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DOENÇAS INFECCIOSAS DA

INFANCIA
Parte 2
Faculdade de Ciências Médicas de Três Rios - FCM/TR
Profª. Sonia Leidersnaider
Três Rios - RJ, Agosto, 2022
DOENÇAS FÚNGICAS
SUPERFICIAIS
Faculdade de Ciências Médicas de Três Rios - FCM/TR
Profª. Sonia Leidersnaider
Três Rios - RJ, Agosto, 2022
MICOSES SUPERFICIAIS

• São as que produzem infecções na pele, unha e mucosas

• Causadas por fungos primários- vivem no meio ambiente de forma


saprofiticamente e tem a capacidade de invadir um hospedeiro
normal e por fungos oportunistas que invadem na presença de uma
imunodeficiência

• Em geral o diagnóstico é clínico, luz de Wood e micológico


MICOSES SUPERFICIAIS: MALASSEZIA

• São em geral assintomáticas


• Apresentam uma descamação furfurácea da pele lesada –
ao raspar com a unha – Sinal de Besnier que na prática da
o diagnóstico clínico
• Principal diagnóstico é com a ptiríase alba da criança ,
vitiligo
• Tratamento: tópico com imidazólicos em 2 semanas e
tratar o couro cabeludo
• Imidazólicos: cetoconazol, miconazol, clotrimazol,
• Ciclopirox olamina
• Sulfeto de selênio tópico 2,5%, piritionato de zinco 1% e
cetoconazol shampoo- diariamente 1 sem, semanal e
mensal
MICOSES SUPERFICIAIS: MALASSEZIA

• A persistência das lesões hipocromicas após tratamento não é insucesso de


tratamento e sim recidiva em indivíduos predispostos.

• Não tem indicação para tratamento sistêmico na maior parte das vezes. Se necessário
usa-se cetoconazol, fluconazol ou itraconazol
• Não responde ao tratamento sistêmico com griseofulvina e terbinafina

• Profilaxia de recidivas: uso dos shampoos 2 a 3 x na semana e sabonete com enxofre a


acido salicílico em pessoas que transpiram muito
MICOSES SUPERFICIAIS: CANDIDA

• São leveduras da microbiota normal das mucosa, TGI


• Candida albicans ppal agente causador das candidíases ou
monilíase
• Aparece nos extremos da idade – imunodeficiência, além de
ambiente propício quente e úmido. Pode-se tornar invasiva

• Candidíase (sapinho): placas esbranquiçadas na língua,


mucosa oral e vaginal em base eritematosa
• Estomatite (queilite angular): fissuras dolororas do ângulo da
boca
• Intertrigo – lesões de dobras cutâneas ( axila, pescoço) com
maceração da pele com descamação, em geral pruriginosa
MICOSES SUPERFICIAIS: CANDIDA

• Tratamento da Candidíase oral


• Nistatina susp 100.000U/ml via oral
• Lactentes 2ml e crianças maiores 4ml 6/6h por 7 a 14 dias e
mantem até 2 dias após desaparecimento das lesões
• Miconazol em gel opção

• Tratamento da candidíase da dermatite fralda


• Nistatina ou cetoconazol 2x ao dia
• Acrescentar corticoide se área muito inflamada
MICOSES SUPERFICIAIS:
DERMATOFITOSES/TINHAS
• Dermatófitos: Microsporum, Trichophyton e
Epidermophyton
• Produzido por sudorese excessiva, imunossuprimidos
após contato com material contaminado (cães, gatos,
solo) ou interpessoal (creche)
• Tinha corporis (Impinge) recebe o nome de acordo
com o local acometido: inguinal, pé, mão, braço
• Forma clássica é anular, eritematopapulosa, de
crescimento rápido centrifugo, com atividade periférica
(borda elevada), podendo ser única ou múltiplas,
pruriginosa
• Tratamento tópico de imidazólicos, ciclopirox olamina,
terbinafina 2 a 3 x ao dia por 2 a 4 semanas
MICOSES SUPERFICIAIS:
DERMATOFITOSES/TINHAS
TINHA CAPITIS OU COURO CABELUDO
• Placa de tonsura única ou múltipla com eritema e graus
variados de descamação com cotos pilosos
• Kerion celsi placa elevada geralmente única, delimitada e
dolorosa com pústulas e micro abscessos (infecção
secundária) em geral acompanhado de linfoadenopatia

• Tratamento: sistêmico assim com nas ungueais


• Griseofulvina é a droga de escolha 15-20mg/kg/dia 2x ao
dia por 6 a 12 semanas, administrado junto as refeições
• Terbinafina 3 a 6mg/kg/dia 4 a 6 semanas
• Shampoo de sulfeto de selênio a 2,5% ou cetoconazol
INFECÇÕES VIRAIS: VERRUGAS

• Papiloma vírus humano (HPV) causa uma variedade


de doenças desde as verrugas a carcinoma pele
• As verrugas vulgares ocorrem com maior frequencia
nos dedos, periungueais,dorso das mãos, joelhos e
cotovelos
• As verrugas plantares em geral são planos devido a
pressão do peso e se tornam muito ceratótica e
podem ser dolorosas
• 65% das verrugas desaparecem espontaneamente
em 2 anos
• Tratamento: uso diário de acido salicílico em
colodio ou bastão
• Plantares e palmares com uso de acido salicílico a
40% em adesivos por 5 dias com intervalo de 2 dias
de descanso e debridamento da cerarotose com lixa
INFECÇÕES VIRAIS: MOLUSCO CONTAGIOSO
• Causada pelo poxvirus
• Adquirida por contato direto ou por autoinoculação
• Acomete principalmente 2 aos 6 anos
• Pápulas da cor da pele com superfície lisa e tamanho
variado tipicamente com uma umbilicação central
• Acomete qualquer parte do corpo com predileção
tronco, axila e membros superiores

• Doença autolimitada 6 a 9 meses. Podem persistir e


disseminar
• Tratamento: crioterapia com nitrogênio liquido,
Imiquimode 5% creme
DERMATOSES PARASITÁRIAS
Faculdade de Ciências Médicas de Três Rios - FCM/TR
Profª. Sonia Leidersnaider
Três Rios - RJ, Agosto, 2022
ACARO: SARCOPTES SCABIES

• ESCABIOSE OU SARNA
• Ocorre frequentemente por surtos epidêmico
incide em todas as idades.

• Em geral há mais de um caso no ambiente


familiar

• Transmissão: Contato direto (pode ser


transmitida por contato íntimo) e indiretamente
através de roupas e objetos pessoais. Sobrevive
1 - 3 dias fora do hospedeiro;
ESCABIOSE: QUADRO CLÍNICO
• Prurido noturno
• Lesão típica: túnel escabiótico
• Pápulas, crostas, escoriações
• Impetigo secundário
• Predileção por áreas de tecido frouxo
ESCABIOSE: QUADRO CLÍNICO
• Crianças e lactentes: acomete couro cabeludo e
região palmo plantar

• Forma nodular
ESCABIOSE

Diagnóstico: essencialmente clínico

Tratamento tópico:
• Permetrina 5% (loção ou creme) “de escolha” > 2 meses
• Enxofre 5 - 10% (em pasta d`água ou vaselina semi-sólida) < 2 meses
• Monossulfiram a 25% , Usa diluído

A medicação deve ser aplicada por 2 a 3 noites seguidas;


Repetir uma vez após 1 semana
Em crianças aplicar inclusive em couro cabeludo
Tratar contactantes – tratamento sistêmico ivermectina 1cp/30kg dose única e repete 7 a 14
dias
•Prurido pós-escabiose – corticoide
PEDICULOSE
Cabeça: Pediculus humanus var. capitis

Sobrevivem 1 a 2 semanas fora do corpo;


Transmissão contato direto pessoal e/ou por objetos;

QUADRO CLÍNICO: PRURIDO INTENSO DO COURO


CABELUDO

Pode haver sinais de escoriação e infecção secundária, com


repercussão ganglionar regional;

Além do achado do parasito, encontram-se as lêndeas


(ovos alongados e esbranquiçados, se fixam por meio de
uma gelatina ao longo do cabelos)
PEDICULOSE

TRATAMENTO LOCAL: Repetir após 1 semana

Shampoo de permetrina 1%- 10 min

Loção de permetrina 5% - 8 a 12 h

Solução de monossulfiran 25%

Deltametrina 0,02% por 8 a 12h

Remoção das lêndeas • Vinagre / água 1:2 ou em condicionador

Remoção dos piolho: • Pente

Tratamento sistêmico: ivermectina com repetição após 1 semana >5anos ou 15kg


TUNGUÍASE - Tunga penetrans

Bicho de pé
Zona rural: chiqueiros e currais
Pápula esférica branco-amarelada, com ponto negro
central; associado a prurido e dor
Localização regiões plantares, periungueais, interdigitais,
ocasionalmente genitália, períneo e membros
Tratamento:
Autolimitada (2 a 3 semanas)
Remoção completa do parasita
Tratamento da infecção secundária
Infestações intensas: Tiabendazol 30 - 50mg/kg/dia , 10dias (Máx: 3g / dia)
DERMATOSES POR HELMINTOS – Larva migrans

Bicho geográfico
Dermatose pruriginosa produzida pela inoculação
acidental na pele de larvas de ancilóstomos de animais
(cães, gatos)

QUADRO CLÍNICO:
Serpiginosa
Bolhosa
Papulosa
Edematosa
DERMATOSES POR HELMINTOS – Larva migrans

TRATAMENTO
Tópico
Tiabendazol 5%-25% pomada;
Congelamento da larva – nitrogênio líquido
Sistêmico
• Tiabendazol 25 - 30mg/kg, 2xdia por 3 dias; dose máx: 3g/dia
• Albendazol 400mg/dia ; 03 – 7 dias
• Ivermectina 200 mcg/Kg, DU, 1- 2 dias( cça >15Kg)
PRINCIPIOS DO TRATAMENTO DERMATOLÓGICO

APRESENTAÇÃO FORMULAÇÃO
LOÇÃO OU EMULSÃO São misturas de água e óleo em preparação fluida.
Após seu uso a agua evapora e predomina o óleo.
CREMES São misturas de agua e óleo em preparação
viscuosa, tem mais óleo que as loções
POMADAS Predominam óleo, praticamente sem agua. São
gordurosas e lubrificam a pele seca e descamativa
Àreas de palma da mão e planta do pé
GEL Áreas pilosas
CORTICOIDE TÓPICO
CORTICOIDE TÓPICO

Os de muito alta potencia praticamente não usamos em pediatria.

QUANTO USAR DE CORTICOIDE ?


CORTICOIDE TÓPICO

Utilizamos a medida do Fingertip Unit = Unidade da ponta do


dedo – no adulto a área corresponde a um lado da mão
Idade FTU
3 a 6 meses face e pescoço 1 FTU, braço e mão 1 FTU
1 e 2 anos 1,5 FTU
3 e 5 anos 1,5 a 2 FTU
6 e 10 anos 2

Em geral são usados 2 x ao dia. 7 dias


Tem absorção sistêmica com efeitos colaterais: catarata, estrias, supressão
supra renal, alteração de crescimento.
Máximo 2 semanas. Face e dobras tempo <. Desenvolvem taquifilaxia
DOENÇAS VIRAIS CUTANEAS
Faculdade de Ciências Médicas de Três Rios - FCM/TR
Profª. Sonia Leidersnaider
Três Rios - RJ, Agosto, 2022
VIROSES COMUNS DA INFANCIA
Mãe traz ao atendimento sua filha de 11 anos de
idade, que iniciou há 2 dias com “bolinhas”
vermelhas pelo corpo. Ela conta que essas lesões
iniciaram nas costas e foram aumentando em
número. Algumas parecem ter água dentro, e
outras já estouraram. Conta que a filho está bem
porém passa o tempo todo se coçando, mas que
está aceitando bem a alimentação e não tem
outras queixas.

VARICELA

Mãe informa que teve a criança teve contato com a


madrinha que está grávida de 5 meses e com seus
primos de 2 e 4 anos e desconhece se estão com
vacina em dia.
VARICELA

Etiologia: varicela zoster


Transmissão: contato com secreção das vesículas e aerossol; Alta contagiosidade 2
dias antes das lesões e até virar crostas

Clinica: pode ter pródomos ou não; febre também variada; distribuição centrípeta
incluindo mucosas. Inicia máculo papular e evolui com vesícula, pústula, crosta em
vários estágios de evolução

Diagnóstico: eminentemente clínico.


Complicações: Piodermite bacteriana secundária, ataxia cerebelar, pneumonia,
meningite, encefalite e Sìndrome de Reye – associada ao uso de AAS
Tratamento: sintomáticos inclusive para o prurido e evitar AAS
> 13 anos – Aciclovir VO 20mg/kg/dose máx 800mg 4x ao dia 5 dias
VARICELA

Bloqueio dos contactantes:


Imunocompetentes: vacina até 3 a 5 dias após exposição
• Imunodeprimidos, gestante e RN de mães que tiveram varicela entre 5 dias
antes do parto e 2 dias após parto, prematuros (gestação com 28 semanas)
cuja mãe não tenha tido varicela; prematuros (gestação com menos de 28
semanas) independentemente da história materna.
: imunoglobulina especifica antivaricela 125U/10kg 48 até 96h da exposição

Profilaxia primária: Vacina aos 15 meses e reforço entre 4 e 6 anos


VIROSES COMUNS DA INFANCIA

Escolar 7 anos, da zona rural é atendida pela primeira


vez em uma unidade básica de saúde (UBS).
Apresenta-se com quadro de febre há 1 dia
acompanhado de prostação e sintomas catarrais,
congestão de vias aéreas superiores, conjuntivite e
tosse. O médico prescreve sintomático para o quadro
viral. 48h depois retorna por febre persistente, alta
(39,5ºC) e piora da tosse. Como a criança parecia
toxemica e mantinha prostação é iniciado
amoxacilina. 24h depois a mãe retorna dizendo que a
amoxacilina deu alergia pois seu filho está com corpo
todo vermelho. Ao exame físico foram encontradas
exantema maculo papular difuco se manchas
esbranquiçadas puntiformes em mucosa oral

SARAMPO
SARAMPO

Etiologia: paramixoviridae
Transmissão: Aerossol; Alta contagiosidade 3 dias antes do exantema até 4 -6 dias
após

Clinica: Fase prodrômica lembra estado gripal: febre, tosse, coriza, conjuntivite e
presença de enantema na mucosa; Manchas de Koplik; Fase exantemática que se
inicia cabeça e pescoço e se disseminapara todo corpo; Fase de recuperação com
desaparecimento do exantema deixando fina descamação. A tosse é o último sintoma
a desaparecer

Diagnóstico: eminentemente clínico. Hemograma leucopenia com linfopenia.


Sorologia IgM positiva na fase exantemática
SARAMPO

Complicações: a pneumonia é a principal causa de morte e a otite média é a


complicação mais frequente. Encefalite grave. É causa crônica de panencefalite
esclerosante do sarampo- PEES

Tratamento: sintomático. Não há recomendação de terapia antiviral em pacientes


imunocompetentes nem antibiótico profilático. O uso de vitamina A é recomendado
em todas as crianças especialmente nos menores de 5 anos, e nos casos graves
(hospitalizados), para reduzir a sua morbidade e mortalidade. A dose administrada é
feita 1x ao dia por 2 dias sendo em >12 meses 200.00UI, entre 6 e 11 meses de idade
100.000UI e < 6meses 50.000UI

Bloqueio aos contactantes: vacinação até 72h após exposição até 39 anos;
Imunoglobulina até 6 dias nos contactantes domiciliares susceptíveis, lactentes < 6
meses, grávidas e imuno comprometidos
SARAMPO

CASO SUSPEITO DE SARAMPO

• doença de notificação compulsória

CASO SUSPEITO DE SARAMPO

• Indivíduo que, independente da idade e situação vacinal, apresentar:


* febre e exantema maculopapular

acompanhados de um ou mais dos seguintes sintomas:
• * tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite
DOENÇAS COMUNS DA INFANCIA

Escolar, 6 anos, com história de febre alta há


24 horas, acompanhada de cefaléia e dor de
garganta. Ao exame apresentava enantema
da mucosa oral, petéquias no palato mole,
amigdalas com exsudato purulento bilateral,
gânglio submandibular aumentado bilateral.
Feito diagnóstico de amigdalite bacteriana.
Evoluiu com aparecimento de exantema
micropapular difuso, mais intenso nas
dobras, associado de palidez perioral

ESCARLATINA
ESCARLATINA
Etiologia: Streptococus pyogenes ou beta hemolítico do grupo A
Transmissão: Aerossol; Alta contagiosidade
Clinica: febre alta com calafrios, dor de garganta, adinamia, surgimento de amigdalite e
adenopatia cervical, surge exantema 1 a 2 dias após que se espalha e poupa região
palmo-plantar. Palidez peribucal- sinal de Filatov e intensificação do exantema nas
pregas –sinal de Pastia.
ESCARLATINA

Após desaparecimento do exantema surge descamação


lamelar incluindo região palmo-plantar

Diagnóstico: eminentemente clínico. Hemograma leucocitose


com predomínio de segmentados e desvio para esquerda.
Aumento de ASO e anti-DNAse e testes rápidos
Complicações: Febre reumática, abscesso peri ou
retrofaringeano,
Tratamento: Penicilina oral, amoxacilina, penicilina benzatina
Isolar o paciente até 24h de uso de antibiótico
VIROSES COMUNS DA INFANCIA

Lactente de 16 meses é trazido pela mãe a UBS por


iniciar quadro de febre alta >39,5ºC de inicio
súbito, com irritabilidade. O exame físico na
ocasião encontrava-se normal e o médico
prescreve apenas antitérmico.
No terceiro dia de febre retorna a unidade e
continua sem outros sintomas porém a mãe muito
angustiada pela febre persistente. O médico opta
por iniciar amoxacilina e no dia seguinte a mãe
retorna dizendo que após a segunda dose do
antibiótico a febre cedeu porém amanheceu com
exantema maculopapular, róseo, discreto, que se
iniciou na face e pescoço e agora a tarde ficou mais
evidente no tronco.
O médico da unidade pede um hemograma pois a
mãe relata ter tido dengue na sua rua. O resultado
apresentava sem anemia, 3200 leucócitos com
65% de linfócitos e plaqueta de 130.000 EXANTEMA SÚBITO
EXANTEMA SÚBITO
Etiologia: Herpes vírus tipo 6 e 7
Transmissão: Aerossol
Clinica: período pré-eruptivo em geral com febre alta, irritabilidade e anorexia.
10% das crianças fazem convulsão febril nesse período. A febre dura 3 a 5 dias.
Periodo eruptivo: 12 a 24h após o desaparecimento da febre surge o exantema no
tronco e se espalha. Não há prurido nem descamação e dura em média 3 dias

Diagnóstico: eminentemente clínico com surgimento do exantema após


desaparecer a febre
Complicações: crises convulsivas febris
Tratamento: sintomática, sem necessidade de afastamento
VIROSES COMUNS DA INFANCIA

Escolar de 7 anos, vem à UBS com queixa de


manchas no corpo há 2 dias. Sua mãe informa
que há dois dias começou a apresentar febre não
aferida e logo a seguir surgiram manchas que
começaram no rosto e que se disseminaram
rapidamente pelos braços, pernas e tronco;
relata que a criança se queixou de dor de
garganta e dor de cabeça. Nega outros sintomas.
Ao exame: encontra-se em bom estado geral ,
lúcida, orientada, hidratada, mucosas coradas e
febril 38.2 °C, temperatura axilar. Apresenta
exantema máculo papular e puntiforme,
difusamente pela face e corpo, e linfonodos retro
auriculares, occipital e cervical presentes.
Orofaringe levemente eritematosa, sem placa de
pus RUBÉOLA
RUBÉOLA
Etiologia: Togaviridae
Transmissão: Aerossol, gotículas – 5 dias antes do eritema e até 6 dias após
Clinica: 40% dos casos tem infecção subclínica, fase prodômica com febre baixa,
dor de garganta, conjuntivite, cefaleia, mal-estar, linfoadenomegalia suboccipital,
retroauricular e cervical anterior; fase exantemática surgimento do exantema
maculopapular, irregular na face, pescoço e dissemina para tronco e membros.
Dura em média 3 dias e desaparece sem descamar

Diagnóstico: eminentemente clínico. Hemograma com neutropenia, leucopenia e


trombocitopenia. Sorologia com IgM para rubéola até 28 dias após o exantema
Complicações: raras. Trombocitopenia, artrite, encefalite e panencefalite
progressiva como complicação crônica
Tratamento: sintomática
Contactante: em geral não precisa pode ser feito com vacina até 72h
DOENÇA EXANTEMATICA DA INFANCIA

Pré- escolar de 2anos e 3 meses encontra-se em


tratamento para otite media aguda com
amoxacilina porém hoje é o 6º dia e continua
com febre. Apresenta-se apático, com exantema
maculo papular em tronco, membros e dorso,
conjuntivas intensamente hiperemiadas, palma
das mãos e dedos endurecidos e edemaciados.

DOENÇA DE KAWASAKI
DOENÇA DE KAWASAKI
Etiologia: desconhecida
Transmissão: infecção? Acomete principalmente menores de 5 anos . É decorrente
de vasculite necrosante de artérias de médio calibre
Clinica: 3 fases. Fase aguda (2 semanas) febre elevada que não responde aos
antibióticos. Surge hiperemia de conjuntiva não exsudativa, eritema de mucosa
oral – língua em framboesa, eritema e fissura dos lábios mas sem ulceração de
mucosa, eritema e edema de mãos e pés, linfadenite cervical em geral unilateral e
> ou igual 1,5m; também outras manifestações como miocardite, hepatite,
artrite.... Fase subaguda ( 2 a 4 semanas) diminuição da febre e dos demais
sintomas, persiste a conjuntivite, surge descamação perineal e periungueal ,
trombocitose e surgimento dos aneurismas coronários. Fase de convalescença ( 4
a 8 semanas) desaparecimento dos sintomas e normalização do VHS e da PCR
DOENÇA DE KAWASAKI
Diagnóstico completo: eminentemente clínico.

Critério mandatório: FEBRE PERSISTENTE POR PELO MENOS 5 DIAS E MAIS 4 CRITÉRIOS

Alteração de lábios e cavidade oral: eritemas, fissuras labiais, hipremia difusa de orofaringe, língua em
framboesa ou morango

Hiperemia conjuntival: bilateral não purulento

Alteração de extremidades: edema de dorso de mãos e pés, eritema palmar ou plantar na fase aguda;
descamação periungeal ou área perianal na subaguda

Exantema polimorfo – exceto vesico-bolhoso

Linfoadenopatia cervical > ou =1,5cm , geralmente unilateral


DOENÇA DE KAWASAKI
Diagnóstico incompleto: clínico- laboratorial .
Critério mandatório: FEBRE PERSISTENTE POR PELO MENOS 5 DIAS E MAIS 2 a 3 CRITÉRIOS CLINICOS +
VHS > 30mm/h e/ ou PCR > 3mg/dL
Associado a 2 condições laboratorias abaixo:

Leucocitos > 15.000/mm3


Anemia
Trombocitose >450.000/mm3 a partir de 7 dias (segunda semana)

Aumento de transaminases (TGP > 50U/l

Albumina < 3g/dL


Hiponatremia Na < 144 mEq/L
Piúria estéril

Ecocardiogrma compatível
DOENÇA DE KAWASAKI
Complicações: aneurisma coronariano
Tratamento:
Fase aguda:
a) imunoglobulina venosa (IVIG) 2g/kg EV em 12h que pode ser realizada até 10º
dia de febre. Reduz os sintomas clínicos em 90% e doença coronariana de 25
para 4%
b) AAS dose anti-inflamatória 80 a 100 mg/kg/dia 6/6h até 14º dia ou até que a
febre tenha cessado por 48h
A IVIG pode ser repetida no caso de não haver resposta no controle da febre ou
PCR se manter elevado.
Se a febre retorna são ditos Kawasaki resistentes e estes tem > risco de aneurisma
coronariana e uma 2ª dose de IVIG desse ser feito associado ao corticoide –
pulsoterapia por 3 dias ou imunossupressor
DOENÇA DE KAWASAKI
Tratamento:
Fase convalescente:
Manutenção do AAS dose antiagregante

Na presença de Trombose coronariana: Terapia fibrinolítica como estreptoquinase


Na presença de Anormalidades coronarianas: manutenção de AAS por tempo
indeterminado e clopidogrel 1mg/kg/dia
Atenção para vacina de varicela- risco de síndrome de Reye
Referências Bibliográficas
Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. Ministério da Saúde,
Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das doenças transmissíveis. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2a edição atualizada, 2019. Disponivel em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_
brasil_2_ed.pdf

Faltando
OBRIGADA

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