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Psicologia Social
» Disciplina em que se estuda de forma sistemática e os seus fundamentos psicológicos .
Desenvolvimento de uma teoria: tenta descrever e explicar os aspetos da vida social a partir de
conceitos (pensamentos, afeiçoes, atitudes, expetativas e regras de funcionamento);
Apoio empírico à teoria: observação no terreno, experiências e laboratório;
Encorajamento à ação (investigação, formação, intervenção)
» Estudo científico da forma como as pessoas se conhecem, se influenciam e se relacionam umas com as
outras.
» Estudo científico de forma como as pessoas se conhecem, se influenciam e se relacionam umas com as
outras (Myers & Lamarche, 1993)
No fundo, o estudo das pessoas enquanto animais sociais é o que a Psicologia Social aborda.
Marcos importantes:
» 1895 - Le Bon discute o comportamento da multidão;
» 1898 - Gabriel Tarde publica Études de Psychologie Social Norman triplett publica uma experiência que
demonstra que a atividade física pode ser afetada pela presença de outras pessoas (facilitação social);
» 1908 - McDougall e Ross publicam dois textos de Psicologia Social;
» 1924 - Gordon Allport publica o Manual de Psicologia Social;
» 1933 - Katz e Braly publicam um estudo com estudantes universitários sobre estereótipos raciais e
terminam as experiências de Elton Mayo;
» 1934 - Levy Moreno desenvolve um sistema para codificar as interações individuo-grupo (sociometria);
» 1938 - Kurt Lewin propõe a Teoria de Campo/experiencias;
» 1951 - Solomon Asch demonstra que os indivíduos se conformam com uma maioria quando as suas
crenças são colocadas em questão;
» 1954 - Gordon Allport publica The Nature of Prejudice, uma análise importante do preconceito
intergrupal e dos estereótipos;
» 1965 - Jones e Davis publicam um artigo que estimula a investigação sobre a atribuição e a cognição
social
» 1968 - Latané e Darley começam os seus estudos sobre o comportamento de ajuda;
» 1985 - é publicada a 3ª edição do Haandbook of Social Psychology.
O que destacamos?
» Anos 30 - contributo de 3 figuras incontornáveis da Psicologia Social:
Levy Moreno (1892-1974)
o Sistema sociométrico para analisar as interações individuo-grupo
Kurt Lewin (1890- 1947) – Pai da Psicologia Social Contemporânea
o Teoria de Campo: o comportamento humano é função da interação entre as características
do individuo e o seu meio (fatores internos e externos);
o Campanha durante a 2ª Guerra Mundial (Investigação/ação)
o Considerou que o comportamento das pessoas depende de muitas interações diferentes
entre pensamentos, emoções e ambiente em que a pessoa percebe e age.
o A sua teoria é representada pela fórmula B=f (P, E). Nesta fórmula, o comportamento (B) é
uma função da interação entre a pessoa/grupo (P) e seu ambiente (E).
Muzafer Sherif (1906-1990)
o 1º programa de investigação com cariz experimental;
o Estudo das normas/regras sociais que suscitam os comportamentos das pessoas
O Estudo da Caverna dos ladrões - Estudo de campo para estudar as relações intergrupais
[Muzafer Sherif (Psicólogo) + Carolyn Sherif (Socióloga)]
» Aprendizagens:
O estudo chama a atenção para as mudanças que ocorrem ao longo do tempo nas perspetivas dos
membros de um grupo sobre as dos membros do outro grupo;
Mudanças de atitudes e dos comportamentos em relação aos membros do endogrupo versus
exogrupo.
» A Psicologia Social investiga as ações de indivíduos e de indivíduos dentro de grupos, sendo uma ciência
comportamental e social.
» Uma ciência é um corpo organizado de conhecimentos que advém da observação objetiva e de testagem
sistemática.
» No âmbito das ciências, as teorias ajudam-nos a compreender como e porquê é que as coisas acontecem.
» A Psicologia social quer compreender as pessoas e ajudá-las a remediar alguns problemas humanos.
"Descobrir o que esta para além do óbvio (nas interações humanas) uma
vez que o essencial é invisível para os olhos!"
O caminho da realidade/fenómenos sociais às ciências sociais e
particularmente á psicologia social
1. Todos os factos são totais, incluindo os fenómenos sociais (simultaneamente são psicológicos,
sociológicos, económicos, religiosos….);
2. A realidade social é complexa e pluridimensional;
3. Pode ser apreendida/compreendido/captada recorrendo a ângulos ou perspetivas diferentes;
4. Esta complexidade deu origem, assim, a diversas disciplinas que se englobaram na designação
genérica de Ciências Sociais.
» As ciências sociais têm origem na filosofia moral (em contraste com a filosofia natural) e
estudam/observam as relações humanas desde Platão, Aristóteles,... apenas não utilizavam um método
científico.
O que as Distingue?
» A economia, psicologia, sociologia, distinguem-se não porque existam factos exclusivamente
económicos, psicológicos ou sociológicos mas porque partem de perspetivas distintas e constroem
distintos objetos científicos;
» As áreas não constituem compartimentos estanques – são dimensões inerentes a toda a ação social,
estão profundamente interligadas.
» Nos últimos anos assiste-se à multiplicação de novos ramos de saber nascidos da conjunção de
disciplinas vizinhas, procurando novos objetivos que se reflitam sobre as ciências-mãe, enriquecendo-as.
A Psicologia Social….
» Origens ligadas à filosofia, biologia, psicologia experimental, sociologia e psicologia criminal;
» Estudo científico da forma como as pessoas se conhecem se influenciam e se relacionam umas com as
outras. (Myers e Lamarche, 1993)
» É através dos sentidos que nós captamos a realidade envolvente: estamos constantemente a receber
estímulos muito diversos e não somos recetores passivos , pelo contrário, selecionámos e descriminamos
os estímulos de tal forma que o mesmo estímulo pode ser interpretado de diferentes formas;
» Por outras palavras, a perceção é influenciada pela experiência de cada um, que é única [EU] dada a
história de vida e vivências, daí que cada um interpreta as coisas à sua maneira (subjetividade) provocando
assim os chamados enviesamentos percetivos;
» Neste sentido, dado o caracter ativo e interventivo do sujeito em todo este processo de perceção, é
possível afirmar-se que o sujeito cria o que vê. Assim a realidade objetiva transforma-se numa realidade
percetiva, consensual (em muitas situações as perceções são semelhantes) criada pelos sujeitos.
» Grande parte do nosso tempo é gasto a interagir. Em tais interações estamos frequentemente a efetuar
juízos sobre os outros, acerca do que são ou parecem ser, sobre o porquê de determinados
comportamentos, juízos esses com consequências sobre a vida de cada um de nós.
» Assim, quando está em jogo um processo de verificação de factos ou ocorrências, é necessário realizar
um esforço e ter maior atenção afim de evitar a maior quantidade possível de influências de aspetos
subjetivos, contaminadores da objetividade.
Autoestima
» GRAU em que o sujeito gosta de ser como é!
» Relaciona-se com o autoconceito: perceção que o individuo tem de si próprio (Quem sou EU?)
Desenvolver a Autoestima
» As pessoas que “não se estimam” não se afirmam por palavras e gestos;
» Como me vejo? Do que sou capaz?
» A opinião dos outros é importante?
» Utilizar uma linguagem positiva;
» Recompensas e autorreconhecimento;
» Criar objetivos;
» Correr riscos;
Este primeiro encontro está carregado de afetividade e é desencadeador de emoções: eu gosto ou não
gosto… eu admiro ou não admiro e rejeito…..valorizamos as características que vão ao encontro das nossas
necessidades/valores e desvalorizamos as pessoas que apresentam características que atribuímos
significados negativos
As Primeiras Impressões
» São feitas muito rapidamente;
» Às vezes sem informação alguma;
» Informação:
Obtida de forma direta – interação, observação;
Obtida de forma indireta – por exemplo: “ouvi dizer”;
» Pequenos indícios permitem fazer juízos sobre atributos de uma pessoa – Teoria Implícita da
Personalidade.
» Processo de avaliação global de uma pessoa pelo qual integramos informação obtida de várias fontes.
1. Físicos
Estáticos: características físicas das pessoas, o facto de ser alta, baixa, gorda, loura, morena,...
o Pode-se associar a estes índices algumas características sociais e de personalidade e
assim criar uma imagem geral da pessoa.
ₒ Ex: Se o sujeito é gordo, posso referir que é sociável, bem disposto...
Dinâmicos: gestos, expressões, mímica.
2. Verbais
Linguagem usada pela pessoa.
o Ex: se a pessoa fala bem, podemos associar a inteligência.
O sotaque – permite associar a região às características dessa região.
3. Não Verbais
Sinais exteriores significativos: maneira de vestir, maneira de sentar, postura, gestos, etc.
4. Comportamentais
Todos os comportamentos observados no sujeito;
Nas relações interpessoais e especialmente nos primeiros encontros valorizamos as
características que vão de encontro das nossas necessidades e aos nossos valores e
desvalorizamos as pessoas que apresentam características às quais não atribuímos significados
positivos;
Quando conhecemos uma pessoa, atribuímos uma Entidade Social Virtual – a partir da
observação de todos os índices, atribuímos um determinado papel e estatuto, ou seja, o papel
que ocupa na sociedade e os comportamentos que lhe são esperados.
Solomon Asch
» Pioneiro na Psicologia Social, deixou contributos nas áreas de cognição, perceção e teoria da
personalidade, conformismo (um dos seus contributos mais originais) e formação de impressões (grande
parte do seu trabalho/legado considerado atualmente clássico)
» Asch influenciado pelas ideias da psicologia de gestalt e talvez inspirado pela famosa máxima “o todo é
mais do que a soma das suas partes” descreveu uma impressão como uma unidade organizada e
integrada que seria mais do que a simples coleção dos seus atributos independentes e não relacionados (o
percepiente como organizador de informação)
Atribuição Causal
» Quando observamos determinado acontecimento ou comportamento temos tendência para fazer
inferências acerca das causas ou das razões que estiveram na respetiva origem.
» Trata-se de um fenómeno geral, que todos fazemos. A esta tendência para atribuir uma explicação ou o
PORQUÊ de determinados comportamentos chama-se processo de atribuição.
» Processos que permitem aos indivíduos explicar os comportamentos: determinar causas e compreender
os comportamentos do próprio e dos outros.
» Implicam a noção de que os comportamentos e acontecimentos são previsíveis.
» É uma atividade com ampla difusão na vida quotidiana, desempenhando uma função adaptativa: as
pessoas comportam-se em função de como percecionam e interpretam os factos.
As atribuições podem não ser exatas erros
» É uma inferência que pretende explicar PORQUÊ que um determinado acontecimento/comportamento
ocorreu ou que tenta determinar as disposições de uma pessoa;
» O PORQUÊ dos comportamentos tanto pode ser sobre os nossos como sobre os dos outros;
» A explicação que se avança torna-se a causa percecionada de um acontecimento ou comportamento
correspondendo a uma atribuição.
Tipos de Atribuições
» Causais -> responder ao porquê; encontrar a causa -> exemplo: não se preparou para o exame
» Disposicionais -> ???? -> exemplo: ele é desleixado/desinteressado
» Prestamos mais atenção (nas nossas tentativas de compreender os outros) ás ações com pouca
desejabilidade social.
Distintividade - Um comportamento pode ser atribuído com exatidão a uma determinada causa e
só ocorre quando essa causa está presente
Consistência - Sempre que a causa está presente , o comportamento é o mesmo ou quase o mesmo
Consenso - Os outros comportam-se do mesmo modo em relação á mesma causa
Principais predições
Weiner - Modelo de Atribuição de Sucesso e Fracasso
» Diz respeito às explicações para o sucesso e o fracasso de pessoas na realização de uma tarefa;
» Dimensões: interna vs externa; estável vs instável; controlável vs incontrolável;
» Resultado: 8 tipo de explicações para o sucesso ou insucesso
Erros de Atribuição
» Erro Fundamental:
As pessoas sobrestimam o peso da personalidade o subestimam o da situação;
A forma racional de tentar explicar o comportamento é considerar o comportamento no contexto
da situação total, o que nem sempre acontece.
» Efeito Ator-Observador
Existem diferenças nas atribuições entre os atores (pessoas implicadas no comportamento) e as
pessoas que só observam o comportamento
o Ator – atribuição externa/situacional
o Observador – atribuição interna
Conformidade
» Até que ponto as forças sociais alteram a opinião?
» Os participantes entram em conflito entre o conformismo (seguir a resposta da maioria) e a
independência (seguir o que lhes era ditado pelo que viam).
» O conflito resultou na maior parte dos casos em independência (limite da influência social). Contudo, a
influencia da maioria foi indiscutível.
» Fora da Psicologia Social, as suas experiências estão entre as mais amplamente discutidas (livros,
cinema…)
Surpreendentes/assustadoras
Comparáveis a acontecimentos terríveis da história
» Obediência: Processo presente em situações quotidianas mas também nalguns dos fenómenos mais
dramáticos da humanidade; Útil e comum versus perigo (se for levada ao extremo, é perigoso
(massacres,...))
» Visualização de dois vídeos:
Experiência sobre os efeitos dos castigos na aprendizagem;
62,5% foram até ao nível mais elevados de choques elétricos.
Limitações:
Generalização para a realidade social;
A desresponsabilização varia.
» Preceptiva
Refere-se à variação decorrente da perda dos sentidos por parte da
população, maximizada pelo grau, que interfere na forma de
relacionamento com o meio físico.
» Motora
Ao contrário do que se pensa, os problemas de mobilidade não estão
restritos aos cadeirantes.
Carências diversas decorrentes da falta de mobilidade devem ser
consideradas durante um projeto universal.
» Cognitiva
Interfere na capacidade de receção e processamento de informação,
na orientação espacial e temporal.
Inclui problemas de memória, orientação e dificuldades na fala,
leitura, escrita ou compreensão de palavras.
» Demográfica
Refere-se à variação humana decorrente do envelhecimento da
população e ao aumento das migrações, que configuram aspetos
determinantes na diversidade cultural e funcional.
» Atitude favorável ou desfavorável em relação a membros de algum grupo baseada, sobretudo, no facto
de pertença a esse grupo e não necessariamente em características particulares de membros individuais;
» Pode ser dirigida a um grupo como um todo, ou a um individuo por ser membro desse grupo (ou
percecionado como tal);
» Tem por base uma simpatia/antipatia ancorada numa generalização errada e inflexível, de uma
categorização de um grupo (estereotipo) sentida ou exprimida, independentemente:
Da veracidade desse estereótipo do grupo (que se mantem mesmo que os factos o desconfirmem);
Da aplicabilidade desse estereotipo de grupo ao individuo.
Categorias de Preconceitos/Discriminação
» Racismo – intolerância com base na cor da pele ou herança étnica;
» Sexismo – intolerância com base no género;
» Heterossexismo – intolerância com base na orientação sexual;
» Idadismo – intolerância com base na idade;
» ………….
“o amor não vê defeitos como o odio não vê qualidades”
Génese do Preconceito
» Diversas Teorias têm emergido;
» Categorização Social: endogrupo e o exogrupo
» Acentuam:
O contexto social em que o preconceito se desenvolve;
O grau de preconceito existente nos indivíduos;
» Algumas Teorias:
Abordagens Históricas – preconceito como resultado de tradições/relações durante gerações;
Abordagens Socioculturais – analisam o impacto da sociedade no preconceito do individuo;
Abordagens Situacionais – estudam o modo como o ambiente circundante da pessoa se relaciona
com as atitudes preconceituosas;
Abordagens Psicodinâmicas – o preconceito é o resultado de conflitos pessoais e de desadaptações
no interior da pessoa com preconceitos;
Abordagens Cognitivas – o preconceito é o resultado da perceção que por sua vez está ancorada
em categorizações, estereótipos e crenças sociais;
Preconceito e Estereótipo
» Os estereótipos são as crenças que temos sobre as características de um grupo de os preconceitos
referem-se à avaliação negativa em relação ao grupo.