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Vice-Reitoria da Área Académica

Curso de Licenciatura em Nutrição

Cadeira: Fisiologia Humana

Fisiologia do Sistema Cardiovascular

Discente: Tutor:
Imeldina da Conceição Carlos Mualeve dr.

Chimoio, Agosto de 2022


Vice-Reitoria da Área Académica
Curso de Licenciatura em Nutrição

Fisiologia do Sistema Cardiovascular

Trabalho de Campo da cadeira Fisiologia


Humana a ser submetido na Coordenação do
Curso de Licenciatura em Nutrição no ISCED,
1° ano.

Tutor:

Chimoio, Agosto de 2022


Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 1
1.1. Objectivos do Trabalho ....................................................................................................... 2
1.1.1. Objectivo Geral................................................................................................................. 2
1.1.2. Objectivos Específicos ..................................................................................................... 2
1.2. Metodologia do Trabalho .................................................................................................... 2
2. Análise e discussão ................................................................................................................. 3
2.1. Sistema circulatório ou cardiovascular ................................................................................ 3
2.1.1. Estrutura do sistema circulatório ...................................................................................... 3
2.1.2. Processo da circulação sanguínea, pressão sanguínea e resistência vascular ................... 4
2.2. Fisiologia cardíaca ............................................................................................................... 5
2.3. Fisiologia vascular (artérias, veias e capilares) ................................................................... 6
2.3.1. Papel dos vasos sanguíneos na circulação ........................................................................ 6
2.3.2. Agentes vasoconstritores e vasodilatadores ..................................................................... 7
2.4. Algumas Anomalias do sistema cardiovascular .................................................................. 8
3. Conclusão ............................................................................................................................... 9
4. Referências Bibliográficas .................................................................................................... 10
1. Introdução

O presente trabalho da cadeira de Fisiologia Humana aborda acerca da Fisiologia do Sistema


Cardiovascular. Assim, ao longo do seu desenvolvimento serão discutidos os seguintes
tópicos: estrutura do sistema circulatório, processo da circulação sanguínea, fisiologia
cardíaca, fisiologia vascular e algumas anomalias do sistema cardiovascular.
Por outro lado, refira-se que este trabalho encontra-se estruturado em quatro capítulos,
nomeadamente: introdução, Analise e discussão, Conclusão e Referencias Bibliográficas.

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1.1. Objectivos do Trabalho

1.1.1. Objectivo Geral


 Compreender a Fisiologia do Sistema Cardiovascular.

1.1.2. Objectivos Específicos


 Mencionar a importância do sistema circulatório;
 Descrever a estrutura do sistema circulatório;
 Explicar o processo de circulação sanguínea;
 Descrever a fisiologia cardíaca e vascular;
 Mencionar algumas anomalias do sistema cardiovascular.

1.2. Metodologia do Trabalho


A metodologia é o conjunto de métodos e técnicas utilizadas para a execução de uma
pesquisa. Entretanto para a execução deste trabalho recorreu-se ao método bibliográfico. No
âmbito deste método, fez-se a leitura de vários manuais que tratam sobre o tema em análise.

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2. Análise e discussão

2.1. Sistema circulatório ou cardiovascular


O sistema circulatório ou cardiovascular é responsável pelo transporte de nutrientes e
oxigénio para as diversas partes do corpo.

2.1.1. Estrutura do sistema circulatório


De acordo com Oliveira (2015) o aparelho circulatório é constituído pelo coração e pelos
vasos sanguíneos: artérias, veias e capilares (vide a figura 1).

Figura1: Aparelho circulatório do Homem

O coração é um músculo, situado na caixa torácica, entre os pulmões. O seu tamanho é


semelhante ao de um punho fechado e pesa em média, cerca de 300g. Possui duas metades,
direita e esquerda, cada uma subdividida em duas cavidades – uma superior – a aurícula – e
uma inferior – o ventrículo. Ou seja, o coração tem quatro cavidades – as aurículas, direita e
esquerda – os ventrículos, direito e esquerdo, como mostra a figura 2. O lado esquerdo do
coração está separado do lado direito por uma parede muscular, que impede a comunicação
entre os dois lados e permite apenas a comunicação entre a aurícula e o ventrículo do mesmo
lado. Essa comunicação é feita através de válvulas.

Figura 2: principais partes do coração.


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As artérias são vasos cujas paredes são espessas, musculosas e o seu diâmetro interior é
inferior ao das veias.

As veias têm o diâmetro interior maior do que as artérias porque são menos musculosas, ou
seja, as suas paredes são menos espessas. Em algumas veias, especialmente nas veias situadas
abaixo do coração existem válvulas.

Os capilares são vasos circulatórios muito finos que se espalham por todo o corpo.

2.1.2. Processo da circulação sanguínea, pressão sanguínea e resistência vascular

Durante a circulação, o sangue realiza duas viagens: uma curta, entre o coração e os pulmões
– a pequena circulação ou circulação pulmonar – e uma longa, entre o coração e todo o resto
do corpo – a grande circulação ou circulação sistémica (Cuacuria, 2019).

Assim, os movimentos de relaxamento ou diástole cardíaca proporcionam o aumento de


volume do coração enquanto este se enche de sangue. Considera-se a pressão sistólica normal
no valor de 120 mmHg e a diastólica no valor de 80 mmHg. A hipertensão é caracterizada por
um valor sistólico igual ou superior a 140 mmHg e uma pressão diastólica igual ou superior a
90 mmHg.
As diferenças de pressão sanguínea fazem o sangue deslocar-se das regiões de alta pressão
para as de baixa pressão. A circulação pulmonar ocorre a partir das artérias pulmonares direita
e esquerda, resultantes do tronco pulmonar, que levam o sangue venoso do ventrículo direito
aos pulmões.

Nos pulmões, as artérias se ramificam até formar uma rede de capilares onde ocorre a
hematose ou substituição de gás carbónico por oxigénio no sangue. O sangue oxigenado
retorna ao coração pelas veias pulmonares desembocando no átrio esquerdo. Do átrio
esquerdo, o sangue passa para o ventrículo esquerdo e é ejectado pela aorta para a circulação
sistémica.
A aorta inicia uma série de ramificações que formam as grandes artérias, as artérias de médio
e pequeno calibre, as arteríolas e os capilares. Do coração aos capilares o sangue vai perdendo
pressão ao se deparar com os diversos factores que determinam a resistência vascular.

Entre os principais factores que determinam a resistência vascular estão a diminuição do


calibre dos vasos e as alterações de trajecto, além das ramificações que aumentam a área a ser
percorrida pelo sangue. Nos capilares, o sangue realiza as trocas de substâncias com os
tecidos necessários à manutenção da homeostasia interna do organismo.
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O fluxo sanguíneo para os tecidos é controlado de acordo com as necessidades dos tecidos. A
quantidade de sangue bombeada pelo coração num determinado período de tempo constitui o
débito cardíaco. O débito cardíaco é controlado pela totalidade de fluxos locais dos tecidos.
Num indivíduo adulto normal o débito cardíaco oscila em torno de 5 litros por minuto.

2.2. Fisiologia cardíaca

Segundo Cuacuria (2019), “o coração consiste em duas bombas separadas: um coração direito
que bombeia o sangue através dos pulmões e um coração esquerdo que bombeia o sangue
através dos órgãos periféricos” (p.47).

O átrio funciona principalmente como uma bomba fraca, que auxilia a impulsionar o sangue
para o ventrículo. O ventrículo, por sua vez, fornece a principal força para propelir o sangue
através das circulações pulmonar e periférica.

O músculo cardíaco é estriado, da mesma forma que o músculo-esquelético típico. Os discos


intercalares são membranas que separam as células musculares cardíacas umas das outras. Ou
seja, as fibras musculares cardíacas são formadas por muitas células individuais conectadas
em série entre si. A resistência eléctrica através dos discos intercalares é somente 1/400 da
resistência através da membrana externa da fibra muscular cardíaca.

As membranas celulares se fundem de tal maneira que se formam junções comunicantes


“gapjunctions” muito permeáveis, as quais permitem a difusão relativamente livre de iões. O
músculo cardíaco é um sincício de muitas células musculares cardíacas, no qual as células
cardíacas são tão interconectadas que, quando uma dessas células é estimulada, o potencial de
acção se propaga para todas as outras, transmitindo-se de célula em célula e também
propagando-se através da rede de inter conexões.

O coração é formado por dois sincícios distintos: osincício atrial e o sincício ventricular.
Normalmente, os potenciais de acção podem ser conduzidos do sincício atrial para o sincício
ventricular somente por meio de um sistema de condução especializado, o feixe
atrioventricular. Os eventos cardíacos que ocorrem desde o início de um batimento cardíaco
até o início do batimento seguinte denominam-se ciclo cardíaco.

Cada ciclo começa pela geração espontânea de um potencial de acção no nodo sinusal. O
ciclo cardíaco consiste em um período de relaxamento denominado diástole, durante o qual o
coração se enche de sangue, seguido por um período de contracção denominado sístole. O
sangue normalmente flui das grandes veias para os átrios; aproximadamente 75% do sangue
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fluem directamente dos átrios para os ventrículos antes mesmo que os átrios se contraiam. A
contracção atrial provoca um enchimento adicional dos ventrículos de cerca de 25%.

Bulhas Cardíacas: A primeira bulha está relacionada com o fechamento das valvas tricúspide
e mitral e com a abertura das valvas aórtica e pulmonar. A segunda bulha ocorre no momento
em que se fecham as valvas aórtica e pulmonar. Após a segunda bulha, 75% do sangue atrial
desce passivamente para os ventrículos e causam a terceira bulha ao bater na parede
ventricular. A quarta bulha ocorre devido à contracção atrial que impulsiona os 25% restantes
de sangue para os ventrículos.

Quando há desdobramento da segunda bulha, a valva aórtica fecha antes que a pulmonar.

A energia química para a contracção cardíaca é derivada principalmente do metabolismo


oxidativo de ácidos graxos.

Portanto, a intensidade do consumo de oxigénio pelo coração é excelente indicador da energia


química liberada enquanto o coração realiza seu trabalho.

A capacidade intrínseca do coração de se adaptar aos diferentes volumes de sangue que fluem
para o seu interior é denominada mecanismo de Frank-Starling do coração. A eficiência do
bombeamento cardíaco é muito controlada pelos nervos simpáticos e parassimpáticos (vagos),
que suprem com abundância o coração. A quantidade de sangue bombeada pelo coração a
cada minuto constitui o débito cardíaco.

A excitação do coração é feita pelos nervos simpáticos e a diminuição dos batimentos


cardíacos ocorre devido ao estímulo parassimpático (vagal).

2.3. Fisiologia vascular (artérias, veias e capilares)

2.3.1. Papel dos vasos sanguíneos na circulação

Na circulação sanguínea, o coração lança o sangue a pressões elevadas, por meio das artérias,
e este é transportado até chegar ao nível de capilares, onde ocorrem as trocas de substâncias.
O leito capilar é drenado por elementos venosos, que fazem com que o sangue retorne ao
coração.

As paredes das arteriais oferecem maior resistência ao fluxo sanguíneo, fazendo com que,
mesmo quando não contêm sangue, mantenham-se na forma tubular. A elasticidade das
artérias auxilia o bombeamento propulsor do coração a empurrar o sangue, continuamente,
pelo sistema vascular. Ondas mecânicas geradas pela contracção ventricular forçam a massa
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de sangue a distender as paredes arteriais, que, pela sua elasticidade, retraem, empurrando o
sangue de volta e oferecendo pressão suficiente para o deslocamento sanguíneo pelo corpo.

As veias são os vasos sanguíneos responsáveis pela condução ao coração do sangue


distribuído pelas artérias a todas as partes do corpo. Contêm paredes delgadas, que aumentam
gradativamente de calibre até formar os grossos troncos, que terminam no coração. As
paredes das veias possuem menor quantidade de fibras elásticas e musculares, por isso,
quando não transportam sangue, perdem a sua forma de cilindro.

No entanto, a superfície interna das veias possui uma série de pregas duplas, que agem como
válvulas e controlam, conforme seu fechamento e sua abertura (gerados pela passagem de
sangue) o retorno do fluxo venoso de volta ao coração. Essas válvulas contribuem para que o
sangue, no interior das veias, siga a direcção certa.

Normalmente, a pressão do sangue em todas as veias é baixa, e nos membros inferiores, esta
pressão é mais baixa ainda. Em um indivíduo que está de pé, o sangue deve circular das veias
dos membros inferiores para cima, até chegar ao coração. As veias profundas desempenham
um papel crucial na propulsão do sangue para cima, uma vez que estão localizadas em meio
aos poderosos músculos da panturrilha e são profundamente comprimidas em cada passada.
Essas veias transportam 90% ou mais do sangue que retorna dos membros inferiores ao
coração.

Os capilares sanguíneos constituem a rede de distribuição e recolhimento do sangue nas


células. Estão em comunicação, por um lado, com ramificações originárias das artérias e, por
outro, com as veias de menor dimensão. A parede dos capilares é constituída por uma única
camada de células endoteliais. Através da parede dos capilares ocorrem as trocas gasosas e de
nutrientes e escórias.

2.3.2. Agentes vasoconstritores e vasodilatadores

A regulação humoral está relacionada às diversas substâncias secretadas ou absorvidas na


corrente sanguínea que modificam as variáveis cardiovasculares. Algumas dessas substâncias
são formadas por glândulas especiais e transportadas por todo o corpo, enquanto outras são
formadas em áreas localizadas de tecido, em resposta a condições locais ou são liberados por
nervos excitados. Entre os factores humorais que afectam o controle cardiovascular
destacamos os agentes vasoconstrictores e os agentes vasodilatadores.

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Dentre os vasoconstritores mais importantes estão: a noradrenalina e a adrenalina - secretadas
pelas suprarrenais; a vasopressina ou hormônio antidiurético - secretada pela hipófise; e a
angiotensina – ativada no sangue por um sistema dependente dos rins. Quando o sistema
nervoso simpático é estimulado, durante o exercício prolongado ou uma situação de estresse,
as terminações nervosas simpáticas liberam noradrenalina, que excita o coração, as veias e as
arteríolas.

Os nervos também fazem com que haja a excitação da medula das suprarrenais, que liberam
adrenalina e, em menor quantidade, noradrenalina na corrente sanguínea. A angiotensina é um
dos vasoconstrictores mais potentes e seu efeito constritor das arteríolas aumenta a resistência
vascular periférica local, elevando assim a pressão arterial.
A vasopressina causa tanto vasoconstrição das arteríolas renais como de outros leitos arteriais.
Essas substâncias vasoconstritoras, em conjunto, atuam mantendo a pressão arterial no
interior dos vasos aumentada, para que esta atinja valores suficientes para o deslocamento do
fluxo de sangue pelo sistema circulatório.

Dentre os vasodilatadores, destacamos a histamina, a bradicinina e as prostaglandinas. Essas


substâncias são liberadas em pequenas quantidades no sangue, no intuito de suavizar o efeito
dos mecanismos vasoconstritores, garantindo que não haja obstrução do fluxo sanguíneo
normal para os tecidos. Ajudam a evitar elevação excessiva da pressão arterial. Quando ocorre
qualquer lesão tecidual, seja por inflamação ou algum processo alérgico, seu efeito
vasodilatador aumenta a porosidade capilar permitindo o extravasamento tanto de líquidos
quanto de proteínas plasmáticas para dentro dos tecidos, o que causa edema (inchaço).

2.4. Algumas Anomalias do sistema cardiovascular

“Cardiopatia congénita é a anomalia congénita mais comum e ocorre em quase 1% dos


nascidos vivos” (Reller et al, 2008, p.19). Entre as alterações congénitas, a cardiopatia
congénita é a principal causa de mortalidade infantil.
As cardiopatias congénitas mais comuns diagnosticadas na infância são os defeitos do septo
ventricular, musculares e perimembranosos, seguidas por defeitos do septo atrial secundum,
com uma prevalência total de 48,4 em 10.000 nascidos vivos. A cardiopatia congénita
cianótica mais comum é a tetralogia de Fallot, que é duas vezes mais prevalente do que a
transposição das grandes artérias (4,7 versus 2,3/10.000 nascimentos). Geralmente, valvas
aórticas bivalvulares são os defeitos congénitos mais comuns, com prevalência relatada entre
0,5% e 2,0% (Reller et al, 2005).
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3. Conclusão

Dentre as principais funções do sistema circulatório encontram-se: a realização do transporte


e distribuição de oxigénio e nutrientes para os tecidos; a remoção de resíduos metabólicos;
auxílio na manutenção da temperatura corporal constante; distribuição das secreções
endógenas e dos hormônios; distribuição de mecanismos de defesa e de coagulação sanguínea
e participação da manutenção dos líquidos corporais. Todos esses papéis o tornam essencial
para a homeostasia.
Os vasos sanguíneos estão organizados em um sistema fechado, conectado ao coração que,
portanto, funciona como uma bomba contrátil-propulsora. O coração oferece pressão e
empurra o sangue ao longo do sistema circulatório quando contrai, permitindo o transporte
desse sangue para as diversas partes do corpo. O retorno do sangue ao coração também
depende dessa pressão.
O músculo cardíaco é composto por fibras longas, ramificadas, que apresentam um ou dois
núcleos, localizados centralmente na célula. As células cardíacas contêm muitas mitocôndrias,
situadas em cadeias entre os miofilamentos (actina e miosina) e os grânulos de glicogénio
(reserva energética). A disposição dos miofilamentos de actina e miosina forma estriações,
semelhantes às do músculo esquelético. O retículo sarcoplasmático no músculo cardíaco,
como no músculo esquelético, é uma importante fonte de cálcio para a contracção.

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4. Referências Bibliográficas
 Cuacuria, M. P. (2019). Licenciatura em Enfermagem: Módulo de Fisiologia
Humana. Beira: ISCED
 Oliveira, A. A. & Neto, F. H. (2015) Anatomia e Fisiologia: a incrível máquina do
corpo humano. (2ª ed.). Fortaleza – Ceará: EdUECE.
 Reller et al. (2008). Prevalência de Cardiopatias Congénitas na região metropolitana
de Atlanta. Atlanta.

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