nervosismo, choque
hipovolémico e sinais de irritação meníngea, nomeadamente opistótonus, trismus, rigidez da nuca e
convulsões. É um ponto com acção anti-inflamatória, analgésica e tranquilizante, muito utilizado em
auriculoterapia.

73 - Temporal (A-AT.3 - Nie)


Localização: no antitragus, equidistante de e-frontal (71) e zhen-occipital (72).
Indicações: hemicrania, cefaleias occipitais, vertigens e astenia.

74 - Vértice (A-AT.4 - Toujian)


Localização: na região posterior e inferior do antitragus, ao nível de e-frontal (71).
Indicações: vertigens e cefaleias na região interparietal.

75 - Anti-Dispneico (A-AT.5 - Dingchuan)


Localização: no antitragus, antero-superior a nie-temporal (73).
Indicações: prurido, tosse e dispneia.

76 - Glândula Parótida (A-AT.6 - Saixian)


Localização: no antitragus, ligeiramente anterior e superior a dingchuan-antidispneico (75).
Indicações: prurido, inflamação da glândula parótida e obstrução do canal de stennon.

77 - Cérebro (A-AT.7 - Naodian)


Localização: no antitragus, ligeiramente acima de dingchuan-antidispneico (75).
Indicações: hemorragias e regulação das acções inibidora e excitadora do córtex cerebral. É também
utilizado no tratamento de doenças dos sistemas nervoso, endócrino, digestivo e urogenital.

78 - Tronco Cerebral (A-AT.8 - Naogan)


Localização: no antitragus, equidistante de erjiazhuangxian-tiróide (54) e yun-vertigem (79).
Indicações: sequelas de acidente vascular cerebral e sinais de irritação meníngea, como por exemplo
opistótonus, trismus, rigidez da nuca e convulsões..

79 - Vertigem (A-AT.9 - Yun)


Localização: no antitragus, equidistante dos pontos naodian-cérebro (77) e naogan-tronco cerebral (78).
Indicações: náuseas, tonturas e vertigens.

80 - Dentes (A-AT.10 - Ya)


Localização: no antitragus, posterior a zhen-occipital (72).
Indicações: gengivite e odontalgias.

81 - Visão 1 ou Glaucoma (A-T.13 - Yiyan)


Localização: anterior à chanfradura intertragus.
Indicações: fase inicial da atrofia do nervo óptico, glaucoma e problemas da visão com alterações do
fundo ocular.

82 - Visão 2 ou Astigmatismo (A-AT.11 - Eryan)


Localização: posterior à chanfradura intertragus.
Indicações: astigmatismo e estrabismo de acomodação ligeiro.

83 - Endócrino (A-T.14 - Neifenmi)


Localização: anterior à chanfradura intertragus, na face interna do tragus.
Indicações: reumatismo, regulação do metabolismo endócrino, síndromas de malabsorção, discrasias
sanguíneas, problemas ginecológicos e urogenitais. Tem também efeito analgésico.

84 - Ovários (A-AT.12 - Luanchao)


Localização: na face interna do antitragus.
Indicações: infertilidade, atraso no desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, dismenorreia e
menstruação irregular.

85 - Subcórtex (A-AT.13 - Pizhixia)


Localização: na face interna do antitragus, ligeiramente superior a luanchao-ovários (84).
Indicações: regulação das funções do córtex cerebral, distonia neurovegetativa, problemas mentais,
insónias e hipersudorese. Tem também efeito analgésico.

86 - Hormonal (A-T.15 - He'ermeng)


Localização: na transição entre a face interna do tragus e a concha inferior, ligeiramente superior a
neifenmi-endócrino (83).
Indicações: problemas reumatismais, inflamatórios e alérgicos.

87 - Testículos (A-AT.14 - Gaowan)


Localização: na face interna do antitragus, ligeiramente abaixo de naodian-cérebro (77).
Indicações: orquite, problemas dermatológicos do escroto e impotência sexual primária.

88 - Excitação (A-AT.15 - Ciji)


Localização: na face interna do antitragus, posterior a gaowan-testículos (87).
Indicações: apatia e psicose depressiva.

89 - Nervo 1 (A-AT.16 - Yishenjing)


Localização: na face interna do antitragus, posterior a gaowan-excitação (88).
Indicações: paralisia dos nervos facial e motor ocular comum.

90 - Odontalgia (A-AT.17 - Yatongdian)


Localização: na face interna do antitragus, um pouco abaixo de naogan-tronco cerebral (78).
Indicações: odontalgias.

91 - Hipófise (A-AT.18 - Chuiti)


Localização: na junção da face interna do antitragus com a concha inferior, ligeiramente abaixo de
shenjing-nervo (89).
Indicações: regulação da função hipofisária, acromegalia, poliúria e impotência sexual.
Pontos Auriculares: Fossa Triangular

92 - Útero (A-TF.1 - Zigong)


Localização: no terço superior da fossa triangular, equidistante dos dois antihelix crus.
Indicações: impotência sexual primária e problemas uterinos.

93 - Pélvis (A-TF.2 - Penqiang)


Localização: no terço inferior da fossa triangular, próximo da junção dos dois antihelix crus.
Indicações: processos inflamatórios dos orgãos intrapélvicos e dismenorreia.

94 - Porta Divina da Orelha (A-TF.3 - Ershenmen)


Localização: na junção do terço inferior com o terço médio da fossa triangular, próximo da junção desta
com o antihelix crus superior.
Indicações: regulação do córtex cerebral, hipertensão arterial, alterações do comportamento e bronquite
asmatiforme. É o ponto com acção analgésica, tranquilizante e anti-alérgica mais utilizado em
auriculoterapia e é um ponto chave em anestesia.

95 - Asma (A-TF.4 - Xiaochuan)


Localização: no centro da fossa triangular, equidistante de zigong-útero (92) e penqiang-pelvis (93).
Indicações: bronquite asmatiforme, dispneia e reacções alérgicas.

96 - Hepatite 1 (A-TF.5 - Yiganyandian)


Localização: equidistante de penqiang-pelvis (93) e xiaochuan-asma (95).
Indicações: problemas hepáticos.

97 - Articulação Coxo-Femural 2 (A-TF.6 - Erkuanguanjie)


Localização: na fossa triangular, inferior a ganyandian-hepatite (96).
Indicações: dor e problemas musculo-esqueléticos das regiões nadegueira e coxo-femural.

98 - Anexos (A-TF.7 - Xigongjing)


Localização: na fossa triangular, inferior a zigong-útero (92).
Indicações: anexite e dismenorreia.

99 - Obstipação (A-TF.8 - Bianmi)


Localização: área na região inferior da fossa triangular, inferior a xigongjing-anexos (98).
Indicações: obstipação e rectorragias por hemorróides.

100 - Hipotensor (A-TF.9 - Jiangyadian)


Localização: na região superior da fossa triangular.
Indicações: cefaleias e hipertensão arterial.

101 - Recto Distal 2 (A-TF.10 - Erzhichang xiaduan)


Localização: na fossa triangular, anterior a bianmi-obstipação (99) e próximo da junção do antihelix crus
inferior com o hélix.
Indicações: diarreia, obstipação e hemorróides.

102 - Uretra 2 (A-TF.11 - Erniaodao)


Localização: na fossa triangular, equidistante de erzhichang xiaduan-recto distal (101) e erwaishengzhiqi-
genital externo (103).
Indicações: incontinência ou retenção urinária, disúria e polaquiúria.

103 - Genital Externo 2 (A-TF.12 - Erwaishengzhiqi)


Localização: na região superior da fossa triangular, antero-superior a zigong-útero (92) e equidistante dos
antihelix crus.
Indicações: menometrorragias, leucorreia e impotência sexual primária.

104 - Recto Proximal (A-TF.13 - Zhichang shangduan)


Localização: na fossa triangular, entre jiangyadian-hipotensor (100) e erwaishengzhiqi-genital externo
(103) e próximo da junção do antihelix crus inferior com o hélix.
Indicações: distúrbios funcionais do cólon.
Pontos Auriculares: Concha − Cavum Conchae e Cimba Conchae

105 - Boca (A-IC.1 - Kou)


Localização: na cavum conchae, póstero-superior ao rebordo posterior do meato do canal auditivo
externo.
Indicações: rigidez da articulação mandibulotemporal e estomatite aftosa.

106 - Esófago (A-IC.2 - Shidao)


Localização: na cavum conchae, imediatamente abaixo de qi-energia vital (2).
Indicações: bolo histérico, disfagia, eructações frequentes e espasmo laríngeo.

107 - Cárdia (A-IC.3 - Benmen)


Localização: na cavum conchae, posterior a shidao-esófago (106).
Indicações: espasmo do cárdia, disfagia, regurgitação alimentar e eructações frequentes.

108 - Estômago (A-IC.4 - Wei)


Localização: no limite superior da cavum conchae, no vértice do hélix crus.
Indicações: dispepsia, gastrite, úlcera péptica, distensão gástrica, eructações frequentes e insónias.

109 - Ptose Gástrica (A-SC.1 - Weixiachui)


Localização: na cimba conchae, superior a wei-estômago (108) e posterior a shierzhicang-duodeno (110).
Indicações: ptoses viscerais.

110 - Duodeno (A-SC.2 - Shierzhicang)


Localização: na cimba conchae, posterior a xiaochang-intestino delgado (111).
Indicações: úlcera duodenal, hipocloridria gástrica e espasmo pilórico.

111 - Intestino Delgado (A-SC.3 - Xiaochang)


Localização: na cimba conchae, ao nível da transição entre hélix e hélix crus, equidistante de
shierzhicang-duodeno (111) e selanwei-apêndice 4 (113).
Indicações: processos inflamatórios do apêndice.

112 - Cólon 1 (A-SC.4 - Yidachang)


Localização: na cimba conchae, antero-superior a selanwei-apêndice 4 (113).
Indicações: problemas respiratórios, diarreia, obstipação e hemorróides.

113 - Apêndice 4 (A-SC.5 - Silanwei)


Localização: entre xiaochang-intestino delgado (111) e yidachang-cólon 1 (112).
Indicações: processos inflamatórios do apêndice.

114 - Cólon 2 (A-SC.6 - Erdachang)


Localização: na cimba conchae, entre yidachang-cólon 1 (112) e pangguang-bexiga (118).
Indicações: diarreia por chistosomíase, colite ulcerosa e hemorragia digestiva baixa.

115 - Cólon 3 (A-SC.7 - Sandachang)


Localização: na cimba conchae, entre silanwei-apêndice 4 (113) e sheniaoguan-ureter (120).
Indicações: diarreia por chistosomíase, colite ulcerosa e hemorragia digestiva baixa.

116 - Base do Sangue (A-SC.8 - Xueji)


Localização: na cimba conchae, anterior a erdachang-cólon 2 (114).
Indicações: diarreia por chistosomíase, colite ulcerosa e hemorragia digestiva baixa.

117 - Próstata (A-SC.9 - Qianliexian)


Localização: na cimba conchae, superior a xueji-base do sangue (116).
Indicações: problemas prostáticos, hematúria, disúria, polaquiúria e espermatorreia.

118 - Bexiga (A-SC.10 - Pangguang)


Localização: próximo da junção da cimba conchae com o antihelix crus inferior e superior a erdachang-
cólon 2 (114).
Indicações: tenesmo urinário, disúria, polaquiúria, incontinência ou retenção urinária, enurese e
lombalgias.

119 - Rim (A-SC.11 - Shen)


Localização: próximo da junção da cimba conchae com o antihelix crus inferior e superior a xiaochang-
intestino delgado (111).
Indicações: cefaleias, vertigens, amnésia, hipoacusia, tinitus, alopécia, problemas urogenitais e
ginecológicos, processos inflamatórios da faringe e diarreia vespertina. É um ponto de tonificação muito
utilizado para regulação das funções do córtex cerebral, dos rins e do sistema hematopoiético.

120 - Ureter (A-SC.12 - Sheniaoguan)


Localização: na cimba conchae, equidistante de pangguang-bexiga (118) e shen-rim (119).
Indicações: cólica renal por litíase renal ou ureteral.

121 - Ascite (A-SC.13 - Hushuidian)


Localização: na cimba conchae, directamente acima de xiaochang-intestino delgado (111).
Indicações: problemas secundários à cirrose hepática, ascite e desequilíbrio hidro-electrolítico.

122 - Pâncreas (A-SC.14 - Yi)


Localização: na cimba conchae, superior a de shierzhicang-duodeno (110).
Indicações: dispepsia, pancreatite e diabetes.

123 - Relaxador Muscular (A-IC.5 - Songchi jirou)


Localização: no limite superior da cavum conchae, posterior a de wei-estômago (108).
Indicações: cambras, tensão muscular e problemas hepáticos. É um ponto chave em anestesia.

124 - Hepatomegalia Esquerda (A-SC.15 - Zuogan zengjia)


Localização: área localizada na transição entre a cavum e a cimba conchae.
Indicações: disfunção hepática com hepatomegalia (lobo esquerdo).

125 - Fígado (A-SC.16 - Gan)


Localização: na cimba conchae, acima de zuogan zengjia-hepatomegalia esquerda (124).
Indicações: problemas hepáticos, anemia ferropénica, perturbações da visão, hemiplegia, artralgias,
nevralgias, caibras, cefaleias, vertigens, epigastralgias e flatulência.

126 - Pâncreas e Vesícula Biliar (A-SC.17 - Yidan)


Localização: na cimba conchae, anterior a gan-fígado (125).
Indicações: problemas pancreáticos, dispepsia, polidipsia e polifagia (diabetes).

127 - Hepatomegalia Direita (A-IC.6 - Yougan zengjia)


Localização: na cavum conchae, abaixo de songchi jirou-relaxador muscular (123).
Indicações: disfunção hepática com hepatomegalia (lobo direito).

128 - Linha da Chistosomíase (A-IC.7 - Xiexi chongbing zhixian)


Localização: faixa linear perpendicular a yougan zengjia-hepatomegalia direita (127).
Indicações: cirrose secundária a chistosomíase, esplenomegalia, dispepsia e diarreia.

129 - Hepatite 2 (A-IC.8 - Erganyandian)


Localização: área na cavum conchae, abaixo de zuogan e yougan zengjia, as hepatomegalias esquerda
(124) e direita (127).
Indicações: problemas hepáticos.

130 - Baço (A-IC.9 - Pi)


Localização: na cavum conchae, abaixo de yougan zengjia-hepatomegalia direita (127).
Indicações: atrofias musculares, ptoses viscerais, dispepsia e astenia.

131 - Hematologia (A-IC.10 - Ji)


Localização: na cavum conchae, abaixo de pi-baço (130).
Indicações: discrasias sanguíneas e problemas hemorrágicos.
132 - Coração (A-IC.11 - Xin)
Localização: no centro da cavum conchae, entre os dois pontos feidian-pulmão (133).
Indicações: normalização dos valores da tensão arterial, anemia, glossite e doença de buerger.

133 - Pulmão Direito e Esquerdo (A-IC.12 - Feidian)


Localização: conjunto de dois pontos equidistantes de xin-coração (132).
Indicações: problemas respiratórios, rinite, doenças de pele e hipersudorese. É muito utilizado em
anestesia.

134 - Pulmão Lateral (A-IC.13 - Waifei)


Localização: conjunto de dois pontos posteriores a feidian-pulmões (133).
Indicações: problemas respiratórios, rinite, doenças de pele e hipersudorese.

135 - Brônquios (A-IC.14 - Zhiqiguan)


Localização: conjunto de dois pontos anteriores a feidian-pulmões (133).
Indicações: dispneia, tosse, bronquite crónica e asmatiforme.

136 - Olho 1 (A-IC.15 - Yimu)


Localização: na cavum conchae, antero-inferior a benmen-cárdia (107).
Indicações: ametropia e astigmatismo.

137 - Traqueia (A-IC.16 - Qiguan)


Localização: na cavum conchae, anterior e equidistante de zhiqiguan-brônquios (135).
Indicações: problemas na região traqueal.

138 - Triplo Aquecedor (A-IC.17 - Sanjiao)


Localização: na cavum conchae, inferior a qiguan-traqueia (137).
Indicações: problemas hepáticos, mesentéricos e intraperitoneais. Tem acção diurética.

139 - Bronquiectasias (A-IC.18 - Zhidian)


Localização: na cavum conchae, acima de he'ermeng-hormonal (86).
Indicações: bronquiectasias.

140 - Enfisema (A-IC.19 - Chuandian)


Localização: na cavum conchae, próximo da junção desta com a face interna do antitragus e antero-
inferior a chuiti-hipófise (91).
Indicações: dispneia por enfisema pulmonar.

141 - Pulmão (A-IC.20 - Fei)


Localização: na cavum conchae, próximo da junção desta com a face interna do antitragus e posterior a
chuiti-hipófise (91).
Indicações: problemas respiratórios, rinite, doenças de pele e hipersudorese.

Pontos no Lobo Auricular

142 - Olho 2 (A-L.1 - Ermu)


Localização: no centro do quinto segmento do lobo auricular.
Indicações: perturbações da visão e outros problemas oculares.

143 - Anestesia Dentária (A-L.2 - Baya mazuidian)


Localização: grupo de dois pontos localizados, respectivamente, no centro do quarto segmento do lobo
auricular e na junção do terço médio com o terço inferior do primeiro segmento.
Indicações: odontalgias e anestesia para extracções dentárias. Para o maxilar superior deve ser
puncionado o ponto do primeiro segmento e para a mandíbula o do quarto segmento.

144 - Neurose (A-L.3 - Shenjingbing)


Localização: na metade anterior do primeiro segmento, próximo da sua junção com o quarto segmento.
Indicações: neurose e neurastenia.
145 - Língua (A-L.4 - She)
Localização: no segmento do lobo auricular.
Indicações: glossite, disartria e afasia nervosa.

146 - Palato Superior e Inferior (A-L.5 - Shange, xiae)


Localização: grupo de dois pontos no segundo segmento localizados, respectivamente, nas regiões antero-
superior (shange-palato superior) e póstero-inferior (xiae-palato inferior).
Indicações: odontalgias, estomatite aftosa, problemas da articulação mandibulotemporal e adenomegalias
submandibulares. São muito utilizados em anestesia para extracções dentárias.

147 - Maxila e Mandíbula (A-L.6 - Shanghe, xiahe)


Localização: grupo de dois pontos no terceiro segmento, um superior (shanghe-maxilar superior) e outro
inferior (xiahe-maxilar inferior).
Indicações: odontalgias, estomatite aftosa, problemas da articulação mandibulotemporal e adenomegalias
submandibulares. São muito utilizados em anestesia para extracções dentárias.

148 - Ouvido Interno (A-L.7 - Neier)


Localização: centralmente, na junção do terço anterior com o terço médio do sexto segmento do lobo
auricular.
Indicações: tonturas, vertigens, tinitus e hipoacusia.

149 - Amígdala 4 (A-L.8 - Sibiantaoti)


Localização: na região superior do oitavo segmento do lobo auricular.
Indicações: problemas inflamatórios da orofaringe.

150 - Face (A-L.9 - Mianjia)


Localização: área abrangendo os segundo, quinto, sexto e oitavo segmentos lobulares.
Indicações: problemas inflamatórios da parótida, espasmo dos músculos da face, nevralgia do trigémio e
paralisia do facial.

151 - Tumores (A-L.10 - Zhongliu)


Localização: conjunto de duas áreas situadas entre os três pontos erlun-helix inferiores.
Indicações: dor originada por tumores.

Pontos na Região Auricular Posterior

152 - Goteira Hipotensora (A-P.1 - Jiangyagou ou erbeigou)


Localização: área ao longo do rebordo póstero-superior do antihelix.
Indicações: hipertensão arterial (sangria).

153 - Dorso Superior (A-P.2 - Shangbei)


Localização: na proeminência cartilaginosa do terço inferior da região auricular posterior.
Indicações: prurido generalizado, dorsalgias e bloqueio agudo da coluna dorsolombar (abaixo da oitava
vértebra dorsal).

154 - Dorso Inferior (A-P.3 - Xiabei)


Localização: na proeminência cartilaginosa do terço superior da região auricular posterior.
Indicações: prurido generalizado, dorsalgias e bloqueio agudo da coluna dorsal (entre a quarta e a oitava
vértebra dorsal).

155 - Dorso Intermédio (A-P.4 - Zhongbei)


Localização: na proeminência cartilaginosa do terço médio da região auricular posterior.
Indicações: prurido generalizado, dorsalgias e bloqueio agudo da coluna dorsal (entre a primeira e a
quarta vértebra dorsal).

156 - Raiz Vagal Auricular (A-P.5 - Ermigen)


Localização: no ponto médio da transição auriculomastoideia.
Indicações: ponto utilizado como coadjuvante no tratamento dos zang-fu.
157 - Raiz Auricular Superior (A-P.6 - Shangergen)
Localização: no ponto mais superior da transição auriculomastoideia.
Indicações: hemiplegia.

158 - Raiz Auricular Inferior (A-P.7 - Xiaergen)


Localização: no ponto mais inferior da transição auriculomastoideia.
Indicações: hemiplegia.

159 - Rebordo Central 1 (A-P.8 - Yiyuanzhong)


Localização: lateral a shangergen-raiz auricular superior (157).
Indicações: esclerose lateral amiotrófica, paraplegia e atrofia muscular.

160 - Rebordo Central 2 (A-P.9 - Eryuanzhong)


Localização: lateral a xiaergen-raiz auricular inferior (158).
Indicações: esclerose lateral amiotrófica, paraplegia e atrofia muscular.

161 - Conexão Yang (A-P.10 - Yangwei)


Localização: ao nível de shangbei-dorso superior e abaixo de ermigen-raiz vagal (156).
Indicações: tinitus.

Pontos Auriculares Secundários

162 - Inibição (A-S.1 - Yizhi)


Localização: na cimba conchae, equidistante de shen-rim (119) e hushuidian-ascite (121).
Indicações: alcoolismo e desabituação alcoólica.

163 - Porta dos Dentes (A-S.2 - Yamen)


Localização: na região média da face interna do tragus.
Indicações: disartria.

164 - Nervo 2 (A-S.3 - Ershenjing)


Localização: na face interna do tragus, ao nível de waibi-nariz externo (63).
Indicações: ponto acessório para o tratamento de problemas do sistema nervoso.

165 - Urticária (A-S.4 - Xunmazhenqu)


Localização: no quinto superior da fossa escafóide, abaixo de shouzhi-dedos (19).
Indicações: reacções cutâneas urticariformes.

166 - Nervo Occipital Menor (A-S.5 - Shaozhen shenjing)


Localização: no quinto superior da fossa escafóide, próximo da sua junção com o hélix e ligeiramente
abaixo de shouzhi-dedos (19).
Indicações: cefaleias occipitais.

167 - Aquecedor Intermédio (A-S.6 - Zhongjiao)


Localização: na cavum conchae, anterior a kou-boca (105) e superior ao meato auricular.
Indicações: problemas dos zang-fu da metade superior do abdómen.

168 - Tiróide 4 (A-S.7 - Sijiazhuangxian)


Localização: na cavum conchae, inferior a he'ermeng-hormonal (86).
Indicações: choque hipovolémico, crise hipotensiva e regulação da função tiroideia.

169 - Hipotensão (A-S.8 - Jiangya)


Localização: na região superior do primeiro segmento do lobo auricular.
Indicações: vertigens por diminuição súbita dos valores da tensão arterial.

170 - Aquecedor Inferior (A-S.9 - Xiajiao)


Localização: na cavum conchae, anterior a sanjiao-triplo aquecedor (138) e inferior ao meato auricular.
Indicações: problemas dos zang-fu da metade inferior do abdómen.
Na região auricular posterior (Figura 14.2) existem ainda os seguintes pontos extraordinários, que devem
ser utilizados acessoriamente no tratamento das patologias dos zang-fu respectivos:

171 - Coração (A-S.10 - Erbeixin): equidistante de xiabei (154) e yiyuanzhong (159).


172 - Pulmão (A-S.11 - Erbeifei): equidistante de erbeixin (171) e zhongbei (155).
173 - Baço (A-S.12 - Erbeipi): equidistante de ermigen (156) e zhongbei (155).
174 - Fígado (A-S.13 - Erbeigan): entre zhongbei (155) e o limite posterior do helix.
175 - Rim (A-S.14 - Erbeishen): equidistante de shangbei (153) e eryuanzhong (160).
CAPÍTULO XV – ACUPUNCTURA CRANIANA E MANO-PODAL

ACUPUNCTURA CRANIANA

Embora a importância da cabeça seja reconhecida desde os primórdios da MTC, a acupunctura craniana
constitui uma alternativa terapêutica recente que resultou da combinação de técnicas de punção ancestrais
com os conhecimentos científicos contemporâneos, relativos às diferentes áreas e funções do córtex
cerebral. Considerando-se a estreita relação que existe entre determinados pontos do couro cabeludo e
algumas áreas corticais, através da estimulação de áreas cranianas específicas é possível restabelecer-se a
sua normalidade funcional, ou seja, o equilíbrio yin-yang do córtex cerebral.

Os pontos anatómicos de referência e a correspondência entre as linhas cranianas e as principais áreas


corticais encontram-se esquematizados nas Figuras 15.1 e 15.2.

As principais indicações terapêuticas da acupunctura craniana são a redução da espasticidade muscular


crónica e o tratamento de sinais e sintomas resultantes de concussão craniana ou de acidente vascular
cerebral. Em relação ao local de manifestação das disfunções, devem ser estimuladas as áreas
contralaterais, referindo alguns autores que a estimulação bilateral aumenta a eficácia dos tratamentos.
Porém, qualquer que seja o método adoptado, sem a formulação de um diagnóstico neurológico correcto
os tratamentos resultarão ineficazes.

Em acupunctura craniana devem ser utilizadas agulhas filiformes de calibre 28-32, com 1,0-1,5 cun para a
punção individual, ou com 1,5-2,0 cun quando se pretender estimular simultaneamente dois ou mais
pontos. O ângulo de inserção é geralmente inferior a quinze graus e a estimulação deve ser vigorosa e
rápida. Contudo, após a inserção da agulha até à profundidade pretendida, a estimulação manual deve ser
efectuada exclusivamente com movimentos de rotação, no sentido dos ponteiros do relógio e
inversamente. A frequência da estimulação varia entre cem e duzentas rotações por minuto, com uma
amplitude de 2-3 rotações, alternadamente nos dois sentidos. Também se podem utilizar estimuladores
eléctricos de alta frequência, com a intensidade máxima tolerada pelo doente. Durante os tratamentos o
doente deve permanecer sempre deitado, em decúbito dorsal ou ventral.

Um programa terapêutico é geralmente constituído por dez ciclos e cada um destes por uma média de
trinta sessões. O tempo de repouso recomendado entre dois ciclos consecutivos é de uma semana e cada
sessão terapêutica pode variar entre vinte e trinta minutos.

ACUPUNCTURA MANO-PODAL

A enorme concentração de jingluo na mão e no pé faz com que a acupunctura mano-podal seja, só por si,
um importante recurso terapêutico alternativo. Segundo a MTC, aquelas regiões anatómicas representam
a confluência das forças positivas e negativas do todo orgânico, sendo simultaneamente os locais de
origem das grandes colaterais (luo) das vias energéticas (jing) do corpo humano.

Em acupunctura mano-podal devem ser utilizadas agulhas filiformes de calibre 30-32, com 0,5-1,0 cun,
ou agulhas semi-permanentes de calibre 34-36, com 0,1-0,5 cun. Em relação à técnica clássica de
tratamento com agulhas filiformes, o método de eleição é a punção perpendicular ou oblíqua a 0,2-1,0 cun
com retenção durante períodos médios de dez minutos. A intensidade da estimulação pode variar de
moderada a forte. Uma vez que os estímulos da acupunctura mano-podal são relativamente intensos, o
doente deve ser alertado para o facto e permanecer sempre em decúbito dorsal. Também se podem utilizar
estimuladores eléctricos e a intensidade da estimulação não deve exceder o limiar de tolerância do doente.
Naturalmente que, além dos cuidados de assepsia permanente, o clínico deve evitar sempre a punção do
periósteo.

Um programa terapêutico é geralmente constituído por dois ciclos e cada um destes por uma média de dez
sessões. O tempo de repouso recomendado entre dois ciclos consecutivos é de uma semana e cada sessão
terapêutica dura, em média, vinte minutos.
ÁREAS E PONTOS DE ACUPUNCTURA

ÁREAS CRANIANAS

FIGURA 15.1
LINHAS DAS PRINCIPAIS ÁREAS CRANIANAS E PONTOS DE REFERÊNCIA

A Baihui (Du 20) J Segunda área da fala


B Ponto médio da arcada supraorbitária L Terceira área da fala
C Ponto central da glabela M Área coclear
D Protuberância occipital externa N Área da visão
E Área motora O Área do equilíbrio
F Área sensorial P Área da cavidade torácica
G Área vasomotora Q Área gástrica
H Área de controlo do trémulo R Área da reprodução
I Área dos movimentos voluntários S Linha mesocraniana occipito-frontal

FIGURA 15.2
LINHAS E PONTOS DE REFERÊNCIA

A Baihui (Du 20) F Ponto superior da linha da área sensorial


E Ponto superior da linha da área motora T Área motora e sensorial do pé
1. ÁREA MOTORA
Localização: linha com início num ponto 0,5 cun posterior a baihui (Du 20) e término nas têmporas, no
ponto de intersecção do limite do couro cabeludo com o rebordo superior do arco zigomático. Está
dividida em cinco segmentos iguais que correspondem às áreas do tronco e membro inferior, membro
superior e região da face.
Indicações: problemas motores da região da face e dos membros superior e inferior.

2. ÁREA MOTORA – TRONCO E MEMBRO INFERIOR


Localização: no segmento superior da linha da área motora.
Indicações: paralisia do membro inferior (contralateral).

3. ÁREA MOTORA – MEMBRO SUPERIOR


Localização: nos segundo e terceiro segmentos superiores da linha da área motora.
Indicações: paralisia do membro superior (contralateral).

4. ÁREA MOTORA – FACE


Localização: nos dois segmentos inferiores da linha da área motora.
Indicações: paralisia do neurónio motor superior da face (contralateral), disartria e afasia motora. Inclui a
primeira área da fala.

5. ÁREA SENSORIAL
Localização: paralelamente e 1,5 centímetros posterior à área motora. Está dividida em cinco segmentos
que correspondem às áreas do tronco e membro inferior, membro superior e face.
Indicações: problemas sensoriais e dolorosos da região da face e dos membros.

6. ÁREA SENSORIAL – CABEÇA, TRONCO E MEMBRO INFERIOR


Localização: no segmento superior da linha da área sensorial.
Indicações: lombalgias, parestesias do membro inferior (contralateral), cefaleias occipitais, torcicolite e
vertigens.

7. ÁREA SENSORIAL – MEMBRO SUPERIOR


Localização: nos segundo e terceiro segmentos superiores da linha da área sensorial.
Indicações: dor e parestesias do membro superior (contralateral).

8. ÁREA SENSORIAL – FACE


Localização: nos dois segmentos inferiores da linha da área sensorial.
Indicações: hemicrania, nevralgia do trigémio, artrite mandibulotemporal e odontalgias.

9. ÁREA MOTORA E SENSORIAL DO PÉ


Localização: 1 centímetro lateral à linha mesocraniana occipito-parieto-frontal, com início num ponto 1
centímetro posterior à linha da área sensorial e término num ponto 0,5 centímetros anterior à linha da área
motora – Figura 15.2.
Indicações: dor, parestesias e paralisia do membro inferior, bloqueio agudo da coluna lombar e enurese.

10. ÁREA DE CONTROLO DO TRÉMULO


Localização: 1,5 centímetros anterior e paralela à linha da área motora – Figura 15.2.
Indicações: doença de parkinson e movimentos coreo-atetósicos.

11. ÁREA VASOMOTORA


Localização: paralelamente e 3 centímetros anterior à linha da área motora.
Indicações: edema e hipertensão.

12. ÁREA COCLEAR


Localização: linha horizontal com 4 centímetros de comprimento, cujo ponto médio se situa 1,5
centímetros directamente acima do vértice do pavilhão auricular.
Indicações: vertigens tinitus e hipoacusia.
13. ÁREA DOS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS
Localização: conjunto de três linhas originadas no tubérculo parietal, com 3 centímetros de comprimento
e formando entre si ângulos de quarenta graus.
Indicações: apraxia.

14. SEGUNDA ÁREA DA FALA


Localização: paralelamente à linha mesocraniana occipito-parietal, com 2 centímetros de comprimento e
3 centímetros posterior ao tubérculo parietal.
Indicações: afasia nominal.

15. TERCEIRA ÁREA DA FALA


Localização: linha horizontal com 4 centímetros de comprimento, com início no ponto médio da área
coclear. O primeiro segmento desta linha coincide com o segundo da área coclear.
Indicações: afasia sensorial (auditiva e visual).

16. ÁREA DA VISÃO


Localização: linha vertical paralela à linha mesocraniana occipital, com 4 centímetros de comprimento e 1
centímetro latero-superior à protuberância occipital externa.
Indicações: cegueira cortical.

17. ÁREA DO EQUILÍBRIO


Localização: linha vertical paralela à linha mesocraniana occipital, com 4 centímetros de comprimento e 3
centímetros latero-inferior à protuberância occipital externa.
Indicações: perturbações do equilíbrio de origem cerebelosa.

18. ÁREA DA CAVIDADE TORÁCICA


Localização: linha vertical com 4 centímetros de comprimento, paralela à linha mesocraniana parieto-
frontal e equidistante desta e da linha da área gástrica. Tem início 2 centímetros abaixo da delimitação
anterior do couro cabeludo.
Indicações: dor torácica, dispneia e taquicardia paroxística supraventricular.

19. ÁREA GÁSTRICA


Localização: linha vertical com 2 centímetros de comprimento, paralela à linha mesocraniana parieto-
frontal e equidistante das linhas da área da cavidade torácica e da área da reprodução. Tem trajecto
ascendente, com início na delimitação anterior do couro cabeludo, na direcção da pupila.
Indicações: desconforto mesogástrico e epigastralgias.

22. ÁREA HEPATOBILIAR


Localização: linha vertical com 2 centímetros de comprimento, paralela e lateral à linha mesocraniana
frontal. Tem trajecto descendente, com início na delimitação anterior do couro cabeludo, no mesmo ponto
de origem da linha da área gástrica.
Indicações: problemas hepatobiliares e dor no hipocôndrio direito.

23. ÁREA DA REPRODUÇÃO


Localização: linha vertical com 2 centímetros de comprimento, paralela e lateral à linha da área gástrica.
Tem trajecto ascendente, com início na delimitação anterior do couro cabeludo e a sua distância em
relação à linha da área gástrica, é a mesma que existe entre esta e a linha da área da cavidade torácica.
Indicações: hemorragia uterina.
PONTOS DA MÃO
FIGURA 15.3
PONTOS DA MÃO – REGIÃO DORSAL

FIGURA 15.4
PONTOS DA MÃO – REGIÃO PALMAR

1. HIPERTENSOR
Localização: no ponto médio da prega transversal dorsal do punho.
Indicações: crise hipotensiva.

2. LOMBAR E PERNA
Localização: grupo de dois pontos 1,5 cun anteriores à prega transversal dorsal do punho,
respectivamente no rebordo radial do tendão do músculo extensor do segundo dedo e no rebordo cubital
do tendão do músculo extensor do quarto dedo.
Indicações: dor na perna, bloqueio da coluna sacrolombar e lombalgias.

3. OLHO
Localização: no lado cubital da articulação interfalângica do primeiro dedo, na junção das epidermes
branca e vermelha.
Indicações: dor no globo ocular e problemas da visão.

4. HEMICRÂNIA
Localização: no lado cubital da primeira articulação interfalângica do quarto dedo, na junção das
epidermes branca e vermelha.
Indicações: dor torácica, dor no hipocôndrio e hemicrania.
5. SOLUÇOS
Localização: no ponto médio da prega transversal da segunda articulação interfalângica do terceiro dedo,
na região dorsal da mão.
Indicações: espasmo diafragmático.

6. ANTIPIRÉTICO
Localização: na segunda prega interdigital, proximal à articulação metacarpofalângica do terceiro dedo,
na região dorsal da mão.
Indicações: problemas oculares e hipertermia.

7. PERÍNEO
Localização: no lado radial da primeira articulação interfalângica do quinto dedo, na junção das
epidermes branca e vermelha.
Indicações: dor na região perineal.

8. OCCIPITAL
Localização: no lado cubital da primeira articulação interfalângica do quinto dedo, na junção das
epidermes branca e vermelha.
Indicações: problemas inflamatórios da orofaringe, espasmo diafragmático, dor no braço e cefaleias
occipitais.

9. VÉRTEBRAS
Localização: no lado cubital da articulação metacarpofalângica do quinto dedo, na junção das epidermes
branca e vermelha, distal a houxi (SI 3).
Indicações: espasmo ou entorse dos ligamentos interespinhosos, hérnia discal, lombalgias, dor coccígea,
obstrução nasal e tinitus.

10. CIÁTICO
Localização: na região dorsal da mão, no lado cubital da articulação metacarpofalângica do quarto dedo.
Indicações: dor nadegueira, dor coxofemural e ciatalgia.

11. GARGANTA
Localização: na região dorsal da mão, no lado cubital da articulação metacarpofalângica do terceiro dedo.
Indicações: problemas inflamatórios da orofaringe, odontalgias e nevralgia do trigémio.

12. PESCOÇO
Localização: na região dorsal da mão, no lado cubital da articulação metacarpofalângica do segundo
dedo.
Indicações: dor cervical e torcicolite.

13. DIARREIA
Localização: entre o terceiro e o quarto metacarpiano, 1 cun acima da prega interdigital.
Indicações: diarreia.

14. FRONTAL
Localização: no lado radial da primeira articulação interfalângica do segundo dedo, na junção das
epidermes branca e vermelha.
Indicações: espasmo gástrico, diarreia, gonalgia e cefaleias frontais.

15. VÉRTICE
Localização: no lado radial da primeira articulação interfalângica do terceiro dedo, na junção das
epidermes branca e vermelha.
Indicações: neurastenia e cefaleias parietais.

16. TORNOZELO
Localização: no lado radial da articulação metacarpofalângica do primeiro dedo, na junção das epidermes
branca e vermelha.
Indicações: dor e problemas musculo-esqueléticos da região tibiotársica.
17. TÓRAX
Localização: na região palmar, no lado radial da articulação interfalângica do primeiro dedo.
Indicações: convulsões epileptiformes, diarreia e dor torácica.

18. OMBRO
Localização: no lado radial da articulação metacarpofalângica do segundo dedo, na junção das epidermes
branca e vermelha.
Indicações: dor e problemas musculo-esqueléticos da região articular do ombro.

19. MALÁRIA
Localização: no lado radial da eminência tenar, proximal à articulação metacarpofalângica do primeiro
dedo.
Indicações: episódios febris das febres terçã e quartã.

20. AMÍGDALA
Localização: na eminência tenar, no lado cubital do ponto médio do primeiro metacarpiano.
Indicações: processos inflamatórios da orofaringe.

21. ASMA
Localização: na região palmar, no lado cubital da segunda articulação metacarpofalângica.
Indicações: bronquite asmatiforme e dispneia.

22. DISPEPSIA
Localização: na região palmar, no ponto médio da prega transversal da primeira articulação interfalângica
do terceiro dedo.
Indicações: azia e regurgitação alimentar no latente.

23. EMERGÊNCIA
Localização: na ponta do terceiro dedo, 0,2 cun distal ao rebordo do leito ungueal.
Indicações: coma, choque e lipotímia.

24. ODONTALGIA
Localização: na região palmar, entre o terceiro e o quarto metacarpiano e 1 cun acima da prega
interdigital.
Indicações: odontalgias.

25. NICTÚRIA
Localização: na região palmar, no ponto médio da prega transversal da primeira articulação interfalângica
do quinto dedo.
Indicações: poliúria nocturna e enurese.

26. ANTICONVULSIVANTE
Localização: no sulco entre as eminências tenar e hipotenar, 1 cun anterior à prega transversal palmar do
punho.
Indicações: convulsões febris.

27. GASTROINTESTINAL
Localização: equidistante de laogong (P 8) e daling (P7), no lado radial da articulação do terceiro
metacarpiano com o trapezóide e o grande osso do carpo.
Indicações: colite ulcerosa, úlcera péptica, dispepsia e epigastralgias.
PONTOS DO PÉ

FIGURA 15.5
PONTOS DO PÉ – REGIÃO PLANTAR

FIGURA 15.6
PONTOS DO PÉ – REGIÃO DORSAL

FIGURA 15.7
PONTOS DO PÉ – REGIÕES INTERNA E EXTERNA

1. UM PLANTAR
Localização: no sulco calcaneano, equidistante das protuberâncias maleolares.
Indicações: hipotensão ortostática, neurastenia, histeria e perturbações do sono.
2. DOIS PLANTAR
Localização: 1 cun latero-externo ao ponto médio da junção das metades anterior e posterior da região
plantar.
Indicações: neurastenia, histeria e perturbações do sono.

3. TRÊS PLANTAR
Localização: 4 cun anterior ao sulco calcaneano, 1,5 cun latero-externo à linha plantar média.
Indicações: dor no membro inferior, ciatalgia e lombalgias.

4. QUATRO PLANTAR
Localização: no ponto médio da junção das metades anterior e posterior da região plantar.
Indicações: dispneia, problemas hepáticos com icterícia e perturbações do sono.

5. CINCO PLANTAR
Localização: 1 cun latero-interno ao ponto médio da junção das metades anterior e posterior da região
plantar.
Indicações: diarreia.

8. SEIS PLANTAR
Localização: 1 cun anterior ao ponto 5.
Indicações: diarreia.

10. SETE PLANTAR


Localização: na região plantar, 3 cun posterior ao ponto médio da terceira prega interdigital.
Indicações: diarreia, dor abdominal e dismenorreia.

11. OITO PLANTAR


Localização: na região plantar, 3 cun posterior ao ponto médio da primeira prega interdigital.
Indicações: epigastralgias e diarreia.

13. NOVE PLANTAR


Localização: 3 cun posterior à cabeça do quarto metatarsiano.
Indicações: dor e problemas musculo-esqueléticos da região articular do ombro e ciatalgia.

14. DEZ PLANTAR


Localização: 1 cun posterior ao ponto médio da prega metacarpofalângica do quinto artelho.
Indicações: odontalgias.

15. UM DORSAL
Localização: grupo de dois pontos equidistantes 1 cun de jiexi (S 41).
Indicações: caibras do músculo gémeos e lombalgias.

17. DOIS DORSAL


Localização: 2,5 cun directamente abaixo de jiexi (S 41).
Indicações: precordialgias e dispneia.

19. UM INTERNO
Localização: na depressão antero-superior à tuberosidade do osso navicular.
Indicações: hipertensão arterial e processos inflamatórios das amígdalas e da parótida.

20. TRÊS DORSAL


Localização: na região dorsal, 3 cun posterior à segunda prega interdigital.
Indicações: úlcera péptica, epigastralgias e diarreia.

21. QUATRO DORSAL


Localização: equidistante de zulinqi (G 41) e diwuhui (G 42).
Indicações: ciatalgia e processos inflamatórios amigdalinos e parotídeos.
23. CINCO DORSAL
Localização: na região dorsal, 2 cun posterior à terceira prega interdigital.
Indicações: torcicolite.

25. SEIS DORSAL


Localização: 0,5 cun posterior a taichong (Liv 3).
Indicações: bloqueio agudo da coluna lombar e sacrolombar.

26. SETE DORSAL


Localização: equidistante de jingxiang (Liv 2) e taichong (Liv 3).
Indicações: processos inflamatórios amigdalinos e parotídeos.

27. OITO DORSAL


Localização: na prega metatarsofalângica transversal dorsal do grande artelho, no rebordo interno do
tendão do seu músculo grande extensor.
Indicações: processos inflamatórios amigdalinos e reacções cutâneas urticariformes.

29. DOIS INTERNO


Localização: 2 cun directamente abaixo da proeminência do maléolo interno.
Indicações: menometrorragias.

30. TRÊS INTERNO


Localização: proximal a rangu (K 2), na depressão postero-inferior à tuberosidade navicular.
Indicações: menometrorragias, anexite e dismenorreia.

34. QUATRO INTERNO


Localização: equidistante de daibai (Sp 3) e gongsun (Sp 4).
Indicações: convulsões epileptiformes, histeria e neurastenia.

35. UM EXTERNO
Localização: 1 cun directamente acima de kunlun (B 60).
Indicações: dor abdominal, ciatalgia e cefaleias.

44. ONZE PLANTAR


Localização: conjunto de cinco pontos, localizando-se cada um deles no centro da prega transversal
plantar da articulação metatarsofalângica dos artelhos.
Indicações: incontinência urinária, poliúria e enurese.

45. DOZE PLANTAR


Localização: na região plantar, 1 cun posterior ao ponto médio da primeira prega interdigital.
Indicações: odontalgias.

46. NOVE DORSAL


Localização: na região interna da primeira articulação interfalângica do segundo artelho, na junção das
epidermes branca e vermelha.
Indicações: cefaleias.

47. DEZ DORSAL


Localização: na região interna da primeira articulação interfalângica do terceiro artelho, na junção das
epidermes branca e vermelha.
Indicações: cefaleias.

48. ONZE DORSAL


Localização: na região interna da primeira articulação interfalângica do quarto artelho, na junção das
epidermes branca e vermelha.
Indicações: cefaleias.

49. TREZE PLANTAR


Localização: no centro do calcanhar, 1 cun anterior ao ponto médio do rebordo calcaneano posterior.
Indicações: sinusite, rinite e cefaleias.
50. CATORZE PLANTAR
Localização: na região plantar, 1 cun internamente ao ponto 1.
Indicações: nevralgia do trigémio.

51. QUINZE PLANTAR


Localização: na região plantar, 1 cun externamente ao ponto 1 e 1 cun posterior ao ponto 3.
Indicações: dor torácica e nevralgia intercostal.
CAPÍTULO XVI - TERAPÊUTICA

http://www.saudepublica.web.pt/Acupunctura/zhenjiu01_indice.htm
TRANSCRIÇÃO FONÉTICA Pinyin–Português
Observações: por dificuldades técnicas no processamento informático do texto, não é possível apresentar
a grafia dos quatro tons da língua oficial chinesa – pequinês ou dialecto han (han yu) – romanizados para
pinyin (acentos/entoação: ¯ , ´ , ` , )

A fonética da escrita pinyin, resultante da romanização dos caracteres chineses, é idêntica à pronunciação
portuguesa das letras do alfabeto. Contudo, existem algumas diferenças e aspectos específicos que devem
ser realçados.

Em pinyin existem seis vogais básicas [ a, e, i, o, u, ü ] e três ditongos [ ei, ie, üe ]. Aquelas vogais podem
ser combinadas entre si [ ai, ao, ia, iao, iou, ou, ua, uai, uei, uo ], ou com consoantes, formando neste
caso "vogais consonânticas". Enquanto que as primeiras se pronunciam de modo muito semelhante ao
português – à excepção da vogal "i", que depois de "c, ch, r, s, sh, z, zh" se pronuncia como um "e
mudo", como na palavra francesa "et" – já as vogais consonânticas apresentam entoação variável,
conforme terminem em "g" ou "n".

Considerações genéricas sobre a pronunciação em português das consoantes pinyin

Pinyin Pronunciação
b, p, idêntica ao português, mas com aspiração (algumas excepções)
t, x
f, l, idêntica ao português (algumas excepções)
m, n
c som "tss" fortemente aspirado
ch som "tche" fortemente aspirado
d som misto entre "d" e "t"
g no início de uma palavra tem som entre "c" e "g"; no fim de uma palavra, serve para encurtar a
entoação da consoante anterior
gg pronunciação idêntica ao "c" ou "q" português (como na palavra cão)
h não tem qualquer semelhança com o português, devendo ser pronunciado como um som misto
entre "r-rr" e "j", com aspiração (como na palavra espanhola Juan)
j som idêntico a "dj"
k som idêntico ao "q" ou "c" em português, mas aspirado
q som "tj" aspirado
r som entre "r" e "rr" (como na palavra inglesa road); no final de uma palavra deve ser
pronunciado com a extremidade distal do corpo lingual a tocar a abóbada palatina
s como o "s" no início de uma palavra ("sse")
sh som "ch" em português (como na palavra chá)
w som entre "u" e "v"
y como o "i" português
z som idêntico a "dz"
zh som misto entre "dz" e "dj", semelhante a "dzje"

As vogais consonânticas que constituem o primeiro grupo [ ang, eng, ing, iang, iong, ong, uang, ueng ],
são idênticas às vogais nasais, têm entoação suave e curta, e pronunciam-se com a extremidade distal do
corpo lingual ligeiramente flectida e a tocar a abóbada palatina. No segundo grupo, as vogais
consonânticas pronunciam-se com a face superior do terço distal do corpo lingual a tocar a abóbada
palatina, próximo da sua junção com a arcada dentária superior [ an, en, ian, in, uan, uen, üan, üen ].

Existem ainda vinte e três consoantes, simples e compostas, divididas em sete grupos [ b, f, m, p; d, l, n,
t; g, h, k; c, s, z, p; ch, r, sh, zh; j, q, x; w, y ], cuja entoação depende das vogais e consoantes
adjacentes.

No dialecto han existem quatro tons para a "acentuação" de vogais (romanização pinyin: ¯ , ´ , ` , ),
representando cada um deles a altura e a curva melódica da voz com que se deve pronunciar cada sílaba
da escrita pinyin – Quadro 9.4 (nota: deve consultar-se o livro em suporte de papel). Pela dificuldade no
processamento informático do texto, não são aqui apresentados. Contudo, procurando facilitar a
pronunciação correcta dos termos pinyin mais utilizados no livro, a seguir apresenta-se a sua transcrição
fonética para a língua portuguesa.

Pinyin fonética Pinyin fonética

A
Ahshi à chi Anmian án mian

B
Bafeng bá fâng Benshen ban chan
Bahua bá 'ruá Bi bí
Baichongwu bái tchong u Biantao bián táo
Baihuangshu bái 'ruang chu Biantaoti bián táo ti
Baihui bái 'rui Biguan bi cuán
Bailao bái láo Bikong bi 'cóng
Baizhongfeng bái dzjong fang Biliu bi liu
Baliao bá liáo Binao biráo
Banmen bán mân Binfeng bin fâng
Baohuang báo 'ruang Bitong bi tóng
Baxie bá 'xié Bizhong bi dzjông
Baya bá iá Bulang bú láng
Bazhuixia bá dzjui 'xiá Burong bú rông

C
Changfeng tcháng fang Chirao tche ráo
Changqiang tcháng tjiáng Chixia tche 'xiá
Changyi tcháng ì Chixue tche 'xué
Chengfu tcheng fú Chize tche dze
Chenggu tcheng cu Chong tchong
Chengguang tcheng cuáng Chonggu tchong cu
Chengjian tcheng djián Chongjian tchong djián
Chengjiang tcheng djiáng Chongmen tchong mân
Chengjin tcheng djin Chongyang tchong iáng
Chengling tcheng ling Chuandian tchuán tián
Chengman tcheng mán Chuang tchuáng
Chengming tcheng ming Chuangxinmen tchuáng 'xin mân
Chengqi tcheng tji Chuiti tchui tí
Chengshan tcheng chán Chuqixue tchu tji 'xué
Chi tche Ciliao tsse liáo
Chiqian tche tjián Cunping tssun píng

D
Dabao tá báo Dazhui tá dzjui
Dachang tá cháng Dianxian tián 'xián
Dachangshu tá cháng chu Dicang ti tssáng
Dadu tá tu Dihe ti 'rê
Dadun tá tun Diji ti dji
Dagukong tá cu 'cóng Dijian ti djián
Dahe tá 're Ding ting
Daheng tá 'râng Dingchuan ting tchuán
Daimai tái mái Dingshen ting chân
Daju tá dju Dingshu ting chu
Daling tá ling Diwei ti uéi
Dalun tá lun Diweishu ti uéi chu
Damen tá man Diwuhui ti u 'rui
Dan tán Du tu
Dannangxue tá náng 'xué Dubi tu pí
Danshu tán chu Duiduan tui tuán
Dashu tá chu Duierlun tui âr lun
Dayan tá ián Duierping tui âr 'ping
Daying tá ing Dushu tu chu
Dazhong tá dzjông

E
E â Erliban âr li pán
Eni âní Erlun âr lun
Er âr Erlunjiao âr lun djiáo
Erbai âr pái Ermen âr mân
Erbei âr péi Ermigen âr mi cân
Erbeijingmaisantiao âr péi djing mái sán Erping âr 'ping
'tiáo
Erchui âr tchui Erzhuixia âr dzjui 'xiá
Erjian âr djián Erzhou âr dzjôu
Erjianshou âr djián chu Ezhong â dzjông
Erjiating âr djiá 'tíng

F
Fan fán Fubai fu pái
Fei féi Fuqi fu tji
Feirexue féi 're 'xué Fushuidian fu chui tián
Feishu féi chu Fufen fu fân
Feiyang féi iáng Fujie fu djié
Fengchi fâng tche Fuliu fu liu
Fengfu fâng fu Fushe fu che
Fengguan fâng cuán Futonggu fu 'tóng cu
Fenglong fâng lông Futu fu tu
Fengmen fâng mân Futu-zu fu tu dzu
Fengshi fâng che Fuyamen fu iá mân
Fengyan (J-TJ.28) fâng ián Fuyang fu iáng
Fengyan (J-SZ.7) fâng iân Fuxi fu 'xí
Fu fu

G
Gaiyao gái iáo Genjin gân djin
Gan gân Genping gân 'ping
Gangmensixue gáng mân se 'xué Geshu gâ chu
Ganrexue gán re 'xué Gongsun gông sün
Ganshi gán che Gongzhong gông dzjông
Ganshu gán chu Gu gú
Ganyandian gán ián dién Guan guán
Ganyang gán iáng Guanchong guán tchông
Gaohuangshu gáo 'ruang chu Guancai guán tssái
Gaowan gáo uán Guangming guáng ming
Gaoweishu gáo uéi chu Guanmen guán mân
Gaoxueyadian gáo 'xué iá tián Guantu guán 'tu
Ge gue Guanyuan guán iuán
Geguan gue cuán Guayuanshu guán iuán chu
Gen gân Guilai gui lái

H
Haiquan 'rái tjuán Huagai 'ruá gái
Hanyan 'rán ián Huai 'ruái
He 're Huangdi 'ruang ti
Heding 're ting Huangmen 'ruang mân
Hegu 're gu Huangshu 'ruang chu
Heliao 're liáo Huanmen 'ruán mân
Henggu 'râng gu Huantiao 'ruán 'tiáo
Heyang 're iáng Huanzhong 'ruán djzông
Hongyin 'rông in Huanyue 'ruán iuê
Hou 'rôu Huaroumen 'ruá rôu mân
Houcong 'rôu tssông Huatuojiaji 'ruá 'tuó djiá dji
Houding 'rôu ting Hubain 'ru bá in
Houtinggong 'rôu 'ting gông Huiyang 'rui iáng
Houtingxue 'rôu 'ting 'xué Huiyin 'rui in
Houxi 'rôu 'xí Huizong 'rui dzông
Houxuehai 'rôu 'xué 'rái Hunmen 'run mân
Houyangguan 'rôu iáng guán Huxi 'ru 'xí
Hua 'ruá

J
Ji djí Jing djing
Jia djiá Jingbi djing bí
Jiache djiá tche Jinggu djing cu
Jiachengjiang djiá tchêng djiáng Jingluo djing luô
Jian djián Jingmen djing mân
Jianei djiá néi Jingming djing ming
Jianguanjie djián guán djié Jingqu djing tju
Jianjing djián djing Jingxia djing 'xiá
Jiangyadian djiáng iá tián Jingzhong djing dzjông
Jiankua djián 'cuá Jingzhui djing dzjúi
Jiangyagou djiáng iá gôu Jinjin djên djin
Jianli djián li Jinmen djin mân
Jianliao djián liáo Jinsuo djin suó
Jianming djián ming Jiquan dji tjuán
Jianneiling djián néi ling Jisanxue dji sán 'xué
Jianshi djián che Jisibian dji se bián
Jiantongdian djián 'tông tián Jiuneifan djiu nei fán
Jianwaishu djián uái chu Jiuqi djiu tji
Jianxi djián 'xi Jiuwaifan djiu uái fán
Jianyu djián iú Jiuwei djiu uéi
Jianzhen djián dzjân Jixia dji 'xiá
Jianzhongshu djián dzjông chu Jizhong dji dzjông
Jiaogan djiáo gân Jubi dju bi
Jiaoling djiáo líng Jue djué
Jiaosun djiáo sün Juegu djué gu
Jiaoyi djiáo ì Juejin djué djin
Jiaoxin djiáo 'xín Jueyin djué in
Jiazhuangxian djiá dzjuáng 'xián Jueyinshu djué in chu
Jidian dji tián Jueyun djué iún
Jiegu djié gu Jugu dju gu
Jiehexue djié 're 'xué Juguxia dju gu 'xiá
Jiexi djié 'xí Juliao dju liáo
Jifeng dji fâng Juquan dju tjuán
Jimai dji mái Juque (shu) dju tjué (chu)
Jimen dji mân

K
Kedian 'que tián Kuangu 'quán gú
Kongzhui 'công dzjúi Kuanguanjie 'quán guán djié
Kou 'côu Kufang 'cu fâng
Kua 'cuá Kuiyangxue 'cui iáng 'xué
Kuangjiu 'quâng djíu Kunlun 'cún lún

L
Lanwei lán uéi Lingxia ling 'xiá
Lanweixue lán uéi 'xué Lingxu ling 'xú
Laogong láo gông Linqi lín tji
Liangmen liáng mân Lishang li cháng
Liangqiu liáng tjiu Liuhua liu 'ruá
Lianquan lián tjuán Liujingzhuipang liu djing dzjui 'páng
Liaoliao liáo liáo Liwai li uái
Libian li bián Longhan lông 'rán
Lidui li túi Longmen lông mân
Lieque lié tjué Lougu lôu cu
Ligou li côu Luanchao luán tcháo
Lijimingandian li dji min cán tián Luo luô
Lineiting li néi 'ting Luojing luô djing
Lingbao ling páo Luolingwu luô ling ú
Lingdao ling táu Luoque luô tjué
Linghou ling 'rôu Luoshang luô cháng
Linghouxia ling 'rôu 'xiá Luozhen luô dzjân
Lingtai ling tái Luxi lu 'xí

M
Mai mái Mingyan ming ián
Maibu mái bú Mu mú
Maigen mái guen Muchuang mu tchuáng
Meichong mêi tchông Muming mu ming
Meihua mêi 'ruá Muzhijian mu dzje djián
Ming ming Muzhijiehengwen mu dzje djié 'râng
uân
Mingmen ming mân Muzhilihengwen mu dzje li 'râng uân

N
Nao náo Neifenmi néi fân mi
Naodian náo tián Neihegu néi 're gu
Naogan náo gán Neihuaijian néi 'ruái djián
Naohu náo 'rú Neijing néi djing
Naohui náo 'rui Neijingming néi djing ming
Naokong náo 'cóng Neiting néi 'tíng
Naoqing náo tjing Neiyangchi néi iáng tche
Naoshang náo cháng Neiyingxiang néi ing 'xiáng
Naoshu náo chu Niaodao niáo táo
Neibei néi béi Niushangxue níu cháng 'xué
Neier néi âr Nuemen nüé mân
Neiguan néi cuán Nuxi nu 'xí

P
Pa 'pá Pingjian 'ping djián
Panggu 'páng cu Pingjianqieji 'ping djián tjié djí
Pangguangshu 'páng cuáng chu Pingshangqieji 'ping cháng tjié djí
Panglaogong 'páng láo gông Pinxueling 'pín 'xué ling
Panglianquan 'páng lián tjuán Pirexue 'pí 're 'xué
Pangqiang 'páng tjiáng Pishu 'pí chu
Penmen 'pan mân Pizhixia 'pí dzje 'xiá
Pi 'pí Pohu 'pô 'ru
Pianli 'pián li Pushen 'pu chân
Pigen 'pi guén
Q
Qi tjí Qimen tji mân
Qiabinzhong tjiá bín dzjông Qing tjíng
Qiahoushangji tjiá 'rôu cháng dji Qinglengyuan tjíng léng iuán
Qiading tjiá ting Qingling tjíng líng
Qiangjian tjiáng djián Qishe tji che
Qiangkua tjiáng 'quá Qihou tji 'rôu
Qiangu tjián cu Qiuxi tjiu 'xí
Qiangyin tjiáng ín Qixue tji 'xué
Qianhouyinzhu tjián 'rôu in dzju Qiying tji íng
Qianjin tjián djín Qizhong tji dzjông
Qianliexian tjián lié 'xián Quanjian tjuán djián
Qiao tjiáo Quanliao tjuán liáo
Qianzheng tjián dzjâng Quanshengzhu tjuán chêng dzju
Qiaoyin tjiáo ín Qubin tju bín
Qibiansixue tji bián se 'xué Quchai tju tchái
Qichong tji tchông Quchi tju tche
Qichuan tji tchuán Quepen tjué 'pân
Qihai tji 'rái Qugu tju gú
Qihaishu tji 'rái chu Ququan tju tjuán
Qihu tji 'rú Quyuan tju iuán
Qijinghuipang tji djing 'rui 'páng Quze tju dze
Qimai tji mái

R
Rangu rán cu Rong rông
Ren rân Ronghou rông 'rôu
Renying rân ing Rugen ru gân
Renzhong rân dzjông Ruxian ru 'xián
Riyue re iué Ruzhong ru dzjông

S
Saixian sái 'xián Shencang chân 'tssáng
Sanchi sán tche Shendao chân táo
Sanjian sán djián Shenfeng chân fâng
Sanjiao sán djiáo Shenji chân dji
Sanjiaojiu sán djiáo djíu Shenmai chân mái
Sanjiaoshu sán djiáo chu Shenmen chân mân
Sanjiaowo sán djiáo uô Shenque chân tjué
Sanlinwai sán lin uái Shenrexue chân 're 'xué
Sanshang sán cháng Shenshangxian chân cháng 'xián
Sanxiao sán 'xiáo Shenshu chân chú
Sanyangluo sán iáng luô Shentang chân 'táng
Sanyinjiao sán in djiáo Shenting chân 'tíng
Shang cháng Shenxi chân 'xí
Shangbafeng cháng bá fâng Shenxin chân 'xín
Shangbaxie cháng bá 'xié Shenzhou chân dzjôu
Shange cháng â Shezhu che dzju
Shangen cháng ân Shi che
Shangergen cháng âr gân Shicang che 'tssáng
Shangfengchi cháng fâng tche Shidou che tou
Shangfu cháng fú Shierzhichang che âr dzje tcháng
Shangguan cháng cuân Shiguan che guán
Shanghe cháng 're Shimen che mân
Shanghouxi cháng 'rôu 'xí Shimian che mián
Shangjiao cháng djiáo Shiqizhuixia che tji dzjui 'xiá
Shangjingming cháng djing ming Shiwang che uáng
Shangjuxu cháng dju 'xu Shixuan che 'xuán
Shanglian cháng lián Shou chôu
Shanglianquan cháng lián tjuán Shoujinmen chôu djin mân
Shangliao cháng liáo Shousanli chôu sán lí
Shanglong cháng lông Shouzhongping chôu dzjông 'píng
Shangming cháng ming Shu chu
Shangqiu cháng tjíu Shuaigu chuái cu
Shangqu cháng tju Shubian chu bián
Shangquan cháng tjuán Shufu chu fu
Shangquchi cháng tju tche Shugu chu cu
Shangtianzhu cháng tián dzju Shuidao chui táo
Shangwan cháng uán Shuifen chui fân
Shangxi cháng 'xí Shuiquan chui tjuán
Shangxing cháng 'xíng Shuishang chui cháng
Shangxuehai cháng 'xué 'rái Shuitu chui 'tu
Shangyang cháng iáng Shuniaoguan chu niáo cuán
Shangyangquan cháng iáng tjuán Shuxi chu 'xí
Shanzhong chán dzjông Sibai se pái
Shao cháo Sidu se tu
Shaochong cháo tchông Sifeng se fâng
Shaofu cháo fú Sili se li
Shaohai cháo 'rái Silian se lián
Shaoshang cháo cháng Siman se mán
Shaoyang cháo iáng Siqiang se tjiáng
Shaoyangwei cháo iáng uéi Sishencong se chân 'tssông
Shaoyin cháo in Sizhong se dzjông
Shaoze cháo dze Sizhukong se dzju 'cóng
She châ Suliao su liáo
Shen chân Suogu suó cu

T
Tai tái Tianzhong tián dzjông
Taibai tái bái Tiaokou tiáo 'côu
Taichong tái tchông Tiaoyue tiáo iué
Taijian tái djián Tigangjixue ti cáng dji 'xué
Taixi tái 'xí Tingcong tíng 'tssong
Taiyang tái iáng Tinggong tíng cóng
Taiyi tái ì Tinghui tíng 'rui
Taiyin tái in Tingling tíng ling
Taiyingiao tái ing iáo Tinglongjian tíng lóng djián
Taiyuan tái iuán Tingmin tíng min
Tanchuan tán tchuán Tingtou tíng 'tóu
Tanfu tán fu Tingxiang tíng 'xiáng
Tang táng Tingxue tíng 'xué
Tankang tán 'cáng Titouxue ti 'tóu 'xué
Tanli tán li Tiwei ti uéi
Taodao 'táo tao Tongbian 'tóng bián
Tianchi tián tche Tongerdao 'tóng âr táo
Tianchong tián tchông Tonggu 'tóng cu
Tianchuang tián tchuáng Tongli 'tóng li
Tianding tián tíng Tongling 'tóng ling
Tianfu tián fu Tongming 'tóng ming
Tianjing tián djing Tongtian 'tóng tián
Tianliao tián liáo Tongziliao tông dze liáo
Tianling tián ling Touguangming tôu cuáng ming
Tianquan tián tjuán Toulinqi tôu lín tji
Tianrong tián rông Tounie tôu nié
Tianshu tián chu Touqiaoyin tôu tjiáo in
Tianting tián 'tíng Touwangu tôu uán gu
Tiantu tián 'tú Touwei tôu uéi
Tianxi tián 'xí Tun tün
Tianyou tián ióu Tunzhong tün dzjông
Tianzhu tián dzju

W
Waibi uái bí Weicang uéi 'tssáng
Waidingchuan uái díng tchuán Weidao uéi táo
Waier uái âr Weigupang uéi gu 'páng
Waierdaokou uái âr táo 'cóu Weile uéi lê
Waiguan uái cuán Weirexue uéi 'râ 'xué
Waihuaijian uái 'ruái djián Weishang uéi cháng
Waijinjin uái djin djin Weishangxue uéi cháng 'xué
Wailing uái ling Weishu uéi chu
Waiming uái ming Weixia uéi 'xiá
Waiqiu uái tjíu Weiyang uéi iáng
Waishengzhiqi uái cháng dzje tji Weizhong uéi dzjông
Waisiman uái se mán Wenliu uén líu
Waiyinlian uái in lián Wu u
Waiyuye uái iú ié Wuchu u tchu
Waizhili uái dzje li Wuhu u 'ru
Wan uán Wuli u li
Wangu uán gu Wuling u ling
Wanli uán li Wushu u chu
Wei uéi Wuyi u í
Weibao uéi báo

X
Xi 'xi Xing 'xing
Xiabai 'xiá bái Xingjian 'xing djián
Xiae 'xiá â Xinhui 'xin 'rúi
Xiaguan 'xiá guán Xinshu 'xin chu
Xiafu 'xiá fu Xinzhongji 'xin dzjông dji
Xiahe 'xiá 'râ Xiong 'xióng
Xiajiao 'xiá djiáo Xiongxiang 'xióng 'xiáng
Xiajuxu 'xiá dju 'xú Xiongzhui 'xióng dzjui
Xialian 'xiá lián Xiyan 'xi ián
Xialiao 'xiá liáo Xiyangguan 'xi iáng cuán
Xiangu 'xián gu Xu 'xú
Xiaochang 'xiáo tcháng Xuanji 'xuán dji
Xiachangshu 'xiáo tcháng chu Xuanli 'xuán li
Xiaochuan 'xiáo tchuán Xuanlu 'xuán lu
Xiaohai 'xiáo 'rái Xuanshu 'xuán chu
Xiaoluo 'xiáo luô Xuanzhong 'xuán dzjông
Xiawan 'xiá uán Xue 'xué
Xiaxi 'xiá 'xí Xuechou 'xué tchôu
Xiguan 'xi cuán Xuefu 'xué fu
Ximen 'xi mân Xuehai 'xué 'rái
Xin 'xin Xueyadian 'xué iá tián
Xindian 'xin tián Xunmazhenqu 'xu má dzjân tju
Y
Yamen iá mân Yinbao in báo
Yaming iá ming Yinbian in bián
Yan ián Yindu in tu
Yanchi ián tche Ying ing
Yang iáng Yingchuang ing tchuáng
Yangbai iáng bái Yinshang ing cháng
Yangchi iáng tche Yingu in cu
Yangfu iáng fu Yingxia ing 'xiá
Yanggang iáng cáng Yingxiang ing ´xiáng
Yanggu iáng cu Yiniao i niáo
Yangjiao iáng jiáo Yinjiao in djiáo
Yangkang iáng 'cáng Yinjiaofu in djiáo fu
Yanglao iáng láo Yinjiaokou in djiáo 'cóu
Yanglingquan iáng ling tjuán Yinkang in 'cáng
Yangming iáng ming Yinkou in 'cóu
Yangqiao iáng tjiáo Yinlian in lián
Yangwei iáng uéi Yinlingquan in ling tjuán
Yangxi iáng 'xi Yinmen in mân
Yankou ián 'cóu Yinqiao in tjiáo
Yanhou ián 'rôu Yinshang in cháng
Yaogen iáo quén Yinshi in che
Yaoqi iáo tji Yintang in 'táng
Yaoshu iáo chu Yinwei in uéi
Yaotong iáo 'tóng Yinxi in 'xi
Yaotongdian iáo 'tóng tián Yinxia in 'xiá
Yaoyan iáo ián Yishanmen i chán mân
Yaoyangguan iáo iáng cuán Yishe i chê
Yaoyi iáo i Yishu i chu
Yaozhui iáo dzjui Yixi i 'xi
Yatong iá 'tóng Yongquan iông tjuán
Yatongdian iá 'tóng tián Youmen ióu mân
Yaxue iá 'xué Youyi ióu i
Ye ié Yuan iuán
Yeling ié ling Yuaye iuán ié
Yemen ié mân Yuji iú dji
Yeniao ié niáo Yun iün
Yi i Yunmen iün mân
Yidan i tán Yutang iú 'táng
Yifeng i fâng Yutain iú 'táin
Yijing i djing Yuwei iú uéi
Yilong i lóng Yuyao iú iáo
Yiming i ming Yuye iú ié
Yimingxia i ming 'xiá Yuzhen iú dzjân
Yin in Yuzhong iú dzjông
Yinbai in bái

Z
Zang dzáng Zhongguo dzjông cuó
Zanzhu dzán dzju Zhongji dzjông dji
Zengming dzêng ming Zhongjiao dzjông djiáo
Zengyin dzêng in Zhongjiaoshu dzjông djiáo chu
Zeqian dzê tjián Zhongjie dzjông jié
Zexia dzê 'xiá Zhongkong dzjông 'cóng
Zhangmen dzjáng mân Zhongkui dzjông 'cúi
Zhantan dzján tán Zhonglushu dzjông lú chu
Zhaohai dzjáo 'rái Zhongshu dzjông chu
Zhejin dzjê djin Zhongting dzjông 'tíng
Zhen dzjên Zhongwan dzjông uán
Zhengying dzjêng ing Zhongzhu dzjông dzju
Zhengjiuxue dzjêng djíu 'xué Zhoujian dzjôu djián
Zhi dzje Zhouliao dzjôu liáo
Zhibian dzje bián Zhourong dzjôu 'rông
Zhicang xiaduan dzje 'tssáng 'xiá tuán Zhoushu dzjôu chu
Zhidian dzje tián Zhouwuli dzjôu u li
Zhigao dzje cáo Zhubin dzju bín
Zhigou dzje cóu Zhuding dzju ting
Zhili dzje li Zhuoyu dzjuó iú
Zhilong dzje lóng Zhuze dzju dzé
Zhinao dzje náo Zhuzhang dzju dzjáng
Zhinou dzje nóu Zigong dze góng
Zhiping dzje 'píng Zigongfu dze góng fu
Zhi dzje Zigongjing dze góng djing
Zheqiguan dzje tji cuán Zu dzu
Zhishi dzje che Zujuliao dzu dju liáo
Zhitan dzje 'tán Zulinqi dzu lin tji
Zhiwen dzje uén Zuluo dzu luó
Zhixie dzje 'xié Zuming dzu ming
Zhiyang dzje iáng Zuogu dzuó gu
Zhiyang-bei dzje iáng béi Zuogushenjing dzuó gu chân djing
Zhiyin dzje in Zuoyi dzuó i
Zhizhang dzje dzjáng Zuqiaoyin dzu tjiáo in
Zhizheng dzje dzjêng Zusanli dzu sán li
Zhizhuanjin dzje dzjuán djin Zutonggu dzu 'tóng cu
Zhong dzjông Zuwuli dzu u li
Zhongchong dzjông tchóng Zuxin dzu 'xín
Zhongdu dzjông tu Zuyicong dzu i 'tssóng
Zhongdukuan dzjông tu 'cuán Zuzhiyin dzu dzje in
Zhongerbei dzjông âr béi Zuzhongdu dzu dzjông tu
Zhongfeng dzjông fâng Zuzhongping dzu dzjông 'píng
Zhongfu dzjông fu

Nota: O apóstrofo ( ' ) indica que a consoante ou a vogal seguinte deve ser aspirada
BIBLIOGRAFIA

Academy of Traditional Chinese Medicine. Beijing College of Traditional Chinese Medicine. Educational
Materials. Beijing, Acupuncture Institute of Traditional Chinese Medicine, 1984.
Austin Mary. Acupuncture therapy. New York, ASI Publishers Inc., 1972.
Capra Franz. Le Tao et la physique. Paris, Editions Tchou, 1975.
Cheng Xinnong. Chinese acupuncture and moxibustion. Beijing, Foreign Languages Press, 1987.
Cooper JC. Taoism: the way of the mystic. Wellingborough, The Aquarian Press, 1972.
Cooper JC. Yin & yang: the Taoist harmony of opposites. Wellingborough, The Aquarian Press, 1981.
Costa Silva Fernando. História da acupunctura e moxibustão e sua disseminação pelo mundo. Instituto
Cultural de Macau, Revista de Cultura 1988; 2:51-58.
Fu Weikang. Traditional chinese medicine and pharmacology. Beijing, Foreign Languages Press, 1985.
Guangzhou College of Traditional Chinese Medicine. Educational Materials. Acupuncture Institute of the
Guangzhou College of Traditional Chinese Medicine, 1989.
Kaptchuk Ted. The web that has no weaver: understanding chinese medicine. New York, Congdon &
Weed, 1983.
Lavier Jacques. Histoire, doctrine e pratique de l'acupuncture chinoise. Paris, Editions Henri Veyrier,
1974.
Li Dingzhong. The jingluo phenomenon. Kyoto, The People's Medical Publishing House & Yukonsha
Publishing Co, 1984.
Liu Frank, Liu Yan Mau. Chinese medical terminology. Hong Kong, The Commercial Press Ltd, 1980.
Maciocia Giovanni. The foundations of chinese medicine. Edinburgh, Churchill Livingstone, 1989.
Mann Felix. Acupuncture: the ancient chinese art of healing. London, William Heinemann Medical Book,
1974.
Nanjing College of Traditional Chinese Medicine. Educational Materials. Acupuncture Institute of the
Nanjing College of Traditional Chinese Medicine, 1983.
Nogier Paul. Traité d'auriculotherapie. Paris, Editions Maisonneuve, 1969.
Porkert Manfred. The theoretical foundations of chinese medicine: systems of correspondence.
Cambridge, The MIT Press, 1980.
Requeña Yves. Acupuncture et psycologie. Paris, Editions Maloine, 1982.
Schneiderman Ian. Medical acupuncture. Hong Kong, Mayfair Medical Supplies Ltd, 1988.
Shanghai College of Traditional Medicine. Acupuncture: a comprehensive text. John O'Connor and Dan
Bensky eds. Seattle, Eastland Press, 1981.
Shanghai College of Traditional Chinese Medicine. Acupuncture points and the fourteen meridians.
Shanghai, People's Publishing House, 1976.
Shanghai College of Traditional Chinese Medicine. Educational Materials. Acupuncture Institute of the
Shanghai College of Traditional Chinese Medicine, 1983.
Song Tian Bin. Atlas of the tongue and lingual coatings in chinese medicine. Strasbourg, Editions
Sinomedic, 1986.
Stux Gabriel, Pomeranz Bruce. Acupuncture: textbook and atlas. Berlin Heidelberg, Springer Verlag,
1987.
Travell Janet, Simons David. Myofascial pain and dysfunction: the trigger point manual. Baltimore,
Williams & Wilkins, 1983.
Veith Ilza. The Yellow Emperor's classic of internal medicine. 1st Paperback ed., Berkeley, California
University Press, 1972.
Wang Xuetai. Handbook of acupuncture and moxibustion. Beijing, Foreign Languages Press, 1979.
Wilhelm Richard. I ching: o livro das mutações. Tradução de Alayde Mutzenbecher e Gustavo AC Pinto.
São Paulo, Editora Pensamento, 1987.
Zhang Xiang Tong. Research on acupuncture, moxibustion and acupuncture anaesthesia. Berlin
Heidelberg, Beijing Science Press & Springer Verlag, 1986.

Você também pode gostar