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Conceção, Desenvolvimento Pré-Natal,

Nascimento Desenvolvimento do Recém-Nascido


Da Conceção ao Nascimento - Período Pré-Natal
» Início – Fecundação:

 União dos gametas


 Nova célula – Zigoto
 Divisão celular do zigoto

» Hereditariedade e Fecundação:

 Unidade básica da hereditariedade (gene)


 DNA (instruções bioquímicas) (código de 4 letras)
 (Gene) – parte funcional do DNA

 Cromossoma (23 pares em cada célula; 46 cromossomas)

» Definição Sexual:

 23 cromossomas masculinos

 23 cromossomas femininos

 23 pares de cromossomas (22+1) (se receber Y do pai será menino; se X será menina)

» Estádios:

 Germinal (0-2 semanas)


 Embrionário (2-8 semanas)
 Fetal (8 semanas – nascimento)

 Processo dirigido geneticamente.


 Crescimento pré e pós natal:
o Princípio Céfalo Caudal
ₒ Direção do desenvolvimento: De cima para baixo
o Princípio Próximo Distal
ₒ Direção do desenvolvimento: Do meio para fora

» Dificuldades

 1/3 das conceções termina em aborto espontâneo.


 ¾ dos abortos e das anomalias congénitas ocorrem no 1º trimestre.
 Mais abortos nos fetos do sexo masculino.
» Principais Características

 Formação da estrutura básica (corpo e órgãos);


 Crescimento acelerado;
 Grande vulnerabilidade ao meio;
 Formação da vinculação pré-natal;
o Vinculação começa no período pré-natal!
 Os fetos interagem com o ambiente intrauterino;
 Cada vez menor movimento mas mais vigoroso, alterações da frequência cardíaca, coordenação
dos estados de sono-vigília;
 Interação do ambiente e da hereditariedade no desenvolvimento;
 Mais interação diferente conforme os aspetos (exs: inteligência e personalidade muito permeáveis
ao meio);
 Hereditariedade – semelhanças;
 Meio – diferenças;
 Maior ou menor influência de cada aspeto varia ao longo do desenvolvimento.

» Competências

 Ouvir
 Exercitar a descriminação sensorial
 Aprender
 Recordar

Parto
 Eutócito (“normal”)
 Distócito (“com auxílio”)

Recém Nascido ou Neonato - Desde o nascimento até aos 28 dias


 Tipos de neonato
 Caraterísticas
 Reflexos
 Outros indicadores

» Classificação dos Recém Nascidos:

1. Prematuro ou pré-termo (36-37 semanas)


o Um bebé que nasça antes do pré-tempo pode originar algumas dificuldades
2. De termo (37-41)
3. Pós-maturo ou pós-termo (>42)
o Muitas vezes são situações em que o parto tem que ser provocado
» Características do Neonato

 Secreção de mecónio no trato intestinal (devido a ingestão de colostro);


 Colostro (designação do 1º leite) com propriedades laxantes e imunológicas;
 Perda e recuperação de peso;
 Queda de laguno (penugem pré-natal) – a criança possui uma penugem muita fininha nos primeiros
dias de vida que vai desaparecer;
 Vérnix (camada protetora pré-natal) seca;
 Fontanelas (aberturas no crânio: crânio não está fechado) encerram no 1º mês;
 Independência dos sistemas em relação à mãe (circunstâncias , respiratório, gastrintestinal,
regulação da temperatura).

» Reflexos - Indicadores de um desenvolvimento normativo do neonato


(Iremos falar apenas de 6, mas existem mais)

 Sucção
 Preensão (mãos, pés)
 Babinski (planta do pé)
 Moro (largar o bebé ou som alto)
 Esgrimista (decúbito ventral e rodar a cabeça)
 Marcha Automática (segurar pelas axilas e tocar numa superfície)

 Caso algum destes reflexos não ocorra, tem que se repetir a avaliação e ter em atenção a outros
sinais que possam evidenciar algum problema.

» Outros Indicadores

 PESO normativo: 2,500Kg -4,000Kg (3,500Kg com 40 semanas);


 Peso baixo: < 2,500Kg;
 Perda de peso e recuperação rápida;
 depende da duração da gravidez-idade gestacional);
 ESTATURA: 48-52 cm (final do 1º ano cerca de 74 cm);
 PERÍMETRO CEFÁLICO: 34-35 cm no RN (superior-hidrocefalia; inferior, abrandamento do
crescimento-encerramento prematuro dos ossos do crânio e problemas do desenvolvimento).

 Estes indicadores podem ser falaciosos, ou seja, por exemplo, a criança pode nascer com baixo
peso e isso pode não querer dizer que ira ter problemas futuros. O mesmo se aplica para os
reflexos.
 Um perímetro cefálico fora dos perímetros normativos é um “maior indicador” do que peso os
estatura fora da norma.

» Saúde e Bem Estar

 TRANSIÇÃO complexa da vida intrauterina para a extra uterina;


 ELEVADO RISCO para o bebé (cerca de 65% das mortes no 1º ano ocorrem neste período);
 AS PRIMEIRAS OBSERVAÇÕES são fundamentais;
 A PRIMEIRA CONSULTA DE PEDIATRIA após o regresso a casa (1ªsemana) – avaliação do bebé e
informações básicas de saúde;
 A queda do COTO do cordão umbilical (resulta do cordão e é negro) deve ser acompanhada;
provoca uma pequena ferida que levará 2 ou 3 dias a cicatrizar;
 Entre o 4º e o 7º dia deve realizar no centro de saúde o TESTE DO PÉZINHO e as VACINAS ainda não
realizadas (BCG e anti hepatite B).

Parentalidade
Adaptação à Parentalidade
 Os 3 primeiros anos de vida são cruciais para o desenvolvimento de competências,
e se a família não se adaptar para a criança, esta terá problemas no futuro

» Definição de Parentalidade

 Processo maturativo intenso que permite uma restruturação psicoafectiva, no sentido de dois
adultos se transformarem em pais (Leal, 2005).
 É uma alteração muito significativa

» Pertinência

 O nascimento, especialmente do 1º filho acarreta alterações e restruturação profundas e


definitivas nos progenitores, apesar de ser um acontecimento normativo;
 O planeamento facilita a satisfação nesta fase (realização pessoal, novo significado á vida,
proximidade família alargada);
 Pode tambem ser um período de crise;
 A transição para a parentalidade pode coincidir com o fim do romance (Pittman, 1994);
 Pais e mães apresentam diferentes formas de se adaptar à parentalidade (cada um tem o seu
percurso de vida).

» Fases da adaptação materna

 Atenção à precocidade da alta hospitalar -> Sair do hospital num tempo tao curto pode criar
constrangimentos.
1. Comportamento dependentes (internamento pós-parto – cerca de 48h; cuidados bebe e mãe e
preparação da fase seguinte)
2. Comportamentos dependentes-independentes (transição)
3. Comportamentos independentes (por volta do 3º.4º dia se houve apoio)
(Lowdermilk & Perry, 2008)
» Cuidados Pós-natais

 Centrados na família
 Individualização
 Multidisciplinares
o É importante que os pais tenham conhecimento daquilo que és espero no desenvolvimento
da criança.
 Holísticos
 Culturalmente contextualizados
o As indicações que damos a pais da nossa cultura não são as mesmas dadas a pais de outras
culturas. Por exemplo: etnia cigana -> aspetos acerca do cuidado do bebé
(OMS, 1998)

 Os pais devem ser ajudados por especialistas de várias áreas

» Ciclo de desenvolvimento de um casal

 Enamoramento (fusão; conexão; formação da identidade do casal);


 Estabelecimento de diferenças (interação e negociação; caso contrário sentem ameaça e vontade
de voltar á fase anterior);
 Relação de poder (desejo de maior independência; possível ansiedade, tensão, conflitos);
 Estabilidade (foco nas realizações ternas, mais intimidade, tranquilidade, realização pessoal,
cumplicidade);
 Comprometimento (decisão de permanecer juntos, sem anular o outra; eu e nós coexistem em
harmonia; grande negociação, transformação sem ameaça).
 A última fase é a mais indicada para um casal ter filhos.

» Tarefas durante a gravidez

1. Aceitação da gravidez (e iniciação da identificação materna);


2. Aceitação da realidade do afeto (perceção da diferenciação mãe-feto pelos movimentos deste;
importância da representação cognitiva do feto);
3. Reavaliação da relação com os pais (internalizar e mimetizar);
4. Reavaliação do relacionamento conjugal (relacionamento sexual; fundamental a aliança conjugal
para aliança parental);
Com o parto...

5. Aceitação do bebe (como separado da mãe);


6. Integração da identidade parental (avaliar ganhos e perdas com a maternidade);
7. Aceitação social (como pais e do bebe);
8. Iniciação da sua ligação ao bebê (dar e receber afetivo).
(Colman & Colman, 1994)

» Causas que podem deteriorar a conjugalidade


1. Entrada no mundo adulto
2. Mudança nos objetivos familiares
3. Triangulação (ex: o filho pode ser o 3º elemento; frequente quando há tensão entre o casal)
4. Transgeracionalidade (alianças e consequentemente relação de inclusão e exclusão) (ou seja, um
dos pais aliar-se á sua família de origem e originar conflitos)
5. Idealização da figura parental (expetativas de ser como o pai/mãe; ou de ser pai ou mãe que nunca
teve)
6. Pertença (para formar a sua própria família de forma emaranhada com as famílias de origem)
7. Ciúmes (insegurança no casal e não aceitação da partilha de atenção)

» Tarefas da parentalidade

1- Fim do romance a dois e a consciência de um bem maior; rompimento da relação de exclusividade


2- Adaptação intra e interpessoais (mãe, pai e relação conjugal)
3- Mudança de papeis, funções, novos relacionamentos
4- Início de “uma relação a três”
5- Coparentalidade (sintonia mútua em comportamentos como apoio, envolvimento, solidariedade,
evitando competitividade e hostilidade)
6- Mudanças na família de origem (transmissão transgeracional: de pais para filhos; e de filhos para
pais)

Infância
Conceito de Infância
» (até ± séc. XVIII)

 Infância não era considerada uma fase com características próprias


 Crianças como adultos em miniatura; (época medieval, os divertimentos e atividades laborais não
eram distinguidos entre os mais novos e os adultos).
 John Locke (séc. XVII) considerou que a criança é uma “tábua rasa” (ideia muito pré-concebida)
sobre a qual o meio externo “regista” tudo o que esta vivencia, tornando-a num adulto ativo e
competente.

» (séc. XIX)

 C. Darwin, chamou a atenção para a Infância ao estudar as diferenças e semelhanças entre o


animal (crias) e o ser humano -> Infância começa a ser valorizada
 É o percursor do estudo da infância
 A criança é definida com ambiguidade social (“ingenuidade”/verdadeira/espontânea)
 A criança passa a assumir um papel (novo) na família refletindo-se no aumento das
responsabilidades sociais relativas à infância
 A infância é uma etapa do desenvolvimento que apenas á relativamente pouco tempo foi
valorizada.
 Hoje em dia sabemos que a criança assume um papel muito maior, um papel ativo.

Desenvolvimento Sensorial - Dos 0 aos 3 anos


 Recém-nascido apresenta estruturas que lhe permitem ver, ouvir, saborear, cheirar e sentir o
toque.
 Fisicamente imaturo e dependente, apresentando limitadas capacidades cognitivas.
 A criança nasce com o sistema sensorial claramente ativado, embora este necessite de passar por
um processo de maturação que é muito rápido nos primeiros meses de vida.
 O tato parece ser o primeiro sentido a ser desenvolvido, sendo o sistema sensorial mais maduro
durante os 1.os meses de vida.
 O desenvolvimento do olfato, do paladar e da audição inicia-se no útero.
 A visão é o sentido menos desenvolvido ao nascimento (a visão periférica, a perceção à cor, a
acuidade de focagem, a visão binocular e a capacidade de seguir com os olhos um objeto em
movimento desenvolvem-se nos primeiros meses de vida).
 A preferência visual e a discriminação auditiva estão relacionadas com o funcionamento cognitivo
posterior.
o Nos primeiros meses de vida, a criança tem muita dificuldade em fazer discriminação, sendo
normal a criança confundir aspetos que á partida não são idênticos. A criança ainda não tem
a permanência do objeto desenvolvida (se um adulto esconder uma bola, ela não vai
entender)

 Há um aperfeiçoamento dos sentidos.


 No período pré-natal o sentido mais apurado é a audição.
 No período pós-natal e nos primeiros meses de vida, a visão tem um desenvolvimento superior em
relação aos outros sentidos.
 Por isso que é muito importante dar á criança brinquedos que apelem a todos os sentidos.
 O desenvolvimento/estimulação sensorial nos primeiros meses de vida é crucial.

Desenvolvimento Motor - Dos 0 aos 3 anos


» Nos 3 primeiros meses de vida, o bebé começa a adquirir controlo sobre os seus movimentos corporais.

» As competências motoras desenvolvem-se segundo uma determinada sequência conforme a


maturação, mas também da experiência.

» Competências simples combinam-se em sistemas de ação, progressivamente mais complexos.

» Desenvolvimento progressivo devido a:

 Evolução da estrutura corporal ao longo do primeiro ano de vida


o O desenvolvimento motor varia consoante a estrutura corporal (ex: corpo + ou –
robusto,...)
o Uma criança com mais peso não ira conseguir movimentar-se tao bem quanto uma criança
com menos peso
 Aumento acelerado do peso (cerca de três vezes mais)
o Nesta fase o peso muda de uma forma rápida
 Rigidez dos ossos e tonicidade muscular
 À modificação da proporção corporal (a cabeça parece maior relativamente à restante parte do
corpo e o tronco é relativamente maior que os braços e pernas)
 Início da dentição (por volta dos 3-4 meses)
o Importante para a fala; uma criança com dentes vai ser introduzida á alimentação sólida
mais cedo

» O crescimento do bebé é mais acentuado no 1º ano, do que em qualquer outro período, abrandando no
segundo ano de vida.

» No 1º ano o bebé sofre importantes e aceleradas modificações, tais como gatinhar, sentar, andar e falar.

 O ritmo de desenvolvimento depende dos padrões culturais em que a criança está inserida, da
estimulação, do treino, etc...

 Não interessa comparar criança com criança, desde que ela siga a sequência.
 Não faz mal se a criança não estiver dentro do intervalo indicado/padrão do desenvolvimento.
 Por volta dos 10 meses, poe-se de pé mas não se segura -> apenas por volta dos 11 meses se segura.

 Motricidade Fina -> desenhar, escrever, pintar...


 Motricidade Grossa -> questões ligadas á locomoção (saltar, correr, andar,...)

Desenvolvimento Motor - Dos 3 aos 6 anos


» O crescimento físico aumenta, mas mais lentamente do que durante os primeiros anos de vida.

» Os rapazes são, em média, ligeiramente mais altos, pesados e musculados do que as raparigas.

» Os sistemas muscular, ósseo, nervoso, respiratório, circular e imunitário estão a amadurecer e a primeira
dentição já está presente.

» As crianças do período pré-escolar comem menos do que anteriormente e necessitam de uma dieta
equilibrada.

» A obesidade torna-se uma preocupação neste período. A sua prevalência tem aumentado nestas idades

» Rituais de adormecimento que adiam o sono, e que se apoiam em objetos transacionais.

» É comum as crianças até aos 4 anos terem necessidade de fazerem uma sesta durante o dia;

» As crianças geralmente dormem toda a noite, e mais profundamente agora do que mais tarde ao longo
da sua vida.

» São comuns certos problemas de sono:


 Esforços de adormecimento prolongados na hora de ir para a cama
 Terrores noturnos e pesadelos persistentes podem indicar perturbações emocionais
 A incontinência urinária, especialmente à noite, mas é habitualmente ultrapassada sem ajuda
profissional.
 O uso das tecnologias em excesso e em determinado horário pode criar problemas no ciclo de sono
da criança
 Apesar de todos estes distúrbios, estudos mostram que a qualidade de sono é grande nesta faixa
etária, e que este é o ciclo em que o sono é mais profundo, tendo uma qualidade de sono superior.

» Progressão nas competências motoras grossas, nas competências motoras finas e na coordenação óculo
motora.

» Diferenças motoras de rapazes e raparigas podem refletir diferenças ósseas ou expectativas sociais ou
ambas.

» A lateralidade é habitualmente evidente aos 3 anos.

 As crianças dextras e canhotas tendem a diferir numa série de outras características.


 É importante fazer a estimulação a partir dos 3 anos à lateralidade.
» Motricidade fina:
 2-3 anos -> a criança consegue abotoar a roupa mas o botões têm de ser grandes
 3-4 anos -> grande mudança no desenho da criança – discriminação das figuras – é possível ver uma
intencionalidade; começa a fazer torres de cubos; é capaz de utilizar uma tesoura para recortar e
picotar (tesouras adequadas para crianças, com pontas redondas, etc)
 4-5 anos -> altura ideal para a criança começar a fazer tarefas domésticas, porque há um aumento
significativo da destreza manual (a probabilidade de ela partir um copo ou um prato é menor); há
medida que esta destreza aumenta, vamos introduzindo lápis mais finos, pinceis,...
 Uma criança com muitas dificuldades no desenvolvimento motor, terá também muitas dificuldades
no desenvolvimento cognitivo

» Motricidade grossa:

 3 anos -> ainda não consegue fazer este tipo de movimento


 4 anos -> tem um controlo mais eficaz
 5 anos -> já faz muitos movimentos sem ajuda
Desenvolvimento Cognitivo
» Piaget (1962) considera a criança, em particular, como um ser ativo e criativo - constrói o conhecimento
e interpreta a realidade, permitindo-lhe adaptar-se ao ambiente.
 Sendo o individuo uma pessoa ativa, já nascemos com algumas aprendizagens e com o crescimento
vamos aumentar essas aprendizagens

» Para tal necessita dos esquemas mentais, presentes desde o nascimento, que se vão tomando cada vez
mais abstratos e complexos.

» Piaget foca-se na evolução das estruturas mentais e no modo como as crianças, desde o nascimento, se
adaptam ao meio ambiente.
» Segundo Piaget, o desenvolvimento cognitivo passa por 4 etapas (3 delas na infância e 1 na
adolescência):
 Sensório-motor [0-18/24M]
o Período de manipulação, informação passa muito pelos sentidos, a criança só conheço
manipulando; predominância de características sensoriais e motoras
 Pré-operatório [2-7A]
o Inicio da representação da realidade sem esta estar presente
o Começa a representação, a criança não precisa de manipular a idade para a perceber
o Nesta idade aprende a linguagem e o jogo simbólico
o Para dizer casa, não precisa de estar a ver uma casa nem a mexer numa casa
o Ela aprendeu o que é a palavra casa
o Período extremamente rico do ponto de vista cognitivo
 Operações Concretas [7-11/12A]
o Período de experimentação dos conceitos anteriores e resolução de problemas, usar os
conhecimentos que se adquiriu em situações novas
 Operações Formais [11/12-idade adulta]
o É possível ter um pensamento abstrato e lidar com situações hipotéticas

Estádio Sensório-Motor [0-18/24M]


» Até aos 2 anos a criança desenvolve o seu desenvolvimento através de:
 Capacidade percetivas e motoras
 Coordenação das respostas
 Noção de “permanência de objeto” (8-12M)
 Inteligência pratica que se aplica á resolução de problemas concretos
 Inicio da função simbólica

» Inteligência anterior à linguagem e ao pensamento que potencia, sobretudo, a perceção e o movimento.

» Seis Subestádios Cognitivos:


1) Reflexos [0-1 Mês]
 Ações reflexas
 Ausência de noção de “permanência do objeto” (o objeto escondido (ou fora do seu alcance
visual) deixa de existir); fase mais rudimentar da permanência do objeto
 Realidade muito reduzida
2) Reações Circulares Primárias [1-4 Mês]
 Reações que acontecem quando o bebé aprende a reproduzir acontecimentos agradáveis
ou interessantes inicialmente produzidos não intencionalmente, como resultados, por
exemplo, de um reflexo.
 Com o tempo, estes acontecimentos vão ganhando intencionalidade (ex: sorriso)
 Coordenação dos reflexos e repetição sensoriomotora
 Ausência de noção de permanência do objeto (objeto escondido deixa de existir)
3) Reações Circulares Secundárias [4-8 Meses]
 Atividades para fazerem reaparecer acontecimentos ambientais interessantes
 Início da noção de permanência do objeto
o Começa a noção de “permanência do objeto” – começa a reconhecer o objeto sem
precisar de estar ao alcance dos seus sentidos
4) Coordenação dos Esquema Secundários [8-12 Meses]
 Atos intencionais dirigidos a objetos
 Procura pelo objeto mas faz o ERRO A-NÃO-B
o O objeto é escondido no ponto A, o bebé consegue retirar o pano e descobri-lo sem
ser necessário o objeto estar visível. Se, posteriormente, o objeto for escondido (em
frente ao bebé) no ponto B, o bebé vai insistir no ponto A para encontrar o objeto,
apesar de ter visto o adulto colocar o objeto no sítio B
 Fase intermedia da permanência do objeto
5) Reações Circulares Terciárias [12-18 Meses]
 Soluções para os problemas através de tentativa e erro
 Procura pelo objeto no último local onde foi escondido mas apenas se vir a deslocação
6) Inicio da Representação Simbólica [18-24 Meses]
 Solução para os problemas através de tentativa e erro mental
 A noção de permanência do objeto está desenvolvida (procura os objetos em todos os locais
possíveis)

!Aquisição mais importante do estado sensório-motor -> permanência do objeto!

Estádio Pré-Operatório [2-7A]


 Função simbólica
 Pensamento e linguagem
 Pensamento irreversível
 Egocentrismo
 Pensamento intuitivo
 Baseado em regras mas muito influenciado pelos dados da perceção

» Função Simbólica

 Estratégia baseada no uso de palavras, números, imagens, gestos e outros sinais para representar
a realidade, as situações, acontecimentos passados e recentes, experiências e conceitos, para
resolver problemas práticos.
 Ao falar, ao brincar ao faz-de-conta, ao desenhar, a criança exerce a função simbólica (representa
uma coisa por outra, muitas vezes atribuindo vida a objetos inanimados – Animismo – ou seja, a
criança dá vida a alguma coisa que á partida não tem vida; dá vida através de símbolos muito
pequenos), mas ainda não consegue pensar logicamente.
Para representar ela tem que ter a noção de permanência de objeto
 Exemplos de Animismo:
o desenha uma roda e diz que é um carro;
o desenha um pau e diz que é um cavalo;
o ralha à boneca porque se portou mal;
o improvisa um palácio no seu quarto de brinquedos;
» 2 Subestádios:
 Pré-concetual [> 2 < 4a]
o Fase de treino da função simbólica
 Pensamento intuitivo [> 4 < 6/7A]
o Inicio da descentração cognitiva

» Egocentrismo Intelectual

 A criança reconhece o mundo através de si; ex: “há vento porque estou com calor” ou “a lua segue-
me”

» Pensamento mágico
 Imaginação prodigiosa da criança em tornar os seus desejos realidade sem grande preocupação
lógica
 Baseia-se na fantasia, sem diferenciar o essencial do superficial, a parte do todo e o geral do
particular.

» Pensamento intuitivo (> dos 4 anos)

 Descontração cognitiva permitindo uma maior aprendizagem e resolução de alguns problemas.

» Compreensão do conceito de identidade

» Relações causais

» Classificação (início)

» Princípios de contagem e quantidade

» Pensamento é irreversível
 Não compreende a diferença entre transformações reais e aparentes
 Foca-se nos estados e não nas transformações
 Não compreende os princípios da conservação devido à Centração (ou incapacidade em se
descentrar).
 Exemplo: a régua deslocada é maior que a outra, e raramente dirá que são iguais porque houve
deslocamento da régua.

Estádio Operatório [7-11/12A]


 Reversibilidade e descentração
 Pensamento lógico recorrendo a objetos concretos
 Domínio das noções de conservação da matéria, peso e volume
 Capacidade de fazer seriações e classificações

Estádio Operações Formais (11/12-Idade Adulta)


 Pensamento lógico, formal, abstrato
 “Egocentrismo intelectual” (crença no poder ilimitado da reflexão)
 Pensamento hipotético-dedutivo
 Capacidade de abstração
 Capacidade de pensar de forma dedutiva e indutiva

Desenvolvimento Linguístico
» As Principais aquisições acontecem nos primeiros 3 anos de vida.
» Linguagem e cognição muito ligadas entre si
» A Linguagem é uma forma de expressão.
» Linguagem permite uma expressão gradual dos pensamentos e sentimentos e uma estruturação cada
vez mais orientada e coerente do conhecimento.
» Possibilita a partilha de significados das várias situações e objetos entre as crianças e os adultos que as
rodeiam.
» Implica interação entre as dimensões física, cognitiva, emocional e social.
» Para interagir é necessário usar símbolos, e esses símbolos são nada mais que linguagem.
» A linguagem começa por ser não verbal (um recém nascido não tem linguagem, ele tem competências
pré-linguísticas ou pré-linguagem)
» A linguagem tem o objetivo de permitir a interação e atribuir significado (é através da linguagem que nós
atribuímos significado).

Implica:
» Estruturas físicas, necessárias à produção do som, passam pelo processo de maturação;
 A linguagem implica a questão física e motora -> só podemos imitir sons se o nosso aparelho
fonológico o permitir.

» Conexões neuronais, necessárias à associação de sons e significados;


 Ou seja, a forma como os nossos neurónios estão ligados e como a informação passa de um
neurónio para o outro – as nossas sinapses.

» Interação social com os adultos permite o início da natureza comunicativa do discurso do bebé.
 Uma criança que esteja num ambiente mais risco em termos de interação social, onde as pessoas
usem um vocabulário mais rico e a criança tenha a oportunidade de treinar a linguagem.
 Exemplo: Mutismo Seletivo -> as pessoas ou deixam de falar (mesmo tendo essa competência) ou
passam a falar com apenas determinadas pessoas ou em determinadas situações.

4 Componentes:
1. Fonologia - sons
2. Semântica - significado
3. Gramática - regras
4. Pragmática - contexto
» Falar de linguagem é falar destes 4 aspetos diferentes
» Primeiro falamos em fonemas, depois vem a semântica e depois a gramática

Fonologia
» Estuda os sons e os fonemas.
» Sons (ou fonemas) produzidos no discurso da criança (natureza, sequência e estrutura do som)
» Estuda as regras da estrutura e sequência dos fonemas.
» Integra prosódia (o estudo de características do som incluindo a duração, as inflexões, o tom e o acento
– a melodia da fala)
» No infantário encontramos muitas músicas e lengalengas -> a música e o ritmo é muito importante para
a vocalização do som.

Semântica
» Desenvolvimento do vocabulário e os significados de palavras (atribuição de significado).
» Em vez de dizer “a coisa”, dizer “a garrafa, a flor, a caneca,...”

Gramática
» Estuda as regras de organização de palavras em frases - Sintaxe
» Estuda a estrutura, a formação e da classificação das palavras (sujeito, verbo, nome, adjetivo,...),
morfemas, importante para o significado (morfologia).

Pragmática
» Tem a haver com regras que a criança aprende dentro do seu contexto social.
» Relacionada com a dimensão social da linguagem.
» Contexto descrito como psicossocial e afetivo.
» Estuda as origens e o desenvolvimento de regras condicionadas pelo contexto psicossocial e afetivo da
produção linguística.
» Há muitas palavras que têm um significado específico (Exemplo 1: Catixa – significa nojo; Exemplo 2:
“puri” – junção de “por aí”).

0-6 Meses
» Desenvolvimento de um reportório elevado de Vocalizações (aqueles “gritos” que ela dá inicialmente,
que no início faz sem intenção mas depois tem intenção; já “quer” comunicar com estas vocalizações).
» Primeiros sons: choro, balbucios (sobretudo após as refeições e o sono).
» Discurso pré-linguístico, precursor do discurso linguístico.
» Capacidade de reconhecer e compreender os sons da fala e usar gestos providos de significado.
» Na 6º semana de vida, o bebé vocaliza um vasto conjunto de sons; só mais tarde começa a imitar os sons
que ouve.
» Os primeiros seis meses consistem no treino da vocalização sem sentido; Só mais tarde é que começa a
imitar sons que ouve.
6- 12 Meses
» Período da linguagem pré-linguística.
» 6 Meses - exibe Lalações (repetições de sílabas) (que habitualmente se iniciam depois dos 4 meses), isto
é, os sons básicos transformam-se em combinações de consoantes e vogais repetidas em cadeia.
 Exemplos: (BA-BA-BA; MA-MA-MA)

» 9.º Mês - imita os sons do seu ambiente, sons emitidos pelos pais; reconhece algumas palavras; reage
adequadamente ao ouvi-las.
 A criança repete de sons básicos com o sentido de treino.
 Ao 9º mês já emite varies sons e reage de forma discriminada.
 Compreensão antecipa a produção.

» 12.º Mês - pronuncia a primeira palavra, iniciando o discurso linguístico (apenas representado por uma
ou duas palavras ou até mesmo algumas sílabas (muitas vezes apenas de uma ou duas sílabas)).
» A norma é dizerem apenas uma palavra, mas não faz mal se disserem mais ou menos palavras.

12- 24 Meses
» 13 Meses - compreende que uma palavra representa um objeto ou acontecimento específico;
rapidamente aprende o significado de uma nova palavra.
» O Vocabulário começa a aumentar rapidamente; Período crucial para o adulto promover o vocabulário.
» Padrões e Tendências Fonológicas para atingirem um objetivo de comunicação:
» Simplificação Fonológica, (usa ou repete partes mais acentuadas/pronunciadas/com mais entoação de
uma palavra em vez da palavra inteira (Exemplo: Maçã - “çã”);
» Repetição de Consoantes Principais (avó: “ vovó ” ; telemóvel : “ lelê ”).
» 18 - 24 Meses - junta duas palavras para expressar uma ideia; primeiras frases relacionadas com
acontecimentos do quotidiano, objetos , pessoas, ou atividades familiares.
 É esperado que passe de pequenas palavras às primeiras frases.

» 2 Anos – ocorre um grande aumento do vocabulário -> aumenta para incluir centenas de palavras.

2- 3 Anos
» Fase de Aperfeiçoamento Fonológico (ao nível dos sons e de dizer corretamente as palavras) progressivo
e no final do período pré-escolar apresenta as seguintes características:
 Uso da forma correta das palavras;
 Desaparecimento gradual das simplificações fonológicas;
 Melhoria da pronúncia e articulação das palavras.

Entrada para a Escola


» Uma das transições mais difíceis na infância é a entrada para o 1º ciclo.
» É uma transição normativa mas extremamente complicada.
» Muitas vezes esta complicação está associada aos adultos.

Desafios para as Crianças e para os Pais


» Excessiva importância atribuída à componente académica -> o ser bom aluno
» Preparação/Pré-Requisitos, isto é, as crianças que chegam ao 1º ano são crianças muito diferentes em
termos sociais, emocionais, cognitivos... e vão para a mesma turma, o que é muito difícil de personalizar o
processo de aprendizagem.
» Expetativa que corresponde a um medo do seu filho não ser melhor ou tao bom quanto aos outros.
» Ansiedade -> quantas vezes nós reforçamos os medos da criança?
» Comparação com irmãos, pares -> os pais quererem saber as notas dos colegas/dos amigos,...
» Relação pedagógica
» Características desenvolvimentais da criança e ciclo de vida da família
 O pré-escolar agora corresponde aos 3-6 anos em vez de 5-6 anos.
 Estamos numa abordagem interacionista – temos de interagir não só com a criança mas
também com o seu contexto.

Fase Importante
» Autoestima
 É fundamental promover a autoestima da criança (o sentir-se bem consigo mesma).
 Isto só acontece se os adultos que interagem com esta criança lhe mostrarem o que ela é e a
ensinarem a gostar de si própria
 Uma criança que constantemente ouve coisas negativas (exemplo: “a tua irmã é melhor que tu”,
“agora não”), ela vai acreditar.
 As pessoas que convivem com esta criança têm de estimular uma autoestima positiva.
 Uma criança com uma autoestima maior será mais capaz de passar por desafios e dificuldades.

» Autonomia e Responsabilidade
 Duas características consideradas negativas pelos adultos, o que irá levar a criança a considerá-las
negativas também.
 Exemplo: o adulto pedir á criança para pintar uma arvore e ela não começar sem o sinal do adulto,
e á medida que pinta, olhar constantemente para o adulto -> falta de autonomia

» Confiança nas suas Capacidades


 Exemplo: Um professor pede á turma do 1º ano para construir uma nave espacial. Na semana
seguinte alguns não fizeram a tarefa por diversas razões mas outros fizeram: um fez sozinho algo
que não aparentava ser uma nave espacial, e o professor disse “Que porcaria!”. Ao aluno seguinte,
cuja nave espacial foi feita pela mãe, o professor disse “que bonita! Esta ganha o 1º prémio!”. Este
tipo de críticas causam grandes danos na confiança das crianças nas próprias capacidades.
 Ter confiança nas suas capacidades -> significa que a criança foi orientada no sentido de se valorizar
e de se focar no seu próprio esforço, e a valorizar esse mesmo esforço.
Estes 3 pontos anteriores apresentam aspetos emocionais,
cognitivos e comportamentos (pôr a criança a fazer).
» Competências Sociais
 Competências treinadas com a convivência e diálogo com os adultos.
 Se a mãe ou o pai estiver no telemóvel, estas competências sociais da criança não vão ser treinadas
como deviam.
 Hoje em dia usam-se muito as redes sociais (exemplo: namoro -> começam/terminam um namoro
por mensagem, partilham conteúdo íntimo,...)

» Hábitos de Trabalho
 A criança tem que perceber que entrou numa nova etapa, ou seja, que os hábitos têm de mudar.
 Lentamente a criança vai ter que perceber que tem um tempo em que vai ter de trabalhar
(exemplo: fazer os trabalhos de casa).
 Exemplo 2: a criança aprender que tem um tempo para comer (exemplo: almoçar) e que não é para
demorar horas nem para sair na mesa e voltar vezes sem conta quando quiser.

» Saúde Física (sono, alimentação, exercício físico)


 De uma forma geral, uma criança não pode ir para a escola sem pequeno-almoço, mas em alguns
casos, a criança não tem de tomar pequeno-almoço porque lhe faz mal ou por outra razão.
 Uma má alimentação pode causar cansaço em excesso (ex: açúcar em excesso).
 O número de horas de sono altera com o crescimento: uma criança não precisa de dormir mais de 8
horas(de uma forma geral).

Papel do Psicólogo
» Prevenção
 Prevenir situações como, por exemplo, o atraso das crianças à escola.
» Promoção de Competências
» Envolver os Vários Intervenientes
 Exemplos: A criança ter de chegar a horas e o professor se atrasar; os pais dizerem á criança que
não pode comer doces e os pais comerem doces.
» Normalizar
 Sensibilizar e normalizar o facto dos pais pedirem ajuda aos psicólogos sobre como ajudar/educar
o(s) seu filho(s).

Desenvolvimento Emocional e Social


» A vinculação implica o relacionamento social.

Estádios do Desenvolvimento Psicossexual segundo Freud


ESTÁDIO [Idades] Aparelho Psíquico Características
ORAL [0-12/18M] Id e Ego Zona erógena: boca e lábios Importância das
relações mãe/bebé
ANAL [12/18M-2/3A] Id e Ego Zona erógena: região anal
Ambivalência de sentimentos
FÁLICO [3-5/6A] Id e Ego e Superego Zona erógena: genitais
Complexo de Édipo
LATÊNCIA [5/6A- Puberdade] Id e Ego e Superego Amnésia da sexualidade infantil
Processo de identificação sexual
GENITAL [>Puberdade] Id e Ego e Superego Sexualidade genital
Reativação do Complexo de Édipo

» Freud foi dos primeiros autores a abordar aspetos relativos ao desenvolvimento emocional.
» Apresenta uma noção de desenvolvimento muito centrado na infância.
» As aquisições do estádio anterior são importantes para o estádio seguinte.
» Oral – A primeira relação afetiva /de vinculação com a mãe é muito importante.
» Anal – ambivalência de sentimentos, ou seja, há aqui uma inconstância dos sentimentos, o experimentar
sentimentos contraditórios relativamente á sua figura afetiva (a criança tanto chora como ri).
» Fálico – Complexo de Édipo, isto é , uma ligação afetiva preferencial pelo progenitor do sexo oposto;
ligação muito importante porque permite á criança perceber á criança o lado que não é igual a si próprio.
» Latência – Identificação sexual, isto é, há uma identificação da criança com o progenitor do mesmo sexo.
» Genital – Reativação do Completo de Édipo.

Identidade de Género
» Reconhecimento do seu próprio género e do seu significado associado.
» É um aspeto importante do desenvolvimento do autoconceito.
» As Diferenças de Sexo são diferenças físicas entre indivíduos do sexo masculino e indivíduos do sexo
feminino.

» As Diferenças de Género são diferenças psicológicas ou de comportamento. (Poucas até pré escolar; ≠
Estereótipos de género)
» Teoria Freudiana - a criança desenvolve a identidade de género através da identificação com a figura
parental do mesmo sexo depois de desistir da fixação em relação à figura parental do sexo oposto.
» Teoria da Aprendizagem Social, a identidade de género desenvolve-se através da observação e da
imitação de modelos e reforço do comportamento sexualmente adequado.
Tanto os fatores biológicos, como os fatores ambientais (dos pais e dos media), afetam a tipificação do
género.

Vinculação e Desenvolvimento (Emocional, Social,...)


» A vinculação começou por ser estudada com animais.

Introdução
» Abordagem Etológica (enfatiza as bases biológicas e evolucionistas do comportamento - sobrevivência
do grupo e espécie) representada por John Bowlby e Mary Ainsworth.
» Os seus estudos derivam das contribuições Konrad Lorenz e Niko Tinbergen (década de 30
desenvolveram a etologia, enquanto disciplina científica).
» A Etologia estuda o estudo do comportamento das espécies animais através da observação,
normalmente realizada em contexto natural.
» Foi Bowlby, nos anos 50 que alargou os princípios etológicos ao desenvolvimento humano.
» Segundo a etologia há uma variedade de Comportamentos Inatos e Específicos que evoluíram de modo
a aumentar as suas possibilidades de Sobrevivência.
» Através de Investigação Comparativa identificaram:
 Os comportamentos universais;
 Os específicos de uma determinada espécie ou que se modific am através da cultura;
 Os comportamentos que são adaptativos em diferentes momentos do ciclo de vital (no bebé o
estar próximo da mãe, na criança mais velha a exploração mais independente …).

» Bowlby verificou a importância da Ligação Mãe-Bebé e o perigo da separação sem que haja um
prestador de cuidados alternativo adequado; identificou os problemas da falta de vinculação.
» Ainsworth, através da “situação estranha” (estudo onde a a criança é colocada numa sala com
objetos/pessoas estranhas) estudou a Vinculação aos Pais.
Autores fundamentais nas teorias da vinculação!
» A vinculação é estudada preferencialmente com a mãe.
» Os estudos começaram a ser feitos com animais e anos depois foram feitos em humanos.

Definição de Vinculação
» Valor adaptativo para o bebé, assegurando-lhe a satisfação das suas necessidades psicossociais e físicas.
 O Vínculo afetivo é adaptativo.
» Vinculação = ligação emocional recíproca (implica passagem de afeto dos dois lados) e duradoura entre o
bebé e a(s) figura(s) parental(ais), também designada(s) de figura(s) de vinculação.
» A Vinculação é um processo vital, dinâmico e muito complexo.
» Implica interações do bebé com os pais, e em particular com a mãe.
» O bebé constrói um “Modelo Interno Dinâmico” (Ainsworth,1973) sobre o que ele pode esperar dela.
» A vinculação começa no Período Pré-Natal.
» Esta ligação emocional permite ao bebe a satisfação das duas necessidades, quer físicas quer
psicossexuais/de afeto.
» Estudos mostram que sem vínculo afetivo, o ser humano morre – este vínculo afetivo pode ser feito com
animais, permitindo a criança viver (crianças selvagens).

“Situação Estranha”
» Uma técnica laboratorial clássica, desenvolvida por Ainsworth para avaliar os padrões de vinculação
entre um bebé e um adulto:
 Geralmente o adulto é a mãe e o bebé tem entre 10 a 24 M.
 Sequência de 8 episódios (com uma duração < 30 minutos).
 A mãe deixa, por duas vezes, o bebé numa sala não familiar; a 1.ª vez, a mãe deixa a criança com
uma pessoa estranha; na 2.ª vez, deixa o bebé sozinho e a pessoa estranha regressa antes da mãe.
 Quando regressa, a mãe providencia conforto à criança e encoraja-a a brincar novamente.

Estádios de Vinculação
» Antes dos 2 Meses os bebés respondem indiscriminadamente a qualquer pessoa.
» Entre os 2 e os 3 Meses os bebés choram, sorriem e balbuceiam mais para a mãe do que para qualquer
pessoa, mas continuam a responder a todos; reage preferencialmente.
» Aos 6/7 Meses os bebés demonstram uma vinculação à mãe bem definida. (o medo a estranhos poderá
surgir entre os 6 e os 8 meses).
» Entretanto, os bebés desenvolvem uma vinculação com uma ou mais figuras familiares, como sejam o pai
e os irmãos.

Sequência: Resposta indiscriminada -> Reação preferencial -> mais


tarde extende a outras figuras familiares

Tipos de Vinculação (Ainsworth, 1964)


» 4 Padrões Principais de Vinculação aos Pais:
1. Vinculação Segura;
2 Tipos de Vinculação Insegura:
2. Vinculação Evitante;
3. Vinculação Ambivalente/Resistente;
E ainda, um 4º Padrão, que poderá ser considerado o menos seguro:
4. VINCULAÇÃO DESORGANIZADA-DESORIENTADA.

Alguns autores consideram apenas 3 e outros que apresentam 4, mas o mais consensual é 4.
Comportamento da criança – como é que ela reage numa situação difícil.

Vinculação Segura
» O bebé separa-se, facilmente, da figura de vinculação e procura-a, ativamente, após o seu regresso.
» O bebé fica muito contente/satisfeito com a figura regressa, e quando esta se ausenta, o bebé fica bem –
ele acomoda-se a essa nova situação.
» Permite à criança avançar do ponto de vista do desenvolvimento.
» Continua ligada á figura de vinculação mas vai tendo a sua autonomia.
Vinculação Evitante
» O bebé raramente chora quando separado da figura de vinculação e evita o contacto com esta figura
após o seu regresso.

Vinculação Ambivalente/Resistente
» O bebé torna-se ansioso antes da saída da figura de vinculação, fic a extremamente perturb ado durante
a sua ausência e após o seu regresso, procura-a e tenta resistir ao mesmo tempo ao contacto com a
mesma.

Vinculação Desorganizada/Desorientada
» Após ter sido separada da sua figura de vinculação, o bebé apresenta comportamentos contraditórios
face ao regresso da mesma.
» É o extremo da ambivalente/resistente – a grande diferença é que a vinculação desorganizada foca-se no
após a chegada da figura.
» A evitação da figura é mais evidente.

Erikson (1976)
» Realçou a importância da figura materna nos primeiros anos de vida para o desenvolvimento psicossocial
da criança.
» Os bebés nos primeiros 18 meses de vida experienciam a primeira de uma série de Oito Crises que
influenciam o desenvolvimento da personalidade ao longo da vida.

» Para Erikson, o desenvolvimento psicossocial começa no nascimento e termina na morte.


» 1º idade – enquadra-se a vinculação – conforme a vinculação, a criança vai desenvolver sentimentos de
confiança ou de desconfiança.
» 2º idade – a criança aprende a questão da autonomia, mas aprende os sentimentos de dúvida/vergonha.
» 3º idade – desenvolvimento da iniciativa.
» 4º idade – indústria (alguém que lidera, que toma iniciativa).
» 5º idade – formação da identidade psicossocial; se ocorrer algo fora do esperado, a criança vai sentir
confusão e difusão.
» 6º idade – experimenta-se a intimidade ou o isolamento.
» 7º idade – experimenta a generatividade ou a estagnação.
» 8º idade – experimenta a integridade ou o desespero-
» Os estádios de Erikson possuem 2 polos – ou acontece um ou acontece outro.

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