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GUIA PRÁTICO DE

POSICIONAMENTO
RADIOGRÁFICO EM
RADIOLOGIA VETERINÁRIA
• Alterações da Síndrome do Braquicefálico
identificamos na Radiografia
Braquicefálicos são cães e gatos que possuem o
comprimento nasal menor que o do seu crânio. São
aquelas raças que tem o focinho “achatado”, como
os buldogues, os pugs e os gatos persas, por
exemplo.
Pacientes com esta conformação facial, muitas vezes
podem ser portadores de outras alterações
anatômicas que não estão apenas na “cara”. E estas
podem levar ao desenvolvimento e manifestação do
que chamamos de Síndrome Obstrutiva do
Braquicefálico, ou simplesmente Síndrome do
Braquicefálico.
Dentre as condições primárias que estão
implicadas nesta síndrome destacam-se:
Narinas estenosadas (estreitas),
Palato mole alongado,
Hipoplasia da traqueia (traqueia também
estreita),
Macroglossia (língua grossa)
Conchas nasais hipertrofiadas ou cornetos
aberrantes.
Todas estas alterações, apresentadas de forma
única ou conjunta, levam a diferentes graus de
comprometimento respiratório, e algumas das
manifestações clínicas são:
Respiração ruidosa,
Esforço respiratório,
Alteração vocal,
Intolerância ao exercício,
Cianose (língua roxa)
Síncope.
A simples inspeção durante o exame físico já poderá
prover algumas informações diagnósticas,
especialmente quanto o aspecto da narina e língua.
O exame radiográfico, por sua vez, pode apontar
outras alterações e auxiliar no diagnóstico, mas não
possui sensibilidade para demonstrar todas as
possíveis anormalidades que estão envolvidas na
citada síndrome. Exames de Tomografia
Computadorizada e as escopias (rinoscopia,
laringoscopia, traqueobroncoscopia) são muitas
vezes essenciais na pesquisa e obtenção de dados
complementares e determinantes para a tomada de
decisões terapêuticas.
Imagens radiográficas das regiões cervical e torácica,
realizadas com técnica e posicionamento
adequados, poderão permitir ao radiologista
observar a silhueta do palato mole, do aspecto da
faringe e do lúmen da traqueia. Além disso,
radiografias destas regiões adicionam informações
para diagnósticos diferenciais aos sintomas clínicos
apresentados pelos pacientes, permitindo, por
exemplo, a avaliação da silhueta cardíaca e dos
campos pulmonares.
O tratamento: clínico ou mesmo cirúrgico,
dependendo do diagnóstico obtido por meio do
exame clínico e dos possíveis métodos de imagem.
Radiografia laterolateral direita da região cervical de
um cão filhote, apresentando alargamento do palato
mole (*), estreitamento da nasofaringe (seta branca),
obliteração parcial da laringofaringe e diminuição do
lúmen traqueal.
Importância de um posicionamento radiográfico
adequado e como uma equipe especializada em
laudos pode tornar os resultados ainda mais
eficazes
A telemedicina diagnóstica veterinária é um dos
grandes ganhos para a saúde animal propiciados
pelo avanço da tecnologia.
Ao possibilitar que exames realizados em clínicas e
hospitais veterinários sejam laudados por
profissionais especializados, o
telediagnóstico facilita o acesso a laudos mais
técnicos, assertivos e ágeis, mesmo nas regiões mais
remotas do país.
Mas mais se aprofundando a fundo neste
contexto, é extremamente importante que os
posicionamentos radiográficos nos animais
sejam feitos de forma precisa para que os
laudos sejam diagnosticados com precisão.
Muitas vezes, nossos pacientes não são
colaborativos ou encontram-se em quadros
clínicos desfavoráveis à manipulação
necessária durante a execução do exame
radiográfico.
A realização do exame radiográfico requer
um certo grau de treinamento e prática para
que as imagens resultantes tenham boa
qualidade diagnóstica.
Muitos diagnósticos podem ser confirmados
ou excluídos usando o exame radiográfico
como complementação diagnóstica.
Associado ao exame físico, história do
paciente e outros exames de diagnóstico,
ajuda a definir ou refinar a conduta clínica.
Por exemplo: o exame radiográfico pode confirmar ou
excluir fraturas e luxações em pacientes
traumatizados, ou auxiliar no diagnóstico de
pneumonia ou outras afecções pulmonares em um
paciente com tosse. Assim, permite refinar as
hipóteses diagnósticas mais prováveis e definir o
tratamento mais indicado.
Sendo assim, posicionar corretamente o animal
garante a qualidade do diagnóstico. Os
posicionamentos são mencionados de acordo com o
sentido de onde os raios penetram, como
craniocaudal, caudocranial, mediolateral,
lateromedial, dorsoventral, ventrodorsal,
dorsopalmar, palmarodorsal, dorsoplantar,
plantarodorsal, laterolateral esquerdo e direito, etc.
É preciso levar em consideração que para cada
região, espécie, raça ou idade, há características
próprias que devem ser levadas em
consideração no momento de captar a imagem
radiográfica. Até mesmo a respiração do animal
deve ser controlada com a técnica adequada
para evitar ruídos na imagem.
Depois deste processo, para tornar os
resultados ainda mais eficazes, é preciso contar
com o suporte de uma equipe especializada no
diagnóstico dos laudos.
Enquanto ocorre essa avaliação dos
exames radiográficos e os traçados de
eletrocardiografia, sua clínica, hospital ou
centro de diagnóstico pode dar mais
atenção aos clientes e cuidados aos
pacientes.⠀
Excelência, ética e responsabilidade são
fundamentais para nós, por isso que todos
os laudos são realizados por veterinários
com especialização em diagnóstico por
imagem e cardiologia.
Na Imagem vet. emitimos laudos de radiologia,
tomografia computadorizada, ressonância
magnética e eletrocardiograma e, ainda,
auxiliamos em todos os processos de exames,
como definição das projeções radiográficas
necessárias e orientações sobre posicionamento
através de nosso sistema com o radiologista
A nossa equipe é formada por veterinários com
especialização em diagnóstico por imagem e
cardiologia. Todos possuem vasta experiência em
suas respectivas áreas e atuam na rotina de
renomados centros de diagnóstico e hospitais
veterinários.
POSICIONAMENTO RADIOGRÁFICO
CRÂNIO: PROJEÇÃO DORSOVENTRAL
Apoiar a cabeça do animal sobre uma cunha de
espuma conforme mostra a figura. Deixar os
membros laterais ao cassete.
Pode-se segurar pelas orelhas ou pescoço, porém
as mãos / dedos não podem aparecer ou sobrepor
a calota craniana ou condutos auditivos.
Deve haver simetria entre as cavidades nasais e
arcos zigomáticos.
PROJEÇÃO
DORSOVENTRAL
CRÂNIO: PROJEÇÃO LATEROLATERAL
As mandíbulas devem ficar sobrepostas na imagem
radiográfica e para isso é necessário rotacionar a
cabeça.
Uma cunha de espuma colocada sob as mandíbulas
ajuda a levantar a porção inferior da região.
Pode-se segurar pelas orelhas ou pescoço, porém as
mãos/dedos de quem contem o animal não podem
aparecer ou sobrepor a calota craniana, condutos
auditivos, dentes e cavidades nasais.
Avaliação da cavidade nasal e seios nasais são as
principais indicações deste posicionamento.
CRÂNIO: PROJEÇÃO LATEROLATERAL OBLIQUA
O animal deitado sobre a mesa assume uma
obliquidade natural. Deve-se rotacionar
levemente o crânio, mas não a ponto de obter
uma radiografia perfeitamente laterolateral.
Essa projeção serve especialmente para tirar a
sobreposição dos ramos mandibulares.
Para avaliar a mandíbula, bula timpânica ou
articulação temporomandibular (ATM) do lado
esquerdo e o osso frontal direito, deve-se
realizar a radiografia em decúbito lateral direito,
e vice- versa.
CRÂNIO (MAXILA)
PROJEÇÃO LATEROLATERAL BOCA ABERTA
• Para avaliar dentes superiores e maxila, pode-
se realizar radiografias de boca aberta, porém
com o animal sob sedação.
• Se o objetivo for visualizar maxilar direito, a
boca deve ser aberta e a cabeça rotacionada
até que a região de estudo fique no centro da
boca aberta, sem sobreposição do maxilar
contralateral ou das mandíbulas.
CRÂNIO (SEIOS FRONTAIS)
PROJEÇÃO ROSTROCAUDAL
• Focinho do animal apontando para o
colimador e o centro da marcação entre
os olhos.
• Pode-se colocar uma cunha de espuma
por baixo da nuca, facilitando o
tangenciamento dos seios frontais.
• CRÂNIO (FORÂMEN MAGNO)
PROJEÇÃO ROSTROCAUDAL
• Focinho do animal deslocado no sentido
do peito.
• Nuca erguida.
• ESCÁPULA
PROJEÇÃO MEDIOLATERAL
• Este posicionamento visa tirar a sobreposição da
escápula aos processos espinhosos na projeção
lateral.
• O membro afetado pode estar para baixo (junto ao
filme) ou para cima. Em ambas as formas, ele deve
ser elevado dorsalmente, enquanto o outro
membro deve ser tracionado caudalmente.
• Se a escápula afetada estiver voltada para cima, o
peito do animal deverá ser levemente elevado em
relação à mesa. Se estiver para baixo, a cabeça e
pescoço devem ser puxados ventralmente.
• ESCÁPULA
PROJEÇÃO CAUDOCRANIAL
• Centralizar a escápula no filme.

Rotacionar levemente o animal para


o lado contrário ao membro
radiografado
• OMBRO
PROJEÇÃO MEDIOLATERAL
• Utilizar filme pequeno ou médio, para facilitar a
centralização do ombro. Se o cotovelo estiver
fora da margem do filme, o ombro estará dentro.
• Estender dorsalmente a cabeça, para tirar a
sobreposição da traqueia. Levar o membro
contralateral caudalmente.
• Estender o membro radiografado, fazendo com
que o cotovelo fique próximo ao canto inferior
do filme (seta), buscando tirar a sobreposição do
esterno à articulação.
• OMBRO
PROJEÇÃO CAUDOCRANIAL
• Centralizar a articulação do ombro no
filme.
• Rotacionar levemente o animal para o
lado contrário ao membro radiografado,
Se o cotovelo estiver fora do limite do
filme, há maior chance do ombro estar
focado.
• ÚMERO
PROJEÇÃO MEDIOLATERAL
• O membro avaliado deve estar junto
do filme.
• Incluir articulação do ombro e do
cotovelo para um estudo do úmero
em toda sua extensão.

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