Filo Platyhelminthes: Classe Trematoda

Os indivíduos do Filo Platyhelminthes possuem simetria bilateral e usualmente achatado

dorsoventralmente. Não possuem cavidade celomática nem sistema respiratório. O tubo
digestivo pode ser ausente ou presente, mas quando presente, é rudimentar.
A Classe Trematoda é composta por cerca de 11.000 espécies de endo e ectoparasitos. Podem
infestar uma grande diversidade de peixes, anfíbios, répteis e mamíferos. Possuem ventosas
orais e ventrais que os fixam ao hospedeiro, do qual se alimentam de tecidos e/ou fluidos.

Miracídio e cercárias
São achatados dorso-ventralmente e não

segmentados. Tubo digestivo termina em

fundo cego. Apresentam ventosas para

fixação. Após a penetração no hospedeiro

vão se disseminar pelo sangue até atingirem

o fígado.

Caramujos
Ápós os ovos eclodirem em mirácidios

esses, vão invadir os tecidos do caramujo,

onde vão se multiplicar e se desenvolver em

cercárias. As cercárias vão abandonar o

caracol e nadar livremente na água em

busca de um hospedeiro.

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 15

Classe Trematoda: Família Fasciolidae

A Fasciola hepatica é um trematoide da Família Fasciolidae e parasita os canais biliares dos

bovinos, ovinos, caprinos, suínos e, esporadicamente, do homem. Tal verme apresenta corpo de
coloração avermelhada (acinzentada na porção anterior), aspecto foliáceo, achatado, com
ventosas ventral e oral pequenas e faringe bem desenvolvida.
Também é conhecido pelos nomes de barata-do-fígado, baratinha-do-fígado, dúvia e saguaipé.

Fasciola hepatica
Possuem aspecto foliáceo, medindo 3 x 1,5

cm, apresentam também ventosas oral e

ventral. São vermes Hermafroditas e

realizam sua reprodução nos ductos biliares

do fígado de seu hospedeiro.

Fasciola hepatica - Ovo

Ovos grandes (140 µm x 60 a 100µm), ovais

ou elípticos, de casca fina, operculado.

Esses ovos vão eclodir em larvas e penetrar

caramujos.

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 16

Classe Trematoda: Família Dicrocoeliidae

Eurytrema coelomaticum é uma espécie de trematoide da Família Dicrocoeliidae, de ciclo

Heteroxeno (possui dois ou mais hospedeiros). É um parasita de ruminantes, alojando-se no
pâncreas. Eventualmente, pode infectar humanos.
Morfologicamente, se assemelha à Fasciola hepatica, sendo foliáceo e hermafrodita, porém
chegando a menores dimensões.

Eurytrema coelomaticum
O verme adulto mede cerca de 15 x 7 mm.

São hermafroditas e não geram miracídeos.

Seus hospedeiros intermediários são

caramujos e gafanhotos.

Eurytrema – Ovo
Os moluscos ingerem ovos contidos nas

fezes e agem como hospedeiro

intermediário para esse parasita. Os

hospedeiros vertebrados se infectam

ingerindo os gafanhotos ou caramujos

juntamente com as pastagens

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 17

Classe Trematoda: Família Schistosomatidae

Schistosoma é um gênero de trematoides responsável pela esquistossomose, uma parasitose

grave que causa milhares de mortes humanas por ano. Seu tubo digestivo é incompleto e tem
sistemas e órgãos muito rudimentares.
É um parasito intravascular, permanecendo lúmen dos vasos quando infecta o Homem ou os
animais domésticos. Os adultos são dioicos e têm predileção para as veias do plexo mesentérico.

Schistosoma mansoni
São vermes dióicos, delgados e longos. Se

alimentam em veias mesentéricas. Machos

medem cerca de 1 cm de por 0,1 cm de

largura. Fêmeas tem corpo cilíndrico, mais

longo e delgado que o macho (1,2 a 1,6 cm

por 0,016 cm de diâmetro.

Schistosoma – Ovo
Ovos eclodem nas fezes e contaminam a

água, onde a larva eclode e infecta o

caramujo. O diagnóstico é feito pela

presença dos ovos nas fezes.

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 18

Classe Trematoda –Histopatologia

Ao se movimentarem e se fixarem em seus sítios de predileção, os parasitos trematoides

digerem e aspiram tecidos. Este fenômeno provoca destruição na parte aspirada e estiramento e
compressão da região adjacente da mucosa intestinal ou necrose do parênquima do órgãos
parasitados.
A parasitose poderá provocar reação inflamatória local, hemorragia, obstrução de ductos,
hiperplasia epitelial, edema e deficiência nutricional do hospedeiro.

Eurytremano pâncreas
As lesões no pâncreas são decorrentes do

processo inflamatório crônico dos canais

pancreáticos, especialmente em infecções

maciças. Há pancreatite crônica, obstrução

dos canais pancreáticos.

Paratanaisia bragai
O corpo do Paratanaisia bragai é alongado e

achatado dorso-ventralmente. Possui uma

ventosa oral bem desenvolvida.

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 19

Classe Cestoda: Família Anoplocephalidae

Anoplocephalidae é uma família de cestoides usualmente de grandes dimensões, parasitos dos

intestinos de ruminantes e de equídeos.
Esses vermes possuem escólice sem rostelo e com ventosas desenvolvidas e colo desenvolvido
ou não, sistema genital simples ou duplo e testículos numerosos e ramificados. O útero possui
localização transversal e as proglotes grávidas são sempre mais largas do que altas.

Ovo
irregularmente esféricos ou triangulares,

com diâmetro entre 50 e 80 m, contém

embrião hexacanto cercado por um aparato

quitinoso piriforme (projeção do

embrióforo).

Cisticercoide
vesícula cheia de líquido contendo um único

escólex invaginado fixado, às vezes

denominado proto-escólex.

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 21

Classe Cestoda: Família Anoplocephalidae

O gênero Moniezia é composto por cestoides de grande porte. Possui escólice globoso e o
rostelo é ausente. Suas ventosas e colo são bem desenvolvidos. A genitália é dupla e as glândulas
interproglotidianas são presentes. Esse é o gênero de cestodas mais comum em ruminantes
domésticos.
O gênero Anoplocephala possui escólice e ventosas bem desenvolvidas, porém o colo é curto. A
genitália é simples. Esse é o gênero de cestodas mais comum em equídeos domésticos.

Moniezia sp.
Adultos medem de 3 a 5 metros de

comprimento por 1,5 cm de largura, escólex

não possui rostelo. Escólex sem rostelo e

nem acúleos, com ventosas.

Anoplocephala sp.
Adultos medem 3 a 8 cm de comprimento

(podendo chegar até 20 cm) por 1 a 2 cm de

largura. Colo é muito curto, o estróbilo se

alarga rapidamente , as proglotes são

espessas, mais largas que longas em toda a

extensão do estróbilo.

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 20

Classe Cestoda: Família Dilepididae

A Família Dilepididae é constituída por parasitos de pequeno ou médio porte. Possuem escólice
com rostelo com várias fileiras de ganchos e quatro ventosas laterais.
O Gênero Dipylidium possui escólice subglobosa e genitália dupla. As proglotes maduras e
grávidas possuem maior altura que largura e as bordas da proglote têm menor largura do que a
região equatorial. Produzem cerca de 20 ovos por cápsula ovígera. Constitui no principal gênero
de cestoides parasitos de cães e gatos.

Dipylidium caninum
Adulto com até 50 cm de comprimento.

Escólex com rostelo retrátil contendo 4 ou 5

fileiras de ganchos. Proglote em formato de

grão de arroz com aparelho genital duplo,

com um poro se abrindo em cada borda.

Cápsula ovígera
Estrutura que fornece proteção mecânica e

é por ela que ocorrem as trocas gasosas do

embrião.

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 22

Classe Cestoda: Família Taeniidae

A Família Taeniidae possui escólice com rostelo presente ou ausente. As proglotes imaturas são
mais largas do que longas, quadradas ou mais longas do que largas. As genitálias são simples e
os testículos, anteriores ao ovário.
A vitelária é posterior ao ovário. O Ovário é bilobado, mediano e na borda posterior da proglote. O
útero com um tronco mediano e longitudinal. Produzem ovos de parede espessa. Constituem na
principal família de interesse em saúde pública.

Taeniidae – Ovo
Ovos: oncosfera e cápsula espessa. 30-35

micrômetros de diâmetro. Suínos podem se

infectar com água, alimentos contaminados

com ovos.

Cisticerco/ Estrobilocerco/ Cenuro

São observadas nos músculos sublinguais,

mastigadores, diafragma, músculo cardíaco

e no cérebro. Cisticercose é a maior causa

epilepsia em humanos em todo o mundo.

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 23

Classe Cestoda: Família Taeniidae

O gênero Taenia possui corpo de médio a grande porte. Nas proglotes imaturas (mais largas do
que altas), os órgãos reprodutores não são desenvolvidos. Nas proglotes maduras, os órgãos
reprodutores são desenvolvidos, porém o útero é pouco desenvolvido. Nas proglotes grávidas,
os órgãos reprodutores são reduzidos, porém o útero é muito desenvolvido.
A Taenia solium tem estróbilo grande e rostelo armado com 25 a 50 acúleos em duas fileiras.
Possui entre 800 a 1000 proglotes. A Taenia saginata tem estróbilo grande e rostelo ausente.
Possui entre 1200 a 2000 proglotes.

Taenia solium
Adultos medem 2 a 3 metros em média,

podendo chegar a 8 metros. Apresentam um

escólex globoso, medindo 1 mm de

diâmetro, rostelo com ganchos e 4 ventosas

arredondadas. Rostelo com duas fileiras

concêntricas de ganchos.

Taenia saginata
Adultos medem entre 5 a 15 m, o escólex é

cuboide, sem rostelo nem ganchos, o colo

(pescoço) é longo e delgado. O Cysticercus

bovis, é branco-acinzentado de aprox. 1 cm

de diâmetro, cheio de líquido, no qual

encontra-se o protoescólex.

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 24

Classe Cestoda: Família Taeniidae

O gênero Echinococcus possui corpo pequeno, em geral, com menos de seis proglotes. O
escólice com rostelo armado de duas coroas de espinhos. O poro genital é irregularmente
alternado e situado na metade posterior da proglote. A proglote grávida é bem maior que as
demais. A espécie Echinococcus granulosus possui escólice com ventosas e rostelo bem
desenvolvidos. A proglote grávida é grande e corresponde a cerca de 1/3 a 1/2 do comprimento
do corpo.

Echinococcus granulosus
Escólex típico de tenídeo de 0,3 mm de

largura, com rostro e dupla coroa de

acúleos, estróbilo constituído por 3 ou 4

segmentos, sendo que o último é grávido e

cada segmento possui uma única abertura

genital.

Cisto Hidático
Tem até 20 cm de diâmetro, presentes no

cérebro, fígado, pulmões ou cavidade

abdominal do HI. Formado por membrana

externa e epitélio germinativo interno, do

qual se originam cápsulas prolígeras.

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 25

Classe Cestoda: Família Davaineidae

A Família Davaineidae possui escólice com rostelo armado de acúleos. As ventosas podem ou
não ser armadas. As proglotes possuem genitália simples. É a principal família de cestoides
parasitos de aves domésticas.
O gênero Davainea é de pequeno porte, tem escólice com rostelo e ventosas armados com
acúleos pequenos e a cápsula ovígera com um só ovo. O gênero Raillietina é de médio porte.
Seu escólice tem rostelo com uma ou duas fileiras de acúleos pequenos. O poro genital é
regularmente alternado e a cápsula ovígera tem vários ovos.

Davainea sp.
Estróbilo pequeno (3 a 4 mm) com poucas

proglótes, rostelo e ventosas com ganchos,

poro genital alternado lateralmente.

Cápsula ovígera com 1 ovo no seu interior.

Raillietina sp.
Adultos podem atingir até 25 cm de

comprimento. Proglótes em formato de

trapézio, contém cápsulas ovígeras com 6 a

18 ovos.

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 26

Filo Nematoda: Classe Secernentea: Ordem Strongylida

A Ordem Strongylida é composta pelos parasitos mais prevalentes e que mais causam prejuízos
na criação de animais domésticos. Esses nematoides possuem boca sem lábios, com ou sem
coroa radiada. A cavidade bucal e cápsula bucal são presentes ou não; dentes na cavidade bucal
presentes ou ausentes; esôfago filariforme; expansões cuticulares na extremidade anterior
presentes ou ausentes. Fêmea possui vulva na região mediana ou posterior do o corpo, cauda
romba ou cônica. Macho, em geral, possui bolsa copuladora desenvolvida e com raios
musculares e espículos simétricos.

Strongylida – Ovos
Pdem ser encontrados nas fezes de animais

infectados. São resistentes e podem

sobreviver no ambiente por um período de

tempo, dependendo das condições

ambientais.

Estádios larvais
Forma infectante do parasita, podem

causar, na artéria mesentérica cranial e

seus ramos, formação de trombos,

inflamação e espessamento da parede

arterial.

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 27

Ordem Strongylida: Superfamília Strongyloidea

A Superfamília Strongyloidea é a mais prevalente nos equídeos. Possui coroa radiada e dentes;
os lábios são ausentes e a cavidade bucal possui cápsula de forma variada. As fêmeas tem
cauda cônica ou romba, já os machos, bolsa copuladora constituída por raios e lóbulos.
A Família Strongylidae configura como a mais patogênica desse grupo. Possui boca com coroa
radiada, cavidade bucal bastante desenvolvida e com dentes ou placas cortantes. A bolsa
copuladora do macho é desenvolvida e lobulada com dois espículos e gubernáculo. As fêmeas
tem vulva posterior, cauda romba ou cônica.

Grandes Estrongilídeos
Strongylus vulgaris – 1,5 a 2,5 cm

Strongylus edentatus – 2,5 a 4,5 cm

Strongylus equinus – 2,5 a 5,0 cm

Triodontophorus spp. – 1,0 a 2,5 cm

Oesophagostomum sp.
Cápsula bucal pequena, podendo estar

rodeada por coroas lamelares. Vesícula

cefálica fica ao redor da cápsula bucal •

Vesícula cervical se localiza logo em

seguida à vesícula cefálica

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 28

Ordem Strongylida: Superfamília Strongyloidea

A Subfamília Strongylinae (grandes estrongilídeos) é a mais patogênica. Possui coroa radiada

interna e externa, cavidade bucal globular e dentes presentes ou ausentes; cápsula bucal muito
desenvolvida. Os machos tem bolsa copuladora desenvolvida e dois espículos delgados.
A Subfamília Cyathostominae (pequenos estrongilídeos) é a mais prevalente. Possui boca
circundada por duas coroas radiadas; cápsula bucal pequena (mais largas que profundas). Os
machos possuem dois espículos delgados. As fêmeas tem vulva posterior e cauda cônica.

Pequenos Estrongilídeos
Trichonemas spp. ou ciatostomíneos < 1,5

cm.

Ciclo biológico
Ovos na fase de mórula são eliminados com

as fezes: L1 (24-48h). O desenvolvimento

até L3 depende das condições ambientais:

35°C em 2 a 3 dias já se observa L3

infectante (L3 com bainha).

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 29

Ordem Strongylida: Superfamília Trichostrongyloidea

A Superfamília Trichostrongyloidea engloba os principais parasitos de ruminantes. Não

possuem dentes ou placa cuticular e tem cavidade bucal pequena ou ausente. Os machos
possuem bolsa copuladora bem desenvolvida e lobulada. As fêmeas possuem cauda cônica.
A Família Trichostrongylidae é a mais prevalente e a mais patogênica. Possui a boca pequena e
sem lábios. As papilas cervicais podem estar presentes. As fêmeas tem aparelho genital simples
e vulva posterior. Os machos possuem bolsa copuladora desenvolvida, com amplos lóbulos
laterais e lóbulo dorsal pequeno.

Trichostrongylus sp.
Sem cápsula bucal evidente e sulco excretor

na região esofágica. Adultos com cerca de 8

mm de comprimento, menor da família

Haemonchus sp.
Na extremidade posterior: asas, papilas ou

estruturas expandidas (bolsa copuladora).

Vivem na luz intestinal e se alimentam de

microrganismos e materiais disponíveis. Se

alimentam da mucosa do tubo digestivo, ou

através dela.

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 30

Ordem Strongylida: Superfamília Trichostrongyloidea

A Família Dictyocaulidae é constituída por vermes pulmonares com bastante potencial

patogênico para ruminantes e equídeos jovens. Sua boca é rodeada por quarto diminutos lábios,
sendo a cavidade e cápsula bucal pequenas.
As fêmeas possuem a vulva próxima a metade do comprimento do corpo.
Os machos possuem a bolsa copuladora pequena e arredondada, espículos curtos e
gubernáculo.

Cooperia sp.
Possuem estrias cuticulares transversais na

região esofágica e vesículas celfálicas.

Tamanho pequeno (até 1 cm de

comprimento). Parasita o intestino delgado

de ruminantes e raramente o abomaso.

Dictyocaulus – ovo/larva
Ovos eclodem e se desenvolvem em larvas

dentro do hospedeiro, essas larvas podem

permanecer meses no pasto. Nos alvéolos

do hospedeiro essas larvas podem causar

alveolite e bronquiolite.

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 31

Ordem Strongylida: Superfamília Ancylostomatoidea

A Superfamília Ancylostomatoidea é a mais prevalente em cães. Sua abertura oral é ampla e

desprovida de coroa radiada ou lábios. Possuem dentes ou placas cuticulares. A cavidade bucal
é muito desenvolvida. Os machos possuem bolsa copuladora desenvolvida e as fêmeas, cauda
cônica.
A Família Ancylostomatidae é formada por parasitos hematófagos. Possui abertura oral provida
de dentes ou placas cortantes na face ventral e cavidade bucal muito desenvolvida. Sua
extremidade anterior é curvada dorsalmente.

Ancylostoma brasiliense
Pode causar o ancilostomíase e larva

migrans cutânea (bicho-geográfico).É um

parasito comum do intestino delgado de

cães e gatos.

Ancylostoma caninum
O comprimento dos machos adultos varia de

9 a 13 milímetros e o das fêmeas adultas de

14 a 20 milímetros. As larvas invadem o

hospedeiro por penetração.

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 32

Ordem Strongylida: Superfamília Ancylostomatoidea

A Subfamília Ancylostomatinae possui abertura oral com um a quatro pares de dentes

pontiagudos em sua face ventral e goteira esofagiana (cone dorsal) ausente. Os machos
possuem dois espículos simétricos e longos e o gubernáculo é presente.
A Subfamília Bunostominae é composta por vermes hematófagos que parasitam ruminantes.
Possuem duas lâminas na margem ventral da boca, sendo que a cavidade bucal tem um ou dois
pares de dentes e a goteira esofagiana é presente. Os machos tem bolsa copuladora
desenvolvida e lóbulo dorsal assimétrico; espículos simétricos e o gubernáculo é ausente. As
fêmeas possuem abertura da vulva na região mediana do corpo e cauda cônica.

Ancylostoma duodenale
Vive no intestino delgado de hospedeiros

como humanos, cães e gatos. São vermes

dióicos. Pequeno e cilíndrico, de cor branco-

acinzentada, com duas placas ventrais na

margem anterior da cápsula bucal.

Bunostomum sp.
Vermes adultos são hematófagos, englobam

porções da mucosa do intestino delgado

pela cápsula bucal, provocam dilaceração

dos tecidos, ingerem quantidades

significativas de sangue.

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 33

Ordem Ascaridida
A Ordem Ascaridida é composta por parasitos robustos e de grandes dimensões. Possuem
boca com três lábios desenvolvidos e esôfago com um bulbo bem evidente. As asas cervicais
são presentes ou ausentes. Os machos podem ter a cauda romba ou cônica, levemente curvada,
com ou sem ventosa pré-cloacal, asas caudais e projeções digitiformes presentes ou ausentes.
As fêmeas possuem cauda romba ou cônica.
A Família Ascarididae tem boca com três lábios desenvolvidos e as asas cervicais são
presentes ou ausentes. Machos tem cauda romba, curva e com projeção digitiforme presente ou
ausente; as asas caudais podem ser presentes ou ausentes e as papilas sésseis são presentes.

Toxocara canis
Fêmeas: maiores (20 a 50 cm), útero pode

conter de milhares a milhões de ovos.

Machos: menores, cauda curvada na direção

ventral. Casca do ovo é espessa, os ovos

podem resistir no ambiente por vários anos.

Toxocara cati
Grande verme branco de até 15 cm de

comprimento. Adultos se localizam

intestino delgado de seu hospedeiro e as

larvas migram pelo fígado, pulmão,

intestino.

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 34

Ordem Ascaridida

A Subfamília Ascaridinae engloba os gêneros Ascaris e Parascaris, muito prevalentes em

humanos e suínos; equinos, respectivamente. Não possuem asas cervicais. Os machos tem a
cauda sem projeção digitiforme e as asas caudas podem ser presentes ou não.
A Subfamília Toxocarinae engloba os gênero Toxocara, bem prevalente em cães, gatos e
bovinos. Possui asas cervicais e não possui interlábios. A cauda do macho possui projeção
digitiforme e as asas caudais podem ser presentes ou não.

Ascaris sp.
Grande verme branco de até 40 cm de

comprimento. Adultos se localizam

intestino delgado de seu hospedeiro e as

larvas migram pelo fígado, pulmão,

intestino.

Ascaris - ovo
Possui casca espessa e rigorosa, seu ovos

são depositados nas fezes e no solo, onde

eclodem e se desenvolvem em larvas.

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 35

Ordem Oxyurida

A Ordem Oxyurida é composta por indivíduos de pequeno e médio porte, que parasitam cólon e
reto de equídeos e humanos. Sua boca é contornada por quatro grupos de papilas cefálicas,
sendo cavidade bucal desenvolvida ou não.
O esôfago tem corpo bem desenvolvido, istmo e bulbo; expansões cuticulares podem ser
presentes ou ausentes. Os machos possuem apenas um espículo, sendo o gubernáculo presente
ou ausente. As fêmeas em geral possuem cauda cônica e longa.

Oxyuris equi
Vermes adultos região íleo-cecal do

intestino, mas podem ser encontrados

desde o estômago até o ânus. Aderem-se à

mucosa e se alimentam de células epiteliais

e bactérias. Fêmeas passam através do

ânus onde ovipõem.

Oxyuris equi - ovo

Morfologia ovoide, amarelados, levemente

achatados em um dos lados, com um

tampão mucoide em uma extremidade

(operculados)

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 36

Ordem Rhabditida

A Ordem Rhabditida é formada por nematoides de pequeno porte. As espécies parasitas de

animais em geral possuem geração de vida livre em que ocorrem adultos machos e fêmeas, ovos
e larvas e geração de vida parasitária com ovos, larvas e fêmeas partenogenéticas. Possuem
boca com lábios pequenos; esôfago com pequeno bulbo no corpo, istmo e bulbo posterior. As
fêmeas partenogenéticas possuem esôfago filariforme, que ocupa cerca de 1/3 do comprimento
de seu corpo.

Strongyloides sp.
Parasitas do intestino delgado de animais

jovens e podem causar enterites e lesões

devido a migração larval. São de pequenas

dimensões: menos de 1 cm de comprimento.

Strongyloides – ovo/larva
Possuem formato oval, com casca fina e de

pequena dimensão. Larvas contém esôfago

rabditoide (esôfago com istmo e bulbo)

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 37

Ordem Spirurida

A Ordem Spirurida é a mais heterogênea entre os nematoides, em termos de morfologia. A

boca pode ou não ter dois ou mais lábios, com interlábios e pseudo-lábios presentes ou
ausentes. A cavidade bucal pode ou não ser desenvolvida e possuir ou não cápsula bucal.
O esôfago é muscular-glandular: porção anterior curta e muscular, e porção posterior longa e
glandular. As fêmeas tem vulva em posição variável. Os machos tem a cauda geralmente
enrolada, com asas caudais e papilas pedunculadas e sésseis; os espículos geralmente são
assimétricos.

Dirofilaria immitis
Nematoides finos e longos, de coloração

esbranquiçada. Machos: 12 a 20 cm de

comprimento x 0,7 a 0,9 mm de largura. •

Fêmeas: 25 a 30 cm de comprimento x 1,0 a

1,3 mm de largura.

Microfilárias
307 a 332 mm de comprimento x 6,8 mm de

largura. Se localizam na circulação

sanguínea.

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 38

Classe Adenophorea: Ordem Enoplida
A Classe Adenophorea possui canais excretores laterais. Os machos não possuem asas caudais
e a bolsa copuladora, quando presente, é musculosa e desprovida de raios.
A Ordem Enoplida é caracterizada por possuir o esôfago cilíndrico, glândulas salivares fora da
parede do esôfago ou esôfago constituído por células dispostas ao longo deste.
A Superfamília Trichinelloidea possui corpo longo e uniformemente delgado ou com a porção
posterior mais espessa do que a anterior; boca geralmente simples; esôfago longo e constituído
de uma porção anterior, simples e curta e outra porção longa e formada de células (esticócitos)
dispostas em série (esticossoma).

Trichuris sp.
Possuem de 3,6 a 8 cm de comprimento. se

localizam no intestino grosso,

particularmente o ceco. Machos possuem a

extremidade posterior em forma de espiral,

onde se localiza a espícula e a bainha da

espícula

Trichuris - ovo
Apresenta formato de barril, com presença

de dois opérculos nas extremidades. Ovo de

casca espessa com presença de massa

embrionária única quando é recém

eliminado.

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 39

Superfamília Dioctophymatoidea

A Superfamília Dioctophymatoidea é composta por nematoides robustos e longos, parasitos de

cavidades ou órgãos parenquimatosos. Possui boca com ou sem lábios e esôfago com bulbo
posterior, glândulas salivares fora da parede do esôfago; sistema reprodutor simples em ambos
os sexos. Os machos possuem espículo único e bolsa copuladora musculosa, porém sem raios.
A Família Dioctophymatidae possui boca contornada por papilas dispostas em fileiras simples
ou duplas. As fêmeas possuem vulva na região posterior do corpo.

Dioctophyma renale
Macho: 14-45 x 0,4-06 cm. Fêmea: 20-100 x

0,5-1,2 cm. Se localizam no parênquima

renal, cavidade peritoneal, raramente no

fígado, testículos, tecido subcutâneo.

Dioctophyma renale - ovo

Ovos são bioperculado, elípticos, castanhos,

casca espessa e com depressões

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 40

Filo Acanthocephala

Acanthocephala é um filo de parasitos obrigatórios, encontrados em muitas espécies de peixes,

anfíbios, pássaros e mamíferos. Caracterizam-se pela presença de uma probóscide retrátil,
munida de espinhos e que serve para fixação. São descritas cerca de 1.150 espécies.
Os acantocéfalos não possuem boca nem sistema digestivo. O sistema nervoso é ganglionar e
não tem órgãos sensoriais evidentes. A excreção é realizada por meio de células-flama. São
dioicos, sendo que os machos usualmente possuem bolsa copuladora sem raios musculares.

Macracanthorhynchus hirudinaceus
Corpo cilíndrico de coloração esbranquiçada

recoberto por cutícula invaginada e

enrugada. Macho mede até 10 cm de

comprimento. Fêmeas são maiores, até 35

cm de comprimento.

M. Hirudinaceus - ovo
Ovos fusiformes ou ovalados de casca

espessa marromescura. Cada fêmea pode

liberar 80.000 a 260.000 ovos por dia

durante pelo menos 10 meses.

Caderno didático de Parasitologia Veterinária 41