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CONTEÚDO: OBJETIVO/EXPECTATIVA/HABILIDADES:

Parasitologia (GO-EMCNT310G) Identificar os principais agentes


etiológicos relacionados a infecções e verminoses,
considerando a relação ecológica parasita e
hospedeiro para justificar os principais
mecanismos de profilaxia, saneamento básico e
políticas públicas voltadas à promoção e
manutenção da saúde da população.

ECTOPARASITAS - DOENÇAS

Ectoparasita é aquele que vive na superfície externa do seu hospedeiro (do grego ectos, fora). Assim o
ectoparasita não precisa se alojar no interior do organismo hospedeiro para se alimentar, apresentando uma
dependência metabólica parcial. Alguns exemplos de ectoparasitas são os piolhos, carrapatos e pulgas.

Adaptações
Cada parasita apresenta estratégias e adaptações particulares utilizadas para extrair nutrientes de seus
hospedeiros. Nos ectoparasitas essas adaptações podem ser observadas muitas vezes como alterações no
aparato bucal, permitindo que eles penetrem a superfície da pele e se alimentem dos nutrientes do
hospedeiro. A sarna é uma doença de pele causada pelo ectoparasita Sarcoptes scabiei. A fim de obter
nutrientes para sua sobrevivência, o organismo parasita se enterra na pele do hospedeiro, diferente de
ectoparasitas como o piolho, que perfuram a superfície e inserem apenas seu aparelho bucal para extrair o
alimento, mas outras adaptações surgiram para facilitar a alimentação, como no caso das sanguessugas são
animais anelídeos que se alimentam com sucesso do sangue de seus hospedeiros graças a um
anticoagulante que secretam quando se aderem ao corpo da vítima. Essa substância anticoagulante é
responsável por manter a circulação do sangue, favorecendo sua absorção pelo parasita.
Algumas adaptações também podem estar relacionadas a especificidade dos parasitas. Os ectoparasitas
podem ser tanto generalistas, não apresentando uma espécie específica de hospedeiro, como também
especialistas, parasitando uma única espécie de hospedeiro. Assim, a fixação do ectoparasita pode
apresentar sintomas leves ou graves no hospedeiro, e a presença de ectoparasitas no hospedeiro é chamada
de infestação e não de infecção. Apesar disso, algumas espécies de ectoparasitas podem ser vetores de
doenças.

Doenças
Apesar de normalmente não causarem doenças ao parasitar, muitos ectoparasitas são vetores de doenças
causadas por vírus e bactérias por exemplo. A transmissão acontece quando o ectoparasita contaminado se
alimenta de um hospedeiro saudável. Um exemplo é a Erlichiose Canina, também conhecida popularmente
como Doença do Carrapato, que pode ser transmitida através da mordida do carrapato marrom
(Rhipicephalus sanguineus) contaminado com bactérias do gênero Erlichia, atingindo principalmente cães.
A febre maculosa também é uma doença transmitida por carrapatos contaminados, causada pela
bactéria Rickettsia rickettsii. Apesar de ser uma doença que atinge mamíferos silvestres, pode contaminar o
homem, sendo este um hospedeiro acidental da doença.
Ectoparasitas como pulgas e piolhos também são vetores de doenças importantes como a Peste Negra,
também conhecida como Peste Bubônica, causada pela bactéria Yersinia pesti. As condições de higiene e
também criação de animais na Europa do século XIV contribuíram para uma grande infestação dos
ectoparasitas, e consequentemente proliferação da doença. Atualmente doenças como Zika e Chikungunya
também são transmitidas por ectoparasitas. Nesses casos a fêmea do mosquito do gênero Aedes não vive
em seu hospedeiro, e apenas extrai os nutrientes necessários através da pele. Por ser o vetor transmissor de
doenças importantes como Dengue, Zika e Chikungunya, o mosquito Aedes é considerado um dos parasitas
que mais matam pessoas no mundo.
Exemplos de ectoparasitas em humanos:
O ácaro da sarna (Sarcoptes scabiei)- Escabiose
Sarcoptes scabiei é uma espécie de ácaro e é o agente causador da escabiose, comumente chamado sarna.
Esta é uma doença de pele e é distribuída em todo o mundo, pois é altamente contagiosa. A infecção ocorre
quando uma fêmea escava túneis na pele do hospedeiro e deixa seus ovos enquanto ela se move. Os ovos
eclodem e produzem larvas que migram para a superfície e se tornam adultos infecciosos.

Sarcoptes scabiei visto em microscópio.

O ácaro do folículo piloso (Demodex sp.)


Os ácaros Demodex são pequenos ectoparasitas que vivem em folículos capilares de mamíferos e em outras
áreas próximas. Eles são muito pequenos e existem duas espécies que afetam os seres humanos: Demodex
folliculorum e Demodex brevis . A infestação por Demodex é comum e geralmente permanece assintomática,
embora em alguns casos possa causar doenças de pele, especialmente em pessoas com problemas no
sistema imunológico. Se o sistema imunológico não funcionar adequadamente, esses ectoparasitas podem
proliferar e causar demodicose.

Piolho (pediculose)
O piolho é um inseto ectoparasita que estabelece uma relação desarmônica com os seres humanos.
Alimentando-se do nosso sangue, o piolho é responsável por desencadear uma doença chamada pediculose.
Três tipos de pediculose são reconhecidos: a da cabeça, a do corpo e a da região pubiana. A pediculose
da cabeça é uma doença muito comum em crianças em idade escolar e destaca-se por ser o mais conhecido
tipo de pediculose. O piolho é um inseto áptero (sem asas) que se alimenta de sangue e parasita os
seres humanos. Ele pode ser encontrado na cabeça, no corpo e na região pubiana. Os piolhos da cabeça
desenvolvem-se nessa região e apresentam nome científico Pediculus humanus capitis. São, sem dúvidas, os
mais conhecidos. O piolho do corpo é chamado de Pediculus humanus corporis, e seu nome popular é
“muquirana”. Por fim, o piolho da região pubiana recebe o nome de Phthirus pubis e popularmente é
conhecido como “chato”.

O piolho é um inseto que não apresenta asas, sendo transmitido por contato ou objetos pessoais.
Ciclo de vida do piolho da cabeça Durante o desenvolvimento, o piolho passa por três estágios: ovo, ninfa e
adulto. Os ovos, conhecidos como lêndeas, são depositados pelo piolho da cabeça bem próximo da região
da raiz dos cabelos. Esses ovos apresentam um espécie de cola, o que lhes garante maior aderência aos
fios. Durante sua vida, um piolho fêmea pode produzir cerca de 300 ovos. Após eclodirem, cerca de sete a
10 dias após a deposição, surge a ninfa. Ela se desenvolve e, após, aproximadamente, 12 dias, atinge a fase
adulta. A fase adulta é mais difícil de ser visualizada, uma vez que, geralmente, os piolhos adultos são
pouco numerosos. Eles são encontrados com maior frequência na região occipital e auricular posterior, ou
seja, na parte de trás da cabeça. Os piolhos são transmitidos por meio do contato direto com uma pessoa
que os tenha. No caso do piolho da cabeça, você pode adquiri-lo, por exemplo, encostando sua cabeça na de
outra pessoa. Além disso, emprestar objetos de uso pessoal também pode garantir a transmissão.
Escovas de cabelo, prendedores, lenços, bandanas, capacetes, chapéus e bonés, por exemplo, podem
proporcionar a disseminação da doença. No caso do piolho de corpo, esse pode ser transmitido
por compartilhamento de roupas. A pediculose pubiana, por sua, vez pode ser adquirida por contato
sexual.
Sintomas da pediculose

Na pediculose da cabeça, é possível observar facilmente a presença dos ovos do parasita próximo da raiz do
cabelo.
A pediculose pode causar alguns sintomas, sendo o principal deles a coceira intensa, desencadeada por
substâncias anestésicas e anticoagulantes liberadas pelo parasita no momento de sua alimentação. No caso
da pediculose de cabeça, a região geralmente mais acometida é a parte de trás dessa parte do corpo. Além
da coceira, pontos avermelhados podem surgir, bem como ferimentos, devido ao ato de coçar, o que pode
conduzir a infecções secundárias. Ínguas na região da nuca e atrás das orelhas podem também se
desenvolver nesses casos.
Nas pediculoses do corpo e pubiana, a coceira está também presente. Pequenas lesões hemorrágicas e
pápulas podem ser observadas no tronco, abdome e glúteo de pessoas com pediculose de corpo. No caso da
pediculose pubiana, pode-se observar na região manchas violáceas e escoriações. Assim como na
pediculose da cabeça, nas pediculoses pubiana e do corpo também podem ser observadas infecções
secundárias.
- Tratamento da pediculose: O tratamento da pediculose da cabeça envolve o uso de shampoos especiais
e a retirada, com pente fino ou manualmente, dos piolhos e lêndeas. Em alguns casos, a medicação
oral pode ser recomendada pelo médico.
Prevenção da pediculose: As principais maneiras de prevenir-se as diversas formas de pediculose
são: evitando o contato com pessoas infectadas pelo piolho e não compartilhando objetos de uso
pessoal. É importante que os responsáveis de crianças em idade escolar façam com frequência a
observação do couro cabeludo delas e, se possível, realizem com frequência a passagem do pente fino.
É importante lembrar que a pediculose da cabeça é uma questão que deve ser comunicada às escolas e
creches, pois, mesmo que uma pessoa faça o tratamento de uma criança, ela pode recontaminar-se caso não
seja feito um esforço coletivo para barrar o problema.

A pulga comum ( Pulex irritans)


A espécie Pulex irritans é um exemplo de um ectoparasita que afeta severamente os seres humanos porque
é o vetor de transmissão de várias doenças, incluindo a peste bubônica, que atingiu a Europa em tempos
passados. É uma espécie que teve sucesso em sua distribuição em todo o mundo. Alimenta-se de sangue
quente de vários animais, como cães, gatos, porcos, morcegos, ratos, galinhas, entre outros.

Bicho -de-pé: Esta é uma infecção da pele causada por uma pequena pulga, chamada de Tunga penetrans,
que é capaz de se infiltrar e viver por várias semanas na pele, causando uma pequena lesão que pode
inflamar e causar sintomas como dor, coceira e vermelhidão. Para tratar esta infecção, é necessário remover
este parasita da pele, de preferência num posto de saúde, com uma agulha estéril, entretanto, podem ser
usados cremes à base de cânfora ou vaselina salicilada, para facilitar o tratamento, ou opções de remédios,
como o Tiabendazol ou Ivermectina em comprimido ou pomada, por exemplo, orientados pelo médico em
casos de necessidade.
Profilaxia: evitar andar descalço em solos com areia e lama, e não frequentar ambientes com lixo e
pouco saneamento.
Febre maculosa
A febre maculosa é uma condição que, no Brasil, também é chamada de febre do carrapato, já que sua
transmissão se dá por meio da picada de um desses insetos, do tipo carrapato-estrela, desde que eles
estejam infectados com a bactéria Rickettsia rickettsii. Essa doença é mais comum em pessoas que vivem
em zonas rurais, sendo que ela também pode afetar locais que contêm uma infestação de carrapatos, sendo
que nem todos insetos possuem a bactéria que causa a doença. Essa é uma doença infecciosa e que pode
ter fortes efeitos sobre determinados indivíduos, sendo que outros podem enfrentar a febre maculosa de uma
forma mais amena. Dependendo da gravidade da febre maculosa, ela pode levar o paciente a óbito.
Os sintomas de febre maculosa surgem após uma janela que vai de 2 a 14 dias após a mordida do carrapato.
Eles podem durar por cerca de uma semana. Entre os principais sintomas de febre maculosa, podemos
destacar: febre alta; dor de cabeça; dor em todo o corpo, em especial na região dos olhos; náuseas e
vômitos; diarreia; desânimo; dor abdominal; perda do apetite; confusão mental; mal-estar; inchaço das pernas
e pés; aumento de tamanho do baço; icterícia (pele amarelada); erupções cutâneas avermelhadas e
irritações, que podem ter pequenos e leves sangramentos que surgem em lugares como a palma das mãos e
a sola dos pés.
Profilaxia: Uma forma de prevenir a doença é, assim que entrar em contato com animais que podem ter
carrapatos, checar o corpo por sinais desses insetos e tomar bastante cuidado ao removê-los da pele.

EXERCÍCIOS

1- Dos exemplos abaixo todos são ectoparasitos, exceto:


a) Lombriga
b) Piolho
c) Bicho de pé
d) ácaro da sarna

2- O piolho é um animal que causa muito incômodo quando se aloja em nosso couro cabeludo. Esse inseto
alimenta-se do nosso sangue e provoca coceira intensa, que pode causar ferimentos caso o paciente utilize
as unhas para se coçar. A relação estabelecida entre o piolho e o ser humano é denominada de:
a) mutualismo.
b) predação.
c) canibalismo.
d) parasitismo.

3- Bicho -de-pé: Esta é uma infecção da pele causada por:


a) um piolho (chato).
b) uma pulga Tunga penetrans
c) um verme nematelminto (Larva migrans)
d) carrapato-estrela.
4- A febre maculosa é uma condição que, no Brasil, também é chamada de febre do __________, já que sua
transmissão se dá por meio da picada de um desses insetos, do tipo __________, desde que eles estejam
infectados com a bactéria Rickettsia rickettsii. Preencha corretamente as lacunas:
a) piolho, carrapato-estrela.
b carrapato, carrapato do cachorro.
c) carrapato, carrapato-estrela.
d) carrapato, carrapato da perna preta.

5- A espécie Pulex irritans é um exemplo de um ectoparasita que afeta severamente os seres humanos
porque é o vetor de transmissão de várias doenças, incluindo:
a) a febre maculosa.
b) a pediculose
c) a escabiose.
d) a peste bubônica.

6 - Os parasitas são organismos que interagem com outro seres vivos, dos quais retiram seu alimento. Na
relação entre o homem e o piolho, que se trata de ectoparasita, o homem pode ser chamado de:
a) inquilino.
b) parasita.
c) hospedeiro.
d) patógeno.

PLANO 03 – 2 BIM – 3 ANO - BIOLOGIA) – GOOGLE FORMS

https://forms.gle/9yhEUaWaXE5rK3bz5

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