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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED (UNISCED)

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO


CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA

Importância das correntes do pensamento geográfico no ensino de geografia

Genita Paulo

Código:81230623

Beira, Setembro de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED (UNISCED)
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA

Importância das correntes do pensamento geográfico no ensino de geografia

Genita Paulo

Código:81230623

Trabalho de Carácter avaliativo, da cadeira de


Pensamento Geografico, desenvolvido no
Campo a ser submetido na Coordenação do
Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia
da UnISCED.

Tutor:

Beira, Setembro de 2023

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Índice

1. Introdução.............................................................................................................................3
2. Categorias fundamentais do conhecimento geográfico........................................................4
2.1. As principais categorias Geografia...................................................................................4
2.1.1. Território.......................................................................................................................4
2.1.2. Paisagem........................................................................................................................4
2.1.3. Espaço...........................................................................................................................5
2.1.4. População......................................................................................................................6
3. As principais correntes do pensamento geográfico..............................................................6
3.1. Principais correntes Tradicionais do pensamento geográfico...........................................7
3.1.1. Determinismo................................................................................................................8
3.1.2. Possibilismo...................................................................................................................8
3.1.3. Regionalismo.................................................................................................................9
4. Principais correntes modernas do pensamento geográfico...................................................9
4.1. Geografia Pragmática......................................................................................................11
4.2. Geografia Crítica.............................................................................................................11
5. A relação entre o Pensamento geográfico e o Ensino de geografia....................................12
6. O papel do Determinismo geográfico para o meio ambiente.............................................12
7. Conclusão...........................................................................................................................13

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1. Introdução

O presente trabalho tem como tema " Importância das correntes do pensamento geográfico no
ensino de geografia A Geografia ensinada no ensino medio hoje em dia, foi influenciada pelas
correntes do pensamento geográfico de tal maneira que, ainda no século XXI, características
oriundas do tradicionalismo se perpetuam na práxis pedagógica do docente, interferindo
diretamente na aprendizagem do aluno. Como componente curricular, o estudo da Geografia
possibilita, mediante a alfabetização geográfica responsável, o desenvolvimento de habilidades
que facilitam a compreensão do espaço geográfico de maneira consciente. Para isso, no entanto,
fazem-se necessários alguns cuidados na mediação do conhecimento nas primeiras classes da
escolarização.

O mesmo tem como objectivo geral, o de:


 Falar da Importância das correntes do pensamento geográfico no ensino de geografia

Afigura – se como objectivos específicos:


 Definir as seguintes categorias fundamentais do conhecimento geográfico: Espaço,
Território, Paisagem e População;
 Estabelecer a relação entre o Pensamento geográfico e o Ensino de geografia;
 Descrever o papel do Determinismo geográfico para o meio ambiente

Para elaboração do trabalho fez - se o uso privilegiado da pesquisa bibliográfica como


metodologia, que se baseou na leitura, compreensão e posterior compilação das informações
consideradas úteis pelo autor do trabalho.
Estruturalmente o trabalho encontra-se organizado da seguinte maneira: Introdução onde contém
o tema do trabalho, objectivos do trabalho, metodologias e a estrutura do mesmo; em seguida
vem o desenvolvimento; depois a conclusão onde contém a síntese do trabalho; a seguir pelo
turno encontra – se a referência bibliográfica onde constam as obras usada na elaboração do
presente trabalho.

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2. Categorias fundamentais do conhecimento geográfico

2.1. As principais categorias Geografia

Todas as áreas do conhecimento apresentam conceitos-chave que auxiliam no entendimento de


sua problemática central ou de seu objeto de estudo. No caso da Geografia, esses conceitos-
chave são conhecidos também como categorias. As categorias da Geografia coexistem no espaço
geográfico e representam, cada uma delas, um recorte específico desse conceito que é a base de
todos os estudos da ciência geográfica (Côrrea, 2003).

São quatro as principais categorias da Geografia:

1) Espaço,
2) Território,
3) Paisagem
4) População;

2.1.1. Território

O território é uma categoria muito utilizada na ciência geográfica, em especial no campo da


geopolítica. Define-se como território um espaço delimitado por fronteiras e sobre o qual
determinado grupo ou Estado exerce a sua soberania, isto é, o seu poder (político ou não). É,
portanto, no território e por meio dos territórios que as relações de poder são estabelecidas, seja
no âmbito local, seja em um contexto geopolítico internacional. (Côrrea, 2003).

É importante ressaltar que as fronteiras que delimitam um território nem sempre são barreiras
físicas, mas sim normativas, isto é, definidas por meio da legislação daquela área ou de acordos
firmados entre diferentes entidades representativas. Além disso, as fronteiras de um território não
são fixas ou estanques, podendo ser alteradas com o passar do tempo em decorrência de disputas
de poder, tomadas de áreas, negociações políticas e outros contextos sociopolíticos."

2.1.2. Paisagem

A paisagem pode ser definida como toda porção espacial com a qual temos contato direto ou
indireto. A paisagem, assim, tem a ver com a percepção humana. Sob o contexto prático, embora

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a paisagem possa ser captada por todos os sentidos humanos, sempre terá mais relação com a
visão. (Côrrea, 2003).

As paisagens oferecem uma visualização geral das características de determinado local. A partir
de imagens ou cenas, conseguimos não apenas identificar aspectos geográficos, mas também
detectar os elementos que constituem essas paisagens. As paisagens estão divididas em dois
grandes grupos:

 As paisagens naturais são caracterizadas pela presença essencial de elementos naturais,


do meio ambiente, como a forma do relevo de uma área, a sua vegetação, a sua fauna, o
clima, entre outros fatores ambientais. (Côrrea, 2003).

 As paisagens culturais são definidas pela presença de elementos humanos, sejam


construções urbanas como casas e prédios, obras de infraestrutura, barragens ou pontes,
e até mesmo elementos rurais, como plantações agrícolas ou pastos para criação de
animais.

2.1.3. Espaço

"O espaço geográfico é considerado uma das categorias da Geografia, sendo ele o principal
objeto de estudo dessa ciência. Sua importância para essa área do conhecimento é tamanha que
todas as correntes dela buscam uma definição própria do que seja o espaço geográfico com base
no seu próprio enfoque metodológico e recorte temático. (Côrrea, 2003).

Em linhas gerais, o espaço geográfico pode ser definido como o espaço modificado pela ação dos
seres humanos sobre o meio. Em função disso, o espaço geográfico apresenta dois componentes
fundamentais: a sociedade e a natureza. No entanto, não é correto afirmar que o espaço
geográfico corresponde ao palco da ação humana, tendo em vista que ele não é um elemento
estático ou imutável. O espaço geográfico é, na realidade, um elemento de alto dinamismo que
transforma e é transformado permanentemente pelas atividades antrópicas.

Uma das definições mais utilizadas de espaço geográfico foi elaborada pelo geógrafo brasileiro
Milton Santos (1926-2001), que compreendeu o espaço como um conjunto indissociável
formado por um sistema de objetos e um sistema de ações, sendo essas ações aquelas efetuadas
pelos seres humanos."

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2.1.4. População

População é um conceito demográfico que designa o conjunto de indivíduos que habitam


uma dada localidade. Nos estudos populacionais, a população é considerada um importante
parâmetro para analisar a realidade demográfica de um grupo específico. (Côrrea, 2003).

Para a ecologia, a população é um conjunto de indivíduos da mesma espécie que ocupam a


mesma área geográfica. Para a sociologia, em contrapartida, trata-se de um conjunto de
indivíduos ou coisas submetido a uma avaliação estadística através da realização de uma
sondagem.

3. As principais correntes do pensamento geográfico

A Geografia ensinada foi influenciada pelas correntes do pensamento geográfico de tal maneira
que, ainda no século XXI, características oriundas do tradicionalismo se perpetuam na práxis
pedagógica do docente, interferindo diretamente na aprendizagem do aluno.

As primeiras manifestações, no sentido de uma Geografia sistematizada, aparecem nos escritos


de Alexander von Humboldt e Carl Ritter. O primeiro entende Geografia como uma síntese dos
conhecimentos relativos à Terra e propõe a intuição com suporte na observação – o empirismo
racionado; o outro compreende que a Geografia deveria estudar os “sistemas naturais”
individuais e compará-los, na perspectiva do estudo dos lugares (LACOSTE, 1988).

De acordo com Harvey (1993): tais teóricos foram os precursores das primeiras correntes do
pensamento geográfico sistematizado (p.207).

Na inteligência de Moraes (1994), as correntes do pensamento geográfico, com suas


congruências e divergências, podem ser classificadas em dois grandes grupos: a Tradicional,
sustentando em conceitos naturais e percebendo a Geografia como Ciência descritiva de
observação de elementos naturais; e a Moderna, que critica o positivismo e acolhe a Geografia
como Ciência social.

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Para Correa (1998), as correntes do pensamento geográfico representam conceitos antagônicos,
que podem convergir ou se complementar em alguns aspectos, e elas emergiram em determinado
espaço e tempo numa elaboração sócio-histórica.

Dessa maneira, foram influenciadas pelo contexto histórico ao mesmo tempo em que
influenciaram a maneira de se ensinar Geografia (SAHR, 2006).

3.1. Principais correntes Tradicionais do pensamento geográfico

Segundo Harvey (1993): os conjuntos das correntes não dialéticas que estudam a relação do
homem com a natureza, sem se preocupar com as interfaces dos homens e as questões sociais,
compõem a Geografia Tradicional (p.207).

Estes autores ainda relatam que Na propensão Tradicional, Oliveira (1998) sustenta que:
A Geografia ensinada era pautada por uma prática educativa baseada no modelo positivista em
que a tendência pedagógica liberal (tradicional, renovada e tecnicista) se sobressaía e se
caracterizava pela didática com foco no professor como detentor e transmissor de conteúdos,
estigmatizando o processo educativo em operações mnemônicas voltadas para enumeração
mecânica de rios, vegetação, países, cidades, regiões, entre outras informações
descontextualizadas, com caráter enciclopédico, sem desenvolver análise crítica sobre os
conhecimentos, perpetuando a ordem e ideologia vigente.

Para Straforini (2004), o objetivo da escola tradicional é a transmissão de conhecimento, ou seja,


uma preocupação conteudista. Dessa forma, o aluno é visto como um agente passivo, cabendo a
ele decorar e memorizar o conjunto de conhecimentos significativos da culturada humanidade
previamente selecionados e transmitidos pelo professor em aulas expositivas. O mundo é uma
externalidade ao aluno, ou seja, não é dado a ele a possibilidade de sua inserção no processo
histórico (p.57).

Portanto, na visão geral de Harvey (1993) :a geografia tradicional, apoia-se em conceitos


naturais, notou a Geografia como Ciência descritiva de observação de elementos naturais que
não se preocupou com as interações das pessoas com as questões sociais Em oposição a

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tendência Moderna centrou foco nas relações humanas imbricadas com a natureza em um
contexto social dialético e dinâmico (p.218).

3.1.1. Determinismo

Fialho, Machado e Sales (2014), Ratzel é o principal teórico do determinismo, defendendo o


argumento de que as condições naturais determinam o comportamento do homem, interferindo
na sua capacidade de progredir (p.207). Para Matos, Na visão do determinismo, o homem é um
produto do meio – o que hoje seria visto como uma visão preconcebida da sociedade. O
determinismo surgiu numa época em que o imperialismo tomava o mundo. As potências
europeias, por sinal, encontraram nele uma “explicação” adicional para validar os seus direitos
de submissão e conquista de nações ao redor do mundo.

Este autor considera que entre as principais ideias dessa corrente está a teoria do espaço vital, em
que o espaço é determinante e características físicas como relevo, clima, vegetação e hidrografia
são decisivas na formação da sociedade. Ainda que tenha mais de dois séculos, a corrente
determinista ainda é em muito utilizada pelo senso comum, para generalizar aspectos regionais e
locais de desenvolvimento.

3.1.2. Possibilismo

Possibilismo, fundamentado, principalmente, por P. V. de La Blache, que adotava a ideia de que


a natureza fornecia possibilidades para que o homem a modificasse sem necessariamente
determinar comportamentos (p.207).

Psta Matos, O possibilismo nasceu na França, no final do século XIX e início do século XX, com
o pensador Paul Vidal de La Blache. Para ele, o homem (sociedade) consegue adaptar o meio
pela técnica, pelo trabalho. O termo possibilismo foi cunhado pelo historiado Lucien Febvre –
como forma de confrontar as ideias do determinismo.

Este autor ainda afere que, La Blache dedicou-se à ideia de gênero de vida , base na relação
entre sociedade e espaço. O homem não era mais um produto do meio – ao contrário – era o
agente capaz de modificar o meio através da técnicas, das revoluções tecnológicas

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e da sua própria ocupação e estilo de vida. Ou seja, o ser humano consegue transformar o espaço,
adaptando o relevo, superando o clima, modificando o curso dos rios, construindo hidrelétricas,
transformando zonas desérticas em áreas férteis.

3.1.3. Regionalismo

Regionalismo, com bases também em P. V. de La Blache e Richard Hartshorne, que focaliza o


estudo das áreas e sua diferenciação mediante a descrição dos lugares e divisões territoriais
(ALVES; SAHR, 2009).

Na visão de Matos, a corrente regional é a que enfatiza a aplicação do princípio da


analogia, isto é, da comparação entre duas situações, locais ou circunstâncias.

Este autor ainda relatam que esta corrente é também conhecida por geografia regional, essa
corrente busca a separação e segregação de características conforme áreas específicas, ou
regiões. Por essa razão, por exemplo, o Brasil é dividido em regiões, além da divisão política por
estados. Cada região compartilha de características climáticas, de flora e fauna, de relevo e até
sociais que a distingue das demais. Assim, para entender melhor o espaço e as interações sociais
dentro dele, a comparação e a diferenciação de áreas são elementos fundamentais.

4. Principais correntes modernas do pensamento geográfico

Na perspectiva de Moraes (1994), as correntes modernas tinha as suas tendências que defendiam
em fazer da Geografia uma Ciência social e criticavam o tradicionalismo.

De acordo com Harvey (1993), "a geografia moderna pode ser subdividida em duas vertentes: a
Pragmática e a Crítica" (p.208).

Estes autores ainda sustentam que: Diferentemente da inclinação Tradicional, na Moderna não se
concebe mais uma educação pautada em conhecimentos fragmentados, estanques e decorados
por intermédio do autoritarismo. Ao contrário, ela é pautada na autonomia, mediação
pedagógica, utilização de múltiplas linguagens e internalização significativa de experiências de
aprendizagem, sendo o aluno conduzido a analisar a realidade social que o cerca na condição de
agente transformador das dinâmicas históricas que perpassam a espacialidade (p.209).

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Na visão de Vesentini (1993) relativamente a geografia moderna, defende que: O ensino da
geografia no século XXI, portanto, deve ensinar, ou melhor, deve deixar o aluno descobrir o
mundo em que vivemos, com especial atenção para as escalas local e nacional, deve enfocar
criticamente a questão ambiental e as relações sociedade/natureza (sem embaralhar uma
dinâmica na outra), deve realizar constante mente estudos do meio (para que o conteúdo
ensinado não seja meramente teórico ou “livresco” e sim real, ligado à vida cotidiana das
pessoas) e deve levar os educadores a interpretar textos, fotos, mapas, paisagens. E por esse
caminho, e somente por ele, que a geografia escolar vai sobrevivendo e até mesmo ganhando
novos espaços nos melhores sistemas educacionais. (p.219)

No entender de Penteado (2010), o ensino da Geografia moderna, todavia, deve ser ministrado
numa perspectiva progressista (libertadora, crítico-social dos conteúdos) que concebe o aluno
como foco do ensino-aprendizagem, detentor de autonomia e apto ao desenvolvimento cognitivo
e intelectual.

Sob tal aspecto, ao professor cabe instigar com problematizações e mediar o conhecimento para
facilitar a assimilação e internalização de saberes (VYGOTSKY, 1999).

A Geografia repassada tradicionalmente foi quase invisibilizada, sendo concebida fisicamente


numa concepção despolitizada – ou servindo primeiramente para “fazer guerra” (LACOSTE,
1988), ou seja, politizada para fins políticos, militares e econômicos sob a óptica da luta de
classes (VESENTINI, 1988).

Mas, de acordo com Os saberes geográficos, atualmente, foram considerados como estratégicos,
não apenas como instrumento de poder como centra foco a Geografia marxista, mas,
principalmente, como meio para se compreender a inter-relação homem-lugar numa perspectiva
também humana, não só física (p.10).

Em contato direto com as Ciências sociais, o conhecimento geográfico deve considerar fatores
econômicos, sociais, culturais e políticos em uma nova Geografia crítica que se apropria dos
aspectos qualitativos (SANTOS, 1994)

Portanto, para Harvey (1993):A Geografia Moderna, na perspectiva crítica, ao problematizar a


realidade social no âmago das desigualdades e injustiças, amplia a capilaridade do trabalho com

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a Geografia na interação com outras ciências no âmbito econômico, político e sociocultural.
Como Ciência humanizada, o viés político perpassa o aprendizado geográfico comvistas à
transformação da ordem social. Concebida como prática social em relação à superfície terrestre,
a Geografia ensinada afere significado ao responder problemas por meio da prática social
(p.218).

4.1. Geografia Pragmática

Na concepção de SAHR, a geografia pragmática diz respeito à Geografia aplicada (teorética ou


quantitativa, sistêmica e comportamental ou de percepção). Ela acreditava em uma tecnologia
geográfica que, mediante dados estatísticos e diagnósticos estruturados, subsidia tomada de
decisões de empresas e do governo, e é criticada por legitimar a expansão das relações
capitalistas (SAHR, 2006).

Na visão de Matos, Essa teoria considera os números como fundamentais para explicar a
sociedade e a natureza. Defende o uso de métodos matemáticos e estatísticos de quantificação
dos fenômenos naturais e sociais para seu melhor entendimento.

4.2. Geografia Crítica

Para Matos, a geografia critica corressponde a corrente que começou a se consolidar como escola
de pensamento a partir da década de 1970, inicialmente na França, com o advento da obra
“Geografia: isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra”, de Yves Lacoste. A postura de
contracultura dessa abordagem garantiu o seu sucesso nos anos 1970 e 1980.

A geografia critica possui inúmeros teóricos e propostas díspares, mas converge na oposição a
uma realidade social contraditória, desigual e injusta, e entende a Geografia como ciência
politizada que visa à transformação da ordem social em busca de uma sociedade mais justa
(GODOY, 2010).

Nesta, a Geografia é uma prática social em relação à superfície terrestre (LACOSTE, 1988) que
responde a problemas por meio da prática social (HARVEY, 1993) para que não se torne uma
prisão (SANTOS, 1994)

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Na óptica de ..., a geografia, na condição de Ciência social, possui em seu arcabouço um
conjunto de categorias que expressam sua identidade (p.207).

No ponto de Vista de Rocha (2008l) relativamente a geografia critica concretamente na condição


de ciência social, aferque ao pensálas, considerando a ação do homem e a superfície terrestre,
bem como as suas inter-relações, surgem visões e interpretações particulares

5. A relação entre o Pensamento geográfico e o Ensino de geografia

A Geografia ensinada foi influenciada pelas correntes do pensamento geográfico de tal maneira
que, ainda no século XXI, características oriundas do tradicionalismo se perpetuam na práxis
pedagógica do docente, interferindo diretamente na aprendizagem do aluno. Como componente
curricular, o estudo da Geografia possibilita, mediante a alfabetização geográfica responsável, o
desenvolvimento de habilidades que facilitam a compreensão do espaço geográfico de maneira
consciente.

6. O papel do Determinismo geográfico para o meio ambiente

Determinismo geográfico é a concepção segundo a qual o meio ambiente define ou influencia


fortemente a fisiologia e a psicologia humana, de modo que seria possível explicar a história dos
povos em função das relações de causa e efeito que se estabeleceriam na interação
natureza/homem.

O determinismo influenciou no que podemos chamar de expansionismo, além de fomentar o


imperialismo. Segundo a corrente, a riqueza está no espaço geográfico – o que vai ao encontro da
ideia de que para expandir recursos é preciso conquistar novos territórios.

O determinismo geográfico ou ambiental colocava o homem numa condição de submissão aos


aspectos naturais (a natureza é que determina a ação humana), ou seja, sugeria que é o meio
ambiente em que uma pessoa vive que define suas características físicas e psicológicas.

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7. Conclusão

O trabalho objetivou identificar a Importância das correntes do pensamento geográfico no ensino


de geografia. A Geografia é uma disciplina envolvida em profundo questionamento quanto ao
seu objeto e método, há cerca de três décadas, que busca se livrar de paradigmas forjados por
mais de cem anos de domínio absoluto do positivismo clássico. Enquanto isso, o ensino de
Geografia encontra um abismo intransponível entre a evolução do pensamento geográfico com
suas inúmeras correntes e mudanças e a prática da disciplina em sala de aula.

O debate realizado nas universidades não chega até o professor que está em sala de aula, e que
tem, na maioria dos casos, como única referência e orientação o livro didático. Felizmente, nos
últimos anos, vem acontecendo uma aproximação entre a academia e os professores da rede de
ensino fundamental que resulta em propostas desafiadoras para o ensino de Geografia, porém,
cabe ao professor desenvolver a visão de totalidade da sociedade brasileira. E esta totalidade é
produto da unidade na diversidade, logo, síntese de múltiplas determinações. E a transmissão
desses conceitos passa necessariamente pela questão ideológica, da ideologia de classe que o
professor está inserido.

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Referencias Bibliográficas

 Castellar, Sonia Maria Vanzella (2000). Alfabetização em Geografia. Espaços da escola.


 Claval, Paul (1999). O território na transição da Pós-Modernidade. GEOgraphia.
Niterói: UFF.
 Côrrea, Roberto Lobato.et al. (2003). Geografia: Conceitos e Temas. Rio de Janeiro:
Editora Bertrand Brasil.
 Corrêa, Roberto Lobato (1998). Região e organização espacial. 6. ed. São Paulo: Ática.
 Freire, Pulo (1996). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Paz e Terra.
 Harvey, David (1993). A condição pós-moderna. São Paulo: Edições Loyola, 1993.
 Moraes, Aantonio Carlos Robert (1994). Geografia: pequena história crítica. 20. ed. São
Paulo: Anablume.
 Oliveira, Ariovaldo Umbelino (1998). Para onde vai o ensino de Geografia? 7. ed. São
Paulo: Contexto.
 Ramos, Marta Gonçalves da Silva (2018). A Importância dos Recursos Didáticos para o
Ensino da Geografia no Ensino Fundamental nas Séries Finais. Monografia
(Licenciatura) – Universidade de Brasília, Departamento de Geografia. Santa Maria
 Vesentini, José W (1992). Para uma Geografia crítica na escola. São Paulo: Ática.

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