PAGINA DE INTRODUÇÃO.

CRIADORES QUE ABASTECEM alevinos. O peixe maior viverá como um rei ao

LOJAS meio de tanta comida farta e sem predadores. E
o criador terá um enorme prejuízo.
Outro problema que dificulta a
O peixe que ocupa o aquário de uma loja atividade é a mão-de-obra. Pouca gente é
especializada ou de uma loja de animais pode qualificada para cuidar de animais tão
ter diversas origens. Basicamente o peixe é delicados como os peixes ornamentais.
coletado na natureza ou criado em cativeiro. Para comercializar seus peixes o criador
Criadores nos proporcionam um panorama do teve problemas no início, pois ninguém o
que significa criar e comercializar esse produto conhecia. Foi de loja em loja oferecendo o seu
delicado, que é o peixe ornamental. produto e acabou vendendo a preço de banana.
O criador tanto pode vender alguns milhares de Selecionando melhor seus peixes, Sérgio
exemplares para um grande atacadista, como descobriu que podia vende-los a preços
pode vender uma centena para uma loja melhores e é o que faz até hoje; faz uma
modesta. Classifica-lo dentro de um mercado seleção rigorosa nos peixes, antes de leva-los
pouco organizado pode não ser fácil, mas sua ao mercado.
experiência pode ser considerada um modelo Na sua opinião, é o lojista que faz o preço.
do que significa criar peixes fora de seus Você apenas dá um valor de referência. Para
ambientes naturais. Sérgio tem um sítio de 9 adquirir a confiança dos atacadistas, você deve
alqueires, dos quais 2 alqueires são destinados ter regularidade no fornecimento e criar bons
à criação de peixes ornamentais. exemplares.
Criar peixes como ele faz, ao ar livre, ===============================
pode ser temerário. Trata-se de tentar
reproduzir peixes tropicais em clima sub
tropical. Sérgio cria nove variedades de espada,
cinco de platis, três de molinésia, acará
bandeira, três do gênero trichogaster, além de
barbus diversos.
O clima é um dos principais fatores a atrapalhar
Sérgio. Alguns dias frios, ou mesmo uma
geada, pode ser uma grande catástrofe,
matando grande quantidade de peixes e
impedindo a reprodução. Segundo ele, esse
fator é responsável, também, pela variação de
preços. No verão, muitos criadores dispõem de
peixes fartamente, no inverno há escassez. Nos
meses de Abril a Junho, há grande oferta de
peixes, porque está todo mundo querendo se
desfazer dos estoques antes dos meses mais
frios e uma catástrofe os dizime.
Sérgio começou a criar peixes
ornamentais, porque sempre gostou de
aquários; uniu o útil ao agradável. O lucro só
veio depois e o agradável veio junto com uma
grande quantidade de problemas e dificuldades.
Além do clima, Sérgio enfrenta outros
problemas com a natureza: são os predadores
tais como cobras d'água, pássaros, vermes e
outros. Por exemplo: um pássaro apanha um
peixe maior e deixa cair em um tanque de
 UM EXPERIENTE CRIADOR em ovos no interior do organismo materno,
DE 16 ESPÉCIES como os espadas, é necessário apenas jogar
capim, onde se escondem para reproduzir. Pelo
fato de cada casal produzir apenas 80 ou 100
O respeitável volume de peixes que filhotes (número relativamente pequeno se
comercializa semanalmente (15 a 20 mil), faz
comparado aos milhares de ovos dos
de Suitake um dos grandes criadores
ciprinídeos), é necessário colocar no tanque de
profissionais.
reprodução cerca de 100 reprodutores
Tudo começou com a criação de carpas
garantindo assim uma média de quatro mil
comestíveis, apesar de lucrativa, demonstrou-se
alevinos.
muito trabalhosa (uma carpa demora 2 anos
Quanto aos ovíparos, existem duas
para atingir o tamanho ideal de consumo).
formas distintas de se lidar com eles, pois
Suitake passou, então, para a criação de peixes
estão acostumados a porem ovos em plantas
ornamentais. Em 100 tanques, Suitake cria 16
aquáticas. Uma das formas é colocar os
espécies diferentes de peixes, entre espadas,
reprodutores num tanque com um quadrado de
carpas nishikigoi, barbo, Dânio, molinésia,
bambu (que restringe a área onde ficará a
kinguio, plati, etc.
vegetação) com vários aquapés dentro. Os ovos
Cada um dos tanques tem de 50 a 70
dos peixes grudam nas raízes da planta fazendo
centímetros de profundidade e superfície que
com que, para transporta-los para o tanque
variam de 20 metros quadrados a 2 mil metros
onde vão ser incubados, seja necessário
quadrados, com um sistema de sifão que
somente retirar a planta. Outra forma de
permite o seu esvaziamento para contagem de
reprodução dos ovíparos, esta principalmente
peixes e outros manejos necessários.
dos peixes tropicais, consiste em depositar seus
A classificação por tamanho é feita de 30 em
ovos em plantas que estejam ligadas ao fundo
30 dias, porque se deixar os peixes grandes
dos tanques. Como a presença de plantas
com peixes pequenos, os grandes crescem mais
dificulta o manejo com os tanques,
e os pequenos não crescem nada.
especialmente encher e esvazia-los, nos tanques
Em média, dos 10 mil peixes que são colocados
de reprodução das espécies que necessitariam
em cada tanque de engorda, apenas 50%
de plantas é jogado capim, que para os peixes
sobrevive, perda que é atribuída aos
faz as vezes de plantas aquáticas.
predadores, tais como cobras e pássaros.
A escolha dos reprodutores é feita entre
A preparação dos tanque é feita algum
os melhores exemplares retirados dos tanques,
tempo antes de se colocar os peixes. Em
renovando-se ano a ano. Os critérios para a sua
primeiro lugar é jogado cal, de forma a
escolha são o formato, as cores e a cor do
diminuir a acidez da água, na proporção de 1
sangue, que deve ser bem vermelho. Para Ter
saco de cal para cada 50 m2 de tanque. A
uma quantidade grande de alevinos, cada
segunda providencia é jogar uma mistura de
espécie tem o número de reprodutores
esterco de galinha com farelo de arroz, numa
colocados no tanque segundo suas
proporção de setenta para trinta,
características de reprodução. Por exemplo,
respectivamente. O objetivo, ao jogar essa
enquanto para a obtenção de dez mil carpas são
mistura, é completar o alimento, permitindo
necessários apenas dez casais, para o mesmo
que no tanque surjam microorganismos vitais
número de kinguios serão necessários de 50 a
para a sobrevivência dos peixes. O próximo
100 casais.
passo é encher os tanques e colocar uma leva
de peixes.
ALIMENTAÇÃO E CRESCIMENTO
A REPRODUÇÃO
Para os alevinos, aos dois dias já se inicia a
alimentação, dando-se uma gema de ovo
Cada espécie criada tem suas peculiaridades.
cozido para cada três mil alevinos de qualquer
Para os ovovivíparos, peixes que são incubados
espécie. Passados os dez primeiros dias, os
filhotes são retirados do tanque de incubação,
contados e levados para os tanques maiores,
numa média de dez mil por tanque. Numa
experiência recente o criador experimentou
colocar 200 mil peixes num tanque de
aproximadamente 2 mil metros quadrados de
superfície, mas a perda de 80% revelou que o
número deveria ser menor. O aumento do
número de exemplares faz com que a água se
torne imprópria para os peixes em prazo menor
que os usuais 30 dias, tornando impraticável a
criação.
1. Nas caixas, peixes prontos para
Comercialização.
2. Maneira correta de embalar os peixes em
sacos plásticos
Nos tanques maiores são alimentados com uma
ração de fabricação própria, composta de ração
para porcos e farinha de peixe, numa proporção
de 120 para 50 quilos, que é torrada e moída no
próprio local. A quantidade fornecida aos
peixes varia conforme o dia, pois em dias frios
os peixes se alimentam menos, e uma maior
quantidade de alimentos na água pode vir a se
deteriorar, obrigando a uma troca de água em
intervalo mais curto.
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A EXPORTAÇÃO DE
PEIXES
A coleta e criação em grande escala de peixes
de aquário é responsável por uma faixa pouco
conhecida do comércio exterior.
Dos cerca de 25 exportadores
oficialmente registrados, 16 estão localizados
na cidade de Manaus, distribuindo-se o restante
pelas cidades de Belém, São Paulo e Rio.
Bonitos, coloridos ou de formas
exóticas, os peixes da Bacia Amazônica, como
o tetra cardinal (Neon), Acará Disco e
Coridora, são os mais procurados pelos
compradores internacionais, constituindo cerca
de 80% de nossas exportações.
Esses peixes são coletados diretamente
dos rios, mas não durante o ano inteiro, pois
devido às chuvas que ocorrem com maior
incidência de Janeiro a Abril, a coleta torna-se
impossível em virtude das cheias. Preservadas
da extinção pela própria natureza, já que nesse
período ocorre a desova dos peixes, com baixa
das águas as espécies voltam a ser coletadas,
tendo, porém, garantido antes sua
sobrevivência.
A exportação de peixes criados em
cativeiro é pequena e insignificante, porque a
técnica de criação em cativeiro que existe lá
fora é muito melhor do que a nossa. Por essa
razão, os compradores internacionais preferem
comprar peixes que não se reproduzem em
aquário, uma vez que essa é a única maneira de
garantir sua presença no exterior.
Os peixes são transportados em sacos
plásticos, com água e oxigênio, e não devem
ser alimentados por 24 horas antes do
embarque, para que não poluam a água com
fezes.
3. Os peixes são embalados em sacos
plásticos
com água e oxigênio
Dependendo do tempo necessário para a
viagem, as quantidades de água e oxigênio em
cada saco aumentam, diminuindo
proporcionalmente o número de animais dentro
deles. Embalados a seguir em caixas de isopor,
que mantém a temperatura da água em um
nível ideal, esses sacos permitem que os peixes
fiquem em boas condições de 24 a 36 horas.
4. Os sacos plásticos são colocados em caixas
de isopor e, posteriormente, em caixas de
papelão.
Os países que mais importam peixes do Brasil,
são os Estados Unidos e Alemanha.
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CRIADOR DE LEBISTE E BETTA
Numa pequena cidade do Rio de Janeiro, dois
jovens empresários estão desenvolvendo, há
dois anos, uma criação de peixes ornamentais,
que já merece destaque. Para atingir o sucesso
eles apostaram no clima e nas espécies certas
para serem criadas, que reúnem boa fertilidade
e boa aceitação no mercado consumidor.
Eles criam o Lebiste, o Betta e o Molinésia
Balão, porque são peixes que exigem as mesma
condições para serem criados de maneira
satisfatória. São peixes de clima tropical, criam
o ano inteiro e tem excelente aceitação no
mercado. Começamos há dois anos, em
pequenos tanques de madeira forrados com
plástico. Logo após a primeira venda passamos
para os tanques de alvenaria que, apesar do
custo mais elevado, tem maior durabilidade e
facilitam o manejo.
Atualmente, a criação, em grande
escala, é feita em duas estufas teladas com 250
tanques, abrangendo um total de 1500 m2. A
produção mensal, hoje, é de 8 mil casais de
Lebistes, 5 mil de Bettas e 4 mil de Molinesias
balão. Desta forma, mantemos em nossos
tanques, cerca de 60 mil peixes de idades
diferentes. Para alimentar todo o plantel são
necessários 2 empregados e 60 kg de ração por
mês.
5. Lebiste cobra, macho.
A produção destina-se, em grande parte (cerca
de 60%), ao suprimento das lojas de atacado de
peixes ornamentais do Rio, os outros 40% são
negociados diretamente com as lojas de venda
a varejo na cidade do Rio e periferia. O valor
de venda acima de 300 casais de Lebiste, é de
1,5o, o casal; de Betta é 2,50 e o molinésia é
vendido a 1,00 o casal.
 6. Betta Splendens

O transporte desses peixes é feito em sacos

plásticos com oxigênio e algumas gotas de
antibiótico à base de terramicina, que tem a
finalidade de evitar que os peixes adquiram
7. Vista dos tanques de alvenaria.
doenças em razão da baixa imunidade e do
stress, provocados pelo transporte. Além disso,
ALIMENTAÇÃO
há também um problema relacionado ao
aumento da concentração de amônia causado
De acordo com estudos e pesquisas elaborados
pela pouca quantidade de água nos sacos. Esse
por especialistas em nutrição de peixes, uma
problema é amenizado com um jejum forçado
ração bem preparada deve ser feita à base de
de 24 horas no período que antecede ao
farinhas de carne, milho e peixe, e deve conter
transporte, obrigando os peixes a eliminar
30% de proteínas. Além disso, a distribuição
todos os dejetos que possam comprometer a
desse alimento deve ser feita regularmente, ou
qualidade da água.
seja, todo dia, sempre no mesmo horário. Deve-
se, contudo, evitar o excesso, pois as sobras
MANEJO serão fermentadas, alterando a qualidade da
água.
A reprodução do Lebiste é feita na proporção
de 60 fêmeas para 20 machos e 50 fêmeas para
AMBIENTE
10 machos para o molinésia, em tanques com
dimensões de 2x1 m e 0,60 de altura. É
Os peixes podem ser criados em tanques de
importante que se coloque nos tanques, uma
terra, cimento, caixas de amianto e outros. O
boa quantidade de aguapés, para que os
tipo e o tamanho vai variar em função do
alevinos possam se esconder e evitar de serem
espaço e quantidade que vai se criar.
devorados pelos peixes maiores. Os alevinos
são coletados semanalmente e levados para
tanques de crescimento, com as mesmas
características, preparados com esterco de
galinha, para que se possa criar o zôo e
fitoplâncton. Aí permanecem até o momento da
sexagem (40 a 60 dias) quando são separados
por sexo e levados para outros tanques (de 8. Visão externa do viveiro
engorda).
Como o objetivo da reprodução é obter De acordo com os criadores, além do clima
uma população mais homogênea possível, quente, para se desenvolver uma boa criação, é
deve-se efetuar cruzamentos endógamos, ou fundamental Ter água de boa qualidade e em
seja, entre parentes (pai x filha), fixando, abundância.
assim, os caracteres desejados. Outro detalhe importante é a construção
de cortinas de tela de sombreamento, acima da
tela de proteção, a fim de evitar o
superaquecimento da água no verão, porque o
excesso de calor reduz a taxa de oxigênio da
água e dificulta o crescimento dos peixes.
Durante o inverno o processo se inverte.
Nos meses com temperatura mais baixa, os
tanques são cobertos com plásticos para reter o
calor dos raios solares, pois os peixes são
pecilotérmicos e, se permitirmos o esfriamento
da água, eles terão seu metabolismo reduzido,
comerão menos e terão seu crescimento
prejudicado.
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PAGINA O AMBIENTE.
 COMO CONSTRUIR SEU
PRÓPRIO AQUÁRIO
Criar peixes é um passatempo divertido e
interessante. E os peixinhos, com suas cores
maravilhosas e seus movimentos elegantes,
contribuem par dar um toque todo especial à
decorações dos ambientes.
Veja todas as instruções para montar,
você mesmo, em sua casa, um lindo aquário,
povoando-o de peixes das mais variadas
espécies, a um custo inferior ao vendido em
lojas.
Um aquário bem montado, com seus
peixinhos coloridos, pedras de vários formatos
e vegetação exuberante, pode se tornar um
elemento a mais para enfeitar o ambiente. E
não pense que é muito difícil obter bons
resultados. Entretanto, alguns cuidados básicos
devem ser tomados para que os peixinhos
cresçam saudáveis e se reproduzam
contribuindo assim para a beleza de seu
aquário.
RECIPIENTE IDEAL
O primeiro passo para quem pretende se iniciar
nesse hobby é a escolha do recipiente. Apesar
dos inúmeros formatos que se encontram à
venda no mercado, o mais adequado é o
retangular. Os tradicionais globos de vidro que
normalmente são usados pelos principiantes,
não são aconselháveis, pois além de
deformarem as imagens dos peixinhos, não
permitem boa oxigenação da água.
O tamanho ideal para um aquário
decorativo é de 60x30x40, que nos dá uma
capacidade de 72 litros, permitindo manter um
número razoável de peixes de porte médio.
Mas não pense que é fundamental manter um
aquário dessas dimensões: você pode montar
um menor e deixar outro sempre à mão, próprio
para separar os filhotes ou algum peixinho que
esteja doente.
Outras vantagens dos aquários
retangulares é que permitem fácil limpeza, boa
plantação e refletem perfeitamente a imagem
dos peixes, em função de serem formados por
vidros planos.
ESCOLHA DE MATERIAIS
Os recipientes feitos inteiramente de vidro são
a solução mais moderna para quem vai montar
hoje um aquário. E eles podem ser feitos em
casa sem problemas. Para isso, basta mandar
cortar, em qualquer vidraceiro, cinco
retângulos de vidro com as medidas indicadas
anteriormente e colar com muito cuidado as
extremidades, usando cola à base de silicone.
Em seguida, deixe secar. O aquário funcionará
bem assim, mas se você quiser proteger os
vidros ou dar um arremate decorativo ao
recipiente, use cortiça, madeira ou aço
escovado como acabamento externo,
combinando com o estilo do ambiente.
Outra opção é fazer um aquário de
estrutura metálica, mas estes apresentam o
inconveniente de manutenção constante, para
evitar ferrugem, motivo pelo qual não são mais
tão utilizados. A armação pode ser de ferro
envernizado, alumínio, latão cromado, embora
o aço inoxidável seja o mais indicado pela sua
resistência à ferrugem.
Alguns cuidados devem ser tomados,
independente do tipo de recipiente. Assim,
lembre-se de nunca usar fundo com chapa de
zinco, pois a água fica contaminada quando
entra em contato com esse elemento químico.
O aquário deve Ter também, uma tampa
de vidro, que impeça a contaminação da água,
pelo pó presente no ar, evitar a evaporação e
até que os peixinhos mais agitado pulem par
fora. Aberturas neste vidro permitirão a
instalação de um aquecedor, ventilador para o
filtro ou que se passe alimento aos peixinhos.
COMO MONTAR
Até o lugar onde será instalado deve ser
planejado cuidadosamente. De preferência,
coloque o aquário num local mais escuro da
sala e utilize os recursos da iluminação
artificial para destacar a beleza dos peixes e da
vegetação. Saiba também que a infiltração de
luz por uma janela lateral, por exemplo, pode
ser prejudicial às plantas, já que favorece o
aparecimento de algas.
A iluminação indicada para um
recipiente de 90x40cm e 45cm de altura é de 80
watts, com duas lâmpadas incandescentes.
Pode ser instalado um timer para controlar a
intensidade da luz.
Escolha também com critério a mesa ou
armação sobre a qual o aquário será instalado,
verificando se é bem sólida. Antes de colocar
qualquer planta ou pedra dentro do aquário é
importante desinfeta-la. Pode parecer exagero,
mas cada pedra deve ser escovada, para
remover as impurezas, e então fervida em água
durante dez minutos, para esterilizar. Com as
plantas é preciso tomar certas precauções: as
mudas novas, por exemplo, jamais devem ser
postas diretamente no aquário, passando antes e
depois por uma lavagem de água corrente.
Para que as plantas criem raízes,
necessitam de solo. Apenas não deve ser usada
terra comum, pois além de turvar a água,
fermenta facilmente, desenvolvendo gases
prejudiciais aos peixes. O mais indicado é usar
areia de rio, não muito grossa, peneirada com
peneira de arroz. Em seguida ela deve ser
fervida ou lavada em água corrente, para depois
ser introduzida no aquário. A esta altura, o
recipiente já deve Ter sido desinfetado com sal
grosso de cozinha, bem lavado e enxuto, por
dentro e por fora. Quando for colocar a areia,
lembre-se de formar um plano inclinado, isto é,
preencher a parte posterior do aquário com 10
cm de areia e a da frente, com
aproximadamente 5 com. A finalidade desse
processo é permitir melhor disposição
ornamental das plantas. Também facilita o
acúmulo de restos de comida e fezes dos peixes
na parte frontal do aquário, de onde são
facilmente removidos com uma pipeta ou sifão.
Só depois que a areia estiver bem
espalhada e calcada com a ponta dos dedos,
para impedir que nela fiquem aprisionadas
bolhas de ar, chega a hora de introduzir água no
aquário.
Quanto às plantas, saiba que as
chamadas de talo são muito indicadas pois logo
formam raízes, subi9ndo rapidamente. Alguns
tipos são a Maiaca, a cabomba e a elódea. As
plantas de raiz já são um pouco mais
complicadas, pois é importante que estejam
bem fixas ao solo. Para isso, um recurso pode
ser o de enrolar linha de costura à raiz natural,
para que esta de desenvolva com mais força.
Outra dica: a pontinha da raiz deve sempre
aparecer, para crescerem outras folhas.
A decoração do aquário depende, é
claro, do seu gosto pessoal; arranjos de pedras
dão um belíssimo efeito junto à vegetação, mas
cuidado para que não sejam calcáreas, pois
estas prejudicam o aquário. O teste que indica
se a pedra é calcárea ou não, é simples; coloque
algumas gotas de ácido clorídrico sobre a
pedra, e se a superfície efervescer, é sinal que
trata-se de material calcário.
Preste atenção também para que as
pedras não apresentem rachaduras, propícias
para o alojamento de germes que contaminam a
água.
Depois de completo, deixe a água em
repouso por três semanas, pois a água pura, tal
como sai da torneira, é prejudicial à saúde dos
peixes, já que vem carregada de cloro e outros
desinfetantes.
Você vai observar que, dois ou três dias
depois, a água colocada no aquário vai se
tornar turva: é o indício de um processo
biológico em que as bactérias absorvem toda a
matéria orgânica que a água possa conter.
Poucos dias depois, a água se torna novamente
cristalina e, se os peixes forem bem tratados,
conservará sempre esse aspecto. O equilíbrio
está formado e cabe a você a tarefa de mante-
lo.
EQUIPAMENTOS
Os equipamentos utilizados serão aqueles que
cada espécie de peixe necessita para
sobreviver. Dependendo da espécie, nenhum
equipamento será necessário, já outras espécies
requerem equipamentos sofisticados.
Equipamentos como o termostato, aquecedor
(na região sul), termômetro e sistema de
filtragem são indispensáveis. O filtro pode ser
externo, interno ou o filtro biológico, que é
mais eficiente e requer menos manutenção. O
filtro biológico desenvolve um processo
biológico completo: os dejetos dos peixes e
restos de plantas são impelidos para o fundo,
transformados por bactérias e consumidos pelas
algas. Fecha-se assim um ciclo natural, que
mantém a água sempre cristalina. Esse filtro
deve Ter o tamanho do fundo do aquário,
deixando-se 1,5cm de espaço em suas bordas.
As lâmpadas e refletores devem ser as
que produzem luz semelhante à luz natural.
Caso não se queira um sistema sofisticado de
iluminação, uma ou duas lâmpadas
incandescentes, dependendo do tamanho do
aquário, resolvem o problema.
9. O formato retangular é o mais indicado
para o seu aquário. Com a armação
metálica as paredes de vidro ficarão bem
protegidas. Outra idéia é fazer uma
estrutura de madeira e encaixar o aquário
dentro dela.
10. Em seguida, a areia ou cascalho deve ser
disposto no fundo do aquário. Lembre-se,
entretanto, de todos os cuidados com a
limpeza e desinfecção desse material, para
não comprometer a saúde dos peixes.
11. O segundo passo é a colocação das pedras,
que vão funcionar como um recurso
decorativo. Elas também devem ser
desinfetadas com toda a atenção, antes de
encher o aquário com água e instalar os
peixes.
12. Encha o aquário com água e vá
distribuindo as plantinhas pela superfície,
prendendo suas raízes entre a areia.
Pronto: seu aquário está montado. É só
colocar os peixinhos.
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COMO COLAR O AQUÁRIO
A resistência de um aquário, qualquer que seja
o tamanho, depende muito dos cuidados que se
tiver com a colagem e vedação de suas várias
partes. Assim, torna-se importante a escolha da
cola adequada a esta tarefa.
Existem no mercado várias marcas de colas que
se destinam a essa finalidade. Escolher uma é
decisão pessoal.
Uma das fases mais importantes na
colagem do aquário, é o preparo das partes de
vidro, para que a camada de cola entre as
mesmas não ultrapasse 0,5 mm. Isto porque o
produto é elástico e, quando aplicado em
excesso, permite movimentação do vidro, que
pode se quebrar.
Além dos cuidados com a escolha
correta da cola e com a técnica da colagem, é
preciso também que os vidros que serão
utilizados na montagem do aquário estejam em
perfeito estado. Não é o que costuma acontecer
com os oferecidos pelos vidraceiros,
acostumados a cortar vidro para aplicações
mais simples, e que nem sempre conhecem a
técnica de corte da chapa de vidro para
aquários. Por isso, antes de compra-los, deve-se
observar se não há riscos, trincas ou bolhas de
ar, pois qualquer defeito implicará na
diminuição da resistência do aquário.
Os vidros oferecidos pelos fabricantes
de aquários apresentam maior segurança, já que
são selecionados, cortados com esquadro
perfeito e tem suas bordas lapidadas, evitando
que apresentem partes cortantes.
 Também é muito importante a relação
entre a espessura do vidro e a altura do aquário,
que deverá ser a seguinte: até 25cm, vidro de
3mm; até 30cm, vidro de 4mm; até 35cm, vidro
de 5mm; até 40cm, vidro de 6mm; até 50cm, Figura 13
vidro de 10mm.

Siga, agora, as etapas de montagem do

aquário:
Figura 14

1 - Coloque sobre uma mesa as chapas de

vidro, que já deverão estar preparadas e limpas
com álcool, acetona ou xilol, passe cola nas
partes indicadas (fig. 13) Figura 15

2 - Apoie o fundo sobre a lateral, segurando-o

com a mão direita, formando um ângulo de 90º
em relação à lateral (fig.14);

3 - Pegue uma cabeceira com a mão esquerda,

coloque-a sobre a lateral, juntando também ao
fundo, formando ângulos de noventa graus com Figura 16
este e também com a lateral (fig.15)

4 - Solte a mão direita do fundo e pegue a outra

cabeceira, colando-a da mesma forma que a
anterior. Após esta operação, pode soltar
também a mão esquerda, pois as partes já
ficarão de pé.

5 - Pegue com as duas mãos a outra lateral e

gire-a para que a cola fique para baixo,
colocando-a sobre o fundo e as cabeceiras
(fig.16). Ajuste e comprima as partes coladas e
aguarde o período de enfurecimento parcial da
cola, que demora de seis a 12 horas. Tire,
então, o excesso da cola com uma lâmina de
barbear, limpe a superfície do aquário com
uma palha de aço fina e uma flanela embebida
em álcool ou acetona.

6 - Só coloque a água após 48 horas, quando a

cola já estará totalmente endurecida.
Obedecendo-se às instruções básicas de
montagem do aquário, praticamente estarão
eliminados os riscos de vazamento.
 QUANTO CONSOME UM
AQUÁRIO?
Muitas pessoas deixam de adquirir um aquário,
imaginando um grande aumento no consumo
de energia elétrica em suas casas.
Na verdade, o consume elétrico de um
aquário é variável, de acordo com diversos
fatores como: tipo de iluminação, quantidade
de lâmpadas e equipamentos, etc. Mas o certo é
que no final do mês, o custo é muito pequeno,
como veremos adiante.
Como pode-se perceber nas contas de
luz, o consumo de energia elétrica é medido em
Kwh, sendo o valor a pagar, o produto do
número de Kwh, pelo valor unitário do Kwh.
Por exemplo: se assistimos 8 horas de tv por
dia, serão 240 horas por mês. Uma tv consome
aproximadamente 200 W. Então: tv/200W =
0,2Kw por hora. 0,2 Kw x 240h = 48Kwh
mensais. 48Kwh x R$ 0,155657= R$ 7,47.
Este é o consumo total mensal de uma TV.
Da mesma forma podemos calcular o
consumo aproximado do aquário, bastando que
se tenha as médias dos consumos individuais
de cada equipamento. Mas antes é necessário
uma observação à respeito de iluminação.
Em aquários, utiliza-se principalmente
lâmpadas incandescentes ou fluorescentes. O
uso de lâmpadas incandescentes é cada vez
menos freqüente, pois as mesmas
superaquecem a tampa do aquário e, até
mesmo, a água, não proporcionam bom efeito
visual, não ajudam suficientemente o
desenvolvimento de plantas e são menos
econômicas e duradouras.
As lâmpadas incandescentes são ligadas
diretamente à rede, e suas características
elétricas lhe permitem um rendimento próximo
de 100%. Logo, se uma lâmpada deste tipo
consumir 100w, converterá, praticamente,
100w em luz.
As lâmpadas fluorescentes não são ligas
à rede, pois necessitam de um reator e um
circuito de partida (start). Este reator perde
20% de energia consumida, limitando o
rendimento do conjunto a 80%. Logo, se uma
lâmpada deste tipo, em conjunto com o reator e
o start, consomem 100w, somente 80w serão
convertidos em luz.
O leitor, agora, deve estar achando a luz
incandescente mais econômica. Mas não é bem
assim. Para obtermos um fluxo luminoso perto
de 1100 lúmens, com lâmpadas incandescentes,
são necessários 75w, enquanto que para
obtermos os mesmos 1100 lúmens com
lâmpadas fluorescentes, são necessários 20W
de lâmpadas.
Agora podemos calcular o consumo de
um aquário sem circuitos automáticos, ou seja,
equipados com elemento de tempo de
funcionamento conhecido. Para tal,
apresentamos aqui, uma tabela com valores
aproximados de alguns equipamentos
encontrados em qualquer aquário:
- compressor comum = 5W ou 0,005KW
- bomba de sucção = 12W ou 0,012Kw
- Filtros motorizados = 6W ou 0,006Kw
- Aquecedores = consumo igual à potência
OBS.: para obter estas médias, foram
observadas as potências indicadas nos próprios
equipamentos pelos fabricantes e estimando-se
rendimentos em torno de 90% para motores.
- lâmpada incandescente
1100 lúmen=75W de consumo
- lâmpada fluorescente
1100 lúmen=25W de consumo
Vejamos, então, um exemplo prático: um
aquário de 10 litros equipado com um filtro
externo motorizado, um filtro biológico com
bomba submersa, ligados 24 horas por dia.
Com três lâmpadas fluorescentes de 15Watts,
cada, e um aquecedor, sendo que as lâmpadas
ficam ligadas 12h/dia e o aquecedor, de
20watts ligado durante 12 horas restantes,
enquanto as luzes estão apagadas. Então,
calculando por partes:
- Filtro externo: 0,006Kw x
30dx24h)=4,32Kwh
- Filtro biológico = 0,012Kw x (30x24) =
8,64KWh
- Aquecedor = 0,02Kw x (30dx12h) = 7,2
Kwh
- Lâmpadas = 3 x 15W = 45W+25% = CONTROLE DO PH
56,25W
Consumo total mensal: 40,41 KWh Saiba o que é um aquário ácido, neutro e
Custo mensal=40,41KW x R$ 0,15567=6,30 alcalino e veja, também, a importância do
pH e como fazer para medi-lo, garantindo
Este valor é bem próximo do real, mas se o assim boas condições de
leitor quiser fazer cálculos mais exatos, deverá vida aos seus peixes.
verificar as potências de seus próprios
equipamentos e estimar um rendimento de 80%
para os motores.
Existem peixes ornamentais originários de
águas ácidas, neutras ou alcalinas. Esse aspecto
deve ser considerado quando se pretende
===============================
manter tais peixes em aquário. Assim, se
colocarmos um peixe de água alcalina em um
aquário de água ácida, estaremos correndo o
risco de perder esses peixe. Para evitar isso,
devemos estar preparados para a montagem de
aquários ácidos, neutros e alcalinos e também
saber medir o pH, ou seja, o grau de acidez-
alcalinidade da água.
Na natureza e também no aquário, a
decomposição da matéria orgânica, assim como
o acúmulo de algumas substâncias excretadas
pelos peixes, vão fazendo com que a água fique
mais ácida. Existem porém fatores contrários à
acidificação excessiva da água a saber:
PLANTAS: as plantas consomem, em
presença da luz, o gás carbônico (CO2). Este se
encontra dissolvido na água sob a forma de
ácido carbônico e à medida que vai sendo
consumido pelas plantas a água se torna menos
ácida.
SOLO CALCÁREO: Outra forma de evitar a
acidificação é através do solo calcário. Alguns
minerais que fazem parte da composição de
algumas rochas, como o carbonato de cálcio,
que faz parte do calcário, retiram da solução o
H+, ligando-se a ele. Como conseqüência
diminui a acidez.

IMPORTÂNCIA DO PH NA
VIDA DOS PEIXES

Todo o metabolismo, ou seja, os processos

vitais que ocorrem no interior do peixe são
dependentes das atividades das enzimas (elas
regulam a respiração, digestão, produção de
hormônios, etc..) As enzimas funcionam bem
num determinado pH. Quando este se altera,
todas as funções dependentes de enzimas
também se alteram, prejudicando a saúde dos
peixes. É por isso que, quando se coloca um
peixe de água ácida em água alcalina, ele pode
ficar debilitado e morrer. Isto porém não é uma
lei imutável. Freqüentemente, encontramos
peixes de água ácida vivendo em águas neutras
ou mesmo alcalinas e em bom estado de saúde.
Nesses casos ocorreu uma adaptação de vida,
principalmente à mudança lenta do pH.
PEIXES DE ÁGUA ÁCIDA
E ALCALINA
Os peixes são oriundos de águas com
características próprias. Assim, os Neons são
originários do Rio Negro, onde a água é escura
devido à enorme quantidade de restos vegetais
depositados durante muitos anos no seu leito. A
decomposição dessas folhas, troncos e raízes,
produz, entre outras substâncias o ácido
húmico e o ácido tânico. Este último é
bacterostático, ou seja, impede a reprodução de
bactérias, fazendo com que a água seja
praticamente estéril, além de ser ácida (pH em
torno de 6). Até que esse fator fosse
identificado pelos pesquisadores não havia sido
possível reproduzir Neon em aquários. De uma
forma geral, os ciclídeos e os caracídeos
brasileiros vivem bem em águas neutras,
tendendo para ácidas. Já os ciclídeos africanos
originários dos grandes lagos do centro-leste da
África, são adaptados à água bem ensolaradas,
quentes e ricas em vegetação, que são alcalinas.
Os espadas, molinésias, Lebiste, da família
Poecilidae, vivem melhor em águas alcalinas
ou neutras. Caso sejam colocados em águas
ácidas, passam a comer menos, reproduzem-se
pouco, fecham as nadadeiras e morrem em
poucos dias.
COMO MONTAR AQUÁRIOS
ÁCIDOS, NEUTROS E ALCALINOS
Quando se quer montar um aquário, deve-se
saber antes quais os peixes que se pretende ter
e em que pH vivem melhor. Para tanto,
devemos fazer uso de livros especializados ou
medir o pH da água de onde foram coletados os
peixes na natureza. Se você optar por um
aquário ácido, deve fazer uso de cascalho
neutro tal como quartzo ou areia de rio. Esse
ripo de cascalho não tem calcário. Para estar
certo disso, pingue algumas gotas de ácido
muriático no cascalho escolhido, seco. O
aparecimento de borbulhas indica a presença de
carbonatos. Isto significa que tal cascalho
alcalinizará a água sendo seu uso impróprio
para aquários ácidos, porém é indicado para
aquários alcalinos.
No fundo do aquário deve ser colocada
uma camada de 2 cm de xaxim, de preferência
em placa, mas podendo ser em pó. O xaxim vai
se decompor lentamente liberando o ácido.
Sobre o xaxim coloque a areia neutra, bem
lavada numa camada de aproximadamente 3
cm. Caso você tenha o filtro biológico, o xaxim
será colocado entre os tubos ou sobre a placa
perfurada, dependendo do modelo utilizado.
Verifique contudo que o xaxim não obstrua os
orifícios do filtro biológico. A decoração será
feita com troncos e raízes que, juntamente com
o xaxim acidificarão a água e produzirão o
ácido tânico. As plantas de escolha serão as
compatíveis com o pH da água ácida. Nesse
aquário poderão ser colocados caracídeos como
o Neon, acarás disco e bandeira e
ciprinodontídeos como os barbos.
Caso a opção seja por um aquário
alcalino faça uso da areia calcárea e pedras
calcáreas para a decoração. No fundo, coloque
uma camada de 1cm de argila ou terra de
jardim. Caso use filtro biológico será preferível
utilizar potes de plástico como mostra a
ilustração. As plantas como a Vallisneria,
Sagitaria, Cabomba e Elódea, crescerão bem
nesse pH; as duas ultimas, porém, exigem
muita luz. Nessa água viverão bem os ciclídeos
africanos, alguns ciclídeos nacionais e a
maioria dos peixes da família Poecilidae.
Para um aquário comunitário o ideal
seria manter um pH neutro. O mais fácil é
fazer um aquário com cascalho neutro, fundo
de argila e corrigir o pH com carbonato de
cálcio à medida que for caindo o pH.
 COMO MEDIR O pH
Para medir o pH, usa-se o azul de
bromotimol, que é o componente dos kits
especiais de medição de pH, encontrados à
venda nas lojas especializadas.
Caso você deseje acidificar a água, faça
uso de um filtro externo com xaxim. Caso a
água comece a ficar amarelada, use carvão
ativado no filtro até obter o clareamento.
Troque o carvão se não obtiver a limpeza total
em algumas semanas. Caso se deseje acidificar
a água rapidamente, use algumas gotas de ácido
húmico ou água de fervura de xaxim.
No caso de necessitar alcalinizar a água, use
carbonato de cálcio para um efeito lento ou
bicarbonato de sódio para um efeito mais
rápido.
Todos esses acertos devem ser feitos
com cautela, medindo-se sucessivamente o pH
a cada adição de substâncias.
Os aquários alcalinos vão se
acidificando com o passar dos anos. A correção
deverá ser feita com carbonatos ou com a troca
do cascalho do fundo por um novo. Será fácil
notar os resultados do uso de ph correto para as
necessidades de cada peixe. Isto é
particularmente importante para os Neons,
bandeiras, discos e poecilideos.
convencionalmente em potência negativa de
10.
Assim, para simplificar surgiu o termo
pH, isto é, potência de hidrogênio, que
denomina uma solução com base na potência
de 10, referente à concentração de H+. Assim,
uma solução ácida com concentração de H+
igual a 10 elevado a menos 3, terá um pH de 3.
Outro íon importante na relação ácida-
básica de uma solução é o íon hidroxila (OH-),
que neutraliza o H+.
Quando estivermos diante de uma solução com
igual concentração de H+ e OH-, teremos uma
água que não é nem ácida nem básica (ou
alcalina), mas sim neutra. Isto ocorre no pH 7.
Então, nesse pH a água é neutra. Existe
portanto uma tabela de pH que vai de 0 a 14.
Quando adicionamos ácido à uma água
neutra, estaremos acidificando a água e, ao
contrário, quando estivermos colocando a base
a uma água neutra, estaremos alcalinizando
essa água.
Acrescentando limão ou vinagre à água
neutra estaremos baixando o seu ph
(acidificando. Quando colocamos bicarbonato
de sódio à água, estaremos aumentando o pH
(alcalinizando).
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O QUE É O pH

Acidez e alcalinidade são adjetivos usados

diariamente para qualificar líquidos. Todos nós
já nos defrontamos com sucos azedos ou
ácidos. Porém, o que significa ser ácido ou ser
alcalino?
Os termos, acidez e alcalinidade
referem-se à concentração de íons de
hidrogênio, em solução na água, ou seja, a
quantidade desses íons presentes em
determinado volume de água. Uma água
contendo grande quantidade de íons hidrogênio
(H+) é chamada de ácida. Quando esta
quantidade é intermediária fala-se numa água
neutra. Quando poucos íons estão presentes
fala-se uma água alcalina.
A quantidade ou concentração de íons
H+, de uma solução, é medida
 A ÁGUA DE TORNEIRA NO
AQUÁRIO
Se optarmos por utilizar a água de
torneira em aquários de água doce, é bom
lembrar que somente após certos cuidados será
possível Ter uma água tão natural quanto a do
próprio habitat dos peixes, conforme as
necessidades exigidas para cada tipo de aquário
pretendido.
Segundo dados técnicos da Sabesp, as
seguintes substancias químicas são adicionadas
na água de modo a torna-la potável para nos,
embora prejudique alguns de nossos peixes
ornamentais: dosagem de cloro=4mg/litro;
dosagem de cal=10mg/litro; dosagem de
sulfato=20mg/litro. A partir destes dados,
podemos notar algumas coisas importantes:
1 - Há a presença do cloro, e quando é de
concentração alta, age de forma perigosa nas
brânquias dos peixes;
2 - Há a alcalinidade provocada pela cal;
3 - Existe escassez de oxigênio devido à baixa
pressão atmosférica exercida sobre a água, pela
altura do reservatório;
4 - Há os metais dissolvidos na água, na
ocasião em que ela passa pela tubulação
metálica (ferro e cobre);
5 - O desvio das especificações necessitadas
por alguns peixes delicados quanto à pH e dH e
salinidade. A seguir vamos eliminar esses
"defeitos" da nossa água em favor de nossos
peixes.
Apesar do uso comum de anticloro ou
desclorificante para eliminar o cloro, o método
preferível será amadurecer a água
naturalmente, da seguinte forma: coloque a
água de torneira em um recipiente que não seja
de metal, deixando repousar por 48 horas;
durante esse período o cloro se torna livre e
evapora. A utilização do aerador através de
materiais porosos aumentará o teor do oxigênio
na água até o nível da saturação e eliminará
gases nocivos e oxidará o ferro dissolvido,
desativando sua ação como nutriente essencial
para certas bactérias cuja proliferação é
supostamente responsável pela turvidez da
água nos aquários.
Para correção dos desvios de valores
ideais de pH e dH existem algumas medidas a
serem tomadas. Após a medição do pH da
água, se a água tiver tolerável, o que é muito
raro, basta coloca-la no aquário. Caso esteja
alcalina, devemos introduzir alguns punhados
de turfa não tratada quimicamente (musgo
usado em floricultura) ou algumas folhas secas
de carvalho ou tronco soterrado. Decorridos
alguns dias, a água estará ligeiramente ácida,
tamponada com pH fixado e estável para
pronto uso no aquário.
Para obter a água alcalina, pH acima de
7, basta deitar algumas colheres de cal virgem,
tecnicamente conhecida como calagem, até
chegar ao valor desejado. Sem esse
procedimento, a água não terá o efeito tampão,
isto é, estabilidade no pH.
Para amolecer uma água, o melhor
método é acrescentar água destilada ou água
proveniente do degelo de congeladores, até
chegar ao valor desejado. O uso de resinas
sintéticas requer conhecimento especializado.
Para endurecer uma água mole, basta dissolver
sal marinho na água, pois sua ação para os
peixes é quase idêntica à água dura. Para obter
água salobra, coloque uma colher de sopa de
sal marinho para cada 10 litros de água neutra.
A troca parcial da água do aquário por
outra água nova é recomendável, para eliminar
as concentrações tóxicas, tais como amônia,
nitrato e nitrito, substâncias nocivas aos peixes.
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 CARAMUJOS NO AQUÁRIO:
VALE A PENA?
O caramujo, no aquário de peixes
ornamentais, tanto é considerado "um ótimo
lixeiro", como fator de desequilíbrio
biológico.
Para quem possui aquário, o
aparecimento de caramujos não é, certamente,
um fato raro ou desconhecido. Normalmente,
eles surgem através de plantas onde foram
depositados ovos. No entanto, a preservação de
caramujos em aquários de peixes é questão
polêmica, e vai além de um posicionamento
puramente favorável ou contrário.
De um modo geral, uma corrente de
opinião sustenta que os caramujos não trazem
benefícios e, ao contrário, põem em risco o
equilíbrio biológico, isto é, a harmonia entre os
peixes, as plantas e a água do aquário. De outro
lado há os que consideram positivo o trabalho
de limpeza que esses moluscos realizam, pois
deixam as plantas livres de algas, consomem
restos de alimentos e, se pequenos, podem
penetrar em frestas onde certos peixes, como as
Coridoras e o limpa-vidro, que também
efetuam esse tipo de trabalho, não chegam.
Essa facção, no entanto, prefere não ser radical,
procurando eleger espécies de caramujos mais
adequados para cada tipo de aquário e para
convivência com os peixes.
Entre os caramujos mais conhecidos no
Brasil, encontram-se os seguintes: Physa acuta,
Planorbis corneus, Melanoides tuberculata,
Biomphalaria e Ampullaria. Esses moluscos
aquáticos, pulmonados ou providos de
brânquias, apresentam tamanhos, formatos e
características diversas, que variam conforme a
espécie.
FATORES DESFAVORÁVEIS
Muitos aspectos negativos são
atribuídos aos caramujos para justificar o seu
combate em aquários com peixes ornamentais.
Costuma-se dizer que infestam o aquário com
suas fezes, devoram plantas, retiram oxigênio
dos peixes, tendem a tomar conta do aquário
por serem muito prolíferos e transmitem
doenças, em especial a esquistossomose.
Marcio Infante Vieira, médico-
veterinário e autor de livros sobre aquarismo e
consultor da revista Cães & Cia., defende
posição contrária ao uso de caramujos em
aquários e discorre sobre os problemas
causados por esse molusco. Em relação à
grande quantidade de excrementos, ele diz: "as
fezes fermentam, deterioram-se, produzindo
gases e substâncias tóxicas (amônia, nitrato e
nitrito), que em excesso podem até provocar a
morte dos peixes". A formação dessas
substâncias tóxicas, segundo Infante Vieira,
também pode ocorrer com a morte dos
caramujos, pela decomposição de seus corpos
dentro das conchas. Ele lembra, ainda, que
algumas espécies de caramujos respiram na
água, concorrendo com os peixes no consumo
de oxigênio.
Embora realmente possam limpar vidros
de aquários e comer as algas das plantas, o que
é considerado um fator positivo, ele diz: "Na
realidade, isso significa que os caramujos
estarão retirando uma fonte de alimentação dos
peixes, se estes são do tipo que também come
algas - o que não será importante quando os
peixes não forem fitófagos. O ideal seria que
comessem apenas o excesso, mas não é o que
ocorre. Para alguns peixes, eles podem servir
até de alimento, o que também não justifica a
sua presença.
Para Marcio Infante, os caramujos são
contribuem para o equilíbrio biológico do
aquário. Ele avalia que algumas espécies
podem não ser muito prejudiciais, mas lembra:
"existe sempre o perigo de surgirem problemas
como, por exemplo, o aumento em demasia da
população de caramujos, impossibilitando a
vida dos peixes no mesmo ambiente. Existe
ainda o perigo de serem colocados no aquário,
por engano ou desconhecimento, os caramujos
transmissores da esquistossomose, o que seria o
pior a acontecer." Por fim, conclui: "As
vantagens que esse molusco, por ventura, possa
oferecer não serão nunca superiores às
desvantagens que apresentam ou possam
apresentar. Os caramujos só preenchem o
prazer de alguém que goste de Ter caramujos
pois exigem uma fiscalização rigorosa, sem a
qual tomarão conta do aquário quando sua
reprodução não é controlada".
Na mesma linha de pensamento situam-
se alguns lojistas paulistas, que também
consideram prejudicial a ação desses moluscos
em aquários e, por isso, não é comum encontrar
caramujos à venda nas casa especializadas. A
maioria dos proprietários de lojas
especializadas encaram de forma negativa os
caramujos em aquários.
O risco de transmissão de
esquistossomose, doença parasitária crônica,
adquirida em rios e lagos, é outro aspecto que
depõe contra o caramujo. Não devemos utilizar,
em aquários, os caramujos do Gênero
Biomphalaria, que é o único transmissor da
esquistossomose. A Faculdade de Biologia da
USP possui um laboratório de pesquisas
básicas, que observa as nove espécies de
Biomphalaria. Dessas nove, três são espécies
vetoras, ou seja, transmissoras da doença.
Recomendamos, para quem costuma
coletar material para aquário na natureza, que
tome as devidas precauções, tais como:
desinfetar as plantas colhidas, usar luvas e
botas de borracha, afim de evitar a
contaminação. A cercárea que é a forma de
vida que o agente da doença assume na água,
penetra na pele do ser humano, causando a
esquistossomose.
Todavia, se o caramujo for criado no aquário,
não correrá o risco de ser portador do
Shistossoma, pelo fato de estar livre de contato
com águas contaminadas. Mesmo assim, não é
recomendável que se tenham caramujos dessa
espécie no aquário. Há sempre o risco de
multiplicar uma espécie que tem chances de se
tornar transmissora
A FAVOR DOS CARAMUJOS
Apesar de contrário à criação do
Biomphalaria, biólogos não colocam restrição a
que se criem outras espécies de caramujos.
Uemura, biólogo da USP, tem aquários em casa
e alega não Ter problemas com esses animais.
Destaca sua utilidade na limpeza do aquário,
eliminando algas, restos de comida, peixes
mortos, etc...
Essa posição deve estar condicionada a dois
fatores: à quantidade de indivíduos e à espécie
a ser criada. Com relação à quantidade, esta
pode afetar o equilíbrio do aquário, se não
houver um controle sobre a reprodução desses
animais. No entanto, alguns métodos de
controle podem ser utilizados: colocar uma
folha de alface ou couve boiando na superfície
do aquário; quando os caramujos a estiverem
envolvendo, poderão ser coletados com um
puçá. Outra forma é o uso de peixes que se
alimentam desses moluscos, tais como o peixe-
do-paraíso, apaiari, etc...
Quem se propõe a Ter caramujos no
aquário, deve dispor de um certo tempo para
cuidar do aquário. Esporadicamente, pode-se
esmagar alguns caramujos contra o vidro do
próprio aquário. Esses caramujos esmagados
servem de alimento aos peixes e evita-se, desse
modo, a excessiva procriação desses moluscos.
Quanto às espécies, em aquários
ornamentais, se deve procurar Ter caramujos
pequenos e de formato helicoidal, como o
Physae e Lymnaea, por algumas razões: o
formato helicoidal é preferível para evitar
confusões com os caramujos do gênero
Biomphalaria, que possuem forma de espiral
achatada. Porém, dentre aqueles com formato
helicoidal, deve-se ter o cuidado de escolher os
de menores dimensões, porque as espécies
granes produzem dejetos em excesso, poluindo
a água dos pequenos aquários ornamentais.
17. Planorbis corneus
Quanto ao fato de retirar oxigênio da água,
competindo com os peixes, para que isso,
efetivamente viesse a ocorrer, seria necessário
um número muito elevado de caramujos. Nesse
caso, não teríamos um aquário de peixes, mas oferecer espécimes do caramujo às pessoas
sim um aquário de caramujos. interessadas, como forma de difundi-lo.
Outro argumento utilizado pelos que são contra
a utilização do caramujo em aquários, é que
com a morte do caramujo, a decomposição de
sua concha viria a tornar a água mais dura, em
virtude do aumento de cálcio na água,
tornando-a imprópria aos peixes. Esse processo
de decomposição levaria séculos para ocorrer e
por isso o problema, na prática, não existe.
18. Melanoides tuberculata
A DEFESA DE UMA ESPÉCIE
O Melanoides é originário da Indonésia
Uma espécie, em particular, a e parte do Egito, sendo possível identifica-lo
Melanoides tuberculata, é bastante útil, pelas seguintes características físicas: forma
principalmente ao realizar a limpeza cotidiana helicoidal; coloração verde-oliva, com manchas
no fundo dos aquários. Ao revolver a areia, marrons; em aquário, atinge o máximo de 20cm
efetua a oxigenação das raízes das plantas; a de comprimento.
própria areia se beneficia desse processo, não Essa cor e formato só são encontradas
acumulando limo e substâncias tóxicas. Por nessa espécie de caramujos; portanto. As
serem lixeiros do aquário, esses caramujos são pessoas interessadas em procura-los na
imprescindíveis ao seu equilíbrio biológico. natureza não terão dificuldades para sua
Comem algas dos vidros e das plantas do identificação.
aquário sem destrui-las; comem as desovas de
outros caramujos; aproveitam os restos
alimentares desperdiçados pelos peixes, mas
não comem dejetos orgânicos.
O Melanoides é menos prolífero que
outras espécies. Além disso, possui hábitos
noturnos; fica enterrado na areia durante o dia,
e faz a limpeza do aquário, que apresenta um
visual pouco agradável, durante a noite, sem
que necessitemos presencia-la, portanto. Ele é 19. Physa acuata
útil, sobretudo, em aquários grandes, porque
neles a limpeza do fundo é mais difícil de ser ============================
efetuada por outros métodos.
As lojas, como já foi dito, não
costumam comercializar caramujos. Ydenice
Viana, que possui muitos aquários e lida com
caramujos há cerca de seis anos, tem sua
própria criação de Melanoides. Segundo a
pesquisadora, esses caramujos podem ser
encontrados em rios e lagos, pelo menos nos do
Rio de Janeiro, ou obtidos através de alguns
criadores.
Gastão Botelho também se dedica ao
Melanoides, por estar preocupado com a sua
extinção no país. Tanto que é seu costume
 CONTROVERSIAS SOBRE
ILUMINAÇÃO
Mostramos, aqui, opiniões divergentes
de aquaristas, lojistas e fabricantes
sobre vários aspectos da iluminação
de aquários ornamentais.
Como se sabe, a iluminação
desempenha papel fundamental para as funções
vitais das plantas, oferecendo a elas condições
para um crescimento normal e para a se situa principalmente na zona dos
realização da fotossíntese, que é o processo de
transformação de sais minerais em compostos
orgânicos realizado pelas plantas clorofiladas
através do aproveitamento de energia luminosa.
Além do grande valor que a iluminação
representa para as plantas e que, por sua vez,
são imprescindíveis ao equilíbrio biológico do
aquário, também para os peixes a iluminação é
essencial. Sabe-se que, de forma geral, a
reprodução dos peixes se dá de acordo com o
tempo em que ficam expostos à luz
(fotoperíodo). Apesar de ainda não existirem
provas conclusivas a esse respeito, é provável
que o fotoperíodo, aliado à temperatura faça o
animal desovar. Há casos, por exemplo, em que
os peixes preferem desovar ao amanhecer
(caracideos e ciprinideos) e outros que
escolhem o início da primavera, quando os dias
começam mais cedo, como é o caso da carpa.
"A iluminação desempenha ainda a
importantíssima função de fixar, no organismo
do peixe, a protovitamina e o cálcio de que
necessita para evitar o raquitismo dos ossos
pela privação da luz natural" lembra Gastão
Botelho, aquarista e autor de livros
especializados, do Rio de Janeiro.
ARTIFICIAL...
No comércio especializado, poderemos
encontrar dois tipos de iluminação. As
lâmpadas incandescentes emitem a luz
resultante do aquecimento de um filamento de
tungstênio encerrado numa ampola de vidro.
Este filamento é aquecido pela passagem de
corrente elétrica e, quanto maior for a
temperatura de cor emitida pela lâmpada e,
consequentemente, mais azulada será sua
coloração. As lâmpadas fluorescentes são
constituídas por um tubo de vidro cheio de
vapor de mercúrio, a baixa pressão, em cujas
extremidades estão colocados dois eletrodos
(espirais de tungstênio) revestidos de uma
substancia emissora. A descarga elétrica, entre
estes 2 eletrodos, atravessa o vapor de mercúrio
e dá origem à energia luminosa, cujo espectro
ultravioletas (parte do espectro solar disposto
imediatamente além do violeta, no qual os
comprimentos de onda das radiações variam
entre 0,2 e 0,4 microns). Dentro desta
categoria, o mercado brasileiro oferece
lâmpadas do tipo "Gro-lux" indicadas para
iluminação de aquários, alem das fluorescentes
comuns, como Luz do Dia, Branco Real e
outras.
Paulo de Oliveira, em seu livro "Plantas
de Aquário" diz que "as lâmpadas
incandescentes oferecem algumas desvantagens
com relação às fluorescentes: 1-A
predominância de radiações vermelhas, apesar
de importantes para a fotossíntese, provoca um
desenvolvimento anormal nas plantas, com os
caules alongando-se demasiadamente e as
folhas ficando esguias; 2-estas radiações
sensibilizam pouco a visão humana, não se
constituindo numa iluminação agradável do
aquário;
3-desenvolvem muito calor, o que envolve
cuidados especiais para a sua utilização em
aquários;
4-o consumo de energia elétrica das lâmpadas
incandescentes é superior ao das fluorescentes,
para se obter a mesma intensidade luminosa".
Assinala, entretanto, o autor, que também as
fluorescentes quando usada sozinhas
produzem alterações no crescimento das
plantas, que ficam menores e com as folhas
mais largas, mas que são as que melhor se
aproximam do espectro solar, e que as
lâmpadas do tipo Gro-Lux, embora tenham as
condições luminosas apropriadas para o
desenvolvimento das plantas devem ser
associadas a outras com melhor rendimento na
zona dos azuis para que se possa obter uma
intensidade luminosa (humana) mais agradável.
Para o lojista Sergio Gomide, "um bom
aquário começa com uma boa iluminação".
Segundo ele, a iluminação deve ir mais além do
que oferecer artifícios ornamentais. Deve dar
condições de sobrevivência aos peixes, como
por exemplo, permitir que ele veja o alimento
que se encontra no aquário, e, mais que tudo
isto, permitir o desenvolvimento das plantas
que encerram o ciclo biológico do aquário. Na
sua opinião, o ideal é a utilização da
iluminação fluorescente do tipo Gro-Lux, que
por ser especialmente desenvolvida para
aquários constitui-se na iluminação ideal,
desempenhando a função de controlar as algas
verdes que se reproduzem intensamente em
aquários com iluminação natural, exigindo uma
limpeza constante, o que é prejudicial à vida do
aquário.
Já para o aquarista e autor de livros
especializados, Gastão Botelho, o tipo de
iluminação depende do tamanho do aquário.
Para aquários cuja coluna d'água esteja acima
de 40cm, o ideal é a utilização de iluminação
mista, posicionada da seguinte maneira:
fluorescente do tipo Gro-Lux na parte da frente
do aquário e incandescente na parte de trás, o
que dará maior beleza ao ambiente. Isto porque
as plantas tenderão a ficar mais altas na parte
posterior do aquário em virtude da iluminação
incandescente, e menores na frente, em virtude
da fluorescente, permitindo assim ao
observador uma visão maior de todo o
ambiente. Segundo ele, a penetração dos raios
das lâmpadas Gro-Lux acontece até 25cm,
depois tornam-se frágeis daí a necessidade de
mistura de iluminação em aquários maiores.
Considerada por muitos aquaristas como
indesejável, por produzir uma intensidade
luminosa demasiadamente forte, a lâmpada Luz
do Dia pode ser usada normalmente se
encapada com um papel celofane amarelo,
diminuindo, dessa forma, a intensidade de luz,
o que deixa os peixes agitados em demasia.
20. Aquário iluminado com lâmpada
fluorescente comum
OU NATURAL...
Fernando Bignardi, presidente da
Associação Paulista de Aquarismo, afirma que
"a luz solar é sempre preferível à qualquer
outro tipo de iluminação, desde que possa ser
controlada. Assim, se um aquário estiver
próximo a uma janela que receba grande
intensidade de luz durante todo o dia, seria
aconselhável que tal iluminação pudesse ser
controlada por uma persiana, por exemplo".
Para ele, as vantagens da luz natural são
inúmeras, já que aproxima a vida no aquário
das condições de seu habitat natural, o que
consequentemente vai permitir um melhor
crescimento e desenvolvimento dos peixes e
das plantas.
Segundo ele, a teoria de que a luz
natural é responsável pela grande produção, de
algas verdes no aquário, é um pouco exagerada.
Claro que a luz natural favorece um maior
crescimento de algas verdes em aquários, mas
não é a principal responsável, É preciso
considerar, entre outros fatores, a pureza da
água. Se o ambiente for rico em sais minerais e
sob a iluminação intensa, sem duvida as algas
verdes de grande comprimento desenvolverão
de forma abundante, o que poderá dificultar o
desenvolvimento de outras plantas e a
movimentação dos peixes, podendo-se, então,
considerar que o aquário esteja desequilibrado.
Para que não seja excessivo o crescimento
dessas algas, a água deve conter um baixo teor
em sais e não receber iluminação demasiada,
isto é, suficientemente purificada pela filtragem
biológica.
 Outro fator discutível quanto ao aspecto
da iluminação natural é o do direcionamento
dos raios. No caso da luz artificial, recomenda-
se que seja colocada de cima para baixo, de
modo que toda a extensão do aquário seja
atingida e iluminada. No caso da luz natural,
isto só acontece em determinados horários, de
acordo com o posicionamento do sol, e aqui
também reside um dos fatores para a grande
preferencia de aquaristas pela utilização de
iluminação artificial.
21. Iluminação natural
Para Maeda, a luz direta do sol não é
aconselhável, pois dificilmente poderá ser
controlada a fim de suprir todas as
necessidades do aquário para que não sofra
nenhum dano. Aconselha utilizar, sob qualquer
circunstância, luz artificial, pelo menos 6 horas
diárias, para estimular o crescimento da planta
e controlar a propagação das algas verdes.
Sugere, também a jogada de luzes, com
lâmpadas incandescentes e fluorescentes, uma
vez que esta ultima, beneficia o visual do
aquário, pois transmite uma visão real de tudo
o que nele existe.
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FILTRO BIOLÓGICO
Faça a natureza trabalhar para você.
Conheça as vantagens do filtro
biológico, que você mesmo pode
montar em casa.
O tratamento adequado de água é
fundamental para o bem estar dos peixes e
beleza do aquário. Os aquariofilistas já estão
bastante familiarizados com o filtro tradicional,
que separa as impurezas da água através de um
"sanduíche" de fibras sintéticas e carvão
ativado. Este tipo de filtro é conhecido como
filtro mecânico, pois realiza uma separação
física dos detritos da água. Atualmente está se
tornando cada vez mais difundido o filtro
biológico, baseado na formação de um ciclo
biológico completo no aquário que, alem de
transformar determinados elementos tóxicos
que aparecem na água em não tóxicos,
possibilita a obtenção de uma água mais
cristalina e dispensa a retirada periódica dos
detritos e a constante troca da água. De
construção simples, o filtro biológico pode ser
feito em casa ou comprado já montado em lojas
especializadas.
O CASCALHO AJUDA NA FILTRAGEM
A filtragem biológica consiste em fazer
com que a água circule dentro do aquário de
forma a depositar no cascalho os detritos
expelidos pelos peixes. Isso é conseguido
através der um sistema de entrada e saída de ar
que provoca esta circulação. Para tanto uma
placa (ou conjunto de canos) é colocada no
fundo do aquário e coberta com cascalho. A
água passa então pelo cascalho, penetra nos
orifícios existentes na placa e sobe por um cano
até retornar ao aquário. Essa constante
circulação da água fornece uma grande
quantidade oxigênio que vai permitir o
desenvolvimento de uma bactéria chamada
aeróbica. Esta bactéria assume um papel
importantíssimo porque os detritos dos peixes
liberam uma substância tóxica conhecida como
nitrito, que é transformado pelas bactérias
aeróbicas em uma substância não tóxica colóides responsáveis pela coloração amarela
chamada nitrato. O filtro biológico é da água.
importante para o aquário de água doce e Roberto Sarachi possui em seu
imprescindível para o de água salgada. apartamento um belíssimo aquário marinho e,
no início, sem o filtro biológico, não obteve
ÚTIL PARA ÁGUA DOCE E SALGADA sucesso em manter os peixes vivos. Segundo
ele, os peixes marinhos são muito sensíveis a
O filtro biológico é o coração do variações no ambiente, sendo o filtro biológico
aquário marinho, afirma Fernando Cyrillo, da fundamental na uniformidade biológica do
aquarimar. A maturação da água do mar no aquário. Em seu aquário de 100 litros, ele
aquário e as fezes dos peixes causam o mantém 9 peixes e, até hoje, não teve
aparecimento dos nitritos. As próprias algas problemas de poluição.
marinhas são compostas de nitritos e, quando
começam a morrer, soltam essa substância na COMO MONTAR O FILTRO
água. Além disso, a água salgada possui menos
oxigênio do que a água doce e, por isso, sua
circulação e conseqüente oxigenação é muito
importante, sendo difícil garantir a vida dos
peixes sem a instalação do filtro biológico.
No aquário de água doce, o filtro
biológico vai atuar principalmente com relação
à higiene, adubagem das plantas e limpeza da
água. Tal como no aquário marinho a
putrefação dos detritos causa o aparecimento de
substâncias tóxicas mas esses problemas
assumem menores proporções, isso porque a
água doce possui mais oxigênio. As plantas de
aquário de água doce, assim como as plantas
em geral, precisam de adubo. O filtro
biológico, através da circulação da água e
também pela própria gravidade, faz com que os
detritos se instalem no fundo adubando as
plantas. Além disso, por segurar a sujeira no
fundo, o aquário permanece sempre limpo e a
água cristalina. Pedaços de folhas devem,
Figura 22
contudo, ser retirados periodicamente do
aquário, bem como ser realizada uma limpeza 1 - corte pedaços de cano com 3cm cada.
nos vidros. 2 - Com esses pedaços junte os "Ts", por
Outro aspecto importante a considerar é encaixe. Você formará uma cabeceira que
o da velocidade de circulação da água, que no deverá Ter a largura do aquário.
aquário marinho deve ser, em média, de 800 3 - Os "Ts" das extremidades são montados de
litros por hora e, no aquário de água doce, de forma diferente, para receberem 1 cotovelo
80 litros por hora. cada e, entre eles, o cano-base do tubo-
Tanto para o aquário marinho como vertical (foto 8).
para o de água doce, aconselha-se instalar, 4 - Monte a Segunda cabeceira. Na foto 5, veja
além do filtro biológico, o filtro mecânico, a Segunda cabeceira pronta. Ponha as 2
tendo este último uma função complementar cabeceiras numa mesa, separadas na medida
importante: segurar, na porosidade do carvão, do comprimento do aquário. Meça o tamanho
os gases que ficam em solução na água e os adequado dos canos que as unirão e corte-os.
5 - Fixe, com o martelo, os canos às
cabeceiras.
6 - Faça furos em toda a extensão dos canos
grandes (e não na cabeceira) com a furadeira
na perpendicular, numa distância de 2,5cm
entre eles.
7 - Faça novos furos, entre os anteriores, em
ângulo de 45°. No aquário, a parte furada
deverá ficar voltada para baixo.
8 - Encaixe o tubo-vertical no "T" do cano-
base. Na outra extremidade encaixe um
cotovelo. Aquários com mais de 75cm de
comprimento exigem 2 tubos verticais, um em
cada cabeceira.
9 - Antes de encaixar o tubo-vertical, faça um
furo com diâmetro da mangueira da bomba de
ar, distante 3cm da borda do "T".
10 - Instale a mangueira de baixo para cima,
conforme a foto.
11 - Coloque o filtro dentro do aquário
12 - Cubra-o com cascalho. Deixe somente à
vista o tubo verttcal, com a ponta superior no
nível da água. Agora coloque água, ligue a
bomba de ar, deixe a água amadurecer e
ponha os peixes.
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O INSUCESSO COM O
FILTRO BIOLÓGICO
Um grupo de aquaristas
experimentou esse método e relata
seus resultados
Muito se tem dito sobre a filtragem
biológica, o chamado filtro de fundo,
constituído por tubos perfurados ou placas de
plástico atóxico, tendo como material filtrante
areia de granulação grossa no piso do aquário.
O processo, embora tenha cerca de 30
anos, é controvertido. Uma corrente de
aquaristas apregoa sua eficiência e vantagens,
enquanto outra afirma que sua eficiência é
efêmera - porque acarreta males "a posteriori" à
vegetação aquática e aos próprios peixes, como
aconteceu com nossos aquários de água doce e
de alguns companheiros experientes e
competentes, que utilizaram esse sistema de
filtragem.
Não é fácil uma análise profunda sobre
os fatos que teriam atuado negativamente em
nossos aquários, porque, para a confirmação de
nossas observações, precisamos de dados
positivos, irrefutáveis, daí nossa dificuldade e
cautela. Não condenamos a filtragem biológica;
relatamos nosso insucesso e de outros
aquaristas, nossos amigos, que também não
obtiveram os resultados que esperavam.
BONS RESULTADOS NO COMEÇO
Conversando conosco, expressaram o
acontecido em seus aquários e, do confronto
dos dados obtidos, chegamos às mesmas
conclusões sobre a filtragem biológica;
espetacular clarificação da água no período
inicial de sua instalação, regular clarificação
após seis a oito meses de funcionamento e
atrofiamento da maioria dos vegetais aquáticos
após 12 a 18 meses de sua utilização, com o
aparecimento concomitante de uma parasitose
popularmente conhecida por mosaico, uma
espécie de ferrugem que destroe suas estruturas
foliares.
 Essas mesmas plantas, retiradas dos
respectivos aquários e transportadas para
outros, ou para pequenos tanques, logo
apresentaram melhoras, recuperando-se
gradativamente.
Sabemos que nas doenças parasitárias
dois fatores contribuem para aumentar seu grau
de patogenicidade: a multiplicação dos
parasitas e o tóxico por eles segregado; para
que isso aconteça é preciso que as condições
ambientais sejam boas para eles. Parece-nos
que a filtragem biológica propicia essas
condições, uma vez que, destruindo a maioria
das bactérias anaeróbicas, fica rompido o
equilíbrio biológico, alterando o status e
propiciando um aumento de bactérias
aeróbicas. Isso, talvez, concorra para o
enfraquecimento das defesas orgânicas dos
vegetais aquáticos tornando-os presas fáceis de
certos vírus, bactérias ou protozoários. Não
podemos desconhecer também que a
eliminação das bactérias anaeróbicas (que
vivem na ausência de oxigênio livre)
enfraquece o nutrimento (elementos nutritivos
da alimentação) das plantas, uma vez que o
ciclo do nitrogênio, de fundamental
importância, foi interrompido devido às
bactérias nitrificadoras, transformadoras de
nitritos em nitratos, terem sido destruídas ou
muito reduzidas pelo uso de filtragem
biológica. Esta, introduzindo a ação
oxigenadora direta, corta o ciclo, retendo cerca
de 90% das bactérias na areia e, praticamente,
todo o zooplancton. As bactérias morrem, são
oxidadas pelo oxigênio circulando na água,
diminuindo as algas e outros microorganismos,
tornando a água pobre em plancton, reduzindo,
desta maneira, as defesas orgânicas dos peixes
e das plantas ornamentais, frente a
determinados parasitas.
É sabido que os resíduos orgânicos do
aquário alimentam e produzem bactérias e sais
orgânicos e que estes nutrem o fitoplâncton e as
plantas aquáticas. As bactérias, por sua vez,
nutrem o zooplancton e, por fim, o plancton
fito e zôo alimentarão, em conjunto, as plantas
aquáticas e os peixes ornamentais, como
acontece em nosso aquários quando usamos
filtragem externa ou interna, sem que elas
interfiram no equilíbrio biológico do plancton.
Daí preferimos e aconselhamos os iniciantes a
utilizarem filtragem interna ou externa,
conforme o tamanho de seus aquários, porém
jamais filtragem biológica.
EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
Ainda com referência à filtragem
biológica, vamos transcrever o que nos diz
Andre Rabache, em seu livro " O aquário em
dez lições": "Portanto nada de adubos
químicos para plantas de aquário. E agora a
explicação final; no início desta lição, mostrei-
me desfavorável ao filtro de fundo, o chamado
filtro biológico através da areia. O leitor
compreende agora que um filtro desse tipo,
aspirando rapidamente através da areia do
fundo do aquário, não dará tempo às raízes para
absorver os elementos nutritivos especiais. O
filtro, operando sobre a camada de areia, retira
os excessos de sujeira em suspensão na água
mas deixa alguns detritos no fundo,
insuficientes para turvar a água, mas bastantes
para alimentar as plantas. Há alguns anos, na
época do lançamento dos filtros biológicos,
assisti a uma das experiências mais
significativas. Um piscicultor inglês, célebre no
mundo inteiro por seus peixes e plantas,
instalou no mesmo dia, em dois aquários do
mesmo tamanho, o mesmo número de plantas
da mesma espécie. A única diferença é que o
aquário n° 1 tinha um filtro clássico e o
aquário n° 2 tinha um filtro de fundo ou
biológico. Depois, cada aquário recebeu
exatamente o mesmo número de peixes da
mesma espécie.
No final de 15 dias as plantas do
aquário n° 1 tinham crescido, em média, mais
18 cm do que as do aquário n° 2. É necessário
falar mais?
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 CONTROVÉRSIAS SOBRE O
FILTRO BIOLÓGICO
Aquaristas experientes levantam algumas
críticas a este sistema, hoje amplamente
utilizado
A qualidade da água é indispensável à
saúde dos peixes e à beleza das plantas e, no
aquário, depende, fundamentalmente, de
processos adequados de filtragem.
Se existe consenso quanto à necessidade
de manter limpa a água do aquário, há
controvérsia no que se refere à melhor forma de
filtragem. São conhecidos três sistemas puros
de filtragem: o natural que, ao invés de
aparelhos, utiliza animais invertebrados
filtradores; o artificial, também chamado
clínico ou estéril, que se vale de potentes filtros
mecânicos, químicos e esterilizadores; e o
semi-natural, que nada mais é do que o filtro
biológico.
A SUJEIRA FICA NO AQUÁRIO?
Quando foi lançado no Brasil, o filtro
biológico - hoje largamente utilizado pelos
aquaristas - era encarado com uma certa
reserva, especialmente pelos leigos. Inovando
o método tradicional de filtragem, este sistema
propunha a formação de um ciclo biológico
completo dentro do aquário, ao mesmo tempo
em que combatia a idéia de que para manter a
água limpa, bastava usar filtros mecânicos que
separam os detritos através de fibras sintéticas,
lavar os componentes do aquário e trocar a
água, total ou parcialmente.
Fernando Bignardi é um entre os muitos
que acreditam na eficácia do filtro biológico.
Não há, entretanto, unanimidade de opiniões
quanto às vantagens. Seus opositores -
baseados em inúmeras experiências mal
sucedidas - alegam que esse sistema encerra a
sujeira no fundo do aquário - crítica que
Bignardi rebate. "A sujeira não é enterrada, e
sim processada, ou seja, a matéria orgânica,
constituída pelas fezes e restos de alimentos, é
decomposta em bactérias. Essas bactérias
transformam a matéria orgânica em sais
minerais - aproveitados para o crescimento das
plantas e purificando a água.
José Bezerra é outro aquarista que se
mostra cético quanto às propaladas vantagens
do filtro biológico. Enquanto usava esses
sistema de filtragem a água apresentava-se
turva, talvez por não resolver o problema de
putrefação dos detritos. Além disso, havia um
alto índice de mortalidade dos peixes, o que o
levou a abandonar o método, apesar da sua
visão correta do sistema.
Afinal, o que significa Ter uma visão
correta a respeito da função do filtro biológico?
Para Bignardi, esse sistema é, mais do que
qualquer outra coisa, uma filosofia. É preciso
compreender que esse ripo de filtragem permite
a formação de ciclos vivos dentro do aquário e
que o processo de purificação da água ocorre
através da ação bacteriana. Se a intenção do
aquarista é apenas retirar as partículas em
suspensão na água, a filtragem mecânica é
eficiente. O sistema semi-natural passa a ser
importante quando se pretende dar ao aquário
uma função biológica.
A constante circulação da água,
favorece o depósito dos detritos no cascalho e
fornece grande quantidade de oxigênio, o que
permite o desenvolvimento de bactérias que
aerobicamente decompõem a matéria orgânica.
Essas bactérias são importantes, na medida em
que transformam o nitrogênio amoniacal,
substância tóxica presente nos detritos dos
peixes, em nitrato, que não é tóxico, e
aproveitado pelas plantas.
O RISCO DOS GASES TÓXICOS
A purificação acontece quando a água
passa através do material poroso (cascalho, lã
de vidro, perlon, telas, etc.), onde existem
colônias bacterianas que purificam a matéria
orgânica, transformando-a em sais minerais ou
sais nitrogenados que servem de alimento para
as plantas. Completa-se, assim, o ciclo
biológico que transforma elementos tóxicos em
inócuos. Vantagens: água mais limpa e
cristalina, processamento de adubo para as
plantas e maior facilidade de manutenção - o
filtro biológico dispensa a retirada de detritos e
a troca constante de água.
Resultados positivos costumam ser
observados cerca de dois meses após a
instalação do filtro biológico, quando o aquário
já está amadurecido, ou seja, com uma
população bacteriana bem instalada.
O insucesso na criação de peixes
quando se utiliza o filtro biológico deve-se a
fatores variáveis. Para Bignardi,
desconhecimento sobre a função desse sistema
leva o aquarista a considerar como suma a água
que, na verdade, está pura. Então, um aquário
que se pode considerar como equilibrado, isto
é, que já passou pelo processo biológico que
estabelece boas condições ambientais aos
peixes, é lavado. Rompe-se, assim, a estrutura
que se levou meses para conseguir.
PROBLEMAS PARA AS PLANTAS
A melhor alternativa para a limpeza do
aquário caso não se pretenda usar o filtro
biológico é a utilização do filtro mecânico que
garante a limpeza do aquário, a saúde dos
peixes e plantas. Não se deve acreditar que no
filtro biológico a poluição seja absorvida pelas
plantas.
O filtro biológico é dispensável para
alguns tipos de peixes, provenientes das águas
conhecidas como negras ou pretas, caso dos
Neons e acarás, que necessitam de água ácida.
O filtro biológico, instalado sob o cascalho,
pode levar a acidez da água a níveis
intoleráveis para algumas espécies de peixes e
plantas, devido ao acúmulo de detritos, restos
de comida e algumas partículas soltas de turfa e
madeira. Além disso, esse sistema retira os
nutrientes das plantas, devido a constante
lavagem das raízes, impedindo-as de crescer e
levando-as à morte. E sem um
desenvolvimento normal das plantas, não há
um ciclo completo da nitrificação ou o
processo que transforma a amônia em nitrito e
depois em nitrato, que é menos tóxico para
plantas e peixes.
ÁGUA DOCE E DE MAR
Para aquários marinhos, o filtro
biológico é indispensável, segundo Bignardi.
Isto porque os peixes do mar são sensíveis a
variações ambientais. E a filtragem biológica
reduz os altos índices de toxinas decorrentes da
decomposição da matéria orgânica dissolvida
na água. Além disso, a água salgada tem menos
oxigênio do que a doce, necessitando, portanto,
o de boa oxigenação que o filtro biológico
promove.
Quanto aos aquários de água doce é
possível mante-los sem o filtro biológico.
Corre-se, no entanto, o risco de transforma-los
em pântanos, com um depósito tão grande de
matéria orgânica no fundo, que se formam
áreas anaeróbicas, com a conseqüente produção
de gases tóxicos prejudiciais aos peixes.
Em geral, um aquário com filtro
biológico dispensa a associação de outros
equipamentos. Mas, em aquários muito lotados
ou que tenham a finalidade de reprodução e que
por essa razão necessitam de uma grande
pureza de água, pode-se usar também um filtro
mecânico e químico.
Compreendidas as vantagens e
desvantagens do filtro biológico. Cabe ao
aquarista optar entre os vários equipamentos
que o mercado oferece, levando em conta as
espécies de peixes que pretende criar e os
resultados que poderá conseguir com os
diversos sistemas de filtragem.
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 A IMPORTÂNCIA DO
AQUECIMENTO
Como os seres humanos, os peixes
também necessitam de calor para o bom
desenvolvimento de seus organismos. Na
natureza, ele é fornecido pelas radiações
solares, que mantém a água aquecida. Uma vez
no aquário, é preciso proporcionar esse calor
aos nossos peixes, por meio de um elemento de
transmissão térmica artificial, que substitui a
energia térmica oferecida pelo sol, para
prevenir doenças como o Shimmy e o Ictio.
Até hoje, o modo mais moderno desenvolvido
para tal fim consiste em aquecer a água através
da energia elétrica, uma maneira segura e limpa
de executar atarefa.
Aqui, costuma surgir a primeira dúvida:
a quanto é necessário aquecer a água de um
aquário? A resposta é simples: vai depender
dos peixes mantidos. Os peixes ornamentais, de
acordo com seu gênero, habitam lugares
diferentes na natureza. Uns vivem sob a
sombra, outros debaixo da ação direta dos raios
do sol e assim por diante. Por isso, é preferível
que todos os peixes a serem mantidos no
aquário comunitário procedam, na medida do
possível, de locais onde as temperaturas médias
anuais sejam similares.
Por outro lado, a experiência indica que
a maioria dos peixes ornamentais pode ser
mantida entre 20 e 30 graus Celsius, sendo 25
graus um ponto médio ideal. Naturalmente,
nem todos os peixes vivem a essa temperatura,
mas os animais em geral possuem um
mecanismo corporal capaz de se adaptar às
variações de temperatura do meio ambiente. É
por esta razão que se recomenda colocar os
peixes recém adquiridos, no aquário, ainda
dentro do saco plástico em que são vendidos
nas lojas, e aguardar cerca de 30 minutos antes
de solta-los. Esta providência permite que as
temperaturas das águas se igualem e impede
que os peixes sofram o choque térmico, causa
freqüente de algumas doenças que afetam o
sistema de flutuação do animal.
Por outro lado, não queremos dizer que todos
os peixes estejam em ótimas condições a uma
temperatura de 25°. De fato, muitas espécies
necessitam de águas mais aquecidas para sua
procriação, uma vez que o calor incita à
desova. Para outros peixes, porém, como é o
caso dos Neons, pode ser que esta temperatura
seja muito elevada. Esta é mais uma razão para
que os aquaristas procurem escolher animais
cujas diferenças de temperaturas médias em
seus habitat não ultrapassem 10 graus. Desse
modo, na época da reprodução dos peixes,
haverá sempre uma margem disponível para
aquecer o aquário de desova.
Resumindo, podemos estar certos de
que cada espécie de peixe tem suas condições
próprias de vida - o que inclui a temperatura
certa da água - as quais devemos respeitar
tanto quanto possível. Do contrário, os peixes
morrerão ou adoecerão, porque a sua
capacidade de adaptação é limitada.
O sistema de aquecimento
(aquecedores) consiste numa resistência
elétrica num suporte de material cerâmico,
dentro de um tubo de vidro para que se possa
submergir na água. A resistência é ligada ao
termostato que possui um par de lâminas
metálicas que se dilatam ou contraem, por
efeito da temperatura ambiente e que portanto
fecham ou abrem o circuito elétrico, como um
interruptor fazendo a resistência começar a
aquecer ou deixar de faze-lo.
AQUECEDORES COM TERMOSTATO
Reúnem num tubo de vidro o termostato e o
aquecedor, o primeiro está situado na parte
superior e a resistência não inferior. Na cabeça
possui um regulador para ajustar a temperatura.
Em alguns modelos a cabeça é, também,
submergível, mas os aquariófilos mais
experimentados preferem deixa-la sobre a
superfície da água, não só para evitar acidentes,
como também para fazer pequenos ajustes na
temperatura quando necessário, por exemplo,
elevar a temperatura para a reprodução ou
tratar qualquer doença.
Assim, o aquecedor com termostato,
coloca-se em posição vertical, num canto
traseiro do aquário, preso por ventosas ou
parafusos, para evitar acidentes. É necessário
assegurar que ao seu redor haja uma boa
circulação de água, para evitar zonas mais
quentes e outras mais frias na água do aquário.
São aparelhos compactos, úteis e
funcionais porque reduzem o número de
elementos estranhos dentro do aquário e o
número de fios elétricos na parte de trás do
aquário. Tem o inconveniente de não serem
fabricados em tamanhos pequenos. Geralmente
estes aparelhos dispõem de uma luz piloto que
se acende quando a resistência está
funcionando e se apaga quando alcança a
temperatura desejada.
AQUECEDORES E TERMOSTATO
SEPARADOS
São ideais para aquários pequenos, onde
dificilmente encaixa um aquecedor com
termostato integrado. São úteis, ainda, em
aquários grandes ou para baterias de aquários,
bastando instalar-se apenas um termostato para
diversos aquecedores. Controlando-se a
temperatura de um aquário, os demais terão a
mesma temperatura do aquário piloto.
Geralmente dispõem de uma luz piloto que se
acende quando a temperatura do aquário é a
desejada e não está passando a corrente elétrica
aos aquecedores interligados; é o contrário do
aquecedor conjugado ao termostato.
Watts de potência, enquanto que os de vidro
não convém que passem dos 300W.
AQUECEDORES COM TERMOSTATO
INTEGRADOS EM FILTROS EXTERNOS
Tem grandes vantagens em relação aos
outros sistemas. Estão instalados em potentes
filtros exteriores e só resultam em aquários de
grande volume.
Como a água circula pelo filtro a uma
grande velocidade o calor difunde-se rápida e
homogeneamente por todo o aquário. Temos,
também, toda a instalação do filtro e
aquecimento com um só fio.
O seu principal inconveniente é o preço.
Embora alguns aquariófilos digam que tem que
parar o filtro para administrar algum
medicamento e que por isso ficamos sem
aquecimento, a solução é tão simples como
tirar o saco do carvão ativado e deixar o filtro
trabalhar com o resto do material filtrante.
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MANTAS ELETRICAS

São relativamente recentes na

aquariofilia, embora nos terrários sejam
instaladas já há alguns anos. A resistência está
disposta numa superfície quadrangular, muito
plana, que se situa debaixo do aquário (fora
dele) por cima de uma superfície isoladora que
ajude a irradiar o calor para cima. Podem ser
controlados por um termostato convencional ou
por um termostato eletrônico, que se coloca
fora do aquário junto a um dos vidros. A perda
de sensibilidade por estar fora da água é
compensada por serem aparelhos mais precisos.
Há, também, os digitais, bem mais caros que os
analógicos.
Em grandes instalações tem a vantagem
de um só termostato poder controlar até 1200
PAGINA DE: PLANTAS
 INTRODUÇÃO
Decorar o aquário, criando um efeito
exuberante, não é a única função das plantas
aquáticas, afinal, elas colocam os peixinhos
em condições bastante semelhantes ao seu
habitat natural e também tem a
importantíssima tarefa de absorver o gás
carbônico e fornecer oxigênio à água.
O processo de absorver o gás
carbônico pelas plantas é a chamada
fotossíntese, que só pode ocorrer
satisfatoriamente se o aquário estiver bem
iluminado. Quanto à importância das
plantas como oxigenadoras, esta é relativa,
pois só em raríssimos casos não se encontra
oxigênio na água em quantidade suficiente
para os peixes sobreviverem. Quando os
peixes se reúnem na superfície da água,
aspirando o ar em grande goladas, não é
falta de oxigênio que estão sentindo, mas
sinal de que a água está sobrecarregada de
gás carbônico, que os intoxica.
As plantas mais usadas em aquários
dividem-se em dois grupos: as flutuantes e as
submersas. Devido, principalmente, ao seu
tamanho, muitos aquariofilistas não utilizam
plantas flutuantes em aquários de tamanho
reduzido, preferindo utiliza-las em tanques
de criação ao ar livre. No entanto, essas
espécies de plantas possuem raízes grandes e
quando utilizadas em aquários, além de
servirem de filtro para a luz projetada no
aquário, são ótimos esconderijos para certas
variedades de peixes.
Fig. 23
As plantas submersas são usadas
como elemento decorativo e fornecem abrigo
aos peixes mais tímidos. Elas proporcionam,
também, mais oxigênio para a água.
Entre as plantas flutuantes, a melhor
de todas e a única que se dá realmente bem
no aquário, é a ríquia (riccia fluitans).
Cresce em formações, aparentando cristais,
e gosta de luz moderada, pois o excesso
cobre-a de algas verdes que a impedem de
respirar.
Fig. 24
Ao se introduzir qualquer planta
aquática no aquário, algumas precauções
devem ser tomadas, a fim de evitar
inconvenientes. Sabe-se que as plantas
aquáticas participam diretamente da vida
dos peixes. E sendo o aquário sua casa, deve-
se tentar aproxima-las o máximo possível de
seu habitat natural.
No caso de possuir peixes vegetarianos no
aquário, deve-se optar por plantas que
tiverem folhas mais furas e o
reconhecimento pode ser feito verificando a
textura da folha.
A quantidade plantas necessárias em um
aquário vai depender diretamente do
tamanho do mesmo. O ideal é ter uma área
plantada correspondente à metade da
superfície do aquário.
Normalmente, quando se compra
uma planta para aquário, seja ela submersa
ou flutuante, principalmente nas lojas
especializas, ela já está em condições de ser
introduzida diretamente no aquário. Deve-
se, entretanto, fazer uma verificação, afim
de constatar o seu bom estado. Uma planta
sadia deve ter suas folhas sempre eretas, boa
coloração, raiz bem desenvolvida e as folhas
sem manchas. Eventualmente, elas podem
trazer caramujos e parasitas que, se
transportadas para o aquário, com certeza
vão causar sérios problemas a seus peixes.
Portanto, antes de introduzir qualquer
variedade no aquário, convém desinfeta-lo
anteriormente com uma solução de água
salgada ou com desinfetante indicado para
esse uso.
A disposição das plantas dentro do
aquário obedece basicamente aos critérios
de bom gosto de cada um, e o interessante é
criar lindos efeitos visuais e aproveitar bem
os espaços.
 Microsorium pteropus
(Blume, 1829) Ching
Trata-se de uma das plantas mais
requisitadas por aquariofilistas de todo o
mundo. Encontradas com certa regularidade em
algumas lojas de aquriofilia no Brasil, esta
planta ainda não é muito conhecida por uma
grande maioria de aquaristas brasileiros. Trata-
se de uma planta de fácil adaptação não só em
aquários como paludários e terrários de alta
umidade.
É na família das samambaias e avencas
que encontra-se enquadrado o gênero
Microsorium, onde se verifica a existência de,
aproximadamente 40 espécies, distribuídas pela
África, região indo Malaia e sul da China. Vale
salientar que a família Polypodiaceae contém
cerca de 5.000 espécies anfíbias e terrestres.
A pteropus é a única espécie do gênero
Microsorium introduzida na aquariofilia. A
exemplo do que ocorre com inúmeras espécies,
ocorrem várias sinonímias o que gera alguma
confusão inclusive, quanto ao número exato de
espécies.
Esta planta apresenta rizoma rastejante
do qual surgem folhas de aproximadamente
28cm de comprimento. Na natureza vegeta
aderida a troncos de árvores, pedras, na
margem de pequenos cursos de água ou na terra
em áreas sujeitas a inundações periódicas. Suas
folhas assumem, curiosamente quando emersa,
a forma trilobada, fato não observado quando
adaptada na forma imersa.
A reprodução se dá através da divisão do
rizoma ou mudas provindas de soros
localizados na face inferior da folha, que
somente deverão ser transplantadas após atingir
alguns centímetros.
Fig.25
No aquário prefere água com
temperatura por volta dos 25°C e pH
ligeiramente ácido, apresentando, também,
bom desenvolvimento quando em meio neutro
ou alcalino. É importante salientar que ela se
ressente um pouco quando da troca parcial da
água do aquário, fato contornável, corrigindo-
se a dureza da água, elevando-a para 8 dH. A
iluminação deverá ser moderada, uma vez que,
quando submetida a luz intensa, poderá ocorrer
a infestação das folhas por algas diversas,
prejudicando o bom desenvolvimento da
planta, afetando seu aspecto ornamental.
Convém salientar que o rizoma jamais
deverá ser plantado, e sim, fixado
delicadamente através de um fio de nylon a
uma pedra, tronco ou outro objeto qualquer.
Em aquários observa-se, com certa freqüência,
o aparecimento de manchas pretas ou marrons
nas folhas que com o passar do tempo acabam
por levar a planta à morte. Tal problema é
ocasionado pelo excesso de ferro que uma vez
combinado ao fósforo, resulta em um sal,
fosfato ferroso, responsável por uma
degeneração celular.
Fig. 26
É no terrário ou mesmo no paludário é
que podemos observar sua beleza e perfeito
desenvolvimento. Para isso esta planta deverá
ser mantida em pequenos vasos ou mesmo
fixadas em placas ou bastões de xaxim. A
exemplo de todas Pteridófitas esta planta não
apresenta floração.
Trata-se de uma bonita, exótica e
resistente planta anfíbia, que por ser pouco
exigente quanto aos parâmetros físico-químicos
da água torna-se certamente uma planta
indicada para todos os níveis de aquariofilistas.
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 ACORUS
(Araceae calamus augustifolius)
028
Esta é uma planta palustre da família
Araceae, comumente usada submersa em
aquários. Suas folhas lanceoladas, dispostas em
forma de leque, emprestam-lhe um maravilhoso
efeito ornamental.
Normalmente encontramos nas lojas a
variedade de folhas verdes e verdes e branca.
Infelizmente, as plantas obtidas nas lojas são
provenientes de cultivos emersos, sendo sua
introdução nos aquários geralmente mal
sucedidas. Precisariam ser submersas
gradualmente para evitar que apodreçam. Pode-
se planta-la fora do aquário e ir enchendo o
recipiente de água, lentamente, alguns
milímetros por dia. Na verdade, são plantas
ideais para terrários, onde poderão ficar
parcialmente emersas.
Como seu crescimento é especialmente
lento, o aquarista poderá procurar uma já de
bom tamanho e deve planta-la na frente dos
aquários, para que fique visível, acompanhando
troncos ou pedras altas.
Também por causa deste crescimento
lento, deve ficar num lugar de luz sombreada,
do contrário poderá ser coberta por algas e
morrer. Será melhor para ela se no aquário
houver animais comedores de algas (beijadores,
cascudos, Coridoras, etc..)
Suas folhas podem atingir até 60cm de
altura e suas fortes e grossas raízes deverão
estar enterradas em um substrato rico, como
mistura de argila e terra vegetal. A água deve
ser discretamente ácida (pH entre 6 e 7). Sua
reprodução se faz por brotamento lateral das
raízes, devendo-se esperar um razoável
desenvolvimento da muda, antes de separa-la.
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ALFACE D'ÁGUA
(Araceae pistia stratiotes)
Também conhecida como Santa Luzia,
é largamente distribuída pelo mundo,
naturalmente encontrada na Europa, Ásia e
Brasil. Trata-se de uma planta de superfície,
com folhas flutuantes, isto é, constituídas de
um tecido repleto de espaços aéreos que lhes
permitem flutuar. Além de flutuantes, são
também higrófobas, revestidas por uma
pelugem que não absorve água. As folhas
dispõem-se de forma radiada e atingem até
20cm de comprimento. As mais velhas, em
contato com a água, entram em deterioração até
se desfazerem.
De forma geral a alface d'água não se
adapta à vida em aquário, embora seja, muitas
vezes, comercializadas com esta finalidade.
Exige água neutra e mole, e prefere luz natural.
Sob luz solar direta, num tanque com água de
chyuva, pode-se conseguir exemplares vistosos
e bonitos. Nestas condições poderão tornar um
tanque de jardim num recanto mais atraente.
Nos aquários, porém, degeneram
progressivamente e se reduzem a formas
atróficas com poucas folhas e raízes curtas.
As raízes, por sinal, exercem importante
papel na reprodução de peixes como
ciprinideos, caracídeos e ciprinodontídeos,
servindo de receptáculos para as desovas. Na
época da desova o aquarista transfere uma ou
duas plantas de raízes bem desenvolvidas, do
quintal para o aquário. Útil, também, na criação
de poecilideos, como proteção aos alevinos,
que eleva o índice de sobrevivência. Sem
contar que ao transferir do tanque externo par o
interno, as raízes estarão impregnadas de
microorganismos, vitais para os recém-
nascidos.
 As flores são discretas. Pequenas, filtros biológicos ou aerizadores, a Cabomba se
brancas, colocadas no centro da planta, tem constitui num desafio para os naturalistas que
formato que lembra um copo de leite. A desejam, simultaneamente, manter um aquário
reprodução mais freqüente é por estolho, quer equilibrado e habitado por ela.
dizer, por prolongamento que saem De adaptação mais fácil em tanques, a
lateralmente, formando novas mudas em sua Cabomba necessita de alguns cuidados
extremidades. É o chamado processo especiais, tais como ser plantada em argila,
vegetativo. Mas também acontece a reprodução água ligeiramente ácida (pH entre 6 e 7), não
sexuada, através das diminutas flores brancas, suporta queda brusca de temperatura, que deve
que produzem sementes que podem germinar. ser de 18°C, no mínimo e de 26°C, no máximo.
=============================== Sua reprodução é fácil de ser obtida
através de estacas, isto é, planta-se ramos de
Cabomba, os quais se enraizarão com o tempo.
CABOMBA 030 Além desta espécie de Cabomba, existe a
cabomba carolina, originária dos Estados
Unidos, que apresenta folhas na coloração
verde-claro flores brancas.
Apesar de possuir aspecto semelhante à
planta ambulia, de nome cientifico Limnophila
teterophylla, a Cabomba não deverá ser
confundida, uma vez que a primeira requer
menos cuidados na sua manutenção,
considerada relativamente fácil, até mesmo
Amplamente cultivada em tanques ao ar pelos aquaristas iniciantes.
livre e coletada em lugares de água parada, a ===============================
Cabomba aquática é uma das plantas mais
populares entre os aquaristas. Originária de
países sul americanos, distribuem-se com muita CRYPTOCORYNE 031
facilidade na região amazônica e pode ser
encontrada a preços baixos no mercado
especializado.
Da família Nynpheaceae - a mesma da
vitória régia e do lírio d'água -, a Cabomba foi
classificada pelo naturalista Aublet.
As flores em tonalidade amarela, são
emersas e ocorrem junto às folhas modificadas
da planta, ou seja, planas, sem ramificação e
circulares, lembrando muito as folhas do lírio
d'água.
Apesar de muito popularizada entre os
aquaristas, esta planta costuma ser exigente
quanto à sua manutenção, o que explica os eu
pouco tempo de duração num aquário
doméstico. Contudo, esse fato não costuma
impressionar os aquaristas brasileiros que, não
habituados a cultivá-la, preferem trocar as
plantas degeneradas por outras novas. Muito cobiçada pelos aquaristas, desde
Incompatível com águas muito os primeiros anos deste século, as plantas do
movimentadas e, em conseqüência disto, com gênero Cryptocoryne justificam, pela beleza de
formas, tamanhos e cores, sua grande procura
como elemento decorativo do aquário.
De forma geral, as "cripts", como são
chamadas popularmente, possuem folhas
lanceoladas e de coloração verde na sua parte
superior e vermelho-cobre na face inferior -
coloração esta que se prolonga pelo pecíolo até
a raiz da planta.
Belas são, também, suas flores,
amarelas ou brancas, dependendo da espécie,
que possuem forma de cálice e se desenvolvem
do centro da planta até a superfície, onde ficam
emersas.
Originárias de regiões da Europa
tropical, Índia, China, Ceilão, Filipinas, as
cripts são encontradas, na natureza, em
córregos de fluxo lento, muito sombreado. Os
três requisitos para sua manutenção em
aquários são: água ácida com pH de até 5, luz
difusa e não direta e, finalmente, solo ácido e
rico em matéria orgânica.
As cripts podem se desenvolver dentro
ou fora d'água, em atmosfera úmida. Como o
cultivo fora d'água é o mais praticado, por
questões comerciais, uma vez que dessa forma
seu desenvolvimento é muito mais rápido, as
cript encontradas à venda nas lojas nem sempre
estão adaptadas à vida aquática, embora nas
lojas elas estejam em aquários. Por esse
motivo, é freqüente observar-se o Sudeste e Central do Brasil.
apodrecimento de todas as suas folhas após a
mudança de ambiente. Entretanto, esse fato é
passageiro, não significando a morte da planta,
que após algum tempo começará a brotar,
desde que em ambiente favorável.
Sua reprodução se dá por brotamento
lateral da planta-mãe.
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ECHINODORUS RIOS 032
Entre as espécies do gênero
Echinodorus, as diferenças são bem sutis. São
muitas as variedades, cada uma delas
normalmente apresenta mais de uma cor ou
forma de folhas, o que dificulta a identificação.
Trata-se, inclusive, de um problema comum à
grande maioria das plantas aquáticas.
É uma planta cultivável, ou seja,
reproduz-se no cativeiro. Por isso, é comum ser
encontrada em pequenas mudas nas lojas, que
são fornecidas por alguns criadores. Já o seu
habitat natural, a sua origem, está nas regiões
Muita luz e pH neutro são condições
ambientais necessárias no aquário para o
desenvolvimento normal. A luz deve ser, de
preferencia, natural e sempre em grande
quantidade. O pH da água pode variar um
pouco. Embora o ideal seja o neutro, uma
acidez mínima é tolerada.
Plante as mudas na zona central do
aquário, a uma profundidade de 4 a 10cm, para
uma boa fixação das raízes. Deixe um espaço,
entre plantas, de 20cm, pois a planta, depois de
crescida, ocupa com suas folhas um espaço de
meia esfera, parecendo um grande espanador
que se abre, do fundo até a superfície da água.
Se estiver, portanto, próxima a uma parede ou a
outra planta, ela não conseguirá crescer
livremente.
Depois de planta-la, é preferível não
mexer nela. Ela sozinha se reproduzirá;
automaticamente surgirão novas mudas,
enquanto outras morrerão. Você pode,
eventualmente, muda-la de lugar, retirar
alguma, plantar outra nova; mas, uma vez
instalada, ela não requer maiores atenções.
Por outro lado, é preciso bastante
cuidado na compra das mudas. Verifique,
principalmente, a integridade das raízes. Não
adianta adquirir exemplares com raízes
defeituosas ou cortadas.
É ideal para centro de aquários,
principalmente de peixes como Bandeiras e
Discos, que poderão escolher suas folhas para
desovar.
ELODEA DENSA 033
Popular entre os aquaristas a Elódea é
uma planta originária de lagos e riachos lentos
do Brasil, Argentina e Paraguai, mas
encontrada, com certa facilidade, em quase
todos os países latino-americanos.
Ela vive totalmente submersa, embora
suas flores de 3 pétalas transparentes e 9
estames, desenvolvam-se fora d'água, o que
auxilia os pesquisadores na identificação e
classificação das espécies.
De um colorido verde-garrafa, as folhas
da Elódea apresentam-se na forma de ponta de
lança. Sua reprodução é tão intensa, que pode
formar verdadeiros diques ou barragens,
impedindo o fluxo da água. Seu crescimento é
rápido, principalmente em lugares que recebem
luz natural em abundância, e novas mudas
podem ser obtidas através de 3 processos: por
estacas, bifurcação e polinização.
Para se conseguir mudas por estacas,
corta-se a parte superior da planta (mais ou
menos 15cm), retira-se do talo as folhas
existentes na parte a ser enterrada e replanta-se.
Já o processo de bifurcação baseia-se no fato
das partes mais velhas da planta irem se
decompondo, até chegarem às bifurcações,
originando duas novas mudas.
Finalmente, a polinização se dá através
da água. O pólen encontrado na flor macho
fecunda a flor fêmea, originando outras mudas.
Entretanto, este processo só ocorre em lagos ou
tanques ao ar livre, bem ensolarados.
Resistente a temperaturas baixas, a
elódea prefere aquários alcalinos, mas a
maioria dos aquaristas utiliza essa planta, que
pode atingir de 2 a 4 metros de comprimento,
em tanques ao ar livre, pela sua facilidade de
crescimento.
Ela apresenta uma curiosidade: suas
folhas se prestam para a observação do
fenômeno do tixotropismo, que consiste no
movimento das organelas intra-celulares
nadando no citoplasma. Para observação, basta
tomar uma folha da planta e coloca-la entre
uma lâmina, sob o microscópio.
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 HYGROPHILA 034
De singela beleza a Hygrophila é uma
planta muito popular entre os aquaristas
brasileiros, apesar de ser originária da região
Indo-Malaia, onde é encontrada na natureza,
em lagos rasos e bem iluminados e num clima
úmido e quente.
Esta planta aquática é indicada para
preencher o fundo do aquário, funcionando
como um perfeito cenário. Isto porque
apresenta-se na forma de um longo caule com
poucas ramificações. Do caule, em forma de
gomos, emergem 4 folhas, de coloração verde-
clara e de formato alongado. Uma curiosidade é
que, quanto mais intensa for a luminosidade
que ela recebe no aquário, mais as bordas das
suas folhas tomam a forma ondulada.
Não é uma planta exigente quanto ao
solo. Entretanto, desenvolve-se melhor em um
substrato com uma mistura de xaxim e argila.
Resistente, prefere temperaturas entre 20 e
26°C, embora suporte temperaturas extremas
de 12 a 30°C. Mas, uma das suas exigências
maiores é quanto à luz, que deve ser intensa,
para o seu desenvolvimento normal.
Preferindo águas ácidas, ela é uma boa
opção para os aquaristas que se dedicam a criar
Neons, discos e bandeiras. A melhor maneira
de planta-la é a de muda por muda, uma
próxima à outra, preenchendo-se, assim, a área
desejada do aquário. Em condições ideais de
pH, iluminação e de solo, seu crescimento é
rápido, atingindo facilmente alturas de 60cm ou
mais. Por isso, será útil que sejam feitos
desbastes periódicos, a cada 30 dias,
aproveitando-se o momento para replantar a
parte superior dos caules que estiverem mais
viçosos. As partes sem folhas devem ser
cortadas e postas fora. Os caules nunca devem
ser arrancados, uma vez que ela é uma planta
que enraíza com facilidade e de forma
abundante e, após a poda, ela costuma brotar
novamente.
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LEOPOLDINA 035
Uma das mais conhecidas plantas
aquáticas brasileiras, a Echinodorus martii é
popularmente chamada de Leopoldina, pelos
aquaristas. De grande porte, podendo atingir até
50cm de comprimento, ela possui uma beleza
singular e, para que tenha um efeito ornamental
desejado, precisa ser plantada no centro do
aquário, o que facilitará o seu bom
desenvolvimento e a expansão de suas folhas
de bordas onduladas e verde intenso muito
atraente.
Originária de águas tropicais rasas, de
fundo lodoso, tem raízes longas e fortes e as
folhas coriáceas (com consistência igual ao
couro) são uma das poucas que conseguem
resistir à voracidade de peixes herbívoros,
como alguns ciclídeos. Além deste fator, que
permite aos aquaristas que se dedicam à criação
destas espécies de peixes decorar seus aquários,
as folhas da Leopoldina são, muitas vezes,
escolhidas pelos discos e bandeiras, como local
ideal para depositarem seus ovos durante o
período da desova.
Como seu habitat natural tem um solo
rico, no aquário elas devem ser plantadas em
um substrato rico em argila. Por serem
tropicais, estas plantas precisam de luz intensa
e, preferencialmente, solar. Por isso, o aquário
deverá ficar localizado o mais próximo possível
de uma janela bem ensolarada.
A água deverá ser neutra ou
ligeiramente alcalina. Por isso, o aquarista
deverá efetuar medições de pH,
periodicamente, pois em águas ácidas,
fatalmente irão morrer.
Possuindo flores brancas emersas e em
cachos, a sua floração ocorre sempre entre os
meses de setembro a fevereiro. Durante o
inverno, esta planta brasileira perde a sua
vitalidade e, em alguns casos, até mesmo suas
folhas. Sua reprodução em aquários
normalmente se faz por brotos da planta-mãe.
Para isso, eles deverão ser separados
cuidadosamente com o auxílio de uma lâmina e
replantados delicadamente. É de crescimento
lento e folhas perenes.
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MAYACA VANDELLII 036
Conhecida como Pinheirinho ou ainda
incluída no nome genérico mato d'água, a
Mayaca é muito comum nos lagos e riachos do
Brasil, onde seu nome varia de região para
região.
Ela parece um musgo d'água e suas
folhas, de cor verde-clara ou amarelada quando
novas, crescem de forma espiralar, em torno de
um falo que pode atingir até 50cm de altura.
Suas flores arrocheadas ou rosadas só aparecem
no ambiente natural e são formadas por três
pétalas e três estames. Alguns aquaristas
confundem-na com a elódea, da qual, no
entanto, se diferencia bastante, principalmente
levando-se em conta as diferentes aclimatações
a temperaturas e ambientes.
Quando se adapta ao aquário, a Mayaca
é bastante decorativa. Recomenda-se tê-la em
água branda, de preferência colhida da chuva e
mole (dH entre 2 e 5), além de ligeiramente
ácida (pH entre 6 e 6,7). Seu crescimento,
porém, já foi observado em águas de
composição alcalina.
Embora muito comum nos riachos e
lagos, esta planta originária do Brasil, ainda é
pouco encontrada anos aquários,
provavelmente por causa de suas exigências de
adaptação e cuidados especiais necessários ao
cultivo. Exige muita luz solar, direta; água
limpa e temperatura em torno de 24°C.
Sua floração nunca foi observada em ambientes
artificiais, mas obtém-se sua reprodução
cortando-se mais ou menos 15cm da parte
superior da planta, retirando do talo as folhas
existentes na parte a ser enterrada e replantando
cuidadosamente com ajuda de uma pinça.
Em razão de seu comprimento
alongado, deve ser plantada no centro do
aquário e no fundo, acompanhando higrófilas,
com as quais forma belo visual. É indicada para
peixes de temperamento territorial se abrigarem
de possíveis agressores.
O solo ideal para essa planta é
constituído de areia e xaxim, misturados, na
mesma proporção.
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 SAMAMBAIA D'ÁGUA 037
Indicada para aquários ácidos, onde
vivem os discos e Neons, a Samambaia D'água
é considerada, entre as plantas aquáticas, a que
possui maior efeito ornamental.
Encontrada em várias regiões tropicais
do mundo, inclusive no Brasil Central, a
samambaia requer alguns cuidados especiais
em sua manutenção, uma vez que é uma planta
bastante delicada. E, para que todo o seu
potencial de desenvolvimento seja aproveitado,
ela deverá ser cultivada em águas límpidas,
quentes (acima de 25°C) e bem iluminada. Este
último aspecto poderá ser providenciado
através da utilização de lâmpadas do tipo
branco real.
Sua plantação é feita em solo rico, contendo
xaxim ou turfas, misturados à terra de jardim
ou argila. Embora se desenvolva em aquários
com água alcalina, prefere águas ácidas com
pH 5, onde ela ganha toda a sua beleza, uma
vez que no primeiro caso apresenta folhas
duras e pouco brilhante.
A reprodução se faz viviperamente, isto
é, as folhas mais velhas escurecem e se
deterioram, gerando em suas ramificações,
novas mudas.
Para que essas mudas sejam
apropriadamente cultivas, sugerimos que
fiquem na superfície de um aquário quente,
tampado e bem iluminado, até que suas raízes
atinjam 5cm de comprimento. Logo que isto
ocorra, deverão ser transportadas, com o
auxílio de uma pinça, para o ambiente
definitivo, onde serão replantadas
delicadamente, sem que suas raízes ou talos se
danifique. Como ela cresce até mesmo fora da
água, o terrário úmido também é uma boa
opção para abriga-la.
'A medida que se desenvolve, esta
planta tende a boiar, produzindo assim, em
efeito decorativo muito belo. Como o seu
crescimento é rápido, podendo encher o
aquário em poucas semanas, é recomendável
que se faça a desbrota mensal, retirando-se as
folhas velhas cheias de novos brotos,
replantando-as cuidadosamente.
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TREVO AQUÁTICO 038
Semelhante ao trevo de quatro folhas, a
Marsilea quadrifolia, ou trevo aquático, como é
conhecida popularmente, no Brasil, é uma
planta muito usada pelos aquaristas,
especialmente pelo conjunto visual que pode
compor em um aquário.
Suas folhas divididas em quatro lóbulos
quase simétricos, são de coloração verde-escura
e tem consistência dura. Cada haste apresenta
apenas uma folha, sendo pequena em aquários,
embora, quando plantada imersa em tanques,
atinja proporções maiores. Também em virtude
dos aquários nem sempre serem de grandes
proporções, o trevo atinge pequena altura, não
chegando aos 20cm de comprimento, enquanto
que na natureza ele pode atingir entre 50 e
60cm.
Esta planta possui uma raiz principal,
horizontal e grossa, de onde nascem, em
intervalos curtos, pequenas raízes e plantas. Em
virtude de suas raízes serem delicadas, é
recomendável que seu plantio seja efetuado
num solo de areia fina, o qual auxilia no
desenvolvimento do sistema de fixação. O uso
de um solo ácido também contribui para o
crescimento desta planta no aquário.
É indicada para aquários de água ácida,
com pH entre 5 e 6,2 e com água a uma
temperatura oscilando entre os 15 e 25°C.
Não necessita de iluminação abundante e a
reprodução se constitui numa simbiose de
formas: ao ser cortada a raiz da planta-mãe,
com o conseqüente replante, as novas folhas
nascerão sob a forma de uma pequena cápsula
que, em poucos dias, transformar-se-a num
broto igual ao de uma samambaia. Logo em
seguida, este broto tomará a forma de um
lóbulo. Só após o aparecimento deste primeiro
lóbulo, os outros três se formarão. Quando a
folha estiver completa, terá início o
crescimento da haste. No local onde foi feito o
corte, na raiz da planta-mãe, brotarão uma ou
duas novas ramificações, nem sempre com o
crescimento na mesma direção que a raiz
anterior. É desta ramificação que começarão a
nascer as novas plantas, num curto espaço de
tempo.
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VALISNERIA 039
Bastante difundida entre os aquaristas
devido à sua rusticidade, a valisneria também é
uma planta de rara beleza. Suas folhas, que
podem atingir até 1,5m de comprimento,
permitem a execução de lindos arranjos na
parede posterior do aquário, atuando como um
valioso complemento visual.
Sua resistência, que a torna
especialmente indicada para os iniciantes, faz
com que se adapte bem a águas ácidas e
alcalinas, suportando ainda a salinidade. No
entanto, se mantida em aquários com pH
inferior a 6, suas folhas novas enegrecem e o
núcleo da planta, localizado próximo à raiz
tende a apodrecer.
Dentre as várias espécies, uma das mais
comuns é a V. spiralis, de folhas longas e
largas. Outra variedade, conhecida como
Portuguesa, é a mais indicada para aquários
pequenos devido ao seu porte menor folhas
mais finas. São ótimas plantas para caixas
d'água de quintal, uma vez que suportam
temperaturas de até 15°C, reproduzindo-se em
abundância. Pouco exigente em questão de
solo, basta o adubo fornecido pela matéria
orgânica oriunda do próprio aquário, para
proporcionar-lhe um crescimento exuberante.
A Valisneria reproduz-se facilmente de
forma vegetativa ou sexuada. No primeiro
processo, a planta forma estolhos ou
ramificações rasteiras, gerando desse modo
novas mudas, muito próximas entre si. A
reprodução vegetativa consegue encher rápida
e facilmente toda a parede posterior do aquário,
propiciando um lindo efeito decorativo,
dificilmente obtido com outras plantas.
Pela reprodução sexuada, as plantas masculinas
e femininas emitem um cordão aspiralado que,
ao atingir a superfície, produz uma flor emersa
branca ou amarelada e de formato variável,
dependendo da espécie a que pertence. A flor
feminina é, então, polinizada pelo ar e
transforma-se em fruto o qual, submerso pela
ação do cordão aspiralado, explode dentro da
água, dispersando as sementes que darão
origem a novas mudas.
Além da função decorativa, ainda serve
de suporte para os ovos d espécies como o
Disco, Bandeira, etc.....
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 VIOLÁCEA 040
A Violácea não é propriamente uma
planta de aquário, o que não impede que seja
vendida - e muito - nas lojas especializadas,
além de ser bastante popular entre os
aquaristas. Mas, originalmente, não é aquática.
Trata-se de uma planta palustre, natural
de solos alagadiços, encharcados, como
margens de rios ou lagos que sofrem enchentes
periódicas. Sobrevivem muito à vontade
mesmo embaixo d'água, mas as suas folhas
procuram o ambiente aéreo. A floração só
ocorre acima da superfície. O que permanece
submerso é o caule e a raiz, como se fosse um
estilete fincado no solo.
O que encontramos nas lojas,
conservada dentro de aquários, é apenas a parte
da folhagem (a que se mantém acima da água)
sendo colhida nos locais de cultivo.
A coloração vermelho-escura das folhas
é, talvez, a maior responsável pela
popularidade da violácea. É raro tom
avermelhado em plantas para aquários. Mas
quando o aquarista adquire aquela folhagem e a
coloca no solo de seu aquário, quase sempre
apodrece em duas ou três semanas. São muitas
as razões para este fenômeno. Antes de tudo,
ela precisa de luz natural bem intensa. A água
deve Ter o pH neutro ou levemente ácido. Um
pouco de substrato argiloso também, ajuda.
Depois de observados tais cuidados,
surge outro problema, e provavelmente o mais
sério. Assim que a planta "pega" ela busca com
grande rapidez a superfície, para, no meio
aéreo, fazer brotas suas folhas vermelhas. Se o
aquário for tapado, esta trajetória será
bloqueada, ou seja, a violácea não poderá
sobreviver.
Por tudo isso, o mais aconselhável para
quem deseja cultiva-la em casa são os tanques
de jardim. Coloque dentro deles vasos com um
pouco de areia e argila no fundo. Apoie-os no
chão do tanque, de forma que permaneçam
totalmente mergulhados, com a boca logo
abaixo da tona. Enterre neste solo a folhagem
que foi adquirida. Em pouco mais de uma
semana as folhas cairão e a planta brotará,
soltando novas folhas, logo acima da linha
d'água.
===============================
SAGITÁRIAS 041
Juntamente com as Cabombas, Elódeas
e valisnéria, a Sagitária é uma das mais antigas
companheiras dos aquaristas, contribuindo
muitas vezes para sua satisfação com floração e
folhas emersas.
A maioria das espécies é originária das
Américas, mas algumas são provenientes da
Eurásia. Seu clima natural é normalmente o
subtropical ou temperado, e elas florescem nas
margens dos rios e lagoas, nas regiões de
pequena profundidade e bastante iluminadas.
Seu pleno desenvolvimento com
floração e folhas emersas, só é conseguido em
tanques externos com luz natural; mas
adaptam-se bem nos aquários, sem flores,
quando existe um substrato argiloso sob o
cascalho.
Nas lojas brasileiras encontramos com
freqüência duas espécies desta planta: a
Sagitária teres, de folhas lanceoladas, largas,
com cerca de 1,5m, e robustas, dispostas
radialmente e de colorido verde-escuro e a
Sagitaria gracilliana, de folhas finas e
delicadas de cerca de 25cm de comprimento.
Estas são plantas indicadas para
aquários neutros ou alcalinos, de pequena
altura, ou para figurar na parte da frente de
aquários mais altos, devido ao pequeno porte
de suas folhas.
Sua forma de reprodução mais
freqüente é a vegetativa, porém o cultivo por Requer pouca iluminação e tem o crescimento
sementes não é difícil. médio.
=============================== ===============================

ELEOCHARIS PARVULA 044

AMAZONAS ENANA 042
(Echinodorus griesebachil)

Planta de pequeno porte. Vive em

temperaturas que podem variar de 18 a 26°C.
Tem velocidade de crescimento médio. Requer
iluminação média.
===============================
Planta de pequeno porte, recomendada
para ser utilizada na parte anterior (frontal) do
aquário. Suporta temperaturas entre 22 e 28°C. LILAEOPSIS BRASILIENSIS
Tem crescimento lento e requer iluminação 045
média.
===============================

MUSGO DE JAVA 043

(Vesicularia dubyana)

Planta de pequeno porte, utilizada na

parte frontal do aquário. Vive em temperaturas
que podem variar de 18 a 28°C. Tem um
crescimento lento e requerem de média para
muita luminosidade.
Planta de pequeno porte, para ser
===============================
utilizada na parte frontal do aquário. Suporta
temperaturas que podem variar de 22 a 30°C.
 ANUBIA 046
(Anubias barteri)
Planta de médio porte, para ser utilizada
na parte central do aquário. Vive em
temperaturas que podem variar de 22 a 30°C.
Tem o crescimento lento e requerem pouca
iluminação. São plantas para serem utilizadas
individualmente.
=================================
ANUBIA 047
(Anubias sp.)
Variedade da anterior, tem o mesmo
porte e mesma característica. Suportam
temperaturas que podem variar de 22 a 28°C.
Demoram para se desenvolver e devem ser
plantadas individualmente.
===============================
CRIPTOCORINE 048
(Cryptocoryne ciliata)
Planta de médio porte. Suporta variação
de temperatura entre 22 e 28°C. Tem o
crescimento médio e requer iluminação
mediana. Devem ser plantadas em mudas,
individualmente.
===============================
ESPADA AMAZONICA 049
(Echinodorus bleheri)
Planta para ser utilizada na parte central
do aquário, devido ao seu porte médio. Vivem
em temperaturas que podem variar de 22 a
28°C. Requerem iluminação média e tem o
crescimento de lento para médio. São plantas
individuais.
===============================
 ACORUS ENANO 050
(Acorus gramineus)

A - Cryptocoryne crispatula B - C. wendtil

São plantas do mesmo gênero e crescem

de forma lenta. Exigem temperatura mínima de
23°C e máxima de 28°C. Se desenvolvem
recebendo média iluminação. O efeito visual,
de ambas, se torna belo quando plantadas em
grupos, no centro dos aquários.
Planta de médio porte, para ser utilizada =================================
na parte central do aquário. Devem ser
plantadas em grupos, com várias mudas. Se
desenvolvem em água com temperaturas de 15
a 22°C. Tem o crescimento lento e exigem
iluminação média.
===============================

ALTERNANTERA 051
(Alternanthera reineckii)
A-Ludwigia palustris B-Microsorium pteropus

Plantas de grupo, de porte médio, que

devem ser utilizadas na parte central do
aquário. A L.palustris exiage iluminação
intensa e a M.pteropus pouca luz. Ambas são
de crescimento rápido e vivem melhor em
temperaturas entre 20 e 28°C.
===============================

Tem média velocidade de crescimento.

São plantas que devem ser utilizadas em A-Ceratophyllum demersum B-Echinodorus martii
grupos. Suportam temperaturas entre 23 e
28°C. Requerem de média para muita São plantas de crescimento rápido e de
iluminação. grande porte. Devem ser utilizadas em grupo.
Exigem iluminação média. A C.demersum vive
em temperaturas de 4 a 28°C e a E. martii vive
=============================== bem em temperaturas que variam de 15 a 28°C.
===============================
 VERDIN 058 grande variação de temperaturas (10 a 26°C).
(Egeria densa) Exige muita luz e tem o desenvolvimento
rápido. Deve ser utilizada em grupo ou
touceira, apresentando um belo visual no
aquário.

Planta muito parecida com a Elódea

densa. Requer muita iluminação e tem o
crescimento rápido. Exibe um belo visual de HIGROPHILA AORYMBOSA
plantada em touceiras, em grupos. Se
desenvolve em temperaturas que variam de 20
a 24°C. São plantas de grande porte, que ===============================
devem ser utilizadas na parte posterior do
aquário.

===============================

PLUMA DE PAPAGAIO 059

(Myriophylum aquaticum)

É uma planta de grande porte, para ser

utilizada na parte posterior do aquário . Suporta
PAGINA PARA CAPA DE:

ALIMENTAÇÃO.
 INTRODUÇÃO
A alimentação correta é importante,
principalmente para os peixes ornamentais que
vivem em habitat artificial. Assim, devem ser
oferecidos alimentos que combinem proteína,
vitamina, sais minerais e carbohidratos.
Gorduras e água completam o menu.
As proteínas são responsáveis pelo
desenvolvimento geral do peixe, para firmar as
cores e a firmeza da musculatura. Vitaminas e
sais minerais para ativar o sistema imunológico
e torna-los resistentes a doenças. Carbohidratos
fornecem a energia necessária ao peixe para
desenvolver suas atividades.
Tanto os peixes de água doce como de
salgada requerem um tipo de alimentação.
Muitas vezes os peixes de uma mesma família
aceitam diferentes alimentos. No entanto, é
aconselhável oferecer vários tipos de alimentos.
O que for recusado deve ser substituído.
Existem dois tipos de alimentação: a natural e a
industrializada. A natural se divide em
alimentos vivos e caseiros. Os alimentos vivos
podem ser encontrados em lojas especializadas,
coletados ou mesmo criados em casa. Os
caseiros, em lojas ou preparados em casa. Os
peixes se reproduzem com mais facilidade e se
mostram mais resistentes às doenças quando
são incluídos alimentos vivos em sua dieta.
Os alimentos caseiros são fartos em
proteínas e vitaminas. Dentre eles, você tem
várias opções: gema de ovo cozida, servida em
pó (passe a gema cozida por uma peneira fina);
coração de galinha ou boi, fígado e vegetais,
como a cenoura, rica em vitaminas A, e o
espinafre, servido cru. Você também pode
colocar folhas inteiras de espinafre no aquário,
ou coze-los e servir aos pedaços; carne crua
moída ou raspada; enfim, a alimentação caseira
é muito farta e depende da imaginação e
conhecimento dos peixes que temos em nosso
aquário.
Os alimentos vivos são
importantíssimos para o organismo dos peixes.
Dentre eles temos: a artemia salina, Dáfnias,
Tubifex, larvas de moscas, minhocas pequenas,
etc...
A ração também é uma boa opção e existe no
mercado em forma de flocos, granuladas,
moídas, etc... Quando se for servir rações aos
peixes, é bom saber os hábitos alimentares de
cada espécie, pois existem aqueles que se
alimentam na superfície, outros no fundo e,
para cada espécie, devem ser servidas as rações
corretas.
Cuidado ao se coletar alimentos vivos
na natureza é primordial. Muitos dos alimentos
encontrados podem estar contaminados ou
transmitirem doenças. Nunca coloque
diretamente no aquário, qualquer alimento
coletado, pois poderá causar transtornos ao
contaminar um aquário.
A dieta ideal consiste em se alternar
alimentos. Se os peixes estão sendo
alimentados com ração industrializadas, sirva
alimentos vivos, pelo menos uma vez a cada 10
dias, isso é importante para o desenvolvimento
dos peixes.
A quantidade de comida servida aos
peixes, muitas vezes é a responsável pela sua
morte. Geralmente os neófitos costumam
alimentar em excesso, o que pode causar danos
à saúde dos peixes. O peixe não morre de
fome, mas de excesso de comida, sim. Aos
peixes adultos sirva 2 refeições diárias, sempre
no mesmo horário.
A higiene na hora de servir as refeições
é outro aspecto muito importante. Nunca dê a
comida aos peixes, sem antes lavar as mãos,
pois pode estar contaminada e causar danos aos
peixes.
A forma de se alimentar os peixes, a
freqüência e horário, é uma decisão pessoal que
cada um deve tomar, levando-se em conta as
disponibilidades de tempo, etc.... Iniciado o
processo, procure não interrompe-lo ou muda-
lo bruscamente, pois os peixes sentem a
mudança, por exemplo do horário de comer. Se
esse horário for mudado bruscamente, os
peixes não se alimentarão corretamente durante
alguns dias, até se adaptarem ao novo horário.
Adiante, os leitores encontrarão uma
série de dietas e tipos de alimentos e poderão
escolher aquela que melhor se adapte ao seu
cotidiano, para poder servir aos peixes.
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 ALIMENTAÇÃO
RAÇÕES X NATURAIS
Em se tratando de alimentação de
peixes mantidos em cativeiro, parece haver, ao
menos, três correntes básicas de pensamento. A
primeira defende o uso preponderante de
produtos industrializados, como forma eficiente
de garantir o bom desenvolvimento de
diferentes espécies. Uma outra preconiza o uso
do alimento natural (entendendo-se, aí, o
alimento vivo) como base alimentar
indispensável. E a terceira é adepta de uma
dosagem entre o alimento natural e o artificial,
de maneira a equilibrar adieta.
Fernando Bignardi, um dos diretores do
Aquário de São Paulo, é um ferrenho defensor
do uso exclusivo da alimentação natural que,
para ele, aproxima-se mais do alimento que os
peixes obtém na natureza. "Basta observar" -
explica - "como os peixes recém coletados
aceitam imediatamente o alimento natural,
recusando, muitas vezes, a ração que lhes é
oferecida. Além disso, alguns peixes nem
sempre sobrevivem quando alimentados
exclusivamente com ração. Muitas vezes, o
aquarista inexperiente acha que, tendo jogado a
comida na água, já alimentou seus peixes,
independente do fato de Ter sido ingerida ou
não". Ele acrescenta, ainda, que a composição
dos alimentos naturais nem sempre é a mesma
das rações e que o peixe aceita melhor um
pedaço de carne crua do que uma desidratada.
VANTAGENS DA ALIMENTAÇÃO
NATURAL
Os benefícios da alimentação natural,
ainda na opinião de Bignardi, não param ali:
"Peixes alimentados naturalmente, são muito
mais saudáveis e reproduzem com maior
facilidade. Minha experiência pessoal me
ensinou que é possível conseguir a reprodução
de espécies consideradas raras ou difíceis de
serem procriadas, apenas com o alimento
natural, que uso há 20 anos. Mesmo nos casos
em que os peixes aceitam bem a ração, sempre
será útil oferecer alimentos naturais,
periodicamente, para complementar suas
necessidades nutricionais.
Igualmente veemente em suas opiniões
a favor do alimento natural é a aquarista
carioca Denize, uma pesquisadora aplicada
ligada ao Centro de Pesquisas de Aquariologia
do Rio de Janeiro.
Com uma experiência de 19 anos em
aquariofilia, Denize condena taxativamente os
produtos industrializados nacionais, por
apresentarem um baixo nível de qualidade. "As
rações, no Brasil, não são feitas com o intuito
de alimentar e nutrir os peixes. Prevalece, isto
sim, o sentido de comercialização". Ela aponta,
ainda como fatores negativos tanto nos
produtos nacionais como importados, a adição
de corantes e conservantes químicos, capazes
de encurtar a vida e diminuir a resistência dos
peixes mantidos em cativeiro.
A tais afirmativas não faltam bases, a
julgar pelos testes aos quais submeteu
exemplares de Barrigudinhos, Lebiste e
ciclídeos. "Durante meses alimentei um grupo
de Lebistes apenas com flocos, ao mesmo
tempo em que mantive outros exemplares dessa
espécie exclusivamente com alimentação
natural. O primeiro grupo alcançou maturidade
aos 5 meses, enquanto o segundo, com apenas
3 meses de idade, já tinha atingido a fase
reprodutiva". Ela observou, também, que os
peixes alimentados com produtos
industrializados apresentavam, com freqüência,
atrofia da coluna vertebral e complicações
gastro intestinais. "Quando o alimento
apresenta deficiências, o organismo não
funciona bem, torna-se menos resistente e,
consequentemente, mostra-se mais sujeito a
doenças. No caso dos peixes ovovivíparos, uma
dieta pobre pode ser responsável por ovos
debilitados, originando alevinos mais
vulneráveis ao ataque de fungos e parasitas".
A DEFESA DA RAÇÃO
 Há, porém, posições diversas à de
Denize. "Existe ainda muito preconceito em
relação aos fabricantes brasileiros. A nossa
industria alimentícia, para animais, entrou em
um processo evolutivo satisfatório, tanto em
tecnologia, quanto em conscientização, onde os
produtos finais tem os mesmos cuidados que
teriam os alimentos para consumo humano",
desabafa Silvano, biólogo e diretor técnico de
indústria especializada em rações e No entanto, ele acredita que o ideal no menu
medicamentos para peixes e outros acessórios
para aquários. E complementa, ainda,
chamando a atenção para o fato de que hoje
não é mais o curioso que está à frente desse
trabalho como há alguns anos, e sim um
pessoal tecnicamente preparado e entusiasmado
com o que faz. São engenheiros químicos,
veterinários, biólogos e outros estudiosos que
merecem a nossa credibilidade.
Porém, Silvano não descarta a
possibilidade de existirem fabricantes que
colocam o interesse econômico acima de tudo.
Mas acredita, também, que esses não tem muito
tempo de vida no mercado, pois se o produto
não corresponder às expectativas do aquarista,
ele deixará de compra-lo, mesmo que seja a
alternativa mais barata.
A qualidade do produto deve ser a
preocupação maior dos hobistas. Infelizmente,
no Brasil, o aquarista tem de testar os produtos
nos seus próprios peixes, até concluir que o que
melhor satisfaz as necessidades de sua criação.
Entre nós a falta de informações, de estudos
aprofundados, de publicações específicas e
mesmo o desconhecimento do lojista nos
impõem essas condições pouco agradáveis.
Ele acha precipitado jogar a culpa na
ração, quando o peixe apresenta uma anomalia.
Em primeiro lugar, o cativeiro nunca será
idêntico ao habitat natural. Depois, é preciso
Ter certeza de que o peixe foi coletado com
perfeita saúde e está tendo ótimas condições
ambientais, e isso inclui temperatura, higiene e
até a luminosidade que recebe o aquário. Caso
tudo isso esteja correto, o próximo passo será
observar se está se fornecendo a alimentação
adequada.
Quando se afirma que todas as rações
abreviam a vida ou causam disfunções nos
peixes Silvano contra-ataca argumentando que
ela apresenta um balanço nutricional completo,
não perdem nada dos nutrientes e são quase
naturais. O biólogo garante, também, que seus
produtos tanto são adquiridos por leigos quanto
por profissionais, por exemplo, entidades como
a USP, UNESP, CESP e outras; seriam as
primeiras a rejeitarem seus produtos se
fizessem mal aos peixes.
dos peixes, é a inclusão, de 15 em 15 dias, de
alimentos vivos para enriquecer a alimentação.
Rubens, carioca, pesquisador há 40
anos, considera a ração como elemento
indispensável na dieta dos peixes, uma vez que,
pelo menos teoricamente, apresenta um
balanceamento nutricional completo, embora
não se tenha controle total sobre as fórmulas
dos produtos encontrados no mercado.
Para Rubens, o alimento vivo deve ser
encarado como nutriente básico apenas na dieta
dos alevinos. Quando eles se tornam adultos,
alimentos vivos como microvermes e
enquitréia, devem ser oferecidos como
complementos, uma vez que apresentam alto
teor de gordura, responsável pela esterilização
dos reprodutores e pelo abreviamento do tempo
de vida. Um outro aspecto a se considerar,
ainda, é a rejeição, por parte de peixes como
Molinésias e Beijador, de alimentos vivos.
Nesses casos, a ração é muito importante, se
bem que o molinesia, que é um peixe
herbívoro, tem nas algas um ótimo alimento.
Seguindo a mesma linha de raciocínio,
Luisa acredita que a qualidade de alguns dos
produtos encontrados no mercado é mais do
que satisfatório. E, embora reconheça a
importância do alimento natural como
alternativa ou variável na dieta dos peixes, acha
que há rações que dispensam o alimento
natural.
Outro lojista, tem opinião
diametralmente oposta. João Carlos é um dos
poucos comerciantes que usa, como base
alimentar dos peixes, alimentos naturais, em
todas as suas formas. As diferenças são
notáveis. Quem duvidar que faça a experiência.
Os peixes alimentados com microorganismos
vivos e mortos ou vegetais tem um
desenvolvimento superior aos tratados à base
de ração. E isto em vários aspectos:
comportamento, resistência e doenças, beleza e
longevidade.
João Carlos é, também, um dos diretores do
Aquário de São Vicente, o que lhe permite
estar sempre em contato com outros aquaristas.
Muita gente fica surpresa quando digo que
grande parte dos peixes do Aquário é
alimentada com uma papa feita com banana,
abóbora, espinafre e algumas farinhas.
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ALIMENTOS ESPECIAIS
PARA PEIXES
Veja alguns alimentos vivos e receitas que
você pode criar ou preparar em casa.
Os cuidados com a alimentação de seus
peixes de água doce são muito importantes.
Uma dieta correta contribui para que eles
cresçam e se reproduzam perfeitamente, dentro
do aquário. Você verá aqui algumas
alternativas de alimentos vivos e outros que
podem ser encontrados em lojas especializadas
ou preparados e criados em sua própria casa.
Os alimentos para peixes dividem-se em
dois tipos: secos ou preparados, que são
aqueles encontrados prontos nas lojas, e os
vivos, alguns encontrados em lojas e outros
criados em casa. Os alimentos em pó podem
fazer parte do cardápio dos peixes mas não
devem constituir a base de sua alimentação. Os
alimentos vivos são muito importantes para o
desenvolvimento e por isso devem ser dados
regularmente. Veremos, a seguir, alguns destes
tipos de alimentos.
Tubifex - semelhante a uma minhoca, o tubifex
apresenta cor roxa e mede aproximadamente
entre 1 e 5 cm. São encontrados nas lojas
especializadas, enrolados entre si, formando
uma bola. Originalmente, o tubifex é colhido
em locais poluídos, como esgotos e, por isso,
deve ser lavado muito bem antes de ser dado
aos peixes. Para lava-los, coloque-os em uma
solução de água e permanganato de potássio
(10litros/1 miligrama). Por ser rico em matérias
gordurosas, o tubifex não deve ser dado aos
peixes mais do que 2 vezes por semana. Não
coloque esse tipo de alimento diretamente na
água, pois ele irá ao fundo, enterrando-se na
areia. Existe à venda, nas lojas especializadas,
um comedor especial para tubifex.
Muito cuidado ao coletar o tubifex em
locais poluídos. Nos locais onde eles são
coletados, proliferam grandes quantidades de
bactérias, especialmente do tipo gran negativas,
muito nocivas aos seres vivos. Já soubemos
casos de pessoas que se contaminaram com
graves infecções ao manipularem esse verme
oriundo de fontes desconhecidas.
Naturalmente, o indivíduo com pele íntegra,
isto é, sem lesões, corre pouco risco de se
infectar, mas se nossas mãos apresentarem
pequenos cortes, mesmo que imperceptíveis,
ele poderá servir de porta de entrada para esses
agentes patogênicos.
Para resolver esse inconveniente e
poder dispor desses organismos para
alimentação dos peixes, podemos cria-los sob
condições controladas e com alimentação
conhecida.
A maioria dos textos de aquarismo não
informa sobre a criação do tubifex, apenas que
poderá ser mantido em uma vasilha com
gotejamento de água. Esse sistema rudimentar
poderá manter o tubifex vivo, por alguns dias
ou semanas, mas impede a sua proliferação.
Como criar o tubifex - em verdade, o tubifex
não precisa de água corrente, mas sim de uma
água oxigenada e de matéria orgânica para
alimentar-se. Assim, para cria-los pode-se
montar o seguinte dispositivo:
1 - bacia de plástico com volume de 20 ou mais
litros, cheia com água envelhecida.
2 - tronco ou pedaço de xaxim para acidificar a
água.
3 - pedra porosa ligada 24 horas por dia para
aerizar a água do recipiente
4 - batatas cortadas para alimentar os vermes.
Duas batatas médias serão suficientes e deverão
ser repostas à medida em que forem
consumidas, restando apenas as cascas vazias.
 Na bacia assim preparada coloca-se um
copo cheio de vermes, limpos, isto é, sem terra
ou excrementos. Os vermes das lojas já vem
parcialmente separados de terra e fezes. Com o
tempo de criação, essas impurezas, retidas no
tubo digestivo, vão sendo lavadas. As trocas de
água e a oferta de alimentos limpos, produzirão
gerações sucessivamente menos contaminadas.
Deixa-se repousar por algumas semanas
num local escuro e fresco. Se a água ficar
muito leitosa, pode-se fazer uma troca parcial.
No fim de algumas semanas, poderão ser
retirados vermes da cultura, mantida com
batatas e trocas parciais de água.
Dáfnias - a dáfnia tem o corpo ovalado,
assemelhando-se muito à pulga comum. Mede
de 2 a 4mm e apresenta cor roxa ou rosada.
Pode ser encontrada nas lojas especializadas.
Para conserva-las em casa, coloque-as em uma
vasilha com água que deve ser bem oxigenada,
com o auxilio de um aerizador. A dáfnia
consome muito oxigênio e, por isso, não deve
ser colocada em grandes quantidades no
aquário. Coloque este tipo de alimento para os
peixes, somente 2 vezes por semana.
Como criar dáfnias - costuma-se dizer que
criar dáfnias em casa, é muito difícil. Mas se
você tentar, verá que toda a dificuldade, de
fato, não passa de uma lenda. Algumas dicas
podem ajudar bastante.
Use caixas de cimento amianto, se possível
expostos ao sol, enchendo com água de
torneira, que deve ser aerizada por dois dias
para que perca o cloro. Feito isso, o pH é
elevado para 7,4 através de cal hidratada. Uma
boa proporção é 50 gramas por 250 litros de
água, podendo variar um pouco. O importante é
que se mantenha o pH sob controle.
Uma semana depois, adicione esterco de
galinha seco (um litro mais ou menos),
colocado dentro de uma garrafa plástica
perfurada com arame quente, e depois
mergulhada no tanque. Mais alguns dias e você
notará uma coloração verde na água. Eis aí o
momento ideal para se introduzir uma pequena
quantidade de dáfnias vivas para o inicio da
cultura. Aliás, escolha o verão para este
começo. Com a temperatura mais alta, elas se
reproduzem com grande rapidez. Para manter a
criação, coloque folhas de alface na água, ou
faça adubações com esterco de galinha seco ao
sol, cascas de frutas e verduras secas em geral.
A dáfnia substitui a artemia na
alimentação de peixes de água doce, e também
pode ser usada em aquários marinhos, embora
sua sobrevivência em água salgada seja um
pouco mais curta.
Micro-verme - este é um tipo de alimento vivo
que você mesmo pode criar em casa.
Encontrado nas lojas especializadas, o micro
verme mede 0,5 a 2mm, apresentando cor
branca. Deve ser colocado em uma mistura de
aveia batida com água, para sobreviver. Com
uma porção de micro-verme colocado na
mistura você terá o alimento para sempre. Mas,
quando a aveia ficar preta você deve joga-la
fora, mas antes tirar um pouco da cultura e
coloca-la em outra mistura nova de aveia. O
micro-verme é um ótimo alimento para filhotes
e deve ser colocado no aquário 2 vezes por
semana.
Larva de mosquito - este é um tipo de
alimento vivo muito fácil de criar em casa. Para
consegui-lo basta que você deixe uma lata de
água ao ar livre, durante alguns dias. Os
mosquitos desovarão na água e, em breve, você
já poderá perceber as larvas nadando na água.
Você deve tomar cuidado pois em alguns dias
as larvas viram mosquitos e, se isto ocorrer,
você terá uma cultura de mosquitos em casa.
Particularmente não recomendo que se faça
esse tipo de cultura, pois o mosquito da dengue
poderá desovar no recipiente e multiplicar-se.
Não crie larvas de mosquitos em sua casa.
Larvas de mosca - este é outro alimento vivo
que você pode facilmente criar em sua casa.
Para isso coloque serragem em uma lata de cera
até a metade. Sobre a serragem, coloque uma
sardinha aberta. Em alguns dias as moscas
põem seus ovos na sardinha e, em breve,
nascerão as larvas, que são brancas e medem
aproximadamente 0,5mm. Quando a sardinha
estragar, jogue-a fora e repita a operação para
conseguir novas larvas. Este alimento pode ser
colocado no aquário 2 vezes por semana.
Enquitréia - é um pequeno verme que alcança
no máximo 1cm de comprimento e tem a
espessura de um fio de linha de costura, é um
ótimo alimento vivo para os peixes. É uma
espécie de minhoca, totalmente branca, que se
alimenta de farinha de aveia e se reproduz no
carvão ativado.
Devido ao seu alto teor energético, é
rico em gordura e carboidratos e ativa o apetite
do peixe. Extremamente digestivo, ajuda na
expulsão de restos de comida. É mais indicado
para peixes que vivem em ambientes restritos,
do tipo sedentário. Em grandes aquários, a
Enquitréia não é tão consumida, devido à
dificuldade de ser vista pelos peixes maiores.
Assim, é essencialmente um alimento para
peixes de pequeno e médio porte. Pode ser
oferecida aos peixes 3 a 4 vezes por semana.
No caso de um aquário que possua muitos
cardumes, todos os dias ou a cada dois dias.
Como criar a Enquitréia - a sua reprodução e
criação são bastante simples. As Enquitréias
podem ser conseguidas em lojas ou quintais,
sob pedras ou folhas secas. Os recipientes mais
usados para a sua cultura são caixas plásticas
de 20 e 30cm de comprimento por 15 ou 20 de
largura e 20 de altura. No fundo da caixa,
coloca-se uma camada de 5 a 6 cm de carvão
ativado, de granulação grossa - o mesmo
utilizado em filtros de aquário. Antes ele deve
ser bem lavado e deixado de molho durante
24h, para perder totalmente a fuligem preta,
que pode comprometer a cultura. Depois de
escorrido e secado, deve ser espalhado por toda
a extensão da caixa. As enquitréias são
colocadas sobre esta superfície e cobertas com
uma lâmina de vidro, de preferência de 3mm de
espessura. Esses vermes só receberão alimentos
após 24h. A alimentação será de farinha de
aveia, pulverizada em quantidades mínimas
sobre o carvão, diariamente. O prazo de duas
semanas é suficiente para que as enquitréias
estejam prontas para serem colocadas no
aquário.
Não expor as caixas à luminosidade,
guarda-las em armários escuros e na
temperatura ambiente, são requisitos
necessários para que elas sobrevivam e se
multipliquem.
Camarão - use o camarão vendido já limpo e
salgado. Coloque-o ao sol para secar bem e
retire o excesso de sal com uma peneira. A
seguir esfarele-o, com os dedos, no aquário
para que os peixes possam come-lo. Retire o
excesso não consumido. O camarão deve ser
dado aos peixes de água doce somente uma vez
por semana.
Ração especial - pegue meio quilo de camarão
sete barbas, fresco; em água fervente deixe o
camarão por 10 minutos, aproximadamente;
retire o camarão da água e, em uma peneira,
deixe secar ao sol por 1 ou 2 dias, até que fique
completamente desidratado; retire o excesso de
casca, esfregando o camarão na peneira; moa
todo o camarão, em moedor desses de café, em
granulação compatível com o tamanho da boca
do peixe a ser alimentado.
A mesma quantidade de farinha Neston deve
ser moída na mesma granulação do camarão.
Misture a farinha e o camarão. Passe no
moedor novamente, a mistura. Você terá uma
excelente ração, que poderá ser servida aos
peixes diariamente.
Raspas de fígado - corte pedaços de fígado de
boi (1,5cm de comprimento e, com um arame,
pendure dentro do aquário. Deixe somente por
alguns minutos (10), para que não turve a água.
Patê de Miron Gordon - este é um patê muito
substancial para os peixes; você pode prepara-
lo em sua casa seguindo a receita: bata meio
quilo de fígado de boi com um pouco de água,
no liqüidificador e a seguir coe a calda.
Acrescente em seguida, algumas folhas de
espinafre, 3 gemas de ovo, 1 colher de sopa de
germe de trigo, 1 vidro de sopa para bebê (da
linha infantil), 1 colher de sopa de leite em pó,
1 colher de sopa de farinha de trigo e 1/2 colher
de chá de sal de cozinha e bata tudo novamente
no liqüidificador. Ferva essa mistura em uma
panela até formar uma pasta. Coloque a seguir
em um vidro bem fechado e ferva em banho-
maria de 5 a 10 minutos.
Deixe esfriar e leve ao congelador a porção de
patê que ficará estocada e deixe na geladeira a
parte que você dará aos peixes nos próximos
dias. Você pode dar diariamente o patê em
pequenas quantidades.
Artemia Salina - A artemia salina é o alimento
ideal para peixes adultos, alevinos e outros
animais. É um microcrustáceo sem carapaça
rígida, rico em proteínas, vitaminas A e B,
protovitaminas A (evita o raquitismo), caroteno
(intensifica a cor dos peixes), fósforo, ferro,
iodo, sódio e pantotenato de cálcio.
São seres filtradores, isto é, ingerem a
água e selecionam as partículas em suspensão,
alimentando-se de micro-algas, matéria
orgânica, fungos e mucilagens produzidas por
algas, levedura de cerveja, farinha de pescado,
maizena, leite em pó, etc....
Uma característica peculiar, é que
adquirem a coloração do alimento que ingerem.
Se ingerirem somente algas, terão uma cor
esverdeada; se o alimento for farinha de carne,
ficarão com uma cor avermelhada; e assim por
diante. Outra curiosidade é a maneira que se
locomovem: nadam com o ventre voltado para
cima; tem o hábito de se aglomerarem em torno
de raios de luz.
Não só os adultos servem de alimentos;
os cistos (ovos de artemia) servem para
alimentar alevinos; os náuplios (ovos recém
eclodidos) servem, também, para alimentar
várias espécies de alevinos.
COMO ECLODIR OS CISTOS adquiridos em
lojas especializadas: uma pequena porção de
cistos dará uma enormidade de náuplios. Os
cistos são minúsculos. Para eclodi-los, pegue
uma garrafa, dessas de refrigerante de 2 litros;
coloque uma colher das de sopa de sal grosso;
acrescente um litro e meio de água (pode ser da
torneira) na garrafa; adicione uma pitada de
cistos (uma pontinha de colher de café) na
água; ligue uma pedra porosa na garrafa, para
que faça movimentos, revolvendo a água
juntamente com os cistos.
Dependendo da temperatura da água, os cistos
eclodirão entre 24 e 36 horas. Você perceberá
que os cistos começaram a eclodir, porque a
cor da água ficará alaranjada, que é a cor dos
náuplios nadando; logo que nascem vão se
aglomerar no fundo da garrafa e as cascas dos
cistos ficarão boiando, formando uma pequena
camada na superfície da água.
Para coletá-los, utilize uma seringa de
injeção acoplada à uma mangueirinha (dessas
usadas em compressores para aquários),
sugando os náuplios na quantidade desejada.
Sem alimentação os náuplios conseguirão
sobreviver alguns dias, mas se você quiser cria-
los até a fase adulta, alimente-os com fermento
flaischmann ou maizena; para tanto, dissolva
uma pequena quantidade de maizena em um
pouco de água, em um copo, e com uma
seringa, pingue algumas gotas, por toda a
superfície do recipiente onde se encontram os
náuplios. Você pode repetir esse procedimento
de 2 em 2 dias. Se bem alimentados, dentro de
20 a 25 dias já estarão adultos, cheios de ovos
grudados em seu corpo.
Outro cuidado na criação de artemia, é
com relação à salinidade e ao pH. A salinidade
da água deve ser de 3 a 4 vezes mais salgada
que a própria água do mar. Para tanto, dissolva
800 gramas de sal grosso em 10 litros de água.
O pH deverá estar estabilizado em torno de 8 a
9.
Conseguindo-se o ambiente ideal, basta
colocar alguns náuplios no recipiente, sem
aerizador, de maneira que tome sol, para
estimular a formação de algas e se terá em casa
uma fonte reciclável de ótimo alimento para os
peixes.
________________________________
 ARTEMIA SALINA
Algumas noções do cultivo e utilização da
artemia salina na aquicultura
Nos últimos anos a aquicultura tem sido
beneficiada com a utilização da artemia salina
na alimentação das fases larvais de peixes e
crustáceos.
As artemias desempenham um papel
muito importante na dieta alimentar, pois são
ricas em proteínas, vitaminas (caroteno)e sais
minerais. É o melhor alimento vivo para peixes
e camarões, porque aceleram o crescimento dos
alevinos, recuperam os peixes doentes e
deixam os indivíduos mais sadios.
O cultivo deste microcrustáceo é
necessário na aquicultura, devido ao seu alto
teor protéico, facilidade de estocagem dos
cistos, prolificidade da espécie, facilidade de
manejo e por estar amplamente distribuída no
mundo, nos lagos salgados e salinas
comerciais.
Técnicas de cultivo foram
desenvolvidas satisfatoriamente para estudar a
artemia salina, desde a sua biologia até o
cultivo em massa; os meios de cultivo foram
formulados por Provasoli e Shiriashi (1959), os
regimes alimentares foram estudados por
Nimura (1963); a influência da salinidade para
o crescimento foi estudada por D'Angostino e
Provasoli (1968); o consumo de oxigênio
dissolvido durante o crescimento foi estudado
por Kuenen (1939); a temperatura e a
luminosidade foram estudadas por Sorgeloos
(1963) e as diferenças geográficas foram
estudadas por Kuenen (1939).
CULTIVO NATURAL
Os lagos salgados e salinas comerciais
são os ambientes naturais adequados para a
proliferação deste microcrustáceo, devido a alta
salinidade existente (até 250%), o que
impossibilita o crescimento de competidores e
predadores que possam alterar o domínio da
Artemia Salina. Nestas condições poucas algas
e algumas bactérias crescem, as quais servirão
de alimento do microcrustáceo.
A salinidade alta é a única defesa
natural que este organismo tem; apresenta o
corpo desprovido de carapaça quitinosa, cor
avermelhada devido a presença de carotenóides
no sangue (exceção entre os crustáceos) o que a
torna presa dos predadores nos ambientes de
baixa salinidade.
A salinidade elevada e o baixo teor de
oxigênio dissolvido na água, favorecem a
produção de cistos em ambientes naturais. Os
cistos liberados são levados pela correnteza e
pelas ondas provocadas pelo vento, até às
margens, onde se acumulam.
A exploração comercial de cistos é realizada
em vários locais do mundo: Baía de San
Franciusco (USA); Great Salt Lake (Utah-
USA); lagos da Saskatchewan (Canadá)
Rockhampton (Austrália); Macau e Mossoró
(Brasil); Salinas (Equador); Burgoas Pamarijé
(Bulgaria e Crimea Salt Lakes (Rússia).
A colheita dos cistos deve ser realizada
diariamente nos lugares onde se acumulam para
evitar a mistura com sujeira e a estratificação,
especialmente quando há a formação de
diferentes camadas de salinidade provocadas
pelas chuvas. Para melhorar a qualidade dos
cistos e para evitar a eclosão antecipada, devido
à estratificação da água, é necessário colocar
anteparos para impedir que os cistos atinjam as
margens.
Na época da colheita dos cistos, é
necessário realizar testes de qualidade para
verificar a presença de embriões e para
observar o índice de eclosão, para cada grama
de cistos coletados em cada viveiro e para cada
região produtora.
Existem dois métodos para evitar a
colheita de cistos vazios:

- colocar uma amostra de cistos entre duas
laminas de vidro e esfregar uma na outra.
Com a presença de embriões nos cistos,
haverá a libertação de uma substância
oleosa, facilmente visualizada;
- colocar numa proveta graduada um volume
d'água e adicionar uma determinada
quantidade de cistos; com a presença de
muita casca vazia o volume d'água não
aumentará, enquanto que o aumento de
volume é devido à presença de embriões
nos cistos.
Para saber o índice de eclosão de uma
amostra de cistos procede-se da seguinte forma:
- colocar 100 mg de cistos de cada amostra
em vários tubos de ensaio, que possuem 50
ml de água do mar. Deixar a biomassa com
aeração, a uma temperatura de 28°C ,
durante 12h , e realizar observações nas
amostras que ocorrem maior eclosão;
- retirar uma quantidade de cada amostra
com o auxilio de uma pipeta e colocar em
placas de Petri separadamente.
- Fixar as larvas utilizando lugos (a artemia é
muito resistente ao formol) que fornecerá
também uma boa coloração
- Realizar a contagem das larvas de cada
amostra para encontrar o índice de eclosão,
extrapolando os resultados para 100 mg de
cistos.
As colheitas são realizadas diariamente quando
necessário, para evitar o acúmulo e a mistura
com muita sujeira ou ainda a eclosão
antecipada. Os cistos são coletados, lavados e
colocados em um recipiente com solução
hipersalina e aeração, durante 24 horas, para
que ocorra a desidratação. Após este período os
cistos são retirados para proceder-se a
desidratação a uma temperatura de 38°C (não
deixar passar dos 40°C). A desidratação pode
ser feita numa estufa ou com auxilio do calor
do sol (evitar a exposição direta).
Posteriormente os cistos são peneirados
com diferentes malhas para retirar as
impurezas. Nestas condições os cistos são
estocados a vácuo ou numa atmosfera de
nitrogênio, durando muitos anos.
CULTIVO ARTIFICIAL
Atualmente há necessidade de
desenvolver o cultivo artificial deste
microcrustáceo, pela grande utilização que tem
na aquicultura e porque a qualidade dos cistos
está cada vez mais baixa, devido à problemas
de poluição dos ambientes naturais.
Nos últimos anos a procura por cistos
tem aumentado consideravelmente, enquanto
que a oferta é cada vez menor, provocando um
déficit no mercado consumidor. Os EUA são os
maiores produtores (30t/ano) e os maiores
consumidores. Novos produtores estão,
entretanto, no mercado mundial, como o Brasil,
Austrália e Equador.
Teramoto e Konoshita (1961),
realizaram o cultivo em pequena escala,
utilizando altas densidades (1 individuo/2ml de
meio); Ivelana (1969), realizou o cultivo em
massa, utilizando fertilizantes, com densidade
de 400 indivíduos/litro; Soorgelos (1973),
cultivou náuplios utilizando densidades de
2.000/litro, 25.000/10 litros e 50.000/30 litros,
em recipientes cilíndricos alimentados com
algas microscópicas congeladas; Persoone e
Soorgelos (1972) realizaram vários
experimentos comparativos de crescimento;
realizaram cultivo em massa automaticamente
utilizando altas densidades num sistema
fechado denominado Receway.
Este sistema foi desenvolvido por Mock
(1974) para o cultivo de camarões marinhos. O
tanque tem 3m cúbicos de capacidade, com 3m
de comprimento, 1 de altura e largura e uma
divisória que direciona a circulação da água
durante o cultivo. A temperatura da água
deverá ficar durante o período de cultivo em
torno de 25°C, enquanto que a salinidade será
de 35% e o pH entre 7 e 8.
São colocados no tanque 6.000.000 de
náuplios, obtidos com a eclosão de 30g de
cistos. Durante o período de cultivo é fornecido
alimento preparado à base de algas
desidratadas, fermento, farelo de trigo, arroz ou
soja em salmoura e mais umas gotas de anti
espumante. Esta ração é guardada na geladeira
para posteriormente ser utilizada diariamente
durante o período de cultivo.
Os parâmetros físico-químicos são
observados e controlados diariamente. Após 10
dias de cultivo as artemias estão em condições
de reproduzir-se ou podem ser retiradas para
utilizar-se como alimento para outras espécies
aquáticas.
A artêmia salina é um filtrador de
alimentos não seletivo, que ingere
indiscriminadamente algas, bactérias e escuro para o laranja. O hipoclorito de sódio
partículas com tamanhos que variam de 5 a 40
micra.
Clement (1970) realizou cultivos
utilizando como alimentos algas microscópicas
de água doce (Spirulina), na proporção de
1g/litro.
A farinha de soja tem sido utilizada como
alimento em experimentos feitos nos
laboratórios de Nagasakiken Fisheries
Experimental Satation:
- Farelo de arroz ou soja....... 50g
- Algas secas......................... 50g
- Fermento............................300g
- Sal grosso...........................400g
- Água filtrada.
Para preparar a mistura, coloca-se os
ingredientes no liqüidificador para
homogeneizar, depois a mistura é filtrada
através de uma tela de 80 micra, sendo
acrescido água filtrada até completar 1 litro.
Nestas condições conserva-se durante 2 a 3
semanas na geladeira.
DESCAPSULAÇÃO
Os cistos de artemia salina possuem
uma membrana chamada córion, constituída
por várias membranas (externa, cortical e
alveolar). Estas membranas muitas vezes
carregam esporos de bactérias, fungos e
plantas, que provocam problemas às larvas de
peixes e camarões ou provocando também,
efeitos deletérios.
A descapsulação é feita colocando os cistos em
um recipiente em forma de funil, com água do
mar filtrada a 20°C de temperatura e com
aeração constante. A proporção utilizada de
cisto é de 1g para cada 15ml de água. As
quantidades totais não podem ultrapassar de
200g de cistos.
Nestas condições, os cistos permanecem 1
hora, após a qual, é adicionado um volume
igual de hipoclorito de sódio (água sanitária) a
5,25% e deixa-se durante 10 minutos. Após
este período o córion é destruído, provocando
uma mudança de cor (oxidação) do marron
remove a camada de lipoproteína e hematina do
córion.
Os cistos são lavados várias vezes até retirada
total do hipoclorito de sódio. Nestas condições
podem ser colocados para eclodir ou podem ser
desidratados em solução hipersalina (300%) e
posteriormente colocados na geladeira ( -4°C)
por período de 8 semanas. As vantagens da
descapsulação são que os cistos são
desinfetados, facilita a separação dos náuplios
após a eclosão, possibilita a ingestão e digestão
de facilita a armazenagem dos cistos na
geladeira, para uso posterior.
ECLOSÃO DOS CISTOS
Kelicher utilizou e descreveu uma caixa
de forma retangular para separar náuplios,
posteriormente automatizada por Nash (1973).
Jones estudou um contêiner de plástico opaco,
utilizando densidades de 0,3g de cistos por
cada litro de água do mar filtrada. Persoone e
Sorgeloos (1972), descreveram um cilindro de
plástico transparente, utilizando densidade de
10g de cistos por litro de água.
A temperatura ótima para eclosão é de
aproximadamente 30°C. Para os cistos
produzidos na Califórnia, a eclosão de 50%
ocorre após 36h a uma temperatura de 28°C,
enquanto para os cistos produzidos em Utah
ocorre a 30°C e para os cistos da China aos
35°C.
O índice de eclosão depende
diretamente da salinidade (5 a 70%) e da
temperatura, que devem ser mantidos
constantes durante o tempo de incubação. Para
obter bons resultados de eclosão procede-se da
seguinte forma:
- utilizar água do mar filtrada a 35% de
salinidade.
- Utilizar densidades máximas de 10g de
cistos por litro d'água
- Manter a temperatura constante a 28°C
durante o tempo de incubação
- Homogeneizar a biomassa com auxílio de
aeração, para evitar acúmulo dos cistos
(condição anaeróbica);
- Expor à luz para dar partida às atividades
metabólicas dos embriões (10 minutos a
2.000ml para os cistos de Utah e 5 minutos
para os cistos de San Francisco);
- Colocar umas gotas de antiespumante (não
tóxico);
- Após a eclosão, os náuplios são separados.
REPRODUÇÃO
A artemia salina atinge o estágio adulto
após 10 dias de cultivo, quando atinge o
comprimento médio de 8mm, para o peso
médio de 1mg. No macho as antenas são
transformados em ganchos e utilizados para
abraçar a fêmea no momento da cópula. As
antenas possuem uma papila sensorial interna.
O aparelho genital do macho é duplo e
está localizado na parte posterior do abdômen ,
enquanto que nas fêmeas as gônadas estão
situadas nos dois lados do trato digestivo entre
os toracópados.
O macho inicia a pré copulação segurando a
fêmea com os ganchos no último par de
toracópados, ficando nesta posição períodos
longos. A copulação é um ato muito rápido, o
macho dobra o corpo e fecunda a fêmea.
Os ovocistos formados passam dos
ovários ao útero ou o saco ovígero através dos
ovidutos, quando ocorre a fertilização,
originando ovos férteis dos quais
posteriormente nascem os náuplios (reprodução
ovovípera) ou depositados como cistos
embrionados (reprodução ovípara).
Na reprodução ovovípera os náuplios
nascem a partir dos ovos fertilizados sem
passar por cistos. Para que isso ocorra é
necessário um alto teor de oxigênio dissolvido
e ausência de íon Fe++.
Esse tipo de reprodução ocorre
geralmente em laboratório (salinidade baixa,
oxigênio alto), no ambiente natural as artemias
salinas seriam facilmente devoradas pelos
predadores.
As fêmeas iniciam a fase reprodutiva a
partir de 12 a 15 dias de vida, com ciclos de 4 a
5 dias e durante um período de 4 a 5 semanas.
Na reprodução ovípara ocorre quando
existe uma concentração alta de hemoglobina
no sangue, baixo teor de oxigênio dissolvido e
presença de íon Fe++ na água. Em ambientes
naturais a produção de cistos ocorre em
intervalos, quando a salinidade está mais alta
(hipersalina) com flutuações de oxigênio
dissolvido, durante o ciclo dia/noite.
Para a produção de cistos é necessário
que durante o desenvolvimento embrionário
ocorra uma pausa dia, com a formação de uma
membrana de lipoproteínas, impregnadas de
hematina denominada de Córion. Esta
membrana é constituída de três camadas:
externa, cortical e alveolar. Esta última permite
a flutuação e a distribuição nas margens, o
córion tem importante papel na defesa do
embrião, protegendo-lhe dos choques
mecânicos, da ação dos raios colares e de
algumas substâncias químicas poluentes.
Protege a membrana plasmática e a cutícula
embrionária, sendo a melhor defesa natural
para perpetuação da espécie. Os cistos possuem
um diâmetro que varia de 200 a 300 micra,
conforme a origem.
Os embriões incistados de artemia salina tem a
propriedade reversível de hidratar-se e
desidratar-se. Estão na fase latente, que está
dividida em duas fases:
- Preparatória, na qual ocorre a desidratação;
- Reversível, na qual ocorrem transformações
metabólicas reversíveis, que podem ser
interrompidas sem prejuízo para o embrião.
Este período latente dura até 15 horas, desde o
início da hidratação, considerando-se o tempo
de 24 horas para a incubação a uma
temperatura de 28°C.O metabolismo durante o
período latente pode ser interrompido
utilizando-se os condicionamentos seguintes
- por desidratação, colocando os cistos em
solução hipersalina de 280%;
- colocando os cistos em condições
anaeróbicas em uma solução a 3% de
Sulfito de Sódio;
- aumentando a temperatura do meio para
40°C.
Após essa fase latente, inicia-se a fase de
diferenciação com o desenvolvimento do
embrião e que não pode ser interrompido
porque provocaria a morte do embrião.
A quebra da casca (breaking) ocorre
após as 18 horas de incubação, com a
participação do embrião que secreta
substâncias químicas nas proximidades do olho
naupliar, facilitando a ruptura do cisto nesse
lugar. O embrião surge envolto por uma
cutícula e preso a casca apenas por uma
extremidade, ficando em posição de "guarda
chuva", com o embrião na parte inferior e a
casca na parte superior. A explosão ocorre 24
horas após o início da incubação com a saída
da primeira fase naupliar.
Os estágios larvais foram estudados e
descritos por Provasoli, sendo divididos em 15
fases denominadas de "instar", durante as quais
sofrem uma série de modificações
morfológicas até atingir o estágio adulto, após
10 a 12 dias, dependendo da temperatura da
água.
Os náuplios apresentam um
comprimento médio de 0,4 micra para um peso
médio de 0,002mg. A primeira fase de instar I,
apresenta uma coloração alaranjada escura,
possui dois vitélios, três pares de apêndices, um
par de antenas (com função motora), um par de
antênulas sensoriais, uma mandíbula
rudimentar, um par de ocelos (situados no meio
das antênulas) e um grande "labrum" que cobre
a parte ventral do corpo.
A larva, conforme vai crescendo, sofre
uma série de modificações (15 ecdises), o
abdômen se alonga, o trato digestivo
transforma-se em funcional, os complexos
oculares laterais se desenvolvem (os dois lados
dos ocelos).
No instar II, a larva tem uma formação
completa com o alongamento do abdômen;
apresenta, ainda, o vitelo do qual retira a
alimentação necessária.
A partir do instar III o vitelio
desaparece e o náuplios está apto para
alimentar-se.
No instar X ocorre algumas
transformações; as antenas deixam de Ter
função motora e passam ater função sexual,
somente nos machos (para segurar as fêmeas).
Os telepoditos tem função de filtro alimentar,
os endopódios tem a função das guelras
(respiração).
UTILIZAÇÃO DA ARTEMIA
Este microcrustáceo é amplamente
utilizado para alimentar as diversas fases
larvais e pós larvais de peixes e crustáceos.
Atualmente a aquicultura mundial
consome aproximadamente 30 ton./ano de
cistos de artemia salina, sendo a maior parte
consumida pela aquicultura ornamental, nos
EUA. Os náuplios de artemia tem um alto valor
nutritivo; larvas com poucas horas de vida
possuem 42,5% de proteínas, 23,2% de gordura
e 6.000 calorias/g, enquanto que o juvenil com
6 dias tem 59,72% de proteínas, 7% de
gordura. Os indivíduos adultos com 10 dias de
vida tem 62,78% de proteínas e 6,5% de
gordura.
O corpo da artemia salina, desde a fase de
náuplios até adulto, não possui carapaça rígida
de quinina, facilitando a alimentação dos
peixes e camarões nas fases larvais e pós
larvais, já que o aproveitamento é de 100%.
Os cistos de artemia salina não podem
ser fornecidos diretamente como alimento para
os peixes (alevinos, larvas, juvenis, etc); os
cistos são revestidos por uma casca protetora
chamada de córion, que não é digerível pelos
animais, saindo intacto nas fezes, ou pode
provocar a obstrução do trato digestivo,
provocando a morte dos peixes.
Após a eclosão dos cistos, devemos
separar as cascas que estão boiando, para isto
suspendemos a aeração por alguns minutos, AS ENQUITRÉIAS
provocando a separação dos náuplios das
cascas que flutuam e ficam aderidas às bordas
Facilmente encontradas no mercado
do recipiente e os cistos que não eclodiram
aquarístico, as enquitréias apresentam inúmeras
ficam no fundo.
qualidades e vantagens sobre os demais
Os náuplios tem fototaxia (aproximação
alimentos vivos. Podemos exemplificar
para a luz), o que provoca uma concentração
relatando o fato de serem hermafroditas, o que
maior no local onde tem mais incidência de
contribui para que a cada vinte ou trinta dias a
luminosidade. Com auxilio de uma mangueira
sua população aumente quatro a sete vezes. E,
de diâmetro pequeno, sifona-se os náuplios,
não oferece qualquer risco de contaminação por
que são colhidos numa peneira fina (36 micra).
doenças para os peixes ou mesmo para o
Cerca de uma hora antes de oferecer aos
aquarista, uma vez que são cultivadas em
peixes, adiciona-se cinco gotas de complexo
ambientes artificiais.
vitamínico (utilizado para avicultura, pois os
Na natureza são encontradas em locais
náuplios tem a capacidade de reter as
úmidos e sombrios, geralmente em baixo de
vitaminas, tornando-se mais energéticos para os
árvores sob a folhagem e restos de madeiras em
peixes e camarões.
decomposição que ficam em contato com o
Se os náuplios não são oferecidos
chão onde retiram sua alimentação.
imediatamente, podem ser guardados na
O seu cultivo não é recente uma vez que
geladeira, utilizando-se para isto um aquário
em 1900 eram cultivadas pelo alemão Wilhelm
com água salgada e aeração constante. Na
Wolterstorff com finalidades aquarísticas.
temperatura baixa o metabolismo dos náuplios
Hoje, podemos afirmar sem medo de errar, ser
é retardado, possibilitando a utilização deste
a Enquitréia, o verme mais cultivado por
alimento vivo por um período mais prolongado
aquaristas de todo o mundo. Possivelmente por
(máximo de 5 dias).
apresentar grande facilidade de criação e
A facilidade de estocagem dos cistos
enorme aceitação por peixes ornamentais.
durante períodos prolongados de até 20 anos
Há aproximadamente vinte anos atrás,
(lacrados a vácuo ou a uma atmosfera de
nutricionistas americanos demonstraram ter a
nitrogênio), a viabilidade de produção "In
Enchitreaus sp., comparada ao tubifex e
natural" nos lagos salgados e salinas
dáfnias, 290% a mais de proteína e 5 a 20%
comerciais, a produção em massa utilizando
mais de gordura, além da grande vantagem de
altas densidades em laboratórios, o alto valor
não transmitir qualquer patologia aos peixes e
protéico desde náuplios até adulto, a grande
ao aquarista.
aceitação como alimento de peixes e camarões,
O gênero engloba muitas espécies,
a demanda existente no mercado consumidor e
sendo as mais conhecidas: E. buccholzi, E.
a facilidade da tecnologia industrial dos cistos
minutus, E. capitatus e E. albidus, a maior com
justificam a utilização na aquicultura
2 a 3cm de comprimento e a mais popular de
experimental e comercial. Portanto, a Artemia
todas.
salina é um alimento viável e, devido ao seu
São facilmente encontradas em lojas de
alto valor protéico, é um dos alimentos mais
peixes ornamentais acondicionadas em potes
baratos, se comparados com rações que
plásticos (tipo margarina) ou em práticas e
contenham formulação idêntica à da Artemia
higiênicas embalagens de isopor, a mais
salina.
aconselhável. Mas por que a embalagem de
isopor ser a mais aconselhável? Uma das
grandes ameaças, possivelmente uma das mais
eminentes para certas regiões do Brasil, recai
sobre as condições climáticas.
As enquitréias necessitam de ambiente cuja
===============================
temperatura oscile na faixa de 18 a 24°C, faixa
esta muito favorável ao bom desenvolvimento
da cultura, que uma vez exposta a temperaturas
inferiores a 8°C ou superiores a 30°C
raramente sobrevivem. Já nas faixas
intermediárias a estas com a faixa aconselhável
ocorrerá uma baixa produtividade da cultura.
Todavia, existem outras situações que
podem levar a perda parcial ou total de toda a
cultura, porém de certa forma contornáveis.
Abaixo vamos relacionar os perigos mais
comuns e os cuidados preventivos que o
aquarista deverá Ter com sua cultura.
As formigas, geralmente, são fatais para
a cultura quando não vista a tempo. É
importante verificar a ocorrência destes
animais no local onde se pretenda manter a
cultura. Caso exista evite-o ou então tome os
cuidados necessários para que elas não as
invada. Sugerimos a utilização de água ou
vaselina na base da caixa.
Os ácaros costumam freqüentar locais
escuros e de muita umidade além de carpetes
amontoados diversos, locais empoeirado, e
mesmo sobre a superfície da água do aquário.
A contaminação da cultura por ácaros se dá
através da lâmina de vidro que fica sobre a
cultura. Caso haja a contaminação da cultura o
melhor é despreza-la e fazer uma nova.
Para iniciar uma nova cultura colete
alguns vermes da cultura contaminada e
introduza-os em um copo com água. Os ácaros
flutuarão e as enquitréias poderão ser sifonadas
do fundo do copo, livres destes animais. É
importante que o aquarista descubra a origem
dos ácaros para que não haja uma nova
contaminação.
As larvas de insetos mais comuns, que
atacam as enquitréias são as das drosófilas e
moscas. Isto é facilmente evitado mantendo a
caixa da cultura sempre fechada. Caso ocorra
você poderá utilizar estas larvas ou não na
alimentação de seus peixes.
Um dos males mais comuns é a falta de
umidade; um fator muito importante para o
bom desenvolvimento das enquitréias, que
deverá ser mantido sempre com a ajuda de um
borrifador, pois somente com ele será possível
dosar a quantidade ideal de umidade da cultura
que deverá ser apenas ligeiramente úmida e não
encharcada, como normalmente se vê por aí.
Um outro cuidado não menos importante está
em umedecer o alimento introduzido na
cultura, uma vez que em sua maioria é
fornecido algum tipo de farináceo e este tende,
ao entrar em contato com os vermes, a
desidrata-los, caso não sejam umedecidos
previamente.
SUBSTRATO
Já foram utilizados muitos substratos
para cultivar enquitréias: terra, pó-de-xaxim,
serragem, cerâmica, carvão ativado, carvão
comum e outros. Todavia, o que mais se
popularizou foi o carvão ativado, por
apresentar maior superfície de contato para os
vermes e desodorizar o meio, coisa que não
acontece quando do uso de carvão comum.
Existe, porém, um outro substrato que está
sendo utilizado por americanos e europeus e
que se tem mostrado bastante eficaz: trata-se da
esponja sintética, que apresenta as seguintes
vantagens, com relação ao carvão ativado:
- Não formar película após algum tempo,
sobre a superfície, dando um péssimo
aspecto à cultura, além de prejudicar
grandemente o seu desenvolvimento;
- Apresentar maior superfície para os vermes
além de favorecer maior ventilação ao
meio;
- Apresentar uma maior produção destes
vermes;
- Terem maior tempo de vida útil para
cultura; existem culturas como as nossas
que tem mais de dois anos; já ouvimos
relatos de culturas que ultrapassaram oito
anos;
- Serem mais higiênicas
É importante salientar que não é toda esponja
que poderá ser utilizada; nós utilizamos a
esponja sintética utilizada como substrato para
bactérias biológicas em filtros importados.
A alimentação dos vermes não constitui
problema ao aquarista, uma vez que as
enquitréias se alimentam de qualquer farináceo,
sendo que os mais utilizados são a aveia em pó
(utilizada para bebes) e Neston moído. Pode ser
utilizado, também, biscoitos cream cracker,
oferecidos na forma de farelo.
Desaconselhamos o uso de ração animal, pois
tendem a proporcionar um desagradável odor,
além de um mal aspecto à cultura.
É importante salientar que quanto mais fino o
alimento oferecido, mais rapidamente será
consumido pelos vermes, evitando a formação
de fungos. Alertamos o aquarista,
principalmente o iniciante, para não cometer o
erro de superalimentar os vermes. A quantidade
deve ser aquela que os vermes possam
consumir em 12 horas, evitando sobras, para
não favorecer o aparecimento de fungos e não
cheirar mal.

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PAGINA RESERVADA PARA:

DOENÇAS.
Muitos aquaristas já passaram pela
infelicidade de ver um peixe adquirido
recentemente chegar em casa sadio e depois de
algum tempo morrer. As doenças de peixes
talvez sejam o maior problema de quem monta
um aquário. Por isso, mostramos aqui como é
possível evitar tais doenças, sem o uso de
medicamentos ou maiores gastos. Antes,
porém, é importante entender melhor o
processo da doença, antes de preveni-la.
Doença é qualquer situação na qual o
ser vivo não se encontra em excelentes
condições orgânicas e/ou não encontra
devidamente satisfeitas suas necessidades
ambientais.
As manifestações da doença poderão ser
orgânicas (físicas) e comportamentais, se
constituindo muitas vezes, nos sinais que
indicam a sua presença. Cabe considerar aqui
que um peixe poderá estar doente sem
manifestar nenhum sinal. A esta situação
chama-se de sub clínica, na qual não se
consegue fazer um diagnóstico. Quando da
ocorrência da doença sub-clínica, o processo
poderá evoluir espontaneamente para a cura ou
para o estado da doença, onde se observam os
sinais que, de forma geral, serão inicialmente
comportamentais e a seguir físicos. Isto
significa que poderemos detectar precocemente
uma doença, antes do aparecimento de
alterações físicas, que ocorrendo, poderão ser
irreversíveis ou mesmo levar o peixe à morte.
Para isso, o aquarista deve conhecer muito
bem o comportamento normal ou habitual de
seus peixes, detectando imediatamente
qualquer mudança de hábitos.
DOENÇAS CONGÊNITAS E
ADQUIRIDAS
As doenças chamadas congênitas (que
estão no animal quando ele nasce) são
normalmente de causa hereditária, isto é,
constituem alterações decorrentes de
modificações do material genético dentro das
células reprodutivas. Nos milhares ou milhões
de ovos que normalmente estão presentes em
uma desova de peixes, cerca de centenas deles
serão defeituosos, sendo consequentemente
devorados por outros peixes, ou mortos
naturalmente. Enquanto que na natureza
somente os filhotes perfeitos sobrevivem, no
aquário, devido à ausência de defeituosos.
Apesar disso, certos peixes, sem uma nadadeira
ou mesmo coluna perfeita, chegam a viver anos
e anos. Outras vezes o defeito congênito é fatal.
Com relação essas anomalias pouco ou nada
podemos fazer.
As doenças adquiridas, isto é, aquelas que
acontecem aos peixes após seu nascimento,
podem ser infecciosas ou não. Entre as não
infecciosas temos o estress, que pode ser
causado por choque térmico, perseguição de
outro peixe, ou ainda por um puçá, quando
queremos retirar o peixe do local onde esteja.
Um peixe com estress permanece deitado no
fundo do aquário, podendo morrer ou
recuperar-se em seguida. Nesta doença, a
melhor conduta é a preventiva, ou seja, o peixe
deve ser manuseado delicadamente, separado
de possíveis ataques de outros companheiros e
evitar o choque térmico. Este último pode ser
conseguido da seguinte forma: ao transportar
peixes de um aquário para outro, com
temperaturas diferentes, encha um saco plástico
com água do aquário onde esta o peixe.
Coloque o peixe no saco, mergulhe-o no novo
aquário, mantendo-se ainda no saco por meia
hora, até que a temperatura da água equalize, e
solte-o em seguida.
Outra doença não infecciosa, é o
definhamento caracterizado pela perda
gradativa de atividade, emagrecimento, falta de
apetite e perda de cor do peixe quando em pH
incorreto. Isto é o que acontece por exemplo,
com os poecilideos, quando em águas ácidas. O
empachamento é outra moléstia não infecciosa
que pode atacar os peixes. É revelado pelo
aumento de volume do abdômen do peixe, que
chega até a eriçar as escamas. Esta situação
acontece quando alimentamos nossos peixes,
principalmente carpas e peixes japoneses, com
alimentos fermentáveis, como o pão, por
exemplo. Os peixes ingerem determinado
volume de alimentos que sofre um aumento em
seus estômagos. A prevenção, nesses casos,
consiste em não oferecer tal alimento mas, caso
isto aconteça, o tratamento deve ser a
abstinência alimentar. A adição de sal grosso
na proporção de duas gramas por litro d'água
também será eficaz. Após a melhora essa água
deve ser trocada pois alta salinidade pode
causar distúrbios no peixe e também a morte de
algumas plantas.
DOENÇAS ADQUIRIDAS INFECCIOSAS
Essas doenças são responsáveis pela
maioria das mortes ocorridas nos aquários e
consistem num desequilíbrio entre o hospedeiro
(peixe) e os microorganismos que normalmente
habitam o aquário. Assim, quando as condições
ambientais (qualidade da água, alimentação,
temperatura, etc.) não estiverem de acordo com
a necessidade dos peixes, estes vão perdendo
gradativamente suas resistências naturais,
normalmente responsáveis pelo estado de
saúde. A perda de resistência faz com que
agentes do ambiente (microorganismos)
dominem a situação no aquário.
Cabe ressaltar mais uma vez que, de
uma forma geral, a instalação de uma doença
adquirida (infecciosa ou não) será precedida de
alterações precoces de comportamento que, se
percebidas a tempo, permitem a eliminação da
causa e conseqüente interrupção do processo da
doença, em outras palavras, a cura. Portanto, o
aquarista dedicado deve conhecer, através da
observação e leitura de textos especializados, o
comportamento dos peixes que escolher. Por
outro lado, muitas das alterações
comportamentais e de coloração de alguns
peixes, não são devidas à doenças, mas sim a
rituais de acasalamentos ou mesmo de
relacionamento peculiar à duas ou mais
espécies.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO
Aqui estão algumas medidas gerais que
serão úteis na prevenção de moléstias. Os itens
que se seguem deverão fazer parte de uma
rotina diária:
1 - Verifique se todos os peixes estão no
aquário e se comem normalmente. Se na hora
da comida algum estiver faltando, olhe entre as
pedras - ele poderá estar preso ou se
escondendo de um inimigo. Olhe também em
volta do aquário - algum pode Ter pulado para
fora. Pode ser ainda que determinado peixe
tenha sido devorado por outro. De qualquer
forma, todos devem estar presentes e se
alimentando bem.
2 - Observe possíveis mudanças no
comportamento habitual dos peixes e tente
interpreta-las;
3 - as plantas devem estar crescendo
satisfatoriamente. Elas são muito importantes
para a saúde do peixe.
4 - Evite acúmulo de detritos no canto do
aquário. Os mesmos devem ser retirados por
sifonagem;
5 - observe se a água está sempre cristalina;
6 - verifique se a temperatura e o pH estão de
acordo com as necessidades dos peixes.
Inspecione o bom funcionamento da
aparelhagem do aquário.
É básico também que você adquira
peixes saudáveis. Para tanto, algumas
características devem ser observadas:
- Os peixes devem ser ágeis e com colorido
vivo, sem manchas ou tumorações e com as
nadadeiras abertas. Eles não devem
apresentar movimentos ondulatórios pelo
fundo do aquário, olhos turvos e boca
branca e aveludada;
- Será útil, principalmente para peixes
marinhos, manter os animais recém
adquiridos em observação, num aquário
separado, por algumas semanas;
Quando o aquarista se vê diante de alterações
do comportamento de seus peixes, deve, antes
de mais nada, verificar se a causa não é normal,
relacionada com a reproduçao, por exemplo.
Feito isso, é preciso checar todas as variáveis
de seu aquário, tais como, aerização,
movimentação da água, salinidade,
concentrações de nitrito e cobre, etc. É muito
provável que alguma alteração seja encontrada
e, quando corrigida, curará os peixes afetados.
Como exemplo disso, temos que, em alguns
aquários, enquanto muitos peixes estão
absolutamente saudáveis, outros estão à beira
da morte. Isso acontece quando as condições do
aquário estão ideais para determinados
habitantes e absolutamente insatisfatórias para
outros. Cabe aqui, considerar certas diferenças.
O aquário marinho está bastante distante das
condições ideais e, portanto, o estado de
resistência de seus habitantes será debilitada.
Assim, se faz necessário o uso de métodos de
controle de microorganismos, tais como luz
ultravioleta, ozônio, sulfato de cobre, etc.. O
objetivo é o de diminuir a população de agentes
patogênicos, permitindo assim que os peixes
tenham pela frente um número menor de
microorganismos para debelarem.
Na água doce, por outro lado, pode-se
atingir condições próximas às ideais. Sendo
assim, a simples correção de distorções, leva a
um aumento na resistência natural do peixe e,
consequentemente à cura.
Mesmo após todos esses esforços, ainda
poderão ocorrer a manifestação dos sinais
físicos, revelando o estado de doença. A
correlação entre sinais, diagnóstico e
tratamento, são diferentes em aquários de água
doce e salgada.
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O USO DE REMÉDIOS NO AQUÁRIO
Um garoto de 13 anos tem em casa um
pequeno aquário com quatro peixes
ornamentais. "Não sei como chamam", diz, "só
que são da família dos Guaru". O pouco que
sabe sobre os cuidados necessários aprendeu
com o avô, em sua chácara, repleto de
peixinhos das mais variadas espécies.
Quando percebe algo errado, entretanto,
é ao "homem da loja" que o garoto recorre,
para pedir algum remédio. Tal situação é
bastante comum entre aquaristas amadores.
Em primeiro lugar, desinformação e falta de
experiência com um hobby às vezes de
finalidade apenas decorativa. Além disso, na
maioria dos casos, o lojista acaba sendo
promovido à condição de biólogo, veterinário
ou guru, quase que a única fonte de informação
e consulta para o leigo.
Em geral, o aquarista novato se vê às
voltas com o que fazer quando seus peixes
adoecem e, principalmente, como saber em
tempo se algo está errado. De uma forma geral,
duas correntes procuram responder a essas
perguntas. Mas ainda não se chegou a uma
definição que não deixe margem a dúvidas
sobre qual o procedimento ideal. De um lado,
estão aqueles que combatem o uso de
medicamentos, preferindo tentar a cura
somente com a correção das condições
ambientais do aquário. De outro lado, os que
veriam no produto químico a fórmula mais
segura para alcançar a recuperação do animal.
IDEIAS DIFERENTES
"Num aquário, é impossível conseguir
reproduzir o ambiente natural do peixe". Essa
afirmação é de um aquarista profissional e
dono de loja especializada. Para ele, o peixe é
um animal de natureza fraca, isto é,
normalmente não suporta doenças de maior
gravidade, em cativeiro. "Em seu ambiente
natural, ao contrário, teria condições de
sobrevivência e cura". Ilustrando sua tese, cita
o exemplo dos peixes de briga, onde o
sobrevivente de uma luta é colocado na água
barrenta dos arrozais e, em 48 horas, está
recuperado.
O lojista considera corriqueiras as
doenças como íctio e fungo. Sua erradicação no
aquário seria muito difícil sem o auxilio de
medicamentos. E, ainda, faz uma analogia
radical com o ser humano: "Seria a mesma
coisa que estar com pneumonia e não tomar
remédio para curar o mal".
Um médico e professor especialista em
Histologia e Embriologia de peixes, no
Instituto de Ciências Biomédicas da USP tem
opinião diferente: "Não se consegue a
erradicação quando se considera que, na
natureza, há variações a todo instante, mas em
termos de uma média mínima dessas variações,
é possível a eliminação das doenças, a ponto de
se obter a reprodução".
 O professor procura apagar a imagem
da natureza como um Eden, pois, às vezes, toda
uma espécie acaba dizimada, mesmo sem a
interferência do homem. Um exemplo: um
pássaro doente, ao cair morto em um rio, pode
alterar as condições da água e matar peixes.
Isso pode se constituir em uma corrente
bastante nefasta.
USO DE MEDICAMENTOS
A conduta terapêutica a ser seguida, vai
depender do grau da doença que acomete o
peixe, que só se recupera se socorrido a tempo.
"Apenas a prática consegue experiência para
saber quando usar a alopatia".
Todos os medicamentos tem efeitos colaterais e
podem destruir vida microbiológica ou
microorganismos, indistintamente, esclarece o
professor, mas a dose certa permite a
sobrevivência das bactérias úteis, que vão
ajudar a recompor o ambiente. Lamentamos a
inexistência de uma farmacologia adequada
sobre o assunto.
A primeira coisa a fazer para evitar
doenças é manter os peixes em água sob
temperatura adequada, além de fornecer-lhe
alimentação sadia. No caso de ataque de uma
bactéria não seria possível uma recuperação
natural, pois existe um agente patogênico a ser
combatido. Para isso deve-se usar o remédio
logo no início, pois ela só tende a crescer.
O fungo apresenta como sintoma o
aparecimento de mechas, tipo flocos de
algodão, na pele do peixe. Os antifungos, à
base de prata coloidal, devem ser usados com
mais cuidado pelo aquarista, pois em doses
elevadas os peixes sadios podem ser afetados.
Para que isso não ocorra, aconselha-se a
transferencia dos peixes doentes para um
aquario-hospital.
Na visão de um Homeopata, não é preciso, na
maioria das vezes, interferir através de
remédios, nos meios naturais. Mas essa
conduta, porém, afetaria diretamente a
indústria...
O medicamento só deve ser usado quando o
peixe já tiver perdido sua vitalidade não
conseguir mais se recompor sozinho. Pouco se
faz para abrigar o peixe em condições naturais
e apela-se logo para os remédios. A rigor, o
ideal é não usar remédio algum, pois a doença é
manifestação de desequilíbrio. Como sintomas
visuais de doença, cita a falta de intensidade
nas cores, brilho diferente na pele,
comportamento modificado, recusando
alimentos, etc. Trabalhando-se na recuperação
ambiental, o peixe adquire defesas para
equilibrar a micro fauna e a micro-flora de seu
organismo, reagindo melhor à agressão
ambiental.
Reproduzir com perfeição no aquário o
ambiente natural é impossível. Simular as
condições essenciais ao peixe é outra coisa,
perfeitamente viável. Com base nisso, podemos
recuperar um peixe com a simples eliminação
das causas que levam ao desequilíbrio do
aquário e sua conseqüência mais severa, a
doença. É natural que no período de adaptação
a um novo ambiente o animal sofra a
manifestação fisiológica de um sintoma.
Mesmo entre as espécies de cativeiro, a simples
mudança de um aquário para outro pode causar
o aparecimento de sintomas como pontos
brancos pelo corpo ou perda de apetite, ate que
ele se readapte.
Quando uma coisa vira hobby, traz
consigo toda uma industria. E, no Brasil, o
aquarismo vive às custas do lojista. O primeiro
passo é sempre procurar uma loja. Ninguém
fala "quero uma gaiola", mas "quero um
papagaio". No aquarismo é o contrário, vai-se
atras do aquário sem pensar na espécie mais
apropriada, imaginando poder colocar nele
todos os peixes do mundo.
A doença não é inerente ao aquarismo, mas é
natural que o peixe adoeça. Se o ambiente
estiver em equilíbrio, o peixe pode nunca
adoecer. Considera-se como aquilibrado um
aquário com água, luminosidade, oxigenação,
pH e temperatura adequados às espécies que se
pretende manter.
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HORMÔNIOS E ANABOLIZANTES
Sabemos que é necessário distinguir no
conjunto cromossômico de um organismo, duas
categorias de elementos: de um lado os
cromossomos distribuídos de forma regular e
idêntica nos dois gametas e, de outro lado, os
cromossomos distribuídos de forma irregular e
desigual nos gametas. São denominados de
Heterocromossomos e levam a designação de
Cromossomos "X".
Vários fatores agem no interior dos
cromossomos "X", causando a indeterminação
do sexo. Para confirmar esse dado, foi
realizado um cruzamento entre duas raças de
Lebiste, nas quais as fêmeas apresentavam um
certo grau de masculinidade. Foram obtidos
descendentes com o genotipo XX.
Apresentando esse genótipo o indivíduo
somente poderia ser fêmea, mas no entanto,
eram machos. O que se deduz é que algum
gene ou outro fator desconhecido agiu de forma
desconhecida sobre um dos cromossomos X,
determinando o sexo masculino onde deveria
ser apresentado um indivíduo feminino. O que
se sabe é que um indivíduo apresenta o
genotipo feminino e no entanto é macho.
Como? Não se sabe!
Esses machos de genotipo XX, foram,
então cruzados com fêmeas normais (XX) e só
produziram indivíduos fêmeas. Cruzados
novamente, mas desta vez com fêmeas de sua
linhagem, produziram indivíduos fêmeas e
machos. Esse fato nos leva a crer que existe
um mecanismo desconhecido agindo sobre os
cromossomos determinantes do sexo.
Na obtenção do Espada Vermelho de
olho vermelho, foi utilizado lóbulo
intermediário de hipófise, misturada ao
alimento oferecido ao peixe (Patê de Gordon).
Esse material hormonal começou a ser
utilizado em 1943.
Em 1964 o chefe da Divisão de Caça e Pesca
do Ministério da Agricultura publicou um
trabalho sobre a ação dos hormônios
hipofisários, por via oral, sobre as espécies
ornamentais vivíparas. Os alevinos que
serviram de cobaias nos experimentos, foram
distribuídos em dois lotes. Como alimento
básico foram utilizados fígado de boi,
transformado em pasta. O lote testemunha
recebia 70 gramas diárias dessa pasta sem
hipófise. O lote experimental recebia a mesma
quantidade, onde era adicionada, duas vezes
por semana, 1 cc de extrato hipofisário de
ovino, preparados em laboratório especializado.
Como resultado desse trabalho, chegou-se à
seguinte conclusão:
1 - Os peixes tratados com hipófise acusaram,
oito meses depois, um peso três vezes maior,
comprimento quase duas vezes superior ao lote
testemunha;
2 - o aspecto dos peixes tratados com hipófise,
aos dez meses de idade, era idêntico aos não
tratados;
3 - os peixes tratados com hipófise, desovaram
em menos tempo do que os não tratados.
Essa experiência foi realizada em
Espadas. Como se queria saber a ação de
hormônios com maior clareza, foi realizada
outra experiência, agora com o Lebiste. Foi
utilizado o mesmo hormonio, por via oral,
diluída na alimentação, em peixes com 3 dias
de idade. Chegou-se à seguinte conclusão:
1 - Os peixes tratados com hipófise, acusaram
um mês depois, peso duas vezes superior ao
lote testemunha;
2 - os peixes hormonados cresceram duas vezes
mais do que os não hormonados;
3 - aos 30 dias de idade, as fêmeas tratadas com
hipófise pariram 45 alevinos, em média, cada
uma, enquanto que os não tratados
apresentavam aspecto juvenil e estavam longe
da idade de se reproduzir.
As conclusões desse trabalho, devem
ser ratificadas por outros criadores, mas à
primeira vista as vantagens em se usar
hormônios é muito grande. Com a tecnologia
disponível, hoje em dia, qualquer criador pode
fazer uso desse trabalho e produzir mais a
menores custos.
Já dissemos varias vezes que a
piscicultura no Brasil está, ainda, na idade da
pedra. Enquanto que em outros países se
utilizam toda a tecnologia disponível, para
aumento de produtividade e qualidade, no
Brasil ainda criamos peixes em tanques a céu
aberto, sem primar pela qualidade, onde
cruzamentos são feitos sem controle e ao final
de determinado período os peixes são,
praticamente, pescados e enviados ao
comércio.
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VITAMINAS NA DOSAGEM CERTA
AUMENTA O RENDIMENTO
Quando criados fora de seu ambiente
natural, dificilmente o peixe encontra todos os
componentes necessários para suprir suas
exigências nutricionais. A conseqüência é um
desenvolvimento tardio, maior suscetibilidade
às doenças e debilidade física em geral, uma
vez que as defesas naturais são enfraquecidas.
A melhor maneira de evitar tais problemas é
fornecer uma suplementação alimentar rica em
vitaminas, elementos fundamentais para os
peixes.
Na piscicultura brasileira, a maior
carência é pelas vitaminas C e D. A vitamina C
é a precursora do colágeno, proteína necessária
à calcificação óssea e sua carência provoca a
ma formação dos ossos acarretando problemas
como lordose e escoliose. Assim como nos
humanos a vitamina C também estimula o
sistema imunológico, prevenindo o ataque de
bactérias e vírus. Sua ausência provoca a ma
formação do opérculo, osso que recobre as
brânquias. A vitamina D é responsável pela
homeostase (estado de equilíbrio) e fixação do
cálcio, evitando também os problemas na
estrutura óssea. Além disso, promove o
aumento do plasma sangüíneo e a falta dela
pode causar doenças, como a anemia.
Um dos principais problemas na
suplementação de vitaminas nas rações é a
definição correta da quantidade de vitamina a
ser acrescentada. Para isso, deve-se levar em
conta o sistema de criação, espécie do peixe,
densidade, temperatura, oxigenação da água e
outros itens que possam alterar a concentração
dos ingredientes. Com tantos fatores diferentes,
torna-se difícil definir uma dieta padrão.
Somente um profissional especializado pode
calcular com precisão os níveis de vitamina a
ser administrados para que não haja carência
nem desperdícios.
A constante evolução da piscicultura
leva a industria da alimentação animal a
investir em pesquisas para que o mercado seja
abastecido com produtos que realmente
atendam às expectativas dos produtores e
supram as necessidades da criação. Em
questões especificas como esta, envolvendo as
vitaminas, cresce ainda mais a importância dos
fabricantes de rações, pois são os responsáveis
pela elaboração de alimentos adequados a cada
situação. Quanto mais eficientes forem os
produtos, melhor será o rendimento dos peixes
e da atividade como um todo.
Nesse sentido, fatores como a redução
dos desperdícios são determinantes na
elaboração da ração. A industria esta
consciente disso e desenvolve vitaminas que
tenham menor solubilidade e apresentem
resistência à oxidação, devido à temperatura.
São as vitaminas termoestaveis, como é o caso
da vitamina C. A maior preocupação em suprir
a carência das vitaminas C e D, não quer dizer
que elas sejam as únicas a merecer a atenção
das industria e dos piscicultores. Há outras
vitaminas de igual importância para o
desenvolvimento saudável dos peixes, como a
vitamina A, cuja carência acarreta um
crescimento retardado, lesões nos olhos e perda
da coloração. As vitaminas E e B12, são
indispensáveis às funções sangüíneas. O
piscicultor deve estar atento às necessidades
nutricionais de seus peixes, utilizando uma
dieta bem elaborada com nutrientes de
qualidade comprovada. Isso trará redução de
gastos e elevará a produtividade ao sistema. O
produtor colocará no mercado um peixe de
melhor qualidade a custos competitivos.
Quantidade média de vitamina por Kg de ração
seca:
Vitamina unidade quantidade
A I.U. 10 a 12
D3 I.U 1200/1500
E mg 80/120
K3 mg 5/10
 B1 mg 10/20
B2 mg 20/40
B6 mg 8/12
B12 mg 20/40
C mg 200/500

São os seguintes os problemas gerados

pela carência de vitaminas: 3 - Fungo na boca (bactéria Flexibacter
Vitamina A - crescimento retardado, lesões columnaris)
nos olhos e perda de coloração
Complexo B - convulsões, perda de apetite,
necrose das guelras, problemas na formação
sangüínea.
Vitamina C - má formação dos ossos e
problema como lordose (curvatura na coluna
vertebral) e escoliose (desvio para o lado na
coluna vertebral).
Vitamina D - problemas na estrutura óssea e
anemia.
Vitamina E - problemas na formação 4 - Hexamita (parasita Hexamita ou Spironucleus)
sangüínea.
Vitamina K - dificuldade de regeneração de
tecidos e de coagulação sangüínea.
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DOENÇAS NOS PEIXES DE ÁGUA

DOCE

5 - Doença do Neon (parasita Plistophora)

1 - Dactylogyrus (verme parasita Dactylogyrus)

6 - Argulus (parasita crustáceo Argulus

2 - Íctio (parasita Ichthyopthirius multifililis 7 - Verme âncora (parasita laemia)

8 - Nadadeiras podres (bactérias várias) 13 - Doença da guelra (bactéria Pseudomonas)

9 - Ventre inchado (bactéria ou parasita)

14 - Septicemia Hemorrágica (bactéria
Pseudomonas ou Streptococcus)

10 - Furúnculo (bactéria Aeromonas)

15 - Oodinium (parasita Oodinium)

11 - Olhos opacos (bactéria ou parasita)

16 - Infestação por parasitas (parasitas diversos)

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12 - Fungos (bactéria Saprolegnia)

 ICTIOFIRÍASE
Durante sua vida, os peixes passam por
alterações fisiológicas, como as que acontecem
no processo de procriação, quando mudam seu
comportamento visando a perpetuação da
espécie. No entanto, falta de apetite, apatia,
movimentos estranhos, aparecimento de
manchas ou pontos na pele são, em geral,
manifestações do mau estado em que os peixes
se encontram.
O processo começa com o não
cumprimento das necessidades dos peixes, ou
seja, pH inadequado, alimentação incorreta,
temperatura e qualidade da água insatisfatórias
e, principalmente, a existência de espécies
incompatíveis convivendo no mesmo aquário.
Em todos esses casos, ocorre uma progressiva
perda de vitalidade do animal, traduzida, na
maioria das vezes, por uma queda na
resistência, o que permite a procriação
desmesurada dos parasitas que, normalmente,
convivem com os peixes em equilíbrio.
De uma forma geral, peixes e parasitas
convivem o tempo todo num equilíbrio de
forças. A presença de uns poucos parasitas de
pele em um peixe não significara seu mal estar
nem se evidenciara na forma de um sinal ou
sintoma, pois o animal estará controlando essa
população com a secreção de determinadas
substancias no mico que reveste seu corpo.
Quando algum fator interfere com sua
vitalidade, ocorre uma diminuição na produção
dessas substancias de defesa e a população de
parasitas reproduz-se incontrolavelmente. O
exemplo mais freqüente desse desequilíbrio é o
Íctio, doença muito conhecida dos aquaristas,
responsável por incontáveis mortes nos
aquários do mundo todo.
Até aqui, vimos que qualquer patologia
revela o desequilíbrio entre o ser vivo e seu
meio ambiente e que a melhor confuta é
corrigir o erro ambiental. Entretanto, é
fundamental conhecer a biologia dos agentes
causadores das doenças pois, só assim, o
aquarista poderá julgar se o aumento de
temperatura que efetuou, por exemplo, não se
constitui em uma forma de reduzir o oxigênio
dissolvido na água, dificultando ainda mais a
sobrevivência do peixe já debilitado.
O Íctio ocorre devido à superpopulação
de certos protozoários ciliados conhecidos
cientificamente como Ichthyophthirius
multifiliis, animais unicelulares que se valem
de inúmeros cílios distribuídos por toda a
superfície do corpo para movimentar-se
harmonicamente no meio liquido.
Esse protozoário passa apenas uma fase
de sua vida parasitando a pele do peixe e causa
uma reação que se traduz por um ponto branco,
o principal sinal da doença. Essa fase
parasitaria dura de uma a três semanas, sendo
tanto mais rápida quanto maior for a
temperatura da água.
Durante esse período, será fácil
observar ao microscópio, em uma lamina com
raspado da lesão organismos relativamente
grandes entre as células epiteliais, dotados de
intenso movimento decorrente da função ciliar.
Além disso, notaremos um grande núcleo
opaco e escuro, em forma de ferradura. No
entanto, só será possível observar esses
organismos se a lamina for preparada com
material colhido de um peixe vivo, pois eles
abandonam o animal logo após a morte.
Findo o período parasitário, o
organismo deixa o peixe e vai ao fundo do
aquário onde muda de forma e se encapsula
com uma gelatina. Neste cisto ocorre a
reprodução por divisão novos organismos a
cada 16 ou 20 horas. Cada um desses novos
indivíduos tem um formato que lembra uma
pêra e, assim que abandonam o cisto
gelatinoso, nadam ativamente, graças aos
cílios, em busca de um peixe onde possam
voltar à primeira fase. Esse período
intermediário dura o máximo de 30 horas e, se
nesse tempo não for encontrado um hospedeiro,
sobrevirá a morte. É nessa fase, onde as formas
livres poderão reproduzir-se sexualmente, que a
maioria dos medicamentos atua.
TRATAMENTO
A primeira observação a ser feita é
sobre a vitalidade do peixe afetado. É freqüente
que peixes saudáveis, quando submetidos a
uma mudança ambiental, apresentem alguns
pontos de Íctio. Entretanto, ele estão se
alimentando bem e seu comportamento é quase
normal, a não ser por uma ou outra raspada de
corpo em uma pedra. De forma geral, animais
nessas condições evoluem naturalmente para a
cura sem outras interferências. Porém, quando
o peixe se apresentar debilitado, com nadar
lento, nadadeiras fechadas e sem apetite, será
fundamental agir rapidamente.
Se o animal afetado estiver apenas
estressado, é preferível separa-lo do ambiente
agressor e dar-lhe condições para aumentar sua
vitalidade, oferecendo alimentos vivos e
elevando a temperatura da água até 27° ou 30°
C. De preferência, o aquário de isolamento não
deverá Ter plantas ou cascalho e um sistema de
filtragem rápido também é indicado, já que a
corrente de água constante impedirá que forma
cística consiga fixar-se. Essas medidas também
poderão ser adotadas em aquários comunitários
onde todos os peixes estejam afetados.
Uma vez melhorada a vitalidade do
peixe, resta agora dificultar a sobrevivência do
parasita, forçando o reequilibrio. Nesse sentido,
a elevação da temperatura mostra-se muito útil,
já que as forma livres não suportam
temperaturas superiores a 30°C e o período de
infestação será menor. Além disso, é possível
fazer uso do sal grosso, numa proporção de
2g/litro que pode ser gradualmente aumentada
até um máximo de 10g/litro, embora a maioria
das plantas não suporte essa salinidade.
Figura 62
Desaconselhamos e julgamos
desnecessário o uso de qualquer outra
substancia, como azul de metileno ou outros
corantes. Por sua vez, o emprego de
antibióticos é sempre desaconselhavel, uma vez
que a maioria deles terá uma ação mais lesiva
sobre o peixe do que sobre os parasitas.
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OODINIUM PILULARIS
Também conhecida por Oodiniose e
Doença-do-veludo, esta doença ataca os peixes
de água doce e é causada pela bactéria
Oodinium pilularis, diferente da Ocellatum.
O peixe doente apresenta a pele sem
brilho, com uma espécie de capa aveludada de
cor cinza cobrindo o corpo. Em alguns casos,
esse muco formado pelas bactérias se
desprende em tiras semelhantes a teias de
aranha. Os parasitas adultos se agrupam em
colônias que chegam a formar verdadeiras
crateras na pele do peixe. Os animais afetados
costumam esfregar-se em qualquer objeto
sólido, como plantas, pedras, filtros, etc..
morrendo em poucos dias.
A bactéria entra no aquário pela água,
quando de sua renovação e, uma vez dentro,
instala-se na pele dos peixes e ali desenvolve-
se até a forma adulta. Nesta fase cai, até o
fundo, dentro de uma bolha microscópica, onde
se reproduz, voltando a atacar os peixes alguns
dias depois. Se não consegue atingir seu alvo,
morre em 13 ou 14 horas.
Figura 63
O tratamento da Oodiniose é difícil e
trabalhoso, mas não impossível: seguindo os
procedimentos corretamente o resultado é
satisfatório. O mais importante é diagnosticar a
doença a tempo e começar a agir
imediatamente.
O primeiro passo consiste em se elevar
a temperatura da água a 30°C, a fim de
diminuir a resistência da bactéria (já que ela se
desenvolve melhor em ambientes frios). Como
ela é invisível a olho nu, tudo o que puder
servir de esconderijo deve ser removido.
Assim, as plantas, as pedras, o filtro,etc..
devem ser retirados do aquário, bem como a
areia, que precisa ser fervida, para impedir que
a bactéria continue a reproduzir-se. Por fim,
colocar mercúrio cromo, na água, na proporção
de duas gotas para cada cinco litros de água,
durante cinco dias. Depois disso, trocar um
terço da água e repetir a operação, porem na
dosagem de uma gota para cada cinco litros de
água, também por cinco dias; após esse prazo,
trocar metade da água e encerrar o tratamento.
No entanto, se algum peixe apresentar sintomas
de regressão, deve-se reiniciar o ciclo
medicamentoso.
É importante salientar que a melhor
maneira de evitar que os peixes sejam alvo fácil
de bactérias causadoras de doenças é mante-los
em um ambiente onde a temperatura e o pH
estejam corretos, em boas condições de higiene
e recebendo uma alimentação adequada.
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FURUNCULOSE
Bastante comum entre os peixes de água
doce, a furunculose é uma doença que a
caracteriza pelo aparecimento de úlceras, ou
pequena feridas, sobre a pele dos peixes. O
primeiro sinal da furunculose, causada por um
tipo de bactéria denominada salmonicida, é o
surgimento de bolhas, localizadas geralmente
acima da linha lateral ou próximas às
nadadeiras peitorais. Quase sempre essas
bolhas são avermelhadas, medindo até 0,5cm
de diâmetro por 1cm de altura. A sua formação
é subcutânea, ou seja, surgem primeiramente
por baixo da pele e, conforme a doença
progride, elas se rompem, originando então as
ulceras. Nessa etapa o risco de contagio é
muito grande, pois a bolha que estoura expele
pús, tecidos mortos e sangue, que contaminam
a água.
Além desse sintoma, a furunculose
também pode ser diagnosticada através de
hemorragias que ocorrem na face interna dos
opérculos, nos olhos e nas nadadeiras peitorais.
Apesar de ser extremamente contagiosa,
a furunculose é facilmente curável.
A primeira medida a ser tomada é
esterilizar com permanganato de potássio
(1g/50 litros de água) todos os utensílios
usados no tratamento dos doentes. Os peixes
gravemente doentes devem ser sacrificados em
éter e depois cremados, evitando assim a
disseminação da bactéria. Os peixes que
estiverem sob suspeita de contaminação
deverão ser imediatamente transferidos para
um aquário neutro, desprovido de plantas,
filtros, areia, pedras, etc. e previamente
esterilizados em permanganato de potássio. A
água do aquário deve ser fervida durante 10
minutos e depois resfriada ate a temperatura
ambiente, em refrigerador. A temperatura ideal
dependerá da espécie do peixe, mas convém
ressaltar o fato de que a bactéria que causa a
furunculose se desenvolve melhor na faixa
entre 20 e 30°C. Portanto, para os peixes de
águas frias, a temperatura deve oscilar entre 13
e 28°C e para os de águas quentes entre 32 e
36°C.
As prováveis bolhas que aparecerão nos
peixes devem ser diariamente queimadas,
aplicando-se somente no local, um cotonete
embebido em tintura de iodo. No caso de haver
rompimento da bolha, a água do aquário deve
ser imediatamente trocada, obedecendo ao
procedimento anterior, em seguida para tratar a
ulcera, o correto é usar mercurio cromo em vez
de iodo. Os animais que conseguirem viver 48
horas após esse período critico serão facilmente
recuperados, adquirindo imunidade.
Os peixes mais suscetíveis à
furunculose são os Anabantideos, Ciclideos e
os Ciprinideos.
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 TUBERCULOSE
Dentre as doenças que afetam os peixes, a mais
perigosa e a que faz mais vitimas fatais é a
Tuberculose (Tuberculosis piscium) pois, por
estar ainda sendo pesquisada, não há cura
conhecida para ela. Praticamente todas as
famílias de peixes tropicais são afetadas por
esta doença e nenhum de seus membros lhe
oferece resistência.
Por desconhecimento sobre a doença
muitos aquaristas ficam sem saber o que fazer
quando seus peixes começam a apresentar os
sintomas da tuberculose. As principais
alterações que aparecem são: adelgamento
exagerado do ventre (barriga seca),
emagrecimento excessivo no dorso,
inapetência, palidez das cores, queda das
escamas, ulcerações superficiais da pele,
degeneração das mandíbulas e da coluna
vertebral.
Todos os sintomas podem aparecer ao
mesmo tempo e tornam o peixe apático e
temeroso, o que costuma leva-lo a esconder-se
em algum canto do aquário. Ele começa a
nadar com dificuldade e com a cauda caída ou,
às vezes, sacudindo-se desequilibradamente.
Figura 64
A tuberculose classificada em 1897 por
Bataillon, Terre e Dubard, é provocada por um
bacilo gram-positivo, imóvel e ácido-resistente.
E, embora não haja nenhum medicamento que
resolva o problema, sabe-se, por experiências
realizadas, que a doença é conseqüência da
falta de higiene no aquário ou nos tanques de
criação. Portanto, o melhor método de
prevenção é manter sempre limpo o fundo do
aquário e não superlota-lo: cada peixe de
médio porte ocupa o espaço de cinco litros de
água aproximadamente. A alimentação deve ser
variada e rica em proteína animal (carne crua,
tubifex, artemia salina, etc..) As famílias mais
afetadas pela tuberculose são os Anabantideos
e Carocoides (Neons). No entanto, outras
famílias também são muito sensíveis à doença.
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APODRECIMENTO DAS
NADADEIRAS
Comum em todo e qualquer aquário, a
Bacteriosis pinnarum, popularmente conhecida
como apodrecimento das nadadeiras, é uma
doença que ataca principalmente os alevinos,
não sendo excluída, entretanto, sua ação sobre
os peixes adultos.
Coube a Schaperclaus, em 1950,
classificar pela primeira vez a Bacteriosis
pinnarum, que tem como agente causador os
bacilos das espécies Pseudomonas punctata, e
que pode ser fatal, caso o peixe não receba o
tratamento adequado.
Ao ser acometido por este mal, o peixe
apresenta um turvamento nas bordas das
nadadeiras peitorais e caudal, Com a evolução
da doença, as nadadeiras começam a diminuir
de tamanho e, na maioria dos casos, ficam
esfarrapadas em razão do apodrecimento
progressivo dos tecidos, levando o peixe à
morte.
De acordo com pesquisas realizadas em
torno da doença, a falta de higiene do aquário
é a principal responsável pelo seu
desenvolvimento. Sendo assim, a perfeita
higienização deste ambiente, através de uma
constante filtragem da água e da sifonagem dos
restos de comida que ali possam permanecer, é
o único meio de preveni-la.
Porém, caso os peixes adultos venham a
apresentar os sintomas da doença, é necessário
que se desenvolva um intenso e minucioso
tratamento, porem muito eficaz.
O primeiro passo consiste em cortar a parte
afetada e pincela-la com mercúrio cromo puro.
Depois de feita a aplicação no peixe, o
medicamento deve ser adicionado à água do
aquário na proporção de uma gota para cada 6
litros. A temperatura deve ser elevada para
30°C e, após 48 horas, é necessário trocar 1/3
da água e recolocar o mercúrio na proporção do
liquido retirado. Este tratamento deve ser
obedecido até que a cura seja visível. Vale
salientar que o corte das nadadeiras deve ser
feito uma única vez e com uma tesoura afiada e
esterilizada.
É importante ressaltar entretanto que,
por ser uma doença extremamente contagiosa,
não adianta separar os peixes afetados pela
bactéria, pois todo o aquário já estará
contaminado.
Dentre as famílias de peixes mais
afetadas pelo apodrecimento das nadadeiras,
figuram a dos Poecilideos, Ciclideos e dos
Caracoides (Neons).
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DOENÇAS BACTERIANAS
Vermelhidão nas bases das nadadeiras,
ventre abaulado, ânus protruso e vermelho,
manchas vermelhas pelo corpo podem ser
alguns dos sintomas de uma infecção
bacteriana sistêmica em um peixe. Essa
situação, acompanhada de diminuição ou perda
do apetite, via de regra, é o prenuncio da morte
do peixe se não for tratado a tempo.
Todo peixe deve encontrar condições
básicas para ser saudável, isto é, numa água
isenta de toxinas, com bom teor de oxigênio,
temperatura igual ou próxima do lugar de
origem, alimentação adequada, refúgios e
companheiros de aquário compatíveis, que não
deixem estressado.
Seguindo isto, esse peixe não adoecerá.
Caso contrario, seu comportamento, coloração
e apetite não serão normais. Essas alterações
genéricas precedem infecções devido a vírus,
fungos e bactérias, ou ainda, devido a vermes e
protozoários.
Na maioria das vezes as protozoozes
(como o Íctio) aparecem em primeiro, ajudando
a diminuir a resistência natural do peixe,
facilitando as infecções bacterianas.
O peixe que apresenta os sintomas
citados é provável que viva em más condições.
A melhor forma de se tratar do peixe é
retorna-lo às condições ideais para sua
sobrevivência, transferindo-o para um aquário
limpo, bem arejado, sem cascalho no fundo e
com abundante alimentação viva, além da
temperatura da água superior a 28°C.
De forma geral apenas esse isolamento
já faz as defesas naturais do peixe voltarem ao
normal e dar fim às bactérias.
Desafortunadamente, muitos peixes
estão tão debilitados pelos maus tratos que
sofreram durante a captura e transporte que não
conseguem recuperar-se sozinhos.
Nesses casos precisa-se de um
tratamento heróico, tentando destruir ou
dificultar a vida das bactérias, normalmente
pertencentes aos gêneros Aeromonas e
Pseudomonas.
Os remédios usados nessa situação são
os antibióticos que são substancias muito
toxicas, matando as bactérias e intoxicando os
peixes.
Deverão ser usados num aquário de
quarentena na proporção de 250mg/20 litros
d'água. Usam -se antibióticos de largo espectro
(já que exames laboratoriais são de difícil
execução) como Cloranfenicol, Terramicina e
Gentamicina.
Essa concentração deverá ser mantida
por uma período de 7 a 15 dias, apesar das
trocas diárias de água num volume de 25% da
capacidade total do aquário de quarentena.
Após a melhora do peixe, prolonga-se o
tratamento por alguns dias. Jamais utilizar
antibiótico no aquário com cascalho e filtro no
fundo, pois mataríamos todas as bactérias
benéficas que lá existem, responsáveis pela
filtragem.
Não utilizar doses inferiores às
prescritas, pois causarão o surgimento da
resistência bacteriana ao antibiótico usado.
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BURACO NA CABEÇA
São inúmeras as doenças existentes nas
águas e que afetam de modo considerável
nossos peixes, em seus castelos de vidro. E, em
alguns casos, a cura dessas doenças é mais
simples do que podemos imaginar.
 Todas as moléstias contraídas por
peixes, de uma forma geral, são muito difíceis
de se evitar, pois são transmitidas pela própria
água ou pelo ar que entra nos aquários. Assim,
embora manter as instalações sempre limpas
seja de fundamental importância à saúde, não
garante que o peixe não vá contrair doenças.
A primeira etapa na cura de qualquer peixe
enfermo é o reconhecimento dos sintomas da
enfermidade. Para isso se faz necessário
conhecer a anatomia de um peixe.
comprimido (250mg) para cada 50 litros de
água a cada 48 horas, até a regressão da
doença. Após 15 dias de tratamento, trocar um
terço da água e reiniciar o tratamento. A
temperatura da água nunca deve exceder os
27°C, pois o parasita se beneficia com o calor.
Se nesse período de tratamento o peixe não
apresentar melhoras, deve-se repetir tudo
novamente e baixar a temperatura para 25°C.
O peixe infectado com o parasita não
deve ser isolado, porque todo o aquário já
estará contaminado. O Flagyl não é toxico aos
demais seres vivos do aquário muito menos
causa-lhes esterilidade, só podendo, portanto,
ajudar no combate à doença.

Figura 65

Um exemplar infectado apresenta um

comportamento anormal e muitas vezes tem
seus órgãos atingidos. Quando doente, o peixe
se afasta dos outros, se esconde entre as pedras
ou plantas, na maioria dos casos perde Figura 66
totalmente o apetite, nada com dificuldade.
Seus olhos podem ficar opacos ou inchados, Os peixes mais afetados pela doença são
seus opérculos avermelhados, lábios todos os Ciclideos. Uma vez afetado pelo
protuberantes e as nadadeiras corroídas. Tudo Hexamita o peixe fica muito vulnerável e, se
isso faz parte de um diagnostico. tornar a contrair a doença, fatalmente morrerá,
Mas, para se chegar a uma conclusão sem quase nenhuma chance de cura.
sobre o mal que afeta nossos peixes, faz-se ___________________________________
necessário conhecer um pouco mais sobre cada
uma das doenças que comumente surgem em
nossos aquários.
A doença do buraco-na-cabeça tem o
nome cientifico de Hexamita truttae, que é um
parasita flagelado que mede de 7 a 13 microns.
Essa doença apresenta os seguintes sintomas:
perda total de apetite, opacidade dos olhos e
buracos (úlceras) na testa do peixe, por onde
vasa uma massa branca. Com o passar do
tempo, esses pequenos furinhos transformam-
se em verdadeiras crateras, levando o peixe à
morte.
O tratamento adequado para a doença
deve ser feito com Flagyl antibiótico. Um
 SAPROLEGNIA banhos de 45 minutos em sal de cozinha (30g
para 1 litro de água).
Há muito, os aquaristas vem Uma única aplicação de qualquer uma
combatendo a Saprolegnia e, no Brasil, são das soluções escolhidas é suficiente para
poucos os que conseguem sua cura imediata. combater a doença. Entretanto, caso a doença
popularmente conhecida por mofo dos peixes permaneça, poderá ser feita uma nova
ou Aclíase, ela é causada por fungos dos aplicação com o mesmo tipo de solução
gêneros Saprolegnia e Achlya. Esses fungos, na utilizada anteriormente. O tratamento adequado
maioria das vezes, alojam-se em ferimentos consiste na utilização de apenas uma das
causados por brigas, b atidas ou até doenças soluções, nunca aplicando sucessivamente os
anteriores, inclusive, em alimentos não três processos acima descritos.
consumidos e em peixes mortos. Os peixes mais afetados pela doença,
A Saprolegnia quase sempre aparece são: os Poecilideos, Anabantideos, Ciclideos e
com a mudança brusca de temperatura, ou seja, Caracóides.
pelo resfriamento da água, que inicia o ___________________________________
processo de desenvolvimento dos fungos. Além
da queda da temperatura da água, outra causa
para o desenvolvimento dos fungos pode ser a
super população de peixes no aquário.
As partes mais afetadas do corpo são as
nadadeiras e a boca, alem dos olhos, branquias
e pele. Quando a doença se agrava, sem
controle medicamentoso, corrói as nadadeiras e
aparecem inflamações bacterianas.
Os ovos também são salvos dos fungos,
principalmente quando mortos. Desovas de
Kribensis, acaras, etc.. são sempre infestadas
por fungos desse gênero e, quando um ovo é
afetado, seus vizinhos fatalmente o serão. O
processo de propagação ocorre através de
esporos agrupados nas extremidades das hifas,
isto é, filamentos terminais dos fungos repletos
de esporos. Os esporos desprendem-se e nadam
livremente em grupos, com auxilio dos
flagelos. Após uma mudança de forma
transitória, voltam a infestar os peixes.
O tratamento da Saprolegnia poderá ser
feito por intermédio de três procedimentos, os
quais não deverão ser aplicados
simultaneamente. O primeiro passo consiste em
transferir os peixes doentes para água limpa, à
temperatura de 30°C e, se possível, fervida
previamente. Em seguida, tomar os seguintes
procedimentos: a aplicação de mercurio-cromo,
que tem dado excelentes resultados, desde que
os fungos sejam retirados dos peixes antes da
aplicação e a água tratada com ele (1 gota para
cada 10 litros); banhos de 90 minutos em
permanganato de potássio (1g para 100litros);
PAGINA PARA

A GENETICA DOS PEIXES.

 INTRODUÇÃO À GENETICA
DOS PEIXES
Um peixe é formado por células que
contem um núcleo, rodeado de citoplasma. No
núcleo estão os cromossomos, contornados por
unidades estruturais e funcionais de DNA -
ácido desoxirribonucléico - os genes que dão
informação genética do indivíduo. As células
somáticas tem o mesmo numero de
cromossomos em todas as suas gerações. Isto é
devido a um fenômeno denominado de mitose,
que forma a parte de um processo mais amplo,
a da divisão celular, que implica a conservação
da dotação cromossômica. Para que assim seja,
requer-se à síntese de DNA durante alguma
fase da mitose.
Há um processo molecular, denominado
Transcrição, na qual o DNA cromossomico
transmite a mensagem genética que transporta,
servindo de molde para a síntese de uma cadeia
de acido nucléico: o ARN (ácido ribonucléico
mensageiro). O ARN atravessa a membrana
nuclear e dirige a síntese de proteínas. É a ação
destas proteínas, por exemplo, as que intervém
na síntese de pigmentos, que dão uma
coloração concreta ao peixe, a que nos é mais
visível.
Figura 67
A transmissão de geração em geração
da informação genética se leva a cabo mediante
a reprodução sexual que supõe a união dos
gametas parentais: óvulo e espermatozóide.
Cada uma das células reprodutoras transporta a
metade do material cromossomico de ovo ou
zigoto, graças a que a linha germinal sofreu
uma redução do seu material genético a metade
durante o processo da divisão celular ou
meiose. A dotação genética do zigoto esta
duplicada e por isso se denomina diploide (2n).
Nos gametas só consta uma copia e se
denomina haploide (n).
Durante a meiose pode-se produzir o
cruzamento de genes quando se juntam
cromossomos homólogos (jogos
cromossomicos paterno e materno). O
fenômeno se denomina recombinação e
contribui para variabilidade genética das
populações. O material genético é
relativamente estável, mas pode alterar. A
maioria das alterações, ou mutações que se
produzem são mortíferas e não aumentam a
eficácia biológica do indivíduo, mas alguns
mais favoráveis podem se fixar na população.
Sem mutação não haveria evolução mas sim
recombinação, se bem que mais lenta.
Um monge, Gregor Mendel, estabeleceu
as bases da Transmissão dos caracteres
hereditários e, com eles, as bases da Genética.
As conhecidas leis de Mendel são usadas
constantemente pelos criadores, com o fim de
ponderar sobre que características herdariam
as gerações seguintes do cruzamento de dois
peixes concretos. Apesar de que, numa
primeira leitura, podem ser difíceis de entender,
pensamos ser imprescindível cita-las. São três,
que se descrevem:
Primeira Lei de Mendel - principio da
uniformidade da primeira geração - o
cruzamento de duas linhas puras que diferem
num determinado caractere vai reproduzir
indivíduos com o mesmo fenotipo que o do
progenitor cujo fenotipo é dominante. Um
exemplo teórico: se o criador cruza um peixe
negro com um branco, sendo a cor negra a
dominante, sobre a branca, obterá todos os
indivíduos da primeira geração de cor negra.
Segunda Lei de Mendel - é o principio da
segregação - os caracteres que não se
manifestam (caracteres recessivos) na primeira
geração, que resultam do cruzamento de duas
linhas puras que diferem num determinado
caractere, reaparecem na segunda geração,
numa proporção de 1 para 4. Um recessivo para
cada três dominantes (25%), um peixe branco
para cada 3 pretos.
Terceira Lei de Mendel - é o principio da
transmissão independente - é a combinação
independente de genes durante a formação de
gametas em indivíduos híbridos. Dá resultado
útil ao criador se trabalhar freqüentemente com
híbridos.
DETERMINAÇÃO GENETICA DO SEXO
DOS PEIXES
Sistema XX - XY - o sexo que leva dois
cromossomos sexuais X é chamado
homogametico; o que leva um cromossomo X e
outro Y, heterogamético. Embora nos peixes
não haja evidencia citologica da presença de
cromossomos sexuais diferenciados, as
experiências genéticas realizadas parecem
indicar, com algumas exceções, que nos peixes
o sexo heterogametico é o masculino (na
espécie humana também o sexo heterogametico
é o masculino)
Nos peixes há uma aparente falta de
dimorfismo sexual. As gônadas em
desenvolvimento passam dum estado
indiferenciado ao bissexual, até que se produz
uma diferenciação definitiva do tecido
testicular ou ovário. Em alguns casos de
hermafroditismo persistem ambos os tecidos.
A diferenciação sexual dos peixes
depende de substancias químicas de natureza
hormonal: as hormonas sexuais. A constituição
genética do animal não é definitiva para decidir
o seu sexo (tecidos geneticamente femininos
podem se diferenciar em masculinos pela ação
dos androgenos ou hormonas sexuais
masculinos).
A SELEÇÃO GENETICA
A própria natureza já exerce uma
seleção genética natural, ao favorecer a
reprodução dos indivíduos melhor adaptados às
condições do meio. Não obstante, a seleção
genética que nos interessa agora é a artificial,
exercida pela mão do homem, sobre uma
população de indivíduos, neste caso particular
peixes, com o fim de obter uma melhor
qualidade destes.
Os conhecimentos sobre genética básica
e o melhoramento na genética de peixes
cresceu substancialmente nas três ultimas
décadas, aproveitando a investigação ligada à
aquacultura. As aplicações praticas destas
investigações são evidentes na obtenção de
espécies para fins alimentares de maior porte,
mais resistentes às infecções e de crescimento
mais rápido.
No campo da aquariofilia, os criadores
utilizaram alguns destes conhecimentos para
selecionar variedades mais chamativas, mais
comerciais, como por exemplo: Lebiste de
cores mais metálicas e peixes de água fria com
barbatanas caudais maiores.
A intenção de manter na população
determinados caracteres, que são interessantes
para o criador, do ponto de vista comercial,
leva a estes em determinadas ocasiões, a forçar
uma endogamia, que tem uma elevada taxa de
consangüinidade na população. O principal
perigo desta situação prende-se no seguinte
principio: se conseguir fixar certos caracteres
desejados, existe uma alta probabilidade de que
também se fixem outros caracteres
indesejáveis. É um feito constante que nas
espécies muito selecionadas desde há muito
tempo, caso dos Lebiste, peixes de água fria e
escalares, abundam, cada vez com maior
freqüência, indivíduos débeis, com poucas
defesas, que adoecem e morrem facilmente. É
um trabalho do criador calibrar estes perigos e
decidir donde e até onde quer arriscar. Por
outro lado, é evidente que nem sempre coincide
o critério do criador/selecionador com o da mãe
natureza. Algumas características, procuradas
com afinco por aqueles, trazem uma grande
desvantagem para o peixe que as possui. Por
exemplo: as grandes nadadeiras caudais,
pesadas, que dificultam o nado dos Lebiste,
obrigando a deformar a espinha dorsal, e a forte
relação que se estabeleceu entre a aparição de
tumores de células pigmentarias e a
pigmentação negra de determinados híbridos de
xifos.
 METODOS DE SELEÇÃO GENETICA
USADOS EM AQUARIOFILIA
Os criadores baseiam a melhoria de
determinados caracteres na realização de um
minucioso sistema de sucessivos cruzamentos e
retrocruzamentos, entre um grupo de peixes de
características adequadas e os descendentes
destes, elegendo em cada geração como
reprodutores os indivíduos mais adequados,
segundo a característica concreta que se
seleciona.
A escolha dos reprodutores é vital para
o bom desenvolvimento destes processos.
Neste sentido, obtém resultados mais práticos
ao trabalhar com grupos de indivíduos de
caracteres mais ou menos homogêneo, que com
indivíduos isolados. A procura de uma nova
característica requer, em algumas ocasiões, a
introdução de "sangue novo" na população,
quer dizer, o aparelhamento de indivíduos
desta, com exemplares de outras populações
com o menor grau de parentesco possível.
Noutros casos, é a existência duma
mutação, que tentará se fixar na sua
descendência, que o levará a introduzir novos
exemplares. A introdução de sangue novo,
denominada tecnicamente por exogamia, é
temida pelos mais experientes, pois podem
trazer caracteres novos de grande interesse,
mas também podem introduzir na população
caracteres indesejáveis.
Todo esse processo requer, alem de
muito tempo e muita experiência, o estudo da
notação genética desses peixes, do grau de
hereditariedade dos caracteres elegidos e das
leis básicas da transmissão de caracteres
hereditários, principalmente das três famosas
leis de Mendel.
Técnicas mais sofisticadas, como o
"enxerto de genes" ou a eliminação de um dos
jogos cromossomicos (bem o da mãe ou o do
pai) por irradiação, se tem testado nos últimos
anos com maior ou menor sucesso. A
inseminação artificial esta sendo cada vez mais
utilizada por um maior numero de criadores.
Ao nível de um amador, mais ou menos
experiente, também é fácil, dentro de alguns
limites, fazer seleção genética nos peixes do
seu aquário, tentando, por exemplo, melhorar a
cor dos seus espécimes ou fixar determinada
cor que apareceu nas ultimas camadas. O
Lebiste é das espécies mais utilizadas nestas
experiências, inclusive existe uma Federação
Internacional de Guppies Fantasia (IGFA), que
organiza, periodicamente, concursos entre os
aquariófilos.
Existem outras espécies com as quais se
efetuam experiências, visando a melhoria
genética. Seria praticamente impossível
enumerar, neste artigo, todas essas espécies.
Em alguns casos, poucos aquariófilos seriam
capazes de reconhecer a variedade original,
sem reflexos metálicos e sem barbatanas de
lira. Comentaremos apenas alguns casos mais
conhecidos.
Por ordem cronológica parece lógico
pensar que foram os populares peixes
vermelhos, Carassius auratus, os primeiros a
serem selecionados pelo homem. Hoje podem-
se adquirir uma infinidade de variedades,
diferenciadas, principalmente, na forma e
amplitude das nadadeiras, cor, forma do corpo
e dos olhos.
Outro peixe de água fria, também
obtido por seleção genética é a carpa japonesa
ou Koi. Todas as variedades que existem hoje,
provem de carpa comum.
Como já mencionamos anteriormente, o
guppy constitui um bom exemplo de peixe
ornamental muito selecionado; mas também o
são o resto dos viviparos mais freqüentes em
aquários: xifos, mollies e platis. Neste grupo
praticou-se muito a hibridação, com o fim de
obter variedades que tenham boas qualidades
de ambos os progenitores. Algumas das
variedades cromáticas de Discos que se
comercializam são estáveis e foram obtidas por
melhoria genética. No Bandeira selecionaram-
se vários padrões de distribuição das quatro
listras verticais, de cor negra, que
originalmente possuíam as formas selvagens.
Para que um caractere possa ser
transmitido de pais para filhos, deve ir
codificado no código genético dos seus genes.
Se estão encontrando em algumas casas
comerciais, peixes com uma coloração
verdadeiramente extraordinária, em alguns
casos esta coloração tem origem artificial,
provocada por agentes externos, como
alimentação especial ou injeções subcutâneas
de pigmentos que unicamente se manifestam
em indivíduos sobre os quais atua diretamente,
não se transmitindo às gerações seguintes.
OS PLATIS: UM CASO CURIOSO
estes parentes e seus descendentes. Se para si
este panorama não é suficientemente
complicado, existem linhas de criação com
fêmeas WW e machos WY, mas deixamos que
seja o curioso leitor que desenvolva as
possíveis combinações resultantes destes novos
cruzamentos.

Na maioria das espécies animais o sexo POPULAÇÕES SELVAGENS

de cada indivíduo se deve a certos
cromossomos diferentes que se chamam
cromossomos sexuais. Além disso, na maioria
das espécies os cromossomos sexuais dos
machos são diferentes entre si (heterozigotos),
enquanto que as fêmeas os tem iguais
(homozigotos). Então se denominam XY aos Fig. 68
masculinos e XX aos femininos. Até aqui tudo
é simples e também idêntico ao que acontece
POPULAÇÕES DOMESTICAS
na espécie humana. Não obstante, há muitas
espécies de peixes em que as coisas não
ocorrem exatamente assim. Há casos em que os
homozigotos são os machos e os heterozigotos
as fêmeas. Então para diferencia-los dos
anteriores, denominam ZZ aos cromossomos Fig. 69
masculinos e WZ aos femininos.
Os Platis apresentam populações
selvagens com cromossomos sexuais com o
esquema XX (fêmea) e XY (macho). Não FEMEA SELVAGEM X MACHO
obstante, também há variedades domésticas DOMESTICO
selecionadas que se correspondem com o
esquema WZ=femeas e ZZ=machos.
Investigações detalhadas da estrutura
cromossomica permitem equiparar os
denominados cromossomos Z como Y, mas
mostram muitas diferenças a dos W e dos X.
Fig.70
Resumindo, temos os seguintes tipos de peixes:
- Machos Selvagens XY
- Machos domésticos YY
- Fêmeas selvagens XX FEMEA DOMESTICA X MACHO
- Fêmeas domésticas WY SELVAGEM

Parece que o cromossomo estranho W procede

na realidade de uma antiga hibridação com o
Xhiphophorus helleri, para conseguir
variedades de cor e que se fixou pelos
exemplares domésticos selecionados.
Fig 71
Nos esquemas podem apreciar-se as
diferentes possibilidades de cruzamentos entre
 POPULAÇÕES HIBRIDAS
No fascinante mundo da reprodução de
peixes, encontramos em algumas ocasiões
casos realmente curiosos que aparentemente
põem em causa os nossos conhecimentos de
genética e as próprias leis da hereditariedade.
Ao estudarmos com detalhes, por vezes
encontramos a solução do problema e damos
um passo em frente nos nossos conhecimentos
sobre a biologia dos peixes, conseguindo uma
nova perspectiva de observação
experimentação. Este é o caso de determinadas
espécies muito próximas que, tanto nas suas
populações naturais como entre exemplares
mantidos em aquário, podem produzir híbridos
com características muito peculiares. Referimo-
nos àqueles em que, do resultado do
cruzamento, se produz uma geração composta
só por exemplares fêmeas. Estas fêmeas podem
voltar-se a cruzar com machos das espécies
parentais e criar uma nova geração de fêmeas
idênticas às suas mães. Como exemplo vamos
citar, por ser muito conhecido, o caso das
mollies.
A espécie Poecilia latipina hibrida
muito próxima da P. sphenops. O resultado é
uma geração com características intermediárias
entre uma e outra espécie na qual mesmo
nascendo machos, nunca chegam
desenvolver-se, morrendo. Só chegam à
maturidade os exemplares fêmeas. Estes
híbridos, erradamente, classificaram-se faz
tempo, como outra espécie distinta chamada
Poecilia formosa. Por sua vez, estas fêmeas
híbridas não são estéreis, como pode ocorrer
em outros casos de hibridação, pois podem
cruzar-se com machos de qualquer das outras
espécies e como resultado destes cruzamentos,
nascem fêmeas idênticas às suas mães. Como
aconteceu isto?
A resposta é simples. Como produto do
primeiro cruzamento obteram-se fêmeas bem
desenvolvidas e teoricamente aptas para a
reprodução. Posteriormente, machos das outras
espécies copularam com elas, mas os seus
espermatozóides não chegaram a fecundar os
óvulos, simplesmente os estimularam para que
comecem a segmentação e continue o
desenvolvimento do ovo, mas sem que a carga
genética do macho chegue a participar na
formação do mesmo. As novas crias não tem
pai, somente mãe. A este fenômeno de
reprodução de crias sem a intervenção dos
cromossomos procedentes do pai, chama-se em
biologia, gynogênesis.
Na fauna ibérica temos também o
interessante caso de uma espécie com
população composta só por fêmeas. Trata-se do
Tropidophoxinellus albumoides, que para se
e reproduzirem cruzam-se com as espécies
próximas com quem repartem o habitat, sem
que os machos transmitam a sua herança
genética. Estudando com detalhe os seus
cromossomos que em luar de os Ter
duplicados, como em quase todos os animais
tem um jogo triplo. Em lugar de Ter um
número cromossômico de 2n = 50, como outros
pequenos ciprinideos, tem 3n = 75. Estes casos
de multiplicação do número de cromossomos
indica-nos que na origem evolutiva da espécie
há uma hibridação. Com efeito, ligado à
poliploidia (número de cromossomos superior a
2n) apresentam tamanhos corporais maiores
que as espécies parentais e inclusive células
maiores. Outro caso de poliplidia na ictiofauna
ibérica é o de Iberocypris palacioso, pequeno
cíprico que habita nos rios Guadalquivir. Mas
a neste caso o numero cromossômico é 4n = 100
e embora existindo machos, estes são muito
poucos, o que evidencia também uma origem
híbrida.
Também os barbus podem hibridar; no
curso do rio Besos e do Liobregat, aparecem
populações híbridas e desaparecem as espécies
parentais. O interessante deste caso é
precisamente a superioridade adaptativa do
híbrido que lhe permitiu competir com os seus
antepassados e elimina-los.
Na aquariofilia a hibridação pode ser
um fenômeno muito interessante de estudar,
sendo fundamental para conseguir muitas
variedades de xifos, platis, mollies e escalares.
Hibridam com facilidade espécies próximas de
ciprinodontideos e de Ciclideos, sobretudo
africanos. Não obstante, é difícil que as crias
superem em aspecto as espécies puras e em
demasiadas ocasiões proliferaram exemplares
medíocres entre os aquariófilos, que pouco ou
nada fizeram para os criar e os vão passando de
aquário para aquário. Só com um projeto
concreto de criação devemos embarcar numa
tarefa como esta.
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