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ECTOPARASITOSES

Dra. Patricia B. de Melo


UFAM- Dermatologia
ESCABIOSE
• Agente patogênico um ácaro: Sarcoptes scabiei var. hominis, acometendo de
homem para homem, não afeta animais, a transmissão se dá por contato
pessoal.

• Não existe preferência por sexo, idade ou raça.

• Fora do hospedeiro em condições ambientais normais o S. Scabiei sobrevive


por 24 a 36 horas.

• Após o acasalamento o macho morre e a fêmea começa a por ovos no sulco


causado por ela através do estrato córneo e granuloso da epiderme.

• Elas vivem por 4 a 6 semanas, põem cerca de 40 a 50 ovos, após 3 a 4 dias


saem do túnel e deixam os ovos.
Escabiose

CLÍNICA
• Prurido é a principal manifestação, geralmente piora a noite. Inicia
de 3 a 4 semanas após a infecção e coincide com o aparecimento
da pápula inflamatória. Quando é reinfestação as lesões e os
sintomas são imediatos.

• Lesão patognomônica é um sulco com uma pequena saliência


linear que mede cerca de 1 cm e na extremidade há uma vesico –
pápula onde se encontra a fêmea.

• Distribuição clássica: axilas, mamas, pênis, nádegas, espaços


interdigitais das mãos, cinturas e pés.
Escabiose

CLÍNICA
Escabiose

CLÍNICA
Escabiose

CLÍNICA
Escabiose

DO RECÉM NATO E JOVENS:


• A face e o couro cabeludo podem estar infestados.
• Lesões eczematosas ou urticadas podem dificultar o
diagnóstico em lactentes.

NOS ADULTOS:
• Em pessoas muito asseadas as lesões podem passar
despercebidas.
• Nos idosos: muito prurido a noite, às vezes tratada como
prurido senil.
ESCABIOSE INFANTIL
ESCABIOSE INFANTIL
ESCABIOSE INFANTIL
Escabiose

SARNA CROSTOSA

• Hiperinfestação cujo numero de ácaro pode superar 1


milhão.
• Hoje associada aos imunodeprimidos (QT, doenças
malignas, transplantados, HIV positivo).
• Lesões crostosas com fissuras na pele e unhas
espessas e distróficas.
• Prurido evidente na maioria das vezes.
Escabiose

SARNA CROSTOSA
Escabiose

SARNA CROSTOSA
Escabiose

SARNA CROSTOSA
Escabiose

SARNA CROSTOSA
Escabiose

TRATAMENTO

• Importante tratar todos os habitantes da casa.

• Permetrina: Piretroide sintético eficaz e atóxico, na forma de creme


ou loção a 5% (em crianças, adultos, gestantes, nutrizes).

• Usado em todo o corpo, do pescoço aos pés e nas crianças também


no couro cabeludo e sulcos retroauriculares.

• Aplicar a noite e retirar no banho pela manhã, aplicado por 2


noites.

• Lavar toda roupa de cama e pessoal.


Escabiose

TRATAMENTO

• Monossulfiram: deve ser diluído em água. 2 partes nos


adultos e 3 partes nas crianças. Aplicado por 4 noites.
Possui efeito antabuse.

• Benzoato de Benzila: loção a 25% em todo o corpo por 4


noites, pode causar irritação na pele.

• Ivermectina: usado por via sistêmica. Em adultos e crianças


acima de 5 anos. Dose única repetida após 7 dias.
PEDICULOSE

• Causada por parasitas da ordem phthiraptera. Vivem toda


sua existência no hospedeiro.

• Os seres humanos são parasitados por 3 espécies da


subordem Anoplura, todos sugadores de sangue:

• Pediculus Humanus capitis (piolho da cabeça).

• Pediculus Humanus humanus (piolho do corpo).

• Pthirus pubis (piolho da região pubiana).


PEDICULOSE

• Pediculus capitis: durante o tempo de vida de 30 a 40 dias

as fêmeas produzem cerca de 300 ovos (7 a 10 por dia), os

ovos se predem aos cabelos por um material quitinoso

produzido pela fêmea, os ovos eclodem em 8 dias.


PEDICULUS CAPITIS
PEDICULUS CAPITIS
PEDICULOSE

• Pediculose do corpo: pediculus humanus, seu habitat são


as roupas do hospedeiro. Os ovos ficam presos nos fios das
roupas e vão à pele para se alimentar.

• Pediculose do Pubis: Pthirus Pubis – “piolho caranguejo”,


“Chato”. Parasitam os pelos da região genito-anal e
também: tronco, coxas, axilas, supercilio, cílios e barba.
Infestação por contato físico, quase sempre sexual.
AGENTES DA PEDICULOSE
PTHIRUS PUBIS
FTIRÍASE DOS CÍLIOS
QUADRO CLÍNICO

PEDICULOSE DO COURO CABELUDO


• Principal sintoma é o prurido.
• Lendeas presas principalmente na região occiptal e
retroauricular.
• Achado dos parasitas adultos necessita de exame mais
apurado.
• Presença de crostas hemáticas no couro cabeludo,
adenopatias podem ocorrer.
PEDICULOSE DO COURO CABELUDO
PEDICULOSE DO CORPO

• Máculas eritematosas, pápulas, crostas e escoriações =>

“doença do vagabundo”.

• Diagnóstico confirmado com o achado do parasita nas pregas

das roupas.
PEDICULOSE DO CORPO
QUADRO CLINICO:
PEDICULOSE DO PÚBIS OU FITIRÍASE

• Prurido – principal sintoma.

• Parasita na pele – cabeça introduzida no folículo


piloso.

• Presença de mácula caerulae (mancha cinza


azulada) – coxas, tronco.
PEDICULOSE DO PUBIS
PTHIRUS PUBIS
TRATAMENTO:
PEDICULOSE DO COURO CABELUDO
• Permetrina 1% sob forma de xampu, deixar por 10 minutos e enxaguar.

• Permetrina 5% - pode ser usado no couro cabeludo à noite, removendo


no dia seguinte. Repetir 7 dias após (lendeas eclodem).

• Spinosad - paralisia do piolho por fadiga neuromuscular. Também é


ovicida.

• Ivermectina em dose única – repetir após 7 dias

• Lendeas devem ser removidas com vinagre a 50% para molhar os


cabelos, facilita sua remoção.
TRATAMENTO:
PEDICULOSE DO CORPO E DO PÚBIS

• Na pediculose do corpo a melhora da higiene e lavagem


das roupas – cura.

• Pediculose do púbis: trata-se com permetrina a 5% ou


deltametrina a 0,02% em creme aplicado à noite, usar 2
dias seguidos e repetir após 7 a 10 dias

• Tratar os contatos sexuais.

• Lesões nos cílios – vaselina e retirar mecanicamente.


TUNGUÍASE OU TUNGIASE

• Penetração na pele da Tunga penetrans, que vive em lugares secos e


arenosos, sobretudo em zonas rurais.

• Hospedeiros principais são os porcos e o homem. São hematófagos, a


fêmea fecundada penetra na pele introduzindo a cabeça e o tórax
deixando para fora o orifício ovopositor.

• Na pele observa-se um nódulo amarelado com um ponto enegrecido


no meio. Pode haver prurido e as vezes dor. Comum nos espaços
interdigitais dos pés, região plantares. Após 2 semanas a pulga
expulsa os ovos e a fêmea morre.
TRATAMENTO

• Retirada da pulga com agulha e assepsia,

• Casos extensos pode-se usar o Tialbendazol 25mg/kg.

• Profilaxia – usar calçados.


TUNGIASE
TUNGIASE
TUNGIASE
TUNGIASE
LARVA MIGRANS
• Denominada dermatite linear serpiginosa, bicho geográfico ou de
praia, verme da areia.

• Entrando em contato com a areia ou solo contaminado com fezes


de cães e gatos.

• A doença ocorre pela penetração na pele das formas larvárias de


nematoides de cães e gatos. Penetra pela secreção de
hialuronidase.

• O Ancylostoma braziliensis é o agente etiológico mais frequente.


LARVA MIGRANS

CLÍNICA
• Lesões lineares, salientes, eritematosas, serpeantes, muito
pruriginosas provocadas pelo deslocamento da larva na pele.

• Algumas vezes podem ser vesiculosas ou bolhosas.

• Áreas mais afetadas : pés, pernas e nádegas.

• Síndrome de loffhler: infestação intensa e há invasão da


corrente sanguínea → infiltração transitória em placas no
pulmão com eosinofilia no sangue.
LARVA MIGRANS
LARVA MIGRANS
LARVA MIGRANS
LARVA MIGRANS
TRATAMENTO
• De acordo com o número de lesões e sua localização o tratamento pode
ser tópico ou sistêmico.
• Os medicamentos de escolha são o albendazol 400mg em dose única em
pacientes com menos de 60kg, ou 15 mg/kg/dia durante 3 dias.
• O seu uso não impede aleitamento.
• Ivermectina 200µg/kg em dose única podendo ser repetida após 7 dias.
• Tiabendazol 25mg/kg durante 5 dias é eficaz porém pode causar náuseas,
vômitos e tontura.
• Quando o número de lesões é reduzido e a pele da área não é espessa -
tratamento tópico com pomada de Tiabendazol a 5%.
• Nitrogênio líquido pode ser utilizado para o congelamento da lesão e a
morte da larva.

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