Você está na página 1de 80

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO

URUGUAI
IDEAU

CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM

Anatomia e Fisiologia Humana

Professora: Enfª Liliane Rodrigues

Getúlio Vargas, 2019

1
ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA

Anatomia: ciência que estuda a estrutura e a morfologia do corpo humano.

Fisiologia: ciência que trata das funções normais do organismo humano.

Histologia: ciência que estuda, com auxílio do microscópio, a estrutura dos


tecidos e das células constituintes dos seres vivos.

Tecido: conjunto de células de um organismo que tem a mesma função e que


apresentam a mesma diferenciação morfológica. Vários tecidos diferentes
entram na constituição de um órgão. Ex. tecido ósseo, tecido conjuntivo, tecido
nervoso.

Célula: unidade morfológica e funcional dos tecidos vivos. É a menor porção


individualizada da matéria onde os fenômenos da vida podem se manifestar.
Toda célula provém de uma célula preexistente e comporta um ou vários
núcleos envolvidos pelo citoplasma limitado por uma membrana. Um ser vivo
pode ser constituído por uma única célula (unicelular) ou de um número
considerável de células (pluricelular).
As células-tronco também são conhecidas como células-mãe porque
podem se transformar em células de qualquer tecido do corpo. A célula é a
menor parte viva de um organismo. Ela abriga em seu núcleo o DNA, onde se
encontra o código genético responsável pela formação de todas as estruturas
do corpo. As células se reúnem e formam um tecido. Os tecidos se reúnem e
formam um órgão. Os órgãos se reúnem e formam um sistema, que, por sua
vez, forma o nosso corpo.

2
SISTEMA ESQUELÉTICO (ÓSSEO)

Ossos são órgãos esbranquiçados, duros, que reunidos constituem-se


esqueleto.
Esqueleto é o conjunto de ossos articulados. No total são 206 ossos,
lembrando que, ao nascer uma criança possui aproximadamente 350 ossos
que com o passar dos dias se fundem, restando somente 206 ossos.

Este conjunto de ossos, o esqueleto, possui as seguintes funções:

a) Sustentação dos órgãos;


b) Apoio para os músculos esqueléticos realizarem suas funções;
c) Proteger órgãos vitais;
d) Formação de glóbulos vermelhos (medula óssea).

O Sistema Esquelético é dividido em duas partes:

Esqueleto Axial: formado pela coluna vertebral, ossos do tórax e da cabeça.


Esqueleto Apendicular: formado pelos ossos dos membros superiores e
inferiores.

Classificação dos Ossos:


a) Longos: o comprimento predomina à largura e espessura. Formado por
duas extremidades (epífise) e corpo (diáfise).

b) Chatos, Planos e Laminares: o comprimento e a largura predominam a


espessura. Possui estrutura interna esponjosa.

c) Curtos: as três dimensões praticamente se equivalem. São cúbicos e de


estrutura esponjosa.

3
d) Pneumáticos: são ocos, com face cavidades cheias de ar. Apresentam
pequeno peso com relação ao volume (maxila, esfenóide, frontal).

4
Principais ossos da cabeça:

Os ossos do crânio e face têm a função de proteger o cérebro e os


órgãos dos sentidos. Somente a mandíbula apresenta articulação móvel. Os
outros constituem suturas, ou seja, articulações imóveis, a partir dos dois anos
de idade.
O crânio ou neurocrânio é formado por 8 ossos, sendo 4 ímpares e 2
pares: Ímpares ( Frontal, occipital, esfenóide e etmóide), Pares ( parietal e
temporal). A face ou viscerocrânio é formada por 2 ossos ímpares e 6 pares:
Ímpares (mandíbula, vômer), Pares (Maxilares superiores, zigomáticos ou
malares, palatinos, lacrimais, concha nasal, nasal).
Formação da calota craniana: é formado pelos ossos Frontal, Parietal e
Occipital.

Frontal: articula-se lateralmente com o zigomático e parietais, inferiormente


com os ossos do nariz e maxilar.
Parietais: unidos entre si pela sutura sagital, articula-se lateralmente com o
temporal. Situam-se lateralmente à direita e à esquerda.
Temporal: constituem-se as partes laterais do crânio, onde estão localizados os
ossos do ouvido (martelo, bigorna e estribo).
Occipital: localiza-se na parte inferior e posterior, articula-se com a primeira
vértebra cervical e possui um orifício (forame magno), para a passagem da
medula espinhal.
Maxilares ou Maxila: direito e esquerdo. Responsável pelo crescimento em
alongamento da face até os 6 anos de idade. Comunica-se com a cavidade
nasal. Sustenta-se a arcada dentária superior.
Mandíbula: sustenta-se a arcada dentária inferior. Auxilia na mastigação.
Zigomático: localizado na parte lateral direita e esquerda da face.
Palatinos: situam-se na parte posterior do maxilar superior.
Nasais: direito e esquerdo, formam o dorso do nariz.

O esqueleto da cabeça e do pescoço consiste do crânio, do osso hióide


e das vértebras cervicais. A cabeça é dividida em crânio ou neurocrânio, onde
encontramos 4 ossos ímpares (frontal, occipital, esfenoide e etmoide) e 2 ossos
pares (parietal e temporal). Também é dividida em face ou viscerocrânio, onde

5
encontramos 2 ossos ímpares (mandíbula e vômer) e 6 ossos pares ( maxilar
superior, zigomático, palatino, lacrimal e nasal). Também, estão localizados no
crânio os 3 menores ossos do corpo humano, o estribo, a bigorna e o martelo.
O crânio geralmente é ovóide, quando observado de cima. Podem ser
identificados os ossos: frontal, parietal direito e esquerdo. Esses ossos estão
unidos por suturas. A sutura entre os dois ossos parietais é denominada sutura
sagital. A sutura entre os ossos parietal e o frontal é a sutura coronal e a sutura
entre o parietal e o occipital é a lambdoide. A intersecção da sagital e coronal é
denominada lambda.
O osso occipital está localizado na parte posterior do crânio e articula-se
com os ossos parietais, temporais e esfenoide, bem como com a primeira
vértebra cervical, o atlas. O principal acidente anatômico encontrado é o
forame magno, situado ântero – medialmente na base do osso occipital. A
região delimitada pelo forame, além de ser o local de comunicação entre a
cavidade craniana e o canal vertebral, é também onde a medula espinhal se
converte em medula oblonga. Pelo forame passam as meninges, raízes
espinhais do XI par craniano (nervo acessório), ramos meníngeos do primeiro
ao terceiro nervo cervical, artérias vertebrais e artérias espinhais.

O osso hióide é o único osso que não se articula com o resto do


esqueleto. Está situado no ângulo que resulta da face anterior do pescoço e
por baixo do mento. Serve para a inserção de vários músculos.

Coluna Vertebral

É considerada o eixo de sustentação do nosso esqueleto e sustentação


do corpo. É composta por 33 vértebras sendo 7 cervicais, 12 dorsais, 5
lombares, 5 sacrais e 4 coccígenas (imóveis).

6
Os discos intervertebrais são constituídos de material fibroso e
gelatinoso que desempenham a função de amortecedores e dão mobilidade
para nos locomover, correr, saltar, girar o tronco e a cabeça.
Vértebras: são as frações da coluna vertebral, ou peças que possuem as
seguintes características:
a) Corpo: suporta o peso corporal.
b) Forame (buraco) que em decorrência da sobreposição das vértebras formará
o canal raquidiano, onde abrigará a medula espinhal.
c) Processo espinhoso: é uma proeminência óssea atrás das vértebras e que
na 7ª vértebra apresenta-se bastante saliente.
d) Processo articular das vértebras: destinam-se na articulação das vértebras
entre si.
e) Processo articular das costelas: destinam-se na articulação das vértebras
com os arcos costais.

Vértebra dorsal: 1 – corpo da vértebra; 2 – arco vertebral; 3 – processo


espinhoso; 4 – forame vertebral; 5 – processos articulares com a vértebra
vizinha; 6 – processo articular com a costela.

Os fatores que proporcionam integridade e mobilidade da coluna vertebral são:


a) A composição de várias peças ósseas individuais, mas firmemente
interligadas.
b) União das vértebras através de ligamentos.
c) A existência de discos intervertebrais cartilaginosos de mais ou menos 3 a 7
mm de espessura que além do ligamento entre as vértebras, funciona como
amortecedor em áreas de maior pressão da vértebra.
Quando é vista de frente a coluna vertebral é reta, e quando vista de
lado forma quatro curvaturas, duas delas com a concavidade virada para trás
(lordoses) e duas delas com a concavidade virada para frente (cifoses). Temos

7
aqui a lordose cervical (localizada no pescoço), a cifose torácica (ao nível das
costelas), a lordose lombar (ao nível do abdomem) e por fim a cifose
sacrococcígena, ao nível do sacro e do cóccix. As cifoses são curvaturas
primárias e são desenvolvidas durante o período embrionário, as lordoses são
chamadas de curvaturas secundárias, pois são desenvolvidas conforme se
assume a postura ereta. O aumento dessas curvaturas representam quadros
patológicos. Sendo: Hiperlordose, cervical ou lombar; hipercifose torácica.
A região cervical é constituída por sete vértebras localizadas no
pescoço. A primeira vértebra se chama Atlas e se articula com o crânio
possibilitando flexão e extensão da cabeça sobre a coluna vertebral cervical,
bem como suportando seu peso. O Axis é a segunda vértebra cervical e
apresenta um apófise (saliência) na sua região anterior que se projeta para
cima, penetrando no plano horizontal do canal vertebral da primeira vértebra,
articulando-se com a parte posterior de seu anel anterior. O Atlas não tem um
corpo vertebral como a maioria das demais vértebras.
A região torácica é constituída de 12 vértebras que também servem para
a inserção das costelas. A região lombar é constituída por 5 vértebras maiores
e é esta região que suporta todo o peso do tronco, dos membros superiores, do
pescoço e da cabeça quando estamos na posição sentada ou em pé. Na região
da coluna vertebral lombar na altura entre a primeira e a segunda vértebra (L1e
L2) termina a medula nervosa espinhal dentro do canal vertebral em uma
formação conhecida como cone medular. A partir do cone parte um,
aglomerado de raízes nervosas conhecido como cauda equina.
Abaixo da região lombar sendo parte da bacia, a região sacrococcígea é
composta pelo osso sacro que é resultado da fusão de cinco vértebras. Um de
cada lado, este conjunto se articula com os ossos ilíacos do quadril, que se
articulam com o fêmur.
O osso cóccix é formado pela fusão das últimas quatro vértebras.

Caixa Torácica

Os ossos do tórax formam uma caixa com algumas fenestrações, são os


espaços entre as costelas. Elas formam um verdadeiro gradil, denominado
gradil costal. Além disso, o esqueleto torácico possui uma abertura superior
que permitem que as diversas estruturas do pescoço ganhem a cavidade
torácica. E possui uma abertura inferior, que é fechada pelo diafragma.

O tórax é constituído:
- posteriormente pelas 12 vértebras torácicas;
- anteriormente pelo osso esterno;
- lateralmente por 12 pares de costelas;

Tem por finalidade proteger os órgãos e vísceras torácicas.


As costelas são ossos alongados, em forma de arco, compostas por:

a) 7 pares que se articulam posteriormente com as vértebras e anteriormente


com o osso esterno.
b) 3 pares que se articulam posteriormente com as vértebras e anteriormente
com o 7º par de costelas.

8
c) 2 pares de costelas flutuantes, que se articulam apenas posteriormente com
as vértebras.

O espaço entre as costelas é chamado espaço intercostal.

Osso Esterno: é um osso achatado, que se articula com os arcos costais direito
e esquerdo e com a clavícula. É composto por manúbrio (parte superior), corpo
(parte mediana) e processo ou apêndice xifóide (parte inferior).
O esterno e as costelas têm papel importante na respiração, pois aumentam e
diminuem o diâmetro da caixa torácica.

Membros Superiores

Constituída pela raiz de implantação que tem como função apreensão.


Formado pelos ossos: clavícula e escápula, os quais formam a cintura
escapular ou cíngulo dos MMSS.

Este cíngulo articula-se com o úmero (braço) que se articula com o rádio e
ulna, que se articulam com o metacarpo, que se articula com as falanges.

Clavícula: osso longo, em formato de “S” deitado, que apresenta duas


extremidades: uma acromial, que se articula com o acrômio da escápula e
outra esternal, articulando-se com o esterno. Estas duas articulações são
imóveis. Localiza-se na parte anterior do tórax. A clavícula no indivíduo vivo
pode ser palpada em toda a sua extremidade, sendo a esquerda
frequentemente mais longa que a direita.

9
Escápula: osso achatado, fino, de forma triangular, localizado no tórax
posterior, próximo à região de ligação com a clavícula.
Articula-se com a clavícula anteriormente pelo acrômio e lateralmente com a
cabeça do úmero por uma depressão chamada cavidade glenóide. A escápula
é muito móvel, é o cíngulo do membro superior e tem grande grau de
movimento. O corpo da escápula é triangular e tem duas faces, costal e dorsal
e três ângulos, superior, inferior e lateral.

São dois os ossos responsáveis por dar sustentação ao membro


superior livre, a clavícula que conecta o membro superior ao corpo. E a
escápula que apresenta particularidades, apesar de estar situada na região
dorsal do esqueleto axial, não se articula com nenhuma peça óssea desse
esqueleto. Ela se articula com a cabeça do úmero na articulação do ombro
(articulação escapulo-umeral). Dá suporte e fixação muscular.

Úmero: é um osso longo cuja epífise ou proximal é chamada cabeça do úmero.


Articula-se com a escápula através da cavidade glenóide. Sua extremidade
inferior ou epífise distal articula-se com o rádio e a ulna. A região entre a
cabeça e a epífise distal denomina-se colo. Sede frequente de fraturas. O
úmero consiste de um corpo e duas extremidades, proximal e distal, a
extremidade proximal consiste na cabeça, no colo anatômico e dois tubérculos,
maior e menor, que estão a separadas um do outro por um sulco
Intertubercular, ou goteira Bicipital. O tubérculo maior projeta-se lateralmente,
pode ser palpado através do músculo deltoide.

Ulna: apresenta sua extremidade superior (epífise proximal) mais volumosa do


que a anterior, pois ela possui uma projeção óssea chamada olecrano (ponta
do cotovelo). Articula-se com o rádio superiormente pela incisão radial e
inferiormente pela incisura troclear (grande cavidade com aspecto de chave
inglesa).

10
Rádio: a parte superior do rádio é constituída pela cabeça do rádio onde se
articula com o úmero e ulna inferiormente com o carpo, juntamente com a ulna,
formando a articulação do pulso.

Carpo (Punho): no carpo existem oito ossos, interligados através de


articulações semimóveis, que se articulam inferiormente com os cinco ossos do
metacarpo. Os ossos da fileira proximal de fora para dentro são: 1. Escafoide,
2. Semilunar, 3. Piramidal, 4. Pisiforme, da fileira distal de fora para dentro são:
1. Trapézio, 2. Trapezóide, 3. Capitato, 4. Hamato.

Metacarpo (Mão): são cinco ossos, recobertos por partes moles, que formam o
dorso e a palma da mão.

Falanges: são denominados no sentido médio-lateral, em quirodáctilo I, II, III,


IV, V. Cada dedo da mão é constituído por 3 falanges (proximais, médias e
distais), exceto o polegar que só tem duas.

Membros Inferiores

Os ossos dos MMII estão reunidos ao tronco por uma estrutura óssea
chamada pelve óssea, esta é constituída pelos ossos do quadril, direito e
esquerdo que se articulam entre si anteriormente e posteriormente com o
sacro. A este conjunto denominamos cintura pélvica. Os ossos do MMII têm
como função sustentar o corpo e locomoção.

É composto pelos seguintes ossos:

Ossos da Pelve (íleo, ísquio e púbis).


Fêmur – coxa
Tíbia
Fíbula
Tarso
Metatarso – pé
Pododáctilos

Pelve: conjunto de ossos planos ou chatos, que têm como função alojar e
proteger os órgãos pélvicos. É formado pela reunião dos ossos: íleo, ísquio e
púbis, aos quais reunidos anteriormente formam a sínfise púbica.

11
Articula-se na sua parte superior com o sacro através da face auricular e
inferiormente com o fêmur através do acetábulo (grande cavidade abaixo da
linha glútea inferior formando a articulação coxo-femural).

Fêmur: é considerado o maior osso do corpo. Situado verticalmente apresenta


na epífise proximal um segmento de esfera, chamado cabeça do fêmur que se
articula com o acetábulo do quadril, diáfise onde apresenta o colo cirúrgico e a
epífise distal onde encontramos duas saliências denominadas côndilo e medial,
que se articulam com a tíbia.

Tíbia: a tíbia situa-se medialmente na perna. Sua extremidade proximal é a


cabeça da tíbia, achatada na face superior. Ela recebe os côndilos do fêmur.
Na cabeça, há uma saliência medial e uma lateral. Medialmente na
extremidade inferior há uma depressão denominada incisura fibular, para a
articulação com a fíbula.

12
Fíbula: é um osso largo e delgado situado lateralmente a tíbia, na perna. A
extremidade proximal alargada é denominada a cabeça da fíbula. Nessa,
encontra-se uma saliência voltada para cima, o ápice da cabeça da fíbula. A
extremidade distal da fíbula projeta-se inferiormente como uma saliência, o
maléolo lateral. Ainda na extremidade distal, encontra-se uma depressão, a
fossa do maléolo lateral. Esta depressão é voltada para trás. Um nervo
denominado fibular comum passa atrás da cabeça da fíbula e pode ser palpado
nesse local.

Patela (Rótula): é um osso triangular, localizado na parte anterior dos MMII


entre a epífise distal do fêmur e as epífises proximais da tíbia e fíbula. Tem
como função facilitar o deslizamento do tendão do músculo quadríceps.
Quando a pessoa está ajoelhada o corpo se apoia sobre a tuberosidade da
tíbia, sobre o ligamento da patela, sobre os côndilos da tíbia e sobre a patela.
Os ossos da cintura pélvica são: ilíacos, ísquio e púbis.

Tarso: é constituído por sete ossos, considerados curtos, porém, muito


irregulares, o calcâneo é o maior deles, constitui o ponto de apoio da arcada
plantar posterior. O tálus localiza-se com este e superior com a tíbia e fíbula.
Os 7 ossos são: 3 cuneiformes, osso navicular, osso cuboide, osso tálus e
calcâneo.

13
Metatarso: é constituído por 5 ossos longos chamados metatársicos a partir do
lado do dedão I,II,III,IV,V. Tem por função suportar o peso corporal da parte
anterior e lateral. Articula-se na parte superior com os ossos do tarso e na parte
inferior com os ossos dos dedos.

Falanges (ossos dos dedos ou pododáctilos): são denominados no sentido


médio-lateral, em pododáctilos I,II,III,IV,V. O primeiro, muito mais volumoso é
chamado hálux, o III de médio e o V mínimo. Cada dedo do pé é constituído
por 3 falanges (proximais, mediais e distais), exceto o hálux que só tem duas.

SISTEMA ARTICULAR

Definição: conjunto de partes moles e duras por meio das quais se unem
naturalmente dois ossos vizinhos, isto é, órgãos de união e duas peças ósseas.
Na fisiologia normal do esqueleto constitui um elemento moderador das
tensões que os ossos estão sujeitos.

Classificação:

1) Quanto à mobilidade dos elementos ósseos:


a) Sinartroses ou articulações não móveis. Ex: articulações do crânio e da face.
b) Anfiartroses ou articulações semimóveis. Ex: articulações entre os corpos
vertebrais.
c) Diartroses ou articulações móveis: permitem um movimento mais ou menos
amplo. Ex: articulações interfalângicas.

2) Quanto aos meios de união dos elementos ósseos:

a) Cápsula articular: estrutura fibrosa que envolve a articulação em forma de


manguito. Insere-se ao longo da borda das superfícies ósseas unindo-as. Tem
como função mais importante a estabilidade.
b) Menisco: são duas estruturas em forma semilunar que vistas de perfil,
lembram uma cunha. Encontram-se no interior da articulação do joelho. A sua
função consiste em aumentar a superfície de contato entre fêmur e a tíbia,
conferindo maior estabilidade quando a articulação é submetida a pressões.

14
c) Cartilagem Articular: é um tecido conjuntivo especial, composto por células e
fibras elásticas que somadas a uma matriz em forma de gel, conferem firmeza
e elasticidade a cartilagem hialina, que apresenta o aspecto de um tecido
semitransparente, elástico e de cor branca azulada, que evita o desgaste e
amortece o deslizamento das articulações.
d) Ligamentos: são estruturas fibrosas que se inserem perto das articulações
em só alguns dos ossos, limitando especificamente a amplitude de movimentos
de cada articulação. Ex: o ligamento da cabeça do fêmur.
e) Membrana Sinovial: é uma espécie de bolsa que recobre
a superfície interna da cavidade articular, convertendo-a num espaço fechado.
O líquido sinovial atua lubrificando e nutrindo as cartilagens articulares.
d) Ligamentos: são estruturas fibrosas que se inserem perto das articulações
em só alguns dos ossos, limitando especificamente a amplitude de movimentos
de cada articulação. Ex: o ligamento da cabeça do fêmur.
e) Membrana Sinovial: é uma espécie de bolsa que recobre
a superfície interna da cavidade articular, convertendo-a num espaço fechado.
O líquido sinovial atua lubrificando e nutrindo as cartilagens articulares.

Principais Articulações:

a) Temporo mandibular: articulação entre o osso temporal e a mandíbula.


b) Processo articular vertebral: é a articulação entre as vértebras.
c) Sacro-ilíaca: as vértebras sacrais ligam-se ao osso ilíaco da pelve.
d) Coxo-femural: a cabeça do fêmur articula-se com a pelve através do
acetábulo.
e) Articulação do joelho: é formada pelo fêmur, tíbia e patela. Esta é a maior
articulação do corpo humano, necessitando de vários ligamentos para
sustentá-lo e apresentando duas estruturas cartilagionosas em forma de meia –
lua, chamada menisco, situadas entre os dois ossos da articulação, uma na
extremidade interna e outra na extremidade externa. Sua função é de aumentar
a superfície articular e amortecer choques entre as superfícies.
f) Articulação do tornozelo: ossos do tarso com a tíbia e fíbula.
g) Ombro: cintura escapular com o úmero.
15
h) Cotovelo: a por três articulações: úmero com a ulna, úmero com o rádio e
rádio com a ulna, mas todas envoltas na mesma cápsula articular.

SISTEMA MUSCULAR

O sistema muscular é constituído de 400 a 600


músculos individualizados. Os músculos produzem movimentados efetivos
como: contração e relaxamento, através da influência de estímulos do sistema
nervoso central. Representam quase 40% do peso corporal. Além de
proporcionar movimentos corpóreos, efetua processos internos como
batimentos cardíacos, movimentos peristálticos, etc.

16
17
Função:
1- Contrações musculares que produzem os movimentos do nosso corpo.
2- Os músculos ajudam a manter o corpo na posição ereta.
3- Produzem a maior parte de calor necessária ao nosso corpo.

Classificação:
a) Quanto a localização:
Músculos esqueléticos: fixam-se sobre os ossos. Ex. os músculos dos
membros.
Músculos cutâneos: situam-se abaixo da pele.
Músculos Lisos: constituem as paredes do tubo digestivo, bexiga e veias, etc.

b) Quanto à forma:
Longos: o comprimento é predominante a sua largura e a sua espessura. As
extremidades são chamadas de tendões, sendo afiladas e fixando os músculos
aos ossos. Ex. bíceps e o sartório.
Chatos, Planos ou Laminares: o comprimento e a largura são maiores que a
espessura. Ex. trapézio e o peitoral maior.
Curtos: comprimento, largura e espessura se equivalem. Ex. orbicular da boca.

c) Quanto à estrutura:
Musculatura lisa: formam os músculos que funcionam independentemente da
nossa vontade. São denominados de músculos involuntários, regulado pelo
sistema nervoso autônomo. Ex. formam a parede do tubo digestivo.
Musculatura Estriada: são chamados voluntários, pois agem de acordo com a
nossa vontade.
Musculatura estriada cardíaca: é o músculo do coração. Possui musculatura
estriada, mas o seu funcionamento é involuntário, regulado pelo Sistema
Nervoso Autônomo.

d) Quanto as suas propriedades:


Contratilidade: pela contração do músculo, ele se torna mais alto e volumoso.
Elasticidade: é a capacidade de se distender de volta ao estado anterior à
contração.
Excitabilidade: é a capacidade do músculo de se contrair rapidamente, diante
de algum reflexo.

e) Principais Movimentos:
Flexão: movimento pelo qual uma porção do corpo se dobra sobre a outra.
Extensão: alto de endireitar ou esticar um membro ou parte do membro. É o
oposto de flexão.
Abdução: afastamento do membro do plano médio que se imagina dividir o
corpo em duas metades simétricas: direita e esquerda.
Adução: aproximação do membro da linha média do corpo.
Rotação: o membro gira de acordo com o seu eixo longitudinal.

Principais Músculos
1. Cabeça: os músculos da cabeça são responsáveis pelas expressões
fisionômicas como: atenção, alegria, preocupação, tristeza, etc. Atuam
também a movimentação da cabeça e participam da mastigação.

18
a) Masseter e Temporal: são músculos da mastigação. Elevam a mandíbula.
b) Bucinador: comprime os lábios e a bochecha contra os dentes. Atua na
trituração dos alimentos e é importante no ato de tocar instrumentos.

2) Pescoço
a) Esternocleidomastóideo: insere-se no manúbrio, na clavícula. Curva a
cabeça para frente, realiza os movimentos de rotação e inclina a cabeça para o
lado.
b) Hióides: situados na face anterior do pescoço. Participam do processo de
mastigação, abertura da boca e deglutição.
c) Escalenos: localiza-se na parte lateral do pescoço. Permitem inclinar o
pescoço e elevar ligeiramente a caixa torácica durante a inspiração.

19
Músculos superficiais das regiões cervical, torácica e lombar

São músculo que se estendem da coluna vertebral em


direção à escápula e úmero; participam nos movimentos do braço e cabeça, e
da elevação da escápula.
a) Grande Dorsal: tem forma triangular. Ocupa o espaço entre a coluna
vertebral e a axila, que confere a forma característica do ombro. Aproxima o
braço do corpo.
b) Trapézio: músculo triangular que se prende superiormente ao occipital e
inferiormente às vértebras dorsais. Eleva o ombro, roda a escápula, durante a
abdução e elevação do braço.
c) Rombóide: localiza-se abaixo desses dois músculos. Eleva e retrai a
escápula.

Tórax: os músculos estão situados sobre a caixa torácica, na sua face anterior.

a) Peitoral Maior: largo e triangular e totalmente superficial, está situado entre


a parte anterior do tórax e a axila. É o elevador das costelas e contribui para a
inspiração. Faz a adução e a rotação medial do braço.
b) Peitoral Menor: situa-se abaixo do grande peitoral, auxilia na inspiração
elevando as costelas quando a escápula está fixa.
c) Serrátil: músculo largo situado na parte lateral do tórax auxilia na inspiração.
d) Intercostais: largos e finos estão situados entre as costelas e enlaçam cada
uma delas com a seguinte. As suas fibras entrecruzadas ao contraírem-se
aproximam as costelas entre si, colaborando na respiração.
e) Diafragma: está situado no interior do organismo e é o músculo que separa a
cavidade torácica da abdominal. Tem forma de paraquedas é aberto e apoiam-
se sobre ele o coração e os pulmões. Possui dois orifícios que permitem a
passagem do esôfago e do feixe vascular (aorta e veia cava inferior). A sua
função é muito importante durante o processo da respiração.

20
Abdômen: os músculos do abdômen protegem os órgãos desta região,
influindo no equilíbrio estático e dinâmico das vísceras, auxiliam na
movimentação do tronco.

a) Transverso do Abdome: é um músculo profundo. Atua na retração e


distensão da parede abdominal.
b) Oblíquo Externo e Interno: situado à direita e a esquerda sobre o transverso.
Atuam na flexão do tórax.
c) Reto do Abdome: recobre todo o abdome estreitando-se ligeiramente na sua
extremidade inferior. Flexiona a coluna vertebral e auxilia na compressão da
parede abdominal.

Músculos Superiores: os músculos dos membros superiores estendem-se da


vértebra lombar até a pelve e o fêmur. Auxiliam na manutenção da posição
ereta do corpo e nos movimentos da coxa, pelve e tronco.

21
Músculos do braço

a) Deltóide: é um músculo superficial, subcutâneo, facilmente palpável e muito


volumoso. Cobre a articulação escapulo-umeral e contribui para conferir ao
ombro a sua forma arredondada.
b) Redondo Maior: é o principal antagonista do deltóide. Aproxima o braço da
linha média (adução) e desloca o membro ligeiramente para trás, permitindo a
união das mãos atrás das costas.
c) Bíceps do Braço: situa-se anteriormente ao braço. É o mais importante flexor
do antebraço;
d) Braquial: chamado também flexor curto do braço, está situado por baixo do
bíceps na face antero-inferior do úmero. A sua ação é de flexionar o antebraço.
e) Tríceps do Braço: é um músculo extensor do antebraço. A sua ação é
totalmente oposta à do bíceps e à do braquial.
f) Músculo do Antebraço: estão situados entre o cotovelo e o punho, dispostos
em vários planos. Realizam a flexão e a extensão dos dedos e movimentam a
mão em qualquer direção. Flexão: parte anterior do antebraço; Extensão: parte
posterior do antebraço.

Membros Inferiores

Músculos da Coxa
a) Glúteos: são três músculos chamados de: glúteo máximo, glúteo médio e
glúteo mínimo. Estão situados segundo esta ordem, da superfície e
profundidade. Conferem a forma à nádega característica do ser humano. A sua
principal ação é a de provocar a adução da perna e a sua rotação interna
(glúteo médio e glúteo mínimo). A ação do glúteo máximo é a manutenção do
tronco erguido.
b) Sartório: é uma faixa muscular longa e larga, que une o íleo com a
extremidade superior da tíbia. Permite realizar a flexão da coxa sobre a pélvis e
da perna sobre a coxa.
c) Quadríceps: está imbricado na face anterior da coxa e é constituído por
quatro proporções: (reto da coxa, vasto lateral, vasto medial e vasto
intermediário). Flexiona a perna e a coxa, abduz a coxa, roda a coxa para o
lado e roda a perna para o plano mediano.
d) Bíceps da Coxa: é um músculo longo, situado posteriormente entre o ísquio
e a fíbula. Flexiona a perna e estende a coxa.
e) Gastrocnêmio: situado na parte posterior da perna, termina no tendão
calcâneo. É extensor do pé e faz a elevação do corpo.

22
Músculo do Pé: são músculos pequenos que atuam nos movimentos dos
pododáctilos e principalmente na manutenção da estabilidade interna do pé.

SISTEMA CIRCULATÓRIO

O sistema circulatório está formado por um sistema


fechado de vasos sanguíneos, cujo centro funcional é o coração, artérias, veias
e capilares, nos quais circula o sangue; e os vasos linfáticos, por onde circula a
linfa.
O sangue é um líquido viscoso, de coloração
avermelhada mais densa que a água; possui cheiro peculiar e sabor salgado.
Essas características servem tanto para o sangue arterial (mais claro) quanto
para o sangue venoso, (mais escuro) sendo a coloração a única diferença.

Funções: transporte de oxigênio e gás carbônico; transporte de substâncias


nutritivas, transporte de outras substâncias: enzimas, hormônios e anticorpos;
auxilia na manutenção e equilíbrio da temperatura do corpo.

Composição: é formado por uma parte líquida, o plasma 60% e 40% de


elementos figurados: glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas.

Hemácias, eritrócitos ou glóbulos vermelhos: aparecem na proporção


aproximada de 5 milhões por mililitros cúbicos no homem 4,5 milhões na
mulher; no recém-nascido, pode variar entre 5 a 6 milhões. São anucleadas,
forma de pequenas esferas achatadas e escavadas no centro. Possui grande
elasticidade, podendo deformar-se temporariamente a fim de passar pelos mais
finos capilares. Uma hemácia isolada possui uma cor amarelada, mas no
conjunto, ela apresenta coloração vermelha, devido à presença de um
pigmento, a hemoglobina. A hemoglobina é o resultado da combinação de uma
proteína, a globina, e um pigmento, a hematina, que é rica em ferro. A função
das hemácias consiste em transportar oxigênio até as células, trazendo em seu
retorno o gás carbônico.

Hemólise: as hemácias constituem-se de hemoglobina e uma rede de


proteínas. Essa associação pode ser desfeita por vários meios, sendo um deles
a adição de água destilada ao sangue. A hemoglobina se dissolve e passa para
o plasma, deixando os glóbulos vermelhos vazios e incolores, contendo apenas
a rede de proteínas. A esse fenômeno, dá-se o nome de hemólise, que quer
dizer destruição das hemácias.

Leucócitos ou Glóbulos brancos: são responsáveis pelos mecanismos de


defesa do organismo. Diante de uma agressão microbiana ou substâncias
estranhas ou leucócitos migram para os tecidos invadidos, englobando as
células invasoras (fagocitose). Em cada mililitro cúbico e sangue, existem,
aproximadamente 8 mil glóbulos brancos.

Classificam-se em:

23
- Granulócitos:
a) Neutrófilos são mais abundantes 60 a 75%, apresentando núcleo irregular
em forma de “S” ou ferradura; com movimentos amebóides rápidos, fagocitam
bactérias e partículas estranhas. Existem os polinucleados.
b) Eosinófilos coram-se pela eosina e seu número chega a 2 a 4%, liberam a
histamina durante processos alérgicos.
c) Basófilos aparecem em número quase insignificante, 05 à 1% produzem e
liberam heparina, que é uma substância capaz de impedir a coagulação do
sangue.

- Agranulócitos:
a) Monócitos são células grandes, mononucleadas e com citoplasma (3 a 6%).
Possuem grande capacidade fagocitária. Aparecem em grandes quantidades
em quadros de infecção crônica.
b) Linfócitos aparecem na proporção de 25 a 40%, sendo muito menores que
os outros leucócitos. Possuem pequena ação fagocitária, entram em ação nas
inflamações crônicas.

Plaquetas: são muito pequenas e de difícil observação, sendo incolores,


ovóides ou esféricas. Seu número de 200 a 400 mil por mililitro cúbico. Sua
função é colaborar no fenômeno de coagulação, pois na ausência das
mesmas, o sangue coagula-se com mais lentidão.

Diferenças entre plasma e soro:

Plasma: é a parte líquida do sangue, possui coloração amarelo clara e é


constituído por 90% de água, sendo que os 10% restantes são representados
pelas proteínas entre as quais o fibrinogênio, aminoácidos, uréia, ácido úrico,
creatinina e amoníaco.

Para realizar os exames de laboratório é necessário o


uso de anticoagulante. Se por outro lado, não for colocado anticoagulante no
tubo de ensaio, o sangue formará também, uma parte sólida, representada pelo
coágulo e a líquida pelo soro.

Grupos Sanguíneos e Fator Rh:

Grupo O: as pessoas deste grupo (45%) podem doar sangue para qualquer
indivíduo, mas só recebem sangue de pessoas de seus grupos. São doadores
universais.
Grupo A: os indivíduos deste grupo (40%) podem doar sangue para os
indivíduos do grupo A e AB, recebendo do A e O.
Grupo B: os indivíduos deste grupo (10%) doam sangue para pessoas do
grupo B e AB, recebendo de B e O.
Grupo AB: representam este grupo apenas 5% dos indivíduos, os quais
recebem sangue de qualquer pessoa, porém somente doam aos indivíduos do
mesmo grupo, por este motivo denominados receptores universais.

Grupos Sanguíneos e seus aglutinígenos e aglutininas correspondentes:

24
Antígenos Rh:
Existem seis tipos de antígenos Rh, cada um deles
sendo chamado de fator Rh, mas apenas três – os antígenos Rh C, D e E são
suficiente antigênicos para produzir formação significativa de anticorpos anti-
Rh, capazes de produzir reação de transfusão.
Portanto, diz-se que qualquer pessoa que possua um
desses três antígenos, ou qualquer combinação deles, é Rh positiva. Uma
pessoa que não possua é Rh negativa.

CORAÇÃO

É um órgão muscular, oco, situado na parte média da


cavidade torácica, entre os dois pulmões e sobre o diafragma. É de tamanho
aproximado ao de um punho, ou seja, da mão fechada, tem forma de cone
achatado. A superfície anterior fica logo abaixo do esterno e das costelas. A
superfície inferior é a parte do coração que, em sua maior parte repousa sobre
o diafragma, correspondendo a região entre o ápice e a borda direita. A borda
direita está voltada para o pulmão direito e se estende da superfície inferior á
base; a borda esquerda, também chamada borda pulmonar, fica voltada para o
pulmão esquerdo, estendendo-se da base ao ápice. Como limite superior
encontra-se os grandes vasos do coração e posteriormente a traquéia, o
esôfago e a artéria descendente.
Estrutura cardíaca:
Miocárdio: parte essencial do coração, suas contrações automáticas permitem
ao órgão desempenhar a tarefa propulsora do sangue. Há um sistema de fibras
musculares para os átrios e outro independente para os ventrículos.
Endocárdio: reveste internamente as cavidades cardíacas; é fino e liso,
composto de células endoteliais muito achatadas, dispostas numa só camada.
Pericárdio: recobre o coração, é um saco membranoso de duas lâminas.
Internamente estendem-se fibras especiais que, em conjunto formam o sistema
condutor de excitação.

Cavidades:

25
Átrios: são as duas cavidades superiores.
Ventrículos: são as duas cavidades inferiores.

O lado direito do coração bombeia sangue carente de


oxigênio, procedente dos tecidos, para os pulmões, onde este é oxigenado. O
lado esquerdo do coração recebe o sangue oxigenado dos pulmões,
impulsionando-os, através das artérias, para todos os tecidos do organismo.
Átrio Direito: é a cavidade do coração que recebe o sangue venoso (pobre em
oxigênio), proveniente da veia cava inferior e veia cava superior. Deságua no
ventrículo direito, de quem é separado pela válvula tricúspide. No átrio direito
encontram-se duas estruturas importantíssimas para o automatismo cardíaco:
o nó sinusal e o nodo atrioventricular (AV). O nó sinusal situa-se próximo à
desembocadura da veia cava superior enquanto que o nodo AV está próximo
da valva tricúspide.
Átrio Esquerdo: é a cavidade do coração que recebe o sangue arterial,
proveniente das veias pulmonares. Deságua no ventrículo esquerdo, do qual é
separado pela valva mitral.
Ventrículo Direito: o ventrículo direito forma a maior parte da superfície
anterior do coração. O seu interior apresenta uma série de feixes elevados de
fibras musculares cardíacas chamadas trabéculas carnosas. No óstio
atrioventricular direito existe um aparelho denominado valva tricúspide que
serve para impedir que o sangue retorne do ventrículo para o átrio direito. Essa
valva é constituída por três lâminas membranáceas, esbranquiçadas e
irregularmente triangulares, de base implantada nas bordas do óstio e o ápice
dirigido para baixo e preso as paredes do ventrículo por intermédio de
filamentos. Cada lâmina é denominada cúspide. Temos uma cúspide anterior,
outra posterior e outra septal.
Ventrículo Esquerdo: o ventrículo esquerdo forma o ápice do coração. No
óstio átrio-ventricular esquerdo, encontramos a válvula átrio-ventricular
esquerda, constituída por apenas duas lâminas, denominadas cúspides
(anterior e posterior). Essas lâminas são denominadas bicúspides. O sangue
passa do ventrículo direito para o ventrículo esquerdo através do óstio átrio-
ventricular esquerdo onde se localiza a válvula bicúspide (mitral). Do ventrículo
esquerdo o sangue sai para a maior artéria do corpo, a aorta ascendente,
passando pela válvula aórtica, constituída por 3 válvulas semilunares: direita,
esquerda e posterior. Daí, parte do sangue flui para da aorta e o tronco
pulmonar emergem da margem superior, e a veia cava superior as artérias
coronárias, que se ramificam a partir da aorta ascendente, levando sangue

26
para a parede cardíaca; o restante do sangue passa para o arco da aorta a
para a aorta descendente (aorta torácica e aorta abdominal). Ramos do arco da
aorta e da aorta descendente levam sangue para todo o corpo. O ventrículo
esquerdo recebe sangue oxigenado do átrio esquerdo. A principal função do
ventrículo esquerdo é bombear sangue para a circulação sistêmica (corpo). A
parede ventricular esquerda é mais espessa que a do ventrículo direito. Essa
diferença se deve à maior força necessária para bombear sangue para a
circulação sistêmica.

Vasos e Válvulas:

Aorta: saída para grande circulação.


Artéria Pulmonar: saída para a pequena circulação.
Veias Cavas: superior e inferior, vias de retorno de grande circulação.
Veias pulmonares direitas e esquerdas : retorno da pequena circulação;
Coronária esquerda e direita : de autocirculação cardíaca.
Válvulas cúspides: são diferentes, a válvula do orifício átrio ventricular direito
possui três cúspides, sendo por isso denominada válvula bicúspide ou mitral;
hoje denominada de válvula átrio ventricular esquerdo. Na entrada da aorta e
da artéria pulmonar; vias de saída do sangue existem duas válvulas uma para
cada artéria, denominadas válvulas semilunares.

Sístole e Diástole:
Sístole: é o nome que se dá ao período de contração.
Diástole: é a denominação utilizada para caracterizar o período de repouso ou
afrouxamento das paredes do coração.

Artérias, veias e capilares:

Artérias: são vasos que saem dos ventrículos, conduzem sangue do coração
para as partes do organismo. As artérias conduzem sangue arterial com
exceção das artérias pulmonares.
Principais artérias:

Artéria aorta: inicia-se no ventrículo esquerdo, desce passa por trás do


coração; percorre, então, a cavidade torácica, atravessa o diafragma, dirigindo-
se para a parte inferior do abdômem onde se divide formando duas artérias
ilíacas comuns, cada uma para os órgãos da cavidade abdominal (estômago,
fígado, baço, rins e intestino) e artéria ilíaca externa que continua na coxa o

27
nome da artéria femural, a qual se divide na perna se originando as artérias
tibiais e fibular, que, por sua vez formarão as artérias dos pés.
Tronco braquiocefálico: se bifurca dando a artéria carótida direita, que leva o
sangue arterial para o cérebro e órgãos dos sentidos; e artéria subclávia direita,
a braquial que se divide no antebraço, em artéria radial e artéria ulnar, as quais
originam as artérias das mãos;
Aorta torácica: partem ramos para os brônquios, esôfago, etc.
Aorta abdominal: partem numerosos ramos: para o fígado, artéria hepática; o
baço.
Artéria esplênica e para o estômago artéria epigástrica;
artéria mesentérica superior irriga os intestinos delgado e grosso; duas artérias
renais.
Artéria pulmonar: inicia-se no ventrículo direito, que ao contrário das outras
artérias, conduzem sangue venoso para os pulmões.
Artérias coronárias: recebem esse nome porque contornam o coração como
uma coroa. Saem da artéria aorta. São em número de duas. A função desses
vasos é irrigar o coração.
Veias: são os vasos que chegam ao coração, isto é aos átrios, trazendo
sangue venoso ao coração.

Principais veias:

Veia cava superior: abre-se no átrio direito trazendo sangue venoso da cabeça
e membros superiores.
Veia cava inferior: abre-se no átrio direito trazendo para o coração o sangue
venoso proveniente dos membros inferiores e do tronco.
Veias pulmonares: são em número de quatro, partindo duas de cada pulmão,
conduzem sangue arterial para o átrio esquerdo.
Sistema porta: o fígado recebe uma veia importante, denominada veia porta,
que é formada pela veia mesentérica superior e que traz sangue venoso dos
intestinos.
Capilares: são artérias vão se ramificando até constituir finíssimos vasos
denominados de capilares sanguíneos. Esses capilares são as arteríolas que
logo em seguida se transformam em vênulas.

28
Circulação:

Pequena circulação: é a circulação realizada entre o coração e os pulmões e


tem como finalidade transformar o sangue venoso em arterial. A artéria
pulmonar parte do ventrículo direito e se bifurca logo em artéria pulmonar
direita e artéria pulmonar esquerda, que vão aos respectivos pulmões. Uma
vez dentro dos pulmões, ambas se dividem em tantos ramos quantos são os
lobos pulmonares; depois uma posterior subdivisão ao nível dos lóbulos
pulmonares, estes se resolvem na rede pulmonar.

Grande circulação: tem por finalidade levar sangue arterial aos vários órgãos
e tecidos, trazendo em seu retorno, ao coração o sangue venoso desses
mesmos órgãos. A aorta, ponto de início da grande circulação, parte do
ventrículo esquerdo. Forma um grande arco, que se dirige para trás e para a
esquerda, segue verticalmente para baixo, seguindo a coluna vertebral,
atravessa depois o diafragma e penetra na cavidade abdominal. Ao fim do seu
trajeto, a aorta se divide nas duas artérias ilíacas, que vão aos membros
inferiores. Da aorta se destacam numerosos ramos que levam o sangue a
várias regiões do organismo. Da aorta partem as artérias subclávias que vãos
aos membros superiores e as artérias carótidas que levam o sangue à cabeça.
Da aorta torácica partem as artérias bronquiais, que vão aos brônquios e aos
pulmões, as artérias do esôfago e as artérias intercostais.

29
Circulação Fetal: o sistema circulatório do feto é diferente, já que o feto não
usa pulmão, mas obtêm nutrientes e oxigênio pelo cordão umbilical. Após o
nascimento, o sistema circulatório fetal passa por diversas mudanças
anatômicas, incluindo fechamento do ducto arterioso e foramen ovale.

Sistema linfático

Considera-se como sistema acessório para o fluxo de


líquidos desde os espaços teciduais até a circulação venosa, através dos vasos
linfáticos, que deságuam na corrente sanguínea. O sistema linfático é uma rede
complexa de órgãos linfoides, linfonodos, ductos linfáticos, tecidos linfáticos,
capilares linfáticos e vasos linfáticos que produzem e transportam o fluído
linfático (linfa) dos tecidos para o sistema circulatório. O sistema linfático é um
importante componente do sistema imunológico, pois colabora com glóbulos
brancos para proteção contra bactérias e vírus invasores. A linfa percorre o
sistema linfático graças a débeis contrações dos músculos, da pulsação das
artérias próximas e do movimento das extremidades. Se um vaso sofre uma
obstrução, o líquido se acumula na zona afetada, produzindo-se um inchaço
denominado edema. Pode conter micro-organismos que, ao passar pelos filtros
dos linfonodos (gânglios linfáticos) e baço são eliminados. Por isso, durante
certas infecções pode-se sentir dor e inchaço nos gânglios linfáticos do
pescoço, axila ou virilha, conhecidos popularmente como “ínguas”. Ao
caminharmos, os músculos da perna comprimem os vasos linfáticos,
deslocando a linfa em seu interior. Outros movimentos corporais também
deslocam a linfa, tais como a respiração, atividade intestinal e compressões
externa, como a massagem. Permanecer por longos tempos parado em uma
só posição faz com que a linfa tenha a tendência a se acumular nos pés, por
influência da gravidade, causando inchaço. Outra patologia relacionada ao
sistema linfático é a celulite, muitas vezes tratada com drenagens linfáticas e
outros métodos que estimulam a circulação da linfa.

Funções:

a) Viabilizar o acesso para o líquido intersticial fluir para a circulação


sanguínea, fazer a devolução das proteínas e outras partículas grandes,
quando vazam dos capilares sanguíneos; ser uma barreira à disseminação de
bactérias, vírus, etc.
Linfa: rica em leucócitos.
Gânglios linfáticos: também chamados de linfonodos são constituídos por uma
cápsula fibrosa que envia septos para seu interior, onde se encontra tecido
linfóide. Sua produção de linfócitos também é primordial. Os principais grupos
são: cervicais, axilares, inguinais, que se tornam aumentados de tamanho nos
processos infecciosos e cancerosos.

Baço: É um órgão vascularizado situado abaixo do diafragma. Forma oval,


pesa cerca de 150g, localizado ao nível da nona costela. Participa dos
processos de hematopoese (produção de células sanguíneas, principalmente
em crianças) e hemocaterese (destruição de células velhas, como hemácias
senescentes – com mais de 120 dias). Tem importante função imunológica de

30
produção de anticorpos e proliferação de linfócitos ativados, protegendo contra
infecções, e a esplenectomia determina capacidade reduzida na defesa contra
alguns tipos de infecção. É um órgão extremamente frágil, sendo muito
suscetível à ruptura, em casos de trauma.

Funções:

a) Reservatório para os elementos figurados no sangue, principalmente as


hemácias.
b) Filtração do sangue: desintegrando as hemácias.
c) Função imunitária: na produção de anticorpos.
Então, o baço é um órgão linfoide situado no
hipocôndrio esquerdo, abaixo do diafragma, atrás do estômago. Pesa em
média 200g e tem cor vermelho-escuro. Tem forma ovóide, consistência mole e
elástica.
O baço influi na composição do sangue que irriga nosso
corpo e ele controla a quantidade desse líquido vital em nossa veias e artérias.
A atividade do baço está relacionada ao aparelho circulatório. Acha-se
envolvido por uma cápsula fibrosa, que o divide em lóbulos, por meio de
tabiques – os septos conectivos, que formam uma estrutura de sustentação, e
nos quais existem fibras musculares lisas, responsáveis pela contração e pela
distensão do órgão.
O órgão se caracteriza por duas funções básicas, a
linfoide e a vascular, formando a polpa branca ou polpa lienal que é composta
por folículos linfáticos, circundados pela polpa vermelha. Em seu interior
encontra-se um material de consistência mole, chamado polpa. Distingue-se a
polpa branca e a polpa vermelha. A primeira e formada por nódulos linfáticos
(Corpúsculos de Malpighi – semelhantes aos gânglios linfáticos). A segunda,
constituída de glóbulos vermelhos e brancos, relaciona-se ainda com as veias
do nosso organismo; e a polpa branca, por sua vez, com as artérias.
A função de reter os glóbulos vermelhos é realizada por
macrófagos existentes no baço, que englobam e destroem as hemácias velhas
e parasitas (processo chamado fagocitose), evitando assim, um grande número
de doenças. Os glóbulos brancos regulam o volume de sangue em circulação
nas artérias e veias. Sofrendo um corte ou hemorragia, o baço bombeia
imediatamente mais líquido para o aparelho circulatório, restabelecendo aos
poucos, o equilíbrio.

31
Timo: É um órgão situado na porção antero-superior da cavidade torácica.
Possui função na imunidade. Limitar-se superiormente pela traquéia, a veia
jugular interna e a artéria carótida comum, lateralmente pelos pulmões e
inferior e posteriormente pelo coração. Ao longo da vida, o timo involui e é
substituído por tecido adiposo nos idosos, o que acarreta a diminuição da
produção de linfócitos T. O baço produz a timulina, que exerce função na placa
motora (junção dos nervos com os músculos) e, portanto, nos estímulos
neurais e periféricos, sendo considerada grande responsável por uma doença
muscular chamada miastenia grave.

APARELHO RESPIRATÓRIO

Damos o nome de aparelho respiratório ao conjunto de estruturas que


permitem a captação de oxigênio e a eliminação de dióxido de carbono
produzido na respiração interna.
As vias respiratórias são constituídas por: fossas nasais, faringe, laringe,
traquéia, brônquios, bronquíolos e alvéolos.

Fossas Nasais

As fossas nasais resultam de uma divisão existente no


nariz, determinada por septo, em parte óssea e em parte cartilaginosa,
denominada septo nasal. Cada fossa nasal tem uma abertura anterior
denominada narina e uma posterior denominada coana. As coanas tem
comunicação direta com a faringe.

32
Funções:

- Retenção de substâncias do ar pelos cílios nasais (vibrissas).


- Formação de muco, que facilita a retenção de substâncias e mantém a
umidade natural da mucosa.
- O ar é aquecido do, ao passar pelas narinas, devido à grande vascularização
existente nessa região.

Faringe

É o único órgão que faz parte ao mesmo tempo do


sistema digestivo e do sistema respiratório, pois é por ela que passa os
alimentos e o ar respirado e expirado. Por isso ela compreende a orofaringe
(garganta), parte que se comunica com a boca, e a nasofaringe, onde se abrem
as coanas.
Na parte inferior da faringe, há um orifício, a glote, com
um pequeno opérculo, ou tampa chamada epiglote. Durante a ingestão, a
epiglote fecha a glote e impede que o material que está sendo degustado
passe para as vias respiratórias.
Durante a incursão respiratória, a epiglote se abre o ar
passa através da glote, em direção aos pulmões ou vindo deles. A
coordenação dos movimentos da epiglote é feita pelo sistema nervoso
autônomo.

Laringe
É uma estrutura cartilaginosa, que no homem forma
uma saliência conhecida como “pomo de Adão”. Uma válvula a epiglote,
impede a entrada dos alimentos nas vias respiratórias no momento da
deglutição. Ela começa ao nível da glote, e termina fazendo limite com a
traquéia. Na laringe situam-se as cordas vocais, é a parte da laringe que
produz som.

Funções:

- Umedecer e aquecer o ar e reter as partículas das substâncias estranhas


através do muco secretado por sua mucosa;
- Impedir a penetração de corpos estranhos, pela ação da epiglote;
- Ser responsável pela fonação, através da vibração das cordas vocais e da
atuação dos músculos da laringe.

33
Traquéia

É um canal situado entre a laringe e a origem dos


brônquios. Tem de 12 a 15 cm de comprimento e é constituída por cartilagens
em forma de anel unidas entre si. Está revestida por epitélio com abundantes
glândulas mucosas.
A mucosa da traquéia tem cílios, as partículas de poeira
contidas no ar inspirado aderem ao muco ali existente, pela vibração ondulada
dos cílios, as partículas de poeira são empurradas de volta, a tosse ajuda a
expeli-las.

Brônquios

São os canais resultantes da bifurcação da traquéia. Os


brônquios penetram nos pulmões através do hilo pulmonar. Os brônquios vão
se ramificando em tubos cada vez menores constituindo os bronquíolos.

Pulmões

São dois, um direito e outro esquerdo, e estão situados


no interior da cavidade torácica, separados pelo coração e pelos órgãos do
mediastino, espaço compreendido entre ambos os pulmões. A sua forma é de
um cone truncado. Estão divididos em lobos: três no direito e dois no esquerdo,
o pulmão direito tem 2 lobos para acomodar o coração.
A estrutura básica do pulmão é o lóbulo pulmonar, que
consta de um bronquíolo que se ramifica e termina em umas dilatações ou
alvéolos pulmonares, cada um dos quais está em contato com uma rede fina
de capilares sanguíneos.

Função: hematose ou oxigenação do sangue venoso.

Depois de circular pelas vias respiratórias o ar inspirado


penetra nos alvéolos pulmonares. Nos alvéolos o oxigênio atravessa as
membranas alveolar e capilar passando às hemácias e fixa-se em suas
hemoglobinas. O dióxido de carbono segue o trajeto inverso, e é expulso na
expiração.

34
Pleura

São dois folhetos serosos que envolvem os pulmões. Os


folhetos estão em contato íntimo, mas existe entre eles, o espaço pleural.
Função: facilitar o deslizamento dos pulmões sobre as paredes da caixa
torácica.
Complete a figura abaixo

Mecânica Respiratória

Consiste nos movimentos alternados de contração e


dilatação do tórax para a entrada e saída do ar dos pulmões, entrada
(inspiração) e saída (expiração).
Na inspiração devido a contração dos músculos: o
diafragma se contrai e se abaixa, comprimindo as vísceras abdominais, outros
músculos inspiradores também se contraem e elevam as costelas e o esterno.
Em consequência aumenta o volume da capacidade torácica.
Na expiração, o relaxamento do diafragma e dos
músculos elevadores das costelas faz com que a caixa torácica e os pulmões
retornem seus volumes normais.

APARELHO DIGESTÓRIO

O corpo humano necessita de energia para o seu


funcionamento e para tal capta do exterior produtos alimentares. O termo
digestão significa fracionamento de grandes moléculas dos alimentos em
substâncias mais simples. O aparelho digestório também é chamado tubo
digestório tem cerca de 10 – 12 m de comprimento e estende-se desde a boca
até o ânus.
Formado por cinco partes: boca, faringe, esôfago,
estômago e intestino. E mais anexos: glândulas salivares, fígado e pâncreas.

35
Funções:

 Desdobrar os alimentos em partículas, promovendo a digestão;


 Absorver as pequenas moléculas produzidas pela digestão para a
corrente circulatória;
 Eliminar do corpo substâncias alimentares não digeridas e não
absorvidas.

Boca

É a cavidade situada na parede da face, onde se


efetuam a mastigação (ação dos dentes – fenômeno físico) e a insalivação
(ação da saliva – fenômeno químico).

Anexos Bucais:

1. Língua: tem como função o transporte de alimentos; auxiliar na mastigação e


deglutição; dicção; gustação.
2. Dentes: são órgãos rijos, inseridos nas arcadas alveolares do maxilar e da
mandíbula, e têm a função de mastigar os alimentos. Cada dente apresenta
três porções: coroa, raiz e colo. Os dentes têm características diferentes
segundo a sua função e dividem-se em incisivos – cortam, caninos – rasgam e
pré-molares – trituram.
3. Glândulas Salivares: produzem a saliva que secretam na boca para iniciar a
primeira fase da digestão. Composição da saliva: água, sais minerais, mucina e
ptialina (desdobra o amido em maltose).

Faringe

É uma câmara tubular, situada atrás das fossas nasais e


da boca, que termina inferiormente na laringe e na traquéia por um lado, e no
esôfago por outro. É revestida por uma mucosa de epitélio muito liso para
facilitar a passagem de alimentos.

36
Esôfago

É um canal que une a faringe ao estômago. Tem 25 cm


de comprimento aproximadamente.
Deglutição: é o transporte dos alimentos mastigados e insalivados, que começa
na faringe, passa pelo esôfago até chegar ao estômago.
Movimentos Peristálticos: movimentos de contração e descontração que ocorre
ao longo do aparelho digestório.

Estômago

É um órgão cavitário, situado entre o esôfago e o


intestino delgado, com cerca de 25 cm de comprimento, é a maior dilatação do
tubo digestivo. A capacidade do estômago é de 1 litro a 2 litros.
Possui três zonas distintas:

Cárdia: é a válvula de entrada do estômago.


Piloro: é a válvula da saída (evita o refluxo de material do duodeno para o
estômago).
Fundo: região rica em glândulas produtoras de suco gástrico.

Suco gástrico: composto pelo ácido clorídrico, pepsinogênio e enzimas.

Funções do Ácido Clorídrico: ativar o pepsingênio para pepsina – faz a


digestão das proteínas; regula a abertura e o fechamento da válvula piloro;
funciona como antisséptico, matando bactérias que podem ser ingeridas com
os alimentos; provoca a secreção pancreática no nível do duodeno.
Pepsina: desdobra as proteínas em pequenas moléculas denominadas
aminoácidos.
Lipase: ação digestiva sobre as gorduras.

Função do Estômago: é a de receber os alimentos, já insalivados, misturá-los


com o suco gástrico que secreta e esvaziar-se lentamente através do piloro.

Quimo: mistura dos alimentos com o suco gástrico.


O estômago apresenta dois orifícios, um de entrada e
outro de saída; duas paredes, uma anterior e outra posterior; duas bordas, uma
direita (curvatura menor) e outra esquerda (curvatura maior) e finalmente, duas
tuberosidades, uma superior (fundo) e outra inferior (parte pilórica).
O orifício de entrada denomina-se óstio cárdico e o de
saída óstio pilórico.
Óstio cárdico (cárdia): este orifício está situado na parte superior da curvatura
menor (portanto, implantado na borda direita do estômago), o que é importante
deixar livre a abóbada, que representa a base do estômago (voltada para cima)
e por isso chamada de fundo. O óstio cárdico é conhecido vulgarmente como
“boca do estômago” e está localizado profundamente à articulação esterno-
costal da sétima costela esquerda.
Óstio pilórico (piloro): em grego, piloro significa porteiro. Constitui um
verdadeiro esfíncter para a saída das substâncias alimentares, está situado
profundamente, à direita e logo acima do umbigo.

37
As paredes são duas, uma anterior que se relaciona
com a parede anterior do abdômen, e outra posterior, que se relaciona
principalmente com o pâncreas.
A borda direita é a curvatura menor e a esquerda, a
curvatura maior. Ambas são bastante irregulares no indivíduo vivo, em função
dos movimentos peristálticos, ao passo que no cadáver são mais uniformes; a
maior convexa e a menor côncava. Em virtude dos óstio cárdio e pilórico
estarem à direita, a curvatura maior (esquerda) é três vezes mais longa que a
menor (direita). As duas vão da parte cárdica à parte pilórica. Cada curvatura
apresenta um dobra reentrante. Na curvatura maior, encontramos essa
reentrância ao nível da cárdia, isto é, entre o esôfago e o fundo do estômago, a
qual recebe o nome de incisura cárdica. A dobra que ocorre na curvatura
menor é mais funcional que anatômica, sendo denominada incisura angular por
estar exatamente no ângulo que o corpo do estômago faz com a parte pilórica.
Como já vimos, a maior tuberosidade é a superior e a
menor é a inferior. A tuberosidade superior, constitui o fundo do estômago
(cúpula superior). É uma região desviada do roteiro do bolo alimentar e
permanentemente cheia de ar deglutido. A tuberosidade inferior é representada
pelo segmento terminal do estômago, o qual forma um funil, acentuadamente
desviado para a direita (porção horizontal do estômago).
E a parte pilórica, a porção mais dilatada do funil ( que
faz continuação ao corpo do estômago) recebe o nome de antro pilórico
(vestíbulo pilórico) e a mais estreita é o canal pilórico (conduto pilórico).
Estruturalmente, o estômago é constituído pro 5
camadas superpostas de tecidos, que se dispõem concentricamente formando
suas paredes. Da periferia para a profundidade encontramos a túnica serosa
que é formada pelo peritônio (este reveste interiormente as paredes do
abdômen, depois se reflete para recobrir as vísceras contidas no mesmo); tela
subserosa constituída por tecido conjuntivo; túnica muscular (musculatura lisa),
cujas fibras se distribuem em 3 sentidos: as mais periféricas são longitudinais
(estrato longitudinal), as médias são circulares (estrato circular) e as profundas,
oblíquas. As fibras circulares são mais abundantes ao nível do óstio pilórico,
onde constituem o músculo esfíncter do piloro. Mais profundamente
encontramos uma tela submucosa, rica em folículos linfáticos e finalmente,
forrando o estômago (por dentro), estende-se a túnica mucosa, a qual, e
correspondência com a curvatura menor forma um sulco por onde deslizam os
alimentos semilíquidos resultantes da mastigação, depois que atravessam o
óstio cárdico. Esse sulco da mucosa é conhecido por canal gástrico (via ou
desfiladeiro gástrico). Na espessura e em toda a extensão da mucosa,
encontramos glândulas gástricas, que secretam o suco gástrico.
Na boca o alimento é mastigado e misturado à saliva,
que contém as enzimas amilase e a ptialina, uma vez deglutido o alimento, o
peristaltismo do estômago empurra-o para o esfíncter de entrada no
estômago, que tem a função de dificultar o refluxo do conteúdo gástrico. Fortes
contrações (movimentos peristálticos) misturam o alimento ao suco gástrico. O
suco gástrico é formado por uma solução ácida e clara (pH 1,5 a 2,0) que
contém o ácido clorídrico. Este ácido tem função antisséptica, pois evita
putrefações causadas por bactérias ingeridas com os alimentos. Também
catalisa a conversão de pepsinogênio (inativo) em pepsina (ativa). Submetidos
a diversos movimentos que a parede do estômago executa, misturando cada

38
vez mais os alimentos com a secreção gástrica e propelindo-os em direção ao
piloro, que faz a ligação entre o estômago e o duodeno (1º segmento do
intestino delgado).

Intestinos
Álcool etílico, água e alguns sais podem ser absorvidos
diretamente no estômago. Porém, a maioria absoluta dos nutrientes é
absorvida pela mucosa do intestino delgado. Os intestinos formam o tubo que
faz continuação ao estômago. Esse tubo apresenta uma porção mais longa,
porém de calibre mais fino, que recebe o nome de intestino delgado, o qual é
seguido por uma porção mais curta e mais calibrosa que é o intestino grosso.

Intestino Delgado

Compreendido entre o piloro e a válvula ileocecal, pela


qual se une ao intestino grosso. Tem de 4 a 7 m de comprimento. Consta de
três partes: Duodeno, Jejuno e íleo.

Suco Intestinal: a mucosa intestinal secreta enzimas que terminam o


desdobramento de carboidratos, proteínas e gorduras, sendo que seus
produtos finais são transportados e absorvidos para o sangue, nutrindo assim o
organismo.
Este segmento do aparelho digestivo desempenha uma
função muito importante, qual seja a da participação ativa no processo da
digestão dos alimentos, e por outro lado é a sede principal da absorção das
partículas que se encontram em condições de passar a integrar a economia
orgânica. O intestino delgado apresenta duas porções bem distintas: uma
bastante curta, de aproximadamente 25 cm, situada no início e que se
caracteriza por estar alocada à parede posterior do abdômen, que é
denominada duodeno; enquanto a porção restante (mais de 6 m), tem que se

39
acomodar em exíguo espaço localizado na região central do abdômen, onde se
distribui sinuosamente, ficando como que flutuando, e presa somente por uma
lâmina serosa (mesentério) que se insere linearmente, em todo seu
comprimento é o jejunoíleo. O duodeno é fixo e o jejunoíleo pode se
movimentar, mudando de posição.
O duodeno recebeu esse nome, por ter
aproximadamente 12 dedos transversos de comprimento (cada dedo
transverso vale 2 cm). Ele tem a forma de um C ou de ferradura, cuja
convexidade está voltada para a direita. Em sua concavidade esquerda, aloja-
se a cabeça do pâncreas.
O jejunoíleo faz continuação ao duodeno, este
segmento do intestino delgado antigamente era subdividido em jejuno e íleo,
entretanto não existe realmente uma linha divisória entre ambos. O jejuno
recebeu esse nome porque sempre que é aberto se apresenta vazio (em
jejum), enquanto o íleo geralmente contém substâncias alimentares sob a
forma semilíquida.
O mesentério tem a forma de um leque inserindo-se
posteriormente (o cabo do leque) numa curta linha oblíqua para baixo e para a
direita (do processo transverso esquerdo da 2ª vértebra lombar à articulação
sacroíliaca direita), apresentando um comprimento restrito de 15 a 20cm. Por
outro lado, a borda do mesentério que se insere no jejunoíleo (borda livre do
leque) tem a mesma extensão das alças intestinais, ou seja, mais de 6 metros.
Distalmente, o jejunoíleo desemboca perpendicularmente no intestino grosso
(entre as duas primeiras porções deste, que são o cécum e o cólon
ascendente),num orifício que recebe o nome de óstio ileocecal.
Os vilos intestinais são pequenas eminências cônicas
ou folhadas que se espalham pela superfície da mucosa, tornando-a com o
aspecto aveludado. Tanto as pregas circulares como os vilos intestinais têm
por objetivo aumentar a superfície da mucosa e com isso a área de secreção
glandular e de absorção das substâncias alimentares.
No intestino delgado o quimo, com um pH um tanto
ácido, recebe a ação de duas importantes secreções: bile e suco pancreático.
Secreção biliar: secretada pelo fígado, armazenada na vesícula biliar, é
composta por um líquido de coloração esverdeada, composto de água,
eletrólitos, colesterol, bilirrubinas e sais biliares que são importantes na
digestão das gorduras, pois fazem uma emulsificação das mesmas facilitando
significativamente a ação das lipases.

Intestino Grosso:

Começa na válvula ileocecal e termina no esfíncter anal.


O intestino grosso forma uma moldura, contornando o intestino delgado. Está
dividido em três partes: ceco, cólon e reto.
Há uma porção ascendente à direita, outra transversal
que se estende quase horizontalmente para a esquerda (por cima a massa
intestinal delgada) e depois desce do lado esquerdo, para inferiormente se
tornar mediana. A porção da direita é subdividida, pela desembocadura do
jejunoíleo, em ceco e cólon ascendente; a transversal é o cólon transverso; a
esquerda subdivide-se em cólon descendente e cólon sigmoide e o segmento
mediano terminal é o reto e canal anal. No conjunto o intestino grosso

40
apresenta um comprimento que gira em torno de 1,5 metros. O calibre do
intestino grosso diminui no sentido da terminação, isto é, sendo mais dilatado
ao nível do cécum, vai gradativamente afinando até o canal anal.
As tênias do cólon (fitas longitudinais), são faixas de
aproximadamente 1 cm de largura e que percorrem o intestino grosso
longitudinalmente, em toda a sua extensão. As tênias são paralelas e mais ou
menos equidistantes. Elas se iniciam na parte inferior do cécum, no ponto em
que se implanta o apêndice vermiforme. Classificam-se:
Tênia Mesocólica: serve de inserção para uma lâmina do peritônio, cujo nome
é constituído pelo prefixo meso e mais o nome do segmento em que se insere,
como mesocécum, mesocólon transverso e mesocólon sigmoide.
Tênia Omental: Tem essa denominação porque ao nível do cólon transverso
ela serve para a inserção de uma lâmina peritoneal que forma um avental por
frente das alças do intestino delgado, que é o omento maior (grande eplipoon).
Tênia Livre: Não serve de inserção a nada, e por isso recebe essa
denominação.

Os apêndices epiplóicos, são pequenos pingentes


amarelados, constituídos por tecido conjuntivo rico em gordura e envoltos por
peritônio, geralmente pedunculados e de forma irregular, dispostos na
superfície do intestino grosso, principalmente no cólon sigmoide.
Grosseiramente comparável a um lápis de 10cm, o
apêndice vermiforme apresenta-se oco por dentro, o que significa ter o aspecto
de um tubo fechado na extremidade distal e a proximal abrindo-se no cécum e
por isso passível de ser invadido por matéria fecal, inclusive vermes intestinais.
O reto recebe esse nome por ser quase retilíneo. Ele
apresenta inferiormente, uma porção mais dilatada, denominada ampola do
reto, o canal anal, apesar de bastante curto (3cm de comprimento) é
importante por apresentar algumas formações essenciais para o funcionamento
intestinal, das quais citamos inicialmente os esfíncteres anais. Inferiormente, o
canal anal abre-se no ânua, orifício forrado por cútis rica em pelos.

Função: expulsar os resíduos alimentares e de reabsorver a água.

Órgãos Anexos

Fígado: é a maior víscera do corpo humano. De consistência dura e de cor


avermelhada. Está situado por baixo do diafragma.
O fígado é um órgão que atua como glândula exócrina
(liberando secreções) e glândula endócrina (liberando substâncias no sangue e
sistema linfático). Ele é a maior glândula do corpo humano.

Funções:

Secreção da bile – imprescindível à absorção das gorduras.


Depósito de glicogênio, vitaminas e proteínas.
Síntese de proteínas e conversão de substâncias tóxicas para o
organismo em outras inócuas.
O fígado desempenha muitas funções importantes
dentro de nosso organismo, como: armazenamento e liberação de glicose,

41
metabolismo dos lipídeos, metabolismo das proteínas (conversão de amônia
em uréia), síntese da maioria das proteínas do plasma, processamento de
drogas e hormônios, destruição das células sanguíneas desgastadas e
bactérias, emulsificação da gordura durante o processo de digestão através da
secreção da bile, etc.
O fígado participa também da regulação do volume
sanguíneo, possui importante ação antitóxica contra substâncias nocivas ao
organismo como o álcool, a cafeína, gordura, etc.
O fígado é localizado próximo ao estômago, abaixo do
diafragma no lado direito do abdômen. Sua cor é um marrom-avermelhado,
sendo a maior e mais pesada glândula do corpo humano, quando esta glândula
está vazia pesa 1,5 Kg, porém quando se enche de sangue este peso vai para
2,5 Kg.
Aproximadamente aos 50 anos, o órgão começa a
diminuir de tamanho, mas quem mantém uma vida saudável, isto não
acarretará problema nenhum, pois ele continuará mantendo suas funções
normalmente. O fígado produz diariamente 1 litro de suco denominado Bile,
este tem a função de digerir as gorduras. É um órgão que desempenha muitas
funções, entre essas funções pode-se destacar a produção da Bile, o
armazenamento da glicose que futuramente virará energia, o processamento
de vitaminas e minerais, a reciclagem das células sanguíneas e recebe os
nutrientes do Intestino Delgado antes destes irem para as células.
Sua secreção exócrina, a bile é conduzida ao duodeno
pelas vias biliares, mas a maior parte dos produtos das células hepáticas é
lançada diretamente na circulação sanguínea e é considerada sua secreção
endócrina.
Os sais biliares contidos na bile secretada pelo fígado
auxiliam na digestão e na absorção de gordura e retornam ao fígado, através
da circulação porta para a reexcreção. Além disso o fígado exerce função
importante na síntese de proteínas, no metabolismo, nos mecanismos de
desintoxicação e no armazenamento de ferro, cobre, vitaminas e glicogênio é
um formador de células sanguíneas no feto. Sua atividade esta diretamente
relacionada ao recebimento de sangue do canal alimentar através da veia
porta. Trata-se de um órgão com alta margem de segurança calculando-se que
uma terça parte do fígado é suficiente para manter uma função hepática
normal.
Na sua maior parte o fígado está coberto pela caixa
torácica e sob o diafragma. Na infância e na adolescência, o fígado estende –
se ligeiramente além da borda costal o que normalmente não acontece no
adulto a não ser em condição patológica.
O fígado apresente duas faces: uma convexa, lisa, em
relação com o diafragma e por esta razão denominada diafragmática, outra,
inferior e posterior, a face visceral, por estar em contato com outras vísceras
abdominais. As duas bordas encontram-se numa borda inferior, constante,
nítida, interrompida por um detalhe, a incisura do ligamento redondo.
Na face diafragmática distingue-se uma parte superior,
superfície dos lobos direito e esquerdo; uma parte posterior, em contato com a
parte posterior do abdômen. A face diafragmática está ligada ao diafragma
pelos ligamentos coronários e triangular esquerdo e direito, entre as lâminas
anterior e posterior do ligamento coronário.

42
A face diafragmática se apresenta sem peritônio, porque
este se reflete como parte do ligamento coronário, para o diafragma. Esta área
entre as reflexões e a área nua do fígado.

Vesícula Biliar

A Vesícula Biliar localiza-se na fossa da vesícula biliar


na face visceral do fígado e tem comumente a forma de uma pêra apresenta
uma terminação inferior, o fundo, ao qual se segue o corpo sua parte principal.
O cálice situa-se entre o corpo e o ducto cístico e este por uma vez, ascende
em direção a porta do fígado, então se curva abruptamente com o trajeto
descendente para carrear no aumento menor, a direita do ducto hepático
comum, com o qual se funde alguns centímetros depois. Parte dela está em
contato direto com o fígado na fossa da vesícula biliar, mas o peritônio reveste
o restante de sua superfície, fixando-o contra o fígado. Muito raramente,
entretanto, a vesícula pode apresentar um meso ( vesícula pediculada). Com o
indivíduo em decúbito dorsal a vesícula relaciona-se inferiormente com o colo
transverso, posteriormente com o duodeno e anteriormente com a parede
abdominal anterior. Logo após o esvaziamento da vesícula pelo escoamento da
bile para o duodeno o mecanismo esfíncterico da ampola hepatopancreática se
fecha e a bile recentemente formada no fígado flui e preenche os ductos
hepáticos comum e colédoco. Com o esfíncter fechado a pressão nestes
ductos aumenta e a bile reflui para o ducto cístico e para a vesícula.

Pâncreas

Está situada no fundo da cavidade abdominal entre o


estômago e o duodeno. Essa glândula é formada por dois tipos de tecidos.

Ácinos: secretam suco digestivo;


Ilhotas de Langerhans: produzem insulina e glucagon , hormônios que regulam
o metabolismo da glicose.
Suco digestivo: além das enzimas digestivas, as secreções pancreáticas
contêm ainda grandes quantidades de bicarbonato de sódio, que reage com o
ácido clorídrico neutralizando sua ação.

43
SISTEMA REPRODUTOR

O sistema reprodutor destina-se à formação de novos


indivíduos com o objetivo de assegurar a continuidade da espécie. É formado
pelo aparelho genital masculino e aparelho genital feminino.

Aparelho Genital Masculino


É constituído por órgãos distintos: o testículo, a próstata,
o pênis e uma série de ductos que conduzem o esperma.

Testículos
São responsáveis pela produção dos gametas
masculinos. Tem forma ovóide com aproximadamente 5 cm de comprimento. É
um órgão par que está situado na parte anterior da região perineal, por baixo
do pênis, no interior das bolsas escrotais.

Função:
Função exócrina: formação dos espermatozóides, efetuada nos túbulos
seminíferos.
Função endócrina: a secreção de testosterona.

Epidídimo

Estrutura tubular, situada no pólo posterior do testículo.


Tem função de armazenamento, transporte e amadurecimento dos
espermatozóides.

Ducto Deferente

Canal que estende-se desde o epidídimo até as


vesículas seminais. Tem função de impulsionar os espermatozóides até a
uretra.

44
Vesículas Seminais

São duas bolsas musculares, que formam um “V” na


parte posterior da bexiga. Tem função de ativar a locomoção dos
espermatozóides.

Ductos Ejaculatórios

Resultam da união das vesículas seminais e do ducto


deferente.

Pênis

É o órgão copulador do homem. O seu corpo é cilíndrico


e a extremidade distal é constituída pela glande. O prepúcio é a parte do pênis
que cobre a glande quando o órgão não está ereto. No interior do pênis
distinguimos os corpos cavernosos e o corpo esponjoso da uretra, formações
eréteis cuja disposição e estrutura possibilitam que o pênis se alongue durante
a ereção.

Próstata

É uma glândula de secreção externa. Tem a forma de


uma castanha que se localiza em volta da uretra, logo abaixo da bexiga.
Secreta o líquido prostático, que durante a ejaculação é misturado com os
espermatozóides, dando um odor característico do sêmen.

Aparelho Genital Feminino

É constituído por órgãos distintos destinados a


produção dos ovócitos, a possibilitar a fecundação dos mesmos pelos
espermatozóides, conter e nutrir o feto durante a gravidez e expulsá-lo no ato
do parto. É composto pelos ovários, pelas tubas uterinas, pelo útero, pela
vagina e as mamas.
Ovários

45
São duas estruturas glandulares situadas na região
pélvica, atrás do útero. A sua forma é a de uma amêndoa, variando as suas
dimensões. Dentro dos ovários existem formações especiais denominadas
folículos. Dentro dos folículos existe uma célula que, amadurecendo, dará
origem a um óvulo. Cada folículo poderá formar um único óvulo. Possui uma
importante função endócrina, a secreção dos hormônios chamados estrogênio
e progesterona, que atuam sobre o aparelho genital e especialmente sobre o
útero, preparando-o para a fecundação, nidação e nutrição do embrião. A
atividade dos ovários é controlada pela hipófise, a qual secreta os hormônios
gonadotróficos: hormônio folículo estimulanite (FSH) e hormônio luteinizante
(LH).
São órgãos pares que estão localizados um de cada
lado do útero, e descem até a margem da parte superior da cavidade pélvica,
durante o terceiro mês de desenvolvimento. Tem a semelhança de uma
amêndoa, surgem do mesmo tecido embrionário que os testículos e são
menores que eles. São responsáveis pela ovulação e por secretar hormônios, a
progesterona e o estrogênio. Antes da primeira menstruação, o ovário já
apresenta um aspecto liso de cor rósea, após várias menstruações apresenta
um aspecto branco acinzentado.
Uma série de ligamentos mantém os ovários em
posição:
 Ligamento útero-ováricos: ancoram os ovários ao útero.
 Ligamento largo: do útero que é, ele próprio, fixa-se aos ovários por
uma prega bi laminada de peritônio, chamada mesovário.
 Ligamentos suspensores: os fixa a parede da pelve.
Os ovários produzem hormônios que contribuem com o
desenvolvimento das características específicas do sexo feminino, além disso,
também possui função de regular a menstruação. O hormônio folículo
estimulante (FSH) inicia o crescimento folicular e secreção de estrógenos. O
hormônio luteinizante (LH) desencadeia a ovulação e a formação do corpo
lúteo, que produz e secreta estrógenos, que exercem várias funções:
 Promovem o desenvolvimento das estruturas genitais femininas e das
características sexuais, que incluem crescimento das mamas, quadris,
crescimento de pelos pubianos e axilares, pelos estados emocionais e
comportamentais.
 Os estrógenos estimulam a síntese protéica, agindo juntamente com os
fatores de crescimento semelhantes a insulina e os hormônios
tireóideos.
 Os estrógenos reduzem o nível sanguíneo de colesterol, o que é
provavelmente, a razão pela qual as mulheres com menos de 50 anos
têm risco muito baixo de doença arterial coronária do que os homens de
idade comparável.
A progesterona é secretada pelas células do corpo
lúteo, funciona com os estrógenos na preparação e manutenção do endométrio
e implantação de um ovo fertilizado e das glândulas mamárias na secreção do
leite.
A formação de gametas nos ovários é chamada
ovogênese, enquanto a espermogênese se inicia nos homens na puberdade, a
mesma se inicia nas mulheres antes mesmo no nascimento. Além disso os

46
homens produzem novos espermatozoides durante toda a vida, enquanto as
mulheres já vem com todos os óvulos de sua vida em torno do nascimento.

Tubas Uterinas

São dois canais, um direito e outro esquerdo, medem


uns 10 cm de comprimento, e se estendem desde o ovário até o ângulo
superior do útero. Tem função de recolher o ovócito quando se rompe o folículo
de Graaf e transportá-lo para a cavidade uterina, onde se fixará se tiver sido
fecundado e de onde será expulso em caso contrário. Esses dois canais
extremamente finos ligam os ovários ao útero das fêmeas de mamíferos.
Antigamente, recebia o nome de “Trompas de Falópio”, o qual foi dado em
homenagem ao seu descobridor, o anatomista italiano do século XVI, Gabriele
Falloppio. Hoje em dia, os epônimos não são mais usados na literatura médica
sendo substituídos por outros termos anatomicamente corretos. Apresentam
movimentos peristálticos e estão localizadas na borda superior do ligamento
largo. Elas possuem cerca de 10 cm de comprimento. Compõem-se de 4
porções:
 Parte Intramural: é a porção uterina, ou seja, constitui a parte da tuba
uterina que se situa na parede do útero. No início desta porção da tuba,
encontramos o óstio uterino, que é um orifício que estabelece a
comunicação do oviduto com a cavidade uterina;
 Istmo: é a porção de menor calibre;
 Ampola: é a dilatação que segue ao istmo. É considerada o local aonde
ocorre a fecundação do óvulo pelo espermatozoide.
 Infundíbulo: é a porção mais distal da tuba uterina. Podem ser
comparada a um funil cuja boca apresenta franjas, essas franjas
recebem o nome de fimbrias da tuba uterina.
A finalidade das Tubas Uterinas é conduzir o óvulo para
a cavidade uterina, é nelas que se dá fecundação, que é a união do óvulo com
o espermatozoide. As primeiras fases da divisão do ovo ocorrem no interior da
tuba, a fecundação se dá exatamente na porção ampolar, ou seja, na ampola.
O óvulo fecundado dever progredir para se aninhar no útero até o final da sua
ovulação.
Para as mulheres que não desejam engravidar o
método mais eficaz é a laqueadura ou ligadura de tubas uterinas consiste no
método de esterilização feminina caracterizado pelo corte e/ou ligamento
cirúrgico das tubas uterinas, que fazem o caminho dos ovários até o útero.

47
Útero

Tem a forma de uma pêra, de uns 7 – 8 cm de


comprimento. Está situado na região pélvica, entre o reto e a bexiga urinária. O
útero é constituído por uma parede muscular espessa, o miométrio, revestido
por fora pelo peritônio e por dentro pelo endométrio, que ao desprender-se
parcialmente do útero, aparece fragmentado na menstruação.
É o órgão da gestação destinado a receber o ovócito fecundado, ovo ou zigoto
a conservar e nutrir o produto da fecundação e a expulsá-lo durante o parto.
O útero seve como parte do caminho para os
espermatozoides alcançar as tubas uterinas. Também é o local da
menstruação, implantação do óvulo fertilizado, desenvolvimento do feto durante
a gravidez e parto.
Este situado entre a bexiga urinária e o reto, o útero tem
o tamanho de uma pêra invertida. Nas mulheres que nunca ficaram grávidas,
sede aproximadamente 7,5 cm de comprimento, 5 cm de largura e 2,5 cm de
espessura. É maior nas mulheres que ficaram grávidas recentemente e menor
quando os níveis de hormônios sexuais estão abaixo, por exemplo na
menopausa.
O útero se divide em:
- Fundo: região em forma de cúpula;
- Corpo: porção superior do útero;
- Colo: quando se junta a vagina, adquire uma forma cilíndrica;
- Istmo: se localiza entre o corpo e o colo do útero, é uma região comprimida de
mais ou menos 1 cm.
O útero é mantido no lugar por diversos ligamentos:
- Ligamento largo: são pregas duplas que fixam o útero em ambos os lados da
cavidade pélvica;
- Ligamentos uterosacro: situam-se em ambos os lados do reto e ligam o útero
ao sacro;
- Ligamentos cardinais: localizam-se entre a parede da pelve, o colo e a vagina;
- Ligamentos redondos: estende-se a partir de um ponto sobre o útero, logo
abaixo das tubas uterinas, até a parte dos lábios maiores dos órgãos genitais
externos.
São as camadas do útero:
- Perimétrio: é composto de epitélio escamoso simples e tecido conjuntivo
areolar.
- Miométrio: consiste em três camadas de fibras muscular lisa e é mais
espessa no fundo e mais fina no colo. Durante o trabalho de parto e
nascimento, contrações do miométrio em resposta ajudam a expelir o feto do
útero.
- Endométrio: é dividido em duas camadas, o estrato funcional que reveste a
cavidade do útero e é destruído durante a menstruação e a camada mais
profunda, o estrato basal, é permanente e dá origem a novo estrato funcional,
após cada menstruação.

Ciclo Reprodutivo Feminino:


É uma série de eventos nos ovários que ocorrem
durante e após a maturação de um óocito. No ciclo ovariano não ocorre a
fertilização de um óvulo, os hormônios ovarianos diminuem, provocando

48
degeneração do estado funcional do endométrio. A duração do ciclo
reprodutivo feminino varia de 24 a 35 dias. A menstruação é um processo
natural de preparação do útero para receber a implantação do óvulo
fecundado, que irá aderir ao endométrio.

Vagina
É um órgão ímpar, cilíndrico, musculomembranoso,
dilatável e extensível. Tem de 6 ou 7 cm de comprimento e a sua extremidade
superior está unida ao colo uterino e a extremidade inferior abre-se na vulva. É
o órgão copulador da mulher, cuja principal função é receber o pênis durante o
coito.

Vulva

Designa-se com este nome o conjunto de órgãos


genitais externos da mulher. É formada por: 2 grandes lábios, 2 pequenos
lábios, clitóris e hímem.

Mamas

São órgãos glandulares existentes em ambos os sexos,


mas com dimensões e significados muito diferentes. Na mulher destina-se a
secretar o leite para alimentar o recém-nascido durante o período de lactação.
É constituída por um conjunto de 15 a 20 unidades
funcionais conhecidas como lobos mamários, representados por 20 ductos
terminais que se exteriorizam pelo mamilo.

Produção Hormonal

Os ovários fabricam alguns tipos de hormônios como:

49
Estrógenos ou Estrogênios: são fabricados por certos grupos de células
ovarianas, os folículos que preparam o corpo e a mente para atividade
procriativa. A secreção dos estrógenos depende do estímulo de outra glândula,
a hipófise, que libera uma substância denominada hormônio folículo
estimulante ou FSH. Os estrógenos são responsáveis pelas modificações que
ocorrem nas meninas durante a puberdade. Causam crescimento e
desenvolvimento da vagina, útero, trompas, mamas, pêlos axilares e pubianos,
além das mudanças emocionais e comportamentais. A fabricação dos
estrógenos declina na menopausa. Na fase procriativa da mulher o aparelho
reprodutor passa por alterações cíclicas, isto é: que se repetem com intervalos
de cerca de um mês, cujo evento mais importante é o sangramento,
denominado menstruação. Os estrógenos predominam na primeira metade
desta fase. Por volta do 14º dia do ciclo surge a ovulação, que é a erupção de
uma célula reprodutora feminina (óvulo), que sai do ovário para a trompa.
Progestogênios ou progestágenos: após a ovulação, além do estrógeno
aparece a progesterona, fabricado pelo “corpo amarelo” originado no folículo
ovariano, por estímulo da hipófise através do hormônio luteinizante LH. A
progesterona induz mudanças no aparelho reprodutor, cuja finalidade é
prepará-la para a gravidez.
Fecundação: é a penetração de um espermatozóide no óvulo, dando origem a
uma nova vida. Ocorre sempre no terço distal da trompa e o óvulo passa a
chamar-se ovo. A trompa leva o ovo até a cavidade uterina e este se fixa no
endométrio, dando início à gestação. A este fenômeno damos o nome de
nidação.

SISTEMA EXCRETOR

O aparelho excretor tem a função de eliminar todos os


detritos do organismo, usando como via de excreção os pulmões, os rins, os
intestinos e a pele. Estudaremos neste capítulo o aparelho urinário e a pele.

Aparelho Urinário:

O aparelho urinário é formado por duas glândulas, os


rins as quais realizam a maior parte das funções de excreção, filtrando o
sangue e recolhendo desse os detritos vindos de todas as regiões do corpo.
Além das glândulas (rins) que secretam a urina, as vias urinárias (vias de
eliminação) constituídas pelos seguintes elementos: pelve renal, ureteres,
bexiga e uretra.

Rins:

É um par de órgãos de coloração marrom-avermelhada,


situados na cavidade abdominal de cada lado da coluna vertebral e ao nível
das últimas vértebras torácicas. Possuem uma reentrância denominada hilo

50
renal, por onde entram e saem os vasos (artérias, veias) e nervos e a pelve
renal. Na parte superior de cada rim localiza-se a glândula supra renal.
Situados na parte de trás do abdômen, limpam o sangue das impurezas do
corpo, funcionando como filtros. São de cor avermelhada escuro e têm as
seguintes medidas:
Altura: 10-13cm
Largura: 5-7 cm
Profundidade: 2,5 -3cm
Peso: 120-180 gramas.
Anatomia Interna do Rim
Corte frontal, através do rim, revela duas regiões
distintas: uma área avermelhada de textura lisa, chamada córtex renal e uma
área marron-avermelhada profunda, denominada medula neural. A medula
consiste em 8-18 estruturas cuneiformes, as pirâmides renais. A base
(extremidade mais larga) de cada pirâmide olha o córtex, e seu ápice
(extremidade mais estreita), chamada papila renal, aponta para o hilo do rim.
As partes do córtex renal que se estendem entre as pirâmides renais são
chamadas colunas renais. Juntos, o córtex e as pirâmides renais da medula
renal constituem a parte funcional, ou parênquima do rim. No parênquima estão
as unidades funcionais dos rins – cerca de 1 milhão de estruturas
microscópicas chamadas NÉFRONS. A urina, formada pelos néfrons, drena
para os grandes ductos papilares, que se estendem ao longo das papilas
renais das pirâmides. Os ductos drenam para as estruturas chamadas cálices
renais menor e maior. Cada rim tem 8-18 cálices menores e 2-3 cálices
maiores. O cálice renal menor recebe urina dos ductos papilares de uma papila
renal e a transporta até um cálice renal maior. Do cálice renal maior, a urina
drena para a grande cavidade chamada pelve renal e depois para fora, pelo
ureter, até a bexiga urinária. O hilo renal se expande em uma cavidade, no rim,
chamada seio renal.
NÉFRONS: O néfron é formado pela cápsula de Bowman, pelo glomérulo,
túbulo contorcido proximal, alça de Henle, túbulo contorcido distal e túbulo
coletor, arteríolas aferente e eferente, capilares peritubulares, vênula, veia cava
renal, ramo da artéria e veia cava renal, artéria renal. O néfron é a unidade
morfofuncional ou a unidade produtora de urina do rim. Cada rim contém cerca
de 1 milhão de néfrons. A forma do néfron é peculiar, inconfundível e
admiravelmente adequada para sua função de produzir urina. O néfron é
formado por dois componentes principais:
1. Corpúsculo Renal
- Cápsula Glomerular (de Bowman)
- Glomérulo – rede de capilares sanguíneos enovelados dentro da
cápsula glomerular.
2. Túbulo Renal
- Túbulo contorcido proximal
- Alça do Néfron (de Henle)
- Túbulo contorcido distal
- Túbulo coletor
Os rins estão aproximadamente no mesmo nível que as
vértebras T12 a L3, sendo que o rim direito localiza-se um pouco mais
inferiormente que o esquerdo. O pólo superior de cada rim está encostado na
décima primeira e décima segunda costela e ambos encontram-se envoltos por

51
um coxim de gordura, com finalidade de proteção mecânica. Cada rim possui a
forma de um grão de feijão com duas faces.
Funções dos Rins:
 Eliminar substâncias tóxicas oriundas do metabolismo, como por
exemplo, a uréia e creatinina;
 Manter o equilíbrio de eletrólitos no corpo humano, tais como: sódio,
potássio, cálcio, magnésio, fósforo, bicarbonato, hidrogênio, cloro e
outras;
 Regular o equilíbrio ácido básico, mantendo constante o pH sanguíneo;
 Regular a osmolaridade e volume de líquido corporal eliminando o
excesso de água do organismo;
 Excreção de substâncias exógenas como por exemplo medicações e
antibióticos;
 Produção de hormônios: eritropoietina (estimula a produção de
hemácias), aldosterona (eleva a pressão arterial), cininas e
prostaglandinas.
 Modificar a forma da vitamina D que chega ao rim depois de ser
convertida em uma forma possível de ser transportada pela corrente
sanguínea no fígado transformando esta num hormônio cuja função
principal é aumentar a absorção de cálcio no intestino e facilitar a
formação normal dos ossos.
 Produção de urina para exercer as suas funções excretórias;

Fisiologia do Rim
Inicialmente o sangue vem por um vaso chamado
arteríola aferente passa pelo glomérulo e sai pela arteríola eferente. O sangue
é filtrado ao passar pelo glomérulo num processo chamado filtração glomerular.
A quantidade de líquido que passa do glomérulo para a Cápsula de Bowman
(conhecido como filtrado glomerular) é muito grande, cerca de 170 litros por
dia, sendo 99% desse total reabsorvidos pelos túbulos renais, resultando em
aproximadamente 1,7 a 2 litros de urina por dia.
Após ser produzido pelo glomérulo, o filtrado glomerular
segue para os túbulos renais onde será processado para dar origem a urina. O
líquido final resultante do processamento tubular é a urina.

Estrutura Renal:

52
Os rins formados por três camadas que de fora para dentro são:
1) Camada fibrosa : ou cápsula fibrosa que envolve os rins.
2) Camada cortical ou córtex renal: camada irregular, com projeção que se
encaixam na medula.
3) Camada medular: formada pela composição de 8 a 18 copos denominados
pirâmide renal ou Malpighi.

O néfron é a unidade funcional básica do rim. Os dois


rins possuem aproximadamente dois milhões de néfrons. É formado por duas
partes distintas:
- Glomérulos Renais: estão localizados na porção cortical dos rins e envoltos
cada um por uma cápsula, a cápsula de Bowman.
- Túbulos Renais: são tubos longos que se originam na cápsula de Bowman;
como os túbulos proximais, seguindo-se a Alça de Henle, túbulo distal e o
túbulo coletor.

Vias Urinárias

- Bacinete renal: é um reservatório para a urina, formado por pequenas bolsas


chamadas cálices, que se agrupam para formar um receptáculo comum, o
bacinete renal.
- Ureter: é um canal que transporta a urina desde o bacinete renal até a bexiga
urinária. Tem cerca de 30 cm de comprimento.
- Bexiga: é um órgão muscular que armazena a urina que os ureteres drenam
para ela de forma regular e contínua. Está situada na região pélvica, atrás da
púbis. Tem uma forma ovóide e uma capacidade de 300-350 cm cúbicos,
ligeiramente superior na mulher.

Fisiologia Renal

53
A função básica do néfron é a de limpar, depurar o
plasma sanguíneo através da filtração glomerular e dos túbulos renais,
retirando substâncias indesejáveis, que são os produtos finais do metabolismo
orgânico, como: a uréia, a creatinina, os íons (sódio, cloreto) e outros íons
quando presentes no sangue em quantidades excessivas e reabsorvendo
substâncias necessárias para o plasma, como o potássio.

Fatores que alteram a formação da urina:

- alteração do volume sanguíneo, porque a urina é derivada do sangue.


- alteração da pressão arterial, que irá interferir não só na pulsação do sangue
pelos capilares como também na diferença de pressão entre o capilar arterial e
a cápsula de Bowman.
- hormônio anti-diurético (ADH) – aumenta a reabsorção da água dos túbulos
renais para a circulação sanguínea.
- aldosterona – formado pelas supra-renais, estimula a reabsorção de água e
sódio e a eliminação de potássio.

Características gerais da urina:

- volume – 1 a 1,5 litro por dia, sendo que a água 98% a compõe 95 da urina
eliminada;
- densidade – 1.010 a 1.020.
- PH – 4,8 a 7,4.
- excretas nitrogenadas resultantes do metabolismo das proteínas: ácido úrico,
creatinina e uréia.
- sais inorgânicos e orgânicos: cloreto de sódio, ácido fosfórico, potássio, etc.
- pigmentos: urobilinogênio. Fornece a cor amarelada.

PELE

A pele ou cútis é o manto de revestimento do


organismo, indispensável à vida e que isola os componentes orgânicos do meio
exterior. Constitui-se em complexa estrutura de tecidos de várias naturezas
dispostos e interelacionados de modo a adequar-se de maneira harmônica ao
desempenho de suas funções:

a) Função de Proteção: protege o organismo contra a perda de água por


evaporação, contra os microorganismos e outras agressões do meio ambiente.
b) Função Sensorial: gera o sentido do tato. Através de sua sensibilidade, a
pele facilita a percepção de formas, dimensões e temperatura dos corpos, além
de transmitir a sensação de cor, prazer, frio e calor.
c) Função do Tempo-Regulação: através do suor expelido pelas glândulas
sudoríparas regula a temperatura do corpo, que deve variar de 36 a 37 graus
centrígados.
d) Função de Excreção: também através das glândulas sudoríparas que, ao
expelir suor, eliminam as substâncias tóxicas e outros resíduos do organismo.

54
e) Função de Respiração: processa-se através dos poros, consistindo na
eliminação do anidrido carbônico e na absorção, pela pele, do oxigênio
elemento essencial à vida das células.
f) Função Queratopoética: tem início nas tonofibrilas que são abundantes nas
células da camada espinhosa. É a transformação das proteínas do citoplasma
em fibras de queratina, como o desprendimento das células queratinizadas.
g) Função Sudorípara: a secreção do suor é regulada por via nervosa,
achando-se sob influência de vários fatores como: temperatura externa
corporal, quantidade de líquido no sangue, influências psíquicas, etc.
h) Função Emunctória: o suor é composto de 98% de água. São eliminados
amoníaco, uréia, ácido úrico, creatinina, cálcio, potássio, radicais de fósforo.
i) Função Melanógena: produz a melanina, que determina a coloração da pele,
juntamente com outros parâmetros (espessura, vascularização), e constitui-se
num dos filtros solares.
j) Função Sebógena e Manto Hidrolipídico: e a pele produz sebo que de
conformidade com o grau de imunidade, determina a formação de uma
emulsão de água em óleo ou de óleo em água. É o chamado manto
hidrolipídico, que protege a pele contra o ressecamento e constitui-se numa
barreira contra bactérias e vírus.

A pele é formada por três tecidos, constituindo camadas distintas:

a) Epiderme: camada superficial, mais extensa.


b) Derme: camada intermediária.
c) Hipoderme: camada mais profunda, logo abaixo da derme.

Epiderme

É a camada mais superficial, constituída pelo epitélio,


tecido de revestimento que tem ação especialmente protetora. Não contém
55
vasos sanguíneos, sendo constituída por cinco camadas de células
superpostas e com diferentes funções:

a) Camada Basal (germinativa): é a mais profunda, delimitando-se com a


derme. Constituída por uma única fileira de células queratócitos e de
melanócitos.
b) Camada Espinhosa (Malphighiana): formada por 6 a 20 fileiras de células
poliédricas, citoplasma rico em tonofibrilas e células unidas por desmossomas;
possui rica atividade enzimática.
c) Camada Granulosa: formada por 3 a 4 camadas de células fusiformes e
achatadas. Citoplasma rico em querato-hilina; corpúsculo de Odland.
d) Camada Lúcida: formada por 2 a 3 camadas de células anucleadas. Rica em
Eleidina.
e) Camada Córnea: constituída de várias fileiras de células mortas, anucleadas
e desidratadas. Ricas em queratina, resistente a ácidos e álcalis diluídos. Esta
camada é responsável pela impermeabilidade relativa da pele, dificultando a
evaporação, além de fornecer elasticidade e solidez. Nessa camada está a
emulsão epicutânea (Ph: 5,5 a 5,8).
Células de Langerhans: célula de defesa localizada principalmente na camada
espinhosa.
Melanócitos: sua função é a síntese de melanina.

Derme

Possui função de sustentação, preenchimento, defesa e


nutrição. Dividida em camada superficial e camada reticular. Contém, ainda:

a) Fibras Colágenas: mais freqüentes do tecido conjuntivo. Tem função de


sustentação mecânica.
b) Fibras Elásticas: mais delgadas que as fibras de colágeno. Cedem
facilmente a trações mínimas, porém retornam sua forma inicial tão logo
cessem as forças deformantes (elasticidade).
c) Fibras Reticulares: muito delicadas. Semelhante ao colágeno. Função de
sustentação.
d) Células Residuais: fibroblastos, macrófagos, mastócitos.
e) Células Migratórias: linfócitos, plasmócitos e eosinófilos.
f) Substância Fundamental Amorfa: gel incolor, transparente.
g) Inervações: glândulas, vasos e terminações nervosas sensitivas: corpúsculo
para sensação tátil, dor, calor e frio.
h) Músculos: liso (músculo eretor do pelo e auréola mamária; Estriado (pescoço
e face).
i) Vasos: arteriais, venosos e linfáticos.

Hipoderme

Constituída por mistura de tecido conjuntivo frouxo e


adiposo. Além de vasos sanguíneos, linfáticos e tecido adiposo. Função de
deslizamento da pele, isolamento térmico e proteção contra traumatismos.

56
Anexos da Pele

Unhas: são estruturas epidérmicas de natureza córnea que protegem a


superfície dorsal às extremidades livres dos dedos.
Pêlos: são estruturas epidérmicas filiformes e flexíveis, de substância córnea.
Formados por uma parte livre, chamada tronco e outra oculta no folículo piloso,
Glândulas Sudorais: localizadas na derme e na hipoderme. Classificam-se em
dois tipos: ecrinas e apócrinas. As primeiras estão presentes em todo o corpo,
a sua função é regular a temperatura do organismo, bem como eliminar
toxinas. Sua excreção é mais fuída. As segundas localizam-se basicamente
nas axilas e região púbica e produzem secreção menos fluída.
Composição do suor: 99% de água, 0.5% de sais e substâncias orgânicas.
Glândulas Sebáceas: localizam-se na derme, anexas ao folículo piloso.
Encontradas em todo o corpo, de tamanho e número variável, predominando
em certas regiões como: a fronte, nariz, queixo, couro cabeludo, costas e linha
média do peito. Elas segregam uma substância oleosa, o sebo. Sua finalidade
é lubrificar e proteger a epiderme. Como resultado das duas secreções, a
sudoral e a sebácea, acontecem a expulsão epicutânea e o pH cutâneo.
Emulsão Epicutânea: a pele é recoberta por uma capa líquida formada pelas
secreções das glândulas sudoríparas e sebáceas. Sua função é proteger
contra a evaporação excessiva de água contida na pele, protegendo-a do
ressecamento. Sua composição varia de pessoa para pessoa, conforme a
maior ou menor atividade das glândulas sebácea e sudoral.
Ph Cutâneo: a pele normal possui uma defesa contra a proliferação de
microorganismos, conferida por um pequeno grau de acidez da Emulsão
Epicutânea. A pele normal apresenta pH levemente ácido, com valor médio em
torno de 5,5. A pele oleosa perde a defesa contra a proliferação de
microorganismos, predispondo-a a afecções como a acne.

VISÃO

O receptor externo da visão é o globo ocular, o


transmissor é o nervo óptico e o receptor interno é o cérebro (córtex cerebral).
Auxiliam ainda, no sentido da visão, os chamados órgãos anexos: pálpebras,
cílios, supercílios, aparelho lacrimal e músculos.

Globo Ocular:

Tem a forma esférica e está situado na cavidade


orbitária. É formado por 3(três) membranas: esclerótica, coróide e retina.

57
Esclerótica: é a membrana mais externa e sua porção visível é o que
chamamos de “branco dos olhos”. Na parte anterior, torna-se mais fina e
transparente, tomando o aspecto de um vidro de relógio, é a córnea
transparente. Na parte posterior, apresenta um orifício que dará passagem ao
nervo óptico e a vasos sanguíneos.
Coróide: é a membrana média. Por ser muito rica em vasos sanguíneos,
recebe o nome de membrana nutritiva do globo ocular. São recobertas por
células pigmentares que tornam o interior do olho uma verdadeira câmara
escura (os albinos não apresentam essas células). Posteriormente, apresenta
um disco vertical, a íris, que é pigmentada, dando ao olho de cada indivíduo
sua cor característica. Na íris, existe um orifício central, a pupila, que se contrai
e se dilata como um diafragma.
Retina: É a membrana sensível do globo ocular, a mais interna. Em sua parte
posterior a retina apresenta 2 (duas) regiões: Pupila óptica, situada no ponto
em que o nervo óptico inicia a expansão de suas fibras para formar a camada
nervosa mais interna da retina; Mancha amarela é uma depressão situada no
eixo do globo ocular. É a região de maior sensibilidade da retina.

Meios Transparentes do Globo Ocular

Humor Aquoso: é um líquido que se situa no espaço entre a córnea e o


cristalino. Dá-se o nome de câmara anterior ao espaço situado entre a córnea e
a íris; câmara posterior é o espaço compreendido entre a íris e o cristalino.
Ambos estão cheios de humor aquoso.
Cristalino: é uma lenta biconvexa situada atrás da íris. Pode tornar-se mais ou
menos espesso, sob a ação do músculo ciliar desviando convenientemente os
raios luminosos para a retina. A catarata consiste na opacificação gradativa do
cristalino, dificultando ou mesmo impedindo a visão.
Humor Vítreo: está situado no espaço compreendido entre a face posterior do
cristalino e o fundo do globo ocular. O humor vítreo tem a consistência
gelatinosa e está contido dentro de uma membrana muito delgada denominada
hialóide.

Fisiologia da Visão

Os raios luminosos atravessam a córnea transparente, o


humor aquoso, o cristalino, o humor vítreo, atingindo então a retina. As
impressões recebidas pela retina são transmitidas ao nervo óptico, que se

58
encarrega de transportá-las até o lobo occipital do cérebro, onde as mesmas se
transformam em sensações visuais.
Na retina (mancha amarela) forma-se a imagem
invertida, que é levada pelo nervo óptico ao cérebro, onde essa imagem é
percebida. A formação da imagem exatamente na retina é possível graças a
2(dois) fatores: a forma do olho e o poder de acomodação do cristalino,
favorecendo a formação da imagem na retina. Apesar desse poder de
acomodação do cristalino, muitas vezes, a imagem não se forma na retina.
Quando a imagem se forma antes da retina, dizemos que o olho é míope. As
imagens neste caso não são vistas com nitidez.
Quando a imagem se forma depois da retina dizemos
que o olho tem hipermetropia.
Quando a imagem se forma na retina dizemos que o
olho é emétrope (olho normal).
A correção da miopia é feita pelo uso de lentes
divergentes e da hipermetropia, com o uso de lentes convergentes. Também
existem cirurgias a laser que são feitas com grande possibilidade de êxito.

AUDIÇÃO

O ouvido é uma unidade anatômica relacionada com:


A audição, pois capta os estímulos dolorosos;
O equilíbrio, pois responde pela orientação no espaço e
pela sensação de equilíbrio.

Anatomicamente, o ouvido é dividido em externo, médio e interno.

O ouvido externo compreende:

- Pavilhão auditivo: é uma dobra cutânea, em forma de concha, suportada por


uma placa de cartilagem;
- Meato acústico externo: é um canal de mais ou menos 3 cm, estendendo-se
do pavilhão até o tímpano. Sua parede possui pêlos, glândulas sebáceas e
ceruminosas que formam um mecanismo de proteção contra a penetração de
corpos estranhos. O cerume ou “cera do ouvido” é uma mistura das secreções
dessas duas glândulas.

59
- Membrana do tímpano: forma um septo entre o meato acústico e o ouvido
médio e reveste a cavidade timpânica.

O ouvido médio abrange a cavidade timpânica cheia de


ar, situada numa fenda do osso temporal. A cavidade contém os três ossículos
auditivos (martelo, bigorna e estribo), interligados através de articulação. A
cavidade do tímpano comunica-se com:

- O ouvido externo, por meio da membrana timpânica;


- A faringe, por meio da trompa de Eustáquio, que mantém a cavidade cheia
de ar e com uma pressão atmosférica igual à do meio externo. Esses dois
fatores são importantes para o bom funcionamento da audição.
- As cavidades pneumáticas da mastóide (saliência óssea atrás da orelha);
- O ouvido interno, por meio da janela vestibular ou oval (ligada ao estribo) e da
janela coclear ou redonda (ligada à membrana timpânica que reveste a
cavidade).

O ouvido interno, ou labirinto, localiza-se no osso


temporal; é considerado o verdadeiro órgão da audição e do equilíbrio. É
formado pelo labirinto ósseo que aloja o membranoso.

O labirinto ósseo compõe-se:

- Pelo vestíbulo: é uma cavidade oval onde se localizam-se as duas vesículas


membranosas que são o sáculo e o utrículo;
- Pelo caracol ou cóclea: possui a forma da casca do caracol;
- Pelos canais semicirculares: são em número de três.

O labirinto membranoso não preenche completamente


as cavidades do labirinto ósseo; esse espaço entre os dois labirintos está
preenchido por um líquido aquoso denominado perilinfa. No interior do labirinto
membranoso há um outro tipo de líquido, a endolinfa.

O labirinto membranoso possui as seguintes estruturas:

- Sáculo e utrículo que se localizam no vestíbulo;


- Três ductos semicirculares que se situam nos canais semicirculares e se
comunicam com o utrículo. Em conjunto com o sáculo e o utrículo, participam
no equilíbrio do corpo, informando-nos da posição do mesmo no espaço.
- Ducto coclear, que se situa na cóclea, comunica-se com o sáculo e abriga o
órgão de Corti, que é a sede dos receptores auditivos; portanto, é uma
estrutura relacionada com a audição.

O ouvido interno é inervado pelo nervo vestibulococlear


que contém dois grupos de fibras:

- Parte vestibular: relaciona-se com o equilíbrio, inerva o sáculo, o utrículo e os


ductos semicirculares;
- Parte coclear: relaciona-se com a audição, está distribuída no Órgão de Corti
e provavalmente no sáculo.

60
Fisiologia da Audição

As ondas sonoras, interceptadas pelo pavilhão auditivo


externo, são conduzidas para o meato acústico externo e, ao chegarem no
tímpano, provocam a sua vibração.
As vibrações sonoras, ampliadas e transmitidas pelos
ossículos através da janela vestibular à perilinfa, propagam-se ao labirinto
membranoso e à endolinfa, que estimula no ducto coclear o Órgão de Corti.
Desses receptores auditivos partem as fibras nervosas cocleares em direção
ao cérebro, levando os impulsos nervosos gerados pelas ondas sonoras.

Fisiologia do Equilíbrio

O sáculo, o utrículo e os ductos semicirculares possuem


no seu interior a endolinfa e os receptores sensoriais, e esse conjunto forma o
aparelho vestibular.
Durante a movimentação e alterações de postura da
cabeça, a enfolinfa se agita e estimula os receptores sensoriais, gerando
impulsos nervosos que são levados ao cerebelo através do nervo vestibular.
A manutenção do equilíbrio e da postura do indivíduo é
obtida através de informações recebidas do aparelho vestibular, dos órgãos da
visão e dos receptores localizados nos tendões e cápsulas articulares.
Do cerebelo partem impulsos que integram os arcos
reflexos relacionados com o equilíbrio do corpo e com algumas funções
viscerais. Exemplo: o enjôo durante a viagem de navio é devido a um aumento
da excitabilidade do aparelho vestibular.

ÓRGÃOS DOS SENTIDOS

O ser humano possui cinco órgãos dos sentidos e está


em contato com o meio ambiente através do tato, olfato, gustação, visão e
audição.
Os órgãos dos sentidos levam informações do meio
para o sistema nervoso e, dessa forma, contribuem para a manutenção do
perfeito funcionamento do organismo.

Em cada órgão do sentido há três elementos nervosos:

- Receptor externo: recebe a impressão sensitiva na periferia do organismo;


- Transmissor: transporta essas impressões através de fibras nervosas;
- Receptor interno (cérebro): recebe do transmissor as impressões colhidas e
as transforma em sensações.

TATO
Permite reconhecer a forma, a superfície, as dimensões
e a temperatura dos objetos. Existem na pele pontos sensitivos (receptores
nervosos táteis) bem determinados para os diversos tipos de sensação.

61
O ser humano desenvolve o sentido do tato através:

- Das terminações nervosas livres: encontradas em todas as partes do corpo,


têm como função detectar a dor, as sensações táteis grosseiras, o calor e o
frio;
- Dos corpúsculos: receptores que definem as sensações de tato e pressão.
Encontram-se, principalmente na pele, os corpúsculos de Meissner, Krause,
Vater-Paccini e Ruffini.

OLFATO

A membrana olfatória localiza-se na parte alta do nariz e


possui milhões de células receptoras para perceber os odores das substâncias.
As substâncias devem ser voláteis para atravessar o
muco nasal e impressionar as células olfativas. Essas impressões colhidas são
transportadas pelo nervo olfatório até o cérebro.

GUSTAÇÃO

Existem quatro sensações gustativas primárias: amargo,


azedo, doce e salgado; mas um indivíduo pode perceber vários sabores
diferentes em decorrência da combinação das quatro sensações primárias e da
interligação com o sentido do olfato.
Os receptores gustativos distribuem-se pela língua na
forma de papilas filiformes, fungiformes, folhadas e valadas. Essas papilas
colhem as impressões gustativas das substâncias dissolvidas na saliva que são
transportadas pelos ramos, dos nervos glossofaríngeo e facial até o cérebro.

62
SISTEMA NERVOSO

O CÉREBRO

O cérebro é constituído de uma camada externa


(também chamada de substância cinzenta) onde estão os neurônios, e uma
camada interna (substância branca) onde estão as fibras nervosas e o tecido
de sustentação do cérebro. O cérebro é dividido em três áreas importantes: o
cérebro, o tronco cerebral e o cerebelo.
O cérebro pode também se dividir de acordo com sua
posição na caixa craniana, neste caso temos os lobos frontal, parietal, temporal
e occipital.
O reconhecimento destas áreas é importante,
principalmente, em traumas e acidentes vasculares, pois po de comprometer
qualquer área do cérebro que tem reflexo nas funções vitais do organismo.

63
MEDULA ESPINHAL

A medula espinhal estende-se desde a base do crânio


até a primeira vértebra lombar. Assim como o cérebro, a medula espinhal
consiste nas substâncias cinza e branca, porém na medula espinhal, a
substância cinzenta esta no centro, sendo circundada pela substância branca.
A medula espinhal é protegida por camadas, também
chamadas meninges, são elas: duramáter, aracnóide e pia-máter.
A função neurológica tem forte impacto sobre o estilo de
vida dos seres humanos. É importante considerar as limitações impostas pelo
déficit neurológico resultante de lesões na medula espinhal, eles podem ser:
mentais, intelectuais, emocionais, perceptivos, motores, influenciar no conteúdo
do pensamento ou na capacidade de linguagem, e ainda, exigir um plano de
cuidados que irá suportar a adaptação do déficit neurológico como apoio ao
paciente de lesão medular.
O Sistema Nervoso permite ao organismo a
possibilidade de sentir o meio ambiente, a faculdade de nutrir-se e mover-se, e
no homem, é ele que preside os diferentes atos psíquicos. Constituído por um
tecido fundamental que é o tecido nervoso, o qual por sua vez, é formado de
células nervosas chamadas neurônios, que são a unidade anátoma –
fisiológica desse sistema.

64
O sistema nervosos desempenha três funções importantes:

- Função sensorial: transmite sinais das terminações nervosas sensoriais


periféricas por quase todas as partes da medula espinhal, do tronco cerebral,
do cerebelo e do córtex.
- Função Integrativa: que analisa a informação sensorial, e armazena na
memória para uso futuro.
- Função motora: conduz sinais neurais, com origem em todas as áreas
centrais do sistema nervoso para os músculos e glândulas de todo o corpo.

Principais divisões do Sistema Nervoso:


1- SISTEMA NERVOSO CENTRAL
a) Encéfalo
Cérebro.
Cerebelo.
Tronco encefálico
b) Medula Espinhal

2 – SISTEMA NERVO PERIFÉRICO


a) Nervos raquidianos: 31 pares
b) Nervos cranianos: 12 pares

3 – SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO


a) Sistema Nervoso Periférico
b) Sistema Nervoso Parassimpático.

Neurônio

Os neurônios são os elementos básicos do sistema


nervoso. Em certas regiões do sistema nervoso central formam a substância
cinzenta, mas também estão presentes, em menor número, na substância

65
branca. Fora do sistema nervoso central, encontram-se nos nervos espinhais e
nos nervos cranianos.
Cada neurônio caracteriza-se por ter um corpo e, pelo
menos um prolongamento muito longo chamado axônio. Outros neurônios
possuem, para além do axônio, prolongamentos múltiplos, chamados dentritos,
que servem para os inter-relacionar com os outros neurônios.

Sinapses:

Próximos a seus terminais, os axônios ramificam-se


intensamente, na extremidade de cada uma dessas ramificações existe uma
terminação neural especializada, que no SNC é chamada de botão simpático,
que fica situado sobre a superfície da membrana de um dentrito ou do corpo
celular de outro neurônio.
Esse ponto de contato entre o botão simpático e a
membrana neuronal é a sinapse. É através das sinapses que os sinais são
transmitidos de um neurônio a outro; através da liberação de pequena
quantidade de um hormônio, chamado de substância transmissora.

Meninges:
O encéfalo e a medula espinhal, são envolvidos e
protegidos por camadas de tecido não nervoso chamadas, em conjunto,
meninges. Essas camadas, que, de fora pra dentro são:

- Dura-mater: externa, é a mais espessa, faz ligação com a parede óssea.


- Aracnóide: média, é muito fina e recebe o nome de aracnóide, por
assemelhar-se a uma teia de aranha.
- Pia-mater: interna, relaciona-se com órgãos nervosos, alimentando-os.

66
As meninges, além da proteção ao SNC também
fornecem nutrientes para as células nervosas. O líquido cérebro-espinhal é
límpido e claro e enche o sistema ventricular encefálico e as cavidades
subaracnóides. Sua principal função é servir de líquido amortecedor dos
possíveis traumatismos que possa sofrer o encéfalo e a medula espinhal.

ENCÉFALO

É a parte do sistema nervoso central que está localizada


dentro da cavidade craniana. Fazem parte dele o cérebro, o cerebelo,
mesencéfalo, a protuberância ou ponte e a medula oblonga.

Cérebro:

É o órgão volumoso, viso de cima tem o aspecto de uma


castanha (nozes); ocupa quase que totalmente o crânio. Está dividido em
hemisférios cerebrais direito e esquerdo, cuja comunicação realiza-se pelo
corpo caloso, que assegura a troca de impulsos entre os dois hemisférios.
Cada hemisfério possui na sua camada central substância branca e na periferia
(córtex cerebral), substância cinzenta.

Pode dividir-se o cérebro em áreas específicas para cada função:

- Área de movimentação voluntária e de planejamento da atividade muscular –


região frontal;
- Área sensitiva, que está relacionada com a sensibilidade geral – várias
regiões do cérebro.
- Área auditiva – lobos temporais.
- Área visual – lobos occipitais.
- Área de processos intelectuais e de pensamento como memória,
concentração, raciocínio, linguagem, comportamento moral, etc.

Cerebelo:

É um órgão volumoso, ímpar e mediano, dorsal em


relação à ponte e a medula oblonga. Consta de um lobo médio ou vérmis
(verme), ao qual estão encostados simétrica e bilateralmente dois hemisférios
cerebelares. Em corte sagital o cerebelo par ece uma borboleta com as asas
abertas. Tem função muito importante: regular as atividades motoras.

67
Mesencéfalo:

Situa-se logo abaixo do cérebro, com o qual se


comunica através dos pedúnculos cerebrais. No mesencéfalo encontram-se o
núcleo (grupo de neurônio) do III par craniano, nervo oculomotor, e o rubro,
importante nos movimentos voluntários dos membros.

Ponte:

Tem uma forma arredondada, volumosa e situa-se por


cima da medula oblonga. No seu interior estão contidas massas de substância
cinzenta, que são os núcleos de origem de alguns nervos cranianos. Mediante
estes núcleos, a ponte regula os movimentos faciais e os mastigadores e
recebe sensações da região oral. Controla também as primeiras fases da
respiração.

Medula Oblonga:

Tem a forma de um tronco de cone aplanado no sentido


antero posterior. Apresenta uma porção cervical relacionada com o atlas e
outra porção intracraniana que se apóia sobre o occipital. No seu interior
existem vários núcleos dos nervos cranianos. A medula oblonga faz a ligação
de centro nervosos de diferentes partes do sistema nervoso central com o
cerebelo e com a medula espinhal, formando circuitos indispensáveis para o
controle e regulação dos aparelhos cardiovasculares, respiratório e digestório.

Medula Espinhal:

Encontra-se dentro do canal vertebral, rodeada pelas


meninges. Continua-se acima pela medula oblonga, e termina embaixo, ao
nível da segunda vértebra lombar. O seu comprimento varia, obviamente, em
função da altura do indivíduo. Os nervos espinhais (ou raquidianos) nascem da
medula espinhal dentro do canal medular e saem através de aberturas
(forames) intervertebrais.
São 31 pares de nervos espinhais assim distribuídos: 8
cervicais; 12 torácicos; 5 lombares; 5 sacrais; 1 coccígeo. Todas as raízes
nervosas que saem pela face anterior da medula são motoras, e as posteriores,
sensitivas.
Dos gânglios provêm as fibras que conduzem os
estímulos da periferia até a medula, de onde são transmitidos ao encéfalo. As
ordens motoras emitidas pelo encéfalo, chegam à periferia do corpo através da
raiz motora.
Por outro lado a medula funciona como centro nervoso.
A substância cinzenta muitas vezes recebe estímulos sensitivos e, em vez de
levá-los ao cérebro, produz resposta motora. Portanto a medula possui duas
funções: condução de estímulos nervosos e centro nervoso.

68
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

Este sistema é formado pela transmissão dos estímulos


do corpo ao cérebro, e vice-versa, é formado pelas fibras motoras e sensitivas
dos nervos cranianos e espinhais, e também os gânglios sensitivos.
O sistema nervoso periférico é composto por 12 pares
de nervos cranianos e 31 pares de nervos raquidianos.

Os 12 pares de nervos cranianos saem do encéfalo, e


dividem em nervos sensitivos, motores e mistos, inervam principalmente os
órgãos da cabeça e do pescoço.

- Sensitivo: conduz ao encéfalo as impressões sensitivas captadas na periferia


do corpo através dos órgãos dos sentidos;
- Motor: conduzem até a periferia do corpo as ordens de movimento elaboradas
pelo cérebro.
- Mistos: tem função dupla: motora e sensitiva.
v
São 31 pares de nervos espinhais ou raquidianos, que
mantém conexão com a medula; são formados pela fusão das raízes motoras e
sensitivas da medula que saem da coluna vertebral através dos canais ósseos.
Os nervos espinhais são sempre mistos, ou seja, formados pôr fibras sensitivas
e motoras.

Os nervos espinhais são divididos em: 8 cervicais; 12


torácicos; 5 lombares; 5 sacrais e 1 coccígeno.
Os nervos espinhais formam plexos, que é a junção de
vários nevos. Assim temos:

- Plexo cervical: são nervos destinados principalmente à pele; músculos do


pescoço e o nervo frênico que vai enervar o músculo diafragma.
- Plexo braquial: inervam o ombro e parte da parede torácica.
- Plexo lombossacral: os ramos ventrais dos nervos lombares (L2 e L4) são
frequentemente descritos como formadores do plexo lombar.

O plexo sacral apresenta 12 ramos, 5 estão distribuídos


à pelve, dos sete restantes, auxiliam na inervação das nádegas e membros
inferiores.

SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

O sistema nervoso autônomo também é chamado


sistema neurovegetativo ou sistema vegetativo. Esse sistema controla a maior
parte das funções inconscientes do organismo; como pressão arterial, a
freqüência cardíaca, o peristaltismo digestivo, a secreção das glândulas
digestivas, a dilatação das pupilas, essas funções na sua maioria, são
realizadas em coordenação com o SNC, e em especial com o hipotálamo.

69
SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO

É constituído por duas cadeias de gânglios de cada lado


da coluna vertebral. Da medula saem fibras nervosas que chegam aos ditos
gânglios, e destes saem os neurônios pós-ganglionares que se dirigem aos
diferentes órgãos ou glândulas.
O sistema simpático tem ação específica sobre o
organismo que em condições de normalidade, aumenta o metabolismo
cerebral, a tensão arterial (vasoconstrição), a freqüência cardíaca e a sudação.
Provoca a bronco-dilatação e a midríase (dilatação da pupila), e estimula as
glândulas supra-renais para que libertem adrenalina e noradrenalina,
substância que mantêm o sistema. Trata-se de sistemas de alerta, que se
desencadeia massivamente em caso de luta ou stress.

SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO

Tem seus centros no tronco encefálico, portanto o


parassimpático está ligado ao SNC através dos nervos cranianos e também a
última porção da coluna vertebral.
A sua ação é completamente oposta à do simpático. É
portanto, um sistema que o organismo utiliza em situação de repouso e de
relaxamento.

SISTEMA ENDÓCRINO

Chamam-se glândulas de secreção interna ou glândulas


endócrinas os órgãos que secretam substâncias específicas, os hormônios,
que se destinam diretamente ao meio interno e que intervêm no metabolismo
em outros processos corporais.

Os hormônios desempenham as seguintes funções:

Metabólicas: controlam a velocidades das reações químicas das células.


Morfogenéticas: regulam o crescimento e desenvolvimento do indivíduo ou de
determinados órgãos.
Equilíbrio Endócrino: existe uma inter-relação de todas as glândulas. Quando o
nível da tireóide está baixo, a hipófise secreta um hormônio que estimula a
tireóide.
Sexuais e reprodutivas: estimulam ou inibem o desenvolvimento dos caracteres
sexuais.

Tireóide:

70
É um órgão ímpar situado na região anterior e inferior
do pescoço, envolvendo parcialmente o canal laringo-traqueal. Possui a forma
de “H” maiúsculo, com os dois lados unidos por um istmo. Secreta diferentes
hormônios, entre eles a tiroxina, que determina um aumento das funções vitais
e do metabolismo em geral. Quando há falta de produção do hormônio ocorre o
hipotireoidismo e quando a produção é em excesso temos o hipertireoidismo.

- Hipotireoidismo: a pessoa torna-se letárgica, dorme 12 a 15 horas por dia,


suas reações mentais são muito lentas e, muitas vezes fica muito gorda.
- Hipertireoidismo: a pessoa perde peso, sofre de diarréia e torna-se muito
nervosa. Ainda pode apresentar tecidos hipertrofiados e edematosos, por trás
dos globos oculares causando a exoftalmia.

Bócio:
É o crescimento exagerado da glândula tireóide que
pode ocorrer no hipo ou no hipertireoidismo. É comum em regiões do mundo
onde o alimento contém quantidades muito pequenas de iodo, não estimulando
a produção da tiroxina. Atualmente é adicionada uma pequena quantidade de
iodo à maioria das marcas de sal de cozinha.

Paratireóides:

São pequenas formações arredondadas e encontra-se


intimamente ligadas à face posterior dos lobos da tireóide. Secretam o
paratormônio que intervém na regulação do metabolismo fosfocálcico.

Quando a concentração dos íons de cálcio fica


reduzida, a pessoa apresenta a tetania e pode morrer por espasmos de seus
músculos respiratórios. Já quando a concentração de cálcio fica aumentada,
surgem perturbações graves tanto cardíacas como mentais.

Timo:

71
É um órgão linfóide situado na parte antero-posterior do
mediastino, que atinge o seu peso máximo na puberdade e posteriormente
evolui. Intervém ativamente durante o princípio da vida no desenvolvimento das
funções imunológicas. Segrega timosina, timina e tomopoietina.

Pâncreas:

O pâncreas é formado por dois tipos de tecidos, os


ácinos que secretam suco digestivo para o lúmen intestinal, e as ilhotas de
Langerhans, que secretam o hormônio que é lançado na corrente sanguínea,
portanto o pâncreas é uma glândula mista.
As ilhotas de Langerhans são formadas por células alfa
e beta.
Células alfa produzem o hormônio glucagon, que
aumenta o teor sanguíneo de glicose.
Células beta produzem a insulina que diminui o teor de
glicose circulante.
Os dois hormônios contribuem para o aumento da
disponibilidade de glicose para a utilização das células.
Quando ocorre a diminuição ou falta de produção de
insulina, ocorre uma doença chamada de Diabetes Mellitus, que é causada
pela degeneração ou inativação das células betas que podem ocorrer por
diversas circunstâncias.

72
Então, o pâncreas é um órgão que contém dois tipos
básicos de tecidos: os ácinos, produtores de enzimas digestivas, e as ilhotas,
produtoras de hormônios. Ele secreta as enzimas digestivas ao duodeno e
hormônios à corrente sanguínea, que são liberadas das células dos ácinos e
chegam ao ducto pancreático por vários canais. O ducto pancreático principal
une-se ao ducto biliar comum no esfíncter de Oddi, onde ambos drenam para o
interior do duodeno.
As enzimas secretadas pelo pâncreas digerem
proteínas, carboidratos e gorduras. E as enzimas proteolíticas, quebram as
proteínas em uma forma que o organismo possa utilizar, são secretadas em
uma forma inativa, elas são ativadas somente quando atingem o trato digestivo.
O pâncreas também secreta grandes quantidades de
bicarbonato de sódio, que protege o duodeno neutralizando o ácido oriundo do
estômago. Também secreta o suco pancreático que contém enzimas que
intervêm na hidrolização de proteínas, gorduras, ácidos nucléico e
carboidratos; e secreta insulina e glucagon que verte na corrente sanguínea e é
independente do suco pancreático que intervém na digestão.
Os três hormônios produzidos pelo pâncreas são a
insulina, que reduz o nível de açúcar (glicose) no sangue; o glucagon, que
eleva o nível de açúcar no sangue; e a somatostatina, que impede a liberação
dos dois outros hormônios. O pâncreas é uma glândula mista: exócrina e
endócrina. A porção exócrina (secreta suco pancreático), produz muitas das
enzimas digestivas necessárias à função gastrointestinal. A porção endócrina
(secreta insulina) compreende ilhas distintas de células, chamadas ilhotas de
Langerhans.
As ilhotas de Langerhans produzem um hormônio: a
insulina, da qual a função é permitir a utilização dos açucares por parte dos
tecidos e em particular dos músculos, para cuja atividade o açúcar é
fundamental. Quando acontece faltar insulina, os açucares não podem ser
utilizados pelos músculos e ficam no sangue, aí ocorre uma doença chamada
diabetes. Esta moléstia é causada, na verdade, pela hiperglicemia, isto é, pela
presença no sangue dos açucares em proporção superior à normal.
Aumentando o açúcar no sangue, a um certo ponto, o rim não consegue mais
reter esse açúcar, que passa, em grande quantidade através dos glomérulos e
aparece, portanto, na urina.
Estrutura do Pâncreas:
A estrutura do pâncreas assemelha-se à das glândulas
salivares, diferente apenas em certas particularidades e na sua textura, mais
solta e suave. O pâncreas tem mais ou menos 12,5 a 15 centímetros de
comprimentos e tem a forma de uma pêra achatada. Pesa mais ou menos 100
gramas, e tem 04 centímetros de altura e 02 centímetros de espessura. A parte
mais larga do pâncreas é a cabeça, que se curva sobre sim mesma e situa-se

73
na concavidade da alça duodenal e secção intermédia é o corpo, que se
estende através da parede do abdômen e cruza transversalmente os grandes
vasos e o rim esquerdo, e a parte mais fina é a cauda, que entra em contato
com o baço. Produz diariamente 1200-1500ml de suco pancreático. O
pâncreas tem cor amarelada e levemente rosada.
Localizado posteriormente ao estômago na região
superior e posterior do abdômen logo à frente da coluna vertebral (espinha
dorsal). O pâncreas está rodeado pelo fígado, intestino e outros órgãos, no
lado esquerdo do corpo. Seu formato é parecido com o de um girino, com uma
cabeça e uma cauda longa. A cabeça é achatada no intestino, dentro do qual o
estômago esvazia os alimentos parcialmente digeridos. O pâncreas também é
conectado ao fígado e ao intestino.
O pâncreas é subdividido em pequenos lobos, com
ductos que penetram em ductos principais. Adiante com o ducto biliar, o ducto
pancreático penetra no intestino delgado para liberar a secreção através de um
pequeno orifício na parede da segunda porção do duodeno chamada de papila
duodenal maior (que também recebe bile). Sendo suas funções: dissolver
carboidrato (amilase pancreática); proteínas (tripsina, quimotripsina,
carboxipeptidase e elastase); triglicerídeos nos adultos (lipase pancreática) e
ácido nucléico (ribonuclease e desoxirribonuclease).
O Pâncreas produz químicos chamados enzimas. Estas
são essenciais á digestão dos alimentos, pois os quebra em partículas bem
pequenas, o que facilita a absorção pelo organismo. As enzimas são
produzidas em pequenas glândulas no pâncreas e, depois circulam pelo órgão
dentro da primeira parte do intestino. Os sucos digestivos produzidos no
pâncreas não são ativos até que tenham alcançado o intestino. As principais
enzimas produzidas são a amilase, importante na digestão dos carboidratos
(alimentos, como pão e batatas), a tripsina, que digere proteína (desde carne,
queijo, leite e legumes, como grãos) e a lipase, que digere a gordura.

Pâncreas Exócrino: o pâncreas exócrino secreta enzimas digestivas, reunidas


em estruturas denominadas ácinos. Os ácinos pancreáticos estão ligados
através de finos condutos, por onde sua secreção é levada até um condutor
maior, que desemboca no duodeno, durante a digestão. Produz o suco
pancreático, que contém enzimas digestivas: protease (para digestão das
proteínas), lipase ( para digestão de lipídeos), amilase pancreática (para
digestão do amido), nucleasse (para a digestão dos ácidos nucléicos).
O suco pancreático é rico em íons bicarbonato. Estes
ions têm como função diminuir a acidez do Quimo, que vem do estômago,
tornando-o alcalino (pH8,0). Os íons fazem que o pH passe de 2,0 (ácido) para
8,0 (alcalino).
O suco pancreático é liberado através das ações dos
hormônios secretina e colecistocinina e sua liberação é feita pela papila maior
que está situada na porção descendente do duodeno. O principal desse canais
é o de Wirsung.
A secreção do suco pancreático obedece a um
mecanismo muito parecido com o da bile. Quando a massa de alimentos já
parcialmente transformada (quimo) chega ao duodeno, certas células do
intestino começam a secretar hormônios. As substâncias gordurosas provocam
a secreção de colecistoquinina, hormônio que passa para a corrente sanguínea

74
e, ao chegar ao fígado, estimula a secreção da bile. Processo semelhante
ocorre com o pâncreas, substâncias ácidas provocam no duodeno (e também
no jejuno) a secreção de um hormônio chamado secretina, que também vai
estimular a produção de suco pancreático, quando chegar aos ácidos do
pâncreas, através da corrente sanguínea.

Pâncreas Endócrino: Secreta os hormônios insulina (quando não é produzida


em quantidade suficiente, dá origem a diabetes) e glucagon (hormônio com a
regulação dos níveis de açúcar no sangue), reunidas em estruturas
denominadas Ilhotas de Langerhans, cujas células beta secretam a insulina e
as células alfa secretam o glucagon. Os hormônio produzidos nas ilhotas de
Langerhans caem diretamente nos vasos sanguíneos pancreáticos. O
“cansaço” crônico destas células leva ao aparecimento da diabetes no
pâncreas.
Insulina: É um hormônio que interfere no metabolismo dos açucares
(carboidratos), controlando o nível de glicose no sangue, secretada pelas
células beta das ilhotas de Langerhans do Pâncreas. Controla a produção de
glicogênio pelo fígado e estimula o consumo de glicose pelos tecidos,
aumentando a permeabilidade através das membranas celulares a esta
substância.
Quando a concentração de glicose é inferior a 50Mu/Ml,
a célula beta para de liberar insulina para que o pouco de glicose não seja
captado pelos tecidos insulino-dependente mas pelos independentes como
cérebro e rins. Se a concentração de glicose é superior a 50 um/mL, aumenta a
secreção de insulina até acabarem seus estoques.
Glucagon: Possui uma ação antagônica à insulina, fazendo aumentar a
glicemia. Estimula a gliconeogenese no fígado e a liberação de glicose no
sangue. A secreção é controlada pelo nível de glicose sanguínea. A queda do
nível de glicose determina a liberação de Glucagon que, por sua atividade,
restabelece a glicemia normal. O Glucagon é secretado pelas células alfa das
ilhotas de Langerhans do pâncreas. O aumento do glucagon ocorre pelos
mesmos fatores que aumentam a insulina para evitar hipoglicemia severa após
a refeição. Há secreção de glucagon simultaneamente à de insulina. A p
rodução, secreção e metabolização é semelhante a insulina.
Somatostatina: A somatostatina é um hormônio protéico produzido pelas
células delta do pâncreas, em lugares denominados Ilhotas de Langerhans.
Suas principais ações são:
- Inibir a secreção de insulina e glucagon (inibe o efeito prolongado hipo ou
hiperglicemiante);
- Absorção de glicose;
- Secreção pancreática;
- Fluxo sanguíneo;
- Secreção de gastrina , CCK, VIP, GIP e secretina;
- Secreção de HCl;
- Esvaziamento gástrico;
- Inibe a absorção de carboidratos e aminoácidos por fornecer sensação de
saciedade;

Hipotálamo:

75
É a parte encefálica mais importante para o controle das
funções vegetativas do corpo, está localizado na base do encéfalo, abaixo do
tálamo.
O hipotálamo é um centro de coordenação para o
controle motor da atividade visceral, entre suas múltiplas funções temos:

 A regulação da temperatura corporal;


 Regulação do sistema cardiovascular;
 Regulação da água corporal – controle da sede;
 Regulação da alimentação (centro da fome);
 Controle da excitação e da raiva;
 Controle da secreção de quase todos os hormônios hipofisários;

Apesar de cada glândula endócrina funcionar


independente das outras, elas também não são auto-suficientes pois a maior
parte delas age sob o controle da hipófise que por sua vez é coordenada pelo
hipotálamo.

O hipotálamo produz hormônio como:

- ADH _ hormônio antidiurético, que interfere na produção da urina e adere nos


vasos sanguíneos contraindo-se e aumentando a pressão arterial.
- Ocitocina _ que provoca contração uterina.
- Vasopressina_ que intervém na regulação arterial.

Hipófise:

É um órgão ímpar, situado na base do cérebro.


Encontra-se suspensa do cérebro pela haste hipofisiária que liga ao
hipotálamo. É constituída por dois lóbulos.

Adeno-hipófise ou lóbulo anterior: secreta um grande


número de hormônios, entre os quais mencionamos:

- Hormônio de crescimento;
- Tireotrótico: controla o funcionamento da tireóide.
- Hormônio folículo-estimulante: interfere no amadurecimento do folículo de
Graaf e dos espermatozóides.
- Prolactina: estimula a secreção de leite pela glândula mamária.
- Gonadotrófico: intervém no desenvolvimento das gônadas.

76
Neuro-Hipófise ou lóbulo posterior: tem uma função de depósito ou reservatório
de hormônios sintetizados no hipotálamo.

Glândulas Supra-renais:

Estão localizadas sobre os rins, no pólo craniano


destes. Têm a forma de um gorro. Na sua constituição distinguem-se duas
zonas: o córtex e a medula.

Córtex: sob o controle do hormônio hipofisário corticotrófico, elabora os


hormônios:
a) Mineralocorticóides: que participam na regulação do equilíbrio de eletrólitos
e água.
b) Glicocorticóides: que participam dos mecanismos de controle das proteínas,
das gorduras e dos carboidratos, sendo o mais importante desses hormônios o
cortisol (hidrocortisona) que atua nos processos alérgicos e anti-inflamatórios.
c) Androgênicos: que produzem efeitos masculinizantes sobre o corpo, e que
se forem fabricados em grandes quantidades poderão causar efeitos
masculizantes em pessoas do sexo feminino ou a fabricação de estrogênio em
excesso que poderá causar a feminilização masculina.

Diabetes:

O diabetes é uma doença muito séria, que atinge cerca


de 5 milhões de pessoas só no Brasil (cerca de 8% da população adulta).
Caracteriza-se pela diminuição ou ausência de insulina na corrente sanguínea,
levando a uma diminuição de glicose dentro da célula.
A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, cuja
função principal é, em conjunto com outras substâncias, facilitar a entrada de
glicose nas células. Sem glicose, a célula não produz corretamente a energia
suficiente para o desempenho de suas funções.
A insulina é uma proteína de alto peso molecular. Se
administrada por via oral, como todas as proteínas, será quebrada em
partículas menores, os aminoácidos. Estes, uma vez na corrente sanguínea,
não formam novamente a insulina. Assim sendo, não podemos administrar
insulina por via oral, somente injetável.

Os sintomas mais comuns são:

- Sede excessiva;
- Urina abundante;
- Perda de peso;
- Falta de energia, cansaço;
- Feridas que não cicatrizam;
- Alterações visuais;
- Perda de consciência.

77
Para se ter certeza do diagnóstico, é necessário realizar
um exame de sangue, onde se faz um teste de glicemia.

Basicamente ocorrem dois tipos de diabetes:

- Diabetes mellitus insulino-dependente, ou diabetes tipo I, diabetes juvenil.


- Diabetes mellitus não-insulino-dependente, ou diabetes do adulto.

DIABETES TIPO I

Estes pacientes apresentam um quadro de pouca ou


nenhuma insulina no sangue. São pacientes que deverão fazer uso constante
de insulina.
O início da doença, geralmente ocorre na infância ou na
adolescência. As causas podem ser hereditariedade ou outros fatores que
levem à falta de insulina. O tratamento deve se feito com insulina injetável,
dieta e exercícios. A dieta visa regularizar o horário e o teor das refeições.

Os exercícios físicos:

- Melhoram a ação da insulina;


- Ajudam a diminuir a concentração de glicose no sangue;
- Auxiliam a combater a obesidade, e
- Previnem o aparecimento de problemas circulatórios.

As complicações mais comuns são a deficiências do


crescimento e desenvolvimento e problemas na gravidez. A longo prazo podem
ocorrer problemas nos pequenos vasos sanguíneos dos olhos, rins e nervos;
problemas nos grandes vasos do coração, cérebro e extremidades dos
membros.
A prevenção das complicações deve ser feita com o
conhecimento da doença, exercícios, dieta e tratamento adequado.

DIABETES TIPO II

É mais comum que o tipo I; ocorre normalmente no


adulto. Estes apresentam um nível mais baixo de insulina, porém não tão baixo
como o tipo I. Alguns pacientes podem progredir do tipo II para o tipo I.
O início da doença ocorre normalmente após os 40 anos.
As causas mais comuns são obesidade,
hereditariedade, resistência das células do corpo à ação da insulina e mau
funcionamento das células produtoras de insulina.
O tratamento deve ser feito com dieta, exercícios e,
algumas vezes, antidiabéticos orais. Em alguns casos, torna-se necessário o
uso de insulina.
As complicações mais comuns são problemas nos vasos do coração, cérebro e
extremidades dos membros. Também podem ocorrer problemas nos pequenos

78
vasos dos olhos, rins, pés e nos nervos. A prevenção das complicações se dá
pela perda de peso.

CONTROLE DE GLICEMIA

Glicemia é a taxa de glicose no sangue. Deve estar bem


controlada para que não haja complicações. Para tanto, são necessários,
principalmente.

- Dieta;
- Medicamentos;
- Exercícios;

Outros fatores podem colaborar no controle glicêmico:


- Equilíbrio emocional;
- Apoio familiar e social;
- Motivação pessoal;
- Disciplina e força de vontade.

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

Insulina
O Brasil dispõe dos mais avançados tipos de insulina.
Antigamente só se usava a insulina suína, porém hoje encontramos, também, a
insulina mista (suína e bovina) e a insulina humana.

De acordo com o tempo de duração, podemos


classificar as insulinas em:

- Insulina de curta duração, também chamada de regular ou simples,


identificada pela letra “R”;
- Insulina de ação intermediária, sendo apresentada em dois tipos, a NPH,
conhecida pela letra “N” e a insulina lenta, conhecida pela letra “L”.
- Insulina de longa duração ou ultralenta, conhecida pela letra “U”.
Apenas o médico pode determinar qual o tipo de
insulina e qual a dosagem a ser dada.
A aplicação de insulina deve ser feita com seringas próprias e
com técnica adequada.

HIPOGLICEMIANTES ORAIS

Os hipoglicemiantes são medicamentos que têm a função de


baixar os níveis de glicose. A glicose abaixando, a quantidade de insulina, que
era insuficiente, passa a ser suficiente. Portanto, não se trata de insulina oral.
Como já foi colocado no início, não existe insulina oral.
O esclarecimento da comunidade é fundamental. É preciso
vencer os preconceitos e não dificultar a vida dessas pessoas. É preciso
orientar, esclarecer. Esta doença, hoje, não é mais um bicho-de-sete-cabeças.

79
O paciente, seguindo rigorosamente as determinações médicas aumenta a sua
quantidade de vida e de integração na sociedade.

"Por vezes ajudo as pessoas a viver,


Por vezes ajudo-as a morrer...
Porém ajudo-as sempre,
Sou Enfermeira."

Peggy Anderson

" A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva,
um preparo tão rigoroso, como a obra de quaquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da
tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo - o templo de espírito de
Deus. É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes".

Florence Nighthingale

80

Você também pode gostar