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Enteroparositoses

Machos:
Ascaris lumbricoides
- medem cerca de 20 a 30cm de
Características gerais
comprimento
- Conhecido popularmente como
- Menores que as fêmeas
lombriga
- Apresentam cor leitosa
- Causa ascaridíase
- Apresentam dois espículos iguais
- A. Lumbricoides X A. Suum (não
que funcionam como órgãos
infecta humanos, apenas suínos)
acessórios da cópula (formato de
- O saneamento contribui para a gancho na parte posterior)
diminuição da prevalência
- Possui testículos
- Afeta principalmente crianças,
Fêmea
menores de 12 anos (o ovo vai ser
liberado no ambiente externo, as - Medem cerca de 30 a 40cm
crianças acabam pegando em areia - A cor, a boca e o aparelho
ou em outras coisas contaminadas digestivo são semelhantes ao dos
com os ovos e colocam na boca) machos
- Os adultos também pode pegar - Parte posterior reta; possui anus,
- Filo nematoda vulva, útero, ovário
Quando o macho cópula a fêmea, ela
vai fecundar os ovos internamente,
Morfologia
por isso precisa ser maior (por dia,
São vermes longos, cilindricos e com pode colocar 200 mil ovos)
extremidades afiladas, principalmente
Ovos:
na região anterior
- Originalmente são brancos e
Em sua cabeça possuem
adquirem cor castanha devido ao
dentículo/serrilhas
contato com as fezes
- São ovais e com cápsula espessa Ciclo biológico
- Possuem 3 camada: - Monoxenico (precisa de um único
1 - Externa mamilonada, formada por hospedeiro)
mucopolissacarídeos (função de - O hospedeiro contaminado vai
aderência a superfícies) liberar ovos nas fezes, em um local
2 - Membrana média constituída de inapropriado
quitina e proteína - Os ovos não saem embrionados
3 – Membrana interna, delgada e - Passa por três etapas: l1, rabditoide;
impermeável à água constituída de uma semana depois a L2;
25% de proteínas e 75% de lipídios posteriormente a L3 infectante
(confere ao ovo grande resistência (acontece no meio externo, com
às condições adversas do ambiente) temperatura de 25 a 30 graus e
-- A fêmea sozinha pode liberar umidade alta, além da oxigenação)
ovos, mas vai liberar ovos inférteis - A pessoa vai ingerir o ovo com a
larva L3, que vai passar pelo
estômago (sendo protegido do ácido
Habitat pelas camadas)
- intestino delgado, principalmente no - Chegando ao intestino delgado ele
jejuno e íleo vai eclodir (temperatura ideal, ph,
- Mas pode ser encontrado em co2)
outros órgãos, causando outras - Ela rompe a parede intestinal e vai
reações, mas é raro para os vasos linfáticos e por meio
da veia mesentérica inferior, chega
ao fígado (18 a 24h da ingestão)
Transmissão
- Do fígado, ela migra para os
- Por água ou alimentos
pulmões (4 a 5 dias)
contaminados com ovos de larva L3
(fezes, vento) - Com 8 dias elas se transformam
em larva L4, encontrada nos
- Poeira e insetos (mosca e baratas)
capilares
- Rompe os capilares e vai para os - Mecânica: obstrução intestinal, por
alvéolos, onde vão se transformar ter muitos verme eles começam a
em L5 se enrolar e tampa a passagem do
- Sobe pela árvore brônquica e pela intestino, o bolo alimentar não
traqueia e chega na faringe consegue passar

- Lá ela pode ser expectorada pelo - Localização ectópica: eliminação


nariz ou pela boca, ou pode ser pela boca e nariz
deglutida novamente Outros sintomas:
- Com 20 a 30 dias após a infecção - fígado: foco hemorrágico e
se tornam adultos; com 60 dias necrose
chegam na maturidade sexual, - Pulmões: pontos hemorrágicos
podendo viver de 1 a 2 anos no (síndrome de loefler, tosse, febre e
hospedeiro dispineia)
- Tosse: muco, sangue e larvas
Patologia - Obstrução intestinal
- infecções de baixa intensidade: 3 a - Febre
4 vermes, não vai apresentar
sintomas
- Infecções médias: 30 a 40 vermes, Diagnóstico
quase não aparece sintomas - pesquisa de ovo nas fezes por
também sedimentação espontânea ou pelo
- Infecções maciças: mais de 100 método kato
vermes; - Apenas fêmeas - ovos inférteis
Causando ações: - Apenas machos - exame negativo
- espoliadora: compete os nutrientes,
causa subdesnutrição
Epidemiologia
- Tóxica: reage a anticorpos e
- grande disseminação na Ásia, África
antígenos (edema, coceira)
e América Latina
- 30% da população mundial é Ovos:
parasitara - Apresentam um formato elíptico
- Maior prevalência em crianças (bola de futebol americano) com
- Áreas desprovidas de saneamento poros salientes e transparentes nas
extremidades
- Preenchidos por material lipídico.
Prevenção
- A casca do ovo de Trichuris é
- saneamento básico formada por três camadas distintas:
- Higiene pessoal 1 - Uma camada lipídica externa
- Tratamento dos doentes 2 - Uma camada quitinosa
- Lavagem correta de alimentos intermediária
- Tratamento de água 3 - uma camada vitelinica interna,
que favorece a resistência destes
- Educação ambiental
ovos a fatores ambientais.

Trichuris trichiura Habitat

Tricuriase - Os adultos são parasitos de


intestino grosso de humanos, e em
Morfologia infecções leves ou moderadas, estes
- Adultos medem de 3 a 5cm de a vermes habitam principalmente o
comprimento, sendo os machos ceco e cólon ascendente do
menores que as fêmeas. hospedeiro
- A boca, localizada na extremidade - Nas infecções intensas ocupam
anterior é uma abertura simples e também colon distal, reto e porção
sem lábios, seguida por um esofago distal do ileo.
bastante longo e delgado, que ocupa
aproximadamente 2/3 do
Ciclo biológico
comprimento total do verme.
Fêmea + macho = ovos - fezes.
- Os vermes adultos são dióicos e
com dimorfismo sexual
- Os ovos infectantes podem - Os sintomas relatados estão
contaminar alimentos sólidos e associados a distúrbios locais, como
líquidos, podendo serem ingeridos dor abdominal, disenteria,
pelo homem. sangramento e prolapso retal, bem
- As larvas eclodem através de um como alterações sistêmicas, como
dos poros presentes nas perda do apetite, vômito, eosinofilia,
extremidades do ovo, na luz do anemia, desnutrição, retardamento
intestino, e as larvas penetram nas no desenvolvimento fisico e
criptas glandulares do cécum, onde comprometimento cognitivo.
permanecem dois dias, completado
seu desenvolvimento.
Ancylostoma ssp.
- Os vermes adultos fixam-se na
mucosa, onde mantêm mergulhada a Anciolostomiase
extremidade cefálica
Morfologia: Adultos machos e
fêmeas cilindriformes, com cor
Patologia róseo-avermelhada, quando frescos,
As lesões são mínimas e, mesmo e branca após mortos por solução.
nas infecções pesadas, não há Fêmea > macho.
fenômenos inflamatórios importantes. Apresentam duas estruturas muito
Pode haver mecanismos irritativos caracteristicas: a cápsula bucal, nas
sobre as terminações nervosas da fêmeas e machos, e a bolsa
parede intestinal, produzindo reflexos copuladora, nos machos.
que alterem o peristaltismo e as
funções do grosso intestino, ou em
hipersensibilidade aos produtos Habitat
metabólicos do helminto. O habitat dos vermes adultos é
Em infecções intensas e crônicas, o constituído pelas porções altas do
parasito se distribui por todo o intestino delgado, mas nas infecções
intestino grosso, atingindo também a pesadas podem ser encontrados até
porção distal do ileo e reto. no ileo e no ceco.
Eles se deslocam de vez em quando nova, transformando-se em larva de
para sugar em outro ponto ou para segundo estádio (L2) - rabditóide.
assegurar a aproximação sexual, Após, a L2 também com
ainda que permaneçam a maior movimentos serpentiformes e se
parte do tempo aderidos a mucosa, alimentando de matéria orgânica e
por sua capsula bucal. microrganismos, começa a produzir
uma nova cutícula, internamente, que
Ovos passa a ser coberta pela cutícula
velha (agora cutícula externa)
Os ovos das várias espécies são passando então a se transformar em
muito parecidos, ovoides ou elipticos, larva de terceiro estádio, L3 -filarioide
de casca fina e transparente. (esôfago cilíndrico e sem bulbo),
Entre a casca e a célula-ovo há infectante e não se alimenta
sempre um espaço claro.

Transmissão: só ocorre quando as


Ciclo biológico L3 penetram ativamente, através da
pele, conjuntiva e mucosas, ou
Fêmeas - intestino delgado - fezes.
passivamente, por via oral.
No meio exterior, os ovos
necessitam de um ambiente propicio,
principalmente boa oxigenação, alta Quando a infecção é ativa, as L3 são
umidade (>90%) e temperatura estimuladas por efeitos térmicos e
elevada. químicos iniciam o processo de
penetração escapando da cutícula
Formação da larva de primeiro
externa, e, simultaneamente,
estádio (L1), do tipo rabditoide
ajudadas pelos seus movimentos
(esôfago com corpo, istmo e bulbo
serpentiformes, começam a produzir
posterior) e ocorre a eclosão do ovo.
enzimas, semelhantes a colagenase,
No solo, a L1, apresenta movimentos que facilitam o seu acesso através
serpentiformes e se alimenta de dos tecidos do hospedeiro.
matéria orgânica e microrganismos
A penetração dura cerca de 30
devendo, em seguida, perder a
minutos.
cutícula externa, após ganhar uma
Da pele, as larvas alcançam a A altura do duodeno, as larvas
circulação sanguínea elou linfática, e penetram na mucosa, atingindo as
chegam ao coração, indo pelas células de Lieberkühn, onde mudam
artérias pulmonares, para os pulmões. para L4, após cerca de cinco dias da
Alvéolos bronquiolos (aux de infecção.
movimentos, secreções e cílios da Em seguida, as larvas voltam a luz do
árvore brônquica). intestino, se fixam a mucosa e iniciam
Atingem a traqueia, faringe e laringe o repasto sanguíneo, devendo
quando, então, são ingeridas, depois mudar para L5.
alcançando o intestino delgado, seu Com a diferenciação de L5, em
hábitat final. adultos, a cópula tem início e os ovos
Durante a migração pelos pulmões, a logo em seguida começam a ser
larva perde a cutícula e adquire uma postos, sendo eliminados através das
nova, tornando-se a L4. fezes.

Ao chegar no intestino delgado, a


larva começa a exercer o Diagnóstico
parasitismo hematófago, fixando a Anamnese e associação de sintomas
cápsula bucal na mucosa do cutâneos, pulmonares e intestinais,
duodeno. aliado com 0 parasitológico de
Há transformação da L4 em L5 e a fezes/exame de sangue para
diferenciação de L5 em adultos após verificar se a pessoa está com
30 dias. anemia e deficiência de
Quando a penetração das L3 é por
via oral, principalmente através de Prevenção
ingestão de alimentos ou água, elas
perdem a cutícula externa no O uso de calçados, a quimioterapia
estômago (por ação de suco com anti helmínticos, a medicação
gástrico e pH) depois de dois a três anti-anêmica, o destino sanitário dos
dias da infecção, e migram para o excretos e o combate às larvas no
intestino delgado. solo.
Nas formas graves, são encontradas
Strongyloides stercoralis-
da porção pilórica do estômago até
estrongiloidiase o intestino grosso.
Morfologia
- As fêmeas parasitas são Ciclo biológico
partenogenéticas (desenvolvimento As larvas rabditóides fezes podem
da larva a partir de um ovo NÃO seguir dois ciclos: o direto, ou
fecundado) e produzem larvas que, partenogenético, e o indireto,
saindo para o meio externo, dão sexuado ou de vida livre, ambos
machos e fêmeas de vida livre. monoxênicos.
Ovos: Consequência das fêmeas
São elípticos, de parede fina e partenogenéticas, parasitas que são
transparente, praticamente idênticos triplóides (3n) e podem produzir,
aos dos ancilostomideos. simultaneamente, três tipos de ovos,
Os originários da fêmea parasita são dando origem a três tipos de larvas
um pouco menores que o da fêmea rabditóides:
de vida livre. 1) larvas rabditóides triplóides (3n) que
Os ovos podem ser observados nas se tranformam em larvas filarióides
fezes de individuos com diarreia triplóides infectantes, completando o
grave ou após a utilização de ciclo direto;
laxantes 2) larvas rabditóides diplóides (2n)
que originam as fêmeas de vida livre;

- As fêmeas partenogenéticas 3) larvas rabditóides haplóides (n) que


localizam-se na parede do intestino, evoluem para macho de vida livre,
mergulhadas nas criptas da mucosa - Estas duas últimas completam um
duodenal, principalmente nas ciclo indireto
glândulas de Lieberkühne na porção - No ciclo direto as larvas rabditóides
superior do jejuno, onde fazem as no solo ou sobre a pele da região
posturas. perineal se transformam em larvas
filarióides infectantes.
- No ciclo indireto as larvas Os ovos são depositados na mucosa
rabditóides sofrem quatro intestinal e as larvas alcançam a luz
transformações no solo e após 18 a intestinal.
24 horas, produzem fêmeas e
machos de vida livre.
Transmissão
Os ovos originados do acasalamento
das formas adultas de vida livre serão - Hetero ou Primo-infecção: Larvas
triplóides, e as larvas rabdítóides filarióides infectantes (L3) penetram
evoluem para larvas filarióides (3n) usualmente através da pele (não
infectantes. tendo preferência por um ou outro
ponto do tegurnento), ou,
- Os ciclos se completam pela ocasionalmente, através das
penetração das larvas L3 na pele ou mucosas, principalmente da boca e
mucosa oral, esofágica ou gástrica do esôfago.
do hospedeiro.
- Auto-infecção externa ou exógena:
Estas larvas secretam Larvas rabditóides presentes na
melanoproteases, que as auxiliam região perianal de individuos
tanto na penetração quanto na infectados transformam-se em larvas
migração através dos tecidos. filarióides infectantes e ai penetram
As larvas atingem a circulação completando o ciclo direto.
venosa e linfática e seguem para o Este modo de infecção pode
coração e pulmões. Chegam aos ocorrer em crianças, idosos ou
capilares pulmonares, onde se pacientes internados que defecam na
transformam em L4, atravessam a fralda, roupa ou ainda em indivíduos,
membrana alveolar e, através de que, por deficiência de higiene,
migração pela árvore brônquica, deixam permanecer restos de fezes
chegam a faringe. em pêlos perianais.
Podem ser expelidas pela - Auto-infecção interna ou
expectoração, que provocam, ou endógena: Larvas rabditóides, ainda
serem deglutidas, atingindo o na luz intestinal de individuos
intestino delgado, onde se infectados, transformam se em larvas
transformam em fêmeas filarióides, que penetram na mucosa
partenogenéticas. intestinal (ileo ou cólon).
Pode ocorrer em individuos com pneumônica. No escarro e nos
constipação intestinal devido ao derrames pleurais podem ser
retardamento da eliminação do encontradas as larvas.
material fecal, ou com baixa na Se as larvas demorarem nos
imunidade. pulmões, retidas pela abundância de
secreção ou pelo edema local, há
Patogenicidade possibilidade de elas chegarem à fase
adulta e se tornem, ai, capazes de
As lesões relacionam-se: pôr ovos já embrionados. Tais ovos
- com a penetração do parasito no eclodem sem demora e aumentam
hospedeiro; consideravelmente o número de
larvas no tecido.
- com sua migração durante o ciclo
pulmonar;
- com sua permanência e Lesões intestinais: oviposição,
multiplicação na mucosa intestinal ou migração e eclosão dos ovos
em localizações ectópicas. Inflamação catarral, infiltração de
eosinófilos, células epitelioides
(histiócitos) e, ocasionalmente,
Lesões cultaneas: podem ser tão
gigantócitos.
discretas que passam despercebidas
ou manifestam-se como pontos ou Pontos hemorrágicos e ulcerações
placas eritematosas, aparecendo nos de vários tamanhos podem ser mais
lugares de penetração. ou menos numerosos, dependendo
da carga parasitária. Congestão e
edema - paredes do duodeno e
Lesões pulmonares: Dos capilares jejuno espessas.
para os alvéolos as larvas podem
Funcionalmente, além de secreção
produzir hemorragias. As lesões
mucosa abundante, há aumento do
inflamatórias são as de uma
peristaltismo, produzindo evacuações
pneumonite difusa e chegam a
diarreicas e por vezes
produzir a síndrome de Loefller. Nos
mucossanguinolentas.
casos mais graves, formam-se focos
múltiplos de consolidação
Quanto aos sintomas gerais: anemia, Ciclo biologico
emagrecimento, astenia, desidratação É do tipo monoxênico; após a
e irritabilidade nervosa. cópula, os machos são eliminados
com as fezes e morrem.
Diagnostico As fêmeas, repletas de ovos, se
Exame de fezes, coprocultura, desprendem do ceco e dirigem-se
endoscopia digestiva, biópsia intestinal para o ânus.
Os ovos eliminados, já embrionados,
se tomam infectantes em poucas
ENTEROROBIUS VERMICULARES – horas e são ingeridos pelo
hospedeiro.
ENTEROBIOSE
No intestino delgado, as larvas
Morfofisiologia rabditóides eclodem e sofrem duas
Dimorfismo sexual. mudas no trajeto intestinal até o
ceco.
Semelhanças: cor branca e filiformes,
lateralmente a boca há expansões Aí chegando, transformam-se em
chamadas de asas cefálicas. vermes adultos. Um a dois meses
depois as fêmeas são encontradas
Fêmea: cauda pontiaguda e longa;
na região perianal.
Macho: cauda recurvada
Machos e fêmeas vivem no ceco e
Transmissão
apêndice. As fêmeas, repletas de
ovos (5 a 16 mil ovos), são Os mecanismos de transmissão que
encontradas na região perianal podem ocorrer são:
Ovos: Apresenta o aspecto grosseiro Heteroinfecção: quando ovos
de um D, pois um dos lados é presentes na poeira ou alimentos
sensivelmente achatado e o outro é atingem novo hospedeiro (é também
convexo. Possui membrana dupla, lisa conhecida como primoinfecção);
e transparente. No momento em Indireta: quando ovos presentes na
que sai da fêmea, já apresenta no poeira ou alimentos atingem of
seu interior uma larva. mesmo hospedeiro que os eliminou;
Auto-infecção externa ou direta: a A mucosa local mostra-se congesta,
criança (fiequentemente) ou o adulto recoberta de muco contendo ovo e,
(raramente) levam os ovos da região às vezes, fêmeas inteiras.
perianal a boca. E o principal O ato de coçar a região anal pode
mecanismo responsável pela lesar ainda mais o local, possibilitando
cronicidade dessa verminose; infecção bacteriana secundária.
Auto-infecção interna: parece ser O prurido ainda provoca perda de
um processo raro no qual as larvas sono, nervosismo e, devido à
ecloduiam ainda dentro do reto e proximidade dos órgãos genitais,
depois migrariam até o ceco, pode levar à masturbação e
transformando-se em vermes erotismo, principalmente em meninas.
adultos;
A presença de verme nos órgãos
Retroinfecção: as larvas eclodem na genitais femininos pode levar a
região perianal (externamente), vaginite, metrite, salpingite e ovarite.
penetram pelo ânus e migram pelo
intestino grosso chegando até o Transmissação: Heteroinfecção e a
ceco, onde se transformam em autoinfecção, por via áreas ou por
vermes adultos mãos sujas
A transmissão do parasitismo de um
individuo a outro (heteroinfecçao) dá-
Patologia se pela inalação e ingestão de ovos
Ligeiro prurido anal (a noite, disseminados por via aérea. Ocorre
principalmente) ou quando vê o facilmente entre pessoas que
verme (chamado popularmente de dormem no mesmo quarto e, mais
"lagartinha") nas fezes. ainda, na mesma cama; também
Em infecções maiores, pode entre pessoas que frequentam as
provocar enterite catarral por ação mesmas instalações sanitárias. Pois no
mecânica e irritativa. O ceco ato de despir-se e vestir-se,
apresenta-se inflamado e, às vezes, descobrir-se e cobrir-se com os
o apêndice também é atingido. lençóis, a agitação da roupa
contaminada lança no ar grande
quantidade de ovos.
A transmissão indireta, da regiao anal lava-las em maquinas que aqueçam a
para a boca, através de mãos mais de 55°C, para destruir os ovos;
contaminadas de outra pessoa evitar a superlotação dos quartos e
(heteroinfecçao) ocorre com alojamentos, que devem ser
frequência entre as crianças amplamente arejados, durante o dia;
pequenas e os adultos que cuidam dispor de instalações sanitárias
delas. adequadas e assegurar estrita
A autoinfecção, ou seja, a reinfecção limpeza do ambiente; outras medidas
com ovos procedentes do mesmo muito úteis, sempre que possível,
indivíduo, pode realizar-se por via consistem em remover o pó por
aérea, tanto na cama como no meio de aspiradores e usar
momento de trocar os trajes da desinfetantes e educação sanitária
noite, puxando-os pela cabeça. deve ser promovida nas escolas, nas
instituições que abrigam crianças, nos
A transmissão direta do ânus para a clubes e nos domicílios.
boca do mesmo paciente assegura a
possibilidade de autoinfecções
maciças, quando a pessoa, depois de Diagnóstico
coçar-se, impelida pelo prurido Os exames de fezes só revelam 5 a
irresistível, levar a mão a boca. 10% dos casos de parasitismo. A
melhor forma de encontra-los
Controle: consiste em aplicar sobre a pele da
região perineal uma fita adesiva
Banhos matinais, preferivelmente de transparente. Os ovos, quando
chuveiro; lavagem cuidadosa das presentes, aderem a superficie
mãos, após a defecação, antes de gomada da fita. Depois de removida
comer e antes de preparar da pele, a fita será colada sobre uma
alimentos; manter as unhas curtas ou lâmina de microscopia e examinada
usar escova para sua limpeza; ao microscópio.
combater a onicofagia e evitar a
coçagem direta da região perineal;
mudar frequentemente as roupas de
baixo, as roupas de dormir, os lençóis
de cama e as toalhas; fervê-las ou
nítido nas formas coradas e pouco
Amebiase-Entamoeba visível nas formas vivas roda de
histolytica carroça. Examinando a fresco,
apresenta-se ativo, alongado, com
Protozoários se movimentam por emissão contínua e rápida de
pseudópodes - capturam alimentos pseudópodes, grossos e hialinos;
por fagocitose. A infecção começa costuma imprimir movimentação
com a ingestão de formas direcional, parecendo estar deslizando
resistentes, os cistos, em geral com na superficie, semelhante a uma
água ou alimentos contaminados por lesma
fezes de individuos portadores
O hábitat é o intestino grosso de
seres humanos, sendo caracterizada citoplasma corpos cromatoides em
por possui um núcleo esférico ou forma de bastonetes.
arredondado e vesiculoso, com a
cromatina periférica formada por
Cisto: Esféricos ou ovais. Sem
pequenos grânulos justapostos e
coloração ou a fresco aparecem
distribuídos na membrana nuclear. As
como corpúsculos hialinos núcleos
espécies de Entamoeba são divididas
pouco visíveis. Quando corados por
em grupos de acordo a quantidade
lugol ou hematoxilina férrica - núcleos
de núcleos do cisto maduro, sendo
bem visíveis, de um a quatro e de
assim, a histolytica está com grupo
cor acastanhada. A membrana
"Entamoeba de cistos com quatro
nuclear é um pouco mais escura
núcleos"
devido ao revestimento de
Morfologia cromatina.
Se distinguem pelo tamanho do cisto
e do trofozoito, estrutura, números
O cariossoma é pequeno e se cora
de núcleos. No entanto, a distinção
no centro do núcleo. Há no
entre as espécies é difícil.
citoplasma os vacúolos de glicogênio,
que são reservas.
Trofozoito ou fase vegetativa:
Geralmente tem um só núcleo, bem
Metacisto: Forma multinucleada que intestino grosso e colonização. Em
emerge dos cistos no I. Delgado, geral, ficam aderidos à parede da
dando origem aos trofozoitos. mucosa, como um comensalismo, e
se alimentam de detritos e bactérias.
Ao se desprenderem da parede se
Pré-cisto: fase intermediária entre instalarem no i. grosso,
trofozoito e cisto. Oval ou principalmente no cólon, sofre a
ligeiramente arredondado, menor ação da desidratação e eliminam
que o trofozoito. substâncias nutritivas, transformando-
se em pré-cistos; em seguida,
secretam uma membrana cística e
Ciclo biologico
se transformam em cistos divisões -
mononucleados - tetranucleados
Os trofozoitos, tendo como (eliminados nas fezes).
ambiente normal o i. grosso, são
essencialmente anaeróbios lembrar
Transmissão
que não possuem mitocôndrias, o
catabolismo é diferente.
Alimentos com cistos maduros, água
sem tratamento e contaminada por
O ciclo é monoxênico e se inicia
dejetos humanos. Verduras cruas e
com a ingestão de cistos maduros
frutas são relevantes nessa discussão.
através de alimentos e água
Alimentos também podem ser
contaminados. Os cistos passam pelo
contaminados por patas de baratas
estômago e resistem à ação do
(vetor mecânico) que regurgitam
suco gástrico, chegam ao final do
cistos ingeridos. Além disso, falta de
intestino delgado ou inicio do
higiene domiciliar nos portadores que
intestino grosso e, então, ocorre o
manipulam alimentos.
desencistamento, com a saída do
metacisto por meio de uma fenda na
parede cística. Metacisto divisões Patologia
nucleares. origem a 4 trofozoitos -
posteriormente 8 trof (trofozoitos
metacísticos) - migração para o
Alguns fatores determinam a caso, não há pus. O que há é
virulência do parasito, como raça, necrose tecidual causada pelos
sexo, idade, resposta imune, dieta, protozoários e suas enzimas
alcoolismo, estado nutricional e, histolíticas. Portanto, o melhor termo
principalmente, algumas bactérias é necrose amebiana hepática),
anaeróbias do meio em que o pulmão e rins. Nessas úlceras o
parasito vive. A evolução da doença trofozoito é denominado forma
ocorre com a invasão dos tecidos, invasiva ou virulenta. A ulceração
assim, a E. histolytica tem um efeito inicial é chamada de "botão de
letal sobre as células, camisa", resultado da necrose
produzida - abre espaços para
possíveis infecções bacterianas.
sendo que inicialmente há uma forte
adesão da ameba e da célula a ser
atacada; essa adesão é mediada por Amebiase intestinal-assintomática -ou:
lectinas da superficie da ameba que Colite não disentérica: Se manifesta
auxiliam na fagocitose. Uma vez por 2 a 4 evacuações, diarreicas ou
vencida a barreira epitelial, as amebas não, por dia, com fezes pastosas e
começam a liberar enzimas apresentando muco. Desconforto
proteolíticas, que favorecem a abdominal pode ocorrer. Forma
progressão da patogenia. disentérica: Modo agudo-muco-
sangue - cólicas

Os trofozoitos na luz intestinal


podem penetrar na submucosa e tenesmo náuses vômitos febre. Sinais
gerar ulcerações, assim como de irritação peritoneal abdome
também podem fazer úlceras em agudo, que pode ser devido a
outros órgãos -circulação porta- perfuração intestinal / Amebíase
como figado (formando lesões extraintestinal (abscesso figado).
necróticas, incorretamente chamadas Controle / Profilaxia
de abscessos amebianos.
Incorretamente, porque abscesso é
por definição uma inflamação com Educação sanitária - exame dos
acúmulo de exsudato purulento. No manipuladores de alimentos (a fim de
detectar portadores assintomáticos);
Combate às moscas domésticas que
atuam como vetores mecânicos;
lavar

bem os alimentos crus.

Diagnostico
Elisa
coproantigenos específicos;
Imunofluorescência
indireta/hemaglutinação indireta.
Na amebiase intestinal e no. abscesso
do fígado o exame de fezes pode
ser negativo, por isso os exames
sorológicos são considerados
confiáveis. Atenção ao diagnóstico
diferencial para a E. dispar, afinal essa
última parece estar mais presente
em casos assintomáticos. Dessa
forma, os resultados saem como
trofozoitos ou cistos de E.
histolytica/dispar.

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