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ovos nas dobras de roupas e nos pelos do corpo, e a forma que

Ectoparasitoses: afeta o couro cabeludo põe ovos na base dos pelos – a fêmea
Os ectoparasitas vivem na superfície dos hospedeiros (externos produz uma substância cimentante que permite a fixação dela e
ao corpo). dos ovos nesses locais. Conforme os cabelos crescem, as lêndeas
→ Pediculose: ela acontece pelo parasitismo da subordem aderidas se afastam do couro cabeludo e, nesse estágio, as
Anoplura, sendo que as famílias que parasitam o ser humano são: lêndeas ou estão mortas ou já eclodiram – os ovos eclodem por
Pediculidae (Pediculus capitis e P. humanus) e Pthiridae (Pthirus causa do calor da cabeça.
pubis) e são hematófagos obrigatórios em todos os estágios. – Ciclo biológico: ovos – eclosão – ninfa 1 – muda – ninfa 2 –
muda – ninfa 3 – muda – adulto. O piolho não voa, não pula, não
salta.
– Transmissão: os piolhos são transmitidos por contato direto,
mas podem ser transmitidos por compartilhamento de objetos
pessoais e por contato sexual (IST – nos casos de infecção por
P. pubis – ftiríase).
– Epidemiologia: a P. humanus é mais comum em adultos,
associado a hábitos promíscuos e a falta da troca frequente de
roupas (em locais mais frios, em situações de guerra). Já a P.
Com novos hábitos de higiene e com o surgimento de inseticidas capitis é frequente em crianças e jovens, especialmente, no sexo
eficazes, os piolhos passaram a ser mais restritos a populações feminino.
mais específicas (população em situação de rua, crianças em * O P. pubis é semelhante ao P. capitis, mas parasita a região
idade escolar). De acordo com o Coura, existe uma associação púbica e, em casos de infestações maciças, pode acometer axila,
errônea, em que a pediculose do couro cabeludo esteja sobrancelhas, barbas, cílios, couro cabeludo. O P. pubis quase não
exclusivamente relacionada à falta de higiene e promiscuidade. se desloca, mas fica fixo à base dos pelos, realizando a
Ainda existem casos de epidemia, principalmente, pelos seguintes hematofagia de forma contínua.
fatores: resistência do P. capitis aos inseticidas, aumento da – Diagnóstico e profilaxia: o diagnóstico pode ser feito pela
população humana e mudanças nos hábitos sociais e afetivos inspeção do couro cabeludo (a presença de lêndeas não indica
(aglomerações, transportes públicos cheios), negligência, falta de infestação ativa) e observação das fases evolutivas do piolho, no
inspeção, falta de trocar as roupas para dormir. caso da pediculose do corpo.
A pediculose é uma infestação de piolhos sugadores e pode ser – Tratamento:
tanto do couro cabeludo, como do corpo. A caracterização clínica  Pediculose do corpo: retirar a roupa com os parasitas e
da pediculose se apresenta com prurido intenso, irritação da pele/ colocá-la na água fria com formol, a cada 4 dias. Em
couro cabeludo, infecções secundárias (como o impetigo), casos de lesões cutâneas, utilizar pomadas à base de
inflamação ganglionar e alopecia. corticoide e, se essas lesões estiverem infeccionadas,
* As infestações graves ocorrem com maior frequência em usar antibióticos. O aquecimento das roupas a 70º C por
casos de condições socioeconômicas precárias e alimentação 1 hora mata os piolhos.
inadequada, o que pode desencadear anemia, por causa da perda  Pediculose do couro cabeludo: aplicação de piolhicidas,
de ferro, que é tirado durante a hematofagia do piolho. após a remoção dos piolhos e o tratamento germicida.
* A pediculose de couro cabeludo é a ectoparasitose mais Além disso, deve-se fazer o controle natural dos
frequente, especialmente, nos casos de parasitoses infantis. Nas parasitas, como: catação manual (com a destruição do
crianças, a pediculose tem tanto um impacto físico, como inseto com fogo ou álcool), penteação frequente
psicológico. As consequências mais comuns da pediculose em (principalmente, com o pente-fino, para retirar os
crianças é caracterizado por: anemia (hematofagia), perturbação parasitas – causam danos físicos a lêndeas, ninfas e
do sono e redução do rendimento escolar. adultos), ar quente (principalmente, contra as lêndeas),
* A picada do inseto leva a uma inflamação no local, por causa da raspagem da cabeça, corte curto dos cabelos,
saliva do inseto. O prurido causado faz com que o paciente, ao óleos/cremes/vaselina (deixam os fios de cabelo mais
coçar, forme pequenas lesões na pele, as quais podem servir escorregadios, dificultando a aderência do piolho),
como portas de entrada para outros patógenos. Além do prurido, solução salina (água e sal nos cabelos, a fim de alterar a
o piolho do corpo pode agir como um vetor para o tifo concentração osmótica das lêndeas).
exantemático (transmitido pelas fezes, causado pela bactéria  Tratamento farmacológico: benzoato de benzila (não
Rickettsia prowazeki), a febre das trincheiras (Bartonella quintana) usar em casos de infestação com infecções
e a febre recorrente (Borrelia recurrentis). secundárias), organoclorados, compostos sulfurados,
– Biologia: a P. humanus vive no corpo, enquanto que a P. capitis ervas medicinais, piretroides sintéticos (permetrina –
fica no couro cabeludo. A forma do piolho que afeta o corpo põe causam paralisia do inseto, não é ovicida), ivermectina
(eficaz para ninfas e piolhos adultos – não aprovado pela porque os ácaros estão mais ativos, pois o hospedeiro está mais
FDA nos casos de via sistêmica) aquecido.
* Cuidado ao administrar inseticidas, pois são tóxicos e * As regiões mais afetadas são: dedos, pregas interdigitais, mãos,
podem desencadear reações alérgicas. punhos, cotovelos, axilas, virilhas, mamas, região periumbilical e
– Medidas de controle: educação em saúde, esclarecimento glúteos.
sobre biologia/controle/transmissão/tratamento da pediculose, * O prurido leva o hospedeiro a coçar as regiões afetadas,
incentivo à busca de piolhos e lêndeas na cabeça/corpo. podendo causar lesões, as quais são portas de entrada para
→ Escabiose: é uma ectoparasitose (também chamada de sarna infecções secundárias (com maior frequência, as infecções
sarcóptica) causada por um ácaro (da classe Arachinida), da estreptocócicas e estafilocócicas).
ordem Sarcoptiformes, pela espécie Sarcoptes scabiei. Esse – Imunologia: o hospedeiro que está mais suscetível é aquele que
ácaro causa lesões profundas, com prurido, dermatites e tem prevalência da resposta Th2, com produção de IgE. A
espessamento da pele. O S. scabiei possui algumas variedades resposta Th1 é mais eficaz contra o parasito, a partir da liberação
(como hominis e canis), sendo morfologicamente semelhantes, de IFN-gama.
mas genética e fisiologicamente diferentes – por isso, a escabiose Diversos ácaros são capazes de evadir da resposta imune
afeta os hospedeiros em que cada variedade está bem adaptada. relacionada ao sistema complemento (por meio de proteases –
O S. scabiei é sensível no ambiente, sendo que ele sobrevive 1 dia SMIPP-S – scabies mite inactived proteases paralogues), pois esse
fora do hospedeiro e condições como baixa umidade, calor sistema é prejudicial para o parasita por causar danos às células
intenso e luz solar direta também reduz a sobrevida do ácaro. intestinais ao entrar em contato com o sangue repleto dos
– Ciclo biológico: os estágios de desenvolvimento do S. scabiei componentes do complemento.
são: ovo – larva – ninfa – adulto. Esse parasita fica na superfície – Diagnóstico: é feito a partir do exame clínico (anamnese,
da pele. O macho e a fêmea copulam e as fêmeas, depois da exame físico) e laboratorial (diagnóstico de certeza –
cópula, perfuram a epiderme (com formação de túneis ou parasitológico).
galerias) e deixam os ovos. Cerca de 3-5 dias, os ovos eclodem e ➢ Diagnóstico clínico: queixas de prurido intenso à noite,
as larvas são liberadas, cavam túneis laterais e seguem para a evolução das lesões (aspecto, extensão e localização) e
parte mais superficial dessas perfurações, passando por mudas histórico de pessoas próximas.
para se tornarem ninfas e, em seguida, em fêmeas ou machos. ➢ Diagnóstico parasitológico: exame da fita gomada e
* O parasita (exceto na fase de ovo) se alimenta das células da exame do raspado de pele.
epiderme e do material extravasado no local parasitado. – Tratamento e prevenção: a escabiose é tratada por acaricidas
– Transmissão: contato direto, especialmente, em locais com administrados de forma sistêmica ou tópica.
aglomerações. A transmissão pode ocorrer, também, por meio ➢ Medicação tópica: banho morno para retirar as crostas e
de fômites, a partir do compartilhamento de objetos pessoais ou aumentar o contato do medicamento com os ácaros na
contato com maçanetas/cadeiras/corrimões. É necessário que o pele. Depois disso, aplicar benzoato de benzila,
ácaro se estabeleça na pele do hospedeiro e forme outros deltametrina, tiabendazol, monossulfetos de tetratiltiuram
ácaros, de forma a aumentar a quantidade de parasitas capazes – por, pelo menos, 3 dias.
de ocasionar o quadro clínico da escabiose. ➢ Medicação sistêmica: ivermectina.
– Patogenia e quadro clínico: a infecção se inicia a partir da * Esses medicamentos não agem contra os ovos do ácaro e, por
escavação da pele pelas fêmeas, o que lesiona os tecidos, por isso, é recomendado que haja um novo tratamento depois de 1
meio da saliva, a qual contém proteases e outros componentes. semana do primeiro tratamento, para atingir os ácaros que
Além disso, as escavações ficam repletas de produtos de eclodiram.
excreção do parasita e de ovos, sendo que isso desencadeia a A prevenção da escabiose é feita por: evitar contato íntimo com
resposta inflamatória do local, com descamação da pele e pessoas doentes, boa higiene pessoal e tratar os fômites (higiene
extravasamento de líquido. do ambiente, colchões, colchas, lençóis, peças íntimas)
O período de incubação é de 1 dia a 6 semanas. Os principais – Epidemiologia: a escabiose é uma das ectoparasitoses mais
sintomas relatados são pápulas e lesões eritematosas no local da comuns no ser humano, mas, com o desenvolvimento de
infecção. Depois de um tempo, essas lesões progridem para medicamentos eficazes, o número de casos de escabiose reduziu
outras áreas do corpo, principalmente, por causa do contato da drasticamente. Sendo assim, os surtos epidêmicos de escabiose
pele com as mãos contaminadas do próprio hospedeiro. Em estão associados a locais de risco, como: asilos, creches, hospitais,
casos avançados, pode haver espessamento da pele, com presídios e outros locais com grandes aglomerações.
formação de crostas na porção central da lesão e bordas Essa doença é mais comum nas populações
eritematosas – nesse estágio da doença, ela é conhecida como socioeconomicamente desfavorecidas, com baixos níveis
sarna crostosa ou sarna norueguesa, mais frequente em nutricionais e higiênicos. Os principais motivos de ocorrência de
imunocomprometidos. Há um prurido intenso em todas as fases surtos são: tamanho da população, hábitos, migração, resistência
da escabiose, mais frequentemente, durante a noite – isso
do parasita, desinformação, condições socioeconômicas e erros  Pseudomiíases: acontecem a partir da ingestão de larvas
diagnósticos. que passam para o TGI. As espécies mais comuns,
RESUMO: nesses casos, são: Psychoda sp. (mosquitinho do
É uma infecção causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, que causa banheiro), Eristalis tenax e Ornidia obesa, Hermetia
lesões em forma de vesículas, pápulas ou pequenas depressões illuscens (“larva da laranja”), Musca domestica, Ceratitis
nos locais em que os ovos desse parasita foram deixados. Isso spp. (mosca-das-frutas, “bicho da goiaba”) – miíase
causa prurido intenso, devido à resposta imunológica contra os acidental.
metabólitos do ácaro. Os locais mais acometidos são regiões – Classificação clínica: miíases cutâneas e cavitárias (infestações
interdigitais, face anterior dos punhos e das axilas, região nas mucosas, cavidades nasais, destruição das cartilagens,
periumbilical, sulco interglúteo e órgãos genitais masculinos. infestações que afetam o TGI)
Essa parasitose é transmitida por meio de contato direto com – Principais espécies causadoras de miíase:
pessoas infectadas e por meio de fômites contaminados. As  Família Calliphoridae: As espécies mais importantes
infecções secundárias à escabiose, causada por estreptococos pertencem aos gêneros Cochliomyia, Lucilia e
beta-hemolíticos, pode causar glomerulonefrite. Nos pacientes Chrysomya.
imunocomprometidos, pode ocorrer uma dermatite generalizada.
 Cochliomyia hominivorax (“mosca varejeira”): são
→ Tratamento: ivermectina, permetrina, deltametrina,
abundantes em climas quentes e úmidos. Depois
histamínicos sedantes (para aliviar o prurido) e antibióticos nos
que as moscas na fase adulta copulam, elas
casos de infecções secundárias.
começam a pôr ovos nas aberturas do corpo e nas
* Não é de notificação compulsória.
soluções de continuidade (feridas). Os ovos levam
* O paciente deve ser afastado até 1 dia depois do tratamento,
cerca de 12-20 horas para eclodirem e, depois da
para evitar a transmissão e a ocorrência de surtos.
eclosão, as larvas se alimentam dos tecidos, sendo
→ Miíase: a miíase (myas = moscas) é uma infestação de seres
que a parte anterior delas fica para dentro dos
humanos (ou outros vertebrados) por meio das larvas de tecidos, enquanto que a parte posterior entra em
dípteros (classe de insetos, como as moscas) que possuem uma contato com o ambiente (espiráculos respiratórios).
parte do ciclo de vida no hospedeiro vertebrado (nutrição e Quando as larvas estão em sua última fase do
evolução). Esses insetos se alimentam de tecidos/fluidos do desenvolvimento, elas passam por 2 mudas e caem
hospedeiro ou do alimento que o hospedeiro ingeriu. As miíases no solo, onde vão se transformar em pupa e, cerca
podem ser furunculares ou traumáticas (se instalam em locais de 8 dias depois, se tornam adultas.
lesionados, nos quais as moscas começam a parasitar).
 Controle: esterilização dos machos (depois da
* Exemplos de espécies causadoras de miíase: Cochliomyia
cópula, as fêmeas põem ovos inférteis).
macellaria, gêneros Lucilia e Chrysomyia, Cochliomyia hominivorax,
Ophyra spp., Muscina stabulans, Dermatobia hominis (causa miíase  Cochliomyia macellaria:
furuncular – berne).  A biologia é semelhante à C. hominivorax, mas
– Classificação das miíases: podem ser classificadas de acordo a oviposição da C. macellaria é feita sobre
com a localização (cutânea, subcutânea, cavitária, ocular, anal, feridas necrosadas ou sobre cadáveres.
vaginal), a biologia da mosca (obrigatórias, facultativas,  Lucilia: no Brasil, o parasitismo por moscas do
pseudomiíases) e o tipo de tecido acometido. gênero Lucilia estão mais associados a miíases
 Miíases obrigatórias (primárias): se desenvolvem, de facultativas. Algumas espécies presentes no Brasil
forma natural e não traumática, no hospedeiro (sobre o são: L. cuprina, L. eximia, L. sericata.
hospedeiro ou dentro dele). As famílias de moscas mais  Chrysomya: exemplos de espécies desse gênero
frequentes são: Calliphoridae (gêneros Cochliomyia, são: Chrysomya putoria/chloropyga, C. megacephala
Chrysomya e Lucilia), Muscidae (gênero Philornis) e e C. albiceps. Esse tipo de mosca se alimenta das
Oestridae (gêneros Cuterebra, Dermatobia, Hypoderma, fezes e são associados à transmissão de patógenos
Gasterophilus e Oestrus) – larvas biontofagas, miíase que afetam o TGI.
específica.  Família Sarcophagidae: as moscas dessa família se
 Miíases facultativas (secundárias): causadas por larvas de desenvolvem a partir de larvas, por isso, as fêmeas são
moscas que, na maioria das vezes, se desenvolvem na chamadas de larvíparas. As larvas são depositadas em
matéria orgânica decomposta, mas também podem cadáveres e em matéria orgânica em decomposição. As
infectar os tecidos em necrose do hospedeiro vivo. larvas penetram os tecidos e se alimentam deles, até
Exemplos de famílias desse tipo de miíase são: que, depois de chegarem ao último estágio larval, caem
Calliphoridae, Fanniidae, Muscidae e Sarcophagidae – no chão e formam as pupas (enterradas em terra fofa
larvas necrobiontofagas, miíase semiespecífica.
ou embaixo de folhas). Depois disso, os adultos saem das
pupas.
– Tratamento (das famílias Calliphoridae e Sarcophagidae):
limpeza da ferida, anestesia do local da lesão, retirada da larva
(uma por uma), tratamento da ferida com antibiótico
(bacteriostático local ou de amplo espectro). Nos casos mais
avançados, pode haver a necessidade da realização de cirurgias
plásticas, para reconstruir a área tecidual destruída pelas larvas.
 Família Oestridae, subfamília Cuterebrinae: as larvas são
conhecidas como “berne”, “ura” e “tórsalo”. As espécies
dessa família são restritas ao Novo Mundo. A espécie
Alouattamyia baeri tem larvas que infectam a faringe,
causando tosses, vômitos e irritação na garganta. A
espécie Dermatobia hominis causa, frequentemente,
 Família Oestridae, subfamília Oestrinae: são raros os
miíase humana. Os adultos não se alimentam e logo
casos que essas espécies parasitam os seres humanos.
após o nascimento, ocorre a cópula. A fêmea fecundada
Quando existem casos em humanos, há relatos de
captura um inseto hematófago e insere nele cerca de
intensa irritação conjuntiva.
15-20 ovos. Esses ovos ficam aderidos no abdome do
inseto hematófago. Dentro dos ovos, as larvas se  Família Oestridae, subfamília Gasterophilinae: raramente
desenvolvem e, quando o inseto hematófago faz seu afetam os humanos, mas, quando afetam, levam a um
repasto sanguíneo, a larva sai do ovo e chega à pele do quadro de lavra migrans cutânea.
hospedeiro, penetrando a pele. No hospedeiro
vertebrado, as larvas se alimentam e passam por mudas, BIBLIOGRAFIA:
até que deixa o hospedeiro e cai no chão, onde vai se – COURA, José Rodrigues (Ed.). Dinâmica das doenças infecciosas e
parasitárias. 2. ed., amp. atual. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, c2013. 2
transformar em pupa e, em seguida, se transforma em
v. Cap. 36.
adulta. O berne causa um prurido intenso e dor, sendo
– NEVES, David Pereira. Parasitologia humana. 13. ed. São Paulo: Atheneu,
que a lesão formada facilita a entrada de bactérias e de
2016. Cap. 48, 50, 52.
larvas de outras moscas.
– REY, Luís. Bases da parasitologia médica. 3. ed. Rio de Janeiro:
* Quando a larva penetra na pele, há o desenvolvimento Guanabara Koogan, c2010. Cap. 38, 40, 41.
de resposta inflamatória, deixando uma lesão eritematosa – Brasil. Ministério da Saúde. Doenças infecciosas e parasitárias:: guia de
e papular, parecida com um furúnculo. No ápice da bolso / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
lesão, exste um orifício que, com o desenvolvimento da Departamento de Vigilância Epidemiológica. 8. ed. Brasília: Ministério da
larva, permite a observação do parasita. Na lesão, forma- Saúde, 2010. Capítulo sobre Escabiose.
se uma cápsula fibrosa e cada lesão possui uma larva.
Os pacientes referem dor no local da lesão e sentem os
movimentos da larva. Depois que a larva sai do
hospedeiro e vai para o solo, a lesão tende à cura, mas
fica suscetível à entrada de outros patógenos.
– Tratamento: retirada do berne (raspar os pelos da região, colar
um esparadrapo e deixá-lo na pele por 1 hora, retirar o
esparadrapo e tratar a ferida com bacteriostático local). Caso isso
não funcione, podem-se utilizar outros métodos, como a nicotina
presente no fumo de rolo, a qual é capaz de matar o berne.
* O berne deve ser retirado inteiro, o que facilita a cicatrização
da lesão e evita infecções secundárias.
* O berne deve ser morto antes de ser retirado, pois, quando
está vivo, possui espinhos que se aderem ao hospedeiro.

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