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Introdução: Enquadramento histórico e conceptual; Problemática e

domínio da Psicologia Social


 Psicologia estuda:
o o comportamento humano e os processos mentais;
 Sociologia estuda:
o fatores que influenciam o comportamento de todos os sujeitos;
 Psicologia social estuda:
o as interações entre os indivíduos e situações.

Psicologia Social
» Disciplina em que se estuda de forma sistemática e os seus fundamentos psicológicos .

 Desenvolvimento de uma teoria: tenta descrever e explicar os aspetos da vida social a partir de
conceitos (pensamentos, afeiçoes, atitudes, expetativas e regras de funcionamento);
 Apoio empírico à teoria: observação no terreno, experiências e laboratório;
 Encorajamento à ação (investigação, formação, intervenção)

» A psicologia social tende a compreender e a explicar como os pensamentos, os sentimentos e os


comportamentos motores dos seres humanos são influenciados por um outrem real, imaginário ou
implícito, e como podem igualmente influenciar esse outrem real, imaginário ou implícito.

» Estudo científico da forma como as pessoas se conhecem, se influenciam e se relacionam umas com as
outras.

» Entradas: Presença de outras pessoas


 Presença atual - Encontro com a Carla. O Paulo entorna a bebida salpicando a roupa da dela.
 Presença imaginada - Mais tarde o Paulo pode imaginar a presença da Carla.
 Presença implicada - A Carla pode não estar presente mas deixou no anfiteatro a sua carteira.

» Saídas: A reação do individuo


 Pensamentos - Ela vai pensar que sou “parvo”
 Sentimentos - vergonha, embaraço
 Comportamentos - pedir desculpa

» Estudo científico de forma como as pessoas se conhecem, se influenciam e se relacionam umas com as
outras (Myers & Lamarche, 1993)

Nós, os seres humanos, somos animais sociais.

Vivemos em grupos, sociedades e culturas.


Organizamos as nossas vidas em relação com outros seres humanos e somos influenciados pela história,
pela instituições e pelas atividades. Não restam dúvidas de que os outros desempenham grande
importância nas nossas vidas.

No fundo, o estudo das pessoas enquanto animais sociais é o que a Psicologia Social aborda.

» A Psicologia Social é tão útil à psicologia como a sociologia;


» Não se sabe muito bem de quem nasceu, quando ou onde -> para alguns terá nascido em 1908 quando
um psicólogo (William McDougall) e um sociólogo (Eduard Ross) publicaram Social Psychology;
» A designação Psicologia Social já havia sido referida antes (1864 – Carlo Cattaneo; 1898 – Gabriel Tarde;
1902 – Paolo Orano);
» Origens ligadas à filosofia, biologia, psicologia experimental, sociologia e psicologia criminal;
» Estudo do outro (conhecimento, influências recíprocas e interações sociais);
» Domínio da Psicologia Social é referido como novo (Psicologia Social Contemporânea, tal como a
conhecemos hoje, terá menos de 100 anos).

Marcos importantes:
» 1895 - Le Bon discute o comportamento da multidão;
» 1898 - Gabriel Tarde publica Études de Psychologie Social Norman triplett publica uma experiência que
demonstra que a atividade física pode ser afetada pela presença de outras pessoas (facilitação social);
» 1908 - McDougall e Ross publicam dois textos de Psicologia Social;
» 1924 - Gordon Allport publica o Manual de Psicologia Social;
» 1933 - Katz e Braly publicam um estudo com estudantes universitários sobre estereótipos raciais e
terminam as experiências de Elton Mayo;
» 1934 - Levy Moreno desenvolve um sistema para codificar as interações individuo-grupo (sociometria);
» 1938 - Kurt Lewin propõe a Teoria de Campo/experiencias;
» 1951 - Solomon Asch demonstra que os indivíduos se conformam com uma maioria quando as suas
crenças são colocadas em questão;
» 1954 - Gordon Allport publica The Nature of Prejudice, uma análise importante do preconceito
intergrupal e dos estereótipos;
» 1965 - Jones e Davis publicam um artigo que estimula a investigação sobre a atribuição e a cognição
social
» 1968 - Latané e Darley começam os seus estudos sobre o comportamento de ajuda;
» 1985 - é publicada a 3ª edição do Haandbook of Social Psychology.

O que destacamos?
» Anos 30 - contributo de 3 figuras incontornáveis da Psicologia Social:
 Levy Moreno (1892-1974)
o Sistema sociométrico para analisar as interações individuo-grupo
 Kurt Lewin (1890- 1947) – Pai da Psicologia Social Contemporânea
o Teoria de Campo: o comportamento humano é função da interação entre as características
do individuo e o seu meio (fatores internos e externos);
o Campanha durante a 2ª Guerra Mundial (Investigação/ação)
o Considerou que o comportamento das pessoas depende de muitas interações diferentes
entre pensamentos, emoções e ambiente em que a pessoa percebe e age.
o A sua teoria é representada pela fórmula B=f (P, E). Nesta fórmula, o comportamento (B) é
uma função da interação entre a pessoa/grupo (P) e seu ambiente (E).
 Muzafer Sherif (1906-1990)
o 1º programa de investigação com cariz experimental;
o Estudo das normas/regras sociais que suscitam os comportamentos das pessoas

» Outros Psicólogos Sociais importantes:


 Leon Festinger (mudança de atitudes)
 Heider (cognição social /teoria da atribuição)
 Harol Kelly (teoria da atribuição)
 Solomon Asch (conformidade)
 Stanley Schacter (atribuição e emoções)

O Estudo da Caverna dos ladrões - Estudo de campo para estudar as relações intergrupais
[Muzafer Sherif (Psicólogo) + Carolyn Sherif (Socióloga)]
» Aprendizagens:
 O estudo chama a atenção para as mudanças que ocorrem ao longo do tempo nas perspetivas dos
membros de um grupo sobre as dos membros do outro grupo;
 Mudanças de atitudes e dos comportamentos em relação aos membros do endogrupo versus
exogrupo.

» A Psicologia Social investiga as ações de indivíduos e de indivíduos dentro de grupos, sendo uma ciência
comportamental e social.

» Uma ciência é um corpo organizado de conhecimentos que advém da observação objetiva e de testagem
sistemática.

» No âmbito das ciências, as teorias ajudam-nos a compreender como e porquê é que as coisas acontecem.

» A Psicologia social quer compreender as pessoas e ajudá-las a remediar alguns problemas humanos.

"Descobrir o que esta para além do óbvio (nas interações humanas) uma
vez que o essencial é invisível para os olhos!"
O caminho da realidade/fenómenos sociais às ciências sociais e
particularmente á psicologia social
1. Todos os factos são totais, incluindo os fenómenos sociais (simultaneamente são psicológicos,
sociológicos, económicos, religiosos….);
2. A realidade social é complexa e pluridimensional;
3. Pode ser apreendida/compreendido/captada recorrendo a ângulos ou perspetivas diferentes;
4. Esta complexidade deu origem, assim, a diversas disciplinas que se englobaram na designação
genérica de Ciências Sociais.

» As ciências sociais têm origem na filosofia moral (em contraste com a filosofia natural) e
estudam/observam as relações humanas desde Platão, Aristóteles,... apenas não utilizavam um método
científico.

Classificação e tipologias das ciências sociais:


 Grupo de disciplinas que debruçam sobre aspetos da sociedade e do individuo;
 Natureza multidisciplinar;
 Fluidez das linhas de limites;
 Interpenetradas;
 Complementares;
 Incluem (mas não estão limitadas à) economia, sociologia, antropologia, ciência política, psicologia.

O que as Distingue?
» A economia, psicologia, sociologia, distinguem-se não porque existam factos exclusivamente
económicos, psicológicos ou sociológicos mas porque partem de perspetivas distintas e constroem
distintos objetos científicos;

» As áreas não constituem compartimentos estanques – são dimensões inerentes a toda a ação social,
estão profundamente interligadas.

» Nos últimos anos assiste-se à multiplicação de novos ramos de saber nascidos da conjunção de
disciplinas vizinhas, procurando novos objetivos que se reflitam sobre as ciências-mãe, enriquecendo-as.

A Psicologia Social….
» Origens ligadas à filosofia, biologia, psicologia experimental, sociologia e psicologia criminal;

» Estudo do outro (conhecimento, influências recíprocas e interações sociais).

» Estudo científico da forma como as pessoas se conhecem se influenciam e se relacionam umas com as
outras. (Myers e Lamarche, 1993)

» FOCO: estudo das interações entre indivíduos e situações


Parte I - A perceção do eu e do outro
A perceção; A formação de impressões e a representação cognitiva de
pessoas; A atribuição causal
Perceção
» Ato de perceber, interpretar e dar significado a coisas, pessoas ou acontecimentos;

» É através dos sentidos que nós captamos a realidade envolvente: estamos constantemente a receber
estímulos muito diversos e não somos recetores passivos , pelo contrário, selecionámos e descriminamos
os estímulos de tal forma que o mesmo estímulo pode ser interpretado de diferentes formas;

» Assim, diferentes sujeitos desenvolvem interpretações diferentes sobre coisas, pessoas e


acontecimentos pois organizam os diferentes estímulos sensoriais e integram-nos num quadro coerente e
significativo, que constitui o mundo de cada um;

» Por outras palavras, a perceção é influenciada pela experiência de cada um, que é única [EU] dada a
história de vida e vivências, daí que cada um interpreta as coisas à sua maneira (subjetividade) provocando
assim os chamados enviesamentos percetivos;

» Neste sentido, dado o caracter ativo e interventivo do sujeito em todo este processo de perceção, é
possível afirmar-se que o sujeito cria o que vê. Assim a realidade objetiva transforma-se numa realidade
percetiva, consensual (em muitas situações as perceções são semelhantes) criada pelos sujeitos.

» No ato de perceber, tudo isto condiciona a objetividade do que é percebido….

» Grande parte do nosso tempo é gasto a interagir. Em tais interações estamos frequentemente a efetuar
juízos sobre os outros, acerca do que são ou parecem ser, sobre o porquê de determinados
comportamentos, juízos esses com consequências sobre a vida de cada um de nós.

» Assim, quando está em jogo um processo de verificação de factos ou ocorrências, é necessário realizar
um esforço e ter maior atenção afim de evitar a maior quantidade possível de influências de aspetos
subjetivos, contaminadores da objetividade.

Na prática como podemos verificar a veracidade das nossas perceções?


 Validação consensual
 Repetição
 Perceção multissensorial
 Comparação

» Quando selecionamos, de entre


vários estímulos, aqueles que vamos
percecionar, organizamo-lo de
determinada forma e não ao acaso.
» Nem todas as pessoas organizam as
mesmas formas do mesmo modo, a
organização do que colocamos em 1º
plano ou em 2º plano depende da
pessoa que percebe.
Somos Prisioneiros dos Nossos Olhos
1. Estímulos são indispensáveis para ocorrer perceção;
2. O processo não é linear: estímulo ->sentidos-> consciência
3. O individuo que percebe participa ativamente na produção da perceção: SUBJETIVIDADE
4. Caracter seletivo: ao perceber não se apresentam de igual modo os diversos elementos que
compõem a realidade; Não porque não hajam diferenças na intensidade dos estímulos mas porque
aplicamos valorizações diferentes;

Autoestima
» GRAU em que o sujeito gosta de ser como é!
» Relaciona-se com o autoconceito: perceção que o individuo tem de si próprio (Quem sou EU?)

Desenvolver a Autoestima
» As pessoas que “não se estimam” não se afirmam por palavras e gestos;
» Como me vejo? Do que sou capaz?
» A opinião dos outros é importante?
» Utilizar uma linguagem positiva;
» Recompensas e autorreconhecimento;
» Criar objetivos;
» Correr riscos;

A Formação das Impressões


» Quando encontramos alguém pela primeira vez, temos tendência para formar acerca dessa pessoa, uma
impressão inicial;
Como?
» Selecionamos apenas alguns aspetos que nela percecionamos consoante o contexto em que se insere
esse encontro aspetos físicos, verbais, não verbais e comportamentais.
O processo de formação de impressões, exige, assim a operação de processos cognitivos complexos que
permitam organizar, combinar e integrar toda a informação de que dispomos acerca dos outros num todo
coerente e unificado.
» Esta formação de impressões:
 É mútua/bilateral
 Tem consequências: influencia o nosso comportamento..
 Implica a CATEGORIZAÇÃO
 Regula a perceção futura (positiva ou negativa)

Este primeiro encontro está carregado de afetividade e é desencadeador de emoções: eu gosto ou não
gosto… eu admiro ou não admiro e rejeito…..valorizamos as características que vão ao encontro das nossas
necessidades/valores e desvalorizamos as pessoas que apresentam características que atribuímos
significados negativos
As Primeiras Impressões
» São feitas muito rapidamente;
» Às vezes sem informação alguma;
» Informação:
 Obtida de forma direta – interação, observação;
 Obtida de forma indireta – por exemplo: “ouvi dizer”;
» Pequenos indícios permitem fazer juízos sobre atributos de uma pessoa – Teoria Implícita da
Personalidade.
» Processo de avaliação global de uma pessoa pelo qual integramos informação obtida de várias fontes.

1. Físicos
 Estáticos: características físicas das pessoas, o facto de ser alta, baixa, gorda, loura, morena,...
o Pode-se associar a estes índices algumas características sociais e de personalidade e
assim criar uma imagem geral da pessoa.
ₒ Ex: Se o sujeito é gordo, posso referir que é sociável, bem disposto...
 Dinâmicos: gestos, expressões, mímica.
2. Verbais
 Linguagem usada pela pessoa.
o Ex: se a pessoa fala bem, podemos associar a inteligência.
 O sotaque – permite associar a região às características dessa região.
3. Não Verbais
 Sinais exteriores significativos: maneira de vestir, maneira de sentar, postura, gestos, etc.
4. Comportamentais
 Todos os comportamentos observados no sujeito;
 Nas relações interpessoais e especialmente nos primeiros encontros valorizamos as
características que vão de encontro das nossas necessidades e aos nossos valores e
desvalorizamos as pessoas que apresentam características às quais não atribuímos significados
positivos;
 Quando conhecemos uma pessoa, atribuímos uma Entidade Social Virtual – a partir da
observação de todos os índices, atribuímos um determinado papel e estatuto, ou seja, o papel
que ocupa na sociedade e os comportamentos que lhe são esperados.

» Primeira impressões, componente fundamental avaliativa:


 Afetiva (gostar/não gostar);
 Moral (bom/mau);
 Instrumental (competente/incompetente).

» As avaliações afetivas influenciam inferências seguintes – inteligência, integridade, sucesso profissional,


etc.
» As avaliações são feitas com base em estruturas e conhecimentos que possui (representações de traços,
comportamentos, estereótipos, etc.) – categorizações.
Primeiras Impressões e Categorização
» Nas relações interpessoais, para a formação da ideia que construímos das pessoas, contribuem
elementos afetivos, mas também cognitivos.
» Através da categorização, as pessoas são reunidas em determinados grupos, de acordo com as
características que lhes atribuímos e em função dos índices que observamos.
» Desprezamos algumas características que não se enquadram nessa categorização.
» Categorização é um processo apreendido pela experiência e permite-nos interagir com os outros.

Como são formadas, desenvolvidas e mantidas as impressões? Linhas de investigação ….


1. Medir a exatidão dos julgamentos (de personalidade) (a 1ª)
2. Estudar as impressões como processos gestálticos (a mais influente)
3. Caracterizar a estrutura subjacente às impressões (de personalidade)
4. Desenvolver modelos algébricos para predizer julgamentos avaliativos
5. Compreender as impressões examinado os processos cognitivos subjacentes á sua formação e
utilização (novo fôlego)

1. Medir a exatidão dos julgamentos (de personalidade)


 A pessoa que perceciona é o juiz de personalidade.
 Bons juízes de personalidade: porquê que são eficazes?
 Variáveis estudadas: características do Juiz, do alvo e modalidades de apresentação….
 Resultados: identificação de inúmeros erros de julgamento (ex.: Efeito de Halo, Erro Lógico ….) e de
condições que preveem uma vantagem relativa de alguns julgamentos sobre outros (ex.: grau de
semelhança entre juiz e alvo…) VULNERABILIDADES…. Colocam em questão a abordagem;
 Efeito de Halo -> Quando uma impressão é positiva, a impressão geral é positiva
 Erro Lógico -> Quando uma impressão é positiva, associo a outras coisas positivas
 Emerge a abordagem de Asch: afasta a investigação em formação de impressões com foco na
identificação de bons juízes e coloca o foco na compreensão de como é que as diferentes peças de
informação se organizam na tentativa de formar uma impressão unificada de outra pessoa.

Solomon Asch
» Pioneiro na Psicologia Social, deixou contributos nas áreas de cognição, perceção e teoria da
personalidade, conformismo (um dos seus contributos mais originais) e formação de impressões (grande
parte do seu trabalho/legado considerado atualmente clássico)
» Asch influenciado pelas ideias da psicologia de gestalt e talvez inspirado pela famosa máxima “o todo é
mais do que a soma das suas partes” descreveu uma impressão como uma unidade organizada e
integrada que seria mais do que a simples coleção dos seus atributos independentes e não relacionados (o
percepiente como organizador de informação)

Experiências de Solomon Asch


» O Paradigma de Asch (1946)
 Na presença de vários traços de personalidade ou características de determinado individuo, o
percepiente é capaz de formar impressões unitárias onde os vários elementos estabelecem uma
determinada relação entre si.

» O Efeito Quente/Frio (1946 – Experiência I)


 Os participantes completam facilmente a tarefa;
 Combinam os vários traços num todo coerente.
 A substituição do traço caloroso pelo traço frio produziu uma diferença na interpretação final e nos
adjetivos selecionados para caracterizar o alvo: as impressões acerca do alvo onde o traço caloroso
foi apresentado foram mais positivas e a percentagem de traços positivos escolhidos foi maior;

» O Efeito da Primazia (1946 – Experiência VI)


 Descrever as impressões sobre uma pessoa inteligente, laboriosa, impulsiva, crítica, teimosa e
invejosa.
 Um grupo começou com a lista em ordem inversa;
 Se a lista começa pela positiva, instaurava-se um tom avaliativo favorável que parecia sobrepor-se a
traços negativos;
 O oposto ocorria quando os atributos desfavoráveis apareciam primeiro.

5. Compreender as impressões examinado os processos cognitivos subjacentes á sua formação e


utilização (novo fôlego)
 Emergiu a partir de meados do seculo XX e trouxe novo fôlego à investigação no contexto das
impressões;
 É consideravelmente diferente das abordagens anteriores: apoia-se nos desenvolvimentos teóricos e
metodológicos da psicologia cognitiva que permitiu explorar os aspetos relativos aos processos
cognitivos inerentes à perceção, representação e julgamento de estímulos sociais (Cognição Social);
 Estudam os processos subjacentes (os mediadores cognitivos) que medeiam a relação entre os
estímulos sociais externos e as respostas comportamentais;
 Variáveis que estudam: a memória de pessoas, as expectativas dos percipientes e os fatores
contextuais.

Atribuição Causal
» Quando observamos determinado acontecimento ou comportamento temos tendência para fazer
inferências acerca das causas ou das razões que estiveram na respetiva origem.
» Trata-se de um fenómeno geral, que todos fazemos. A esta tendência para atribuir uma explicação ou o
PORQUÊ de determinados comportamentos chama-se processo de atribuição.
» Processos que permitem aos indivíduos explicar os comportamentos: determinar causas e compreender
os comportamentos do próprio e dos outros.
» Implicam a noção de que os comportamentos e acontecimentos são previsíveis.
» É uma atividade com ampla difusão na vida quotidiana, desempenhando uma função adaptativa: as
pessoas comportam-se em função de como percecionam e interpretam os factos.
As atribuições podem não ser exatas  erros
» É uma inferência que pretende explicar PORQUÊ que um determinado acontecimento/comportamento
ocorreu ou que tenta determinar as disposições de uma pessoa;
» O PORQUÊ dos comportamentos tanto pode ser sobre os nossos como sobre os dos outros;
» A explicação que se avança torna-se a causa percecionada de um acontecimento ou comportamento
correspondendo a uma atribuição.

Tipos de Atribuições
» Causais -> responder ao porquê; encontrar a causa -> exemplo: não se preparou para o exame
» Disposicionais -> ???? -> exemplo: ele é desleixado/desinteressado

Avaliação/Medida das Atribuições


» Questionários estruturados (as causas estão identificadas e os sujeitos selecionam ou ordenam ou
referem a respetiva % de contribuição para explicar o PORQUÊ)
» Questionários não estruturados (questões abertas e os sujeito referem o PORQUÊ; análise de conteúdo)

Como se explica o processo de atribuição? - Teorias mais significativas


 Heider “Causalidade e psicologia ingénua” (1944-1946 1ªs reflexões; 1958 Formulação da Teoria)
 Jones & Davis (1965) “Modelo das Inferências Correspondentes”
 Kelley (1967) “Modelo da Covariação”
 Weiner ( 1978; 1988) “Modelo de atribuição de sucesso e de fracasso”
Heider
» Sentiu que a maior parte dos indivíduos são Psicólogos ingénuos que tentam compreender os outros de
forma a tornarem o mundo mais previsível (todos se acham psicólogos).
» Na formulação da sua Teoria (1958), a sua famosa obra, lança os alicerces de uma nova problemática
para a psicologia cognitiva: o processo pelo qual os indivíduos fazem atribuições (de causa/disposições)
ao seu meio;

Heider - Pressupostos fundamentais:


 O Homem comum é motivado pelo desejo de predizer e controlar o seu ambiente;
 A perceção do mundo social é construída pelos mesmos processos que subjazem à perceção do
mundo físico;
 A distinção entre causas pessoais e situacionais (impessoais) é fundamental para a perceção social;
» Atribuição é desencadeada pela necessidade de avaliação;
» Com base em fatores de ator, do contexto e do imprevisto, distingue três aspetos na apreensão da
realidade:
 Sujeito-ator;
 O outro;
 O destino (mais tarde designado por sorte).

» Causas Internas/estáveis vs. Externas/circunstanciais.


 Causas Pessoais -> Intencionais -> ex: um incendiário pegou o incêndio intencionalmente
 Causas Situacionais -> Acidentais -> ex: o incêndio pegou-se devido a lixo florestal

Heider Equação de Lewin


B observa uma ação (A) de um
individuo
B vai imputar razões internas a O comportamento (C) é função
esse individuo (FI) ou fatores da personalidade do individuo
externos/meio (FM) (P) e do meio (M)
A = f (FI,FM) C = f (P,M)

Heider -> explicar a perceção que as pessoas fazem sobre a causa


VS.
Lewin -> causas reais dos comportamentos

Jones & Davis (1965)


 Teoria das Inferências Correspondentes -> a minha inferência corresponde a uma das minhas
inferências que estão na “base de dados”
» Problema central: saber como um individuo atribui a outro disposições (tendências ou intenções)
pessoais estáveis, a partir de ações que terá observado;

» Perceber como é que um observador infere sobre as intenções subjacentes ao comportamento de um
ator.
» Objetivo: Construir uma teoria que explique de modo sistemático as inferências de um observador sobre
o que um ator tentava efetuar (intenção) mediante uma ação particular.
» Como se desencadeia o processo de atribuição, ou seja, como é que um individuo atribui a outro
disposições (intenções/tendências), a partir de ações que terá observado.
» O percipiente possui uma base de dados para interpretar a realidade (sobre a probabilidade de
determinado acontecimento ser causado por determinadas características do ator).
» Correspondência, ou seja, a inferência correspondente refere-se ao julgamento do observador que o
comportamento do ator é causado por um traço ou o “tal traço”.

Aspetos a ter em conta:


» Os comportamentos que resultam de livre escolha tendem a produzir inferências correspondentes;
» Prestamos mais atenção aos comportamentos que produzem Efeitos Não Comuns:
 Quanto menor o número de efeitos não comuns associados ao ato, maior a probabilidade de
efetuar uma inferência corresponde com confiança;
 Quanto maior os efeitos não comuns maior a dificuldade de inferir algo sobre o ator e menor
confiança sobre o julgamento.

» Prestamos mais atenção (nas nossas tentativas de compreender os outros) ás ações com pouca
desejabilidade social.

Kelley (1967) - Modelo da Covariação


» As atribuições resultam da covariação entre causa e efeito: um efeito é atribuído a uma das possíveis
causas com que, ao longo do tempo, varia;
» As atribuições vão depender de três variáveis comportamentais:

 Distintividade - Um comportamento pode ser atribuído com exatidão a uma determinada causa e
só ocorre quando essa causa está presente
 Consistência - Sempre que a causa está presente , o comportamento é o mesmo ou quase o mesmo
 Consenso - Os outros comportam-se do mesmo modo em relação á mesma causa

Principais predições
Weiner - Modelo de Atribuição de Sucesso e Fracasso
» Diz respeito às explicações para o sucesso e o fracasso de pessoas na realização de uma tarefa;
» Dimensões: interna vs externa; estável vs instável; controlável vs incontrolável;
» Resultado: 8 tipo de explicações para o sucesso ou insucesso

» O indivíduo esperam o sucesso e atribuem-no maioritariamente a si.


» O insucesso é normalmente atribuído a fatores externos ou instáveis.
» Implicações motivacionais e emocionais diferentes.

Erros de Atribuição
» Erro Fundamental:
 As pessoas sobrestimam o peso da personalidade o subestimam o da situação;
 A forma racional de tentar explicar o comportamento é considerar o comportamento no contexto
da situação total, o que nem sempre acontece.

» Diferença entre o Ator e o Observador:


 Se outro escorrega – é descuidado;
 Se nós escorregarmos – o chão está molhado.

» Efeito Ator-Observador
 Existem diferenças nas atribuições entre os atores (pessoas implicadas no comportamento) e as
pessoas que só observam o comportamento
o Ator – atribuição externa/situacional
o Observador – atribuição interna

» Complacência na atribuição da causalidade


 O viés atribucional em benefício próprio:
o As pessoas negam responsabilidade pelos fracassos (atribuem a fatores situacionais –
externos) mas assumem os sucessos (fatores disposicionais – internos);
o Esses vieses não se aplicam ao próprio mas também aos próximos.

» Efeito acima da média:


 Na comparação com os outros em vários características pessoais, a maioria avalia-se “acima da
média”;
 As pessoas redefinem o traço em que estão a ser avaliados de forma a considerar-se o melhor
possível (especialmente em questões subjetivas ou ambíguas; mais reduzido em relação a atributos
mais objetivos);

» Interpretação do viés em benefício próprio:


 Consiste num caso de gestão de impressões;
 Estratégia de proteção pessoal.
Parte II - A influencia das pessoas e contextos nos comportamentos
e interações sociais
Os processos de influência social e a categorização social; Identidade e
pertença; Preconceito e descriminação.
Influência Social
Processo social que ocorreu quando as ações de uma pessoa são com dicção para as ações de outra.

O comportamento de alguém foi influenciado socialmente quando ele se modifica
na presença de outrem (real ou imaginária)

Principais paradigmas experimentais nesta área:


 Muzafer Sherif
 Solomon Asch
 Stanley Milgram
 Serge Moscovici

Muzafer Sherif (1906-1988)


» Procurou lançar as bases da Psicologia Social, partindo de processos psicológicos básicos do
comportamento dos indivíduos para a compreensão das suas consequências ou transformações em
contextos sociais;
» O seu objetivo era mais geral (do que apenas o estudo da influência social).
» Partiu do conceito central da Psicologia “Quadro de referência

» Tendência generalizada que os indivíduos apresentam para organizar as suas experiências,
estabelecendo relações, em cada momento, entre estímulos internos ou externos, criando unidades
funcionais que fornecem limites e significado áquilo que é experimentado.
» As sensações não dependem apenas das qualidades da estimulação mas também da situação de cada
sensação num dado quadro de referência subjetivo, onde se relaciona com outras experiências.

Experiências de Sherif: Principais Conclusões


» Tendência dos indivíduos para organizar a sua experiência, mesmo quando a situação não oferece
qualquer fundamento para essa organização;
» Esta tendência baseia-se no próprio comportamento ou no comportamento dos outros (mais decisiva);
» A influencia dos outros não implica coerção implícita ou explicita e mantem-se quando estes se
ausentam.

Solomon Asch (1907 – 1996)


» Influência Social – Conformidade e Obediência
» Normas traduzem as opiniões maioritárias – tendem a levar à conformidade do indivíduo ou grupo;
» “O rei vai nu” – conformidade dos observadores;
» Para definir a realidade não nos baseamos apenas na nossa experiência mas confiamos nos outros (que
vivem o mesmo mundo que nós).
Visualização de um vídeo - Os participantes dão, por unanimidade, uma resposta errada para testar a
decisão de outro (37% deram a resposta do grupo).

Conformidade
» Até que ponto as forças sociais alteram a opinião?
» Os participantes entram em conflito entre o conformismo (seguir a resposta da maioria) e a
independência (seguir o que lhes era ditado pelo que viam).
» O conflito resultou na maior parte dos casos em independência (limite da influência social). Contudo, a
influencia da maioria foi indiscutível.

Contribuição para o estudo da influência social


» O grupo pode influenciar o comportamento do individuo, mesmo em tarefas não ambíguas
(conformismo);
» O comportamento dos outros pode introduzir ambiguidade fazendo variar o comportamento individual;
» O conformismo parece ocorrer sobretudo ao nível publico (o que diz) mas não privado (o que pensa);
» As pessoas procuram sempre compreender a situação inesperada em que são colocadas (contrariando as
teses de sonambulismo social).
 Sonambulismo Social -> atitude cognitivamente passiva -> como as pessoas não querem pensar
muito, acabam por adotar a ideia/resposta/crença da maioria mais forte

Stanley Milgram (1933-1984)


» Pretendeu estudar em laboratório o fenómeno da obediência social (enquanto manifestação de influência
social);

» Fora da Psicologia Social, as suas experiências estão entre as mais amplamente discutidas (livros,
cinema…)
 Surpreendentes/assustadoras
 Comparáveis a acontecimentos terríveis da história

» Obediência: Processo presente em situações quotidianas mas também nalguns dos fenómenos mais
dramáticos da humanidade; Útil e comum versus perigo (se for levada ao extremo, é perigoso
(massacres,...))
» Visualização de dois vídeos:
 Experiência sobre os efeitos dos castigos na aprendizagem;
 62,5% foram até ao nível mais elevados de choques elétricos.

Contribuição para o estudo da influência social


» Demonstração de que indivíduos normais em condições particulares podem ser capazes de atos cruéis ou
desumanos;
» Noutras condições, em especial quando dispõem de apoio social para a desobediência os mesmos
indivíduos são capazes de conscienciosamente desobedecer;
Sugere Implicações:
 Uma proporção significativa das pessoas “faz o que lhes mandam”;
 A autoridade é responsabilizada pelo seu comportamento;
 Possibilidade da natureza humana não imunizar os cidadãos da brutalidade e tratamento
desumano sob a direção de uma autoridade malévola.

Limitações:
 Generalização para a realidade social;
 A desresponsabilização varia.

Serge Moscovici (1925-2014)


» É o primeiro a defender explicitamente que a influencia social não se esgota no conformismo do
individuo em relação a um grupo maioritário, podendo envolver, também, inovação, ou seja, mudança da
maioria (das normas) em resultado da influência de uma minoria consistente.
» Perante um emissor de influência (grupo, autoridade….) será que o alvo de influência só dispõe de duas
alternativas: manter a independência ou conformar-se?
» Pode existir uma terceira: o alvo de influência tentar fazer o emissor da influência mudar!
» A influencia social “de pernas para o ar”.
» Distinção entre efeitos do conformismo (submissão) e da inovação (conversão).
» Inovação: mudança das normas de um grupo promovidas por uma minoria.

Paradigma experimental de Moscovici:


» Tarefa de acuidade visual seguida de um teste de perceção de cores;
» Os participantes deveriam identificar a cor (azul ou verde) de 24 diapositivos;
» Embora todos os diapositivos fossem azuis, uma minoria (combinado) respondia sempre verde;
» Os resultados mostraram que a minoria consistente foi capaz de influenciar a maioria.

Contribuição para o estudo da influência social


» A influencia social minoritária foi verificada e é hoje indiscutível
» As razões, pelo contrário, são muito discutíveis.
Preconceito e Descriminação
» A população humana, mundial, é feita de diversidades, simbioses de culturas…

Diversidade Humana - Perspetivas Diferentes (Santos, 2009)


» Dimensional
 Refere-se a aspetos quantitativos como a altura, peso, tamanho e
largura dos membros.
 Fornece os dados que possibilitam a consideração de aspetos
ergonômicos e de design universal nos projetos.

» Preceptiva
 Refere-se à variação decorrente da perda dos sentidos por parte da
população, maximizada pelo grau, que interfere na forma de
relacionamento com o meio físico.

» Motora
 Ao contrário do que se pensa, os problemas de mobilidade não estão
restritos aos cadeirantes.
 Carências diversas decorrentes da falta de mobilidade devem ser
consideradas durante um projeto universal.

» Cognitiva
 Interfere na capacidade de receção e processamento de informação,
na orientação espacial e temporal.
 Inclui problemas de memória, orientação e dificuldades na fala,
leitura, escrita ou compreensão de palavras.

» Demográfica
 Refere-se à variação humana decorrente do envelhecimento da
população e ao aumento das migrações, que configuram aspetos
determinantes na diversidade cultural e funcional.

“Ser diferente não é um problema. O problema é ser tratado diferente.”


» A diferença é algo que nos caracteriza!
» Ninguém é igual a ninguém!
» EU – Estrela Única
» Ser diferente é que é normal!
» Nós somos todos iguais na diferença!
» Porquê o foco na diferença?
Preconceito
» Julgamento prévio (pré conceito); Pensar mal/bem dos outros sem suficiente fundamento (Gordon
Allport, 1954);

» Atitude favorável ou desfavorável em relação a membros de algum grupo baseada, sobretudo, no facto
de pertença a esse grupo e não necessariamente em características particulares de membros individuais;
» Pode ser dirigida a um grupo como um todo, ou a um individuo por ser membro desse grupo (ou
percecionado como tal);
» Tem por base uma simpatia/antipatia ancorada numa generalização errada e inflexível, de uma
categorização de um grupo (estereotipo) sentida ou exprimida, independentemente:
 Da veracidade desse estereótipo do grupo (que se mantem mesmo que os factos o desconfirmem);
 Da aplicabilidade desse estereotipo de grupo ao individuo.

» Pode assumir um caracter positivo ou negativo (mais vezes negativo).

O Preconceito tem 3 componentes principais:


» Afetiva: Sentimentos preconceituosos;
» Cognitiva: crenças, expectativas e o processamento da informação em relação a esses grupos;
» Comportamental: agir em relação a esses grupos - Descriminação

É a manifestação comportamental do preconceito.
Tipos de Preconceitos

Formas de comportamento discriminatório: Graus de intensidade:


1. Antilocução ou Verbalização Negativa: conversa hostil, difamação verbal (propaganda racista)… as
pessoas limitam-se a verbalizar os seus preconceitos entre amigos ou até estranhos;
2. Evitamento: manifestação mais ativa do preconceito uma vez que as pessoas evitam o contacto com
membros do grupo que hostilizam, mantendo esse grupo separado;
3. Discriminação: tratar de modo positivo ou negativo membros de grupos particulares por causa dessa
pertença; Aqui a distinção negativa tem consequências na vida dos grupos;
4. Ataque Físico: a hostilidade manifesta-se através da violência contra pessoas/propriedades;
5. Extermínio: violência indiscriminada (linchamentos, massacres, genocídios) contra todo um grupo de
pessoas.

Categorias de Preconceitos/Discriminação
» Racismo – intolerância com base na cor da pele ou herança étnica;
» Sexismo – intolerância com base no género;
» Heterossexismo – intolerância com base na orientação sexual;
» Idadismo – intolerância com base na idade;
» ………….
“o amor não vê defeitos como o odio não vê qualidades”

Génese do Preconceito
» Diversas Teorias têm emergido;
» Categorização Social: endogrupo e o exogrupo
» Acentuam:
 O contexto social em que o preconceito se desenvolve;
 O grau de preconceito existente nos indivíduos;

» Algumas Teorias:
 Abordagens Históricas – preconceito como resultado de tradições/relações durante gerações;
 Abordagens Socioculturais – analisam o impacto da sociedade no preconceito do individuo;
 Abordagens Situacionais – estudam o modo como o ambiente circundante da pessoa se relaciona
com as atitudes preconceituosas;
 Abordagens Psicodinâmicas – o preconceito é o resultado de conflitos pessoais e de desadaptações
no interior da pessoa com preconceitos;
 Abordagens Cognitivas – o preconceito é o resultado da perceção que por sua vez está ancorada
em categorizações, estereótipos e crenças sociais;

TOP 10: os 10 preconceitos mais comuns


10. Aparência
9. Nativismo
8. Idade (Idadismo)
7. Peso/tamanho
6. Religião
5. Deficiência
4. Homofobia
3. Social
2. Sexismo
1. Racismo

Preconceito e Estereótipo
» Os estereótipos são as crenças que temos sobre as características de um grupo de os preconceitos
referem-se à avaliação negativa em relação ao grupo.

À procura de sonhos ou pesadelos?


Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira. O que me
assusta não é a violência de poucos, mas a omissão de muitos. Temos aprendido a voar como os pássaros,
a nadar como os peixes, mas não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos.
Martin Luther King

Como Reduzir o Preconceito/Descriminação?


» Aumentar o contacto íntimo (face a face) durante períodos mais longos, entre membros de diferentes
grupos, em diferentes contextos (laborais, recreativos, políticos e religiosos). Individualizar
» Cooperação intergrupal (atividades conjuntas). Recategorizar
» Normas sociais que favoreçam a igualdade e que não aceitem comportamentos de
descriminação/preconceitos;
» Mudar atitudes e crenças de grupos minoritários (ignorância e) e dominantes(atitudes preconceituosas);
» Papel dos meios de comunicação social na manutenção de estereótipos e preconceitos
(intencionalmente ou inadvertidamente). Retratos favoráveis das minorias
6 Símbolos na Luta pelos Direitos Humanos no Mundo
Mahatma Gandhi (1869 – 1948)
“Olho por olho e o mundo acabará cego.”
» Mohandas Karamchand Gandhi foi um líder pacifista indiano e lutou pela independência
da Índia. Gandhi também ficou conhecido pelo seu projeto de não-violência e o uso de jejum
como protesto.

Eleanor Roosevelt (1884 – 1962)


“Não basta falar de paz. É preciso acreditar nela. E não basta acreditar nela.
É preciso trabalhar por ela.”
» Anna Eleanor Roosevelt foi a primeira-dama dos Estados Unidos entre os anos de 1933 e
1945. Eleanor ficou conhecida como uma grande defensora dos direitos humanos e pelo seu
esforço em prol da melhoria da situação das mulheres trabalhadoras. Durante o seu tempo
na ONU, Eleanor presidiu a comissão que elaborou e aprovou a Declaração Universal dos
Direitos Humanos.

Nelson Mandela (1918 – 2013)


“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua
religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser
ensinadas a amar.”
» Nelson Rolihlahla Mandela foi um líder político da África do Sul, que lutou contra o sistema
de apartheid no país, um regime de segregação racial no qual os brancos controlavam o poder
e obrigavam os povos negros a viverem sem diversos direitos políticos, econômicos e sociais.

Martin Luther King Jr. (1929 – 1968)


“Eu tenho um sonho de que um dia meus quatro filhos vivam em uma nação onde não sejam
julgados pela cor de sua pele, mas pelo seu caráter.”
» Martin Luther King Jr. foi um líder e ativista dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos,
lutando pela lei de Direitos Civis, que proibiu a discriminação racial nos EUA. Em 1964,
recebeu o Prêmio Nobel da Paz pelo combate à desigualdade racial por meio da não violência.

Kailash Satyarthi (1954 – )


“Foi duro, para mim, perceber que algumas pessoas nasciam para trabalhar e outras tinham
direito de estudar.”
» Kailash Satyarthi é um ativista indiano que luta pelo direitos das crianças. Nos anos 80,
Satyarthi criou a organização Bachpan Bachao Andolan (BBA), que desde 2001 já libertou mais
de 80 mil crianças de diversas formas de escravidão e as ajudou na reintegração, reabilitação
e educação. Em 2014, o ativista ganhou o Prêmio Nobel da Paz pela sua determinação contra
o trabalho e a exploração infantil e juvenil, e por lutar pelo direito de todas as crianças à educação.

Malala Yousafzai (1997 – )


“Vamos travar uma gloriosa luta contra o analfabetismo, a pobreza e o terrorismo. Vamos
pegar nossos livros e nossas canetas, pois são as armas mais poderosas. Uma criança, um
professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo. A educação é a única solução.”
» Malala Yousafzai é uma ativista paquistanesa. A jovem se tornou conhecida por lutar pelo
direito das meninas de acesso à educação no nordeste do Paquistão, região dominada pelo
Regime Talibã. Seu engajamento fez com que ela se tornasse, aos 17 anos, a pessoa mais
jovem a ganhar o Nobel da Paz, em 2014.

O que têm de comum estas pessoas?


A sua perceção do mundo, das desigualdades, dos preconceitos, da descriminação...

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