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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

CENTRO DE ENSINO À DISTANCIA - CHIMOIO


CURSO: GEOGRAFIA COM HABILIDADES EM TURISMO

Cadeira: Geografia Regional

Tema:

Critérios de Regionalização do Mundo

Discente:
Biute David Lourenço Charles

Chimoio, Março de 2023


INSTITUTO SUPERIOR MUTASA
CENTRO DE ENSINO À DISTANCIA - CHIMOIO
CURSO: GEOGRAFIA COM HABILIDADES EM TURISMO

Tema:

Critérios de Regionalização do Mundo

Discente: Biute David Lourenço Charles

Trabalho de carácter avaliativo a ser apresentado no


Centro de Ensino à Distância do Instituto Superior
Mutasa, Curso de Licenciatura em Geografia com
Habilidades em Turismo, 3° Ano I° Semestre de
2023, Disciplina de Geografia Regional, sob
orientação do Docente:

MSc. José Vontade

Chimoio, Março de 2023


ÍNDICE

1. Introdução ............................................................................................................................... 1

1.1. Objectivos ............................................................................................................................ 2

1.1.1. Objectivo geral ................................................................................................................. 2

1.1.2. Objectivos específicos ...................................................................................................... 2

1.2. A Metodologia do Trabalho ................................................................................................ 2

2. Análise e Discussão ................................................................................................................ 3

2.1. Conceito de Regionalização do Mundo ............................................................................... 3

2.2. Critérios de Regionalização do Mundo ............................................................................... 3

2.2.1. Divisão por Continentes ................................................................................................... 3

2.2.2. Divisão Histórico-Geográfica ........................................................................................... 4

2.2.3. Divisão por Sistema Político-económico ......................................................................... 4

2.2.4. Divisão por Sistema Político-Económico e Nível de Desenvolvimento Económico ....... 5

2.2.4.1. Primeiro Mundo (Grupo de países capitalistas desenvolvidos) .................................... 5

2.2.4.2. Segundo Mundo (Grupo de países socialistas ou de economia planificada) ................. 5

2.2.4.3. Terceiro Mundo (Grupo de países capitalistas subdesenvolvidos) ............................... 6

2.2.5. Divisão por Nível de Desenvolvimento Económico ........................................................ 6

3. Conclusão ............................................................................................................................... 8

4. Referências Bibliográficas ...................................................................................................... 9


1. Introdução

A Geografia regional é um ramo da geografia geral com a especificidade de apresentar os


critérios de regionalização quer seja natural, social, económica, política, culturais, ou ainda
uma composição de vários esses factores. Ela visa analisar os diversos factores que concorrem
na ocorrência da heterogeneidade ou homogeneidade entre diversos espaços geográficos.

Entretanto o presente trabalho da cadeira de Geografia Regional vai descrever os critérios da


regionalização, procurando trazer alguns elementos que poderá fazer compreender de forma
clara e sucinta as linhas mestras usadas para delimitar um território, uma região ou ainda um
continente.

Todavia, é relevante realçar que o presente trabalho encontra-se estruturado em quatro


capítulos, nomeadamente: Capítulo 1, a introdução onde apresenta-se de forma detalhada a
essência do tema a ser tratada dentro do trabalho. No capítulo 2 encontra-se a análise e
discussão dos temas propostos. Já no capítulo 3, apresenta-se a síntese do trabalho em jeito de
conclusão em torno dos objectivos previamente traçados e finalmente no quarto capítulo vem
as referências bibliográficas.

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1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo geral

 Descrever os critérios de regionalização do Mundo.

1.1.2. Objectivos específicos

 Conceituar regionalização;
 Identificar os critérios de regionalização do Mundo;
 Explicar cada um dos critérios usados para a regionalização do mundo.

1.2. A Metodologia do Trabalho

De acordo com Barreto & Honorato (1998), a metodologia é o conjunto detalhado e


sequencial de métodos e técnicas científicas a serem executados ao longo da pesquisa, de tal
modo que se consiga atingir os objectivos inicialmente propostos e, ao mesmo tempo, atender
aos critérios de menor custo, maior rapidez, maior eficácia e mais confiança de informação.

Portanto, para a efetivação deste trabalho, usou-se o método de procedimento bibliográfico


que de acordo com Lakatos & Marconi (1992), consiste em coloca o pesquisador em contacto
directo com o que foi escrito acerca do tema em estudo, ou seja, este método permite ao
pesquisador explorar trabalhos feitos por outros pesquisadores. Neste caso, a elaboração deste
trabalho, contou com o contributo dos trabalhos dos autores como: Coelho, Jessen, Nakata,
Nanjolo e Ismael, Silva, entre outros.

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2. Análise e Discussão

2.1. Conceito de Regionalização do Mundo

Região é o nome dado a uma área que possua uma ou um conjunto de características comuns.
Portanto, o conceito de região se refere à diferenciação de áreas. Ou seja, as regiões podem
ser determinadas segundo critérios naturais, estabelecendo as diferenças de clima, vegetação,
hidrografia, relevo, fauna, economia, entre outros que irão evidenciar a forma e o padrão de
vida dos habitantes de cada região.

Entretanto, o processo de regionalização do mundo é um conceito muito amplo e discutido na


ciência geográfica. Segundo Jessen e Araújo (1998), “regionalizar significa dividir o espaço
geográfico, a fim de um melhor entendimento dos fenómenos físicos, sociais, políticos e
naturais”. (p.19).

Com base na citação acima pode-se afirmar que regionalizar o mundo é criar áreas ou lugares
semelhantes no planeta Terra. Parafraseando Coelho (1992), as regionalizações mundiais
existem para uma melhor análise das particularidades de cada lugar. Sendo assim, cria-se uma
área ou uma região considerando-se alguma característica específica, como: a localização
espacial, o clima, o relevo, a vegetação, os aspectos sociais, políticos e económicos. (p.37).

Dessa forma é possível analisar, comparar, observar e determinar todas as propriedades de


cada região e, assim, entendê-la melhor, numa escala local, regional ou global.

2.2. Critérios de Regionalização do Mundo

Segundo Silva (2003), os critérios que definem a regionalização podem ser escolhidos de
acordo com os objectivos ou os interesses de quem a propõe. Podem ser naturais, históricos,
culturais, políticos, sociais, económicos ou, ainda, uma composição de vários desses aspectos.

2.2.1. Divisão por Continentes

Os continentes são regionalizações que abarcam as áreas de países mais próximos levando em
consideração suas localizações geográficas. Utiliza como critério a distribuição geográfica dos
países pelos continentes da Terra. Regionalizando o mundo desta forma, temos seis
continentes, nomeadamente: África, Ásia, Europa, América, Oceânia e Antártica.

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Como se sabe, continentes são grandes extensões de terras emersas limitadas pelas águas dos
mares e, oceanos. O que define os continentes é a sua grande extensão de terra (grande
tamanho) em relação às ilhas, as quais apresentam extensão de terra menor que um
continente. Nesse sentido, cabe citar que do ponto de vista físico (geológico) Europa e Ásia
fazem parte de um mesmo bloco continental, denominada Eurásia. Apesar disso, a Eurásia
apresenta diferenças relevantes do ponto de vista histórico, económico, social e cultural, facto
que contribui para serem considerados dois continentes distintos. Para separar a Europa e a
Ásia e determinar a fronteira entre os dois continentes, costumam ser usados alguns elementos
geográficos.

2.2.2. Divisão histórico-geográfica

O critério usado nesta divisão é a história da expansão da colonização europeia em cada


continente. De acordo com Silva (2003), essa classificação divide o mundo em três regiões,
nomeadamente:

 Velho Mundo – formado pela Europa, Ásia e África (área de ocupação mais antiga);
 Novo Mundo – descoberto por Cristóvão Colombo em 1492 (formado pela América);
 Novíssimo Mundo – descoberto por James Cook em 1770 (formado pela Oceânia).

Portanto, note-se que a Antártica não é incluída nessa divisão, pois apesar de ter algumas
bases científicas ocupadas temporariamente por pesquisadores, não é uma área efectivamente
habitada pelos seres humanos. Cabe citar que essa é uma regionalização que segue a
perspectiva dos europeus e segmenta o mundo a partir de acções iniciadas por eles, ignorando
o desenvolvimento paralelo de outros vários povos e comunidades pelo mundo.

2.2.3. Divisão por Sistema Político-económico

O período após a Segunda Guerra Mundial até 1989 ficou conhecido como Ordem Bipolar
ou Mundo Bipolar, assim chamado porque o mundo estava dividido entre dois polos políticos
e económicos opostos, comandados por duas nações como superpotências mundiais: os
Estados Unidos e a União Soviética. Os Estados Unidos lideraram os países que adoptaram o
sistema capitalista. A União Soviética liderava os países que adoptaram o sistema socialista.

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2.2.4. Divisão por Sistema Político-Económico e Nível de Desenvolvimento Económico

Apesar das duas superpotências serem muito mais poderosas, outros países se firmaram como
potências socioeconómicas após a Segunda Guerra Mundial, como a Itália, a França, o Reino
Unido e o Japão. Ao mesmo tempo, diversos países se mantinham com graves problemas
sociais e económicos. Portanto, dividir o mundo apenas em países capitalistas e socialistas
não era suficiente para compreender a geopolítica mundial, logo, “outra regionalização passou
a predominar no mundo a partir da década de 1950, unindo o critério do sistema político-
económico (capitalista ou socialista) e o critério do nível de desenvolvimento económico,
desenvolvidos ou subdesenvolvidos”. (Nanjolo & Ismael, 2002, p.34). Com base nela, os
países eram classificados em:

2.2.4.1. Primeiro Mundo (Grupo de países capitalistas desenvolvidos)

De um modo geral este grupo de países desenvolvidos apresenta as seguintes características:

 Grande utilização de equipamentos mecânicos e de insumos modernos (fertilizantes


químicos, insecticidas, sementes seleccionadas, etc.);
 Utiliza pouca população activa no sector primário, privilegiando os sectores secundário e
terciário, que são bastante desenvolvidos;
 Possuem elevada renda perca pita;
 Possuem elevado consumo de todos os tipos de bens e serviços;
 Possuem baixas taxas de mortalidade e de natalidade;
 Possuem baixo crescimento populacional;
 Possuem elevada expectativa de vida;
 Possuem elevada proporção de adultos e idosos, na sua estrutura etária;
 Exportam produtos industrializados e tecnologia e importam produtos alimentícios e
matérias-primas.

2.2.4.2. Segundo Mundo (Grupo de países socialistas ou de economia planificada)

Esses países permaneceram durante muito tempo como fornecedores de matérias-primas para
as metrópoles, apesar de se diferenciarem entre si, quanto ao nível de desenvolvimento
económico, pode-se destacar as características comuns:

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 O sector primário responde com grande percentagem da produção total do país;
 Os sectores secundário e terciário são pouco desenvolvidos;
 O grau de urbanização é pequeno, sendo geralmente a população rural superior a urbana,
salvo algumas excepções, como o Brasil;
 A renda per capita é baixa, decorrendo daí um mercado consumidor interno de baixo
nível;
 Possuem uma população jovem numerosa, criando elevado encargo económico para o
país;
 Possuem elevada taxa de natalidade e a taxa de mortalidade em redução, o que acarreta
um rápido crescimento demográfico;
 Possuem baixa expectativa de vida.

2.2.4.3. Terceiro Mundo (Grupo de países capitalistas subdesenvolvidos)

Segundo Nakata e Coelho (1982), “a expressão Terceiro Mundo, foi criada em 1952 pelo
economista francês Alfred Sauvy para designar os países que apresentavam atraso social,
económico, científico e tecnológico. (p.174). Se refere a nações localizadas na América
Latina, África e Ásia. O Terceiro Mundo era uma área de interesse das duas potências, que
buscavam expandir suas áreas de influência. Por conta disso, apesar de não ter havido um
embate directo entre as superpotências durante a Guerra Fria, diversos foram os conflitos que
se proliferaram nos países do terceiro mundo durante o período, quase sempre com a
participação indirecta de União Soviética e Estados Unidos em lados opostos.

Essa regionalização durou enquanto houve a Guerra Fria entre os Estados Unidos
(capitalistas) e a União Soviética (socialista). Oficialmente, esse período permaneceu até a
queda do Muro de Berlim, em 1989. Com o fim da Guerra Fria e a fragmentação do bloco
socialista, tornou-se inadequado analisar o mundo com base nessa perspectiva.

2.2.5. Divisão por Nível de Desenvolvimento Económico

Actualmente, vivemos uma nova ordem mundial multipolar, porque há vários países ou
conjuntos de países que tem influência nas principais acções mundiais. A União Europeia, os
Estados Unidos e o Japão são os centros mundiais de poder político, económico e
tecnológico. Esses países têm-se destacado não mais pela produção de tecnologia bélica, mas
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pelo seu desenvolvimento científico e tecnológico, aliado à presença de grande capital. Ao
mesmo tempo muitos países continuam a apresentar baixo grau de desenvolvimento social,
económico e tecnológico.

É possível notar que apesar das bruscas mudanças geopolíticas, o panorama do


desenvolvimento social no mundo pouco mudou desde o período da Guerra Fria. Os países
que eram dominantes e que realizaram a ocupação e a exploração de grande parte do mundo
permanecem desenvolvidos, embora alguns tenham perdido poder económico. Enquanto isso,
a maioria dos países colonizados continuam subdesenvolvidos. Sendo assim, é possível
regionalizar o mundo em:

 Países desenvolvidos – são os que apresentam elevada industrialização e


desenvolvimento social, técnico e científico;
 Países subdesenvolvidos – são aqueles que possuem industrialização tardia e dependente.
Esses países apresentam reduzido desenvolvimento social, científico, tecnológico e
socioeconómico.

Os países desenvolvidos e subdesenvolvidos passaram a ser, nas últimas décadas, conhecidos


também como países do Norte e países do Sul. Porém, é fundamental entender que a divisão
Norte e Sul não seguem os limites da Linha do Equador. Essa divisão representa as
desigualdades entre os países ricos que se localizam predominantemente ao Norte e os países
pobres, situados, em sua maioria, no Sul.

Os países que têm intensificado a sua industrialização e investido em tecnologia foram


denominados de países em desenvolvimento ou emergentes. Alguns dos países emergentes de
maior destaque são a China, a Rússia, a Índia, o Brasil, o México, a Argentina, o Chile, a
Nigéria, a África do Sul, a Malásia e a Coreia do Sul. Apesar de terem alcançado um relativo
crescimento económico e possuírem um peso expressivo na economia internacional, não
conseguiram chegar a um desenvolvimento social que permita que sejam chamados de países
desenvolvidos.

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3. Conclusão

O processo de regionalização do mundo é um conceito muito amplo e bastante discutido na


ciência geográfica. Regionalizar significa dividir o espaço geográfico, a fim de um melhor
entendimento dos fenómenos físicos, sociais, políticos e naturais. Com ela, compreende-se a
ideia de diferenciação de áreas no contexto geral e de aproximação dessas áreas por meio de
suas características comuns. Uma região configura-se como uma área delimitada, definida por
suas características comuns.

Os critérios que definem a regionalização podem ser escolhidos de acordo com os objectivos
ou os interesses de quem a propõe. De entre vários critérios, destacam-se: naturais, históricos,
culturais, políticos, sociais, económicos ou, ainda, uma composição de vários desses aspectos.

No entanto, regionalizar o mundo é criar áreas ou lugares semelhantes no planeta Terra. As


regionalizações mundiais existem para uma melhor análise das particularidades de cada lugar.
Sendo assim, cria-se uma área ou uma região considerando-se alguma característica
específica, como: a localização espacial, o clima, o relevo, a vegetação, os aspectos sociais,
políticos e económicos.

Dessa forma é possível analisar, comparar, observar e determinar todas as propriedades


daquela região e, assim, entendê-la melhor, numa escala local, regional ou global.

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4. Referências Bibliográficas

Barreto, M. & Honorato, H. (1998). Projecto de pesquisa. São Paulo, Brasil: Ática.

Coelho, M, A. (1992). Geografia Geral: Espaço Natural e Sócio Económico, (3ªed). São
Paulo, Brasil: Editora Moderna.

Jessen, M. & Araújo, M. (1998). Geografia Física de África, Pequena Monografia. Maputo,
Moçambique: Livraria Universitária-UEM.

Lakatos, E. & Marconi, M. (1992). A Metodologia do Trabalho Científico. (4ª ed.). São
Paulo, Brasil: Atlas.

Nakata, H. & Coelho, M. (1982). Geografia Geral série sinopse: Geografia Física, Geografia
humana e geografia económica. São Paulo, Brasil: Editora Moderna LTDA.

Nanjolo, L. A. & Ismael, A. I. (2002). A Terra – Processos e Fenómenos, Geografia. Maputo,


Moçambique: Plural Editores.

Silva, S. A. (2003). Lugar, Paisagem e Território no Ensino de Geografia. Fortaleza, Brasil:


Premius.

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