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● Aspectos Biológicos

● Produção mundial
● Tipos de Cultivo
● Reprodução e Larvicultura
● Alevinagem e Engorda
● Enfermidades e Profilaxia
● Beneficiamento
● Comercialização
● Perspectivas
ASPECTOS BIOLÓGICOS
CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA

● Reino:Animalia
○ Filo: Chordata
○ Classe: Actinopterygii
○ Ordem: Perciformes
○ Família: Serranidae

○ Subfamília: Epinephelinae

○ Gênero: Epinephelus
■ Espécies: E. marginatus
OCORRÊNCIA
HÁBITO ALIMENTAR

● ESPÉCIE CARNÍVORA.
● Alimentação variada conforme o tamanho do indivíduo (camarões, ouriços,
moluscos, lagostas, lulas entre outros).
● Os peixes garoupa mais jovens demonstram predileção por animais invertebrados
em sua alimentação.
● Os peixes que tem entre 2 e 3 anos preferem animais como caranguejos e siris,
outros peixes ficam para quando não se tem opção.
● A preferência por moluscos aparece nos indivíduos com mais de 3 anos, nessa
fase da vida os peixes garoupa tendem a se alimentar mais de cefalópodos e
peixes.
HABITAT NATURAL

O habitat de juvenis da garoupa, especialmente de larvas, é pouco conhecido. É


sabido que águas rasas com amplas tocas e cavidades fornecem abrigo contra
predadores. Geralmente, habitats de garoupas neste estágio estão em até um metro de
profundidade, podendo, ocasionalmente, ser encontrados garoupas juvenis a
profundidades mais altas (15-20 metros).

Já o habitat de juvenis de mais de um ano está mais comumente concentrado na faixa


abaixo de 15 metros, especialmente em áreas ricas de algas e tocas. Ao crescerem e se
tornarem adultos, as garoupas têm uma distribuição de habitat bem mais ampla,
podendo ir de poucos metros a mais de 200 metros de profundidade.
HABITAT NATURAL
Varia de acordo com as estações do ano e ainda ao longo do dia. Geralmente,
a garoupa verdadeira tende a ter alta fidelidade de habitat.

No período reprodutivo, esta fidelidade é “quebrada”, quando as garoupa


formam agregações de dezenas de indivíduos. Os indivíduos adultos dessa espécie
podem ser encontrados em profundidades entre 15 e 100 metros. É possível que
esses peixes vivam também em estuários.

A escolha de habitat para essa espécie é complexa. Pode-se, no entanto,


afirmar que o determinante principal dessa escolha é a proteção dos juvenis de
predadores e disponibilidade de alimentos quando adultos.
BIOLOGIA REPRODUTIVA

A garoupa-verdadeira é uma espécie hermafrodita protogínica, pois as fêmeas


maturam com 2,5 kg e 38 cm (cinco anos de idade) e invertem o sexo com
aproximadamente 11,0 kg e 57 cm (sete anos de idade), estima-se que um
peixe garoupa possa viver em torno de 60 anos, apresentando baixa
resiliência e alta vulnerabilidade à exploração humana devido à sua
curiosidade, interagindo com os mergulhadores tornando-os especialmente
vulneráveis à pesca submarina.

(Cunha et al., 2013).


PRODUÇÃO MUNDIAL
O cultivo de garoupas é realizado no mundo todo em países de clima
tropical e subtropical. A produção global é de 155 mil toneladas, focada
no mercado asiático de peixes vivos, a preços por volta de 60 dólares o
quilo.

65% da produção 17 % da produção 11% da produção


O Projeto Garoupa CE tem como objetivo geral o
acompanhamento biológico, técnico operacional e
econômico da engorda da Garoupa Epinephelus
marginatus em diferentes sistemas de cultivo
TIPOS DE CULTIVO
TIPOS DE CULTIVO

● A produção de garoupa em sistema trifásico se mostrou viável


economicamente, considerando o CTP e o preço de venda praticados
atualmente. Contudo, a TIR não é muito atrativa.
RECIRCULAÇÃO

Com o auxílio de um PIPE (Programa de Inovação em Pequenas


Empresas) da Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de São Paulo
(FAPESP) estamos aprofundando o conhecimento sobre a possibilidade de
adensamento da garoupa em sistemas de recirculação. Já chegamos a 30
Kg/m³ e queremos caminhar para densidade > 60 kg/m³. O adensamento
impacta positivamente na viabilidade econômica de sistemas de
recirculação, assim como o preço de venda. A garoupa tem tudo para
popularizar o sistema RAS e pode ser criada em qualquer ponto do país
mesmo longe do mar.
GAIOLAS FLUTUANTES IN
SHORE

A garoupa se adapta bem também para

criação no mar desde que as gaiolas

sejam colocadas próximas à costa em

locais abrigados (baias abrigadas com

pouca corrente).
VIVEIRO ESCAVADOS
A garoupa já provou a
viabilidade em viveiros
recobertos ou não. Este é o
sistema mais utilizado no sudeste
asiático em consorciamento ou
não com tilápia ou camarão.
REPRODUÇÃO E LARVICULTURA
SELEÇÃO E MANUTENÇÃO DE MATRIZES

● Captura com anzol e linha em meio natural e mantidos em tanques com


capacidade entre 60 e 80 m³;
● Seleção das fêmeas por biópsia com canulação;
● Machos são obtidos através da inversão sexual.
● A alimentação consiste de sardinha e lula, até a saciedade, uma vez ao dia.
INVERSÃO SEXUAL
● Uso do 17 alfa-metiltestosterona;
● Aplicação via oral ou intramuscular;
● Dosagens:
○ 1 mg/kg de peso corporal por via oral;
○ 5 mg/kg de peso corporal por injeção intramuscular.

● Sêmen é coletado e criopreservado.


REPRODUÇÃO ARTIFICIAL

● indução de desova com LH-RHa


○ 50 µg/kg em única aplicação

● Extrusão dos ovos e adição do sêmen para fecundação;


LARVICULTURA

● Densidades de 10 a 50 larvas/L.
● Alimentação inicial com rotíferos enriquecidos (1 a 10/mL) e microalgas em
densidade de 1,0 a 2,0 x 105 células/mL.
● A partir do 16º dia é introduzido náuplio de Artemia sp enriquecido (0,1 a 0,7/mL).
● Rações extrusadas são introduzidas a partir do 20º dia (partículas de 80 a 200 µm).
○ Gradativamente o diâmetro das partículas vai sendo ampliado até 800 µm,
quando o fornecimento de alimento vivo é interrompido.
LARVICULTURA
ALEVINAGEM E ENGORDA
PRÉ-ENGORDA

● Duração média de 60 dias em hapas com tela de 0,5 cm;


● Densidade de 60 alevinos/m³;
● Peso médio inicial de 3 g;
● Alimentação 3 a 5x ao dia, treinados com ração;
○ 50% PB e 15% EE
○ 1,8 mm
● Finalizam a etapa com cerca de 8 a 12 cm de comprimento e 30g.
ENGORDA

● Densidade de 1 peixe/m²;
● Alimentação artificial + rejeito;
● Sobrevivência de 85%;
● Renovação de água pelo menos duas vezes por semana ;
● Monitoramento da qualidade da água diariamente;
● Finalização com peso médio de 400 a 500 g.
ENFERMIDADES E PROFILAXIA
O monogenóide Neobenedenia, da família Capsalidae, é um ectoparasitas
de peixes marinhos frequentemente encontrado nos cultivos e em peixes
mantidos em aquários
BENEFICIAMENTO E
COMERCIALIZAÇÃO
FILÉ CONGELADO
POSTAS CONGELADAS

POSTAS FRESCAS
COMERCIALIZAÇÃO
Com relação ao potencial de crescimento, há poucos dados zootécnicos
disponíveis para esta espécie, mas podemos fazer uma estimativa baseada em
outras espécies cultivadas no sudeste asiático. A E.fuscoguttatus, a garoupa
que mais se aproxima da nossa e é cultivada há mais de 20 anos nas Filipinas
em viveiros de terra, alcança 400 a 600 gramas, que é o seu tamanho de
mercado, em 6 a 8 meses a partir de alevinos (2,5 a 7,5 cm).
PERSPECTIVAS
Realidade e Perspectivas

Devido à sobrepesca da espécie, a piscicultura marinha surge como uma forma de


amenizar esses impactos em populações naturais. Assim, a criação da
garoupa-verdadeira tem sido impulsionada pela redução da oferta da pesca de
captura e pela sua relevância econômica, uma vez que é considerada um peixe
nobre e muito apreciado, apresentando elevados valores de mercado.
Desafios
● Larvicultura.
● A espécie é hermafrodita protogínica, um animal entre muitos inverte o sexo
passando a desenvolver as gônadas masculinas e fertilizando as outras fêmeas.
● O trabalho em cativeiro já que os machos são menos comuns para a captura
na natureza e o seu tamanho avantajado torna o manejo difícil e perigoso
para os operadores;
● O macho podem reverter o sexo novamente para fêmea quando em
cativeiro;
● As fêmeas, por outro lado, tem dificuldade de se adaptar ao cativeiro;
Referências
Cunha M. E, Quental-Ferreira H, Gavaia PJ, Pousão-Ferreira P. Larval and juvenile development of dusky grouper
Epinephelus marginatus reared in mesocosms. J Fish Biol, v.83, p.448-465, 2013.

Cerqueira. V. R, et all. Manejo de reprodutores e controle da reprodução de peixes marinhos da costa brasileira. Rev. Bras.
Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.41, n.1, p.94-102, jan./mar. 2017. Peixe Garoupa. culturamix, [s.d.].

Vinicius Ronzani et al. Manejo de reprodutores e controle da reprodução de peixes marinhos da costa brasileira. Revista
Brasileira de Reprodução Animal, v. 41, n. 1, p. 94-102, 2017.

Sanches, Eduardo Gomes. INDUÇÃO DA INVERSÃO SEXUAL DA GAROUPA- VERDADEIRA Epinephelus marginatus
(LOWE, 1834) (TELEOSTEI, SERRANIDAE) COM O USO DE HORMÔNIO MASCULINIZANTE E CRIOCONSERVAÇÃO DO
SÊMEN. Instituto pesca: Programa de Pós-Graduação em aquicultura e pesca - São Paulo. 64 páginas.

Batista João Vitor et al. VIABILIDADE ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DE GAROUPA-VERDADEIRA EM VIVEIROS ESTUARIOS
NO SUL DO BRASIL. Seminário de iniciação científica do estado de Santa Catarina- Santa Catarina, 2 páginas.

Sanches, Eduardo Gomes, Vianna Rogério Tubino. OCORRÊNCIA DE Neobenedenia melleni (MONOGENEA: CAPSALIDAE)
EM GAROUPA-VERDADEIRA, Epinephelus marginatus (LOWE, 1834), CULTIVADA EM TANQUES-REDE. Labomar: Arquivos
de Ciências do Mar. 8 páginas.

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