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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2
2 CONCEITO DE PAISAGEM ....................................................................... 3
3 HISTÓRIA DO PAISAGISMO ..................................................................... 6
4 A HISTÓRIA DOS JARDINS..................................................................... 10
5 ECOGÊNESE: UM CONCEITO DE PAISAGISMO .................................. 14
6 ARBORIZAÇÃO URBANA: IMPORTÂNCIA PARA O BEM-ESTAR SOCIAL
16
7 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA ARBORIZAÇÃO URBANA ........................ 18
8 ARBORIZAÇÃO URBANA NO MUNDO ................................................... 19
9 FUNÇÃO HISTÓRICA DAS ÁREAS VERDES ......................................... 20
10 ARBORIZAÇÃO URBANA NO BRASIL .................................................... 21
11 IMPORTÂNCIA DA ARBORIZAÇÃO URBANA ........................................ 22
12 ARBORIZAÇÃO E SEUS BENEFÍCIOS ................................................... 26
13 ELEMENTOS QUE COMPÕEM O PAISAGISMO .................................... 26
14 ESCALAS DO PAISAGISMO.................................................................... 30
15 SISTEMA PUBLICO DE AREAS VERDES E PAISAGISMO URBANO. ... 32
16 ÁREAS VERDES URBANAS .................................................................... 33
17 O JARDIM ................................................................................................. 35
18 O JARDIM BRASILEIRO .......................................................................... 37
19 O JARDIM NO BRASIL ............................................................................. 38
20 ÁREAS VERDES EM AMBIENTES INDUSTRIAIS .................................. 42
21 PAISAGEM MODIFICADA E QUALIDADE DE VIDA ............................... 43
22 ESPAÇO GEOGRÁFICO .......................................................................... 44
23 A PAISAGEM CONSTRUÍDA PELA SOCIEDADE ................................... 46
24 PAISAGEM HUMANIZADA....................................................................... 47
25 MODIFICAÇÕES E DESCOBERTAS ....................................................... 48
26 PAISAGEM RURAL .................................................................................. 49
27 PAISAGEM CULTURAL E PRESERVAÇÃO PATRIMONIAL ................... 52
28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 56
29 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 58

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 CONCEITO DE PAISAGEM

A paisagem, que é composta por elementos do presente e do passado, é


dotada de aspectos naturais e culturais do mundo. (PENA, 2020)

De acordo com estudos de PENA, 2020, existem vários elementos conceituais


sobre os quais nós podemos melhor observar e compreender o espaço geográfico e
suas inúmeras formas de análise. Um dos elementos mais importantes nesse ínterim
é o conceito de paisagem, que representa um dos aspectos mais notórios e
necessários para a compreensão do mundo em que vivemos.

Fonte: mundoeducacao.uol.com.br

Para PENA, 2020, a paisagem é, pois, os aspectos perceptíveis do espaço


geográfico, isto é, a forma como compreendemos o mundo a partir de nossos sentidos,
tais como a visão, o olfato, o paladar, entre outros. É claro que a visão é, geralmente,
o mais preponderante dos sentidos quando falamos em compreensão da paisagem,
porém não é o único, de forma que podemos perceber o espaço também pelos seus
cheiros, sons, sabores e aspectos externos.
A análise da paisagem permite-nos verificar as diferentes dinâmicas
concernentes ao funcionamento das sociedades, pois ela revela ou omite
informações, de forma a denunciar as características econômicas, políticas e culturais
que estruturam o processo de formação e organização do espaço social. Afinal de

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contas, o espaço geográfico é o resultado de uma complexa interação entre sociedade
e a sua paisagem, conclui PENA, 2020.
É interessante observar que as paisagens apresentam aspectos e elementos
referentes ao presente e ao passado, que muitas vezes convivem em um mesmo
espaço. Se observarmos, por exemplo, a paisagem de uma cidade histórica, podemos
notar elementos do passado que foram conservados em conjunto com aspectos do
presente ou que surgiram em tempos mais recentes. Assim, é possível comparar
essas paisagens e observar ao menos algumas de suas principais características,
como a sua arquitetura, estilos culturais e outros, ressalta PENA, 2020.

Fonte: Fonte: mundoeducacao.uol.com.br

Para PENA, 2020, a paisagem carrega consigo aspectos naturais e também


aspectos culturais ou humanizados. Quando uma determinada área é formada apenas
pelos elementos da natureza, falamos de uma paisagem natural, mas quando ela
apresenta alguma intervenção humana, então falamos de paisagem cultural, também
chamada de “paisagem humanizada” ou de “paisagem geográfica”.

Uma área de floresta com rios, cachoeiras e animais silvestres constitui um


exemplo de paisagem natural. Já a área de uma cidade ou um campo de
cultivo agrícola são exemplos de paisagens culturais. Em muitos casos, é
possível observar cenários em que os dois tipos se apresentam
conjuntamente, o que representa, ao menos em tese, um equilíbrio entre
natureza e sociedade. (PENA, 2020)

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Conforme PENA, 2020, é preciso considerar que as paisagens também
possuem seus aspectos diferenciados não tão somente pelas suas características
físicas em si, mas também de acordo com o olhar de quem observa. É comum que
duas pessoas diferentes observem uma mesma paisagem e possuam visões,
impressões e opiniões distintas sobre ela, fazendo com que exista uma relação de
identidade e subjetividade entre a paisagem e o ser humano, o que remete à ideia de
cultura, que influencia a forma como a sociedade enxerga a sua realidade.
Todo campo do conhecimento é caracterizado pela sua
preocupação explicita com certo grupo de fenômenos que ele se dedica a
identificar e ordenar de acordo com suas relações. Esses fatos são
agrupados com base no crescente conhecimento de suas conexões; a
atenção às suas conexões denota uma abordagem científica. SAUER
(1925, p. 13, apud CORRÊA, 1998, p.54, apud MACIEL; LIMA, 2011)

Conforme MACIEL; LIMA, 2011, com a evolução da categoria paisagem, na


perspectiva de atingir a um caminho que contemple o anseio em desenvolver o
presente artigo, pode-se dizer que a princípio, o nosso maior propósito é de se
chegar a uma análise integradora dos elementos que compõem a paisagem, seja
nos aspectos naturais, físicos ou humanos. A intenção não é fazer uma análise
detalhada a respeito do tema, mas discutir e apresentar as características
relacionadas às diferentes abordagens relativas a essa categoria, uma vez que o
seu conceito tem sido alvo de muitas interpretações ao longo do tempo.
De acordo com vários estudos realizados por MACIEL; LIMA, 2011 pode-se
dizer que:

A origem do termo paisagem é muito mais antiga do que se pode imaginar,


sendo que o mesmo é empregado há mais de mil anos por meio da palavra
alemã landschaft (paisagem) e desde então vem tendo uma evolução
linguística muito significativa (TROLL, 1997, apud MACIEL; LIMA, 2011).

No século XIX, o estudo da paisagem trabalhou a abordagem descritiva e


morfológica que abordava a natureza do ponto de vista de sua fisionomia e
funcionalidade. Nesse período, destacam-se grandes trabalhos precursores da
época, como Alexander Von Humboldt e Richthofen, que tiveram um papel
importante na orientação da geografia alemã. Conforme Christofoletti (1999, apud
MACIEL; LIMA, 2011), essa abordagem descritiva mostra que, em sua função

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estético-descritiva, a palavra paisagem teve seu desenvolvimento inicial relacionado
com o paisagismo e com a arte dos jardins. A partir de então, a mesma começa a
ganhar várias conotações nos diversos países europeus e abrange outros
significados.

Fonte: studiopepe.com.br

3 HISTÓRIA DO PAISAGISMO

Segundo estudos de GALINATTI, 2019, o ofício do paisagismo é uma atividade


que nos acompanha desde as culturas antigas. Alternando entre períodos de
valorização e desvalorização, é somente na década de 80, no Brasil, que a profissão
ganha espaço e torna-se relevante. Se, em algum momento da história, o paisagismo
esteve atrelado à criação de espaços unicamente de contemplação, na arquitetura
contemporânea, o conceito é bastante amplo e complexo, envolvendo ideais que vão
além da estética.

Estudar a história de um ofício é entender sua evolução ao longo do tempo e


relacioná-la com o contexto sociocultural dos diferentes momentos da
humanidade. Embasar o exercício da profissão é fundamental para a
qualidade dos espaços projetados, uma vez estes devem ser vistos dentro de
um contexto, em que todas as coisas vivas são interdependentes e a
paisagem é onde tudo se integra (WATERMAN, 2010, apud GALINATTI,
2019).

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O dicionário Michaelis define o termo paisagem como “extensão de território e
de seus elementos que se alcança num lance de olhar; panorama, vista”. Quando
ainda intocada pelo humano, é chamada de paisagem natural; após a interferência
dos indivíduos, surge o que é denominado paisagem artificial. Já na Pré-História, os
seres humanos alteravam a paisagem natural. Os primeiros jardins, ou estruturas que
possam ser comparadas a um, surgem junto à agricultura no período Neolítico, em
10000 a.C, conclui GALINATTI, 2019.

Fonte: johnbraid/Shutterstock.com

Antiguidade
Para GALINATTI, 2019, os primeiros esboços de paisagismo mais concretos,
no entanto, surgiram no Oriente Próximo, região geográfica que abrange países do
Sudoeste Asiático, entre o mar Mediterrâneo e o Irã, considerada o berço das
civilizações. A história começa na Mesopotâmia, onde as primeiras aproximações de
paisagismo eram relacionadas à prática da agricultura, na qual pequenos muros que
rodeavam hortas e plantações serviam como protótipos de jardins. Antes de
interromper seus trabalhos devido à invasão árabe, o povo assírio dominava muito
bem as técnicas de drenagem e irrigação.
Você já deve ter ouvido falar nos famosos “Jardins Suspensos da Babilônia”.
Essa obra de paisagismo, considerada uma das maravilhas da humanidade, era
descrita pelos babilônios, em textos que datam de 3000 a.C., como “jardins sagrados”,
relata GALINATTI, 2019.

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De acordo com GALINATTI, 2019, no Egito, os jardins apresentavam simetria
rigorosa e eram implantados de acordo com os quatro pontos cardeais. A introdução
de espécies floríferas foi uma contribuição da civilização persa para o paisagismo, que
passou a ser estimado pelo valor decorativo. Ao contrário dos jardins egípcios, os
jardins gregos fugiam do rigor e da simetria, possuindo características naturais, talvez
em razão da topografia acidentada da região. Neles, eram cultivadas plantas frutíferas
e inseridos elementos decorativos, como esculturas humanas e de animais Em Roma,
as mesmas características puderam ser observadas, com a diferença de que, aqui, os
jardins eram mais grandiosos e pomposos.

Fonte: Page Light Studios/Shutterstock.com

Idade Média
Conforme relata GALINATTI, 2019, o período da Idade Média, entre os séculos
XV e XVI, marcou um retorno à simplicidade, de modo que a grandiosidade e o luxo
deram espaço a novos valores. Áreas verdades eram encontradas com maior
dificuldade, e os jardins possuíam estilo gótico e retratavam o símbolo da religião
dominante.
Como caracteriza GALINATTI, 2019, no período da Idade Média, observou-se
dois estilos básicos de jardins:

Jardins monacais: opunham-se à tradição romana e eram compostos por


quatro partes principais: horta, pomar, plantas medicinais e flores.
Jardins mouriscos: de pequenas dimensões e sem ostentação, os
chamados “jardins da sensibilidade” se caracterizavam pela água, a cor e o

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perfume. Além do aspecto ornamental, a água era utilizada para amenizar o
calor e irrigar.

Renascimento
Na opinião de GALINATTI, 2019, no Renascimento, há o ressurgimento da
cultura como um todo. A natureza é redescoberta, levando à criação dos primeiros
jardins botânicos de plantas exóticas. A artificialidade e a organização marcaram os
jardins renascentistas.
Na Itália, houve influência dos jardins romanos, com estátuas e fontes
monumentais, sendo a vegetação secundária. Já os jardins franceses eram inspirados
nos jardins medievais, com muitos canteiros de flores e ervas medicinais. A axialidade,
a simetria e a perspectiva eram características presentes nos jardins da França, cujo
principal representante é o jardim do Palácio de Versalhes, relata GALINATTI, 2019.
Ainda de acordo com GALINATTI, 2019, com a decadência do estilo francês,
que buscava forma e simetria de maneira exagerada, os jardins passaram a
apresentar características mais informais e próximas à natureza. O traçado livre,
irregular e sinuoso aparece com grande expressão nos jardins ingleses
Século XIX
É nesse período que aparecem os primeiros parques urbanos públicos,
proveniente da necessidade de criação de espaços de lazer, educação e hábitos de
higiene. Um dos exemplos mais relevantes, e pioneiro desse tipo de parque, é o
Central Park, na cidade de Nova Iorque, conclui GALINATTI, 2019.

Fonte: Eric (2019, documento on-line).

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4 A HISTÓRIA DOS JARDINS

A própria palavra jardim vem da junção do hebreu “gan” (proteger, defender)


e “éden” (prazer, delícia) e expressa de certa forma a imagem de um pequeno
mundo ideal, perfeito e… privativo. Portanto, os grandes jardins da história
são como um vocabulário do desenho idealizado da paisagem, como cada
civilização desejava que ela fosse. É sobre essa tradição que se assentam
nossas práticas e posturas em relação à paisagem. (INSERRA, 2016)

De acordo com estudos de INSERRA, 2016, desde a mais remota antiguidade,


o homem observa e admira as plantas, e as organiza de acordo com a disponibilidade,
clima, solo e topografia, resultando nas mais variadas formas de jardins, muitos deles
tornando-se verdadeiras obras de arte.

Fonte: aventurasnahistoria.uol.com.br

Como já citado acima, os mais antigos jardins que se tem notícia, são os
Jardins Suspensos da Babilônia e uma das maravilhas relatadas sobre a qual menos
se sabe. Muito se especula sobre suas possíveis formas e dimensões, mas nenhuma
descrição detalhada ou vestígio arqueológico foi encontrada, exceto um poço fora do
comum que parece ter sido usado para bombear água. Tradicionalmente, acredita-se
que tenha sido construído na antiga cidade da Babilônia, próximo de onde atualmente
se localiza a cidade de Hillah, no Iraque, relata INSERRA, 2016.

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Conforme caracteriza INSERRA, 2016, no geral, foram em regiões áridas como
Pérsia, China e Egito onde se tem notícia dos jardins das mais antigas civilizações
conhecidas, Água sempre foi um recurso fundamental, e a irrigação uma palavra
mágica. Num clima quente e seco, sombra e água fresca são tudo o que se quer, e
assim os primeiros jardins incluiam tanques, canais de irrigação e árvores para
sombra. O desenho e as plantas utilizadas tinham a agricultura como referência:
árvores frutíferas, condimentos, plantas de uso ritual e muita linha reta, onde o Lótus
e o papiro eram muito utilizados.
INSERRA, 2016 relata que no Egito, o religioso era um traço marcante nos
jardins dos faraós, com plantas sagradas como o lótus, o papiro e a tamareira. Eram
influenciados pela crença desse povo em Astrologia, ocupavam grandes traçados às
margens do Rio Nilo, e tinham grandes traçados geométricos.
Para INSERRA, 2016, os jardins dos antigos Persas estavam condicionados a
influencias externas devido as constantes guerras e revelavam elementos retirados
de vários jardins, principalmente dos gregos e egípcios. Um estilo MISTO, que se
caracterizava pela presença de dois canais principais em cruz dividindo o jardim em
quatro zonas: agua, terra, fogo e ar.

Fonte: casavogue.globo.com

Conforme INSERRA, 2016, introduziram as árvores e arbustos de flores


perfumadas. A introdução destas criou um novo conceito, passando a vegetação a ser
estimada pelo valor decorativo das flores, sempre perfumadas, com espelhos d´água
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em meio às alamedas. O jardim persa era cercado por altos muros, era um lugar ao
retiro privado, destinado ao prazer, o amor á saúde e ao luxo do morador.

Mas sem dúvida, um dos jardins orientais mais famosos é o do Taj Mahal,
na Índia. (INSERRA, 2016)

Fonte: casavogue.globo.com

Conforme estudos realizados por INSERRA, 2016, a partir do renascimento,


durante o século XVI, surgiram três estilos de jardins europeus que influenciaram toda
a jardinagem, o italiano, inglês e francês, mas pode-se considerar que existem pelo
menos 5 estilos básicos de jardins, todos eles influenciados pelos antigos estilos e
que sofreram evolução:
Jardim Clássico ou formal, se caracteriza por apresentar linhas geométricas e
simetria do traçado, círculos, retângulos, triângulos e semi-circulos, combinam-se para
compor uma paisagem desenhada com régua e compasso. Um dos jardins clássicos
mais conhecidos é o de Versailles, relata INSERRA, 2016.

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Fonte: www.infoescola.com

Para INSERRA, 2016, o Oriental ou Japonês, é cheio de simbolismo, tem como


um de seus principais fundamentos o culto à Natureza. A presença de pedras, e água
formando pequenos lagos, riachos ou cascatas assim como uma lamparina de pedra
são características presentes neste estilo.
De acordo com INSERRA, 2016, Jardim Tropical tenta criar um ambiente
paradisíaco de uma ilha tropical, com a presença de muito verde e muitas flores. Neste
estilo é fundamental um gramado, uma área sombreada e talvez uma cascata ou uma
lâmina d’agua.
Contemporâneo é o mais aplicado atualmente. É um estilo livre e se aproxima
mais do estilo inglês. Busca-se no mesmo, alcançar uma integração entre o jardim e
a arquitetura local, não havendo rígidez quanto a sua composição, finaliza INSERRA,

2016.

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Fonte: www.infoescola.com

5 ECOGÊNESE: UM CONCEITO DE PAISAGISMO

Pode-se mesmo dizer que em nenhum ponto do Globo subsiste a paisagem


natural resultante apenas do jogo das forças da natureza ao longo das eras
geológicas. O que resta ainda são paisagens aproximadamente naturais,
como ora dizemos em termos geológicos. Porém, o homem não é apenas um
destruidor e modificador das paisagens. Ele também a cria e tem a
capacidade de realizar paisagens construídas de alto valor estético e também
biológico. (MELLO FILHO, 1998, p. 62, apud DIAS, 2018)

Segundo Panzini (2013, p. 639 – 640, apud DIAS, 2018), “o tema da recriação
de uma paisagem natural em ambientes transformados pelas atividades humanas
através de processos mais ou menos dirigidos de ecogênese atravessou todo o século
XX”.
Para DIAS, 2018, nesse sentido, o referido autor italiano identifica a origem
dessa abordagem nos seguintes personagens: o paisagista alemão Willy Lange (1864
–1941), cuja ação em prol de espécies nativas foi relacionada ao viés nacionalista e à
teoria da raça ariana difundidas pelo Partido Nacional Socialista na década de 1930;
o professor e pioneiro da ecologia holandês Jacobus Pieter Thijsse (1865 – 1945) que
defendia a ideia de criação jardins com agrupamentos vegetais correspondentes aos
encontrados nos habitats de origem; e a dupla formada pelo arquiteto da paisagem
Christian Broerse (1902– 1995) e o botânico Koos Landwehr (1911 – 1996), que
desenvolveram a proposta de “parques selvagens” e criaram o primeiro parque público

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explicitamente ecológico: o Thijsseepark, em Amstelveen, ao sul de Amsterdã,
concluído em 1972.
Em sua revisão Panzini relaciona à ideia de ecogênese: as temáticas
ecológicas elaboradas pelo francês Gilles Clément; na Alemanha, o trabalho de Peter
Latz e do Grün Berlin Park und Garten; e, no Brasil, “o trabalho do eminente paisagista
Fernando Magalhães Chacel”, conclui DIAS, 2018.

Fonte: uffpaisagismo.wordpress.com

Os caminhos do paisagismo brasileiro que conduziram à concretização dos


métodos de regeneração ambiental paisagística da ecogênese foram pavimentados
principalmente pelas ideias e ações de três personalidades: dois botânicos que tinham
em comum o sobrenome Mello – Luiz Emygdio de Mello Filho e Henrique Lahmeyer
de Mello Barreto - e o paisagista Roberto Burle Marx, relata DIAS, 2018.
Em texto-epígrafe do livro Paisagismo e Ecogênese (CHACEL, 2001, p.3, apud
DIAS, 2018) Luiz Emygdio de Mello Filho, situou cronologicamente o surgimento da
noção de ecogênese na década de 1940, no Rio de Janeiro. O botânico informou
ainda que o termo “foi proposto por colegas do Museu Nacional e ajustou-se
perfeitamente à realidade socioambiental do país” ao propor a criação de
ecossistemas antrópicos de substituição, em áreas onde os ecossistemas originais
foram degradados ou perdidos pela ação humana.
Curado (2007, apud DIAS, 2018) afirma que,

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Sincronicamente, em Belo Horizonte, o botânico Henrique Lahmeyer de Mello
Barreto ocupava-se de ideias de reconstituição ecogenética, embora não
empregasse a palavra ecogênese. (DIAS, 2018)

6 ARBORIZAÇÃO URBANA: IMPORTÂNCIA PARA O BEM-ESTAR SOCIAL

A arborização urbana proporciona às cidades inúmeros benefícios


relacionados à estabilidade do clima, ao conforto ambiental, na melhoria da
qualidade do ar, bem como na saúde física e mental da população, além de
influenciar na redução da poluição sonora, visual e auxiliar na conservação
do ambiente. (LIMA; PANDOLFI; COIMBRA, 2017)

Identifica-se assim, a importância em se ter um planejamento adequado da


arborização urbana e os benefícios que ela traz com relação ao bem-estar social,
relata LIMA; PANDOLFI; COIMBRA, 2017.

Fonte: digicade.com.br

Do ponto de vista de LIMA; PANDOLFI; COIMBRA, 2017, arborização urbana é


uma necessidade das cidades, não apenas pelas questões estéticas, junto a esse
benefício, é preciso pensar no bem-estar e na qualidade do ar oferecido para a vida
humana, consequentemente refletindo na qualidade de vida. Cortinas vegetais são
capazes de diminuir cerca de 10% o teor de poeira do ar, elementos climáticos como
a intensidade de radiação solar, a temperatura, a umidade relativa do ar, a
precipitação e a circulação do ar. A gestão pública tem um papel importante no
crescimento e desenvolvimento sustentável com uma intensiva prática urbana, tendo

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em mente que muitos impactos ambientais resultam dessa ausência e que culmina
com alterações no ambiente. Dentro desse contexto, a população não deve estar
isenta, nem tão pouco alheia a tais necessidades e deveres.
A arborização urbana no Brasil tem sido uma preocupação dos ambientalistas,
uma vez que observa- se os benefícios dessa ação para a sociedade. Avalia-se que
diante de uma sociedade informatizada, onde qualquer notícia percorre o mundo em
segundos, as questões ambientais estão em um segundo plano para nossa
população. Contudo, ações pouco refinadas, mas com muita técnica e conhecimento
específicos, transfere diversos benefícios para qualquer indivíduo que recebe, seja
em praças ou ruas, avenidas e bosques, uns projetos de arborização (SABADINI
2017, apud LIMA; PANDOLFI; COIMBRA, 2017).

Com o desenvolvimento das cidades em um curto espaço de tempo confirma-


se que existe uma lacuna entre a sustentabilidade e o papel de cada cidadão
na sociedade. Observa-se que em todos os sentidos, as pessoas esquecem
ou não se importam quando o assunto é algum trabalho ecológico e
voluntário. Desta forma, podemos ressaltar o quanto o capitalismo influencia
na tomada de decisões de cada cidadão em um mundo globalizado.
(MILANO,1987, RIBEIRO,2009, apud LIMA; PANDOLFI; COIMBRA, 2017).

Um desequilíbrio vem sendo causado pelo crescimento desordenado das


cidades, onde as arvores e qualquer tipo de vegetação são trocados por vias, ruas,
construções, nos quais trazem para o planeta poluição sonora e visual. Um projeto de
arborização urbana é de extrema importância neste meio urbano, onde se define as
características de determinadas espécies a serem plantadas, como altura, raízes,
época de plantio, manejo e implantação. (RODRIGUES,2010, P.48, apud LIMA;

PANDOLFI; COIMBRA, 2017).


É válido lembrar que a eficiência e sucesso de um projeto desenvolvido se dão
pela preparação da sociedade próxima com palestras, cursos e orientações, sendo
elas preparadas e por pessoas treinadas e capacitadas para execução do mesmo,
relata LIMA; PANDOLFI; COIMBRA, 2017.
Para Gonçalves (1999, apud LIMA; PANDOLFI; COIMBRA, 2017), a arborização
não pode ser realizada de forma amadorística, pois as necessidades urbanas a serem
mitigadas envolvem avaliações estética, ecológica, psicológica, social, econômica e
política. Mesmo as cidades que tiveram a sua arborização planejada podem
necessitar de correções futuras.

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7 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA ARBORIZAÇÃO URBANA

Apesar de muito da história das áreas verdes urbanas ter se perdido no tempo,
é possível traçar um perfil de sua evolução. Partindo do seu caráter mítico-religioso, o
paraíso prometido no livro do Gênesis da Bíblia, passando por mitos e lendas,
estudando os jardins suspensos da Babilônia e chegando aos jardins modernos,
observa-se a importância de cada momento histórico cultural desses espaços
formadores da estrutura urbana (LOBATO et al. 2005, apud RESENDE, 2011).

Fonte: revistanews.com.br

A história da Arborização Urbana e sua evolução teve seu início e


desenvolvimento por volta do século XV na Europa, sendo que sua prática se tornou
comum a partir do século XVII. Nesta época, na Europa, foram criados os passeios
com muitas flores, eram calçadas, e em volta destas muitas flores, conhecidas como
“passeio ajardinado” (SEGAWA, 1996, apud RESENDE, 2011).
Conforme relata (LORENZI, 2002, apud RESENDE, 2011), no Brasil esta história
está intimamente relacionada ao próprio desenvolvimento econômico e social do país,
ou seja, as plantas arbóreas nativas estão ligadas a esse processo. A relação mais
relevante e antiga deste processo é com o próprio nome da nação “Brasil” que foi
emprestado da árvore conhecida popularmente como “pau-brasil” e denominada
cientificamente como “Caesalpinia echinata Lam”

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O processo de urbanização no Brasil é um reflexo das transformações
estruturais de ordem política, econômica e social, pelo qual o país tem se
desenvolvido principalmente no início das décadas de 60 e 70, quando se
iniciou um processo de ordenamento e integração social do país voltado à
política de desenvolvimento econômico-social com base no crescimento das
cidades (LIMA NETO et al., 2007).

8 ARBORIZAÇÃO URBANA NO MUNDO

O desenvolvimento urbano na Europa iniciou-se na metade do século XV e o


aparecimento da vegetação em espaços públicos ocorreu no século XVII
(Segawa,1996, apud (KOCHI; CLEMENTE, 2012).

O estilo francês destacou-se no século XVII, o inglês, no século XVIII, ambos


evidenciando árvores (Farah,1999, apud KOCHI; CLEMENTE, 2012). Aléias são
caminhos ladeados por árvores, que têm a sua gênese nos jardins renascentistas
italianos (Farah,1999, apud KOCHI; CLEMENTE, 2012).

Fonte: maringa.com

A partir do século XVII, várias cidades da Europa construíram seu passeio


ajardinado. Assim, Berlim teve, em 1647, a " Unter den Linden", alameda arborizada
ligando a cidade ao parque de caça; Dublin teve o "Beaux Walk" e o "Gardener's Mall";
Amsterdam aproveitou um charco, transformando-o na "Nieuwe Plantage"; Bordeaux
ganhou o Jardim Royal e Nancy; Viena, Munique, São Petersburgo, Madrid e Lisboa
implantaram passeios públicos arborizados (Segawa,1996, apud KOCHI; CLEMENTE,
2012).
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9 FUNÇÃO HISTÓRICA DAS ÁREAS VERDES

Apesar de muito da história das áreas verdes urbanas (representada a princípio


pelos jardins) ter se perdido no tempo, é possível traçar um perfil de sua evolução.
Partindo do seu caráter mítico-religioso, o paraíso prometido no livro do Gênesis da
Bíblia, passando por mitos e lendas, estudando os jardins suspensos da Babilônia e
chegando aos jardins modernos, observa-se a importância de cada momento histórico
cultural desses espaços formadores da estrutura urbana (LOBATO et al. 2005, apud
KOCHI; CLEMENTE, 2012).

Carlos (2004, apud KOCHI; CLEMENTE, 2012), afirma que a inserção de áreas
verdes já fazia parte da estrutura organizacional de cidades desde a antiguidade.
Esses espaços arborizados destinavam-se essencialmente, ao uso e prazer dos
imperadores e sacerdotes. Na Grécia, tais espaços foram aplicados, não só para
passeios, mas também para encontros e discussões filosóficas. Em Roma, as áreas
arborizadas eram destinadas ao prazer dos mais afortunados (SILVA, 1997, apud
KOCHI; CLEMENTE, 2012).

Fonte: tripadvisor.com.br

Na Idade Média, as áreas verdes são formadas no "interior das quadras" e


depois desaparecem com as edificações em decorrência do crescimento das cidades.
No Renascimento "transformam-se em gigantescas cenografias, evoluindo, no

20
Romantismo, como parques urbanos e lugares de repouso e distração dos citadinos"
(SILVA, 1997, apud KOCHI; CLEMENTE, 2012).

Com o surgimento das indústrias e aumento das cidades, os espaços verdes


deixaram de ter função apenas de lazer, mas passou a ser uma necessidade
urbanística, de higiene, de recreação e de preservação do meio ambiente
urbano (SILVA, 1997, apud KOCHI; CLEMENTE, 2012).

De acordo com (SILVA, 1997, apud KOCHI; CLEMENTE, 2012), a carta de


Atena, citada por Le Corbusier, exigiu que "todo bairro residencial deve contar com a
superfície verde necessária para a ordenação dos jogos e desporto dos meninos, dos
adolescentes e dos adultos", e que as "novas superfícies verdes devem destinar-se a
fins claramente definidos: devem conter parques infantis, escolas, centros juvenis ou
construções de uso comunitário, vinculados intimamente a vivencia"

10 ARBORIZAÇÃO URBANA NO BRASIL

Fonte:brasilambientalconsultoria.com.br

De acordo com Terra (2000, apud KOCHI; CLEMENTE, 2012), é escasso o


material histórico brasileiro, mas destacam-se alguns paisagistas, como Auguste
François Marie Glaziou, que veio ao Brasil a convite de D. Pedro II para ocupar o cargo
de diretor geral de matas e jardins e permaneceu no Brasil por 39 anos, de 1858 a

21
1897, sendo autor de muitas produções de jardins no exterior e no Brasil, porém com
influência européia, como o passeio público do Rio de Janeiro.
No Brasil, a história da arborização de vias públicas se confunde com a própria
história do país. No ano de 1637, Maurício de Nassau tentou reproduzir em Recife
uma cidade semelhante às europeias; esse é considerado o marco inicial da utilização
da vegetação na composição do espaço urbano no Brasil. No início, privilegiava-se
exclusivamente a função estética, mas existem inúmeras outras funções que a árvore
desempenha no ambiente urbano e que trazem benefícios diretos para os habitantes
desse meio, conclui KOCHI; CLEMENTE, 2012.

11 IMPORTÂNCIA DA ARBORIZAÇÃO URBANA

Microclima

No caso do ambiente urbano, verifica-se que o acelerado crescimento


demográfico, conjugado a outras variáveis do espaço urbano, contribuem de
forma significativa nas alterações dos elementos climáticos. A cidade imprime
modificações nos parâmetros de superfície e da atmosfera que, por sua vez,
conduzem a uma alteração no balanço de energia (Lombardo,1990, apud
KOCHI; CLEMENTE, 2012).

Para Furtado & Melo Filho (1999, apud KOCHI; CLEMENTE, 2012), todos os
elementos paisagísticos devem ser cuidadosamente tratados a fim de trazer
benefícios que interferirão no projeto integrado, visando a melhoria da qualidade do
ar, o sombreamento da edificação e adjacências, o controle da ventilação e da
umidade. A maior parte da carga térmica de uma edificação provém da radiação solar
e da temperatura do ar exterior, sendo necessário um rigoroso controle dos elementos
microclimáticos para eliminar um excesso de energia que tornaria inóspito o ambiente
construído.
De acordo com Lima (1993, apud KOCHI; CLEMENTE, 2012), as áreas urbanas
constituem um ambiente artificial, pois possuem grande concentração de áreas
construídas e pavimentadas que favorecem a absorção da radiação solar de dia e
reflexão durante a noite. Denominado ilha de calor, este fenômeno pode ter um
diferencial térmico bastante significativo em relação a locais mais vegetados. As
árvores interceptam, refletem, absorvem e transmitem a radiação solar. Uma

22
adequada arborização e uma boa ventilação constituem dois elementos fundamentais
para a obtenção do conforto térmico para o clima tropical úmido.

Fonte: patosnoticias.com.br

O conjunto arbóreo colocado a uma distância mais apropriada possível da


edificação fornecerá um bom sombreamento nas fachadas, compondo um entorno
mais favorável (Furtado & Melo Filho, 1999, apud KOCHI; CLEMENTE, 2012)
Saúde
A área verde tem função de se constituir em um espaço "social e coletivo",
sendo importante para a manutenção da qualidade de vida. Por facilitar o acesso de
todos, independentemente da classe social, promove integração entre os homens
(Martins Júnior, 1996, apud KOCHI; CLEMENTE, 2012).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que as cidades tenham,
no mínimo, 12 metros quadrados de área verde por habitante (Lang, 2000, apud
KOCHI; CLEMENTE, 2012).
As árvores podem ser consideradas agentes antimicrobianos. As árvores agem
ainda contra a poluição atmosférica, sonora e visual (Pedrosa, 1983, KOCHI;

CLEMENTE, 2012).
No ambiente urbano, têm considerável potencial de remoção de partículas e
gases poluentes da atmosfera. Cortinas vegetais experimentais foram capazes 13 de

23
diminuir em 10% o teor de poeira do ar (Pedrosa, 1983, apud KOCHI; CLEMENTE,
2012).

Conforme (Milano,1984, apud KOCHI; CLEMENTE, 2012), o excessivo som


urbano proveniente do tráfego, equipamentos, indústrias e construções interfere na
comunicação, lazer e descanso das pessoas podendo afetá-las psicológica ou
fisiologicamente.
É possível fazer o uso de árvores como complementação para o atenuamento
do ruído, já que os vegetais diminuem a reverberação do som. É preciso ressaltar que
o efeito protetor varia de acordo com a frequência dos sons, com a posição das
árvores em relação à fonte emissora e com a estrutura e composição do plantio
(Milano,1984, apud KOCHI; CLEMENTE, 2012).

Ecossistemas urbanos
De acordo KOCHI; CLEMENTE, 2012, a uniformização da vegetação nos centros
urbanos constitui um dos maiores perigos para o equilíbrio ecológico da Terra e deve
ser evitada. A diversidade das espécies vegetais é condição básica para a
sobrevivência da fauna e o equilíbrio ecológico.

Fonte: a12.com/redacaoa12

As cidades que não diversificarem sua vegetação poderão se transformar em


desertos verdes. Cada cidade deveria dar prioridade ás espécies nativas da região.
Quando isso acontecer, os turistas terão maior prazer ao visitá-las, pois elas
24
apresentarão aspectos distintos e típicos de sua vegetação, conclui KOCHI;
CLEMENTE, 2012.

Situação das árvores públicas


Conforme estudos de KOCHI; CLEMENTE, 2012, embora sejam inúmeros os
benefícios proporcionados pelas árvores, o reconhecimento histórico destes pela
população brasileira tem deixado a desejar. Mesmo atualmente, as árvores das ruas
e avenidas continuam sendo danificadas, mutiladas, ou mesmo, eliminadas, quando
se trata de reformas urbanas como alargamento de vias, conserto de encanamentos,
manutenção 14 da rede elétrica, construção e reforma de edificações residenciais,
comerciais e mesmo institucionais.

Fonte: sitiodamata.com.br

As árvores podadas têm seu aspecto original alterado e jamais satisfarão as


exigências impostas pela estética e ciência, embora possam satisfazer às exigências
que lhes são feitas pela salubridade pública. Portanto, é bom que tenhamos árvores
com seu porte natural, e para tê-las, é necessário que lhes proporcionemos o espaço
correspondente à sua natureza (Hoehne,1944, apud KOCHI; CLEMENTE, 2012).

25
12 ARBORIZAÇÃO E SEUS BENEFÍCIOS

A arborização colabora de forma significativa para a melhoria do conforto


urbano. É elemento de contemplação, fornecedora de flores e frutos atrativos, e centro
de configuração paisagística, como ponto de referência para orientação e
identificação, possibilitando a proximidade e convivência do homem com a natureza
no espaço construído (PORTO; BRASIL, 2013).
Dessa forma, este contexto demanda ao meio urbano inevitavelmente de criar
condições que venham melhorar a convivência dentro de um ambiente cada vez mais
contrário e perigoso, com uma variedade de atividades que nesses lugares se
desenvolvem. O regime de chuva e a temperatura podem sofrer alterações, devido à
atividade humana desenvolvida, a qual tem causado profundas mudanças no clima
local (GONÇALVES et al.,4 2012)
As árvores representam um elemento essencial para promover uma adequação
ambiental quanto às exigências de conforto térmico. A vegetação é de fundamental
importância para melhoria da qualidade de vida, pois tem função na melhoria e
estabilidade microclimática, devido à redução das amplitudes térmicas, ampliação das
taxas de transpiração, redução da insolação direta, dentre outros benefícios (MILANO;
DALCIN, 2000).

13 ELEMENTOS QUE COMPÕEM O PAISAGISMO

Como caracteriza GALINATTI, 2019, os projetos de paisagismo são compostos


pela conjunção de elementos vegetais com elementos não vegetais. Estes últimos
podem ser tanto produzidos pelo homem, como o mobiliário urbano e os diferentes
tipos de piso, quanto naturais, como as rochas.
Segundo Abbud (2006, p. 16, apud GALINATTI, 2019), essa conjunção confere
ao paisagismo a condição de “[...] única expressão artística em que participam os
cinco sentidos humanos [...]”. Diferente da pintura, em que a visão é predominante,
ou até mesmo da escultura, em que se pode incluir o tato, o paisagismo, por trabalhar
com elementos vivos, têm a capacidade de estimular todos os sentidos. Imagine que
você está caminhando em um jardim e começa a ouvir o canto dos pássaros em uma
árvore; ao se aproximar um pouco mais, você sente o aroma vindo de um arbusto
26
plantado ao pé daquela árvore; quando você toca nesse arbusto, encontra frutas
comestíveis.

Elementos vegetais
Para GALINATTI, 2019, quando pensamos em paisagismo, a primeira imagem
que vem à mente é a de vegetação. As plantas são, certamente, um dos aspectos
definidores do paisagismo.

Fonte: vivadecora.com.br

De acordo com GALINATTI, 2019, os elementos vegetais podem ser


classificados em três categorias: árvores, os elementos mais altos; arbustos, com
altura média; e forrações, que ficam junto ao solo.

Árvores
De acordo com GALINATTI, 2019, por serem elementos de grandes dimensões,
as árvores demandam algumas características específicas do terreno. Normalmente,
o condicionante do terreno define nem qual é o padrão de arborização possível.
Quanto à sua copa, as árvores podem ter copas horizontais ou verticais. As primeiras
apresentam o diâmetro da copa similar ou maior do que a sua altura, enquanto as
segundas são mais altas do que largas.
Segundo Abbud (2006, apud GALINATTI, 2019), as árvores de copa horizontal
“formam um teto, uma sombra, um lugar aconchegante”. Portanto, podem ser
27
utilizadas como uma transição entre o espaço aberto e o espaço fechado quando
plantadas junto à varanda de uma edificação.
Já as árvores de copa alta podem ser utilizadas como elementos focais em uma
composição paisagística. Elas também podem ser agrupadas com certa proximidade
para criar bloqueios visuais de vento, de modo a melhorar a habitabilidade de um
jardim, relata GALINATTI, 2019.

Arbustos
Por seu tamanho reduzido quando comparado ao das árvores, os arbustos são
uma ótima opção para composições em espaços menores. Contudo, não devem ser
negligenciados em grandes projetos, uma vez que o equilíbrio entre elementos
vegetais grandes e pequenos é uma das características do bom projeto de
paisagismo.
Segundo estudos realizados por GALINATTI, 2019, os arbustos podem ser
compostos de modo a definir espaços em um jardim. Como são quase totalmente
cobertos de folhas, eles têm a característica de um sólido vegetal. Assim, quando
plantados lado a lado, os arbustos dão origem a verdadeiros muros verdes.
Para Abbud (2006, p. 91, apud GALINATTI, 2019), essa é uma das
características mais marcantes desse tipo de vegetação: “[...] o principal papel dos
arbustos é vedar e ajudar na definição de escalas e lugares aconchegantes [...]”.

Forrações

As forrações são plantas que se desenvolvem junto ao chão (forrações de


solo) ou junto a elementos naturais ou construídos (espécies conhecidas
como “trepadeiras”). As primeiras são indicadas para o plantio direto no solo,
na horizontal, enquanto as segundas podem crescer junto a superfícies
verticais ou inclinadas. (GALINATTI, 2019)

Para GALINATTI, 2019, as forrações de solo são divididas entre aquelas que
suportam o pisoteio, como as gramas, e aquelas que não podem ser pisadas, como
as plantas rasteiras.
Essas plantas são ótimas para composições ornamentais, por apresentarem
cores variadas e florações que permitem compor tapetes vegetais complexos. Para
garantir que a composição se mantenha ao longo do tempo, é necessária a previsão

28
de elementos de contenção vegetal, como muretas ou anteparos plásticos, conclui
GALINATTI, 2019.
Elementos não vegetais
No dizer de GALINATTI, 2019, um jardim composto só de vegetação não está
completo. Para um jardim dar conta de um uso contínuo, precisa ter elementos não
vegetais, como rochas e mobiliário urbano. Dessa maneira, o jardim pode ser
aproveitado em todo o seu potencial, trazendo espaços de contemplação e descanso,
além de facilitar a locomoção dos visitantes.

Fonte: lanternadepedra.com.br

Rochas
Segundo GALINATTI, 2019, as rochas estiveram ao lado da vegetação nos
projetos paisagísticos desde os primeiros assentamentos humanos. O uso mais
comum das pedras no paisagismo é o de elementos de piso. Grandes pedaços de
rocha podem ser assentados diretamente na terra, por exemplo.
Há também outros usos, como no caso dos paralelepípedos das cidades
portuguesas e espanholas e dos pisos do tipo pedra portuguesa, herança colonial que
foi ressignificada pelos paisagistas modernos brasileiros, com destaque para Roberto
Burle Marx. Atualmente, são utilizadas placas de pedra produzidas industrialmente
com espessuras muito pequenas, relata GALINATTI, 2019.

29
Esse material é comumente utilizado em jardins sobre lajes com o sistema de
piso elevado, que facilita a manutenção e dispensa ralos aparentes, conclui
GALINATTI, 2019.
Madeiras

Os elementos de madeira podem ser utilizados no paisagismo tanto em sua


forma bruta, como toras de madeira roliça, quanto em sua forma
industrializada, como barras de madeira laminada, relata GALINATTI, 2019.

Para GALINATTI, 2019, esse material é muito utilizado em bancos, degraus,


decks, muretas e pérgolas, além de portões e cercas. Por ser um produto natural
proveniente de árvores, a sua composição com a vegetação gera efeitos muito
interessantes. As toras ou mourões brutos devem receber tratamento anticupim e
antiapodrecimento para garantir a sua durabilidade. Atualmente, existem técnicas
eficientes que aumentam a vida útil desses materiais.

14 ESCALAS DO PAISAGISMO

Como caracteriza GALINATTI, 2019, desde a Revolução Industrial, no século


XVIII, a população tem se deslocado do campo para as cidades. Com o crescimento
da população urbana, tornou- -se necessário que as cidades tivessem planos de
arborização e previsão de espaços abertos para que as pessoas pudessem ter contato
com a natureza. Esse fenômeno levou à criação dos parques urbanos, grandes
glebas, localizadas geralmente no coração das cidades, onde não são permitidos o
loteamento e a venda de terrenos e onde as únicas edificações permitidas são aquelas
que atendem ao próprio parque, como museus e auditórios.
Para Waterman (2010, apud GALINATTI, 2019), a criação de parques nacionais
e jardins urbanos e a necessidade de planejamento urbano de larga escala geraram
muitas oportunidades para os paisagistas
Desde a Revolução Industrial, no século XVIII, a população tem se deslocado
do campo para as cidades. Com o crescimento da população urbana, tornou- -se
necessário que as cidades tivessem planos de arborização e previsão de espaços
abertos para que as pessoas pudessem ter contato com a natureza. Esse fenômeno
levou à criação dos parques urbanos, grandes glebas, localizadas geralmente no
coração das cidades, onde não são permitidos o loteamento e a venda de terrenos e
30
onde as únicas edificações permitidas são aquelas que atendem ao próprio parque,
como museus e auditórios. Para Waterman (2010, apud GALINATTI, 2019), a criação
de parques nacionais e jardins urbanos e a necessidade de planejamento urbano de
larga escala geraram muitas oportunidades para os paisagistas
De acordo com GALINATTI, 2019, um dos parques urbanos mais conhecidos é
o Central Park, que fica na ilha de Manhattan, em Nova Iorque. O parque foi proposto
na primeira metade do século XIX, período no qual a população de Nova Iorque
quadruplicou. Durante esse período, já havia sido aprovado o projeto de traçado
urbano da ilha, conhecido como Plano do Comissário, que dividiu toda a extensão
ainda não ocupada de Manhattan em uma grelha de quarteirões medindo 274 × 80 m.
No Brasil, destaca-se o Parque Ibirapuera, em São Paulo. Ele foi planejado
desde o início do século XX — período de maior crescimento demográfico da capital
paulista — e executado finalmente nos anos 1950, relata GALINATTI, 2019.

Fonte: parqueibirapuera.org

Conforme GALINATTI, 2019, o Ibirapuera contempla, além do projeto


paisagístico de Roberto Burle Marx, com lagos e vegetação abundantes, um conjunto
edificado projetado por Oscar Niemeyer. Tal conjunto é unido por uma generosa
marquise que serve como espaço de sombra e ponto de referência para os visitantes,
mostrando o potencial da união entre arquitetura e paisagismo.

31
15 SISTEMA PUBLICO DE AREAS VERDES E PAISAGISMO URBANO.

Como enfatiza BARGOS; MATIAS, 2011, a busca pelo desenvolvimento de novas


práticas e reflexões relacionadas ao planejamento urbano tem sido evidenciada no
Brasil e no mundo pelo elevado número de pesquisas e estudos técnicos e científicos
realizados nos últimos anos.

Fonte: infoescola.com

Muitos desses estudos apontam a vegetação intraurbana como importante


indicador da qualidade ambiental nas cidades devido às funções ecológicas, estéticas
e de lazer que ela pode exercer. Neste contexto, a vegetação urbana recebe diferentes
nomenclaturas que são utilizadas indistintamente como sinônimos do termo áreas
verdes, quando na realidade, em muitos casos, não o são, relata BARGOS; MATIAS,
2011.

Para BARGOS; MATIAS, 2011, desde a década de 1970 as cidades brasileiras


têm sofrido as mais intensas transformações. A busca pela compreensão da
diversidade dos aspectos do espaço urbano, relacionados às suas dimensões
socioambientais, tornou-se uma preocupação cada vez mais presente para o
planejamento e a gestão urbana. Os temas relacionados à qualidade ambiental das
áreas urbanas vêm sendo debatidos por diversos pesquisadores nos níveis técnicos
e científicos.

32
Na opinião de BARGOS; MATIAS, 2011, embora a vegetação seja considerada
por diversos pesquisadores como um importante indicador de qualidade ambiental
urbana é possível notar divergências conceituais entre aqueles que estudam o tema,
pois termos como áreas verdes, espaços livres, áreas de lazer, por exemplo, são
utilizados indistintamente como sinônimos para referência à presença de áreas
verdes, quando na realidade não o são necessariamente sinônimos para referência à
presença de áreas verdes, quando na realidade não o são necessariamente.

16 ÁREAS VERDES URBANAS

Conforme Nucci (2001, apud BARGOS; MATIAS, 2011), um atributo muito


importante, porém negligenciado no desenvolvimento das cidades, é o da cobertura
vegetal, pois além de todas as necessidades que o ser humano tem em relação à
vegetação é importante lembrar que as cidades estão cada vez mais poluídas, e esta
poluição, principalmente no ar e nos rios, pode ser reduzida substancialmente
preservando-se a vegetação local.
Os termos áreas verdes, espaços/áreas livres, arborização urbana, verde
urbano, têm sido frequentemente utilizados no meio científico com o mesmo
significado para designar a vegetação intraurbana. No entanto, pode-se considerar
que a maioria deles não são sinônimos, e tampouco se referem aos mesmos
elementos. (Nucci 2001, apud BARGOS; MATIAS, 2011)
Lima et al. (1994, apud BARGOS; MATIAS, 2011) consideram que é necessário
um esforço para que os termos utilizados para classificação da vegetação urbana
sejam discutidos de forma convergente. Para eles, espaço livre é um termo mais
abrangente que áreas verdes, e admitem que entre os espaços livres tem-se:
Área verde: onde há o predomínio de vegetação arbórea. Devem ser
consideradas as praças, os jardins públicos e os parques urbanos, além dos canteiros
centrais e trevos de vias públicas, que tem apenas funções estéticas e ecológicas.
Porém, as árvores que acompanham o leito das vias públicas não se incluem nesta
categoria. Os autores apontam que as áreas verdes, assim como todo espaço livre,
devem também ser hierarquizadas, segundo sua tipologia (privadas, potencialmente
coletivas ou públicas) e categorias. (MATIAS, 2011)

33
 Parque Urbano: são áreas verdes, maiores que as praças e jardins, com
função ecológica, estética e de lazer. (MATIAS, 2011)
 Praça: pode não ser considerada uma área verde caso não tenha vegetação
e seja impermeabilizada. Quando apresenta vegetação é considerada jardim, e como
área verde sua função principal é de lazer. (MATIAS, 2011)
Arborização Urbana: são os elementos vegetais de porte arbóreo tais como
árvores no ambiente urbano. As árvores plantadas em calçadas fazem parte da
Arborização Urbana, no entanto, não integram o Sistema de Áreas Verdes. (MATIAS,
2011)
O sistema de áreas verdes é entendido como integrante do sistema de espaços
livres. Esta ideia é sustentada também por Nucci (2001, apud BARGOS; MATIAS, 2011)
que denomina estas áreas como um subsistema do sistema de espaços livres e que
devem fornecer possibilidade de lazer à população.
Oliveira (1996, apud BARGOS; MATIAS, 2011) já havia considerado a questão
da permeabilidade do solo nas áreas verdes. Para ele o conceito de áreas verdes,
para ser completo, necessita descrever suas estruturas e enfatizar, sobretudo, a
importância que elas têm em termos de suas funções (ecológicas, estéticas,
econômicas e sociais)

Funções das áreas verdes

Para Milano (1990, apud VIEIRA, 2004, apud BARGOS; MATIAS, 2011) a
principal função do sistema de áreas verdes urbanas não deve ser apenas a criação
de refúgios para que as pessoas possam “escapar” da cidade. Além disso, essas
áreas devem possibilitar à população momentos de lazer e recreação em convívio
com a natureza, respeitando sua vivência urbana e contato com outras pessoas.
Oliveira (1996, p. 11, apud BARGOS; MATIAS, 2011) argumenta que:

O “[...] estilo de vida urbano e a estrutura cultural das cidades são elementos
associados à tendência ao sedentarismo, aumentando a demanda por áreas
verdes e espaços para recreação”.

34
Vieira (2004, apud BARGOS; MATIAS, 2011) admite que as áreas verdes tendem
a assumir diferentes papéis na sociedade e suas funções devem estar
interrelacionadas no ambiente urbano, de acordo com o tipo de uso a que se destinam.
Como caracteriza BARGOS; MATIAS, 2011, as funções destas áreas estariam
relacionadas à:
Função Social: possibilidade de lazer que essas áreas oferecem à população.
Com relação a este aspecto, deve-se considerar a necessidade de hierarquização.
(MATIAS, 2011)
Função Estética: diversificação da paisagem construída e embelezamento da
cidade. Relacionada a este aspecto deve ser ressaltada a importância da vegetação.
(MATIAS, 2011)
Função ecológica: provimento de melhorias no clima da cidade e na
qualidade do ar, água e solo, resultando no bem-estar dos habitantes, devido à
presença da vegetação, do solo não impermeabilizado e de uma fauna mais
diversificada nessas áreas. (MATIAS, 2011)
Função Educativa: possibilidade oferecida por tais espaços como ambiente
para o desenvolvimento de atividades educativas, extraclasse e de programas de
educação ambiental. (MATIAS, 2011)
Função Psicológica: possibilidade de realização de exercícios, de lazer e de
recreação que funcionam como atividades “antiestresse” e relaxamento, uma vez que
as pessoas entram em contato com os elementos naturais dessas áreas. (MATIAS,
2011)
Como indicador de qualidade ambiental as áreas verdes precisam ser
consideradas ainda conforme sua distribuição e dimensão espacial para que o
planejamento urbano e ambiental supra as necessidades da sociedade e não apenas
seja conduzido à valorização e preservação da vegetação no meio urbano por uma
questão meramente preservacionista, finaliza BARGOS; MATIAS, 2011.

17 O JARDIM

Jardim é uma figura que perpassa a história humana, um espaço de deleite


de monarcas e nobres que, a partir do século XVIII, é introduzido, ainda de
forma não estrutural, no espaço da cidade europeia, tornando-se, a partir do

35
século XIX, uma forma estrutural de qualificação do espaço urbano
(Macedo,2014).

Fonte: br.freepik.com

Pode-se dizer que o ajardinamento é uma forma de tratamento paisagístico do


espaço livre urbano, podendo ser originado de um projeto paisagístico ou de uma ação
vernacular que objetiva romper com a rigidez da estrutura edificada típica de cidade,
relata Macedo, 2014.
De acordo com Macedo, 2014, devido à própria natureza, o jardim é um
elemento urbano extremamente frágil, pois, na medida em que é estruturado
basicamente por seres vivos – árvores, arbustos, forrações –, exige manutenção
constante para manter-se íntegro, assim como é suscetível às ações de diferentes
proprietários e mantenedores, que, frequentemente e pelos mais diversos motivos,
fazem alterações radicais em sua estrutura morfológica.
Na visão de Macedo, 2014, o jardim significa movimento, transformação,
maturação e efemeridade, pois lida com seres vivos, que nascem, crescem e morrem.
O projeto, as concepções de um jardim podem partir do princípio da vegetação
madura, adulta, e do tempo que demora para alcançar tal maturidade, ou, ainda, do
entendimento das diversas configurações que pode assumir durante o tempo – e é
com uma dessas imagens que se identificam e se valorizam um jardim e o seu
significado em um determinado momento cultural.

36
Conforme Macedo, 2014, um jardim não é só vegetação e depende
estruturalmente do parcelamento de uma área em canteiros e caminhos, estares e
pátios, que recebem, além do plantio, a inserção da água nas suas mais diversas
formas como fontes, tanques, lagos e canais; pequenos elementos construídos, como
quiosques, caramanchões, colunatas, pórticos, estufas, coretos e gazebos; esculturas
dos mais diversos portes, bancos, vasos, luminárias, pavimentos simples, rústicos e
sofisticados, sendo fundamental o tipo de sítio em que está inserido, ou, ainda, a que
tipo de modelagem o terreno foi submetido e as formas de uso e apropriação pelo
usuário – proprietário ou população – e por animais diversos, aves e pequenos
mamíferos em especial.
Macedo,2014 já afirmou que inventariar jardins é um procedimento que tem
caráter praticamente emergencial em um país em que a tradição de preservação
desse tipo de espaço ainda é pequena. Poucos serão conservados ou preservados,
sendo fundamental a criação de um centro de documentação nacional dos jardins para
a conservação da cultura paisagística brasileira.

18 O JARDIM BRASILEIRO

Fonte: centraldenoticias.radio.br

37
A constituição do jardim no Brasil está intimamente ligada às dinâmicas
ecológicas e climáticas, à variabilidade vegetal encontrada no território nacional, à sua
tropicalidade, à rusticidade do interior do Nordeste e do Cerrado e também às
influências formais do estrangeiro, que, desde sua gestação no país, direcionaram
sua constituição – no caso, a influência europeia, e, depois, a americana, que foram
e são extremamente fortes, atesta Macedo,2014.
Para Macedo,2014, essas influências vieram e vêm das elites, que introduziram
o jardim no país, e foram remodeladas e solidificadas pela ação vernacular de
inúmeros profissionais jardineiros – a maioria de origem europeia –, e, depois, por
profissionais locais, tanto jardineiros como paisagistas. Praticamente não houve
grande influência de outros países latino-americanos no paisagismo, na sua
conformação e no jardim brasileiro.
Restringiu-se a poucas incursões de profissionais brasileiros pelas Américas
do Sul e Central, sem, de fato, haver grandes trocas de experiências, tanto pelas
poucas oportunidades de trabalho, como pela distância cultural, segundo
Macedo,2014.
De acordo com Macedo,2014, a partir das últimas três décadas do século XX,
será expressiva a influência da indústria produtora de mudas e equipamentos para
jardim – que direcionará extremamente a escolha de materiais e espécies vegetais –
na constituição formal do jardim brasileiro contemporâneo.
A vegetação utilizada será a mais disponível no mercado, pelo menos na média
dos jardins públicos e privados. Somente em certos casos, como em espaços
projetados para palácios, parques e jardins particulares de alto padrão, e em alguns
espaços públicos de alta visibilidade, cujo projeto foi encomendado para algum
paisagista de renome, haverá seleções sofisticadas de espécies vegetais – e mesmo
de materiais de acabamento e mobiliário urbano, conclui Macedo,2014.

19 O JARDIM NO BRASIL

O jardim tem sua constituição atrelada à história da urbanização nacional,


sendo típico do processo de urbanização e reurbanização pelas quais passou
o Brasil no século XIX. (Macedo,2014)

De acordo com Macedo,2014, até então, a cidade brasileira era pequena, e


mesmo os grandes centros não passavam de pequenas cidades, entrepostos
38
comerciais a intermediarem a colônia com o reino português. Com a constituição do
“país Brasil”, suas cidades principais, litorâneas em geral, passam por drásticas
transformações, que as direcionam a configurações urbanísticas e paisagísticas de
caráter europeu, alinhando o país e suas cidades às grandes capitais do velho
continente.

Fonte: jardim-dos-sonhos-landscaper.negocio.site

Conforme Macedo,2014, não surgem em local especial, mas de modo


simultâneo, pelos mais diversos pontos – da capital, no Rio de Janeiro, a Recife,
Salvador; pelas cidades do interior, em São Paulo; na nova capital de Minas Gerais,
Belo Horizonte; em Campinas, Fortaleza, Manaus, Belém do Pará e em muitas outras
cidades.

O jardim é um dos símbolos de modernidade urbana no Brasil do século XIX,


assim como os bulevares, os palacetes isolados no lote, a arborização de rua,
as avenidas monumentais, os passeios à beira-mar, as praças ajardinadas e
os parques urbanos, elementos que, associados à moderna arquitetura
eclética – que substitui a velha arquitetura colonial – e aos novos costumes
sociais constituem a imagem urbana da época. (Macedo,2014)

Para Macedo,2014, a partir desse século consolida-se como uma forma de


qualificação do espaço urbano, e permanece como elemento fundamental de
tratamento de muitos dos espaços urbanos, parques, praças, largos, calçadões,
mirantes, terraços, praias e orlas fluviais.
Do ponto de vista de Macedo,2014, durante o século XX, sua configuração e
sua forma de tratamento paisagístico básica são alteradas, tanto em função dos novos
39
padrões estéticos em voga, como pelas novas formas de uso do espaço urbano, com
o advento do uso massivo do automóvel e das novas formas de recreação ao ar livre.
Como caracteriza Macedo,2014; o paisagismo brasileiro divide-se em três
períodos:

1. Ecletismo – de 1783, com a inauguração do Passeio Público do Rio de


Janeiro, até 1938, com o projeto dos jardins do Ministério da Educação e
Saúde (MES), no Rio de Janeiro, por Roberto Burle Marx.
2. Moderno – de 1938 até os anos 1990, com os projetos do Jardim Botânico
de Curitiba (1991) e o projeto da praça Itália em Porto Alegre (1992).
3. Contemporâneo – 1992 em diante.

Ecletismo – significa, para o paisagismo, e, portanto, para o jardim, mistura,


diversidade formal, reprodução de padrões diversos de padrões jardinísticos europeus
de projeto e agenciamento espacial, derivados de duas tradições muito fortes: a
clássica, cuja origem se perde nos tempos, e a romântica, formatada na Inglaterra a
partir do século XVII, enfatiza Macedo,2014.
No Brasil, a tradição do jardim remonta ao início da colonização, aos famosos
jardins da corte de Nassau (Recife), aos hortos coloniais, aos pátios de conventos
tratados e aos pequenos jardins das casas senhoriais. Destes, praticamente tudo se
perdeu e quase nada se sabe, a não ser pela descrição de cronistas da época,
pinturas e desenhos de viajantes, relata Macedo,2014.
Para Macedo,2014, no século XIX, com a formação da nação, o jardim se torna
um elemento urbano significativo na corte e nas principais cidades do país, e é nesse
século que surgem, em quantidades importantes, exemplos de espaços ajardinados,
nos palácios, junto a mansões senhoriais, nos palacetes, nas fazendas, conventos e
espaços públicos.
Como relata Macedo,2014, esse jardim é caracterizado pelo que denominamos
tríade clássica:

• caminhos ortogonais, ou predominantemente ortogonais entre si;


• caminhos periféricos definidos;
• elemento focal situado no meio do logradouro, no cruzamento dos caminhos
principais, ou, ainda, elementos dispostos ao longo dos principais eixos, mas
sempre no cruzamento de dois áxis (Macedo,2014)

Moderno – cuja denominação também provém da arquitetura, indicando, no


caso, a ruptura formal e funcional no projeto paisagístico, ruptura esta que
acompanhou as passadas pela arquitetura brasileira dos anos 1930-1940 (durando
dos anos 1930 até o início dos anos 1990), observa Macedo,2014.
40
Segundo Macedo,2014, na construção do jardim, equivale ao abandono da
cenarização, em busca das paisagens brasileiras, da valorização das plantas nativas
e tropicais, do abandono das regras compositivas dos manuais europeus, da ruptura
com a axis no traçado dos pisos e com as formas tradicionais das águas –, durante
todo o período anterior baseadas em ícones palacianos europeus.
De acordo com Macedo,2014, na adoção da tropicalidade nacional, em um
flagrante espelhamento dos movimentos nacionalistas da primeira metade do século
XX.

O jardim moderno é gerado com a arquitetura moderna e é visto como


continuidade do interior do edifício, cujos pisos devem interagir entre si,
sempre procurando a continuidade de materiais e visual. (Macedo,2014)

Como descrito por Macedo,2014, no espaço público, o uso dos pisos de formas
diversas – ora geométricos, ora sinuosos, ora mistos, modelados por materiais
coloridos e plásticos, como o mosaico português e a ardósia – passa a ser comum,
permeando por jardins majoritariamente constituídos de vegetação tropical.
Nestes, são dispostos equipamentos de recreação, quadras e playgrounds no
espaço público, e piscinas nas residências particulares, conclui Macedo,2014.
Contemporâneo – significa pluralidade e diversidade, o abandono completo
de padrões estéticos definidos, de regras acadêmicas, tanto do passado recente como
dos padrões românticos e clássicos do passado distante, relata Macedo,2014.
Conforme Macedo,2014, caracteriza-se por:
• extrema diversidade de soluções formais, muitas vezes releituras de soluções
do passado; (Macedo,2014)
• abandono parcial da utilização das plantas exclusivamente tropicais nas
soluções projetuais, sendo comum a utilização de plantas de todas as origens,
inclusive da América do Norte e da Europa. Existe uma volta da utilização de espécies
sazonais, especialmente em jardins particulares ou rotatórias e canteiros centrais,
utilização está apoiada e incentivada por uma indústria de produção de mudas;(
Macedo,2014)
• em certos casos, com forte apelo ecológico de alguns projetos, com a
valorização dos jardins rústicos, quase imitações da natureza, a introdução de
passarelas sobre charcos e árvores e a valorização dos restos de mata nativa.
(Macedo,2014)

41
20 ÁREAS VERDES EM AMBIENTES INDUSTRIAIS

O trabalhador tem sido, ao longo dos anos, confinado para desenvolver suas
tarefas em ambientes fechados, áridos, e até insalubres. Inicialmente o espaço de
trabalho era pensado como um conjunto de lugares delimitados onde deviam afixar-
se os trabalhadores para executarem suas tarefas, concepção similar à utilizada no
modelo “taylorista-fordista” de produção fabril (TALMASKI e SANTOS, 1998, apud
BAILON; CALDAS, 2013).
A partir do século XXI, diminuiu-se o esforço físico reduzindo o cansaço ou
fadiga muscular, porém aumentou-se o esforço mental, a vigilância e o trabalho de
precisão. Houve o fim da era da “mão-de-obra” e o início da era do “cérebro-de-obra”
(ABRANTES, 2010, apud BAILON; CALDAS, 2013).
Ao longo dos anos, arquitetos, engenheiros e médicos vêm tentando aliviar os
prejuízos causados para a saúde física e mental dos trabalhadores, consequência
desta ruptura com o nosso ambiente natural (PILOTTO, 1997, apud BAILON;
CALDAS, 2013).
Segundo Iida (2005, apud BAILON; CALDAS, 2013), "a ergonomia é o estudo
da adaptação do trabalho ao homem", e esta abrange não apenas as máquinas e
instrumentos utilizados pelo trabalhador, mas também "toda a situação em que ocorre
o relacionamento entre o homem e seu trabalho, inclusive o ambiente físico".
O artigo 225 da Constituição Federal dispõe que “todos têm o direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado”, sendo este o resultado da união de quatro
espécies de ambiente:
a) Meio Ambiente Natural (art. 225, caput, § 1º, I a VII) – Composto pelo solo,
água, ar, fauna, flora e “demais elementos naturais responsáveis pelo equilíbrio
dinâmico entre os seres vivos e o meio em que vivem, inclusive os ecossistemas”;
b) Meio Ambiente Cultural (art. 225 e 226) – Representado pelos bens materiais
e imateriais que definem a identidade e a tradição dos diferentes grupos integrantes
da sociedade, tais como o patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico,
turístico e científico;
c) Meio Ambiente Artificial1 (arts. 21, XX, 182 a 191, e 225) – Formado pelo
conjunto de edificações, equipamentos, estradas e demais elementos que compõem
o espaço construído, urbano ou rural;

42
d) Meio Ambiente do Trabalho (arts. 7°, XXXIII, e 200, VIII) – É o conjunto de
bens, condições e instrumentos existentes no local de trabalho.
O meio ambiente do trabalho representa uma parte do meio ambiente geral e,
por isso, é assegurado ao trabalhador por norma constitucional, contribuindo para a
“sadia qualidade de vida” deste, garantindo não apenas proteção à vida, mas a
garantia de uma vida saudável e de um ambiente de trabalho sadio e de boa qualidade
(LEITE, 2003, apud BAILON; CALDAS, 2013).

21 PAISAGEM MODIFICADA E QUALIDADE DE VIDA

Fonte: meioambiente.culturamix.com

Segundo Minaki e Amorim (2007, apud BAILON; CALDAS, 2013), verificada


principalmente após o surgimento da sociedade moderna, o conceito de qualidade
ambiental, integra um conceito maior definido como qualidade de vida, que por sua
vez, é o diagnóstico da existência ou não de condições saudáveis do meio, em termos
humanos, sociais, ecológico-ambientais, econômicos, dentre outros, obtidos em
conjunto num determinado local.
Desta forma entende-se que a saúde do homem trabalhador depende tanto da
forma como conduz a sua vida quanto pela forma como o ambiente de trabalho
interfere na sua saúde (ABRANTES, 2010, apud BAILON; CALDAS, 2013).

43
No momento em que a civilização se organizou em estruturas sociais e políticas
mais definidas, tornou-se mais incisiva a interferência do homem sobre a superfície
natural. A geração de alimento e energia, a produção de bens e serviços, a disposição
de resíduos e a utilização do espaço, tudo se sustenta no ciclo participativo com o
ambiente natural. O sistema natural encontra-se, desde então como um competidor
passivo, pressionado e perdedor diante da expansão das cidades e áreas
metropolitanas, sem capacidade de absorver essas estruturas e os resíduos gerados
por elas (PILOTTO, 1997; COPQUE et al, 2009, apud BAILON; CALDAS, 2013).
O ambiente construído nasceu a partir da interação do homem com o ambiente
natural, pela necessidade de proteção em relação às adversidades climáticas. Com a
urbanização o desenvolvimento humano não priorizou a qualidade natural dos
habitats, mas a busca de artifícios que projetam o bem-estar pessoal. Essa procura
desenfreada por "progresso", associada ao aumento da densidade populacional,
contribui a cada dia para que a vida se torne menos natural nas grandes cidades, onde
os fatores determinantes da manutenção da salubridade ambiental, muitas vezes, não
são considerados (SANCHOTENE, 1985; PILOTTO, 1997; MINAKI e AMORIM, 2007;
ZAMBRANO, 2008, apud BAILON; CALDAS, 2013).

22 ESPAÇO GEOGRÁFICO

De acordo BRANCO, 2020, se fossemos consultar num dicionário a palavra


espaço, constataríamos que há uma grande quantidade de significados. Para
geografia o espaço são as paisagens, as relações que se estabelecem entre as
pessoas (sociais, econômicas, políticas, etc.), as relações entre as pessoas e a
natureza, e as próprias pessoas. Esse espaço é chamado de espaço geográfico.

44
Fonte: brasilescola.uol.com.br

Como caracteriza PENA, 2020, o espaço geográfico é o meio utilizado e


transformado pelas atividades humanas. Em termos gerais, ele se difere do espaço
natural, em função do fato de o último não sofrer diretamente as consequências das
práticas econômicas, sociais, culturais e cotidianas presentes nas sociedades e
envolvendo tanto o meio rural quanto o meio urbano.
Conforme PENA, 2020, existem vários conceitos de espaço geográfico,
variando conforme a abordagem e a corrente de pensamento empregada. Em alguns
casos, ele é visto como um “receptáculo”, um palco das atividades humanas; em
outros, ele é concebido como uma conjunção de elementos da natureza, sendo
também conceituado como reflexo e condicionante das práticas sociais.
De acordo com estudos realizados por PENA, 2020, o espaço geográfico
constrói-se a partir da transformação dos elementos naturais pelas práticas
antrópicas. Por isso, ele guarda consigo as marcas históricas das civilizações e suas
transformações ao longo do tempo, haja vista que novas construções e reconstruções
estão sempre acontecendo, porém não de forma igualitária ao longo da extensão das
sociedades.
É importante, porém, que não se confunda o conceito de espaço geográfico
com o de paisagem. Afinal, as paisagens também se diferenciam entre as naturais e
as geográficas, pois elas formam a expressão externa do espaço. Basicamente,

45
podemos entender que a paisagem é o espaço apreendido pelos nossos sentidos
(visão, olfato, tato, audição e paladar), relata PENA, 2020
Além da paisagem, outro conceito que também é relevante para a
compreensão do espaço é o de território. Esse, por sua vez, também possui várias
definições, sendo a mais empregada aquela que se refere às relações de poder.
Assim, o território é visto, grosso modo, como uma porção do espaço delimitada pela
propriedade ou pelo exercício de um determinado poder ou soberania. A exemplo do
território do Brasil, do qual o Estado brasileiro é soberano, ou o território dos
traficantes, em que cada área é considerada o domínio de um determinado indivíduo.
Para BRANCO, 2020, a noção de espaço geográfico é mais ampla que a de
paisagem. Ao pensarmos no espaço geográfico estamos pensando nos elementos e
aspectos que existem nas paisagens, mas também nas diversas ações que as
pessoas realizam nas paisagens. Essas ações correspondem aos variados tipos de
atividades humanas: trabalho, estudo, lazer. Envolvem, portanto, relações
econômicas, sociais e políticas. Trata-se de algo bastante dinâmico.

23 A PAISAGEM CONSTRUÍDA PELA SOCIEDADE

Esteja no campo, ou na cidade, você observará elementos que podem ser


naturais ou construídos pelos seres humanos, enfatiza BRANCO, 2020.

Fonte: anitadimarco.com

46
Os elementos naturais numa paisagem são, por exemplo: as árvores (e outros
tipos de plantas que não foram cultivadas pelas pessoas), os rios, o solo, os morros,
o mar. Há paisagens nas quais existem muitos elementos naturais, como as que
podemos observar em florestas (a Amazônica, por exemplo, que vem sofrendo com o
desmatamento acelerado nos últimos anos), conforme BRANCO, 2020.
Já os elementos da paisagem que foram construídos pelos seres humanos,
pelas mulheres e homens, são chamados de humanizados, culturais ou mesmo
artificiais. São as casas, os edifícios, as ruas, os viadutos, as plantações (cultivos), as
pastagens formadas pelas pessoas. Esses elementos são um resultado da ação
humana, do trabalho de mulheres e homens, argumenta BRANCO, 2020.

De acordo com BRANCO, 2020, nas paisagens também existem outros aspectos
percebidos pelos nossos sentidos: os sons, os cheiros, os movimentos - a circulação
de pessoas e de veículos.

24 PAISAGEM HUMANIZADA

Fonte: paisagens.home

Para BRANCO, 2020, considerando os movimentos nas paisagens, pode-se


perceber que elas mudam de um momento para outro. Por isso, afirma-se que elas
são dinâmicas, estão sendo constantemente modificadas. Elas podem ser

47
modificadas também: quando casas ou prédios são derrubados, e outros são
construídos; quando uma área de floresta é desmatada; quando ocorre uma colheita
numa área cultivada, por exemplo, com arroz; quando ruas, viadutos, pontes,
rodovias, são construídos, etc.
No mundo atual praticamente não existe paisagem natural; são muito restritas
as áreas onde existem apenas elementos naturais. Os oceanos, por exemplo, são
constantemente atravessados por navios de todo tipo, seus recursos são explorados
(inclusive de seu subsolo), em seus leitos há milhares de quilômetros de cabos
submarinos feitos de cobre ou fibra óptica, que possibilitam as comunicações entre
milhões de pessoas de diferentes continentes, diariamente. Em diversos trechos da
floresta Amazônica são desenvolvidas pesquisas, atividades de exploração, muitas
delas prejudiciais ao ambiente, relata BRANCO, 2020.

A paisagem humanizada (artificial ou cultural) é a que está presente nos mais


vastos recantos do planeta. Nela coexistem elementos naturais e artificiais,
havendo uma predominância destes últimos. (BRANCO, 2020)

Segundo estudos de BRANCO, 2020, é preciso considerar que mesmo muitas


plantas que existem nas paisagens bastante humanizadas, como as das grandes
cidades, não apareceram e cresceram naturalmente, elas foram plantadas pelas
pessoas. A sua existência, portanto, naquele determinado local, é resultado da ação
humana.

25 MODIFICAÇÕES E DESCOBERTAS

Como caracteriza BRANCO, 2020, nas paisagens também se encontra


elementos que foram construídos em diferentes épocas. Muitas vezes, em áreas onde
a ocupação humana é antiga e contínua, verifica-se a presença de construções de
diferentes períodos históricos. Em relação a isso, pode-se pensar, por exemplo, em
regiões da Índia e da Itália. Mas pode-se também considerar algumas cidades
brasileiras que foram fundadas no primeiro século da presença dos portugueses no
Brasil: Olinda, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, entre outras. Nessas cidades e
em muitas outras coexistem o velho e o novo, o antigo e o moderno.

48
Fonte: mundoeducacao.uol.com.br

As modificações nas paisagens também estão relacionadas com as novas


descobertas que os seres humanos vão realizando, em termos tecnológicos, que
fazem surgir novos modos de se produzir, novas mercadorias e novas formas
arquitetônicas, entre outros. Por outro lado, há mudanças nas paisagens que são
resultado de fatores naturais como a alternância entre o dia e a noite, e entre as
estações do ano (quando podem ser percebidas, dependendo da localização); ou até
de terremotos, conclui BRANCO, 2020.

26 PAISAGEM RURAL

Conforme estudos desenvolvidos por PETRY, 2014, a maior parte das


paisagens brasileiras ainda está no meio rural, e a sua fisionomia vai depender do
desenvolvimento agrícola regional, das características culturais de seus habitantes,
do zoneamento agroclimático (quais culturas podem se desenvolver ali), dos recursos
naturais e da aptidão ecológica, do levantamento das unidades de mapeamento dos
solos e sua classificação de uso, bem como a topografia, em seus aspectos físicos.

Como fatores sociais, tem-se as diferentes formas e origens da colonização


e das sucessivas ocupações, bem como os fatores culturais dos povos que a
colonizaram. Como aspectos políticos, tem-se as políticas agrícolas adotadas
ao longo de sua evolução e o acesso à comercialização dos seus produtos.
PETRY, 2014)

49
Fonte: olhares.com

Para PETRY, 2014, ao se pensar a paisagem rural, convém ser


conservacionista, vislumbrando a região, como um todo, como bacias (ou
microbacias) hidrográficas, tratando as propriedades como unidades integralizadoras
dessas bacias, a fim de garantir a conservação dos recursos hídricos, do solo e da
sustentabilidade da produção.
Para atuar na paisagem rural, em relação à vegetação, deve-se utilizar o
Código Florestal (lei n. 4771, de 15/09/1965, modificada recentemente), além da nova
lei ambiental, que classifica os crimes ambientais. Para Corajoud e Corajoud (1979,
apud PETRY, 2014), as paisagens europeias mais ameaçadas são as rurais, seja pela
transformação dos modos de produção ou pelo abandono puro e simples de
superfícies não rentáveis, ou, ainda, pela extensão das zonas urbanas.
No Brasil, isso aparece no cultivo intenso e monocultural, no uso de
agrotóxicos, e no aumento de voçorocas e rios carregados de sedimentos, assim
como no aumento do celibato e do êxodo rural, relata PETRY, 2014.
Para PETRY, 2014, além da degradação ambiental in situ, há o processo de
esvaziamento rural, com a favelização nas periferias urbanas e todas as
consequências advindas de um crescimento urbano desordenado.
Segundo os autores, é preciso reaprender a olhar para a paisagem,
percebendo que há uma relação de homogeneidade entre a atividade camponesa e

50
os lugares onde essa desenvolve-se. Portanto, cada lugar é um lugar, com sua
identidade e suas autonomias, econômica e cultural, relata PETRY, 2014.
Estudiosos, técnicos e cientistas precisam descobrir, junto com as populações,
o genius loci (o espírito do lugar) de cada localidade, de cada cidade e de cada bairro
para passar a considerar as possibilidades de identificação dos lugares como tarefa
de planejamento (Kolhsdorf, 1998, apud PETRY, 2014).
Mesmo porque, o desempenho topoceptivo ocorrerá de qualquer forma, mesmo
tendo sido desprezado por projetistas, gestores e executores, quando prefigurações
se transformarem em espaços construídos (Tuan, 1987, apud PETRY, 2014), ou seja,
a paisagem está sendo construída (ou reconstruída) por alguém, sempre,
independente da nossa vontade. Interessante é respeitar, da melhor forma possível,
as ideias de quem habita esses lugares.
Em relação à domesticação da terra, que foi a forma de colonizar os espaços
naturais, Dubos (1981, apud PETRY, 2014) ressalta a importância de a humanidade
dominar o ambiente natural e transformá-lo às suas necessidades de sobrevivência.
Isso torna-se claro, quando se analisa a sensação de segurança que um sítio rural
proporciona, com toda a comodidade possível, para turistas ocasionais, de fim de
semana, ou até para as pessoas que habitam os espaços rurais.
De acordo com PETRY, 2014, a mesma sensação não seria alcançada, se
fossem excursões para áreas de florestas virgens, com inúmeras surpresas e
dificuldades imprevisíveis.
Ainda segundo PETRY, 2014, essa alternativa de passeio ou de turismo seria
para os mais aventureiros, outro público, ainda em menor proporção, em um mercado
crescente de turismo em espaços rurais e naturais.
Hoje, foge-se da cidade em busca de lugares que investimos com “valor de
natureza” (Conan, 1994, apud PETRY, 2014).
Conforme Donadieu (1994, apud PETRY, 2014), o citadino busca amenidades
no meio rural: fontes de lazer, de prazer, de sensações inéditas ou aquelas oriundas
das qualidades da ambiência rural (ar puro, espaço de relaxamento e de distração) e
de natureza inesperada e pitoresca.
Os olhares dos habitantes rurais, dizem respeito a uma referência identitária,
de apego ao lugar e às lembranças familiares.
Ao trabalhar os temas ecoturismo e turismo rural Rodrigues (1998) cita
observações de Dewailly (1992, apud PETRY, 2014), visto que esse autor não
51
reconhece as distinções entre os dois termos anteriores, mas usa como critério as
relações espaço-tempo de deslocamento e as áreas, objeto da prática do que chama
de lazer de natureza, que se superpõem em razão de circunstâncias locais,
reconhecendo:
• natureza de ruptura, longe do domicílio de origem, correspondendo a lugares
preservados e razoavelmente exóticos; (PETRY, 2014)
• natureza de proximidade, cujos deslocamentos acontecem durante fins de
semana ou de excursões de um dia, de qualidade banal;( PETRY, 2014)
• natureza de vizinhança, ainda mais próxima do domicílio, no meio imediato do
cotidiano banal, fazendo parte do quadro de vida habitual, como em jardins públicos,
espaços verdes urbanos – como determinados parques de práticas diárias de
caminhadas. (PETRY, 2014).
Essa tipologia, aplicada ao paisagismo e ao turismo, é muito interessante na
medida em que não está preocupada com a distinção clássica entre natural, rural,
urbano, cujas características mesclam-se facilmente em certos espaços,
principalmente periurbanos, finaliza PETRY, 2014.

27 PAISAGEM CULTURAL E PRESERVAÇÃO PATRIMONIAL

Fonte: patrimoniovaledoribeira.org

52
O conceito de Paisagem Cultural surge no contexto nacional e estrangeiro para
responder à crescente complexidade da sociedade contemporânea e a velocidade
cada vez maior dos processos sociais e econômicos, e sua influência na
descaracterização dos territórios (ALMEIDA, 2007, apud COSTA; GASTAL, 2010).
Conforme estudos de COSTA; GASTAL, 2010, desde o século XVIII, o conceito
de patrimônio cultural e os instrumentos necessários à sua preservação evoluem em
abrangência qualitativa e quantitativa, permitindo gradativamente em maior grau e
diversificação, a preservação de cidades, conjuntos arquitetônicos, edifícios, obras de
arte e de usos e costumes de natureza artística, lúdica ou utilitária, apesar dos
processos de degradação ambiental e urbana correntes na atualidade.
De acordo com COSTA; GASTAL, 2010, a adoção e transformação do conceito
geográfico em uma classificação de bem patrimonial vem ao encontro da necessidade
um conjunto mais amplo e diversificado de instrumentos de preservação cultural e
ambiental, de planejamento urbano, assim como de uma nova postura quanto ao
comportamento de gestores e populações envolvidas na gestão e manutenção da
qualidade do território.
A consideração da Paisagem Cultural como bem patrimonial, apesar de sua
tradição nas discussões geográficas e de outras áreas científicas, começa a tomar
forma a partir da Convenção do Patrimônio Mundial da UNESCO, em 1972, com a
criação da Lista do Patrimônio Mundial, relata COSTA; GASTAL, 2010.
Nesta lista, os bens inicialmente poderiam ser inventariados e classificados de
duas maneiras, a partir do valor atribuído a eles: como patrimônio natural e patrimônio
cultural, evidenciando o antagonismo entre as categorias, numa concepção que
refletia a preocupação bipartida com o patrimônio mundial, oriunda de dois
movimentos separados, num lado a preservação de sítios culturais e no outro a
conservação da natureza (RIBEIRO, 2007, apud COSTA; GASTAL, 2010).
Posteriormente, surge a classificação de bem misto, criada para abarcar
aqueles bens que tinham sua inscrição justificada tanto por critérios naturais quanto
culturais, mas sem que a relação ou integração entre eles fosse objeto de análise ou
valoração, de acordo com COSTA; GASTAL, 2010.
Como caracteriza COSTA; GASTAL, 2010, o desenvolvimento da consciência
ambientalista, o crescente movimento de preocupação com o meio ambiente e com o
desenvolvimento sustentável, acabou por provocar uma valorização em âmbito
internacional da relação harmoniosa entre homem e meio ambiente. Influenciada por
53
este contexto, em 1992, a Convenção do Patrimônio Mundial passa a ser o primeiro
instrumento legal a reconhecer e proteger paisagens culturais, ao consagrar-lhe como
um bem patrimonial independente, como uma categoria dentre as demais
classificadas como Patrimônio Cultural Mundial, passível de inscrição na Lista do
Patrimônio Mundial.

Fonte: portal.iphan.gov.br

Para COSTA; GASTAL, 2010, antes desse período, a paisagem já constava


em documentos de natureza patrimonial, porém analisada ora sob seu aspecto de
entorno, de ambiência de determinado bem cultural, geralmente arquitetônico, como
na Carta de Atenas, de 1931, ora por sua qualidade estética, como a Convenção de
Washington, em 1940, relativa à salvaguarda das paisagens de beleza rara
(relacionada quase que estritamente à natureza e ao conceito de belo).
A Paisagem Cultural pode ser dividida em três categorias (ICOMOS, 2009, p.
01 e 02, apud COSTA; GASTAL, 2010):
a) Paisagem claramente definida: envolve jardins e parques criados
propositalmente, por motivos predominantemente estéticos, que geralmente (mas não
sempre) estão associados com construções monumentais ou religiosas. São as mais
facilmente identificáveis, de acordo com o ICOMOS. São exemplos de paisagens
claramente definidas Sintra, em Portugal, e a Paisagem Cultural de Lednice-Valtice
na república Checa. (COSTA; GASTAL, 2010)

54
b) Paisagem evoluída organicamente: tal categoria resulta de um imperativo
inicial social, econômico, administrativo e/ou religioso, e que desenvolveu sua forma
atual por meio da associação com e em relação ao ambiente natural. Tais paisagens
refletem seu processo de evolução em suas características e componentes espaciais.
(COSTA; GASTAL, 2010)
Segundo COSTA; GASTAL, 2010, a paisagem evoluída organicamente se
subdivide ainda em outras duas tipologias: Paisagem Relíquia ou Fóssil: aquela cujo
processo de construção teve fim em algum tempo passado, mas cujos aspectos ainda
são visíveis como vestígios materiais; e Paisagem Contínua: representativa da
paisagem que detêm um ativo papel na sociedade contemporânea, profundamente
associada com formas de vida tradicionais, e na qual processos evolutivos ainda estão
em progressão, ao mesmo tempo em que exibe significativa evidência material de sua
evolução através do tempo. São exemplos da Paisagem Organicamente Evoluída os
terraços de arroz da Cordilheira Filipinas ou a Paisagem Cultural de Hallstatt-
Danchstein Salzkamergut na Áustria.
c) Paisagem cultural associativa: refere-se a paisagens que têm seu valor dado
em função das associações que são feitas acerca delas, mesmo que não haja
manifestações materiais da intervenção humana. (COSTA; GASTAL, 2010)
Sua inclusão justifica-se pelas associações religiosas, artísticas ou culturais
com o elemento natural, sem a evidência material da cultura, que pode ser
insignificante ou ausente, conclui COSTA; GASTAL, 2010.

55
28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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paisagem: diversidade de olhares. Sociedade e Território, [S. l.], p. 1-11, 1 dez.
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KOCHI, Sérgio; CLEMENTE, Vergilius Maro. Arborização urbana, rural e


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