INSTITUTO FEDERAL DA PARAÍBA – CAMPUS JOÃO PESSOA

CURSO TECNOLÓGICO DE GESTÃO AMBIENTAL

ALYSSON ELIAS SOUZA DO NASCIMENTO

LARISSA MEIRELES DE SOUZA

A PESTE BUBÔNICA

JOÃO PESSOA
Maio, 2023

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ALYSSON ELIAS SOUZA DO NASCIMENTO
LARISSA MEIRELES DE SOUZA

A PESTE BUBÔNICA

Trabalho submetido a disciplina de Saúde Ambiental, 3°

Período do Curso Tecnológico de Gestão Ambiental do
Instituto Federal da Paraíba – Campus João Pessoa.

Discente: Louis Hélvio Rolim de Brito

JOÃO PESSOA
2023

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SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 4

2 - BACTÉRIA (Yersinia Pestis) ......................................................................................................... 5

3 - AS PULGAS ..................................................................................................................................... 6

4 - TRANSMISSÃO .............................................................................................................................. 8

5 - SINTOMAS ...................................................................................................................................... 9

6 - PREVENÇÃO ................................................................................................................................ 10

7 - PESTE BUBÔNICA NO BRASIL ............................................................................................... 11

8 - A PESTE E OS CONFLITOS RELIGIOSOS ............................................................................ 13

9 - GUERRAS E PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS DA PESTE.............................................. 14

Genoveses da cidade portuária de Caffa....................................................................................... 14

Grande Guerra do Norte (1700–1721). ......................................................................................... 15

A Guerra dos Cem Anos................................................................................................................. 16

10 - A IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO CONTRA A PESTE ................................................. 17

11 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................... 18

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1 - INTRODUÇÃO

As bactérias são organismos unicelulares microscópicos que existem em praticamente todos

os ambientes da Terra. Elas podem ser encontradas em solos, água, ar, em plantas e animais,
inclusive no corpo humano. Algumas bactérias são satisfatórias para o nosso organismo,
ajudando na digestão, na produção de vitaminas e no combate aos patógenos, enquanto outras
podem ser prejudiciais e causar doenças. A diversidade de bactérias é enorme, com espécies e
famílias diferentes. As bactérias têm uma grande importância no ciclo da vida, desempenhando
papéis compatíveis na manutenção do equilíbrio ecológico e na produção de alimentos e
medicamentos.

Embora muitas bactérias sejam inofensivas ou até resistentes para nós, algumas delas podem
causar doenças graves e até mesmo fatais. Essas bactérias nocivas podem ser encontradas em
alimentos contaminados, água não tratada, ambientes sujos e até mesmo em outras pessoas. É
importante entender como essas bactérias se espalham e como evitá-las para proteger nossa
saúde e bem-estar. Algumas das bactérias mais conhecidas que podem causar doenças em
humanos incluem Salmonella, Escherichia coli (E. coli), Staphylococcus aureus e
Streptococcus pneumoniae.

Escherichia coli Staphylococcus aureus

A Yersinia pestis é uma bactéria altamente patogênica e contagiosa, responsável pela peste
bubônica, uma das doenças mais devastadoras da história da humanidade. Essa bactéria é
transmitida por pulgas que vivem em roedores infectados, como ratos e esquilos. Quando uma
pessoa é picada por uma pulga infectada, a bactéria se multiplica rapidamente e pode causar
febre, dores de cabeça, calafrios, náuseas e, em casos graves, falência múltipla de órgãos e

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morte. A peste bubônica já causou pandemias que mataram milhões de pessoas em todo o
mundo, incluindo a "peste negra" que assolou a Europa no século XIV. Embora a peste
bubônica seja uma doença rara atualmente, ainda é uma ameaça potencial, especialmente em
áreas onde as condições sanitárias são precárias e a infestação de roedores é comum.

2 - BACTÉRIA (Yersinia Pestis)

Yersinia pestis, bactéria causadora da “peste negra”

A Yersinia pestis é uma bactéria que pode ser transmitida para as pessoas por meio da picada
da pulga ou roedores infectados e é responsável pela peste bubônica, também conhecida
popularmente por peste negra. Essa doença é grave e muitas vezes fatal caso não seja tratada
imediatamente, sendo a principal responsável pela morte de mais de 30% da população da
Europa no século XIV. É uma bactéria altamente contagiosa e resistente, capaz de se adaptar
a diferentes ambientes e sobreviver fora do hospedeiro por períodos prolongados.

As pulgas se alimentam de sangue, principalmente de roedores. Se os roedores estiverem

infectados pela Yersinia pestis, ao parasitar o animal, a pulga também adquire essa bactéria.
Quando o roedor é morto, a pulga infectada procura outros corpos para continuar se
alimentando de sangue. Assim, pode infectar outros roedores e outros animais, como gatos ou
seres humanos por meio de picadas.

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3 - AS PULGAS

Pulgas são minúsculas, mas podem ocasionar grandes transtornos, especialmente para quem
tem bichos de estimação em casa. Na maioria das vezes, o problema são as reações alérgicas à
picada, que causam coceira e vermelhidão tanto nos pets quanto em humanos.
As pulgas são pequenos insetos parasitas que passam por um ciclo de vida completo, que inclui
quatro estágios distintos: ovo, larva, pupa e adulto. Essas etapas são essenciais para a
sobrevivência e reprodução das pulgas.

Ovo: O ciclo de vida das pulgas começa quando uma fêmea adulta deposita os ovos. Esses ovos
são geralmente colocados nos pelos do animal hospedeiro, como cães, gatos ou até mesmo
humanos. No entanto, eles podem cair no ambiente circundante, como tapetes, camas ou
carpetes. Cada fêmea pode colocar centenas de ovos ao longo de sua vida. Os ovos são muito
pequenos e brancos, com cerca de 5 milímetros de comprimento. Eles podem levar de dois dias
a duas semanas para eclodir, dependendo das condições ambientais, como temperatura e
umidade.

Larva: Após a eclosão, as larvas emergem dos ovos. As larvas de pulga são pequenas e brancas,
com um corpo segmentado. Elas são fotofóbicas, o que significa que evitam a luz e preferem
se esconder em locais escuros e úmidos. As larvas se alimentam de matéria orgânica, como
detritos de pele e fezes de pulgas adultas. Elas passam por várias mudas, crescendo
gradualmente em tamanho ao longo de 5 a 20 dias.

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Pupa: Depois de completar o estágio larval, as larvas constroem casulos de seda para se
protegerem em seu estágio de pupa. Durante a fase de pupa, a pulga está em um estado de
repouso e transformação. O casulo é geralmente pegajoso e pode se misturar facilmente com a
poeira e detritos do ambiente, tornando-se difícil de ser detectado. Dentro do casulo, a pulga
passa por uma metamorfose completa, desenvolvendo-se e se preparando para emergir como
um adulto. A duração da fase de pupa varia de alguns dias a várias semanas, dependendo das
condições ambientais.

Adulto: Após a fase de pupa, as pulgas adultas emergem do casulo. Elas são ágeis e têm a
capacidade de saltar grandes distâncias em relação ao seu tamanho. Os adultos são pequenos
insetos, com cerca de 2 a 4 milímetros de comprimento. Eles possuem corpos achatados, pernas
fortes e são de cor marrom avermelhado. As pulgas adultas precisam se alimentar de sangue
para se reproduzir. Elas saltam nos hospedeiros disponíveis, se fixam na pele e se alimentam.
O ciclo de vida completo, desde o ovo até o adulto, pode levar de algumas semanas a vários
meses, dependendo das condições ambientais e da disponibilidade de hospedeiros.

Ciclo de vida de uma pulga, podendo em fase adulta infestar em animais e prejudicar o ser humano.

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4 - TRANSMISSÃO

Como já vimos, a peste negra é causada pela bactéria Yersinia pestis, que normalmente infecta
roedores, como ratos e esquilos. As pulgas que infestam esses animais são parasitas que se
alimentam de seu sangue. Durante a alimentação, as pulgas adquirem a bactéria Yersinia pestis.
Quando um rato infectado pela peste negra morre, as pulgas que estavam se alimentando dele
precisam encontrar um novo hospedeiro para continuar seu ciclo de vida. Elas procuram outros
animais, como seres humanos, para se alimentarem de seu sangue. Quando uma pulga infectada
pica um humano, ela pode transmitir a bactéria presente em sua saliva para a corrente sanguínea
da pessoa.

Uma vez infectada, a bactéria Yersinia pestis pode causar a formação de bubões, que são
inchaços dolorosos e inflamados nas áreas onde a pulga picou. Além disso, a bactéria pode se
espalhar para os linfonodos, causando uma infecção sistêmica grave. Os sintomas da peste
bubônica incluem febre alta, calafrios, dores de cabeça intensas, fadiga e fraqueza. Se não for
tratada rapidamente com antibióticos, a doença pode se espalhar para os pulmões, causando a
forma pneumônica da peste, que é altamente contagiosa e pode ser transmitida de pessoa para
pessoa por gotículas respiratórias.

Durante a epidemia da peste negra, as condições sanitárias precárias e a falta de conhecimento

sobre a transmissão da doença contribuíram para sua propagação rápida. As pulgas, que são
altamente adaptadas a viver em ambientes urbanos, infestam áreas densamente povoadas,
espalhando a infecção de pessoa para pessoa.

Embora a peste negra tenha sido uma doença devastadora no passado, os avanços na medicina
e na higiene ajudaram a controlar sua propagação. Hoje em dia, a peste bubônica pode ser
tratada eficazmente com antibióticos e medidas preventivas, como o controle de roedores e
pulgas em áreas propensas à infestação.

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5 - SINTOMAS

Os principais sintomas da peste bubônica são:

● Febre acima de 38º C;

● Arrepios constantes;
● Dor de cabeça muito intensa;
● Cansaço excessivo;
● Ínguas (gânglios linfáticos) muito inchadas e doloridas, que são popularmente
chamadas de bubão.

Geralmente, os gânglios ficam inflamados junto do local da picada da pulga, mas se o

tratamento não for iniciado, a infecção pode se espalhar pelo sistema linfático, afetando todo o
corpo.
Além desses sintomas, a peste negra também pode se manifestar em sua forma pneumônica,
que afeta os pulmões. Nesse caso, os sintomas incluem tosse intensa, falta de ar, dor no peito e
expectoração sanguinolenta.
É importante observar que a peste negra é uma doença grave e potencialmente fatal se não for
tratada precocemente com antibióticos. Se você suspeitar que está com sintomas semelhantes
aos da peste negra, é fundamental procurar atendimento médico imediatamente.

Os “bulbos” são um dos principais sintomas da peste negra.

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6 - PREVENÇÃO

A prevenção da peste bubônica, causada pela bactéria Yersinia pestis, envolve medidas que
visam controlar e reduzir a população de roedores e pulgas, que são os principais vetores da
doença. Aqui estão algumas medidas importantes para prevenir a peste bubônica:

Controle de roedores: Uma das maneiras mais eficazes de prevenir a peste bubônica é controlar
a população de roedores, especialmente ratos. Isso pode ser feito por meio de medidas de
higiene e saneamento, como manter as áreas limpas e livres de detritos, garantir o
armazenamento adequado de alimentos em recipientes à prova de roedores e vedar qualquer
possível entrada em edifícios ou residências.

Eliminação de pulgas: O controle das pulgas é crucial, uma vez que são os vetores responsáveis
por transmitir a bactéria Yersinia pestis. É importante tratar animais de estimação regularmente
com produtos antipulgas, recomendados por veterinários, além de limpar e aspirar
regularmente tapetes, móveis estofados e áreas onde os animais de estimação costumam ficar.
É recomendado o uso de inseticidas apropriados para controlar a infestação de pulgas no
ambiente.

Proteção pessoal: Ao visitar áreas propensas à peste bubônica ou trabalhar em ambientes com
alta incidência de roedores, é importante adotar medidas de proteção pessoal. Isso inclui o uso
de roupas de proteção, como calças e camisas de mangas compridas, luvas e botas. Além disso,
o uso de repelentes de insetos pode ajudar a reduzir o risco de picadas de pulgas.

Informação e educação: A conscientização sobre a peste bubônica e suas formas de transmissão

é fundamental para prevenir a disseminação da doença. Informar as comunidades afetadas
sobre os sinais e sintomas da peste bubônica, bem como sobre as medidas de prevenção, pode
ajudar a identificar rapidamente casos suspeitos e buscar tratamento adequado.
Vigilância e controle: A detecção precoce de casos de peste bubônica é essencial para controlar
a disseminação da doença. Os sistemas de vigilância devem ser implementados para monitorar
a ocorrência da peste bubônica em áreas propensas, identificar possíveis surtos e adotar
medidas de controle imediatas.

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É importante destacar que, atualmente, a peste bubônica é uma doença rara e pode ser tratada
com eficácia com antibióticos. No entanto, a prevenção ainda desempenha um papel
fundamental na redução do risco de infecção e na proteção das comunidades contra essa doença
grave.

7 - PESTE BUBÔNICA NO BRASIL

Como já vimos anteriormente, a peste bubônica ficou conhecida por devastar a Europa no final
da Idade Média. Nos séculos seguintes, houve diferentes surtos da doença, que reapareceu de
forma grave nos últimos anos do século XIX em países como China e Índia. De lá, chegou
novamente à Europa, especialmente à cidade do Porto, em Portugal, em 1899, de onde se
difundiu em seguida para o Paraguai.

Segundo o Instituto Butantan, a situação deixou em alerta o governo do Brasil, que decidiu
isolar os navios vindos do Porto para evitar o contágio e a disseminação da doença, assim como
encomendar a fabricação do soro antipestoso (que havia sido desenvolvido alguns anos antes
por Alexandre Yersin, Albert Calmette, Émile Roux e Amédée Borrel), a institutos na França
e Itália. Apesar da solicitação, o soro não foi fornecido em grandes quantidades, pois já havia
uma demanda alta que precisava ser suprida, principalmente em Portugal.

No dia 18 de outubro de 1899, foram registrados oficialmente os primeiros casos de peste

bubônica no Brasil em Santos (SP). A conclusão foi referendada pelo doutor Vital Brazil, que
viria a ser o primeiro diretor do Instituto Butantan. Essa foi a primeira investigação de um surto
de doença desconhecida no país que utilizou as descobertas de Louis Pasteur, as quais
constituem as bases do que hoje chamamos microbiologia.

A partir da chegada da doença a Santos, o número de casos foi crescendo vertiginosamente.

Para tentar conter esse aumento, a cidade foi isolada. Os navios que tinham autorização para
desembarcar começaram a ser controlados e foram colocados postos de desinfecção nas
estradas de ferro. Além disso, medidas de isolamento foram adotadas para os possíveis
infectados. Em 1901, a peste bubônica já havia chegado à cidade de São Paulo. Em junho, com
o objetivo de controlar de forma mais eficaz o surto, o Instituto Butantan começou a produzir

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o soro antipestoso - considerado pelo Instituto Pasteur de Paris a grande arma para vencer a
peste bubônica.

A situação só mudaria no ano seguinte, quando o Instituto Butantan começou a produzir a

vacina anti-pestosa, seguindo a técnica criada pelo italiano Camillo Terni do Instituto de
Messina, a partir da vacina desenvolvida pelo médico russo Waldemar Haffkine.

Porto de Santos, em São Paulo, cerca de 1880, uma das portas de entrada da bactéria Yersinia pestis.

Waldemar Haffkine, médico russo. Ratices, charge publicada na revista Tagarela em

15 de setembro de 1904.

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8 - A PESTE E OS CONFLITOS RELIGIOSOS

A disseminação da doença ocorreu de forma rápida pelas rotas comerciais da seda e de

especiarias. O alto índice de contágio e mortalidade levou muitas pessoas a apoiarem-se na
religião pois acreditavam, que através desta, se salvariam. À época, como o conhecimento
científico, sobre este tipo de doenças era escasso, a população acreditava numa relação entre
medicina e religião, considerando a peste negra como um castigo divino pelos pecados
cometidos, criando deste modo um problema social grave. Ao longo da história, a Igreja
Católica, alegadamente, poderá ter sido um fator limitante ao desenvolvimento do
conhecimento científico. A ignorância e a fé desmedida terão conduzido a consequências
graves, como a perseguição e assassinato de inocentes em nome da fé, sendo deste modo
responsável por um elevado número de mortos na Idade Média ao incentivar a eliminação dos
judeus na Europa, como uma necessidade de se redimirem pelos pecados.

Neste texto pretendemos apontar os principais contributos para o desenvolvimento do

conhecimento sobre esta patologia bem como a sua relação com a religião, as teorias difundidas
pela Igreja e a crença cega do povo nas mesmas, para alcançar o perdão de Deus. A Religião
pode ser um entrave ao conhecimento científico, impedindo o avanço da Ciência, além de
conduzir as pessoas a cometerem atitudes erróneas e perversas para alcançar os seus objetivos.

Massacre aos judeus em Estrasburgo (1349), perseguição e morte na fogueira de mais 2000 judeus durante as
perseguições decorrentes da Peste Negra (Antiquitates Flandriae in Royal Library of Belgium manuscript
1376/77).

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9 - GUERRAS E PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS DA PESTE

Genoveses da cidade portuária de Caffa.

Em 1346, uma ratazana se infiltrou em um navio em Caffa, cidade que hoje se chama
Feodóssia. O animal matou mais gente do que o Holocausto e a bomba de Nagasaki juntos,
pois foi a partir da Crimeia que a Peste Negra se alastrou pela Europa. Mas não foi ali que
começou a peste bubônica.
A pandemia do século 14 teve início no deserto de Gobi, devastando, primeiramente, a Índia e
a China. Dali, caravanas a levaram até ao Ocidente, pela Rota da Seda, que na época chegava
aos empórios de Gênova, na costa do mar Negro. A propagação da doença talvez tivesse ficado
pela região, sem atingir o continente europeu, se não fosse um dos casos mais antigos de uso
de arma biológica.
Os mongóis cercaram Caffa e lançaram cadáveres dos vitimados pela peste para dentro da
cidade com a ajuda de catapultas. Uma ratazana bastou para que a doença continuasse a se
proliferar. Navios genoveses passavam por portos do Mediterrâneo, espalhando cada vez mais
a epidemia. Essa lição precoce sobre as sequelas da globalização custou à Europa até 25
milhões de vidas – um terço de sua população naquele tempo.

Em Caffa, seria uma das primeiras cidades onde a peste ia se disseminar e assolar o mundo inteiro.

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Grande Guerra do Norte (1700–1721).

A Grande Guerra do Norte foi um conflito que ocorreu entre 1700 e 1721, envolvendo várias
potências europeias, principalmente a Rússia, a Suécia e a Polônia. A guerra foi travada
principalmente na região do Mar Báltico e teve como causa principal a luta pelo controle das
rotas comerciais e territórios estratégicos da região.
A Praga da Grande Guerra do Norte foi um surto de Peste Bubônica que flagelou grande parte
da região central e leste da Europa, principalmente na região do Báltico, historiadores como
Sven NordlundRagnhild sugere que este surto talvez tenha sido parte de uma pandemia que
teve sua origem na região da Ásia Central, que abriga grandes populações de roedores silvestres
e suas pulgas, sendo que muitas são portadoras da temida bactéria Yersinia pestis.
A razão exata pelo qual o surto levou seis anos para atingir seu ápice de disseminação e
mortalidade é desconhecida, o motivo seja talvez decorrente do escalonamento das hostilidades
entre o Império Russo e o Império Sueco em 1708, que favoreceram a disseminação da peste
na região. O surto atingiu seu pico em 1709, do qual durou até 1713, sendo o período mais
mortífero
O surto foi o último e talvez o mais extenso surto de peste na região do Báltico, tanto no período
de duração, como em extensão de territórios acometidos, já que desde do século XIV após a
Peste Negra houveram vários surtos de peste na região, entretanto, estes surtos eram mais
contidos nos Reinos do Báltico.

Grande Guerra do Norte (1700-1721).

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A Guerra dos Cem Anos

A Guerra dos Cem Anos (1337-1453) foi um conflito prolongado entre a França e a Inglaterra.
A guerra começou como uma disputa sobre a sucessão ao trono francês, mas acabou se
transformando em um conflito mais amplo, envolvendo questões territoriais e econômicas. As
principais batalhas e eventos incluíram a Batalha de Crécy, a Batalha de Poitiers e o cerco de
Orleans, entre outros.
Durante a Guerra dos Cem Anos, a Europa foi assolada por outro evento devastador: a Peste
Negra. Acredita-se que a peste tenha se originado na Ásia Central e tenha se espalhado para a
Europa através das rotas comerciais.
A combinação da Guerra dos Cem Anos e da Peste Negra teve um impacto profundo na
sociedade medieval. A guerra resultou em destruição generalizada, migração em massa e
mudanças na estrutura social e política. A Peste Negra, por sua vez, provocou um colapso
econômico, uma crise na igreja e um profundo medo e desespero na população.
Ambos os eventos, a Guerra dos Cem Anos e a Peste Negra, marcaram um período de crise e
transformação na Europa medieval. Eles deixaram um legado duradouro na história europeia,
influenciando a política, a economia e a sociedade por muitos anos após o seu término.

Representação do rei Henrique V na Batalha de Azincourt, França, no contexto da Guerra dos Cem Anos.

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10 - A IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO CONTRA A PESTE

Nos tempos modernos, temos uma compreensão muito melhor da peste negra e desenvolvemos
uma vacina eficaz para prevenir a infecção. A importância da vacina da peste negra reside
principalmente na prevenção de uma possível volta da doença, bem como na proteção da saúde
pública.
A vacina da peste negra é composta por antígenos da bactéria Yersinia pestis que estimulam
uma resposta imune específica contra a doença. Ao receber a vacina, o sistema imunológico é
treinado para reconhecer e combater a bactéria caso ocorra uma exposição futura. Isso ajuda a
evitar a infecção, reduzindo a gravidade dos sintomas e diminuindo as chances de morte.

Além de proteger os indivíduos vacinados, a vacina da peste negra desempenha um papel

crucial na prevenção da propagação da doença em larga escala. Ao vacinar uma grande parte
da população, é possível criar uma barreira de imunidade coletiva, dificultando a disseminação
da bactéria e protegendo as pessoas não vacinadas, como bebês, idosos ou aqueles com sistemas
imunológicos comprometidos.

Outro aspecto importante é o controle de possíveis surtos ou epidemias da peste negra. Com a
vacinação em massa, é possível interromper a cadeia de transmissão da bactéria, evitando a
propagação rápida da doença. Além disso, a vacinação também desempenha um papel
fundamental na vigilância epidemiológica, permitindo o rastreamento e controle de casos
suspeitos, o que contribui para uma resposta rápida e eficaz em situações de emergência.

A vacina da peste negra é uma ferramenta poderosa para prevenir e controlar a propagação
dessa doença histórica. Seu desenvolvimento e disponibilidade são resultados do progresso
científico e médico, representando um marco importante na saúde pública. Através da
vacinação, podemos evitar o ressurgimento da peste negra e proteger a saúde e o bem-estar das
comunidades em todo o mundo.

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11 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/04/04/staphylococcus-aureus-entenda-o-
que-e-a-bacteria-que-pode-causar-sepse-a-infeccao-generalizada.ghtml
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/bbc/2020/08/13/o-que-e-a-peste-bubonica-e-por-
que-a-doenca-nao-e-mais-tao-mortal-apesar-de-novos-surtos.htm
https://saude.abril.com.br/coluna/boa-pergunta/a-peste-bubonica-pode-voltar-a-ameacar-o-
mundo-e-o-brasil
https://insectcontrol.com.br/a-enciclopedia-das-pragas/pulgas/ovos-de-pulgas-e-tudo-sobre-o-
ciclo-de-vida-da-pulga/
https://definicionesyconceptos.com/peste-bubonica-que-es-sintomas-y-transmision/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Peste_bub%C3%B4nica
https://revistapesquisa.fapesp.br/guerra-a-peste/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Waldemar_Haffkine
https://www.revistahcsm.coc.fiocruz.br/ha-115-anos-epidemia-de-peste-no-rio/
https://canaldopet.ig.com.br/guia-bichos/2021-10-04/qual-e-o-antipulgas-ideal--depende-do-
estilo-de-vida-do-pet--veterinaria-explica.html
https://www.historiadomundo.com.br/idade-media/a-guerra-dos-cem-anos.htm
https://www.tuasaude.com/tratamento-para-infeccao-por-yersinia-pestis/
https://kelldrin.com.br/blog/entenda-o-ciclo-de-vida-das-pulgas-e-como-elimina-las/
https://biosseg.com.br/blog/tipos-de-pulgas/
https://www.tuasaude.com/peste-bubonica/
https://butantan.gov.br/noticias/inicio-do-seculo-xx-o-butantan-e-o-combate-a-epidemia-de-
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https://revistamultidisciplinar.com/index.php/oj/article/view/93/114
https://br.rbth.com/arte/2014/04/15/os_cinco_episodios_mais_dramaticos_na_historia_da_cri
meia_25149
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/pandemia-de-peste-negra-seculo-xiv.htm
https://www.historiacombatemedieval.com.br/post/praga-da-grande-guerra-do-norte

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