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DESCOMPLICA + CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIAMÉRICA

Isadora Gonzalez
Liziane Gonçalves
Sheila Scantamburlo
Sthephanne Paola Castro Amaral

PROJETO DE PARASITOLOGIA: DIROFILARIOSE

FOZ DO IGUAÇU 2023

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PORTFÓLIO

PROJETO DE PARASITOLOGIA: DIROFILARIOSE

Portfólio do Projeto de Parasitologia


de interesse na medicina veterinária,
ministrado pelo Prof Cleber Cardeal
– Descomplica + Centro Universitário
Uniamérica no curso de Medicina
Veterinária.

FOZ DO IGUAÇU 2023

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Sumário
Introdução ........................................................................................................................................................................ 4
Diferenças entre Ectoparasitas e Endoparasitas ......................................................................................... 5
Apresentação Dirofilariose ...................................................................................................................................... 6
Aspectos Epidemiológicos ........................................................................................................................................ 6
Patogênese......................................................................................................................................................................... 7
Ciclo Biológico ................................................................................................................................................................. 9
Potencial Zoonótico ................................................................................................................................................... 10
Sintomatologia ............................................................................................................................................................. 11
Diagnóstico ..................................................................................................................................................................... 12
Tratamento .................................................................................................................................................................... 13
Profilaxia ......................................................................................................................................................................... 15
Conclusão ........................................................................................................................................................................ 16
Referências Bibliográficas .................................................................................................................................... 17

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INTRODUÇÃO
A parasitologia é a ciência que estuda o parasitismo e seu modo de vida, como
funciona seu desenvolvimento, sua propagação, além de suas condições de nutrição.
O parasitismo ocorre quando um parasita vive em associação com um hospedeiro,
do qual retira os meios para sua sobrevivência, causando prejuízos e até
enfermidades graves ao hospedeiro durante seu tempo de permanência no mesmo
(Fiocruz, s/a).
Há uma distinção inicial de parasitas que os divide entre: ectoparasitas e
endoparasitas. Os ectoparasitas são encontrados sob a pele do animal e também em
suas cavidades, ou seja, na região externa e alguns exemplos de ectoparasitas são
as moscas e suas larvas, além dos carrapatos. Já os endoparasitas se alojam no
interior do corpo do hospedeiro e alguns exemplos de endo são os vírus, tênias,
nematelmintos e diversas bactérias. Além disso, os endoparasitas podem ser
divididos em dois grupos: parasitas intercelulares, que vivem em espaços dentro do
corpo do hospedeiro ricos em nutrientes, e os intracelulares que vivem dentro das
células dos hospedeiros (Manzano, 2016).
Os parasitos vivem em competição com seu hospedeiro e outros membros de
sua própria espécie por alimento e por espaço, por isso, como estratégia de
sobrevivência utiliza de sua reprodução para garantir que novas gerações possam se
estabelecer nos hospedeiros. A reprodução é umas das características mais
importantes da vida parasitária, portanto produzem enormes quantidades de ovos e
cistos, que acabam por contaminar o ambiente e facilitar a contaminação humana e
de outros animais (Dolabella e Barbosa, 2011).
Com base nesses conhecimentos básicos gerais sobre parasitologia, este
projeto tem como objetivo desenvolver uma descrição sobre um tipo de ectoparasita
que transmite um endoparasita para o hospedeiro, trazendo uma enfermidade
conhecida por Dirofilariose. Além do ciclo de vida de seu vetor, será descrito formas
de diagnósticos e tratamento para a enfermidade, para fins de conhecimento.

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DIFERENÇAS ENTRE ECTOPARASITAS E ENDOPARASITAS

Na medicina veterinária, os termos "endoparasitas" e "ectoparasitas" são


normalmente usados para classificar dois tipos diferentes de parasitas que podem
afetar os animais, a diferença entre eles é que enquanto o ectoparasita se aloja na
superfície do animal hospedeiro, os endoparasitas estão escondidos no
organismo do animal. (PAZ – 2021)
Os ectoparasitas geralmente encontram-se na pele ou no pelo, sendo portanto,
mais fáceis de diagnosticar, se alimentam do sangue ou tecidos do hospedeiro e
podem causar irritação na pele, coceira, inflamação e até transmitir doenças. Alguns
exemplos de ectoparasitas são as pulgas, carrapatos, piolhos e ácaros. (Fig.1)
Os endoparasitas são parasitas que vivem dentro do corpo do hospedeiro,
sendo por isso, mais difíceis de diagnosticar, eles podem estar presentes em diversos
órgãos ou sistemas, como o trato gastrointestinal, os pulmões e o fígado.
Esses parasitas podem causar uma variedade de problemas de saúde nos
animais, incluindo diarreia, perda de peso, anemia, irritação intestinal, entre outros,
normalmente, quando o tutor percebe que o animal está sendo atacado por
endoparasitas, o organismo dele, já estará bastante comprometido. (PAZ – 2021).
Exemplos comuns de endoparasitas incluem vermes intestinais como os nematódeos
(como os vermes redondos) e os cestoides (como as tênias). (Fig.1).
Existem alguns Ectoparasitas que podem transmitir um Endoparasita ao
hospedeiro, este é o caso da Dirofilariose, causada pelo parasita Dirofilaria immitis,
no decorrer deste trabalho, vamos abordar como esta contaminação ocorre e quais
os danos que ela pode causar ao animal.

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Figura 1 - Fonte: Google Imagens

APRESENTAÇÃO DIROFILARIOSE

A dirofilariose canina, também conhecida como "verme do coração", é uma


doença parasitária que afeta cães e outros animais, causada pelo parasita Dirofilaria
immitis.
Esse parasita é um nematódeo (verme redondo) transmitido principalmente por
mosquitos do gênero Aedes, Culex e Anopheles, esta doença é mais comum em
áreas onde há presença de mosquitos vetores. Canídeos selvagens, como raposa,
coiote e lobo, gato doméstico, felídeos selvagens e homem são hospedeiros
acidentais do agente etiológico Dirofilaria immitis, as espécies não domésticas servem
de reservatório da doença. (JERICÓ -2019)

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS

A dirofilariose canina é encontrada em várias regiões do mundo, principalmente


em áreas tropicais e subtropicais, mas também pode ocorrer em regiões mais
temperadas. Os cães são os hospedeiros naturais, mas outros mamíferos, incluindo
gatos, podem ser infectados. Animais entre 3 e 5 anos de idade são os mais afetados,
no entanto, cães idosos também podem ser acometidos. Os machos de grande porte
são mais suscetíveis que as fêmeas, pois são normalmente usados como cães de

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guarda e ficam fora de seus domicílios estando mais sujeito a picadas dos insetos.
(JERICÓ – 2019)
Os mosquitos transmissores picam os cães infectados e, ao picar outros cães
saudáveis, podem transmitir as larvas infectantes do parasita, chamadas microfilárias.
O ciclo de vida do parasita envolve estágios no coração e nos vasos
sanguíneos do animal infectado.
PATOGÊNESE

A Dirofilariose, é uma infecção causada pelo parasita Dirofilaria immitis, que


afeta principalmente os cães, ela é transmitida principalmente por mosquitos, mais
especificamente pelos mosquitos Aedes, Culex e Anopheles (Fig.2), após a picada
do mosquito infectado, as microfilárias entram na corrente sanguínea do cão e,
eventualmente, migram para as artérias pulmonares e para o coração, lá as larvas se
desenvolvem em vermes adultos, que podem alcançar tamanhos consideráveis e
obstruir os vasos sanguíneos, levando a problemas cardiovasculares e respiratórios.
A Dirofilariose é uma causa importante de hipertensão pulmonar (cor
pulmonale), a presença do parasito adulto nas artérias pulmonares produz lesões
vasculares reativas, que desencadeiam um quadro de hipertensão pulmonar.
(JERICÓ – 2019).
Segundo estudos, acredita-se que, no cão, o parasito adulto tenha uma vida
média de 3 a 5 anos enquanto as microfilárias tenham uma vida média de 1 a 2 anos.
Nos felinos o período pré-patente é de 1 a 2 meses mais longo que nos cães e os
parasitos adultos não ultrapassam dois anos. (JERICÓ – 2019)
Para a compreensão da fisiopatologia e dos aspectos clínicos da doença é
importante conhecer o ciclo do parasito (Fig. 3).

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Figura 2 – Fonte: VetSmart

Figura 3 – Fonte: VetSmart

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CICLO BIOLÓGICO

Vermes adultos, localizados dentro do ventrículo direito, liberam larvas do


estágio 1(L1) na circulação periférica e estas ao serem ingeridas por um mosquito,
sofrem duas mudas L1- L2; L2 - L3. (JERICÓ – 2019).
A transmissão da dirofilariose ocorre quando um mosquito infectado pica um
cão saudável, os parasitas na forma larval (microfilárias) presentes na corrente
sanguínea do cão infectado são sugados pelo mosquito junto com o sangue.
Dentro do mosquito, as microfilárias passam por mudanças em sua forma e se
desenvolvem em larvas infectantes chamadas de estágio L3.
A Inoculação no hospedeiro ocorre quando o mosquito infectado pica outro
cão, assim ele injeta as larvas L3 junto com sua saliva na pele do novo hospedeiro
canino, as larvas L3 penetram nos pontos de inoculação da pele e começam a migrar
através dos tecidos subcutâneos.
Com o tempo, essas larvas passam por várias mudanças de estágio enquanto
migram pelo tecido subcutâneo, transformando-se em estágios L4 e depois em pré-
adultos. (CICARINO – 2009)
As pré-adultas (estágio L5) alcançam os vasos sanguíneos próximos ao
coração e pulmões, principalmente nas artérias pulmonares e na veia cava, aqui, elas
continuam a crescer e se desenvolver. A maturação adulta ocorre quando essas pré-
adultas se tornam vermes adultos que podem atingir até 30 centímetros de
comprimento, elas ocupam as cavidades cardíacas direitas e, às vezes, as artérias
pulmonares.
O ciclo reprodutivo acontece com a reprodução dos vermes adultos que
passam a liberar microfilárias na corrente sanguínea, essas microfilárias podem ser
sugadas por mosquitos quando eles se alimentam do sangue do cão infectado,
fechando o ciclo de transmissão.
O parasita adulto na corrente sanguínea e no coração pode causar uma série
de problemas de saúde para o cão infectado, incluindo insuficiência cardíaca, danos
nas artérias pulmonares e outros sintomas graves.

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A grande concentração de vermes adultos no átrio direito do coração, válvula
tricúspede e veia cava cranial e caudal podem levar o animal à síndrome da veia cava
que é a forma aguda e geralmente fatal da dirofilariose. Caracteriza-se por um
conjunto de sinais causados pela diminuição do fluxo sanguíneo pela veia cava
superior para o átrio direito, que ocorre quando o influxo venoso para o coração se
encontra obstruído por uma massa de vermes, podendo ocorrer também pela
migração retrógrada de vermes da artéria pulmonar e ventrículo direito para o orifício
da válvula tricúspide, átrio direito e veia cava, resultando em uma condição
semelhante ao choque. (CICARINO -2009)
Os sintomas da dirofilariose canina podem variar de leves a graves, os cães
podem apresentar tosse, falta de ar, letargia, perda de peso, fraqueza, intolerância ao
exercício e distensão abdominal. Nos casos mais avançados, a doença pode causar
insuficiência cardíaca, colapso e até a morte, a gravidade dos sintomas depende do
número de vermes adultos presentes, da saúde geral do cão e de outros fatores.

POTENCIAL ZOONÓTICO

A Dirofilariose é uma zoonose, doença com possibilidade de transmissão dos


animais para o homem. Em humanos, o ciclo do parasita D. immitis não se completa
como nos carnívoros, entretanto, o helminto pode provocar uma doença benigna e
autolimitante (URQUHART et al., 1996).
No homem, a maioria dos vermes não sobrevive à fase parasitária nos tecidos
subcutâneos, onde são depositadas pelo mosquito, porém, alguns destes vermes
podem migrar até o coração, no ventrículo direito, desenvolverem-se até adultos
jovens, sexualmente imaturos. O parasita que não está no seu hospedeiro habitual,
quando morre é conduzido para o tecido pulmonar, através das artérias pulmonares,
onde gera quadros de embolia, resultando em infarto pulmonar, formando um
granuloma, causando a doença dirofilariose pulmonar humana. É comum o
surgimento de um único nódulo pulmonar, não calcificado e subpleural, embora haja
casos em que se constatou a presença de mais de um nódulo (ALMOSNY, 2002;
RODRIGUES-SILVA, 2004).

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Para a ocorrência da dirofilariose humana vários fatores devem ser considerados,
tais como, o tamanho da população canina, alterações climáticas, prevalência da
infecção em cães, densidade da população de mosquitos vetores e freqüência de
exposição do ser humano às picadas desses insetos, como observado por GARCEZ
et al. (2006). No Brasil, a maior prevalência da infecção nos animais é relatada em
áreas costeiras, estando presente, também, distante do litoral (FERNANDES et al.,
1999; ) Além disso, a freqüência de viagens para áreas endêmicas e as condições
precárias de higiene como destino inadequado do lixo, esgotos a céu aberto e
acúmulo de água devem ser considerados (THEIS, 2005; SIMÓN et al., 2005)

SINTOMATOLOGIA

Não há predisposição racial e idade específica para dirofilariose em cães, mas


os cães mais acometidos estão entre os quatro e oito anos de vida. Os machos são
acometidos duas a quatro vezes mais que fêmeas e cães soltos fora de casa e de
porte grande possuem mais risco de infecção (NELSON e COUTO, 2015).
Muitos cães, principalmente os que foram recém infectados, são assintomáticos,
sendo a doença diagnosticada por algum resultado positivo em testes sanguíneos de
rotina (CICARINO, 2009). Os cães acometidos pela dirofilariose ficam inquietos, há
intolerância a exercícios e perda gradativa de condição física. Apresentam uma
branda tosse crônica associada a hemoptise nas últimas fases da doença, o animal
torna-se dispneico podendo desenvolver edema e ascite (TAYLOR, 2014).
O exame físico eventualmente não demonstra nenhuma anormalidade em cães
na fase leve da infecção (quadro 1), mas no caso de doenças graves, há associação
de condição corporal inadequada, taquipneia, dispneia, distensão ou pulsação da veia
jugular, ascite ou outra evidência de insuficiência cardíaca congestiva direita
(NELSON e COUTO, 2015).
O grande número de vermes adultos concentrados no átrio direito do coração,
em válvula tricúspide e veia cava caudal e cranial podem causar a síndrome da veia
cava, que é uma forma aguda é comumente fatal da dirofilariose. A síndrome é um
conjunto de sinais determinados pela redução do fluxo sanguíneo pela veia cava

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cranial para o átrio direito, o qual ocorre quando o influxo venoso para o coração está
obstruído devido a presença dos parasitas, levando em consequência uma condição
parecida ao choque (CICARINO, 2009).
Pode ocorrer também a migrações anômalo de vermes para o sistema nervoso
central, tecido subcutâneo, cavidade peritoneal, olhos, artéria femoral e diferentes
locais, causando sinais clínicos pertinentes a estes sistemas (SALGUEIRO, 2016).

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico pode ser direto, pesquisando-se a presença do verme, ou indireto,


empregando-se testes sorológicos para detecção de anticorpos contra a Dirofilaria
immitis.
Segundo URQUHART (1996) o diagnóstico “baseia-se na sintomatologia clínica
de disfunção cardiovascular e na demonstração das microfilárias adequadas no
sangue”.
O diagnóstico animal baseia-se nos sinais clínicos de disfunção cardiovascular
e na demonstração das microfilárias no sangue, por esfregaços espessos corados
por Giemsa, pelo método de concentração de Knott modificado ou por filtros
Millipore®, sendo bem sucedido em aproximadamente 60% dos cães e menos de
10% de gatos infectados. Pode ser complementado por radiografia, auscultação do
tórax e angiografia pulmonar. O diagnóstico definitivo deve ser realizado pela técnica
imunoadsorção enzimática (ELISA) para detecção de antígenos do parasita adulto ou
teste de Knott modificado. Para humanos, a radiografia pulmonar associada à biópsia
da lesão em moeda é conclusiva para o diagnóstico.
Devido à sobrevivência das microfilárias após morte dos adultos, uma pequena
porcentagem de cães pode apresentar microfilaremia, sem formas adultas no
coração. Os filhotes de cadelas com alta contagem de microfilárias podem apresentar
microfilaremia transitória, que pode não chegar a adultos. Infecções ocultas (animais
amicrofilarêmicos) podem ser causadas por helmintos imaturos em filhotes com
menos de seis meses de idade, infecções por um único helminto, infecções com um
único sexo de helminto, além de reações imunológicas do hospedeiro contra as

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microfilárias. Nesses casos, o teste do antígeno é necessário para determinar a
situação do cão, a fim de controlar mensalmente a infecção (FERNANDES et al.,
1999; SOUZA & LARSSON, 2001; DILLON, 2007).
No caso de D. immitis, a amostra de sangue deve ser obtida de preferência no
período noturno, quando a microfilaremia atinge o seu pico. A microfilaremia por D.
immitis aparece seis meses após a infecção nos cães, porém em cerca de 15% dos
animais infectados não se detecta microfilaremia (dirofilariose oculta) (ACHA &
SZYFRES, 2003). Nos casos de parasitas imaturos e baixas cargas parasitárias,
especialmente no gato, os resultados serão negativos para o antígeno quando os
parasitas estiverem presentes nas artérias pulmonares, mesmo com sinais clínicos
presentes (DILLON, 2007).
O esfregaço sanguíneo direto é um teste simples de triagem, porém não
recomendado como teste de rotina. É necessário que o animal esteja infectado com
um grande número de larvas para a sua detecção. Menos de 20 a 50 microfilárias mL-
1 de sangue não são detectadas e nas infecções mais brandas elas estarão ausentes
(AHS, 2007; DILLON, 2007). Cães, filhotes menores de seis meses de idade, não
devem ser testados para dirofilariose, porém, aqueles que não estiverem sob
tratamento preventivo para dirofilariose devem ser submetidos ao exame direto para
microfilária. Se negativo, deve ser realizado o exame de concentração de
microfilárias, mas menos de 1% dos cães podem ser microfilário positivo e antígeno
negativo. Atualmente, o teste de Knott é realizado conjuntamente com o Immunoblot,
teste imunológico para detecção de antígeno, permitindo a detecção de fragmentos e
pequeno número de parasitas adultos ou até mesmo as infecções ocultas
(FERNANDES et al.,).

TRATAMENTO

Para Salgueiro,2016, “o tratamento da dirofilariose para pequenos animais são


a profilaxia com lactonas macrocíclicas a terapêutica adulticida com melarsomina e a
remoção cirúrgica do verme do coração, conhecida como embolectomia do parasita.”

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Para se receber um tratamento adequado, deve ser realizado uma anamnese
adequada e exames físicos e complementares, a fim de determinar um protocolo
adequado para o paciente (Cicarino, 2009).

1.1 Tratamento Adulticida


Dentre os tratamentos dispostos, segundo Cicarino, o tratamento adulticida é
feito com compostos orgânicos arsenicais para matar os parasitas adultos.
Logo,no tratamento adulticida utiliza-se o dihidrocloridato de melarsomina,
uma substância considerada segura porém não isenta de reações adversas,tendo em
vista que o tratamento adulticida bem-sucedido implica a ocorrência de
tromboembolismos.
Os efeitos colaterais subsequentes típicos de tromboembolismo ocorrem em
um período de 5 a 7 dias, ou mesmo 14 a 28 dias após o tratamento adulticida. Podem
apresentar-se através de tosse, anorexia, apatia, letargia, febre, congestão pulmonar
e êmese (Cicarino, 2009).
Tendo isso em mente, este tratamento deve ser realizado em cães que
apresentem condições físicas adequadas (Meirelles et al, 2014).

1.2 Tratamento Cirúrgico


Segundo Meirelles,2014, o tratamento pode ser realizado por remoção
mecânica de dirofilárias que deve ser realizado com associação de melarsomina para
uma apropriada destruição de dirofilárias adultas. Portanto, se torna uma alternativa
terapêutica benéfica no qual reduz a toxicidade da melarsomina e o risco de
ocorrência de tromboembolismos.
Para Salgueiro, 2016:
“A remoção mecânica ou cirúrgica é indicada em
casos graves de dirofilariose.O tratamento cirúrgico
baseia-se na remoção dos vermes da veia cava e átrio
direito com o animal sedado levemente. A abordagem
mais comum é a venotomia jugular direita em decúbito
lateral esquerdo de forma a conseguir retirar os

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parasitas adultos através de uma incisão na veia
jugular”.

1.3 Remoção Percutânea Cirúrgica dos Vermes


Sendo um método recente, é considerado vantajoso pelo seu processo ser
realizado de forma menos invasiva, assim como do endotélio vascular e uma menor
duração da anestesia geral (Salgueiro, 2016).

PROFILAXIA

Em decorrência das dificuldades no tratamento da dirofilariose, se vê a


importância na profilaxia e à valorização da opção prevenção, os tratamentos
profiláticos (Cicarino, 2019).

Segundo Salgueiro, 2016:

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“Para a realização de uma profilaxia eficaz é indispensável a
aplicação de fármacos a cada 6 meses que podem ser
administrados de forma oral, tópica ou parenteral.Várias
drogas estão disponíveis para prevenir a dirofilariose, as
avermectinas (ivermectina, selamectina) e as
milbemicinas.Outra forma de prevenção da doença passa
pela protecção da exposição dos animais de companhia aos
mosquitos e isto pode conseguir-se através de medidas de
controlo ambiental, incluindo o tratamento das fontes de
água estagnadas com inseticidas reguladores de
crescimento (RCI), combinadas com medidas adulticidas de
mosquitos.” (Salgueiro, 2016).

Grande maioria dos cães que se encontram com o parasita, não apresentam a
doença, ou seja, assintomáticos. Logo, uma detecção precoce ocasiona na
possibilidade de elevar a chance de cura e evitar que o animal apresenta sequelas
(Cicarino, 2009).

CONCLUSÃO
A Dirofilariose é uma doença causada pelo parasita Dirofilaria immitis,
transmitido por mosquitos. Os vermes adultos se alojam no coração e nas artérias
pulmonares dos animais infectados, causando danos graves. A prevenção e o
diagnóstico precoce são essenciais, pois o tratamento é mais eficaz nos estágios
iniciais da infecção.
Em conclusão, a compreensão do ciclo biológico da Dirofilariose e a habilidade
do médico veterinário em diferenciar os estágios da larva são cruciais para garantir
um tratamento oportuno e eficaz, visando a saúde e bem-estar dos animais de
estimação.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FIOCRUZ. Parasitologia. Fiocruz/EPSJV/ Lic-Provoc/Observatório Juventude, Ciência e Tecnologia,


s/a. Disponível em
<http://www.juventudect.fiocruz.br/parasitologia#:~:text=O%20que%20%C3%A9%20PARASITOLOGI
A%3F,ao%20hospedeiro%20durante%20este%20processo.> Acesso em 03 ago 2023.

DOLABELLA, Silvio Santana, BARBOSA, Luciene. Fundamentos de parasitologia. Universidade


Federal do Sergipe/CESAD, São Cristóvão - SE, 2011. Disponível em
<https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/15315816022012Fundamentos_de_Parasitologia_
Aula_1.pdf> Acesso em 03 ago 2023.

MANZANO, Maria Carolina Rodella. Endoparasita. Infoescola/UNIFESP, São Paulo - SP, 2016.
Disponível em<https://www.infoescola.com/biologia/endoparasita/> Acesso em 03 ago 2023.

Márcia Marques Jérico, Márcia Mery Kogika, João Pedro de Andrade Neto

JERICO, M.; KOGIKA, M.; ANDRADE, J. Livro Tratado de Medicina Interna de Cães e Gatos –
Volume 1. Capítulo 138 Dirofilariose Canina – páginas 1215 – 1218.

CICARINO, Carla - Dirofilariose Canina. Trabalho de Conclusão de Curso. São Paulo, 2009. 53
páginas. Disponível em <https://arquivo.fmu.br/prodisc/medvet/cci.pdf>.

PAZ, Sâmara – Parasitas em Bovinos – Conheça os principais inimigos do seu rebanho, 2021.
Disponível <https://blog.prodap.com.br/parasitas-em-bovinos/>

VetSmart – Os desafios da Dirofilariose – São Paulo - 2020. Disponível


em<https://parse.vetsmart.com.br/parse/files/XhI4EJ09WGTwlYIT8kpQDrsVEsCjwatFNHDH
QOEi/c03f5efbd7aa7fb45c6b283640f67a7d_vetsmart_admin_pdf_file.pdf>.

LEITE, Luiz Carlos. et.al. DIROFILARIOSE CANINA: Revisão de uma Zoonose Emergente. Rev.
Acad., v.4, n.4, p. 49-56. Curitiba – PR, 2006.

MONTEIRO, Silvia Gonzalez. Parasitologia na medicina veterinária. Editora Roca Ltda. – 2. ed. Rio
de Janeiro, 2017

MEIRELES, José; PAULOS, Filipa; SERRÃO, Inês. Dirofilariose canina e felina. Revista portuguesa
de ciências veterinárias, v. 109, n. 591-592, p. 70-78, 2014.

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