28/04/2022

Vetores de importância veterinária responsáveis por

enfermidades

Profa. Fernanda C. M. Rondon

Doutora e Mestre em Ciências Veterinárias

Introdução
• Doenças transmitidas por vetores
• são responsáveis por mais de 17% de todas as doenças infecciosas,
causando mais de um milhão de mortes anualmente.
• Mais de 2,5 bilhão de pessoas em mais de 100 países estão em risco de
contrair dengue.
• A malária causa mais de 600 mil mortes por ano em todo o mundo, a maioria
delas em crianças menores de cinco anos.
• Outras doenças como a doença de Chagas, leishmaniose e
esquistossomose afeta centenas de milhões de pessoas no mundo.
• Muitas dessas doenças são evitáveis através de medidas de proteção
repassadas através da ação de educação em saúde.

Vetores
• Os mosquitos são os vetores de
doença mais conhecidos.
• Carrapatos, moscas, flebotomíneos,
pulgas, triatomíneos e alguns caracóis
aquáticos de água doce.
• Outros artrópodes causadores de
enfermidades são:
• Piolhos e ácaros.

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Taxonomia – Piolho  Pediculose

• Reino Animalia
• Filo Arthropoda
• Classe Insecta
• Ordem Phtiraptera
• Subordens – Anoplura (Piolhos sugadores) e Mallophaga (Piolhos
Mastigadores
• Famílias: (Mallophaga  Trichodectidae e Menoponidae); (Anoplura 
Linognathidae e Haematoponidae)
• Gêneros: Trichodectes, Felicola e Menopon (Mallophaga) e Lynognathus e
Hamatopinus (Anoplura)
• Espécies: Trichodectes canis - cão, Felicola subrostratus – gato Menopon
gallinae – aves e Lynognathus setosus – cão; Haematopinus suis – suínos
e Haematopinus asini - equídeos
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Doenças
• Pediculose – infestação de piolhos.
• Corpo achatado dorso-ventralmente, ápteros, pequenos com comprimento
variando de 0,3 a 8 milímetros, cerdas por todo o corpo, coloração do bege ao
cinza claro, podendo ficar mais escuros (avermelhados após o repasto sanguíneo
– Anoplura)

• Anoplura ou sugadores

• Mallophaga ou mastigadores

Ciclo de vida
• Ovo operculado
(lêndea) –
Ninfa1 – Ninfa2
– Ninfa3 –
adulto.

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Pediculose em Animais
• É uma enfermidade comum nos animais de grande e pequeno porte
• Maior incidência em animais jovens, descuidados e desnutridos.
• Em geral os sinais clínicos incluem: inquietação e prurido, com
seborreia, alopecia e/ou escoriação secundárias.
• Podem-se verificar pelos emaranhados, pequenas pápulas, crostas e, nas
infestações graves, anemia e debilidade (MEDLEAU et al, 2003).
• Embora tenham uma grande capacidade de proliferação, esses
ectoparasitas não sobrevivem mais do que alguns dias no
ambiente longe do hospedeiro e são transmitidos por contato direto
com animais infestados, bem como indireto através de escovas,
pentes, cama, travesseiros e outros objetos (MAZZEI, 2012).

Pediculose em Animais
• Ambos os tipos Anoplura e Mallophaga
• Dermatite alérgica caracterizada por prurido intenso (coceira), com
consequente perda da pelagem e escoriações cutâneas.
• O animal apresenta um odor característico "de rato" e, frequentemente,
encontra-se irritadiço e nervoso pelo incômodo que sente.
• Há, contudo, casos assintomáticos em que os animais apresentam
apenas uma dermatite seborreica seca levemente pruriginosa.
• Mallophaga podem transmitir uma verminose intestinal pelo
parasita Dipylidium caninum – pulga o principal – em cães.

Pulgas de cão e gato

• As pulgas do gato e as pulgas de cães são quase semelhantes
na aparência e biologia.
• Pulgas de cães e gatos- as duas espécies podem viver em
ambos tanto nos gatos quanto nos cães.
• A pulga de gato ou Ctenocephalides felis e pulga do cão
ou Ctenocephalides canis são as espécies mais comuns
encontradas dentro e ao redor de casas.
• O verão é a época favorável para seu crescimento.
• Podem viver até 200 dias
• Tamanho de 1 a 3 mm.
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Taxonomia
• Taxonomia
• Reino: Animalia
• Filo Arthropoda
• Ordem Siphonaptera
• Família: Pulicidae ou Tungidae
• Gêneros: Pulex, Ctenocephalides (Pulicidae), Tunga (Tungidae)
• Espécies: Pulex irritans, Ctenocephalides canis,
Ctneocephalides felis e Tunga penetrans

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Pulgas Ctenocephalides
• Esse gênero é hospedeiro intermediário da tênia Dipylidium caninum,
sendo que Ctenocephalides canis também é hospedeiro intermediário
de Hymenolepis nana e Hymenolepis diminuta.

Ctenocephalides canis Ctenocephalides felis

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Ciclo de vida
• Cada pulga coloca cerca de
2000 ovos/animal
• Ovos se espalham pelo
ambiente.
• São geradas cerca de 1400
larvas por pulgas
• 95% da infestação fica no
ambiente (ovo-larva-pupa)

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Tunga penetrans
• Tungíase ou “Bicho de pé”
• Macho como fêmea se alimentam de sangue,
porém, somente a fêmea, após ser
fecundada, penetra na pele de pessoas e de
animais, onde iniciará o processo de
amadurecimento de seus ovos, eliminando-
os no meio ambiente.
• Normalmente as que ficam próximas do solo
são as mais afetadas, como: a planta das
patas nos animais e pés, os dedos, ao redor
das unhas e calcanhares em seres humanos.

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• Ciclo
• Ovo – 1  elipsoides
• Larva – 2  vermiforme
• Pupa – 3  aspecto rugoso
• Adulto  4
• Fêmea na pele 5

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Arachnida /Acari
• Ixodídeos, denominados "carrapatos duros", Argasídeos, também
conhecidos como "carrapatos moles

Ahid, 2008

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Morfologia

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Morfologia do Gnatossoma: Rhipicephalus (Boophilus) microplus: A: Vista dorsal; B-

Vista interna; C- Vista ventral. (Guimarães et al, 2001).

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Diferenças entre Escudos de Ixodidae

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Dióicos

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Estrutura de uma evolução de um

carrapato Ixodídeo

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Rhipicephalus (Boophilus) microplus 2000 a 3000

Amblyomma cajennense cerca de 5000
Rhipicephalus sanguineus cerca de 3000
Dermacentor nitens cerca de 3500

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Ordem Acari: Subordem Ixodides

• IXODIDAE

– Amblyomma cajennense

– Dermacentor (Anocentor) nitens

– Rhipicephalus (Boophilus)
microplus

– Rhipicephalus sanguineus

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CHAVE PARA
IDENTIFICAÇÃO DE
CARRAPATOS

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Gnatossoma ou Capítulo
do Amblyomma
Hipostômio

quelicera Palpo

Base do
capitulo

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Gnatossoma ou Capítulo Rhipicephalus

R. sanguineus R. microplus

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Rhipicephalus microplus  monoxeno

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R. microplus

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Rhipicephalus sanguineus  trioxeno

Ahid, 2008

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Amblyomma sp  trioxeno

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Amblyomma cajennense. Amblyomma cajennense ticks feeding on a horse.Dantas-Torres Parasites

& Vectors 2008 1:25.

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Amblyomma ovale. A female of Amblyomma ovale firmly attached to and

feeding on a dog.Dantas-Torres Parasites & Vectors 2008 1:25.

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Dermacentor nitens

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Carrapatos do pavilhão auricular

Dermacentor nitens  monoxeno

Ahid, 2008

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Biologia dos Carrapatos Ixodidae

Ciclo

Parasitária vida livre

sobre o hospedeiro no solo

São necessários um ou mais hospedeiros para completar seu

ciclo de vida que consiste em três fases: larva, ninfa e adulto
(estágios móveis e hematófagos).

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R. microplus e D. nitens

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Ciclo evolutivo de um carrapato de três

hospedeiros.

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Ciclo de vida de um carrapato

de três hospedeiros (trioxeno).

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Patogenia
• Dermatite alérgica à picada de ectoparasitos – DAPE
• Piolhos, ácaros, pulgas, carrapatos, entre outros.
• Devido à constituintes químicos polipeptídios, aminoácidos, compostos
aromáticos, materiais responsáveis pela liberação de histamina, além de
enzimas proteolíticas e anticoagulantes sendo todas implicadas no processo
de irritação imediata na pele dos animais
• Estes constituintes que estão presentes na saliva do ectoparasitos que ativam
a resposta imune promovendo uma resposta de hipersensibilidade do tipo I,
fase imediata, onde os antígenos salivares estimulam a produção de IgE
induzindo severa inflamação na pele, prurido e dor; e em tipo IV (tardia) que
explica porque muitos animais desenvolvem o quadro alérgico mais
tardiamente.

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Sinais Clínicos
• Não há um padrão de lesão típico da DAPE que permita a diferenciação
entre as outras dermatites alérgicas. Os sinais clínicos manifestados são
variados, dependendo do grau de alergia que o animal tem, porém a
evolução das lesões costuma ser rápida.
• Em animais sensíveis à picada de pulgas e carrapatos, ainda em meio a
pequenas infestações, a manifestação clínica será mais grave em
comparação aos animais não alérgicos; que mesmo altamente infestados
apresentam lesões menos severas.
• O prurido intenso é o sintoma primário, sendo também observado em
cães lesões por mordeduras ao redor do ânus e na base da cauda, se
estendendo para a região das costas, nas coxas, abdômen e pescoço.

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Sinais Clínicos
• As lesões são avermelhadas, seguidas por um prurido crônico, alopecia, crostas
hemorrágicas e enegrecimento da pele. Sinais cutâneos generalizados podem
aparecer em animais severamente hipersensíveis.
• Gatos podem manifestar a alergia com sinais de alopecia e coceira, sendo
frequente o aparecimento de crostas e protuberâncias ao redor do pescoço e no
dorso.
• Os sintomas também podem ser apresentados por meio do complexo granuloma
eosinofílico, que são lesões que afetam a pele e a cavidade bucal dos felinos,
sendo encontrado na forma de úlcera, placas e por meio de granuloma.
• Em casos crônicos, em que há evolução das lesões em decorrência dos
traumatismos pelo ato de coçar, essas novas lesões promovem a queda da
barreira de proteção da pele, o que pode levar a um agravamento do quadro
desencadeando infecções secundárias que devem ser tratadas
independentemente da doença de base. 45

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Prevenção e Controle

• Melhor forma para evitar: é a prevenção!

• Pulgas, carrapatos e piolhos podem ser vistos a olho nu.
• Ácaros através de swab ou raspado de pele através do microscópio.
• Educação das crianças e controle das pulgas e piolhos, bem como eliminação
adequada das fezes de animais domésticos, são medidas suficientes para
profilaxia.

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Prevenção e Controle
• Há diversas formas de aplicação de ectoparasiticidas,
• é comum a pulverização, banho de imersão, “pour-on”, “spot-on, spray e
injetável e comprimidos.
• Além disso, os produtos apresentam diferenças quanto:
• Espectro de ação,
• Início do efeito,
• Período de atividade,
• Efeito residual,
• Toxicidade,
• Apresentação comercial,
• Forma de aplicação,
• Custo
• Disponibilidade no mercado.
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Prevenção e Controle

• CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DO PRODUTO

a) Ectoparasito a ser eliminado;
b) Espécie animal a ser tratada;
c) Idade, sexo, estado geral do animal;
d) Grau de infestação do animal e do ambiente;
e) Contato com outros animais (da mesma espécie ou de espécies diferentes);
f) Custo do produto;
g) Características ambientais como temperatura, umidade, tipo de vegetação, índice
pluviométrico, época do ano, etc;
h) Características do produto: toxicidade, efeito residual, especificidade, modo de ação,
etc.
• CARACTERÍSTICAS DO PRODUTO IDEAL
• baixa toxicidade, baixo custo, fácil aplicação, ser eficaz, efeito residual, amplo espectro
x especificidade. 48

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Exemplos de medicamentos
• Propoxur é um inseticida de carbamato.
• Indicações:
• Especialmente indicado para ectoparasitas sensíveis ao carbamato,
contra cepas do piolhinho ou ácaro vermelho das galinhas
(Dermanyssus gallinae) sensíveis ao propoxur, bem como para o
controle de moscas (Musca domestica) em galinheiros, baias, pocilgas,
estábulos e demais instalações exclusivamente pecuárias. É eficaz
contra as pulgas do homem e dos animais domésticos (Pulex irritans,
Ctenocephalides spp.).

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Exemplos de medicamentos
• Fipronil é um inseticida e acaricida altamente efetivo pertencente à
família dos fenilpirazóis.
• Permetrina é um piretroide que atua como repelente, acaricida e
inseticida.
• Indicações:
• Essa associação é usada no controle de infestações por pulgas,
carrapatos e piolhos mastigadores, flebotomíneos, pernilongos,
mosquitos e moscas.
• Auxilia na prevenção da transmissão da Dirofilariose.

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Exemplos de Medicamentos
• Fluralaner, um princípio ativo pertencente a uma nova classe de
antiparasitários, as Isoxazolinas.
• Para o tratamento de infestações por carrapatos e pulgas, em cães,
proporcionando 12 semanas de proteção.
• Esse produto veterinário é um inseticida e acaricida sistêmico com longa
duração de ação que promove eficácia imediata e persistente por 12 semanas
contra carrapatos (formas adultas e jovens de Ixodes ricinus, Ixodes hexagonus,
Ixodes scapularis, Ixodes holocyclus, Dermacentor reticulatus, Dermacentor
variabilis e Rhipicephalus sanguineus) e pulgas (Ctenocephalides
felis e Ctenocephalides canis).
• Pesquisa demonstrou eficácia contra Sarcoptes scabiei em cão (Taenzler et
al., 2016; Fourier et al., 2015); contra Psoroptes cuniculi em coelhos
(Sheinberg et al., 2017).
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