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IXODIDIOSES

E ESCABIOSES
EM ANIMAIS
DOMÉSTICOS

KARINY SOARES
LUCAS AUGUSTO
WALISON GOMES
Súmario

▪ Ixodidiose
▪ Introdução
▪ Família Ixodidae
▪ Dermacentor
▪ Amblyomma
▪ Ixodes
▪ Rhipicephalus
▪ Sinais clínicos
▪ Tratamento
▪ Controle estratégico
▪ Caso Clínico
▪ Escabiose
▪ Sarna sarcóptica
▪ Sarna notoédrica
IXODIDIOSES

TERMO TÉCNICO PARA DESIGNAR INFESTAÇÃO POR CARRAPATOS


INTRODUÇÃO

Carrapatos
 Ectoparasitas hematófagos
Família Ixodidae obrigatórios Família Argasidae
 Alimentam-se de grandes repastos sanguíneos periodicamente
Carrapatos
Causam prejuízos aosduros
animais domésticos pois causam:Carrapatos moles
 Dano mecânico devido a sua picada
 Irritação
Gênero Rhipicephalus Gênero Argas
 Inflamação
 Hipersensibilidade
Gênero Dermacentor Gênero Ornithodorus
 Em altas infestação  anemia e redução de produtividade
 As secreções salivares podem causar toxicoses e Paralisia
Gênero Amblyomma Gênero Otobius
No entanto o que e mais importante lembrar e que estes podem transmitir
uma variedade de agentes patogênicos (vírus, rickettsias, bactérias e
Gênero Ixodesprotozoários) ao se alimentarem.
Família Ixodidae

▪ Parasitas temporários e na grande maioria


das espécies passa por períodos Monoxenos
relativamente curtos no hospedeiro. Todo o seu ciclo em 1 único hospedeiro

▪ Só apresenta 1 estágio de larva hexápode


e 1 único estágio de ninfa octópode e após
isto o seu estágio adulto reprodutor.
Dioxenos
▪ A maioria das espécies são imóveis e não O ciclo se completa em 2 hospedeiros diferentes
caçam ativamente, na verdade esperam
em pontos de vegetação por um
hospedeiro. Trioxeno
▪ Ciclos biológicos... O ciclo se completa em 3 hospedeiros diferentes
Dermacentor nitens
• Carrapato tropical do cavalo, carrapato-
da-orelha-do-cavalo

• HOSPEDEIROS: Equinos, bovinos,


humanos, muitos mamíferos
domésticos e selvagens. Os equinos são
os hospedeiros preferidos desta espécie.

• LOCAIS DE PREDILEÇÃO: Pele. A


orelha é o local preferido para sua
fixação; contudo, também pode infestar
condutos nasais, cernelha, abdome
ventral e região perineal.

• CICLO: monóxeno
Dermacentor nitens
• PRINCIPAIS DOENÇAS:
• Infestações maciças podem ocasionar a
supuração nas orelhas, “quebra” do pavilhão
auricular e os ferimentos ocasionados pelas
picadas podem predispor o hospedeiro à
postura de ovos por moscas-varejeiras e pode
predispor a infeções secundárias.
• É importante vetor de Babesia caballi, causa
de babesiose equina. É capaz de transmitir
este patógeno a sucessivas gerações, por via
transovariana; é importante em criações de
cavalos de corrida.
• Já foi relatada, nesses carrapatos, a presença
de agentes patogênicos como a R. rickettsii e
Borrelia burgdorferi sensu lato (esta última é
causadora da Doença de Lyme em humanos)
(Bermudez et al., 2009; Gonçalves et al.,
2013
Amblyomma cajennense
• Carrapato estrela

• HOSPEDEIROS: Ampla variedade de


mamíferos, principalmente equinos
• LOCAIS DE PREDILEÇÃO: Pele,
superfície inferior do corpo, axila, virilha
• CICLO: trioxeno

• Complexo de espécies: Apenas duas


espécies deste complexo ocorrem no Brasil:
o carrapato A. cajennense sensu stricto
(região amazônica, sendo mais adaptada às
condições úmidas pertinentes a esse
bioma), e A. sculptum (é mais adaptada às
condições secas do bioma do Cerrado)
(Nava et al., 2014).
Amblyomma cajennense
• PRINCIPAIS DOENÇAS:
• Os ferimentos provocados por este
carrapato podem originar locais
adequados para instalação de miíases
causadas por moscas-verejeiras
relacionadas a Cochliomyia spp.
• Pode transmitir a babesiose eqüina.
• Pode transmitir Ehrlichia bovis
• É possível transmissor da doença de
Lyme no Brasil, causada por
Borrelia burgdorferi. É transmissor
de febre maculosa (Rickettsia
Adultos do gênero Amblyomma, possuindo escudo ornamentado. rickettsii), febre recorrente (Borrelia
recurrentis) e febre Q (Coxiella
burnetii).
Amblyomma sculptum
• É popularmente conhecido como “carrapato-do-
cavalo”, “carrapato-estrela”
• HOSPEDEIROS: Parasitam uma ampla gama de
hospedeiros, inclusive seres humanos. Os cavalos,
capivaras e antas são considerados como seus
hospedeiros principais. Outros animais já foram
reportados como hospedeiros eventuais, tais como:
bovinos, suínos domésticos e selvagens, cães
domésticos, cachorro do mato, onça pintada, onça
parda, jaguatirica.
• PRINCIPAIS DOENÇAS:
• É o principal vetor da bactéria Rickettsia
rickettsii no Brasil, a qual é responsável por
causar a Febre Maculosa Brasileira. É
responsável pela manutenção dessa riquétsia
por sucessivas gerações, atuando como
reservatório dessa bactéria na natureza.
• Nesse carrapato também já foi identificada
Rickettsia amblyommatis
Ixodes ricinus
• Ciclo: trioxeno, com ciclo evolutivo
de 3 anos.

• Hospedeiros: Acomete animais


silvestres, mas pode acometer
ovinos, caprinos e bovinos.

• Principais doenças:
• Doença de lyme;
• Febre das montanhas rochosas
(febre maculosa).
Rhipicephalus
sanguineus
• Ciclo: trioxeno;

• Geotropismo negativo;

• Hospedeiros: Acomete
preferencialmente canídeos;

• Local de predileção: pele, orelha e


os dedos (espaço interdigital);

• Principais doenças:
• Babesia,
• Hepatozoon,
• Ehrlichia.
Rhipicephalus
(Boophilus)
microplus
• Ciclo: monoxeno;

• Hospedeiros: Acomete
preferencialmente bovinos, mas pode
acometer peq. Ruminantes e
equídeos;

• Estão presentes o ano todo, no


entanto seu pico de população ocorre
no verão;

• Principais doenças:
• Babesia,
• Hepatozoon,
• Ehrlichia.
Sinais Clínicos??
Tratamento
Controle Estratégico

▪ Fazer a limpeza das pastagens (drenagem, calagem, corte de pastos e arbustos);


▪ Rotação de pastagens;
▪ Queima de pastagens (não e tão eficaz pois algumas larvas penetram no solo ou em
partes mais profundas da vegetação);
▪ Aplicação de medicamentos;
▪ Evitar locais com muitos animais juntos e realizar uma inspeção do animal após
passeios (se possível realizar banhos pelo menos 1 vez por semana- ideal com
shampoo carrapaticida)
Caso CRMV positivo

No caso de infestações por carrapatos,


Credeli™ começa a eliminar os carrapatos 4
horas após a administração e para novas
infestações são eliminados em até 8 horas.
PRINCÍPIO ATIVO: Lotilaner
ESCABIOSE

TERMO TÉCNICO PARA DESIGNAR UMA DERMATOSE OCASIONADA PELA


PRESENÇA DE ÁCAROS
SARNA SARCÓPTICA OU ESCABIOSE CANINA

▪ Dermatopatia altamente contagiosa, que


causa prurido intenso com a presença de um
aspecto e odor característico “rançoso”,
devido a produção exagerada de gordura.
▪ É causada pelo ácaro Sarcoptes scabei.
▪ É uma ZOONOSE.
SARNA SARCÓPTICA OU ESCABIOSE CANINA

Epidemiologia
 Esses ácaros se alojam na epiderme do animal e vive em constante
movimentação, escavam túneis e devido a isso são classificados com
ácaros escavadores.
 O ciclo de vida do parasita (ovo, larva, ninfa e adultos), se completa com
17 a 21 dias nos túneis do estrato córneo.
 Não tem predileção por raça, sexo e idade.
 Cães de qualquer idade podem ser acometidos, porém apresenta maior
incidência em filhotes errantes ou que vivem em abrigos.
 Canis, pet shops e locais de exposições são locais de riscos a terem o
parasita presente no ambiente.
 Animais em condições de estresse podem estar mais predispostos a ter
essa infecção.
Transmissão
 A principal forma de transmissão e pelo contato direto com os ovos, larvas, ninfas e os adultos do parasita;
 Fômites;
 Locais que não foram bem higienizados.
SARNA SARCÓPTICA OU ESCABIOSE CANINA
Sinais Clínicos
▪ Os principais são: prurido intenso, crostas, alopecia,
hiperemia e escoriações devido o animal se coçar.
▪ Casos graves e avançados: hiperidrose, hipertermia
cutânea, emaciação, espessamento de pele,
prostração e caquexia.
▪ O animal pode apresentar sinais localizados ou
generalizados.
▪ Pode ocorrer infecção bacterina secundária, onde o
animal irá apresentar pápulas eritematosas, escamas
e pústulas.
SARNA SARCÓPTICA OU ESCABIOSE CANINA
Diagnóstico
 É feito através do exame de raspado de pele e nos
sinais clínicos apresentados pelo animal. Na
microscopia é feita a busca por uma das formas do
parasita ou seus ovos.
 Histórico do animal.
 Se com o uso de acaricidas o animal apresentar
melhora positiva, isso pode ser usado como método
auxiliar de diagnóstico.

Diagnóstico Diferencial
▪ Picada de pulga
▪ Hipersensibilidade
▪ Piodermatite
▪ Malassezia
▪ Atopia
SARNA SARCÓPTICA OU ESCABIOSE CANINA
Tratamento
 Tópico:
 Xampus anti seborreico, fipronil spray.
 Sistêmico (Alternativo)
 Fármacos a base de selamectina, ivermectina,
doramectina e moxidectina.
 Prednisona, oclacitinib para o tratamento do prurido
intenso.
▪ A resposta ao tratamento na maioria dos casos é positiva.
Controle
 Isolamento dos animais infectados e quando manipular os
mesmos tomar as devidas precauções como uso de luvas e
higienização do local.
 O ambiente e os objetos que tenham a presença do ácaro
devem ser higienizados e tratados com acaricidas.
 Todos os animais que vivem no local devem ser tratados
simultaneamente.
SARNA NOTOÉDRICA

▪ Também conhecida como escabiose felina, é


uma dermatite altamente contagiosa causa
pelo ácaro Notoedres cati.
SARNA NOTOÉDRICA

Epidemiologia
▪ Pode acometer gatos domésticos de todas as
idades, sexos e raças.
▪ Ocorrência mais rara
▪ Raramente infecta humanos e cães
▪ Todos os gatos contactantes podem
desenvolver os sinais clínicos.
▪ O período de incubação antes de começar um
prurido intenso e de aproximadamente 5 a 6
semanas.
Transmissão
▪ Por contato direto entre os animais.
▪ Camas e objetos de limpezas, pode ser fontes
de transmissão mesmo o ácaro sobrevivendo
pouco tempo fora do hospedeiro.
SARNA NOTOÉDRICA

Sinais Clínicos
 Prurido intenso
 Pápulas na margem da orelha
 Pele pregueada
 Crosta amarelada (acinzentada)
 Pode evoluir para o períneo e
extremidade, devido o gato ter hábitos de
se limpar
 Placas e alopecias quando não tratada
 Em casos crônicos o animal apresenta
anorexia
SARNA NOTOÉDRICA

Diagnóstico
▪ Padrão ouro é a microscopia com
o raspado de pele superficial
▪ Sinais clínicos
▪ Histórico
▪ Terapêutico, quando se tem
resposta ao tratamento
Diagnóstico Diferencial
▪ Otocaríase (sarna da orelha)
▪ Dermatofitose
▪ Demodicose
▪ Hipersensibilidade
▪ Feridas por brigas
▪ Doenças autoimunes
SARNA NOTOÉDRICA

Tratamento e Controle
▪ É baseado no uso de acaricidas,
preferencialmente escabicidas.
▪ Moxidectina + imidacloprida (Advocate)
▪ Doramectina
▪ Ivermectina
▪ É indicado que após a cura clínica e exame de
raspado de pele negativo, que o tratamento
com acaricidas continue por até duas semanas
▪ Recomendado que todos os gatos que tiveram
contato com o animal infectado, receba o
tratamento.
▪ Limpeza e desinfecção do ambiente em que
esses animais vivem
DÚVIDAS?

OBRIGADA

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