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OSTEOLOGIA

Osteologia
Sistema Esquelético Artrologia
Mesoderma embrionário Aparelho Locomotor
Sistema Muscular Miologia

INTRODUÇÃO
Esqueleto – conjunto de ossos, cartilagens e ligamentos, um cavalo pode possuir de seis ou sete ossos, e o
estrutura dura que tem como funções a sustentação do carpo de sete ou oito.
organismo, conferir forma ao corpo, locomoção,
proteção de vísceras, hematopoese, armazenamento de
cálcio e fosfato.
O esqueleto é dividido em três partes:

Os ossos podem ser classificados em:


• Osso Longo – onde o comprimento excede
a largura e espessura, possui uma diáfise
(corpo, contém a medula óssea) e duas
epífises. Exemplos: úmero, tíbia, fêmur,
fíbula, rádio, ulna e ossos metacarpais.
• Osso curto – há equivalência nas dimensões;
muitos estão agrupados, como no carpo e no
• Axial – crânio, coluna, costelas e esterno.
tarso; por conta das várias articulações,
• Apendicular – membros torácicos e pélvicos.
esse agrupamento possibilita movimentos
• Visceral ou esplâncnico – dentro de órgãos
complexos e reduz a ocorrência de
(pênis do cão, hioide (sustentam língua, laringe e
concussões.
faringe), coração do boi e carneiro).
• Osso plano/chato – possui uma espessura
O número de ossos de um esqueleto varia conforme bem diminuta, sendo expandidos em duas
a idade e a espécie animal, por exemplo, o tarso de direções; permite a fixação de grandes
massas musculares, protegendo as partes diáfise). Essas condições conferem a aparência porosa
moles subjacentes. Exemplos: escápula, do osso.
cíngulo pélvico, osso parietal, frontal e
occipital.
TIPOS DE TECIDO ÓSSEO
• Ossos irregulares – não ocorre equivalência O osso longo possui duas epífises, uma diáfise e duas
entre dimensões. Exemplos: vértebras e metáfise. As epífises, conhecidas como extremidades,
ossos temporais. são recobertas por cartilagem. A metáfise é a parte
• Osso pneumático – contém seios com dilatada da diáfise mais próxima da epífise e é composta
presença de ar. Exemplos: osso frontal, pela cartilagem epifisária, que promove o crescimento
maxilar, temporal, etmoide e esfenoide. dos ossos em comprimento pela multiplicação e
• Osso sesamóide – intratendíneos, como a substituição do tecido cartilaginoso pelo tecido ósseo. (com
patela. o avançar da idade, a cartilagem se ossifica).
Os ossos curtos têm o centro esponjoso, sendo
recobertos em toda a sua periferia por uma camada
compacta.
Nos ossos chatos, existem duas camadas de osso
compacto, as tábuas interna e externa, separadas por
osso esponjoso que, nesta localização, recebe o nome de
díploe.
Histologicamente existem dois tipos de tecido ósseo: o
imaturo ou primário; e o maduro, secundário ou lamelar.
CONSTITUIÇÃO E ESTRUTURA ÓSSEA Os dois tipos contêm as mesmas células e os mesmos
constituintes da matriz.
O osso compacto é composto por uma camada externa
de substância compacta (matriz óssea), que é uma massa • Tecido ósseo primário - Em cada osso o primeiro
sólida constituída por lamelas concêntricas. Estas lamelas tecido ósseo que aparece é do tipo primário (não
apresentam os canais de Volkmann e Havers ou ósteon, lamelar), sendo substituído gradativamente por
que são espaços para nervos e vasos sanguíneos, tecido ósseo lamelar ou secundário. Possui fibras
garantindo a nutrição do osso. Uniformemente espalhadas colágenas dispostas em várias direções
pelo osso compacto, há lacunas, casa dos osteócitos. desorganizadas, pouca quantidade de minerais e
maior proporção de osteócitos do que o tecido
A substância esponjosa é formada por lâminas ósseas e ósseo secundário.
espículas, onde, nos espaços entre as espículas, tem a • Tecido ósseo secundário – possui fibras
medula óssea, normalmente encontrada nas epífises colágenas organizadas em lamelas, formando o
(porém, também se estende, mesmo que pouco, pela Sistema de Havers ou ósteons. Os canais de
Havers comunicam-
se entre si, com a
cavidade medular e
com a superfície
externa de osso
por meio de canais
transversais ou oblíquos, os canais de Volkmann.
REVESTIMENTO DO OSSO vermelha, que depois é substituída pela amarela na
cavidade medular.
• Periósteo – reveste a superfície externa do
osso, exceto nas articulações/cartilagem. • Medula óssea vermelha – tecido hematopoiético,
Consiste em uma lâmina externa fibrosa formação das células sanguíneas.
protetora e uma lâmina interna celular • Medula óssea amarela – praticamente tecido
osteogênica, que é mais desenvolvida em período conjuntivo adiposo.
de crescimento. As células osteoprogenitoras se
multiplicam por mitose e se diferenciam em
osteoblastos, desempenhando papel importante
no crescimento dos ossos e na reparação das
fraturas
• Endósteo – reveste a superfície interna do osso,
na cavidade medular, canais de Havers e
Volkmann.
As principais funções do endósteo e do periósteo são a
nutrição do tecido ósseo e o fornecimento de novos
osteoblastos para o crescimento e a recuperação do
osso.
PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS DO OSSO
• Matéria orgânica – possui colágeno tipo I,
proteoglicanos e glicoproteínas, conferindo
elasticidade e resistência ao osso.
• Matéria inorgânica – formada por íons (fosfato,
cálcio etc.), conferindo rigidez ao osso.
VASOS E NERVOS
Os ossos são ricamente supridos por vasos sanguíneos,
existindo dois grupos de artérias: periósticas e medulares.
• Periósticas – ramificam-se no periósteo; emitem
pequenos ramos que entram nos canais de
Volkmann e atingem os canais de Havers da
substância compacta. Alguns outros ramos
suprem o osso esponjoso e a medula óssea. Nos
ossos maiores, especialmente os longos, a
grande artéria nutrícia passa pelo forame
nutrício, atravessa a substância compacta e
ramifica-se na medula óssea.
• Medulares – os grandes vasos transportam
MEDULA ÓSSEA sangue para dentro e fora da medula óssea.
Ocupa os interstícios do osso esponjoso e a cavidade
medular dos ossos longos. No adulto, existe a medula
vermelha e amarela. No jovem, há apenas a medula
cálcio. A atividade dos osteoclastos é coordenada por
citocinas (pequenas proteínas sinalizadoras que atuam
CÉLULAS ÓSSEAS localmente) e por hormônios como calcitonina, um
Osteócitos – encontradas hormônio produzido pela glândula tireoide, e paratormônio,
no interior da matriz óssea, secretado pelas glândulas paratireoides.
dentro das lacunas (cada HISTOGÊNESE
lacuna possui apenas um
osteócito). Possuem O tecido ósseo é formado ou por ossificação
prolongamentos que fazem intramembranosa, que acontece no interior de uma
contato por junções membrana conjuntiva, ou por ossificação endocondral,
comunicantes entre um que utiliza um molde de cartilagem de hialina.
osteócito e outro. São • Ossificação intramembranosa – ocorre em
células achatas, pouco REG, complexo de Golgi pouco alguns ossos do crânio, como o frontal, parietal,
desenvolvido e núcleo com cromatina condensada. occipital, temporal e maxilares inferior e
Possuem pequena atividade sintética, mas são essenciais superior. Inicia-se pela diferenciação de células
para a manutenção da matriz óssea. mesenquimatosas em osteoblastos, que
Osteoblastos – sintetizam colágeno tipo I, proteoglicanos sintetizam osteoide (matriz ainda não
e glicoproteínas, assim com osteonectina – facilita a mineralizada), que logo se mineraliza, englobando
deposição de cálcio – e osteocalcina – estimula a atividade osteoblastos que se transformam em osteócitos.
dos osteoblastos. Participam da mineralização da raiz, pois
concentram fosfato de cálcio. Estão sempre nas
superfícies ósseas, lado a lado. Uma vez aprisionado pela
matriz recém-sintetizada, o osteoblasto passa a ser
chamado de osteócito.

Osteoclastos – células móveis, gigantes, multinucleadas e • Ossificação endocondral – ocorre durante o


extensamente ramificadas. têm citoplasma granuloso, desenvolvimento do feto e crescimento. Consiste
algumas vezes com vacúolos, fracamente basófilo nos em dois processos: Primeiro, a cartilagem hialina
osteoclastos jovens e acidófilo nos maduros. Os sofre modificações, havendo hipertrofia dos
osteoclastos secretam, ácido (H+), colagenase e outras condrócitos, redução da matriz cartilaginosa a
hidrolases, que finos tabiques, sua mineralização e a morte dos
atuam localmente, condrócitos por apoptose. Segundo, as cavidades
digerindo a matriz previamente ocupadas pelos condrócitos são
orgânica e invadidas por capilares sanguíneos e células
dissolvendo os osteogênicas vindas do conjuntivo adjacente.
cristais de sais de Essas células diferenciam-se em osteoblastos,
que depositarão matriz óssea sobre os tabiques
de cartilagem calcificada. Desse modo, aparece
tecido ósseo onde antes havia tecido
cartilaginoso, sem que ocorra a transformação
deste tecido naquele; os tabiques de matriz
calcificada da cartilagem servem apenas de
ponto de apoio à ossificação. (JUNQUEIRA, 2013).
Os discos epifisários são responsáveis por essa
ossificação. Resumindo: em cada disco, células de
cartilagem criam cartilagem na superfície
epifisária e os osteoblastos substituem a
cartilagem na superfície diafisária por osso.
Quando o osso tiver atingido plenamente o seu
tamanho, os discos epifisários ossificam-se

completamente.

REFERÊNCIAS
JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa. Histologia básica I L.C.
Junqueira e José Carneiro.12. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2013.
GETTY, Robert, SISSON, Septimus; GROSSMAN, James
Daniels. Sisson/Grossman Anatomia dos Animais
Domésticos. 5. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
1986. 2 V.
OSTEOLOGIA NA PRÁTICA, leitura Plasticidade do tecido ósseo alveolar
extra retirada diretamente do livro A posição dos dentes na arcada dentária pode ser
modificada por pressões laterais exercidas por aparelhos
Histologia Básica, JUNQUEIRA, 2013
ortodônticos. Ocorrem reabsorção óssea no lado em que
Crescimento dos ossos a pressão da raiz do dente atua sobre o osso alveolar e
neoformação óssea no lado oposto, que está sujeito a
O crescimento dos ossos consiste na formação de tecido
uma tração por meio do ligamento periodontal. Desse
ósseo novo, associada à reabsorção parcial de tecido já modo, o dente é deslocado na arcada dentária, à medida
formado; deste modo, os ossos conseguem manter sua que o osso alveolar é remodelado. Este é um exemplo da
forma enquanto crescem.
plasticidade do tecido ósseo, apesar das características
Os ossos chatos crescem por formação do tecido ósseo de rigidez desse tecido.
pelo periósteo situado entre as suturas e na face
Outro exemplo são as fraturas nos ossos longos de
externa do osso, enquanto ocorre reabsorção na face
crianças. Quando os dois pedaços do osso não são
interna. Sendo extremamente plástico, o tecido ósseo
ajustados perfeitamente, o defeito é corrigido durante o
responde, por exemplo, ao crescimento do encéfalo, crescimento da criança pela remodelação do tecido ósseo
formando uma caixa craniana do tamanho adequado. com neoformação e reabsorção coordenadas de tal modo
Havendo deficiência no crescimento do encéfalo, a caixa que a forma do osso é reconstituída com sucesso.
craniana será pequena. Em contrapartida, nas crianças
com hidrocefalia, por exemplo, cujo encéfalo é muito Consolidação das fraturas
volumoso, a caixa craniana é também muito maior do que
Nos locais de fratura óssea, ocorre hemorragia, pela
o normal.
lesão dos vasos sanguíneos, destruição de matriz e morte
Nos adultos também existe remodelação dos ossos, um de células ósseas.
processo fisiológico que ocorre simultaneamente em
Para que a reparação se inicie, o coágulo sanguíneo e os
diversas partes do esqueleto. Nesse caso a remodelação
restos celulares e da matriz devem ser removidos pelos
não está relacionada como crescimento e é muito mais
macrófagos. O periósteo e o endósteo próximos à área
lenta. Estima-se que a remodelação nas crianças
fraturada respondem com intensa proliferação,
pequenas seja 200 vezes mais rápida do que nos adultos.
formando um tecido muito rico em células
Nos ossos longos, as epífises aumentam de tamanho em osteoprogenitoras que constitui um colar em torno da
razão do crescimento radial da cartilagem, acompanhado fratura e penetra entre as extremidades ósseas
por ossificação endocondral. A diáfise cresce em rompidas. Nesse anel ou colar conjuntivo bem como no
extensão pela atividade dos discos epifisários e, em conjuntivo que se localiza entre as extremidades ósseas
espessura, pela formação de tecido ósseo na superfície fraturadas, surge tecido ósseo primário ou imaturo,
externa da diáfise, com reabsorção na superfície interna. tanto pela ossificação endocondral de pequenos pedaços
Esta reabsorção interna aumenta o diâmetro do canal de cartilagem que aí se formam, como também por
medular. ossificação intramembranosa. Podem, pois, ser
encontradas no local de reparação, ao mesmo tempo,
Apesar da sua resistência às pressões e da sua rigidez,
áreas de cartilagem, áreas de ossificação
o tecido ósseo é muito plástico, sendo capaz de remodelar
intramembranosa e áreas de ossificação endocondral.
sua estrutura interna em resposta a modificações nas
Esse processo evolui de modo a aparecer, após algum
forças a que está submetido.
tempo, um calo ósseo que envolva extremidade dos ossos
fraturados. O calo ósseo é constituído por tecido ósseo
imaturo que une provisoriamente as extremidades do de cálcio e aumento da calcemia. A concentração de
osso fraturado. (P04)³- não aumenta no sangue, porque o próprio
paratormônio acelera a excreção renal de íons fosfato.
As trações e pressões exercidas sobre o osso durante
O paratormônio atua sobre receptores localizados nos
a reparação da fratura, e após o retomo do paciente a
osteoblastos. Em resposta a esse sinal, os osteoblastos
suas atividades normais, causam a remodelação do calo
deixam de sintetizar colágeno e iniciam a secreção do
ósseo e sua completa substituição por tecido ósseo
fator estimulador dos osteoclastos.
secundário ou lamelar. Se essas trações e pressões
forem idênticas às exercidas sobre o osso antes da Outro hormônio, a calcitonina, produzido pelas células
fratura, a estrutura do osso voltará a ser a mesma que parafoliculares da tireoide, inibe a reabsorção da matriz
existia anteriormente. Ao contrário dos outros tecidos e, portanto, a mobilização do cálcio. A calcitonina tem um
conjuntivos, o tecido ósseo, apesar de ser rígido, efeito inibidor sobre os osteoclastos.
consolida-se sem a formação de cicatriz.
Importância do cálcio na alimentação
Papel metabólico do tecido ósseo
Como a concentração de cálcio no sangue e nos tecidos
O esqueleto contém 99% do cálcio do organismo e deve ser mantida constante, a carência alimentar deste
funciona como uma reserva desse íon, cuja concentração mineral causa descalcificação dos ossos, que se tornam
no sangue (calce mia) deve ser mantida constante, para mais transparentes aos raios X e predispostos a
o funcionamento normal do organismo. fraturas. A descalcificação óssea pode também ser
devida a uma produção excessiva de paratormônio
Há um intercâmbio contínuo entre o cálcio do plasma
(hiperparatireoidismo), o que provoca intensa reabsorção
sanguíneo e o dos ossos. O cálcio absorvido da alimentação
óssea, aumento de Ca²+ e (P04)³- no sangue, bem como
e que faria aumentar a concentração sanguínea desse
deposição anormal de sais de cálcio em vários órgãos,
íon é depositado rapidamente no tecido ósseo, e,
principalmente nos rins e na parede das artérias.
inversamente, o cálcio dos ossos é mobilizado quando sua
concentração diminui no sangue. O oposto ocorre na osteopetrose, doença causada por
defeito nas funções dos osteoclastos, com
Existem dois mecanismos de mobilização do cálcio
superprodução de tecido ósseo muito compactado e
depositado nos ossos. O primeiro é a simples
rígido. A osteopetrose causa obliteração das cavidades
transferência dos íons dos cristais de hidroxiapatita para
que contêm medula óssea formadora de células do
o líquido intersticial, do qual o cálcio passa para o sangue.
sangue, resultando em anemia e deficiência em leucócitos
Esse mecanismo, puramente físico, é favorecido pela
(glóbulos brancos), o que reduz a resistência dos
grande superfície dos cristais de hidroxiapatita e ocorre
pacientes às infecções.
principalmente no osso esponjoso. As lamelas ósseas mais
jovens pouco calcificadas, que existem mesmo no osso Efeitos de deficiências nutricionais
adulto, devido à remodelação contínua, são as que
recebem e cedem Ca²+ com maior facilidade. Essas O tecido ósseo é sensível a diversos fatores nutricionais,
principalmente durante a fase de crescimento.
lamelas são mais importantes na manutenção da calcemia
do que as lamelas antigas, muito calcificadas e cujos A deficiência de cálcio leva a uma calcificação Incompleta
papéis principais são de suporte e proteção. da matriz orgânica produzida. A deficiência de cálcio pode
decorrer da carência desse mineral nos alimentos ou da
O segundo mecanismo da mobilização do cálcio é de ação
mais lenta e se deve a ação do hormônio da paratireoide, falta do pró-hormônio vitamina D, que é importante para
a absorção dos íons Ca²+ e (PO4)³- pelo intestino delgado.
ou paratormônio, sobre o tecido ósseo. Este hormônio
causa um aumento no número de osteoclastos e Na criança, a deficiência de cálcio causa o raquitismo.
reabsorção da matriz óssea, com liberação de fosfato Nesta doença a matriz óssea não se calcifica
normalmente, de modo que as espículas ósseas formadas de ossificação. A maturação sexual precoce, causada por
pelo disco epifisário se deformam, por não suportarem tumores que secretam hormônios sexuais, retarda o
as pressões normais exercidas sobre elas pelo peso crescimento corporal, pois, nestes casos, a cartilagem
corporal e pela ação muscular. Em consequência, os ossos epifisária é substituída precocemente por tecido ósseo.
não crescem normalmente e as extremidades dos ossos Nos casos de desenvolvimento deficiente das gónadas ou
longos se deformam. de castração de animais em crescimento, as cartilagens
epifisárias permanecem por período mais longo, de modo
No adulto, a falta de cálcio leva à osteomalácia, que se
que o animal alcança um tamanho acima do normal.
caracteriza pela calcificação deficiente da matriz óssea
neoformada e descalcificação parcial da matriz já Baixa concentração de estrógenos é ainda a principal
calcificada, com a consequente fragilidade óssea. Porém, causa da osteoporose. Nesta doença os ossos se tornam
como no adulto não mais existem as cartilagens de menos resistentes, mas a causa não é a deficiência
conjugação, não ocorrem as deformações dos ossos nutricional de cálcio nem de vitamina D. Na osteoporose a
longos nem o atraso do crescimento, característicos do concentração de cálcio na matriz orgânica é normal, mas
raquitismo. a quantidade de tecido ósseo é menor, e o osso
apresenta amplos canais de reabsorção. Esta condição,
Hormônios que atuam nos ossos que pode aparecer em pacientes imobilizados e em
Além do hormônio das paratireoides e da calcitonina pessoas idosas, principalmente mulheres após a
produzida pela tireoide, ambos já mencionados, diversos menopausa, decorre de um desequilíbrio na remodelação
outros hormônios atuam no tecido ósseo. dos ossos, com predomínio da reabsorção sobre a
neoformação de tecido ósseo. Tal condição pode ser
A parte anterior da hipófise produz o hormônio do
revertida com a suplementação de cálcio e vitamina D e
crescimento, que estimula o crescimento em geral, tendo
principalmente por meio da reposição de estrógenos.
efeito particularmente acentuado sobre a cartilagem
epifisária. Todavia, os efeitos desse hormônio não são A deficiência no hormônio da tireoide, em crianças, causa
diretos. Ele estimula certos órgãos, principalmente o o cretinismo, caracterizado por retardamento mental e
fígado, a sintetizar polipeptídios denominados nanismo. Na deficiência do hormônio da tireoide ocorre
somatomedinas, que têm efeito sobre o crescimento. A diminuição na produção de hormônio do crescimento pela
falta desse hormônio durante o crescimento produz o hipófise. Além disso, o hormônio da tireoide potencializa
nanismo hipofisário. Sua produção excessiva, como os efeitos do hormônio do crescimento sobre os tecidos.
ocorre em alguns tumores da hipófise, causa o Foi observado, em camundongos adultos, que o sistema
gigantismo, em crianças, e a acromegalia, quando aparece nervoso central participa da regulação da remodelação
em adultos. No gigantismo há um desenvolvimento do tecido ósseo. Esse mecanismo regulador envolve a
excessivo do comprimento dos ossos longos. No adulto, participação do hormônio leptina, produzido pelo tecido
como o excesso de hormônio do crescimento atua quando adiposo, e pode ser a explicação para o fato de que os
já não existem mais as cartilagens epifisárias, os ossos ossos das pessoas obesas têm maior massa e maior
não podem crescer em comprimento, mas crescem em concentração de sais de cálcio.
espessura (crescimento perióstico), dando origem à
Tumores dos ossos
acromegalia, condição em que os ossos, principalmente os
longos, tomam-se muito espessos. As células do osso podem escapar aos mecanismos
normais que controlam sua proliferação e dar origem a
Os hormônios sexuais, tanto masculino (testosterona)
tumores de maior ou menor malignidade. Como os ossos
como feminino (estrógenos), têm um efeito complexo
contêm tecidos ósseo e cartilaginoso, tumores de células
sobre os ossos, sendo, de um modo geral, estimuladores
cartilaginosas também podem aparecer nos ossos. Os
da formação de tecido ósseo. Esses hormônios influem
benignos são chamados condromas, e os malignos,
sobre o aparecimento e o desenvolvimento dos centros
condrossarcomas. Os tumores formados de células
ósseas são os osteomas (osteoblastomas e
osteoclastomas) e os osteossarcomas. Os primeiros são
benignos, mas os osteossarcomas são malignos. Os
osteossarcomas se caracterizam pela existência de
osteoblastos pleomórficos (morfologia irregular e variada)
e que se dividem por mitose com muita frequência,
associados a osteoide por eles sintetizado. A maioria dos
casos de osteossarcomas ocorre em adolescentes ou
adultos jovens. Os locais mais frequentemente
acometidos são a extremidade inferior do fêmur e as
extremidades superiores da tíbia e do úmero.

REFERÊNCIA
JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa. Histologia básica I L.C.
Junqueira e José Carneiro.12. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2013.

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