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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED (UNISCED)

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO


CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA

DISCIPLINA: PENSAMENTO GEOGRÁFICO


TEMA: IMPORTÂNCIA DAS CORRENTES DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO
NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Nome: Horácio Alberto Rassane


Código: 81230867

Nampula, Setembro de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED (UNISCED)
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA

TEMA: IMPORTÂNCIA DAS CORRENTES DO PENSAMENTO


GEOGRÁFICO NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Trabalho de Carácter avaliativo,


desenvolvido no Campo a ser
submetido na Coordenação do
Curso de Licenciatura em Ensino de
Geografia da UnISCED.
Tutor:

Nome: Horácio Alberto Rassane

Código: 81230867

Nampula, Setembro de 2023


Índice

Introdução ..................................................................................................................................... 4
IMPORTÂNCIA DAS CORRENTES DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO NO ENSINO DE GEOGRAFIA
................................................................................................................................................... 5
Espaço Geográfico ..................................................................................................................... 5
Território ................................................................................................................................... 5
Paisagem ................................................................................................................................... 5
População .................................................................................................................................. 6
A relação entre o Pensamento geográfico e o Ensino de geografia ..................................... 6
O papel do Determinismo geográfico para o meio ambiente .............................................. 7
Considerações finais .............................................................................................................. 9
Bibliografia .......................................................................................................................... 10
Introdução

Na história do pensamento geográfico, uma das tarefas que mais exigiu esforços
teóricos dos estudiosos e que polemizou o debate político em torno desse campo de
conhecimento, foi a definição de seu objeto de estudo
por diferentes momentos, gerando reflexões distintas acerca dos objetos e métodos do
fazer geográfico. De certa forma, essas reflexões influenciaram e ainda influenciam
muitas das práticas de ensino.
A Geografia a cada momento é exigida como ciência capaz de analisar a (re) produção
do espaço geográfico, cabendo dessa forma, o comprometimento do profissional que
abraça esse ramo do conhecimento.
Com as grandes mudanças da sociedade e o novo momento pedagógico, que se revelam,
têm determinado a necessidade de rever a concepção da Geografia como ciência e de
repensar seu objeto de estudo e seus processos investigativos.
Pode-se dizer que aqueles que “fazem geografia” têm uma missão a realizar. Não
somente buscar compreender o mundo, mas, também, buscar soluções para os diversos
problemas, seja eles sociais e ambientais. É necessário o compromisso do profissional
de geografia que abraça esse campo do conhecimento

O objectivo geral:
• Falar da importância das correntes do pensamento geográfico no ensino da Geografia;

Objectivos específicos:
• Definir as categorias fundamentais do conhecimento geográfico: Espaço, Território,
Paisagem e População;
• Estabelecer a relação entre o Pensamento geográfico e o Ensino de geografia;
•Descrever o papel do Determinismo geográfico para o meio ambiente

Metodologia de pesquisa
Para que fosse possível a produção do trabalho aqui apresentado, foram utilizadas como
metodologias as seguintes pesquisa bibliográfica, pesquisa documental na qual a obras
consultadas serão descritas na bibliografia do trabalho. O trabalho obedece a seguinte
ordem: capa, rosto de capa, introdução, desenvolvimento, considerações finais e a
referência bibliográfica.

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IMPORTÂNCIA DAS CORRENTES DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO NO
ENSINO DE GEOGRAFIA

Categorias fundamentais do conhecimento geográfico


Espaço Geográfico
O espaço Geográfico é um importante conceito para a Geografia, haja vista que ele é o
objeto principal de estudo dessa área do conhecimento. o espaço geográfico é um
conjunto de sistemas de objetos e ações, isto é, os itens e elementos artificiais e as ações
humanas que manejam tais instrumentos no sentido de construir e transformar o meio,
seja ele natural ou social.
Segundo Melhem Adas, o espaço geográfico somente surge após o território ser
trabalhado, modificado ou transformado pelo homem, ou quando, ele imprime na
paisagem as marcas de sua atuação e organização social. Possuí, além de uma dinâmica
natural, uma dinâmica social exercida pelas formações sociais que nele atuam.
A medida que se apropria da natureza (espaço natural) e a transforma, o homem (a
sociedade) cria ou produz o espaço geográfico, e o faz através do trabalho. Utiliza, para
tanto as técnicas de que dispõe segundo o momento histórico e segundo suas
representações, ou seja, crenças, valores, normas e interesses econômicos, factores que
orientam suas intervenções e relações com os elementos naturais ou físicos do espaço.
Assim, no processo de produção do espaço geográfico, o homem se apropria do espaço
natural, que pode ser chamado de primeira natureza, e o transforma em uma segunda
natureza, segundo suas necessidades e interesses. A segunda natureza, portanto, nada
mais é do que a natureza humanizada.

Território
O território é a base geográfica de uma nação. De tamanho variável, essa porção da
superfície terrestre deve incorporar os solos e subsolos, os rios e lagos, as águas
marítimas contíguas e o espaço aéreo. Daí a inegável importância estratégica do
território, razão das lutas empreendidas por todas as espécies do mundo animal e todas
as sociedades humanas.

Paisagem
A paisagem é um conjunto heterogêneo de formas naturais e artificiais; é formada por
frações de ambas, seja quanto ao tamanho, volume, cor, utilidade, ou por qualquer outro
critério. A paisagem é sempre heterogênea. A vida em sociedade supõe uma
multiplicidade de funções, e quanto maior o número destas, maior a diversidade de formas
e de factores. Quanto mais complexa a vida social, tanto mais nos distanciamos de um
modo natural e nos endereçamos a um mundo artificial.
A paisagem artificial é a paisagem transformada pelo homem, enquanto grosseiramente
podemos dizer que a paisagem natural é aquela que ainda não foi mudada pelo esforço
humano. Se no passado havia a paisagem natural, hoje essa modalidade de paisagem
praticamente não existe mais.

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Se um lugar não é fisicamente tocado pela força do homem, ele, todavia, é objecto de
preocupação e de intenções econômicas ou políticas, tudo hoje se situa no campo de
interesses da História, sendo desse modo, social.
Para Milton Santos, paisagem é tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança é
a paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca.
Não é formado apenas por volume, mas também de cores, movimentos, odores, sons, etc.
População
A População um conjunto de indivíduos ou objectos que apresentam pelo menos uma
característica em comum. A população pode ser finita ou infinita. Na prática, quando uma
população é finita, com um número grande de elementos, considera-se como população
infinita.

A relação entre o Pensamento geográfico e o Ensino de geografia


A Geografia, uma das áreas que compõem o currículo escolar, possibilita uma leitura
espacial do mundo tecendo relações, aproximações e rupturas que não podem ser
desconsideradas ao interpretar o espaço geográfico e as relações nele construídas. Essa
ciência depende, em grande medida, da atuação dos docentes que, tanto na educação
superior quanto na educação básica, propõem distintos olhares diante das interações
com o mundo e a dimensão espacial.
ensar em formas de efetivar a Educação Geográfica é, necessariamente, um movimento
que precisa se utilizar de um emaranhado de conhecimentos que contribuam ao
empoderamento do professor; isso se efetiva a partir da relação entre a dimensão
teórico-científica, históricosocial, política, cultural e subjetiva, que, na relação com o
espaço e com os sujeitos, comporta significações ao professor e à forma como organiza
e constitui seu pensamento.
A construção do pensamento geográfico do professor contribui para desenvolver maior
autonomia e consequentemente maior protagonismo na relação com o currículo, com os
recursos didáticos e para compreender os movimentos que envolvem o processo de
ensino e aprendizagem. É importante, então, que o olhar geográfico do professor
considere, também, a dimensão pedagógica que é inerente ao processo educativo. Isso
porque não se pode propor um processo de construção de conhecimentos geográficos
desconsiderando o desenvolvimento cognitivo dos estudantes.
Esse termo remete à ideia de conhecimento poderoso, proposto por Young
(2016), entendendo a necessidade de fornecimento do melhor
conhecimento aos alunos, em diferentes níveis, assegurando, portanto, a
possibilidade de progressão. O pensamento poderoso do professor leva em
conta as dimensões necessárias à construção do seu pensamento de
professor (conhecimento específico da ciência geográfica, relacionando as
dimensões acadêmica e escolar, e o conhecimento pedagógico), a partir do
qual o professor, ao organizar raciocínios e realizar análises geográficas
nas situações que desenvolve na docência, mobiliza esse pensamento para
potencializar o conhecimento dos estudantes.

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Os professores de Geografia ao organizarem e continuamente mobilizarem sua estrutura
de pensamento e utilizarem-se dela para estabelecer reflexões, vão além da descrição e
explicação de um fenômeno. Conforme Callai (2016), a compreensão pelo raciocínio
requer ter conceitos próprios e esses conceitos são que nos fornecem as ferramentas
intelectuais para fazer a Geografia, para sustentar esse pensamento geográfico.
O pensamento geográfico constitui um modo de pensamento sistematizado que é possível
a partir do pensamento espacial articulando uma estrutura de elementos geográficos que,
ao serem mobilizados por meio do raciocínio geográfico, contribuem para tornar o
pensamento mais complexo e mais organizado/sistematizado. Isso torna possível analisar
e interpretar fatos e fenômenos que constituem uma situação geográfica. Dessa forma,
entende-se que o pensamento geográfico compõe alicerce para chegar à Educação
Geográfica a partir do desenvolvimento do raciocínio geográfico e da capacidade de
realizar análises geográficas com propriedade. A figura 4 ilustra essa interação.

O papel do Determinismo geográfico para o meio ambiente


O determinismo geográfico sustentava que as condições ambientais, em especial o clima,
são capazes de influenciar o desenvolvimento intelectual e cultural das pessoas. Esta
teoria afirmava que nas áreas temperadas a humanidade teria um desenvolvimento mais
elevado do que nas áreas tropicais, quente e húmidas.
As afirmações de Ratzel estavam fortemente ligadas ao momento histórico que vivia,
durante a unificação da alemã. O expansionismo do Império Alemão, arquitetado pelo
primeiro-ministro da Prússia Otto von Bismarck (1815-1898), foi legitimado pelas duas
principais correntes de pensamento ratzeliano, o determinismo geográfico e o espaço vital
(espaço necessário à sobrevivência de uma dada comunidade). A primeira explicaria a
superioridade de algumas raças - nesse caso, a alemã -, que naturalmente se
desenvolveriam mais do que outras, e a segunda justificaria a conquista de novos
territórios para suprir a maior demanda de recursos para seu desenvolvimento, ou seja, ou
expansionismo.
Os discípulos do determinismo foram além das proposições ratzelianas, chegando a
afirmar que o homem seria um produto do meio. Defendiam que um meio natural mais
hostil proporcionaria um maior nível de desenvolvimento ao exigir um alto grau de
organização social para suportar todas as contrariedades impostas pelo meio. Ex: O
inverno justificaria o desenvolvimento das sociedades europeias, que não tiveram grandes
dificuldades em subjugar os povos tropicais, mais indolentes e atrasados. Essa ideia
justificou o expansionismo neocolonial na África e na Ásia entre o fim do século XIX e
o início do século XX. Pensamentos que, mais tarde, foram aproveitadas pelos cientistas
e políticos da Alemanha Nazista.
O determinismo geográfico colocava o homem numa condição de submissão aos
aspectos naturais (a natureza é que determina a ação humana), ou seja, sugeria que é o
meio ambiente em que uma pessoa vive que define suas características físicas e
psicológicas.

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Ao ampliar o olhar geográfico para as significações que emergem em distintos tempos e
escalaridades, é possível compreender de modo mais amplo as dinâmicas
socioespaciais, as interações sociais, os modos de vida, os distintos comportamentos e,
ao reconhecer esses processos, é possível o professor, utilizando-se do conhecimento
geográfico, atuar autonomamente numa perspectiva de Educação Geográfica, a qual é,
cada vez mais necessária.
O professor de Geografia, ao problematizar o mundo sob o olhar geográfico, tende a
levar em conta aquilo que o aluno sabe, pensa e imagina, possibilitando que, pela acção
comunicativa, ambos participem da construção do conhecimento de forma significativa,
como responsáveis pelas dinâmicas do espaço geográfico e de modo a construir uma
forma de pensamento poderoso3 para atuar e agir no mundo.

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Considerações finais

A Geografia, nos dias atuais, é considerada uma ciência que estuda o espaço social.
Dentro do espaço geográfico são trabalhadas categorias, como: paisagem, lugar, região,
território, fundamentais para a análise geográfica. Todavia, o espaço é a categoria mais
abrangente da Geografia. Esse espaço é estudado no contexto da relação sociedade-
natureza.
Assim sendo, é necessário que o ensino de Geografia possibilite, ao aluno, a análise e a
crítica das relações socioespaciais, nas diversas escalas geográficas (do local ao global ao
local). Que o espaço geográfico seja sempre analisado de uma perspectiva relacional,
ainda que o recorte do conteúdo, num determinado momento, seja na escala local.
A prática do professor de Geografia deve ter coerência teórica interna, evitando o
ecletismo gerador de confusões entre as correntes geográficas.
Um quadro conceitual de referência pode ser usado para explicar e entender o espaço
geográfico de diferentes maneiras. Cada uma destas maneiras remete a visões de mundo
diferentes, algumas vezes opostas.
É preciso lembrar que não há a neutralidade política e o fim das ideologias, cabe ao
geógrafo, como educador e pesquisador, ficar atento e manter-se numa postura crítica,
em relação ao “saber geográfico”, como ele é produzido e para quem vai servir, o seu
vínculo com as relações de poder e de classes.
Geografia” e “Ensinar Geografia” de forma segura e competente, contribuindo, assim,
para a formação de um profissional consciente de seu papel como um cidadão, capaz de
refletir, interferir e transformar o seu ambiente, buscando ser, de forma crítica e
construtiva, um agente multiplicador do conhecimento, por meio de um processo
contínuo de sua construção, principalmente num mundo da contemporaneidade
tecnológica.

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Bibliografia

ANDRADE, Manoel Correia de. Geografia ciência da sociedade. Uma introdução à


análise do pensamento geográfico. São Paulo: Editora Atlas, 1992.

ARAGÃO, Wellington Alves. A escala geográfica e o pensamento geográfico:


experiências com jovens escolares do Ensino Médio. 2019. Tese (Doutorado em
Geografia). Universidade Federal de Goiás - UFG. Goiânia, 265 f.

YOUNG, Michael F. D. Por que o conhecimento é importante para as escolas do século


XXI? Cadernos de Pesquisa, v. 46, n. 159, p. 18-37, jan./mar. 2016. Acesso em 15 jun.,
2020.

FERREIRA, C. C.; SIMÕES, N. N. A evolução do pensamento geográfico. São Paulo:


Gradiva, 1986.

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