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Introdução à helmintologia: morfologia básica,

biologia e classificação. Classe Trematoda:


morfologia básica, biologia geral e classificação

Helminto = verme. Mas nem todo helminto exerce o parasitismo.


Classe: Cestodes, parasitam mais frequentemente intestino de
vertebrados
Taenia solium: parasita de humanos; animais são hosp. intermediários
Taenia saginata: parasita de humanos; animais são hosp. intermediários
Taenia saginata asiatica: parasita de humanos; animais são hosp. intermediários
Anoplocephala sp.: parasita de equídeos; artrópodes são hosp. intermediários
Echinococcus granulosus: parasita de canídeos; hosp. interm. são outros animais
Dipylidium caninum: parasita de canídeos e felídeos; pulgas são hosp. interm.
Spirometra sp.: podem parasitar humanos e animais.
Raillietina sp.: parasita de aves; artrópodes são hospedeiros intermediários
Ciclo de vida: (cadeia trófica) O ovo contendo o embrião hexacanto é ingerido
pelo hospedeiro intermediário, logo após a ingestão o embrião é liberado e penetra
nos tecidos se desenvolvendo para a forma de metacestóide (estágio infectante).
Desse ponto, é capaz de infectar o hospedeiro definitivo, podendo ocorrer a
presença de um hospedeiro paratênico, fato que ocorre em poucas espécies como,
por exemplo, em organismos da ordem diphyllobothriidae.
Ciclo biológico (diphyllobothriidae): Após a liberação dos ovos, o coracídio
invade os tecidos do hospedeiro intermediário e se transforma em procercoide e,
posteriormente, em plerocercóide, podendo haver a intervenção de um hospedeiro
paratênico que, por sua vez, irá albergar o plerocercóide.
Filo Acanthocephala:
Ciclo de vida: Os adultos (acanthocephala) fixados na parede intestinal do
hospedeiro liberam ovos que são eliminados nas fezes, no qual é possível encontrar
um acantor (estágio larval) parcialmente desenvolvido. Os artrópodes são,
geralmente, os primeiros hospedeiros intermediários. Após a ingestão, o acantor é
liberado e penetra na hemocele (cavidade) do artrópode. Na hemocele, há o
desenvolvimento da acantela, caracterizada pela formação dos probóscides
(apêndice alongado que se localiza na cabeça de algumas espécies) e dos
ganchos. A larva infectante é denominada cistacanto. Em cerca de 30 a 60 dias ela
apresenta a maioria dos caracteres visualizados nos adultos, porém as gônadas
sexuais não são funcionais. O hospedeiro final (definitivo) se infecta ingerindo o
hospedeiro intermediário já infectado.
Filo Platyhelminthes
Classe Trematoda
Sub-classe: Digenea
Gênero: Fasciola

Espécie: Fasciola hepatica

- Agente etiológico da fasciolose hepática


- Principais hospedeiros: Bovinos e ovinos
- Outros hospedeiros: equinos, asininos, coelhos, suínos, humanos
- A sua ocorrência depende da presença do H.I - caramujo do gênero Lymnaea

Morfologia:
- Aspecto foliáceo (vermes achatados)
- Cerca de 2 a 3 cm de comprimento
- Coloração vinho/marrom
- Extremidade anterior cônica e posterior romba
- Tegumento: coberto por vários espinhos - ajuda na sua locomoção pelos
ductos biliares do hospedeiro
- A forma adulta possui duas ventosas
- Oral (por onde se alimenta)
- Ventral (acetábulo) - por onde se fixa
- Cecos ramificados
- Desprovidos de ânus (tubo digestivo incompleto)
- São parasitos hermafroditas

Aparelho reprodutor feminino:


- Um só ovário
- Glândulas vitelinas
- Os ovos são formados e produzidos no útero

Aparelho reprodutor masculino:


- Composto por dois testículos (anterior e posterior)
- Dois canais eferentes
- Bolsa de cirro
- Cirro (órgão copulador)

Morfologia dos ovos:


- 150 micrometros
- São operculados (abertura; local de eclosão da larva)

Hospedeiros Intermediários:
- Molusco do gênero Lymnaea
- Superfície opaca sem brilho
- IMPORTANTE: o molusco do gênero Physa NÃO é hospedeiro intermediário

Ciclo de vida

- Habitam os ductos biliares do hospedeiro definitivo


- Os ovos são liberados na bile e depois, junto as fezes, chegam ao ambiente
- As chuvas arrastam os ovos até um ambiente aquático
- Podem ficar cerca de 4 meses em um ambiente seco (mas protegido)
- Cerca de 26 dias para o desenvolvimento de larva
- Para eclosão da larva (miracídio) é preciso estar na água e com luz
- A larva sai pelo opérculo e chega ao ambiente aquático
- Os miracídios, forma infectante, migram rapidamente de modo a encontrar o
H.I e penetram nas partes moles do caramujo (Lymnaea)
- (tendo cerca de 8 hora para encontrar o caramujo)
- Os miracídios, dentro do caramujo, se desenvolvem para a fase de
esporocistos
- Os esporocistos darão origem as rédias (8 a 40 larvas)
- As rédias irão dar origem as cercárias (até 20 larvas)
- As cercárias saem do caramujo nadam até se fixarem na vegetação (perdem
a cauda)
- Agora, essas larvas se encistam passando a se chamar metacercárias >>
forma infectante
- Os hospedeiros se infectam pela ingestão das metacercárias presentes na
vegetação
- Depois de ingeridas, passam pela parede do intestino e alcançam o
parênquima hepática >> fígado (ainda na forma jovem) até chegarem aos
ductos biliares (hábitat das formas adultas), onde se alimentam de sangue
- Após 8 semanas de infecção os ovos são liberados. PPP: 10 a 12 semanas

Importância veterinária:
- Formas adultas >> lesões traumáticas e hemorragias
- Formas adultas >> úlcera e irritação
- Mais importante trematodiose de ruminantes

Diagnóstico:
- Presença de ovos nas fezes (período pré-patente: cerca de 2 meses)
- >> Técnica dos quatros tamises

Família: Paramphistomum
Gênero: P. cervi

- Parasitos do duodeno, rúmen e retículo de ruminantes


- Paramfitstomose

Morfologia:
- Corpo cônico
- 1,5 centímetros de comprimento (menor que fasciola)
- Possuem duas ventosas
- >> Oral
- >> Ventral
- Coloração: rosa/vermelha
- São parasitos hermafroditas (assim como fasciola)
- Ovos são claros (fasciola: amarelos)

Ciclo de vida

- Até aqui... Idêntico ao de fasciola hepatica…


- No tubo digestivo, as metacercárias passam a ser formas jovens, que
penetram na mucosa intestinal e migram no duodeno por 6 semanas.
- Depois voltam ao rúmen para amadurecer. PPP: 7 a 10 semanas
- IMPORTANTE: o hospedeiro intermediário é o caramujo do gênero:Planorbis

Importância veterinária:
- Depende da presença do hospedeiro intermediário
- Formas jovens >> ficam no duodeno se alimentando
- Caso a infecção seja maciça haverá: anorexia, sede intensa e até morte
- Formas adultas >> rúmen e retículo (geralmente infecção benigna)

Diagnóstico:
- Presença de ovos nas fezes
- Ovos são vistos apenas nas fases assintomáticas

Família: Dicrocoeliidae
Gênero: Eurytrema

- Parasitam os ductos pancreáticos, causando euritrematose


- Eurytrema pancreático:
- >> hospedeiros: bovinos, caprinos, bubalinos, ovinos, suínos,
cervídeos, humanos

Morfologia:
- 10 a 13 milimetros por 6 a 7 mm de largura
- Cutícula lisa
- Bolsa de cirro muito grande
- Ventosa oral
- Ovários submedianos
- Faringe delgada

Ciclo de vida

- Heteroxeno
- Dois hospedeiros intermediários
- >> molusco e gafanhoto
- Os ovos são eliminados junto às fezes, onde chega ao ambiente externo (não
deve ser um ambiente aquático)
- Os ovos são ingeridos pelo caramujo (1º H.I)
- Dentro do caramujo ocorre o desenvolvimento das fases larvais
- O miracídio dará origem aos esporocistos mães que darão origem aos
esporocistos filhos, que permanecem na vegetação
- Essas larvas são ingeridas pelo 2º H.I (gafanhoto)
- No gafanhoto se desenvolvem as cercárias e, depois, as metacercárias
- Esse 2º H.I é ingerido acidentalmente pelo hospedeiro vertebrado definitivo
- No H.D ocorre migração do intestino até o pâncreas onde se tornam adultos

Importância veterinária:
- Infecção assintomática (subclínica)
- No caso de infecção maciça >> pancreática intersticial crônica
- Condenação do pâncreas

Gênero: Platynosomum concinnum

- Parasito das vias biliares de felinos domésticos


- Causador da doença: Platinossomose (ingestão do H.I)
- Relacionado com o estilo de vida do gato
Morfologia:
- Formato achatado
- Cerca de 8 mm de comprimento
- Ovos marrons e de casca espessa

Ciclo de vida

- Todo o ciclo ocorre em ambiente terrestre


- Três H.I:
- Molusco >> subulina
- Isópodes de jardim (tatuzinhos)
- Lagartixa doméstica
- Os ovos são eliminados, juntos as fezes do HD, no ambiente
- O molusco ingere os ovos, ocorrendo dentro dele o desenvolvimento dos
esporocistos mãe e esporocistos filho que depois são eliminados no ambiente
- Os esporocistos filhos são ingeridos pelos isópodes
- Os isópodes (contendo as cercárias) são ingeridos pela lagartixa ou sapo (3º HI)
- No 3ª HI ocorre o desenvolvimento das metacercárias
- O gato (HD) ingere a lagartixa / sapo (3ª HI). As metacercárias saem do intestino
do gato e se fixam nos ductos biliares, onde os parasitos se tornam jovens e
adultos. PPP: 8 a 12 semanas

Importância veterinária
- Anorexia
- Letargia
- Emagrecimento
- Icterícia

Diagnóstico
- Exame de fezes + exames complementares

Gênero: Schistosoma
Espécie: schistosoma mansoni
- Parasitos de humanos
- Locais de infeção: circulação sanguínea: veias mesentéricas e hepáticas
- Doença: Esquistossomose, barriga d'água
- Doença negligenciada de aspecto social
- Chegou ao brasil pela fezes de humanos infectados
- Distribuição: principalmente região nordeste
Morfologia:
- Sexos separados
- Dimorfismo sexual
- Macho: 1 cm; fêmea: 1,5 cm
- Machos mais largos e robustos
- Ventosas oral e acetabular
- Canal ginecóforo nos machos >> local onde a fêmea é encontrada
- Fêmea lisa

Morfologia dos ovos:


- Não são operculados
- Presença de um espinho lateral voltado trás
- Contém a larva (miracídio)
- Pode-se observar o desenvolvimento da larva

Ciclo de vida

- Heteroxeno
- Apenas 1 H.I >> molusco biomphalaria
- Os ovos são eliminados junto às fezes do humano (H.D)
- Obrigatoriamente no ambiente aquático ocorre a eclosão do miracídio
- Os miracídios nadam (cerca 24 horas) e encontram o caramujo
- No caramujo ocorre o desenvolvimento de esporocisto 1 e 2
- Depois, ainda no caramujo, ocorre a formação das cercárias que saem
para o ambiente (NÃO formam metacercárias)
- As cercárias são as formas infectantes para o H.D
- A cercária penetra a pele do hospedeiro (mesmo estando íntegra)
- Dentro do H.D, a cercária passa a se chamar esquistossômulo (já na
circulação sanguínea) e chega as veias mesentéricas e hepáticas onde
atingem a forma adulta
- Esses parasitos habitam o sistema porta
- Após o acasalamento, os ovos atravessam a parede intestinal e caem na
luz do ID para serem eliminadas nas fezes

Importância:
- As penetração da cercária pode ocasionar dermatites

Condições para existência do parasito


- Coleções de água doce
- Presença do molusco H.I
- Pessoas infectadas que eliminam os ovos em suas fezes

Importância em saúde pública:


- Doença de caráter social
- Compromete a capacidade cognitiva de criança
- Reservatórios não humanos: roedores

25/08 (AULA 4) FILO NEMATODA


SUPERFAMÍLIA: Strongyloidea
Strongylus
Triodontophorus
Oesophagodontus
Ciatostomíneos
Oesophagostomum
Chabertia

- Nematódeos > vermes cilíndricos > comprimento variável


- Todos possuem sexos distintos
- Machos mais finos que as fêmeas
- São vermes cobertos pela cutícula, servindo como proteção
- Movimentação por movimentos serpentiformes

- Sistema digestório:
>> Tubular
>> Boca pode apresentar lábios
>> Cápsula bucal
Tipos de esôfago:
>> Filariforme
>> Rabditiforme
>> Bulbar
>> Bulbo duplo
>> Mioglandular
>> Tricuróide
Intestino:
>> Fêmea:
>> Ânus
>> Macho:
>> Cloaca > abertura para o sistema reprodutor e excretor

Ovos:
>> Três envoltórios:
>> Membrana interna: lipídica
>> Camada média: quitina
>> Camada externa: pode estar presente ou não
>> Desenvolvimento do embrião em larva
>> Pode ocorrer no útero da fêmea
>> Pode ocorrer no ambiente
>> Pode ocorre no organismo do hospedeiro
>> Eclosão da larva:
>> Pode ocorrer no ambiente ou hospedeiro

Ciclo evolutivo básico


- Após a oviposição da fêmea, do ovo vai eclodir a L1 que sofre muda para L2
- A L2 troca sua cutícula (ecdise), aumentando de tamanho
- A L2, mantendo ainda sua cutícula, muda para L3 com a adição de uma nova
cutícula
- A L3, estádio infectante, é ingerida pelo hospedeiro, podendo ainda ser de forma
percutânea
- A L3, no hospedeiro, realiza a muda para L4 e depois para a fase de jovem (L5)
- A larva na forma jovem ainda se encontra imatura, não tendo capacidade de se
reproduzir
- O ciclo pode ser direto ou indireto

Superfamília: Strongyloidea
Família: Strongylidae (estrôngilos)
Subfamília: Strongylinae

- Estrôngilos de equídeos
- Parasitam o IG
- Comum em equídeos criados soltos
- Grandes estrôngilos:
>> Strongylus spp
>> Triodontophorus sp.
>> Oesophagodontus
- Identificação macroscópica:
>> Vermelhos escuros
>> Facilmente identificados juntos à mucosa do ceco e cólon de equinos
>> Strongylus vulgaris
>> Strongylus edentatus
>> Strongylus equinus
- Identificação microscópica:
>> Cápsula (lâmina) bucal:
>> S. vulgaris: possuem 2 dentes com formatos arredondados
>> S. equinus: possuem 3 dentes cônicos e pontiagudos
>> S. edentatus: não possuem dentes
- Importância veterinária
>> Se alimentam de tampão de mucosas, causando lesões
>> Secretam substâncias anticoagulantes > perda de sangue pelo HD
>> Lesões acidentais dos vasos sanguíneos > hemorragias
>> Definhamento do animal e até anemia

Ciclo biológico
- Os ovos são eliminados nas fezes (ainda não larvados)
- No ambiente, ocorre o desenvolvimento da larva dentro do ovo
- A L1, ainda no bolo fecal, realizada muda para L2 e depois para L3
- A L3 segue para o ambiente (pasto, capim) a espera do hospedeiro
- O HD ingere a L3 presente nas gotículas de orvalho
- A L3, dentro do HD, realiza uma fase migratória até chegar no IG (hábitat
definitivo)

Strongylus vulgaris

- Após a ingestão de L3, a larva chega ao intestino delgado e penetra na


submucosa, realizando muda para L4
- Pela submucosa, a L4 migra até atingir a artéria mesentérica cranial,
permanecendo por cerca de 4 meses em desenvolvimento
- Ainda na artéria MC, a L4 permanece por cerca vários meses em circulação
- A L4 retorna ao IG formando nódulos na parede do intestino e, na luz do intestino,
realizam acasalamento
- Depois, os nódulos se rompem havendo liberação dos ovos nas fezes

- Importância veterinária:
>> Sérias perdas na saúde e produtividade animal
>> Lesões na parede arterial
>> Tromboembolia > cólicas
>> Necroses e infarto de áreas do intestino
>> Aneurismas
>> Morte
Strongylus equinus

- A L3 é ingerida pelo HD e chega a mucosa do Ceco tendo-se a formação de


nódulos, local onde então realizada muda para L4
- Ocorre o rompimento dos nódulos e a L4 invade o fígado
- A L4 realiza migração para o pâncreas

Strongylus edentatus

- A L3 é ingerida pelo HD e penetra no intestino, migra para o fígado (sistema porta)


- A L3 realiza muda para L4
- A L4, no peritônio, na forma adulto-jovem, volta para o IG formando nódulos
- Ocorre o rompimento dos nódulos contendo as larvas L4

- Importância veterinária
>> Semelhante à S.equinus
>> Alterações macroscópicas no fígado
>> Peritonite
>> Focos de hemorragias no IG

Triodontophorus spp.

- A forma adulta se localiza no IG de equinos


- Principais espécies:
>> T. serratus
>> T. tenuicollis
>> T. brevicauda

- Identificação macroscópica
>> Avermelhados
>> Robustos
>> T. tenuicollis > comumente em grupos
- Importância veterinária
>> Efeitos prejudiciais menores que Strongylus
>> Lesões na mucosa
>> Infecções mistas são comuns

Oesophago Donuts

- Uma única espécie: O.robustus

Pequenos estrôngilos (Ciatostomíneos)

- Características morfológicas:
>> Pequenos: 5-12 mm de comprimento
>> Bolsa copuladora

Ciclo biológico

- Muito parecido com o de Strongylus


-

- Importância veterinária:
>> Infecções maciças em equinos jovens:
>> Anemia
>> Diarreia
>> Morte
>> Poucos sinais clínicos em animais adultos

- Aspectos biológicos
>> Hipobiose: inibição prolongada e temporária no desenvolvimento larvar.
As larvas permanecem “dormentes” por um longo período, principalmente,
no inverno.

Oesophagostomum
- São vermes nodulares
- Ocorre formação de nódulos no IG (ceco e cólon)

Ciclo de vida

- O hospedeiro definitivo ingere L3 que chega a mucosa intestinal


- Ocorre a formação de nódulos com havendo nestes a muda de L3 para L4
- A L4 migra até chegar ao IG > colo > cecon
Chabertia

- São vermes do parasito do intestino grosso de ovinos


- Principal espécie: Chabertia ovina

Ciclo de vida

- A L3 ingerida pelo HD (ovinos) e atinge a mucosa intestinal


- No ID, a L3 realiza muda para L4 e migra para o cólon, já se tornando adulto

01/09
Sub-Reino: Metazoa
Filo: Nematoda
Classe: Trematoda

Desenvolvimento dos Nematodas:


>> Ovo > L1 > L2 > L3 (não se alimenta) > L4 (no HD)

Strongyloides sp.
>> S. papilosus - ruminantes
>> S. stercoralis - cães e humanos
>> S. ransomi
>> S. westeri - equinos

Trichuris sp
>> T.ovis - ovinos (ceco)
>> T. vulpis - cães e gatos (cólon)
>> T.suis - suínos (cólon)
>> T.muria - roedores (cólon)

Ciclo de vida

>> Os ovos são eliminados nas fezes


>> A larva (L1/L2) se desenvolve, dentro do ovo, no ambiente
>> Enquanto estiver no ambiente, a L1 não eclode
>> O ovo, larvado, é ingerido pelo hospedeiro definitivo
>> No intestino do HD a L1 eclode no intestino delgado
>> A L1 se desenvolve até adulto (L5) e se fixa na parede do ID

Capillaria
>> Parasito do trato digestivo de aves
>> Pode causar: diarreia, perda pesa e comprometimento na postura

Aula 4 08-09-22

Filo: Aschelminthes
Classe: Nematoda
Ordem: Strongylida
Família: Trichostrongylidae
- Parasitos com maior importância em ruminantes
- Ovos são do tipo Estrongilídeo
>> Pâncreas:
>> Eurytrema
>> Rúmen e Retículo:
>> Parafistomídeo
>> Laringe:
>> Mammomonogamus; laryngeus
>> Pulmão:
>> Dictyocaulus; cisto hidático
>> Fígado:
>> Fasciola hepatica
>> Abomaso:
>> Haemonchus spp; ostertagia spp; Trichostrongylus axei
>> Intestino delgado:
>> Cooperia ssp; bunostomum ssp; toxocara vitulorum; trichinella, capilaria
bovis; moniezia ssp.;
>> Intestino grosso:
>> Oesophagostomum sp. Trichuris spp.

- PRINCIPAIS NEMATÓDEOS DE BOVINOS


>> Cooperia
>> Haemonchus
>> Oesophagostomum
>> Trichostrongylus

TRICHOSTRONGYLIDAE
>> Nematódeos delgados
>> Cavidade bucal reduzida ou ausente
>> Abertura bucal
>> Pequena
>> Sem coroa
>> 3 a 6 lábios
>> Bolsa copuladora bem desenvolvida
>> Presença de gubernáculo
>> Ovos de casca fina, segmentados elípticos >> tipo Estrongilídeo
>> Habitat: intestino delgado e abomaso

Ostertagia sp.:
>> Machos com bolsa copuladora desenvolvida na região posterior
>> Fêmeas com vulva bem desenvolvida

Trichostrongylus:
>> Pequenos e delgados (até 1 cm)
>> Castanho-avermelhados
>> Extremidade anterior sem dilatação
>> Esôfago mais longos de todos
>> Hematófago - mas não causa anemia
>> Hospedeiros: equídeos, suínos, ruminantes e humanos

>> T. axei
>> Estômago e abomaso
>> T. colubriformis
>> Intestino delgado

Cooperia:
>> Hábito alimentar: quimívora - NÃO hematófago
>> Hábitat: intestino delgado
>> Hospedeiros: ruminantes
>> Pequenos e delgados (imperceptível a olho nu)

Ostertagia:
>> Hematógago - extremamente patogênico
>> Hábitat:abomaso
>> Hospedeiros: bovinos, ovinos, caprinos e bubalinos
>> Coloração castanha
>> Espículos bi ou trifurcados
Haemonchus:
>> 3 espécies: H. contortus; H. placei; H. similis
>> Hematófago
>> Habitat: abomaso
>> Hospedeiro: ruminantes
>> Maior trichostrongilídeo de ruminantes
>> Grande deposição de ovos
>> Fêmeas com aspecto espiral
>> Presença de gubernáculo
>> Papilas cervicais
>> Presença de “Flap” na fêmea (apêndice vulvar - dilatação)

Nematodirus (Cooperia grande)


>> Delgados
>> Atingem até 2 cm
>> Espículos muito longos
>> Macho com espículos longos e projetados para fora

Hyostrongylus:
>> Pequeno e delgado
>> 5 a 8 mm de comprimento
>> avermelhado
>> espículos bipartidos
>> Habitat: estômago de suínos

BIOLOGIA GERAL

>> Ciclo direto sem presença de H.I


>> Não ocorre migração
>> Os ovos são eliminados nas fezes
>> No bolo fecal, em 24 horas ocorre a eclosão da L1
>> Em cerca de 3 dias a L1 realiza muda para L2 (ecdise), perdendo sua bainha
>> Em cerca de 7 dias a L2 passa para L3 (fase infectante)
>> Ainda no ambiente (pastagem) a L3 permanece envolvida pela bainha
>> No capim a L3 permanece no orvalho com ambiente favorável (ameno)
>> (com o tempo quente, a larva se abriga abaixo do solo)
>> O H.D se infecta pela ingestão de L3 no capim
>> No interior do H.D a L3 perde sua bainha e penetra na parede no trato intestinal
(omaso - Haemonchus / Cooperia - intestino)

22/09 - Syngamus trachea

casal de syngamus (formato de “Y”)


Syngamus traquea
>> Parasitam a traquéia de aves
>> Macho e fêmea vivem permanentemente acasalados
>> O ciclo pode ser direto ou envolvendo hospedeiros paratênicos
>> Apresentam grandes cápsulas bucais

Ciclo de vida

- Os ovos são liberados na traquéia do HD, redeglutidos e saem nas fezes


- O HD pode ser infectar pela ingestão do ovo (com L3), ingestão direta da L3 ou
ainda pela ingestão do hospedeiro paratênico (contendo a L3)
- Após a ingestão, as larvas penetram a parede do intestino e, via circulação,
chegam aos pulmões, onde realizam as mudas
- Período pré-patente é de 18 a 20 dias

Mammomogamus laryngeus

>> Parasitam a laringe de mamíferos


>> Ciclo de vida e morfologia semelhante ao Syngamus sp.
>> Parasitam bovinos, ovelhas, cabras, veados, gatos, humanos
>> Ovos não são operculados

Dictyocaulus

Espículos curtos e iguais

>> Espécies de maior importância: Dictyocaulus viviparus


>> Conhecido com vermes dos pulmões de ruminantes
>> Habitam os brônquios e os bronquíolos
>> Causa a bronquite parasitária do ruminantes
>> Apresenta ciclo direto; mais frequente em meses com baixas temperaturas
Ciclo de vida

- As fêmeas põem ovos embrionados no pulmão (brônquios e bronquíolos) que são


redeglutidos e eclodem no intestino
- A L1 é liberada no intestino e chega ao ambiente junto às fezes do HD, onde se
desenvolvem até L3 (A L1 também pode ser encontrada no catarro)
- O HD se infecta ao ingerir a pastagem com as larvas L3
- Após ser ingerida, a L3 penetra a mucosa intestinal e, pela circulação, chega até
os gânglios linfáticos, onde realizada muda para L4, indo para o coração e pulmão.
- Depois migra até os brônquios e bronquíolos, onde realiza a maturação sexual

*obs: Quanto a epidemiologia da doença, o fungo Pilobolus pode atuar como


disseminador de larvas através de seus esporos.

Metastrongylus spp.

Espículos longos e estriados

>> Metastrongylus apri


>> Metastrongylus Salmi - espécie mais comum
>> Parasitam brônquios e bronquíolos de suínos
>> Conhecidos como vermes dos pulmões
>> Apresentam ciclo indireto (HI - minhocas)
Ciclo de vida

- As fêmeas depositam os ovos no brônquios e bronquíolos


- Os ovos são redeglutidos e saem nas fezes
- Os HI (anelídeos) se infectam pela ingestão dos ovos larvados ou diretamente pela
L1, onde ocorre desenvolvimento até L3
- O HD se infecta pela ingestão de minhocas (HI) contendo a L3
- A larva penetra a mucosa intestinal e chega até os gânglios linfáticos, onde realiza
muda para L4
- Depois migra para o coração, pulmão e atinge o os brônquios e bronquíolos, onde
sofre maturação sexual

Aelurostrongylus

>> Parasita do parênquima pulmonar de gatos


>> Possui com HI moluscos terrestres

Ciclo de vida

- O HD (cães e gatos) se infectam ao ingerir o HI ou HP


- A postura de ovos larvados é feita nos brônquios e bronquíolos
- Os ovos são redeglutidos e chegam ao intestino delgado, sendo liberados nas
fezes
- O HI (molusco) se infecta pela ingestão das larvas no ambiente
- O HD se infecta ao ingerir o HI contendo a L3
- Já no HD a L3 penetra a mucosa intestinal e, pela circulação linfática, chega até os
gânglios linfáticos, onde realiza muda para L4
- Depois passa pelo coração, pulmão até atingir os brônquios e bronquíolos, onde
realiza a maturação sexual

Angiostrongylus

>> Angiostrongylus vasorum: parasito da árvore arterial pulmonar de cães


>> Ciclo semelhante com Aelurostrongylus
>> Parasito ainda pouco conhecido
>> Possui potencial zoonótico
>> Diversos hospedeiros: cães, ratos, humanos

>> Humanos se infectam ingerindo o HI ou HP contendo as larvas


>> As larvas migram mas nunca atingem o estágio adulto, mas desenvolvem um
granuloma eosinofílico

Ciclo de vida

- A infecção pelo gênero Angiostrongylus pode ocorrer pelo contato com o


molusco
- Nesse caso, os parasitos adultos se instalam na artéria pulmonar e ventrículo
direito, não indo ao pulmão, como ocorre em Aelurostrongylus
Stephanurus dentatus

>> Parasitam os tecidos renais e perirrenais de suínos


>> O ciclo utiliza de forma alternativa hospedeiros paratênicos
>> Os ovos são encontrados na urina do HD
>> As minhocas atuam como HI
>> Realizam o ciclo hepatopulmonar
>> Migram pelo parênquima hepático formando lesões severas
>> Podem invadir o útero e infectar o feto
>> A infecção pode ser pela ingestão da L3, bem como por penetração desta no HD
ou ainda pela ingestão da minhoca infectada

Ciclo de vida

- Os ovos saem na urina do hospedeiro definitivo. No solo, eclodem em 24 a 48


horas. A L3 se desenvolve em 3 a 5 dias.
O hospedeiro definitivo se contamina de duas maneiras:
1- Via oral: pela ingestão da L3 ou de um hospedeiro de transporte (minhoca).
- Na parede do estômago, a larva faz muda para L4 e vai ao fígado, onde fica
migrando por 3 a 9 meses. Depois, vai a L4 e a jovem.
- Da cápsula de Glisson, chega ao tecido gorduroso perirrenal, onde assume a
forma adulta. O acasalamento ocorre em cistos no próprio tecido gorduroso ou em
canalículos de comunicação dos cistos com os ureteres.
- O período pré-patente é de 8 a 16 meses.
2- Via percutânea: as larvas L3 penetram na pele escarificada e fazem migração
para os pulmões, onde se tornam L4.
- Vão para a aorta e depois para o fígado. Migram por 3 a 9 meses até se tornarem
jovens.
- Da cápsula de Glisson, chegam ao tecido gorduroso perirrenal, onde os parasitos
se tornam adultos.
- O acasalamento ocorre em cistos no próprio tecido gorduroso ou em canalículos
de comunicação dos cistos com ureteres.
- O período pré-patente é de 8 a 16 meses.

29/09 - Ancylostomatidae (14 espécies)

>> Causam síndrome anêmica


>> Distúrbios cutâneos e respiratórios
>> Mortalidade
>> Humanos
>> LMC - larvas migrans cutânea (bicho geográfico)
Características gerais:
>> Verme curvado dorsalmente
>> 1 a 3 pares de dentes ou placas cortantes na abertura bucal
>> Habitam o intestino delgado dos HD - canídeos e felídeos

Parasitam:
>> Cães: A. caninum
>> Gatos: A. tubaeforme
>> Cães e gatos: A. braziliense

Ciclo de vida

>> Os ovos saem nas fezes do hospedeiro definitivo e, em condições ideais de


desenvolvimento, há liberação de L1, L2 e L3. Esse processo dura 5 dias. A L3
chega ao hospedeiro por quatro vias: oral, percutânea, transplacentária (rara) e
transmamária (comum).
>> No ato de se lamber, o HD ingere a L3 que chega ao intestino, a L3 realiza
muda para L4 e quando chega a luz intestinal se torna adulto fixando-se na mucosa
do intestino delgado. PPP: 2 semanas.
>> Pela via percutânea, as larvas penetram na pele do HD e migram pelos vasos
sanguíneos ou linfáticos, indo ao coração e depois ao pulmão onde se tornam L4.
As larvas (L4) sobem para a glote e são redeglutidas. No intestino penetram a
mucosa e quando chegam a luz intestinal se tornam adultas fixando-se na parede
intestinal. PPP: 2 a 3 semanas.
>> Via transmamária: as larvas de L3 penetram (pele) na nas fêmeas do HD e
migram pelos vasos sanguíneos e linfáticos até atingirem as glândulas mamárias e
infectam os filhotes pelo leite. No intestino dos filhotes, as larvas penetram a
mucosa, chegam a luz intestinal, se tornam adultas e se fixam na mucosa do ID.

06-10 Família Filarioidea


Dirofilaria
Acanthocheilonema
Onchocerca
Setaria

- Vermes finos e delicados


- Encontrados em vasos sanguíneos e linfáticos, tecido subcutâneo e cavida
- Necessitam de hospedeiro invertebrado
- Tamanho do adulto é variado (2-50 cm)
- Fusiformes, alongados e não segmentados
- Heteroxenos
- 4 estádios larvais
>> L1, L2, L3 e L4
>> A L1 é chamada de microfilária
- As microfilaria podem ou não ser embainhadas (presença de bainha)

Ciclo de vida geral

- As formas adultas realizam o acasalamento


- As microfilárias (L1) são liberadas, de acordo como o gênero, na circulação
sanguínea, linfática, tecido subcutâneo ou cavidade
- O hospedeiro invertebrado (inseto/mosquito) faz a ingestão da L1 durante o
hamatofagismo no HD
- No mosquito ocorre o desenvolvimento de L1, L2 e L3 que se chega até a adulto
- No HD a L3 é liberada pela picado do mosquito (repasto sanguíneo)

Dirofilaria

Dirofilaria immitis em coração de cão

- Possuem como HD cães domésticos


- Ocasionalmente acomete gatos
- A forma adulta habita predominantemente a artéria pulmonar (quando o
hospedeiro vivo), ventrículo direito, átrio direito e veia cava posterior
- As microfilárias, liberadas pelas fêmeas, são encontradas na corrente sanguínea,
somente sendo vistas na microscopia em esfregaço sanguíneo
- Os HI são Aedes, Anopheles e Culex
- O desenvolvimento L1 a L3 ocorre nos túbulos de Malpighi
Ciclo de vida

1- As fêmeas fazem a postura das microfilárias na circulação.


2- A L1 vai à circulação periférica, onde o mosquito ingere a larva durante o repasto
sanguíneo.
3- No estômago do mosquito, a larva penetra, depois de 24 horas, na mucosa
estomacal e vai aos túbulos de Malpighi.
4- Depois de cerca de 15 dias a L1 se desenvolve até atingir a forma de L3, a qual
se instala no aparelho bucal, aproveitando o repasto sanguíneo para infectar o
hospedeiro definitivo.
5- As larvas vão então ao tecido subcutâneo do hospedeiro, sofrem mudas e depois
migram pela a circulação periférica até a artéria pulmonar.
6- Quando em grandes quantidades, deslocam-se para o ventrículo direito.
7- O período pré-patente é de 6 meses.

IMPORTÂNCIA VETERINÁRIA
>> Dirofilariose canina
>> Associada à forma adulta
>> Geralmente assintomática em infecções leves (até 25 vermes)
>> Infecções maciças: + de 50 vermes
>> Perda gradual da condição física
>> Tosse crônica
>> Dispneia
>> Obstrução do fluxo sanguíneo normal
>> Insuficiência cardíaca congestiva
>> Endocardite
>> O tratamento é longo e requer cuidados contínuos

IMPORTÂNCIA ZOONÓTICA
>> Poucos casos confirmados (34) - último e 2008
>> Larvas não evoluem até a forma adulta e morrem
>> Nos pulmões tem-se a formação de nódulos calcificados
>> Sem importância clínica
Acanthocheilonema

>> Principal espécie no Brasil: Acanthocheilonema reconditum


>> HD: canídeos
>> Hábitat da forma adulta: tecidos subcutâneos e fibrosos
>> Hábitat de microfilaria: circulação sanguínea
>> Vetores: pulgas e piolhos

IMPORTÂNCIA VETERINÁRIA
>> Adultos e microfilárias
>> Assintomático
>> Sem alterações
>> importante diagnóstico diferencial para Dirofilaria immitis

Onchocerca

>> Onchocerca gutturosa: bovinos


>> Onchocerca cervicalis: equinos
>> Habitat da forma adulta: tecido fibroso (ligamentos)
>> Habitat da microfilária: espaços tissulares da pele
>> Vetores:
>> O. gutturosa: Simulium (borrachudos)
>> O. cervicalis: Culicoides (Aedes, culex)

IMPORTÂNCIA VETERINÁRIA
>> Bovinos
>> Não causam sintomatologia clínica
>> Não forma nódulos
>> Não têm importância econômica
* Onchocerca gibsoni: África, Ásia e Oceania (forma nódulos)

Onchocerca cervicalis: equinos


- Habitam o ligamento nucal
- Adultos causam tumefação indolor
- Microfilária: podem estimular reação alérgica na pele
Onchocerca volvulus:
- Humanos
- Cegueira dos rios
- lesões cutâneas

Setaria

- Principais espécies no Brasil:


S. labiatopapalisoa: bovinos
S. equina: equinos

IMPORTÂNCIA VETERINÁRIA:
- Adultos não são patogênicos
- peritonite branda
- Hospedeiros acidentais: ovinos e caprinos
- Podem atingir o SNC

Wuchereria

- Principal espécie: Wuchereria bancrofti


- Acomete humanos

IMPORTÂNCIA:
- Assintomática
- Aguda
- Crônica: elefantíase (ocorre pelo entupimento dos vasos linfáticos)
20-10 ESPIRURÍDEOS

>> São vermes delgados


>> Poucos cm de comprimento
>> Heteroxenos
>> Parasitam estômago e esôfago
>> Fêmeas ovovivíparas

Spirocerca spp.

- Hospedeiros: cães; gatos ocasionalmente


- Habitat da forma adulta: parede do esôfago (em nódulos)
- Principal: Spirocerca lupi
- Localizam-se dentro de nódulos granulomatosos

Ciclo de vida

- Heteroxeno, possuindo como H.I besouros


- As fêmeas realizam a oviposição diariamente
- Do esôfago chegam ao intestino e são eliminados juntamente com as fezes
- O H.I se infecta ao ingerir os ovos presentes nas fezes
- No trato digestivo, do besouro, a L1 irá eclodir e se desenvolverá até L3
- O cão H.D pode se infectar ao ingerir, acidentalmente, o besouro contendo a L3
- H.D se infecta também ao ingerir algum H.P (roedores, aves, lagartixas)
- No estômago do cão, as larvas de L3 penetram a parede do estômago e chegam
ao endotélio vascular (Aorta), migrando até a parede do esôfago, havendo a
formação de nódulos, onde ficam alojadas as formas adultas

IMPORTÂNCIA VETERINÁRIA
>> Esses vermes podem viver por até 2 anos
>> Ocorre com maior frequência em áreas rurais (hábito de caça)
>> Causa a Espirocercose
>> Na Aorta, as formas larvais podem causar Estenose ou ruptura da artéria
>> Pode haver disfagia, vômito por obstrução e inflamação por conta dos
granulomas esofágicos de até 8 cm
>> Os animais acometidos por este parasito, possuem maior chance de
desenvolverem osteossarcoma

Ascarops spp.

>> Hospedeiros: Suínos e Javalis


>> Hábitat: parede do estômago (sob camada de muco)
>> Principal espécie: Ascarops strongylina
>> São pequenos e delgados
>> Até 2 cm de comprimento
>> Possui dente interno

Ciclo de vida

- Heteroxeno, com besouro sendo os HI


- As fêmeas se acasalam no estômago e os ovos são liberados nas fezes do HD
- O HD se infecta ingerindo besouros (HI)
- No estômago do suíno as formas larvais se desenvolvem até L3

IMPORTÂNCIA VETERINÁRIA
>> Pouco patogênico
>> Inapetência
>> Em geral pouco patogênico
>> necessário presença do besouro para infecção do HD

Physocephalus spp.
>> Hospedeiros: suínos, camelos; ocasionalmente coelhos
>> Hábitat da forma adulta: parede do estômago
- Ciclo evolutivo muito semelhante ao anterior
- Possui a mesma importância veterinária que Ascarops spp.

Gongylonema spp.

>> Pode acometer todas as espécies de animais domésticos


>> Possui maior prevalência em ruminantes
>> Habitam a parede do estômago, esôfago e papo de aves
>> São parasitos delgados e longos
>> Possuem asas caudais assimétricas

>> Ciclo de vida muito parecido com os demais parasitos anteriores, havendo como
diferencial a presença de baratas com H.I
>> Não há fase migratória
>> PPP: 8 semanas

Physaloptera

>> Hospedeiros: cães e gatos


>> Habitat: estômago
>> Brancos/rosados
>> 4 a 6 cm de comprimento
>> Principal espécie: Physaloptera praeputialis

>> Ciclo de vida muito parecido com o de Spirocerca spp. - Não havendo apenas a
fase migratória

IMPORTÂNCIA VETERINÁRIA
>> Infecções assintomáticas
>> Forte aderência a mucosa
>> Gastrite catarral
>> Vômitos
>> Sangue nas fezes
Dispharynx spp.

>> Parasitos de aves domésticas não aquáticas


>> Habitat: esôfago e proventrículo
>> Até 2 cm de comprimento

Ciclo de vida

- Heteroxeno, com isópodes com H.I


- Os ovos com as formas L1 são eliminados nas fezes da ave
- O H.I ingere os ovos presentes nas aves, ocorrendo nestes o desenvolvimento de
L1 até L3
- O HD se infecta ao inferior o isópodes contendo a forma infectante (L3)

Tetrameres spp.

>> Habitam o trato digestivo de aves domésticas


>> Possuem dimorfismo sexual

>> Ciclo de vida muito parecido com o parasito anterior, havendo ainda a presença
de gafanhotos como H.I

IMPORTÂNCIA VETERINÁRIA
>> Geralmente a infecção é bem tolerada
>> Fêmeas são hamatófagas - anemia e erosão local
>> Formação de nódulos

Habronema spp. / Draschia ssp.


>> Hospedeiros: equinos
>> Habitat: estômago
>> Equinos de todas as idade são suscetíveis
>> São brancos e delgados
Ciclo de vida

- Heteroxeno, havendo com HI: Musca domestica, Stomoxys calcitrans


- As fêmeas se acasalam nos estômago e os ovos são eliminados junto às fezes do
equino.
- Nas fezes existem larvas de dípteros que vão ingerir as larvas de Habronema /
3Draschia
- As larvas, por sua vez, se tornam moscas adultas infectadas
- A ingestão das moscas pelo HD ocorre de forma acidental, quando elas pousam
na região da boca

IMPORTÂNCIA VETERINÁRIA
>> Habronemose gástrica
>> Geralmente não patogênica
>> Infecção maciça: pode causar inflamação e cólica
>> Habronemose cutânea (ferida de verão)
>> Causada pelas larvas de L3, Habronema / Draschia, em feridas abertas
>> Não completam o ciclo

Thelazia spp.

>> Parasitam os olhos de bovinos; ocasionalmente humanos

- Possuem ciclo de vida heteroxeno, sendo muscídeos (Musca domestica) HI

Oxyspirura spp.

- Seus hospedeiros Intermediários são coleópteros, baratas e moscas.


- Os ovos saem larvados nas fezes e os coleópteros os ingerem.
- No tubo digestivo dos hospedeiros intermediários, há evolução até L3.
- Os hospedeiros definitivos engolem esses coleópteros.
- Após a digestão do hospedeiro intermediário, as larvas vão para os condutos
lacrimais e para o saco conjuntival (migração ascendente do tubo digestivo).
- O ciclo se fecha quando a ave ingere suas próprias lágrimas com os ovos ou
quando estes voltam via coanas.

IMPORTÂNCIA VETERINÁRIA
>> São pouco patogênicos, mas o lacrimejamento pode causar estresse e, em
casos graves, oclusão das vias nasais e cegueira.

27-10 Gênero: Ascaris

>> Duas principais espécies:


>> Ascaris lumbricoides
>> Ascaris suum
>> Os ovs possuem grande resistência ao ambiente (muitos anos)

Ciclo de vida - Ascaris lumbricoides

- Após o acasalamento no intestino do HD, os ovos são eliminados junto às


fezes
- No ambiente as larvas se desenvolvem dentro do ovo até a forma infectante:
L3
- O HD (humanos) se infecta por meio da ingestão do ovo
- No estômago do HD a L3 irá eclodir, penetrar a parede intestinal e realizar a
migração hepato-traqueal: fígado-pulmão-traqueia
- No trato respiratório, a L3 acaba sendo novamente deglutida e chega até o
estômago onde realiza o acasalamento com posterior eliminação dos ovos.
Ciclo de vida - Ascaris suum

- Os hospedeiros definitivos (suínos) se infectam ao ingerir o ovo larvado (ou ao


ingerir hospedeiros paratênicos: minhocas ou besouros, no caso de suínos)
contendo a L3, que é liberada no tubo digestivo e vai ao fígado, coração e pulmão
via sistema circulatório.
- A muda para L4 ocorre nos alvéolos. A larva vai à glote, onde é redeglutida. No
intestino delgado, aloja-se fazendo as mudas para jovem e adulto. As fêmeas fazem
a postura e os ovos saem nas fezes. O período pré-patente é de 2 meses.

PATOGENIA (Humanos):
>> Depende do número de formas parasitárias
>> Ação espoliadora
>> Desnutrição
>> Ação mecânica: irritação e obstrução intestinal

PATOGENIA (Suínos):
>> Pulmão: Pneumonia transitória
>> Fígado: lesões reconhecidas por manchas leitosas
>> Intestino grosso: menor ganho de peso (obstrução)

TOXOCARA

>> Principais espécies


>> Toxocara canis
>> Essa espécie se diferencia morfologicamente por possuir uma asa
cervical
>> Toxocara cati
>> Toxocara vitulorum

Ciclo de vida

- As fêmeas fazem a postura dos ovos, que contêm apenas uma célula. Os
ovos saem nas fezes. O parasito desenvolve-se até L3 dentro do ovo. O
hospedeiro definitivo se infecta de quatro maneiras:
1) Via oral: pela ingestão do ovo com a forma infectante, que é liberada no tubo
digestivo e penetra na mucosa do intestino delgado.
- O parasito vai ao fígado pela circulação porta, depois ao coração e aos alvéolos
pulmonares, onde faz a muda para L4.
- Chega à glote e é deglutido, retornando ao intestino, local em que ocorre a muda
para as formas jovem e adulta.
- Esse é o ciclo hepatotraqueal, que ocorre em cães jovens (até 3 meses).
- Em cães adultos, as larvas chegam ao pulmão como L3, pegam a circulação de
retorno para o coração, são bombeadas pela aorta para diferentes partes do corpo e
mantêm-se ativas por anos.
- O período pré-patente é de 4 a 5 semanas.

2) Via transplacentária: em fêmeas gestantes, como as larvas passam no sangue


arterial, o feto pode ser contaminado pela circulação fetal.
- Mesmo que a cadela tenha se contaminado antes da gestação e as larvas estejam
na musculatura, elas podem se reativar em função das alterações hormonais.
- É a forma de contaminação mais importante nos cães, sem ocorrência em gatos.

3) Via transmamária: as fêmeas passam as larvas aos filhotes através do leite.

4) Via hospedeiros paratênicos: é a contaminação através da ingestão de


roedores e aves. Nesse tipo de infecção, não há migração de larvas.

IMPORTÂNCIA MÉDICO-VETERINÁRIA
>> Em cães, a infecção pode levar a pneumonia (passagem das larvas),
enterite mucoide e até oclusão parcial ou completa do intestino.
>> Nos casos mais raros, há perfuração intestinal com peritonite.
>> A ingestão do ovo de Toxocara canis pelo homem desencadeia reações
ao corpo estranho e as larvas ficam migrando como L3, podendo causar lesões
hepáticas, oculares ou de outra natureza, conhecidas como larva migrans visceral
(LMV). Nesses casos, é considerado um parasito errático
PARASCARIS EQUORUM
>> Parascaris equorum é um parasito de tamanho grande (até trinta centímetros).
>> A boca é trilabiada, apresentando interlábios.
>> Os machos possuem asa caudal. Instala-se no intestino delgado de equídeos.

Ciclo de vida

- Os hospedeiros definitivos se infectam ao ingerir o ovo larvado contendo a L3, que


é liberada no tubo digestivo e vai ao fígado, coração e pulmão via sistema
circulatório.
- A muda para L4 ocorre nos alvéolos. A larva vai à glote, onde é redeglutida.
- O parasito se aloja no intestino delgado, fazendo as mudas para jovem e adulto.
- As fêmeas fazem a postura e os ovos saem nas fezes.
- O período pré-patente é de aproximadamente 2 meses.

IMPORTÂNCIA MÉDICO-VETERINÁRIA
>> As larvas podem causar sintomas respiratórios.
>> Os vermes adultos levam à obstrução no intestino delgado de potros.

GÊNERO: Heterakis

>> São parasitos do ceco de aves domésticos

Ciclo de vida

- As fêmeas fazem a postura de ovos com uma célula e casca espessa.


- Estes saem nas fezes para o meio ambiente.
- Ocorre o desenvolvimento de L1 dentro do ovo, que passa a L2 e L3.
- O hospedeiro definitivo se infecta ao ingerir os ovos com a forma infectante.
- No tubo digestivo da ave, que também pode ingerir minhocas que mantêm larvas
L3 em seus tecidos, a larva é liberada e vai ao ceco.
- Uma parte das larvas penetra profundamente na mucosa cecal e outra fica nas
criptas do epitélio cecal fazendo as mudas
para L4, jovem e adulto. O período pré-patente é de 4 semanas.

03-11 OXIÚROS (verme bengala)

- Oxyuris equi

>> Parasitos do IG de equinos (ceco e apêndice), fixados na mucosa ou livres


>> Fêmeas grandes, com cerca de 4 centímetros
>> Machos menores, 8 a 10 milímetros
>> Apresentam cauda afilada

Ciclo de vida

- As fêmeas se alimentam do conteúdo intestinal do hospedeiro definitivo e vão à


ampola retal.
- Então põem suas caudas para fora do hospedeiro, expondo os ovos, envolvidos
por uma substância (cimentante) que se adere à mucosa anal do animal.
- A fêmea retorna ao intestino, enquanto os ovos saem da região perianal com as
fezes.
- No ambiente, desenvolvem-se a L1, L2 e L3 dentro do ovo.
- O hospedeiro se infecta ao ingerir os ovos com a forma infectante.
- No tubo digestivo do hospedeiro, a L3 sai do ovo e vai para a mucosa intestinal,
onde passa a L4 e depois a jovem.
- Na luz intestinal, o parasito torna-se adulto e realiza a cópula.
- O período pré-patente é de 4 a 5 meses.
IMPORTÂNCIA VETERINÁRIA
>> As formas jovens são mais patogênicas, principalmente a L3, que penetra na
mucosa podendo levar a inflamações intestinais (enterite) seguidas de diarréia.

Filo: Acantocephala

Espécie de Acantocephala aderido à mucosa intestinal

Macracanthorhynchus hirudinaceus

>> Parasito do intestino delgado de suínos


>> Possuem como HI coleópteros (besouros rola bosta)

Ciclo de vida

- Os ovos saem nas fezes e são muito resistentes às condições adversas do


ambiente, podendo ser ingeridos pelos hospedeiros intermediários depois de alguns
anos.
- Nesse estágio, as larvas são chamadas de acântor e posteriormente cistacântor
(encistadas no hospedeiro intermediário - besouro).
- O hospedeiro definitivo se contamina ao ingerir o hospedeiro intermediário e, no
seu tubo digestivo, há o desenvolvimento dos adultos.
- Pode haver hospedeiros paratênicos no ciclo.
- O período pré-patente é de 2 a 3 meses.

Quanto ao Professor Fernando Paiva, quero manifestar alguns fatos que


considero um tanto quanto relevantes no que diz respeito ao cenário dos
acadêmicos na disciplina de Parasitologia veterinária II. A começar pela qualidade
dos slides apresentados nas aulas teóricas, os quais, em sua grande maioria, são
de difícil visualização/leitura, já que a forma de elaboração carece de qualidade, não
havendo harmonia entre cor e fonte expostas nos slides, tornando dificultoso
compreender parte do conteúdo ministrado. Ainda com relação a isso, percebo
também que, em alguns momentos, acaba ficando confusa a explicação em geral,
acredito que a didática em geral precisa ser reestruturada.

Se tratando das avaliações, esse é o ponto que considero de maior destaque


NEGATIVO. A forma como se cobra o conteúdo é antididática, havendo pouca
coesão entre o que é ministrado em aula e o que é abordado em prova. Como
exemplo, cito o fato que ocorreu na primeira avaliação, onde durante a aula foi
comentado de forma sucinta sobre um determinado parasito, sobre o qual não há
registro no Brasil, ou seja, possuindo pouca relevância frente a outros inúmeros
vermes que temos que estudar. Entretanto, havia justamente uma questão na prova
relacionada a esse parasita. Aí fica a pergunta: se tal parasito não possui grande
importância, por qual razão, ainda assim, é cobrado em prova, haja vista que
existem muitos outros que já temos que dar a devida atenção.

Outra situação se deve ao fato de como a pontuação nas questões são


distribuídas. Por exemplo: pede-se para descrever DETALHADAMENTE o ciclo de
um determinado parasito, tendo-se como pontuação máxima APENAS 0,4 ou 0,6
pontos, para detalhar UM ÚNICO ciclo biológico. Esses são apenas alguns
exemplos, eu poderia ficar aqui por horas citando mais e mais. Além disso, depois
da correção da primeira avaliação, o professor Fernando Paiva chegou em sala aula
demonstrando extremo chateamento com o mal desempenho da turma, de tal modo
em que fomos tratados como alunos incapazes, dizendo que deveríamos desistir do
curso e dar oportunidade para outras pessoas, sendo ainda insinuado por ele que
não tínhamos méritos para estar ocupando uma vaga na medicina veterinária. Sem
contar que ainda temos que ouvir ironias e desprezos em razão das respostas
escritas na prova, situação essa que é muito bem praticada pelo docente Fernando
de Almeida Borges, em tom de deboche. Em resumo houveram falas de ódio, rancor
e desmotivação.

Por fim, acredito que, de maneira geral, a disciplina de Parasitologia


veterinária II (assim como parasitologia I), deve passar por uma espécie de
reavaliação de plano de ensino, revisão do método de avaliação, renovação da
didática de ensino ou até mesmo mudança de docente, etc. Ressaltando que a
extrema dificuldade dos acadêmicos, diante dessa disciplina, é um problema crônico
e que vem se agravando a cada semestre. Como já é do conhecimento de quase
todos, essa matéria chegou a apresentar um índice de reprovação de 70%.
Portanto, fica o questionamento, será que o problema é realmente por parte dos
alunos, como os professores insistem em dizer.

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