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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências

C urso de licenciatura em ensino de Geografia

A PERTINENCIA DO ESTUDO DA PEDAGOIA PARA A FORMAÇÂO DE


GEOGRAFIA

Nome: Florinda Abrão

Lichinga, aos 00 de agosto de 2023


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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em ensino de Geografia

A PERTINENCIA DO ESTUDO DA PEDAGOGIA PARA A FORMAÇÃO DE


GEOGRAFIA

Nome: Florinda Abrão

Trabalho de campo a ser submetido


na coordenação do curso de
licenciatura em ensino de geografia da
unisced
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Lichinga, aos 00 de agosto 2023

Índice
1. Introdução............................................................................................................................4
2. A pertinencia do estudo da pedagogia para a formação de geografia...................................5
2.1. Estética percussiva da Geografia..................................................................................5
2.2. Postura do professor.....................................................................................................7
2.3. Papel da tecnologia.......................................................................................................7
3. Considerações finais.............................................................................................................9
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1. Introdução

Este artigo apresenta uma análise acerca das propostas curriculares das disciplinas
voltadas para o ensino de Geografia nos projetos pedagógicos dos cursos de Pedagogia,
na modalidade à distância, de instituições públicas de Ensino Superior das regiões
Centro-Oeste, Sul e Sudeste do País, buscando identificar os delineamentos desta área
de ensino nos referidos cursos. O texto aborda perspectivas teórico-metodológicas do
ensino de Geografia e apresenta os resultados. Considera-se que o delineamento
curricular da disciplina Geografia, no processo de formação dos professores na
modalidade à distância, está longe de expressar consenso ou uma perspectiva similar
nas universidades investigadas.
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2. A pertinencia do estudo da pedagogia para a formação de geografia


Diante da realidade em que vivemos, marcada pela globalizalização e seus impactos
sociais, a Geografia configura-se como um campo importante da educação, porque
possibilita a leitura crítica do espaço. Salientamos que o espaço geográfico é fruto das
relações histórico-sociais estabelecidas entre homem e sociedade. De acordo com
Cavalcanti (2010, p. 4) no processo de globalização: observa-se maior interdependência
entre as escalas nas quais os fenômenos e fatos espaciais ocorrem, maior e mais intensa
comunicação entre as pessoas, empresas e instituições, levando à experiência simultânea
(mas não homogênea) com esses fenômenos e fatos, ao adensamento de pessoas em
territórios urbanos e globais e globalizados, a padronização de estilos de vida, mas
também à acentuação da diversidade cultural.

2.1. Estética percussiva da Geografia

O Ensino de Geografia passou por mudanças significativas nas últimas décadas do


século XX, ocorridas tanto no modo de pensar a disciplina como na forma de ensiná-la.
Assim, torna-se importante enfatizar os avanços e retrocessos ocorridos no decorrer da
história da Geografia escolar, destacando as mudanças e permanências e as perspectivas
que podem ser vislumbradas para o futuro. Observamos que durante muitos anos o
ensino de Geografia foi desenvolvido de forma enciclopédica e pouco questionadora,
baseado em uma mera descrição do espaço.

Callai (2005) considera os conhecimentos geográficos como fortes aliados para que os
alunos possam realizar a leitura de mundo, desenvolver a cidadania e ser um agente
ativo de transformação em sua realidade. Ler o mundo da vida, ler o espaço e
compreender que as paisagens que podemos ver são resultado da vida em sociedade, dos
homens na busca da sua sobrevivência e da satisfação das suas necessidades. Em linhas
gerais, esse é o papel da geografia na escola. Refletir sobre as possibilidades que
representa, no processo de alfabetização, o ensino de geografia, passa a ser importante
para quem quer pensar, entender e propor a geografia como um componente curricular
significativo. (CALLAI, 2005, p. 228) Assim, podemos considerar que para a Geografia
fazer parte do currículo da escola básica, há que se levar em conta a amplitude dos
conhecimentos geográficos como possibilidade de se entender, de forma questionadora
e analítica, o mundo em que vivemos, e agir sobre ele. Conforme assinala Cavalcante
(2002), o objeto de estudo geográfico na escola é, pois, o espaço geográfico, entendido
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como um espaço social, concreto, em movimento. Um estudo do espaço assim


concebido requer uma análise da sociedade e da natureza, e da dinâmica resultante da
relação entre ambas (CAVALCANTI, 2002, p. 13No caso específico da Geografia nos
anos iniciais, podemos destacar as práticas que ainda tratam de maneira linear as escalas
geográficas. Segundo Callai (2005), o ensino de Geografia, partindo da chamada
“hierarquização fragmentada” (do mais próximo para o mais distante), desconsidera a
complexidade do mundo em que vivemos. Para a autora o mais importante não é criticar
a ordem com que se trabalham os níveis de hierarquização (casa, escola, cidade, estado,
país...), mas a forma isolada de se trabalhar cada nível ou escala geográfica. Guimarães
et al. (2012, p. 339) argumentam que essa abordagem, denominada “círculos
concêntricos”, serviu muitos anos para a organização do ensino de Geografia nas
escolas. No entanto, tal abordagem já não se apresenta suficiente para explicar as
relações existentes no mundo globalizado, já que seu objetivo era apenas respeitar o
grau de maturidade das crianças, mas acabava por seguir “um percurso linear e
fragmentado ao tratar das escalas geográficas”. Importante ressaltar que tal crítica é
realizada desde a década de 1990 e, lamentavelmente, ainda não se pode confirmar que
tal abordagem foi superada na escola (CAVALCANTI, 2010). Callai (2005, p. 231)
considera que “a clareza teórico-metodológica é fundamental para que o professor possa
contextualizar os seus saberes, os dos seus alunos, e os de todo mundo à sua volta”.
Consideramos que o momento adequado para se refletir e para se buscar a melhor
alternativa teóricometodológica, que trata com a clareza necessária das concepções de
educação e de Geografia, é quando se pensa na disciplina e, para além disso, quando se
pensa no Projeto Pedagógico. É nesse documento que se espera a clareza necessária a
respeito da abordagem teórico-metodológica que será trabalhada e que sejam traçados
os caminhos para se chegar aos objetivos propostos. Nesse sentido, a
interdisciplinaridade é apontada por Callai (2005) como um caminho profícuo para a
prática educativa nos anos iniciais da educação básica, principalmente no processo de
alfabetização, porque possibilita a aprendizagem da leitura e da escrita em consonância
com a leitura de mundo, considerando o contexto histórico e geográfico do aluno. A
esse respeito, Pontuschka et al. (2009, p. 145) salientam que: A interdisciplinaridade
pode criar novos saberes e favorecer uma aproximação maior com a realidade social
mediante leituras diversificadas do espaço geográfico e de temas de grande interesse e
necessidade para o Brasil e para o mundo. O professor de uma disciplina específica com
uma atitude interdisciplinar abre a possibilidade de ser um professor-pesquisador porque
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deve selecionar os conteúdos, métodos e técnicas trabalhados em sua disciplina e


disponibilizá-lo para contribuir com um objeto de estudo em interação com os
professores das demais disciplinas. Isso não pode ser realizado sem uma pesquisa
permanente. Conforme afirmam Pontuschka et al. (op. cit.)

2.2. Postura do professor

Conforme afirmam Pontuschka et al. (op. cit.) a atitude interdisciplinar requer do


professor uma postura de pesquisador que busca a relação dialógica de sua disciplina
com outras áreas do conhecimento. Essa atitude possibilita ao professor um olhar mais
apurado sobre as questões atuais e complexas da realidade, e até mesmo o
aprofundamento sobre sua própria disciplina. Tal postura se faz necessária para que o
professor seja capaz de realizar uma leitura de mundo que possibilite aos seus alunos o
desenvolvimento do olhar crítico.

De acordo com Callai (2005, p. 237), para que essa leitura de mundo seja possível
torna-se indispensável desenvolver o que a autora denomina de “olhar espacial”. Para a
autora a especificidade da análise geográfica consiste em, “por meio do olhar espacial,
compreender o mundo da vida, entender as dinâmicas sociais, como se dão as relações
entre os homens e quais as limitações/condições/possibilidades econômicas e políticas
que interferem” em seu quotidiano.

2.3. Papel da tecnologia

Os avanços tecnológicos e teóricos contribuem significativamente para a reconstrução


das práticas do ensino de Geografia. Assim, os desafios postos aos docentes
responsáveis por essa disciplina se direcionam no sentido de buscar discussões teóricas
e metodológicas fundamentadas, considerando as propostas políticopedagógicas, bem
como o papel político e social da Geografia escolar. A configuração curricular do ensino
de Geografia nos cursos de Pedagogia à distância À luz do referencial teórico
explicitado anteriormente, buscamos verificar como o ensino de Geografia é proposto
nos projetos pedagógicos dos cursos de Pedagogia à distância o ensino de Geografia no
curso de Pedagogia da Instituição “L” é desenvolvido em duas disciplinas, cada uma
com 60 horas-aula, totalizando 120 horas. Na ementa propõe-se que a disciplina seja
iniciada enfocando a Geografia como ciência e mostrando certa interligação dos temas
propostos. Propõe-se também a aplicação prática dos conhecimentos teórico-
metodológicos, observada somente em mais uma ementa das 21 analisadas. Podemos
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observar que, como nas demais disciplinas, os temas mais recorrentes referem-se ao
pedagógico, não tendo muito enfoque os conteúdos básicos dessa disciplina. Fonseca
(2010) afirma que, geralmente, os cursos de Pedagogia vêm seguindo uma cultura
acadêmica de valorização dos saberes pedagógicos e de não valorização dos
conhecimentos básicos das disciplinas, também importantes para os professores que
trabalham com educação infantil e anos iniciais.

Na pesquisa desenvolvida por Arruda (2011, p. 107), intitulada “Dimensões da aula e


das práticas pedagógicas na Educação Superior Presencial e a Distância”, os
depoimentos dos professores pesquisados revelam que “a ementa da disciplina é seguida
de forma mais precisa na EaD, devido, em parte, ao controle realizado por meio dos
registros dos materiais e aulas dos professores”. Outro aspecto apresentado pela autora é
que pelo fato de a modalidade à distância ser desenvolvida em tempos e espaços
diferentes, o planejamento sofre menos alterações. Arruda (2011) enfatiza a importância
de haver planejamento tanto nos cursos presenciais quanto nos à distância. Reforçamos
essa importância e acrescentamos que a preocupação sobre a organização de um curso e
de uma disciplina e a reflexão sobre esses aspectos devem estar presentes desde a
construção do projeto pedagógico e da proposição das ementas das disciplinas. Tal fato
se evidencia ainda mais nos cursos à distância, pois o material didático produzido tem
como referência os projetos pedagógicos e as ementas das disciplinas. Por meio das
análises realizadas, consideramos que várias das ementas, da forma como foram
produzidas, não se mostram como um caminho claro e profícuo para que os professores
que irão ministrar tal disciplina possam organizar, da melhor forma possível, a sua
prática pedagógica.
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3. Considerações finais

Chegado a este ponto, pode-se por meio dos conteúdos do trabalho, perceber que o
trabalho abraça as perspetivas teóricas e metodológicas do ensino de Geografia e
apresenta seus resultados. A clareza teórico-metodológica é fundamental para que o
professor possa contextualizar os seus saberes, os dos seus alunos, e os de todo mundo à
sua volta. Considera-se também que o momento adequado para se refletir e para se
buscar a melhor alternativa teóricometodológica, que trata com a clareza necessária das
concepções de educação e de Geografia, é quando se pensa na disciplina e, para além
disso, quando se pensa no Projeto Pedagógico.
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Referencias bibliográficas

ALMEIDA, R. D.; PASSINI, E. Y. O Espaço Geográfico: ensino e representação. São


Paulo: Contexto, 1989. ARAÚJO, S. M. O lugar do ensino de geografia nos cursos de
pedagogia na modalidade à distância: possibilidades e desafios. Dissertação (Mestrado
em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de
Uberlândia – UFU, 2013. BUITONI, M. M. S. (Coord.) Geografia: ensino fundamental.
Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010. (Coleção
Explorando o Ensino; v. 22) CALLAI, H. C. Aprendendo a ler o mundo: a geografia
nos anos iniciais do ensino fundamental. In: Caderno CEDES, v. 25, n. 66. Campinas,
maio-ago. 2005.

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