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Dermatologia em MGF

Maria Vieira Relvas


Interna do 4º ano de Formação Específica em
Dermatologia e Venereologia
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

7 de Abril de 2021

PATROCÍNIOS CIENTÍFICOS:
INTRODUÇA* O
O que procurar no exame clı́nico em Dermatologia?
Ø Padrã o de Distribuiçã o
Ø Tipo de lesã o primá ria
Ø Alteraçõ es secundá rias
Ø Cor
Ø Agudo/Cró nico
INTRODUÇÃO
Ø Padrão de Distribuição
• Generalizado vs Localizado
• Unilateral vs Bilateral
• Aleatório/Linear/Agrupado
• Fotodistribuído vs Fotoprotegido
• Nas linhas de clivagem?
• Nas áreas de pressão?
• Nas zonas de contacto com alergénios/irritantes?
INTRODUÇÃO
Ø Tipo de lesã o primá ria
• Má cula: nã o palpá vel, circunscrita, com <1cm
• Mancha: nã o palpá vel, circunscrita, >1cm
• Pá pula: elevada, circunscrita, <1cm
• Placa: elevada, circunscrita, >1cm
• Nó dulo: elevado, circunscrito, de maior volume do que a pá pula, com >1cm
• Vesı́cula: <1cm, conté m Oluido no seu interior
• Bolha: >1cm, conté m Oluido
• Pú stula: elevada, circunscrita, <1cm de diâ metro, conté m material purulento, esté ril ou infecioso
INTRODUÇÃO
Ø Alterações secundárias
• Crosta: conteúdo purulento, seroso ou hemático seco à superfície
• Escama: hiperqueratose
• Fissura: defeito profundo linear na pele
• Erosão: perda parcial ou completa de epiderme
• Ulceração: mais profunda do que a erosão com envolvimento da derme superficial
• Escoriação: lesão de toda ou parte da epiderme
• Atrofia: epidérmica/dérmica
• Liquenificação: acantose da epiderme com acentuação das linhas naturais da pele
DERMATOSES FREQUENTES
EM MGF
CASO CLÍNICO
Ø 72 anos, género feminino

Ø Antecedentes Pessoais: Mastectomia


direita, diabetes mellitus NIT, obesidade

Ø Dor, rubor e edema do membro superior


direito com 3 dias de evolução

Ø Placa eritemato-edematosa, circunferencial


dos 2/3 inferiores do braço direito
DERMO-HIPODERMITE
BACTERIANA AGUDA
Epiderme Impétigo

Infeções
Derme e
bacterianas por Erisipela/Celulite
Hipoderme
gram +

Fasceı́te
Hipoderme
Necrotizante
IMPÉTIGO
Ø Infeção bacteriana superficial:
• Staphylococcus aureus ou Streptococcus pyogenes

• Bolhoso ou não bolhoso

Ø Mais frequente nas crianças

Ø Erosões superficiais com crosta amarelada em localizações peri-orificiais da face


(nasal, oral, pav. auriculares) e extremidades

Ø Diagnóstico Diferencial: herpes simples, picada de inseto, eczema

Ø Tratamento:
• Limpeza local e remoção de crostas
• Não complicadas: mupirocina 2id 5 dias ou ácido fucsídico 3id 5 dias
• Complicadas: fluocloxacilina, amoxicilina-ácido clavulânico, cefalosporina 1ªG
CELULITE / ERISIPELA
Ø Staphylococcus aureus (++ purulentas) ou Streptococcus β-hemolíticos

Ø Fatores de risco: úlceras de pernas, tinea pedis, insuficiência venosa crónica


e linfedema, obesidade, cirurgia prévia no local infetado

Ø Placas eritemato-edematosas, quentes, bem delimitadas ± linfadenopatia,


cordão de linfangite

Ø Sintomas sistémicos: febre, calafrios, náuseas ou vómitos

Ø Sinais de alarme: abcessos, descolamentos bolhosos, áreas violáceas

Ø Exames laboratoriais necessários em casos complicados ou com


comorbilidades
CELULITE / ERISIPELA
Ø Diagnó sticos Diferenciais

Dermatite de Estase Necrobiose Lipóidica Trombose Venosa Profunda


CELULITE / ERISIPELA
Ø Tratamento
• Se infeçã o nã o purulenta e sem sinais de gravidade: cefaclor 500-750 mg 12/12h ou cefuroxima 500 mg
12/12h durante 7-10 dias

• Se infeçã o purulenta e sem sinais de gravidade: drenagem de abcesso + cefaclor 500-750 mg 12/12h ou
cefuroxima 500 mg 12/12h durante 10-14 dias + clindamicina 300 mg de 6/6h durante 6-8 dias

• Se fatores de risco para MRSA: associar clindamicina ou trimetoprim-sulfametoxazol

• Se infeçã o grave: referenciar! Necessidade de antibioterapia antibió tica endovenosa

• ProOilaxia antibió tica com penicilina 2.4 M.U. a cada 3 semanas se episó dios recorrentes (>3)
FASCEI8TE NECROTIZANTE
URGÊNCIA DERMATOLÓGICA
Área extensa, muito dolorosa, quente e edemaciada de celulite
Pele brilhante e tensa
Evolução rápida
Áreas azul-acinzentadas, bolhas hemorrágicas, necrose e cheiro fétido
Dor desproporcional!
CASO CLÍNICO
Ø17 anos, género masculino

ØMeses de evolução,
agravamento no Verão

ØMáculas hipopigmentadas,
confluentes

ØPré-esternal e dorso
PITIRÍASE
VERSICOLOR
INFEÇO' ES FU+ NGICAS
Não
Inflamatórias
Superficiais
In9lamató rias
Infeções
Subcutâ neas
fúngicas

Profundas
INFEÇÕES FÚNGICAS
Nã o
• Pitirı́ase Versicolor
In9lamató rias
Superficiais
• Dermatofitoses
Inflamatórias
• Candidíase
Infeçõ es
Profundas
fú ngicas

Subcutâneas
P. VERSICOLOR
Ø Infeção fúngica superficial não inflamatória comum
• Malassezia spp – comensal da pele normal (áreas seborreicas) patogénico em condições favoráveis

Ø Sem predileção de género ou raça, afeta qualquer idade


Fatores predisponentes
Calor
++ adolescentes e
Ambiente hú mido
jovens adultos
Predisposiçã o hereditá ria
Sı́ndrome de Cushing (endó geno ou iatrogé nico)
Imunossupressã o
Malnutriçã o
P. VERSICOLOR
Ø Clínica:
• Máculas de coloração variável: róseas, amarelas, acastanhadas, hipopigmentadas...
• Descamação fina superficial
• Eritema discreto e inconstante (inflamação mínima)
• ++ ÁREAS SEBORREICAS: pré-esternal, dorso, ombros/extremidade proximal dos membros superiores
• Assintomáticas (++) ou pouco pruriginosas
P. VERSICOLOR
Ø Diagnóstico diferencial

Pitiríase Rósea

Vitiligo

Pitiríase Alba

Sífilis Secundária
P. VERSICOLOR
Ø Diagnósticos diferenciais

Pitirı́ase versicolor Pitirı́ase ró sea

§ Infeção viral? HHV-6? § Malassezia furfur


§ Placa ‘mãe’ inicial, bem delimitada, § Máculas do coloração
cor salmão variável, que por vezes
§ Aparecimento posterior de lesões
confluem
semelhantes menores
§ Descamação superficial
§ Colarete descamativo
§ Tronco e extremidades proximais § Tronco e membros
dos membros (linhas de clivagem) superiores
§ Resolução em 4-6 semanas § Anti-fúngicos tópicos ou
§ Tratamento sintomático sistémicos
P. VERSICOLOR
ØTratamento tó pico – 2 a 4 semanas ØTratamento Sistémico – 5 a 7 dias
• Imidazó is (creme, loçã o, champô ) • Fluconazol 200 mg id
- Cetoconazol 1-2% champô 3x/semana,
• Itraconazol 200 mg id
deixar atuar 5-10 minutos

- Cetoconazol 2% creme 2x/dia


Ø Tratamento de Manutenção/Profilaxia (pré-
• Piritionato de zinco (creme, loçã o)
exposição solar):
• Sulfureto de selé nio (champô , loçã o)
• Cetoconazol champô 1-2x/semana ou creme 1x/dia - 2
semanas antes da exposição
INFEÇO' ES FU+ NGICAS
Não
• Pitiríase Versicolor
Inflamatórias
Super9iciais
• DermatoOitoses
Inflamatórias
• Candidı́ase
Infeções
Profundas
fúngicas

Subcutâneas
DERMATOFITOSES (= TINHAS)
Ø Infeçã o fú ngica superTicial inTlamató ria
• 3 agentes principais: Tricophyton, Microsporum, Epidermophyton

• 3 categorias: Antropofı́lico, Geofı́lico, Zoofı́lico

Menos inflamatória, mais crónica Mais inflamatória, mais aguda

• Mú ltiplos locais de envolvimento:


-Corporis -Capitis
-Cruris -Barbae
-Pedis -Unguium (onicomicose)
DERMATOFITOSES (= TINHAS)
Tinea Corporis Tinea Cruris

Crescimento centrífugo
Bordo “ativo” e cura central
Descamativas
Lesões anulares, arqueadas, concêntricas ou circinadas
Pápulas ou pústulas no bordo
Frequentemente associada a onicomicose (tinea cruris)
Prurido/ sensação de queimadura
DERMATOFITOSES (= TINHAS)
Ø Diagnóstico diferencial – Lesões “anulares”

P. Versicolor
Eritema Anular Centrífugo Eczema Numular

Granuloma Anular

P. Rosea
Lupus Subagudo
DERMATOFITOSES (= TINHAS)
Tinea Capitis Tinea Barbae

• Mais frequente em crianças, rara em adultos • Apresentação clínica severa, com pústulas
• Contagiosa – epidémico em escolas a instituições foliculares e inflamação (Zoófilicos)
• Inflamação relativamente exuberante (Zoófilicos) • Possibilidade de sintomatologia constitucional
DERMATOFITOSES (= TINHAS)
Tinea Pedis

Interdigital Mocassin In/lamató ria


DERMATOFITOSES (= TINHAS)
Tinea Pedis

Interdigital
Ø Clínica:
• Eritema, descamação e fissuração
• Pele pregas interdigitais
• Progressão plantar e lateral
DERMATOFITOSES (= TINHAS)
Tinea Pedis
Mocassin
Ø Clı́nica:
• Eritema variá vel e descamaçã o branca, Oina
• Envolvimento plantar e/ou lateral e dorsal
• Frequentemente associado a onicomicose
• Tinea manuum concomitante?
DERMATOFITOSES (= TINHAS)
Tinea Pedis
Inflamatória
Ø Clínica:
• Vesículas, vesiculo-pústulas e bolhas
• Plantar e peri-plantar
• Co-infeção frequente
DERMATOFITOSES (= TINHAS)
• Descoloração esbranquiçada ou amarelada
Tinea unguium (Onicomicose) • Hiperqueratose subungueal
• Onicólise
• Onicodistrofia

Mais frequente

Subungueal distal
Super&icial branca Subungueal proximal
lateral
DERMATOFITOSES (= TINHAS)
Tratamento tópico: Tratamento sisté mico:
Ø Dermatofitoses não complicadas ou localizadas Ø DermatoOitoses extensas, á reas com pele ou
Ø Tinea corporis, cruris, pedis interdigital inOlamató rias + reações adversas + interações
Ø Antifúngicos - min. 4 semanas e até 1-2
Ø Antifú ngicos orais: terbinaOina ou itraconazol
semanas após resolução
• Tinea corporis extensa: Terb 250 mg id 1-2
• Cetoconazol 2% creme 2x/dia
semanas/Itra 100 mg 2id 2-4 semanas
• Sertoconazol 2% creme 2x/dia
• Tinea capitis/barbae: Terb 250 mg id 2-3
• Econazol 1% creme 2x/dia
semanas/Itra 100 mg 2id 4-8 semanas
Ø Tinea unguium superficial branca (1 unha) – 48
• Tinea pedis mocassin: Terb 250 mg id 2 semanas/Itra
semanas
Necessá ria avaliaçã o analı́tica ao Tinal de 4 semanas!
100 mg 2id 2 semanas
• Ciclopirox olamina 8% 1x/dia • Tinea unguium: Terb 250 mg id/Itra 100 mg 2id 6
• Amorolfina 5% 1x/semana
(mã os) ou 12 (pé s) semanas
Fatores predisponentes

CANDIDÍASE Diabetes mellitus


VIH
Corticoterapia ou antibioterapia
Oclusão e hiperhidrose
Xerostomia
Ø Infeçã o fú ngica superTicial inTlamató ria - Candida spp
• Candida albicans em 70-80% - comensal das mucosas e á reas intertriginosas em alguns indivı́duos

Subtipos
Oral (inc. pseudomembranosa aguda e queilite angular)
Vulvovaginal ou Balanite
Cutânea (inc. intertrigo e mucocutânea crónica)
Onicomicose e Periungueal
CANDIDI8ASE
Ø Diagnósticos Diferenciais Eritrasma

Tinea corporis Dermatite de Contacto Psoríase Inversa


CANDIDÍASE
ØTratamento
• Candidíase oral:
- Nistatina 100.000 U/ml 4-6 ml 4x/dia – 1-2 semanas
- Fluconazol 150 mg – toma única OU 50-100 mg/dia – 1-2 semanas
• Vulvovaginite:
- Clotrimazol 1% creme 2x/dia – 1-2 semanas ou até resolver
ETicá cia semelhante
- Fluconazol 150 mg – toma única
• Balanite:
- Clotrimazol 1% creme 2x/dia – 1-2 semanas ou até resolver
- Fluconazol 150 mg/semana – 2-4 semanas Eficácia semelhante
• Cutânea ou periungueal:
- Clotrimazol 1% creme 2x/dia – 1-2 semanas ou até resolver
- Fluconazol 150 mg/semana – 2-4 semanas OU 50-100 mg/dia – 2 semanas
CASO CLÍNICO
Ø 78 anos, género feminino

Ø Dor tipo queimadura no couro cabeludo e


face

Ø Múltiplas lesões vesiculares, umbilicadas e


outra erosivo-crostosas desde há 4 dias

Ø Couro cabeludo, peri-orbitário e malar,


num território bem delimitado que não
atravessa a linha média
HERPES
ZOSTER
HERPES ZOSTER
Ø Infeçã o comum provocada pela reativaçã o do vı́rus Varicela-Zoster (= Varicela)
Ø Mais frequente (e grave!) em imunodeprimidos
Ø Vesı́culas e/ou bolhas e pú stulas, agrupadas sobre uma base de eritema distribuı́das ao longo de um ou mais
dermá tomos, mas que nunca atravessam a linha mé dia
Ø Prurido, dor e parestesias possibilidade de ocorrê ncia de nevralgia pó s-herpé tica
Ø Resoluçã o em 7-10 dias podendo originar cicatriz
Ø Tratamento – idealmente nas primeiras 72 horas
• Se limitada em doente imunocompetente: valaciclovir 1 gr de 8/8h durante 7 dias OU aciclovir 800 mg de
4/4h durante 7 dias + á cido fusı́dico tó pico
• Se extensa e/ou doente imunodeprimido: aciclovir 10-15 mg/kg de 8/8h durante 7-10 dias ou até resoluçã o
de vesı́culas + á cido fusı́dico tó pico
• Se sinais de sobreinfeçã o: adicionar antibioterapia
OUTROS VÍRUS

Herpes Simples Molusco Contagioso Vírus do Papiloma Humano


Vesículas agrupas que progridem Pápulas eritematosas sólidas, Verrugas vulgares, verrugas
para erosões/úlceras umbilicadas, múltiplas palmo-plantares, verrugas planas
Tratamento: valaciclovir, aciclovir Tratamento: curetagem, condilomas
– dose e duração dependente do crioterapia ou hidróxido de Tratamento: 5-FU+á cido salicı́lico,
local e imunossupressão potássio 10% crioterapia, imiquimod, ...
CASO CLI(NICO
Ø14 anos, gé nero masculino

ØUm ano de evoluçã o

ØComedõ es abertos e fechados,


pá pulas e pú stulas

ØFace e dorso superior


ACNE
ACNE
ØDoença multifatorial da unidade pilo-sebá cea Ø Adolescentes e jovens adultos: 12-24 anos

Ø >
ACNE
Ø Grande espectro de apresentaçõ es clı́nicas
ACNE
ACNE
ACNE
Ø Diagnósticos diferenciais
ACNE
Ø Tratamento
ACNE
Ø Tratamentos Tó picos

Ø Acne retencional ou inflamatório ligeiro Ø Acne inOlamató rio ligeiro


Ø Acne inflamatório moderado-severo Ø Acne inOlamató rio moderado-severo
(complementar de ATB oral ou hormonoterapia) (complementar de ATB oral ou hormonoterapia)
Ø Tipos: Ø Tipos:
• Tretinoína 0,5 mg/g creme (Ketrel®) • Clindamicina 10 mg/g gel (Zindaclin 1%®)
• Adapaleno 1 mg/g gel/creme (Differin®) • Eritromicina 20 mg/g creme (Akne-Mycin®)
• Trifaroteno 50 ug/g creme (Aklief®) • Eritromicina 20 mg/ml soluçã o (Clinac®) ou 40 mg/ml
soluçã o (EryTluid®)
ACNE
Ø Tratamentos Tópicos

• Clindamicina + Tretinoı́na 10mg/g + 0,25 mg/g gel (Acnatac®)


• Adapaleno + Peró xido de benzoı́lo 1 mg/g + 25 mg/g gel (Epiduo® 1.25)
• Adapaleno + Peró xido de benzoı́lo 3 mg/g + 25mg/g gel (Epiduo® 3.25)
• Clindamicina + Peró xido de benzoı́lo 10 mg/g + 50 mg/g gel (Duac®)
• Associaçõ es entre agentes comercializados em separado
ACNE
Ø Tratamentos Sistémicos

Ø Frequentemente 1ª linha Ø Alternativa a ATB oral ou em Ø Indicado para acne severo


Ø ATB mais utilizados: associação com ATB orais (nodulo-quı́stico), refratá rio a
doxicilina 40-100 mg/dia Ø Utilizar contraceptivos orais ATB/hormonoterapia, com
OU minociclina 100 mg/dia combinados com progestativos presença de cicatrizes e acne
Ø Ciclo de 3 meses anti-androgéneos (drospirenona, fulminante
dienogest, acetato de ciproterona)
Ø Eficácia semelhante a ATB oral,
Referenciar!
mas de início mais lento
CASO CLÍNICO
Ø51 anos, género feminino

ØSemanas de evolução

ØEritema e telangectasias + pápulas e


pústulas

ØDistribuição centro-facial

ØSensação de ardor
ROSA1 CEA
ROSÁCEA
Ø Doença crónica com períodos de exacerbações caracterizada por:
• Eritema facial persistente
✕ comedõ es
• Pápulas e pústulas
Ø Mulheres de meia idade

Resposta
Desregulação
Imunitá ria
Neurovascular
Alterada

Inflamação
ROSA+ CEA

Eritemato-telangectásica Pápulo-pustulosa Fimatosa Ocular

Pode existir sobreposiçã o e/ou ocorrer mais do que um subtipo no mesmo doente
ROSÁCEA
Eritemato-Telangectá sica
Ø Clı́nica:
• Eritema centro-facial persistente Eritemato-telangectásica
• Flushing
• Telangectasias
• Sensibilidade cutâ nea aumentada
ROSÁCEA
Eritemato-Telangectá sica
Ø Diagnó sticos Diferenciais
Eritemato-telangectásica

Lupus Eritematoso Dermatite Seborreica


Queratose Pilar
ROSÁCEA
Pápulo-Pustulosa
Ø Clínica:
• Eritema centro-facial persistente Pápulo-pustulosa
• Erupção centro-facial de pápulas inflamatória, pequenas
• Presença de pústulas em menor número
• Desconforto e prurido ligeiro
• Sem formação de cicatriz
ROSÁCEA
Pá pulo-Pustulosa
Ø Diagnó sticos Diferenciais
Pápulo-pustulosa

Acne Vulgar
Demodicose
Tinea incognito
ROSA+ CEA
ØTratamento – Medidas Gerais
• Evicção de fatores exacerbantes: calor, radiação UV, álcool, alimentos picantes,..
• Fotoproteção diária: SPF 30+ ou superior
• Produtos de higiene e hidratação adequados:
- Utilizar água tépida

- Evitar tónicos e exfoliantes, preferir gel de limpeza

- Evitar cosméticos com álcool, cânfora, mentol, peppermint, eucalipto ou perfume na composição

- Evitar cosméticos à prova de água ou bases muito oclusivas – difícil limpeza

- Evitar peelings ou dermoabrasão


ROSÁCEA
Eritemato-Telangectá sica Pápulo-Pustulosa
• Aqué m do desejado Ø Tratamento tópico – até resolução das lesões inflamatórias
• Metronidazol 0,75%/1% emulsão ou creme 2x/dia
• Medidas gerais particularmente ú teis
• Ivermectina 1% creme (Soolantra®) 1x/dia
• Brimonidina 3mg/g gel (Mirvaso®) • Ácido Azelaico 15% (Skinoren®) gel 2x/dia

• Laser vascu lar – melhoria do er itema e Ø Tratamento sistémico – 4 a 8 semanas

telangectasias • Doxiciclina 40 mg 1x/dia

• Doxiciclina 100 mg 1x/dia


• Evitar antibió ticos utilizados na rosá cea
• Minociclina 100 mg 1x/dia
pá pulo-pustulosa!
Ø Tratamento de manutenção: metronidazol tópico 1x/dia
CASO CLI\NICO

Ø 25 anos, gé nero feminino

Ø A n t e c e d e n t e s d e i n f e ç ã o d a s v i a s
respirató rias superior há 1 semana

Ø Placas eritemato-edematosas, anulares


m u i t o p r u r i g i n o s a s c o m 5 d i a s d e
evoluçã o

Ø Cada lesã o individualmente <24h e


distribuem-se pelo tronco e extremidades
URTICÁRIA
URTICÁRIA
Ø DeOine-se por lesõ es urticariformes - placas edematosas, com bordos eritematosos e centro pá lido, pruriginosas,
com duraçã o individual <24h - e/ou angioedema

Urticária
Duraçã o < 6 semanas Duração ≥ 6 semanas
Fármacos Alimentos
1%
CAUSAS 9%
Aguda Cró nica Referenciar

Idiopá'ca
50% Espontânea
IVAS
40%

Induzida
URTICA8 RIA
Ø Tratamento:
• Se não existir causa óbvia de urticária aguda, a sua investigação NÃO está recomendada

• 1ª linha: anti-histamínicos de 2ª geração até 4x/dose diária recomendada

• Outras medicações ficam reservadas para urticária crónica espontânea, a qual deve ser investigada!
• Corticoterapia oral em SOS

• Ciclosporina

• Omalizumab

• Montelucaste
CASO CLI\NICO

Ø 15 anos, gé nero masculino

Ø Antecedentes pessoais: rinite alé rgica

Ø Anos de evoluçã o, com agravamento


por surtos

Ø Placas eritematosas e descamativas,


pruriginosas e escoriadas

Ø Re g i ã o c e r v i c a l , p u n h o s , fo s s a s
antecubitais e poplı́teas
ECZEMA
ATÓPICO
ECZEMA ATÓPICO
Ø Dermatose inTlamató ria cutâ nea cró nica mais frequente

Ø Habitualmente com inı́cio na infâ ncia, mas pode surgir em qualquer idade:
• Inı́cio precoce: mais frequentemente < 2 anos de vida
• Inı́cio tardio: apó s a puberdade
• Inı́cio senil: apó s os 60 anos

Ø Associaçã o a outras patologias ató picas


• Alergias alimentares
• Asma
• Esofagite Eosinofı́lica
• Rinite Alé rgicas
ECZEMA ATÓPICO

Disfunção da Desregulaçã o
Alteração do
barreira do sistema
microbioma
cutânea imune
ECZEMA ATO8 PICO Amplo espetro de manifestações
clínicas que variam conforme a idade

Prurido intenso é a principal característica


sendo comum a todos!
ECZEMA ATO8 PICO Amplo espetro de manifestaçõ es
clı́nicas que variam conforme a idade

Bebé (< 2 anos) Criança (2-12 anos) Adulto/Adolescente (> 12 anos)


• Atingimento predominante • Atingimento das superfícies • Envolvimento flexural predomina
da face (++ regiões malares) flexoras dos membros
• Peri-orbitário, peri-oral, cervical,
superiores e inferiores
• Couro cabeludo, pescoço e pulsos, tornozelos dorso das
superfícies extensoras dos • Peri-orbitárias, cervicais, mãos e pés
membros; poupa fralda mãos, punhos e tornozelos
• Lesões subagudas ou crónicas,
• Lesões de eczema agudo, • Menos exsudativas e mais com liquenificação mais marcada
exsudativas e crostas liquenificadas; xerose ++
ECZEMA ATÓPICO VARIANTES REGIONAIS
ECZEMA ATO8 PICO ESTIGMAS DE ATOPIA

Dupla prega de Hiperlinearidade


Queratose Pilar Pitirı́ase Alba
Dennie-Morgan palmar
ECZEMA ATO8 PICO
Ø Diagnósticos Diferenciais Psoríase

Dermatofitoses

Linfomas T cutâneos

Dermatite de Contacto

Eczema seborreico
ECZEMAS (outros)
Eczema Seborreico Eczema de Contacto
ECZEMAS (outros)
Eczema Seborreico Eczema de Contacto
• Placas eritemato-descamativas com • Eritema bem demarcado, edema,
escamas amareladas, oleosas vesículas e exsudação ou eritema,
• Zonas seborreicas: face (frontal, pré - descamação e liquenificação
auricular, supra-ciliar, sulcos nasogenianos, • Irritativo vs Alérgico
mento), couro cabeludo, pré -esternal, • Diagnóstico através de testes
pregas epicutâneos – investigação da causa
• Na criança: crosta lá ctea e dermatite da • Tratamento: evicção do
fralda irritante/alergénio, dermocorticóide,
• Tratamento: anti-fú ngico (Malassezia furfur) corticoide oral, pachos de chá preto
ECZEMAS (outros)
Eczema Asteatótico Eczema de Estase
ECZEMAS (outros)
Eczema Asteatótico Eczema de Estase

• Contexto xerose marcada, exposiçã o • Associação a insuficiência venosa


excessiva a á gua e climas secos Lipodermatosclerose (garrafa de
• Mais frequente nos idosos champanhe invertida)
• Fissuraçã o superTicial com conformaçã o • Agudo: eritema, exsudação, crostas /
rendilhada, rosa a eritematosa Crónico: placas eritematosas ou
• Mais comum nas extremidades acastanhadas, liquenificação, ulcerações
inferiores; poupa face, palmas, plantas • Tratamento: compressão, emoliente,
• Tratamento: emoliente com ureia dermocorticóide
ECZEMA ATÓPICO Terapêutica emoliente é a base!
Ø Tratamento
• Emolientes – idealmente 2x/dia; se pele lesada pode ser mal tolerado (aplicar dermocorticó ide primeiro)

• Higiene com fó rmulas nã o irritativas nem alé rgicas – banho rá pidos (5 min.) com á gua té pida (27-30ºC)

• Anti-inOlamató rios tó picos


• Corticoides – 1ª linha na fase aguda mas també m para manutençã o – preferir potê ncias I/II
• Inibidores da calcineurina – ú teis em zonas intertriginosas e necessidade de tratamento mais prolongada
(crianças > 2 anos)

• Tratamento reativo + Tratamento pro-ativo

• Terapê uticas sisté micas: Fototerapia, corticoterapia e outros imunossupressores, dupilumab

• Pouco benefı́cio dos anti-histamı́nicos – apenas se necessá rio efeito sedativo


CASO CLÍNICO

Ø 40 anos, género masculino

Ø Anos de evolução

Ø Placas eritematosas, com escama


micácea, bem definidas

Ø Simetricamente distribuídas pelos


cotovelos, joelhos e região lombo-
sagrada
PSORI1ASE
PSORÍASE
Ø Dermatose inOlamató ria cró nica sisté mica comum

Ø Dois picos de incidê ncia: 20-30 anos e 50-60 anos

Suscetibilidade
genética

Desregulação do sistema
imunitário inato
• Traumatismo (F. de Koebner)
Desregulaçã o do sistema
imunitá rio adaptativo • Infeções (++ streptococcus, VIH)
• Fármacos (lítio, β-bloqueantes, corticoides orais, anti-maláricos)
• Obesidade
• Álcool
Triggers ambientais • Tabagismo
PSORI8ASE
Ø Existem vários tipo de psoríase:
• Placas
• Gutata
• Inversa
• Pustular
• Eritrodérmica
Ø E vários locais atingidos:
• Couro cabeludo
• Cotovelos, joelhos, região lombo-sagrada
• Flexuras
• Genital
• Ungueal
• Mucosa oral
PSORI8ASE
Ø Diagnósticos Diferenciais
Eczema Atópico Sífilis Secundária

Eczema Numular

Líquen Plano Dermatite Seborreica


PSORÍASE
Ø Tratamento – Psorı́ase ligeira a moderada
• Dermocorticó ides
Em combinação: Enstilar®, Daivobet®, Dilabion®
• Aná logos da Vitamina D3
• A• cido Salicı́lio (zonas hiperquerató sicas, couro cabeludo)
• Inibidores da calcineurina tó picos (face e Olexuras)

Ø Tratamento – Psorı́ase moderada a grave (>5-10% da Ar rea de Superfı́cie Corporal)


• Fototerapia
• Retinó ides: acitretina
• Imunossupressores: metotrexato, ciclosporina
• Bioló gicos
CASO CLÍNICO

Ø 75 anos, género masculino

Ø Um ano de evolução, aumento


progressivo

Ø Pápulas eritematosa, brilhantes, com


vasos arboriformes

Ø Vertente nasal esquerda/infra-


orbitária
C A R C I N O M A
BASOCELULAR
CASO CLÍNICO

Ø 80 anos, género masculino

Ø Antecedentes de exposição solar


crónica (agricultor)

Ø Anos de evolução

Ø Múltiplas placas queratósicas, não


infiltradas

Ø Localizadas ao couro cabeludo e face


QUERATOSE
ACTÍNICA
CASO CLI\NICO

Ø 42 anos, gé nero feminino

Ø Antecedentes de exposiçã o solar


intensa e intermitente na infâ ncia

Ø Lesã o melanocı́ t ica, diferente das


restantes, de coloraçã o heterogé nea e
bordos irregulares com 6 mm

Ø Localizada ao dorso
MELANOMA
TUMORES MALIGNOS

9% 3%
CBC
18%
CEC 97%
Melanoma

70% • Carcinoma basocelular (basalioma)


Outros
• Carcinoma espinhocelular

• Melanoma
TUMORES MALIGNOS
Carcinoma Basocelular
Ø 3 subtipos principais:
• Nodular
• Superficial
• Morfeiforme

Ø Evolução lenta, invasivo localmente, mas metastização rara

Ø Mais frequente em áreas foto-expostas, nomeadamente face

Ø Fatores de risco: idade avançada, exposição solar intermitente, fototipo baixo, IMUNOSSUPRESSÃO, exposição a radiação
ionizante

Ø Referenciação – excisão, crioterapia, laser, curetagem e eletrocoagulação, terapêutica imunomoduladora


TUMORES MALIGNOS
Queratose Actínica e Carcinoma Espinhocelular
Ø Ocorrência de novo ou transformação de lesão pré-neoplásica:
• Queratoses actínicas e poroqueratose
• Queilite actínica e leucoplasia
• Radiodermite crónica, ulcerações crónicas, ...

Ø Rápida evolução, maior agressividade, metastização frequente

Ø Afeta qualquer área corporal, mais frequente nas áreas foto-expostas – face, lábio inferior, mãos

Ø Fatores de risco: exposição crónica continua, IMUNOSSUPRESSÃO, lesões ulceradas crónicas, infeção por HPV oncogénicos,
fototipos baixos

Ø Referenciação – excisão, curetagem e eletrocoagulação, terapêutica imunomoduladora, radioterapia, quimioterapia


TUMORES MALIGNOS
Melanoma

Ø Aumento da incidê ncia e mortalidade nos ú ltimos anos em Portugal


• Se deteçã o e tratamentos precoces – taxas de cura >90%
• Tumor agressivo com elevado potencial metastá tico – se metá stases, sobrevida 5 anos 9-27%

Ø Fatores de risco: exposiçã o intensa e intermitente a radiaçã o UV, fotó tipos baixos, histó ria de queimaduras na infâ ncia, utilizaçã o
de solá rios, histó ria familiar de melanoma, mú ltiplos nevos melanocı́ticos adquiridos (>100)

Ø Subtipos:
• Extensã o superTicial (MMES)
• Nodular (N)
• Lê ntigo maligno melanoma (LMM)
• Acral
TUMORES MALIGNOS
Melanoma

Ø Tipo de tumor cutâ neo mais comum em doentes jovens

Ø Mais frequente no tronco em e membros inferiores em (MMES e N) ou á reas de


exposiçã o solar cró nica como face, antebraços, dorso das mã os (LMM)

Ø Referenciar – excisã o e estadiamento – biopsia de gâ nglio sentinela, TC-TAP, RMN...


TUMORES MALIGNOS SINAIS DE ALARME

Ø Lesão que aumenta de tamanho e tem aspecto perolado, translúcido, preto ou multicolor

Ø Um nevo congénito ou qualquer mancha castanha que:

• muda de cor

• aumenta de tamanho ou espessura

• sofre mudanças na textura

• é irregular no contorno

• tem mais de 5 mm e/ou sofreu alterações recentemente

Ø Uma mancha ou ferida que contínua a causar comichão, dor, forma crosta, sofre erosão ou sangra
(Alguns)TUMORES BENIGNOS
Obrigada!
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