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Carrapato no

cão
ISABEL CABRAL

11/04/2022
Carrapatos

Carrapatos são artrópodes pertencentes à


classe Arachnida, isto é, possuem os
apêndices articulados e exoesqueleto de
quitina, apresentam quatro pares de patas e
corpo dividido em cefalotórax e abdome.
Suas peças bucais são modificadas
(gnatossoma) apresentando dois pares de
quelíceras e de palpos. Os carrapatos
são ectoparasitas de vertebrados,
são hematófagos e podem transmitir
diversos agentes patogênicos aos animais e
aos seres humanos.
 Os carrapatos estão agrupados no Filo Arthropoda
 Subfilo Chelicerata
 Classe Arachnida
 Ordem Acari
 Subordem Ixodida
 São divididos em 3 famílias: Ixodidae, Argasidae e
Classificação 
Nuttalliellidae
Compreendem cerca de 870 espécies, descritas no mundo. Os
espécimes conhecidos popularmente como carrapatos “duros”
estão agrupados na família Ixodidae e os exemplares “moles”
estão inseridos na família Argasidae
 Apresentam distribuição ampla em todos os continentes, com
exceção da última família que é representada por uma única
espécie, restrita ao Continente Africano (BARROS-
BATTESTI, 2006).
Os carrapatos mais comuns são

 Carrapato de boi- (Boophilus microplus) que transmite ao gado a babesiose

 Carrapato-de-galinha (Argas miniatus), que transmite aos galináceos


a bouba, doença infecciosa semelhante à sífilis.
 Carrapato-vermelho-do-cão (Rhipicephalus sanguineus), típico de cães e gatos. Os adultos
preferem instalar-se na pele, entre o coxim plantar e as orelhas do cão. Sobem pelas cercas,
muros, e espalham-se pelo canil, casa, etc. Não voam mas saltam. É de fácil controle.

 Carrapato-de-cavalo ou Carrapato-estrela (Amblyomma sculptum) é o que mais


comumente parasita o homem. Também infesta mamíferos domésticos e silvestres e
aves. Em sua forma adulta, ele é conhecido como carrapato estrela. Fica grande, do
tamanho de um feijão verde, ou até maior. A sua forma larval, o micuim, está nos
pastos no período de março a julho. Este tipo de micuim, que pode ficar até 24 meses
sem se alimentar, esperando um hospedeiro, no homem causa terrível coceira e
inflamação que pode durar mais de um mês. É o principal vetor da Febre Maculosa.
Morfologia
Figura 3. Vista dorsal de carrapato Ixodidae macho

Figura 1. Vista ventral de carrapato Ixodidae macho ( ♂


).
Figura 2. Vista ventral de carrapato Ixodidae fêmea ( ♀
).

Figura 7. Vista dorsal de carrapato Ixodidae fêmea .


Ciclo de
vida
Patogenicidade
Carrapatos são importantes vetores de doenças em diversas regiões do mundo, o seu
aparelho bucal leva a intensa reação inflamatória no local da picada e a saliva pode causar a
paralisia do carrapato, mas o mais preocupante são as doenças disseminadas pelo carrapato : a
babesiose, a erlichiose, a tularemia e anaplasmose borreliose, doença de Lyme e febre maculosa,
por exemplo.
Assim como os cães, as pessoas podem contrair a doença de Lyme por meio da picada de um
carrapato infetado.
Nos estágios iniciais, os sintomas da doença de Lyme nas pessoas incluem: erupção
vermelha em forma de alvo ao redor da picada (que pode aparecer muitas semanas após o
carrapato desaparecer); sintomas de gripe; cansaço; dores musculares e articulares; dor de
cabeça.
A ação tóxica causada pela natureza da saliva dos carrapatos, que para sugarem sangue por
assim dizer injetam sua própria saliva no ponto em que introduzem seu aparelho sugador, para
impedir a coagulação do sangue de suas vítimas, e essa saliva muitas vezes pode causar ação não
apenas irritante como também tóxica ou alérgica.
Epidemiologia

Essa espécie prefere ficar perto dos locais onde o cão vive,
como pisos cimentados ou de madeira. Além do chão, o
carrapato adora esconder-se nas frestas de paredes e no teto.
Quando os cães estão dormindo ou descansando, os carrapatos
descem para subir nos cães e fazer a sua alimentação de sangue.
As fêmeas de carrapatos podem ficar muito grandes, cheias de
sangue em seu interior após a alimentação, parecendo pequenas
jabuticabas; já os machos tendem a ficar do mesmo tamanho.
Pode atacar qualquer região do corpo, porém é mais frequente
nos membros anteriores e nas orelhas
Diagnostico

Por conta da multiplicidade de sintomas inespecíficos, o diagnóstico da doença do carrapato geralmente


depende de exames clínicos e laboratoriais. Na consulta, o médico veterinário irá perguntar ao tutor sobre a
presença de carrapatos no animal e avaliará os sintomas compatíveis com Erliquiose.

Já com o exame de sangue (hemograma), o médico veterinário poderá identificar as alterações provocadas pela
doença, como anemia e a baixa quantidade de plaquetas no sangue. Caso os agentes da doença do carrapato
sejam visualizados, o diagnóstico é fechado de maneira definitiva.

O PCR (reação em cadeia da polimerase) também é um método de diagnóstico eficaz.


 O tratamento é feito a partir da administração
de antibióticos, que devem ser prescritos
exclusivamente pelo médico veterinário. A
periodicidade e a quantidade destes
medicamentos também devem ser
estabelecidas pelo profissional responsável.
 De forma geral, o tratamento para a doença do
Tratamento carrapato costuma durar entre 3 a 4 semanas
para os cães na fase aguda e até 8 semanas
para os animais na fase crônica. Animais em
situação grave devem receber atendimento de
suporte, como fluidoterapia para corrigir
desidratações e transfusões sanguíneas para os
cães que sofrem com hemorragias.

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Profilaxia

Os programas que visam ao controle adequado dos carrapatos devem apresentar uma combinação harmoniosa de
métodos que proporcionam o manejo das condições ambientais, associados à utilização de produtos químicos seletivos
(ectoparasiticidas e repelentes).

É preciso estar atento e monitorar a fauna de carrapatos nas praças e áreas verdes periféricas e onde existe grande
circulação de pessoas, cães, gatos etc.

Para o controle do carrapato da espécie R. sanguineus é necessário fazer o tratamento curativo no animal, que atua em
5% da população e, principalmente, o tratamento ambiental, que visa atuar nos 95% da população.

O tratamento ambiental pode ser realizado por meio da dedetização com piretroides em três a quatro aplicações, com
intervalos de 14 dias, sempre aspergindo a substância nas paredes, nos muros e nos tetos, principalmente nas áreas de
descanso do animal..

Um dos principais motivos para a ineficácia dos programas de profilaxia e controle de ectoparasitos está relacionado
ao fraco empenho dos proprietários
Referencias bibliograficas

 ARAÚJO, R. P. de et al. Febre maculosa no Brasil: estudo da mortalidade para a


vigilância epidemiológica. Cad. Saúde Colet., Rio de Janeiro, v. 24, n. 3, p. 339-
346, jul./set. 2016
 FLECHTMANN, C. H. W. Ácaros de Importância Médico- -Veterinária. São Paulo:
Nobel, 1973. 192p.
 LABRUNA, M. B. et al. Prevalência de carrapatos em cães de áreas rurais da
região norte do Estado do Paraná. Arquivo Brasileiro de Medicina
Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 53, n. 5, p. 553-556, 2001.

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