Você está na página 1de 31

MAnejo de animais

selvagens
Professor Eduardo Lima Sousa

Alunos Aydra Laini de Souza Ciríaco


Luis Felype Garcia de Sousa Caldas
Adrianne Carioca
Quelonicultura
O que é ?
É a criação de quelônios em cativeiro com fins
comerciais - sendo uma modalidade da aquicultura

Os quelônios são répteis que possuem carapaça e


plastrão.

FONTE: EMBRAPA AP, 2015


Quelônios
Também chamados de testudines, fazem parte da
ordem Chelonia, possuem carapaça e plastrão e
podem ser divididos em:
1. Tartarugas
2. Jabuti
3. Cágado

FONTE: EMBRAPA AP, 2015;


Quelônios
Corpo geralmente curto e largo
Casco é formado pela expansão e união
de algumas vértebras com suas
respectivas costelas
Seus membros são curtos e seus dedos
unidos - suas garras se sobressaem

Casco e coluna vertebral de um


Testudines: (a)

escudos
epidérmicos do plastrão (direita) e
da carapaça (esquerda); (b) ossos
dérmicos do plastrão (direita) e da
carapaça (esquerda); (c) vista
interna da carapaça mostrando a
coluna vertebral de um Testudines. FONTE: BARBOSA, 2008;
Quelônios
- Órbitas dorso laterais;
- Pálpebras com ou sem escamas;
- Possui glândulas lacrimais;
- Membrana nictante;
- Glândulas de Harder;
- Estruturas de importância clínica→
desnutrição e doenças respiratórias.
-↓ →
Vit. A edema de pálpebra.

FONTE: BARBOSA, 2008;


Quelônios
- Maxila, pré maxila e mandíbula queratinizados e ascendente
muito forte;
- Possui um bico agudo córneo;
- Língua carnuda nas espécies terrestres - Importância clínica;
- Presença de ceco - principalmente os terrestres;
- Glândulas na porção distal do esôfago com presença de pepsina
para que ocorra o início dadegradação proteica;
- Adaptação sintética do pâncreas - função exócrina e endócrina -
enzima quitinolítica (quitinases e quintinobiases),(crustáceos,
insetos e aranhas);
- Cavidade celomática;
- Possui fenda palatina.
FONTE: BARBOSA, 2008;
Quelônios
- São ovíparos
- Fêmeas: 2 ovários - liberam folículos maduros de diversos tamanhos;
- Machos: possuem pênis com glande e sulco dorsal. Só desemboca no
pênis o que vem doproctodeu por eles não possuir uretra.
- No período pré produtivo passam 2 a 4 dias sem se alimentar.

FONTE: BARBOSA, 2008;


Quelônios
→ Sistema Circulatório:
- Coração:
- 2 átrios - direito e esquerdo
- 1 ventrículo com 2 sub câmaras:
- Cavum pulmonale (cavum
ventrale) - artéria pulmonar
- Cavum venosum - AD
- Arco aórtico direito e
esquerdo.
- Septo interventricular incompleto
- Aorta dorsal - canal invertebral

FONTE: BARBOSA, 2008;
PRINCIPAIS DIFERENÇAS
Tartaruga Cágado Jabuti
Cascos achatados para Lentos, com cascos altos e
Cascos mais leves com
melhor locomoção na água pesados e patas com dedos
características hidrodinâmicas
e patas com dedos e unhas e unhas em formato
e patas em formato de remo.
para o movimento em terra. cilíndrico. Geralmente,
O pescoço é retraído
Dobra o pescoço lembram as patas de um
verticalmente para dentro do
lateralmente para dentro elefante. O pescoço é
casco em situações de ameaça.
do casco para se proteger retraído verticalmente, da
Passam quase toda a vida na
de predadores. mesma forma que o da
água (seja doce ou salgada).
Transitam entre a água tartaruga.
Exceto no momento da desova.
doce e a vida na terra. Exclusivamente terrestres

FONTE: EMBRAPA AP, 2015


Características
do mercado
Produção e mercado
Maiores produtores: Japão, Colômbia, Peru, Venezuela 
Maiores importadores: Japão e EUA

No Brasil sua produção é majoritariamente de


tartaruga-da-Amazônia e tracajá
- Produzido nos estados de AM, AP, PA, AC, RO, RR,
GO e MT.
- O AM possuí o maior número de criatórios
- Não atende a demanda atual de mercado
Há carência de subsídios e assistência técnica

FONTE: MATTOS, 2021


Produção e mercado
A atividade é regulamentada pela Lei 5.197, de 03 de janeiro de 1967 e suas normas
mais atuais foram estabelecidas no Anexo III da Instrução Normativa N.º 7, de 2015.
As espécies legalizadas para a criação em cativeiro com fim de abate são a Tartaruga-
da-Amazônia, Tracajá, Muçuã ou Jurará e Pitiú ou Iaça.
A venda ou abate só poderá ocorrer após o animal atingir o peso mínimo estabelecido
pela legislação
ESPÉCIE PESO MÍNIMO

TARTARUGA-DA- 1,5 KG
AMAZÔNIA

TRACAJÁ 1 KG

PITIÚ 1 KG

MUÇUÃ 350 G
FONTE: MATTOS, 2021
Produção e mercado
Tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa)

→ maior quelônio de água doce da Am. do Sul,


atinge até 107 cm de comprimento, cerca de
60kg
→ espécie de maior interesse p/ a criação
comercial
→bacia Amazônica, Araguaia e Tocantins
→ desova em grupos, ninhos na areia, 80 cm de
profundidade, 90 a 145 ovos, casca branca

FONTE: MATTOS, 2021


Produção e mercado
Tracajá (Podocnemis unifilis)

→ manchas amarelas na cabeça, e na parte


dorsal do corpo
→ bacia Amazônica, fêmeas maiores (2x)
→ frutas, sementes, raízes, folhas, insetos,
crustáceos e moluscos
→desova individual, ninhos em barrancos, areia,
entre folhas, 25 cm de profundidade, 35 ovos,
branco-rosada ou amarelada

FONTE: MATTOS, 2021


Produção e mercado
Iaçá ou Pitiú (Podocnemis sextuberculata)

→ carapaça de cor marrom (claro/escuro)


→ uma das espécies + consumidas em Manaus
→ fêmeas maiores
→ desova em grupos, ninhos na areia, 20 cm de
profundidade, 15 a 20 ovos, casca branca

FONTE: MATTOS, 2021


Processamento
Sua comercialização ocorre entre 2 a 3 anos de
idade. Durante o pré-abate o animal deve
permanecer em jejum (48 a 72 hrs)
Tem um rendmento de carcaça de 30 a 35%
O peso da carna varia de R$ 35,00 a 50,00 o kg

Fluxograma de processamento
Insensibilização (CO2 ou gelo)→ Pendura e
sangria→ Decapitação→ Retirada do plastrão
→ Evisceração e inspeção → Limpeza final→
Embalamento → Congelamento e Expedição

FONTE: MATTOS, 2021


iNSTALAÇÕES
ZOOTÉCNICAS
Instalações para criação
Primeiro deve-se estar dentro dos conforme
as exigências do Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente (IBAMA)(Portaria n°142/92) para
as fases de reprodução, cria, recria,
alimentação e manuntenção.
Recriando o ambiente o mais similar ao
habitat natural

FONTE: MATTOS, 2021


Setor de rerodução

Dependente da matriz de escolha -


tartaruga 4 anos ou 7 Kg e tracajá 4 anos
ou maior que 3 Kg
Feito em barragens ou tanques escavados,
2,5 m²/animal e 1 a 1,2 m de profundidade
O ideal é 1M:3F, construção de praia na
margem do recinto (com profundidade de
0,5 - 1 m).

FONTE: ANIZIO, 2008


Berçario
Local onde os filhotes permanecem no
primeiro ano de vida.
Podem ser baias cercadas de madeiras em
barragens, pequenos tanques escavados,
tanques de alvenaria ou tanque rede.
Possuindo telas de proteção contra
predadores aéreos: como redes, sombrite ou
fios de náilon.
Em média se utiliza uma área de 70-150 m²
e 20 animais/m³
FONTE: ANIZIO, 2008
Setor de crescimento
Local onde os animais ficam até
comercialização e/ou abate.
Podem ser tanques escavados ou em
barragens.
Animais de 12 a 36 meses, contendo 1 a 3
animais/m².

FONTE: ANIZIO, 2008


Manejo alimentar
Alimentação
Pouco se conhece da real exigência nutricional
São onívoros e geralmente se utiliza rações de
peixe com níveis protéicos variando de 28 a
30 % de PB
Pode ser associado plantas aquáticas, algas,
sementes, folhas, frutos, flores, raízes, insetos,
crustáceos, peixes e carne moídas
Deve ser realizado uma vez ao dia pela
manhã

FONTE: ALTINO, 2013; ANIZIO, 2008


Manejo sanitário
Manejo sanitário
- Deve-se ter conhecimento da origem dos animais adquiridos
- Avaliação periódica: sintomatologias e presença de doenças
- Avaliar o manejo e fatores genéticos (afim de perpetuar animais de
boa qualidade.
- Monitoramento do ambiente (água, presença de parasitos e
enriquecimento)
- Limpeza de tanques - não deixar resíduos químicos

FONTE: ABRUNHOSA, 2008


considerações finais
A quelonicultura tem uma mercado crescente
Pouco explorado e carente de apoios mercantis
Alto valor nutricional
Preservação de espécies ameaçadas
Alto retorno econômico e consciência ambiental
Utilização comercial para consumo ou criação pet
Referências
ABRUNHOSA, J. P. Novas Oportunidades na Aquicultura. e-
Tec Brasil. Pará. 2011.
ALTINO, V. S. DIGESTIBILIDADE DE INGREDIENTES
ENERGÉTICOS E PROTEICOS EM DIETAS PARA TRACAJÁ
(Podocnemis unifilis, Troschel 1848). Programa de Pós-
Graduação em Ciências Pesqueiras nos Trópicos da
Universidade Federal do Amazonas. Amazonas. 2013.
ANÍZIO, T. L. F. “Avaliação dos sistemas de produção e da
cadeia produtiva da criação comercial de quelônios nos
municípios de Iranduba, Manacapuru e Itacoatiara”. Programa
de Graduação em Ciências Pesqueiras nos Trópicos da
Universidade Federal do Amazonas. Amazonas. 2008.
EMBRAPA AP. Quelonicultura. EMBRAPA AMAPÁ. Amapá.
2015.
Referências
FILHO, J. V. D. et al. CULTIVO DE QUELÔNIOS PROMOVE
CONSERVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO SOCIAL E
ECONÔMICO DA AMAZÔNIA. Revista Ciência e Saúde
Animal. 2020.
IBAMA. Manejo Conservacionista e Monitoramento
Populacional de Quelônios Amazônicos. IBAMA. Distrito
Federal. 2016.
MATTOS, B. O. et al. Aquicultura na Amazônia: estudos
técnico-científicos e difusão de tecnologias. Editora Atena.
Paraná. 2021.
OLIVEIRA, M. F. A QUELONICULTURA COMO
ALTENATIVA PARA O CONSUMO DE QUELÔNIOS NA
FLORESTA NACIONAL DE CAXIUANÃ, PARÁ- BRASIL.
FENACAM. Pará. 2014.
Créditos

Aydra Laini Luis Felype Adrianne Carioca


obrigado pela
atenção

Você também pode gostar