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EXAME NEUROLÓGICO
Qual é a síndrome? Qual o local anatômico? Qual o diagnóstico anatomopatológico? Qual o mecanismo?
Prognóstico?
EXAME NEUROLÓGICO
HE (dominante) – responsável pela linguagem, cálculos e funções analíticas, lesões cursam com afasia.
HD (não dominante) – especializado em tarefas perceptivas e visual. Lesão HD tem apraxia constitucional
(construir desenhos) e apraxia de vestir (negligência do lado esquerdo).
Síndromes corticais
Lobo temporal – memória, aprendizado, Wernicke, reconhecimento de rostos e objetos. Alzheimer começa no
lobo temporal por isso não reconhece face, mas pode reconhecer por outros sentidos.
Lobo parietal – funções motoras, lesão nessa área tem apraxia ideomotora, ataxia ótica, assomatognosia.
Funções corticais superiores – redes neurofuncionais – atenção espacial (HD), linguagem (HE), memória e
emoção, funções executivas e de comportamento, identificação de faces e objetos.
Lesões hemisféricas cerebrais – não tem consciência do seu déficit, nem da sua extensão.
Lesões corticais – crise convulsiva, afasia/apraxia, desatenção.
Lesões subcorticais – fraqueza, espasticidade, déficit do campo visual, síndromes motoras puras, incontinência
urinária.
1. Nível de vigilância
2. Capacidade de se concentrar em uma tarefa (atenção cortical)
3. Percepção com estímulo sensitivo
4. Capacidade de executar movimentos
Na prática
As lesões corticais podem ser por toxicidade, alteração metabólica, infecção urinária. O paciente vai se apresentar
desatento, com baixa memória, sonolento, com discalculia, sem déficit focal.
Agnosia
Incapacidade de reconhecer o significado, importância ou símbolos, mais comum tátil e visual. Ocorre
incapacidade de reconhecimento através de 1 modalidade sensorial, mas consegue com outro sensório.
Geralmente reflete lesão em área de associação, as sensações chegam ao córtex mas não são integradas em
padrões preexistentes (engramas), impossibilitando o reconhecimento.
Agnosia visual
Incapacidade de reconhecer um objeto pela visão, sem alteração própria da visão. Alteração de cor sugere lesão
occiptal.
Sindrome de Anton – negação da cegueira (anosognosia para cegueira) em paciente com cegueira cortical
adquirida. Diz que enxerga mas não é verdade, da desculpas. Geralmente pega região parietoccipital, que é a área
de associação.
Sindrome de Kluver-Bucy – apatia, agnosia visual, hiperoralidade, bulimia ou hábitos alimentares incomuns,
hipersexualidade. Lesão de lobo temporal.
Sindrome de Balint – Simultanagnosia, apraxia ocular (incapacidade de olhar de forma horizontal), lesão bilateral
parietoccipital
Agnosia tátil
Astereognosia – incapacidade de identificar um objeto pelo tato. Lesão parietal contralateral.
Agrafesia – lesão parietal contralateral, se você desenhar algo no braço dele, ele não sabe o que é.
Sindrome de gestmann – lesão do giro angular esquerdo (parietal dominante). Tem discalculia, agnosia digital,
desorientação espacial, agrafia.
Apraxia
Incapacidade de executar um ato motor previamente aprendido sem déficit sensitivo, motor, coordenação.
Apraxia ideomotora – não consegue reconhecer a utilidade de certos objetos. Não consegue fazer certos gestos,
lesão parietal esquerda ou frontal. Incapacita mais.
Apraxia ideatória – incapacidade de realizar atos motores complexos. Não incapacita muito. Envolvimento cortical
difuso.
Afasia
Distúrbio da linguagem falada e escrita, que pode ter alteração na produção, compreensão ou repetição.
Som é percebido no córtex auditivo primário, transmitido à área de Wernicke. A informação auditiva é
processada, interpretada e transferida pelo fascículo arqueado para a área de broca para função motora.
Afasia de broca – não fluente, expressiva, motora anterior – diminuição da quantidade da produção da fala
(poucas palavras, frases curtas). Alto índice de depressão. Lesão frontal inferior esquerda.
Afasia de Wernicke – fluente, receptiva, sensorial posterior – fala normal ou aumentada (logorréira), desprovida
de conteúdo de significado ou com neologismos e parafasias. Paciente não percebe que sua fala está assim.
Afasia pode ser de condução, anômica (não nomeia), transcortical (a diferença está na repetição intacta, o resto é
igual broca ou Wernicke; área marginal dos hemisférios), ou global (tudo).
(2) ESTÁTICA
Ficar de pé e caminhar são processos ativos que dependem de vários fatores e várias respostas reflexas,
relacionado com informações vestibulares, proprioceptivas periarticulares e visão.
A postura é testada fazendo o paciente ficar de pé, com os pés bem juntos, notando-se qualquer instabilidade ou
oscilação – idosos podem ficar com os pés mais afastados.
Sinal de Romberg – paciente fica parado com olhos abertos, mas desequilibra quando fecha os olhos. Usado para
avaliar propriocepção e não função cerebelar. O paciente cai para qualquer lado.
Vestibulopatia unilateral aguda – vai cair para o lado da lesão quando fecha os olhos, sempre mesmo lugar. Vai
ter nistagmo só para um lado.
1. Lesão do verme cerebelar – base alargada com oscilação para qualquer lado. Prova dedo nariz tá normal,
mas a marcha é atáxica.
2. Lesão no hemisfério cerebelar e lesão vestibular – cai para lado afetado sempre.
(3) MARCHA
Cerebelar – ebriosa
Talonante – propriocepção
Miopática ou anserina – muscular proximal, não frete coxa sobre quadril. Parece gravida.
Estado de permanente tensão dos músculos ou seja o estado de contração basal. É avaliada pela movimentação
passiva.
Hipotonia – pensar em lesão do 2 neurônio motor (nervo, raiz), lesão cerebelar, toda doença da unidade motora –
miopatias. O musculo está flácido, frouxo e mole à palpação. Oferece resistência diminuída à movimentação
passiva, permitindo uma maior amplitude de movimentos articular.
Sinal de Romberg – A principal causa desse sinal é diabetes – polineuropatia com instabilidade da marcha
(escarvante ou Talonante).
Pode ser neurosifilis. VDRL negativo no líquor, verificar celularidade e proteína – condiz com processo
inflamatório infeccioso. Para descartar neurosifilis além de VDRL negativo, não pode ter alteração de celularidade
nem de proteína.
Extrapiramidal – hipertonia plástica, doença de Parkinson, sinal da roda denteada (membro parece que
sede e para), tanto faz movimento rápido ou lento.
Piramidal – vias corticoespinais, hipertonia espástica, marcha Ceifante. sinal do canivete (paciente em
semiflexao, inicialmente tem uma resistência a movimentação que lembra abertura de um canivete), mais
bem percebido no movimento mais rápido e no início do movimento.
Paratonia – hipertonia característica do lobo frontal. A cada examinada vai aumentando o tônus do
paciente.
Miotonia – transtorno da membrana muscular, tônus é normal, fecha a mão normal com força, mas tem
dificuldade para voltar ao normal depois (relaxamento).
(5) FORÇA MUSCULAR
Fraqueza tem que ser comparado com o padrão normal prévio da pessoa. Pode ser focal ou generalizada.
o 0 – nada
o 1 – contração sem movimento
o 2 – musculo só movimenta sem gravidade, movimento lateralizado
o 3 – vence a gravidade mas não a resistência
o 4 – vence a resistência parcialmente
o 5 – vence a resistência máxima
Tipos de movimento:
Via piramidal – conduz excitações motoras voluntarias e ações inibitória sobre reflexos.
A lesão central costuma ter um padrão de fraqueza maior, diferente de lesão dos nervos periféricos que é mais
localizada (só na inervação do músculo afetado).
1. Córtex cerebral – depende da extensão; lesão em só uma parte da área motora, fraqueza tende a ser
desproporcional contralateral (só perna, só braço), a chave são os achados corticais – apraxia, afasia,
agnosia, anosognosia, epilepsia, alteração de campo visual. Se for muito extensa, pode ter alterações
sensitivas. ‘paciente chegou fraco e não está falando – lesão no córtex’.
2. Capsula interna – hemiparesia completa cruzada (fraqueza proporcional igual em braço, perna e face);
sem sinais corticais, normalmente sem alteração de sensibilidade (é raro, mas pode ter se lesão atingir o
tálamo) ‘paciente está acordado, falando, lucido, mas hemiplégico – lesão na cápsula’.
3. Tronco cerebral – se for grande lesão pode ter perda de consciência em alteração de sensibilidade; a
chave é acometimento de nervos cranianos junto com a fraqueza (hemiplegia alterna – fraqueza de um
lado e contralateral tem alteração de nervo craniano). ‘paciente com fraqueza e alteração de algum par
de NC – lesão no tronco’.
4. Medula espinhal – alteração de força e de sensibilidade, afetando bilateralmente (déficit medular
unilateral); pode ser unilateral também só de um lado (déficit medular unilateral – pode ser um tumor
que começa de um lado e posteriormente atinge o outro lado). Para saber se tem lesão medular tem que
pesquisar nível sensitivo, pesquisar controle vesical (se for lesão medular não segura xixi).
Clônus muscular – sintoma quando há lesão medular (piramidal) – tudo hiperexcitado, assim faz uma
força e mantém a força no pé, ele não para de tremer.
Sinal de Hoffman – parte ungueal do dedo, contrai outro dedo. Lesão piramidal 1° neurônio motor.
Características clínicas – fraqueza, flacidez, hipotonia, reflexos diminuídos ou abolidos, atrofia, paraplegia.
Fundamental pesquisar reflexos tendinosos.
1. Corno anterior da medula – ELA – ocorre na transição do 1° para o 2° neurônio motor; a sensibilidade é
normal, pode ter relação com demência frontotemporal (10% evoluem para ELA).
2. Raiz anterior da medula – descubra.
Termos em força
1. Manobra dos membros estendidos (Mingazzini) – fechar o olho com os braços esticados por 1 minuto, o
braço que está com fraqueza cai.
2. Manobra de Raimiste – procurar fraqueza distal, mãos afastadas quase batendo palma, cai pra dentro.
3. Manobra de rolamento – pesquisa lesão piramidal, avalia destreza dos dedos indicadores rodando.
4. Manobra do desvio do pronador – primeiro sinal de lesão piramidal; pede para ficar com a mão com o
dedão para cima, com braços estendidos, em pé de olhos fechados.
5. Sinal do quinto dedo – mão esticada, o mindinho tende a fazer abdução.
1. Manobra de Mingazzini – paciente deitado, pernas inclinadas, se tiver gravidade a perna cai
2. Manobra de Barré – paciente deitado de costas, pernas dobradas para dentro inclinadas, cai
3. Prova da queda do membro inferior em abdução do Sanvito – bom para paciente em coma
(6) REFLEXOS
É a resposta muscular produzida por estímulos específicos, que ocorrem independente da vontade; sua função é
proteção contra estímulos nocivos e a regulação da postura.
É uma perturbação sutil de uma perturbação neurológica. Não está sobre o controle voluntario do paciente (não
precisa de atenção ou cooperação) e independe do estado de consciência do paciente.
Via piramidal – movimentos finos e delicados (falta de destreza e habilidade), inibidor do tônus (hipertonia
espástica, sinal de canivete).
Reflexos superficiais
Só serve para ver lesão piramidal medular que vai estar abolido, com aumento de reflexo profundo.
Reflexos primitivos
Paciente com lesão cerebelar difusa, com envolvimento predominante dos lobos frontais.
Clônus
Cerebelo – age como modulador da atividade motora, regula o tônus, a postura e o equilíbrio.
Excita automaticamente os músculos antagonistas ao final do movimento, com a inibição simultânea dos
músculos agonistas que iniciam o movimento – prova do dedo nariz.
Divisão cerebelar
Sinais e sintomas
Distúrbios do controle motor, regulação do tônus e coordenação do movimento – gera ataxia (incoordenação
motora, movimentos grosseiros, sem precisão de movimentos finos).
Distúrbio da marcha – originam-se do vermis cerebelar (paricerebelo), assim se for lesão em hemisfério cerebelar,
a marcha pode estar normal.
Diferenciar da ataxia sensitiva – Romberg positivo, necessita da visão; ataxia frontal – lesão contralateral ao lado
afetado com sinais piramidais e ataxia talâmica.
Sindrome cerebelar
Decomposição do movimento;
Dismetria – dificuldade de acertar o alvo – prova dedo nariz;
Diadococinesia – incapacidade de realizar movimentos rápidos e alternados – mão na coxa alternando;
Tremor de intenção /ação – próximo ao alvo, se lesão grave, pode haver titubeação – mexe a cabeça
sozinho;
Hipotonia muscular – mais comum em lesões hemisféricas agudas (neocerebelares), ipsilateral a lesão,
pode ocorrer reflexo tendinoso pendular;
Disartria – fala escandida, explosiva, hesitante e com acento alterado – como se tivesse falta de ar ou
soluçando;
Distúrbios do movimento ocular – a dismetria afeta os movimentos oculares, intrusões sacádicas,
nistagmo (unidirecional é lesão vestibular)
*Obs. – nistagmo para cima é lesão central – internar; nistagmo com fixação do olhar – central ou
cerebelar.
Anormalidade da marcha – base alargada, um pé na frente e outro atrás (tandem).
OBS. Dança dos tendões – músculos tentando se equilibrar.
Prova index-nariz
Prova index-nariz-index
Prova calcanhar joelho-crista da tíbia
Movimentos rápidos e alternados
Fenômeno de rebote ou rechaço (de Holmes)
Prova de braços estendidos (Mingazzini)
Teste do tapa
Dissinergia tronco-membros (prova de Babinski)
Sindrome do Vermis – ataxia da marcha, pouca ou nenhuma ataxia dos membros, raramente disartria, hipotonia
ou nistagmo.
(8) SENSIBILIDADE
O sistema sensorial constitui a forma pela qual podemos monitorizar consciente e inconscientemente tanto o
organismo quanto o ambiente ao redor.
A nossa percepção sensitiva é toda no lobo parietal, passando primeiro pelo tálamo. Parte sensitiva = lobo
parietal.
Divisão da sensibilidade
Organização sensitiva
(1) Receptores
(2) Nervos periféricos
(3) Raízes nervosas (1° neurônio da via sensitiva)
(4) Medula espinhal (2° neurônio da via sensitiva)
A região lateral da medula leva dor e temperatura, o cordonal posterior leva propriocepção e
palestesia
O estímulo superficial (dor e temperatura) vai para o nervo periférico, depois raiz e entra na
medula pela região posterior (sensitiva), onde o estímulo cruza depois passa para o tálamo e por
fim lobo parietal.
O estímulo da propriocepção entra na medula pela região cordonal posterior e ascende do
mesmo lado ao tronco, cruzando só depois.
A região anterior da medula carrega os estímulos motores.
ELA – atrofia do trato piramidal – região anterior da medula, por isso não tem alteração de
sensibilidade.
(5) Tronco encefálico
(6) Tálamo (3° neurônio da via sensitiva)
(7) Córtex parietal
Fibras nervosas
OBS.
o Paciente com alteração de reflexo tem que ter alteração de fibra grossa
o O transporte é mais rápido – impulso saltatório
o Sd Guillain barre – desmielinização focal, muita fraqueza muscular desproporcional com a perda de
sensibilidade
Tipo IV – amielínicas, finas – conduzem dor e temperaturas captadas por terminações nervosas livres
Sensações proprioceptivas
Sintomas negativos
Sintomas positivos
Síndromes medulares
Estereognosia
Grafestesia
Discriminação de dois pontos
Extinção ou desatenção sensorial (dupla estimulação simultânea) – infarto cortical direito
Lesão parietal esquerda – dificuldade de calcular, de reconhecer direita e esquerda, de nomear dedos da mão.
Deficiência de B12 – mielite, demência, tetraparesia, RNM e líquor normais em 50% casos, polineuropatia e
neurite óptica. Causa rara de hiperreflexia patelar e arreflexia do aquileu, assim como ELA (mas ai não tem
alteração de sensibilidade).
Área 4 de Brodmann – área do movimento, se tiver lesão – paralisia, fraqueza. Gera hemiplegia.
Área 6 de Brodmann – planejamento do movimento – paralisia espástica, tônus normal ou aumentado, redução
do movimento espontâneo, mas estimulando pode conseguir, pode ter apraxia da marcha. Geralmente não é
permanente.
Sd. Pré frontal – dificuldade de resolver problemas, execução e distúrbio de comportamento. e hipersexualidade.
Área 3, 1 e 2 – área sensitiva primaria, sensibilidade discriminativa (tato, posição, dor e temperatura).
Tudo que é anterior (frontal) – mais motor e comportamento, parte posterior – mais sensitiva.
Paraparesia – não pode ser ressonância da coluna lombar, tem que ser torácica.
Pé caído – hernia de disco comprimindo L5 (alteração de reflexo) ou lesão do fibular – vê se faz inversão, se não
faz eversão é fibular. Lesão de fibular tem reflexo.
CONFIRMAR
Afasia motora de broca ou não fluente – entende mas tem dificuldade para falar, fala palavrão.
Geralmente não consegue escrever também.
Area de Wernicke ou afasia fluente – fala o tempo inteiro, mas não entende nada. Escreve nada com
nada.
Se for súbita é de causa vascular – embolia (AVC).
Afasia global – lesão de área de broca (não fluente) e Wernicke (fluente – não fala, nem escuta, nem
entende.
Disartria – a dificuldade é na articulação da palavra, escreve normal. Lesão do 1° N. Motor; lesão cerebelar; não é
muito localizatório.
Bradicinesia – quando pede para juntar rapidamente os dois dedos (indicador e polegar) vai muito devagar.
Lesão cortical gigante – pode ter hemiplegia completa proporcional, o normal é ser desproporcional.